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UNIVERSIDADE DE SANTA MARIA

CENTRO DE CIÊNCIAS NATURAIS E EXATAS


CURSO DE GEOGRAFIA – LICENCIATURA(A DISTÂNCIA)

Geologia A
Dalcinei Sacheti

Os estudos da geologia estavam se iniciando nos anos em que Júlio Verne escreveu
seus livros. No livro Viagem ao centro da Terra, ele se baseia no que os cientistas pensavam
acerca do interior do planeta. Na época se acreditava que abaixo da superfície existissem
enormes cavernas, nas quais se poderia descer caso não encontrasse poços de lava.
Diferente dos tempos de Júlio Verne hoje os geólogos dispõem de várias ferramentas
que os auxiliam a analisar o que acontece no interior da Terra. Várias áreas da geologia em
esforços que se complementam conseguem dizer muito a respeito do que há no interior da
Terra.
O estudo das rochas é feito através da simulação dos efeitos de calor e pressão,
quanto mais fundo, mais quente e maior a pressão. Como os cientistas já conseguem
determinar a proporção como vão aumentando essas duas variáveis eles conseguem
determinar qual profundidade é a origem de um elemento, assim se obtiverem a cópia do
elemento fundida saberão que a pressão e temperaturas testadas estão corretas para aquele
mineral.
A partir do trabalho de vulcanólogos que recolhem os materiais, se processa a rocha
formada da lava. O processo envolve separação química e o uso de um espectrômetro de
massa. A estrutura física do núcleo dos elementos permite saber de onde ele veio pela
comparação dos resultado obtidos pelos petrólogos.
Os dados exatos ainda necessitam da colaboração da sismologia. Essa área da geologia
produz imagens de grandes profundidades, através da captação das ondas sonoras geradas
pelo movimento no interior do planeta. Cruzando dados de materiais recolhidos, sua análise e
os eventos sísmicos se sabe que existe uma grande quantidade de rocha derretida abaixo da
crosta endurecida em que estão assentados os continentes e oceanos.
Há fortes razões para acreditar que existe um núcleo de ferro em duas camadas, uma
derretida, que mantém aquecidas as camadas superiores e outra sólida no centro da Terra
devido às fortes pressões. Essa hipótese é firmada pelo fato do planeta ter um forte campo
magnético envolvendo a si próprio.
Sabe-se que existem muitos minerais nas camadas abaixo da crosta e se fosse possível
extrair um pouco da energia do interior do planeta, não seria mais necessário se preocupar
com a geração da mesma, por isso muitas pessoas alimentam uma viagem até o núcleo. Mas
chegar ao centro da Terra, como sonhava Júlio Verne não é uma tarefa fácil.
A ciência deve trabalhar com fatos, hoje, não existem materiais capazes de suportar as
pressões e temperaturas das camadas abaixo da crosta. Outra dificuldade é a profundidade,
6370 quilômetros. Alcançar essa profundidade na velocidade das escavadoras de túneis mais
modernas demoraria aproximadamente 1000 anos escavando sem parar. O diamante seria um
material promissor para resolver os problemas da temperatura e pressão, ele não derreteria e
é capaz de suportar altas pressões. Porém, seria possível construir um veículo todo em
diamante?
Na prática o mais difícil parace ser o início da escavação. Cavar até encontrar a parte
de rocha derretida do manto, uma vez que as máquinas de hoje são muito lentas e exigiria um
mecanismo para retirar o material resultantes da escavação e, quanto mais fundo pior seria.
Segundo o vídeo na velocidade que temos hoje seriam 4 caminhões grandes de rocha por
hora.
Depois de passar por essa primeira fase o problema seria a refrigeração (caso fosse
encontrada uma solução para os problemas de temperatura e pressão). É evidente que a vida
humana seria muito difícil de manter dentro de uma cápsula até o fundo da Terra. Seria
necessário equipar o veículo com ferramentas que permitissem transmitir informações para a
superfície e controlar o mesmo remotamente. Os equipamentos informáticos que a
humanidade dispõe atualmente também não funcionam em altas temperaturas e sem
refrigeração não é difícil concluir que o veículo logo teria a mesma temperatura que o meio em
que se encontrasse.
A garantia de que os dados obtidos são confiáveis são os longos anos de observação.
Assim talvez possam haver algumas diferenças, mas podemos confiar no que se sabe hoje. No
entanto, os materiais e técnicas precisam ser melhores para que se chegar lá embaixo, hoje
não existem meios para ir ao centro da Terra.

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