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Regulação e Fiscalização das Notas

e Registros

Pedro Bacelar – Oficial de Registro


NOÇÕES GERAIS SOBRE
AS NOTAS E REGISTROS
(CF/88)
Art. 236. Os serviços notariais e de registro são
exercidos em caráter privado, por delegação do
Poder Público.

§ 1º Lei regulará as atividades, disciplinará a


responsabilidade civil e criminal dos notários, dos
oficiais de registro e de seus prepostos, e definirá a
fiscalização de seus atos pelo Poder Judiciário. (Lei
8.935/94)
• Exercício em caráter privado
• Descentralização administrativa por colaboração
• Outorga à pessoa física
• Exercício privado de função pública
• O Estado tem o dever de intervenção e de garantir
o exercício da função de modo adequado.
• A finalidade é a satisfação do interesse público e
das necessidades da coletividade.
• Essa atuação de garantia se dá por regulação
§ 2º Lei federal estabelecerá normas gerais para
fixação de emolumentos relativos aos atos
praticados pelos serviços notariais e de registro.
(Lei 10.169/00)

§ 3º O ingresso na atividade notarial e de registro


depende de concurso público de provas e títulos,
não se permitindo que qualquer serventia fique
vaga, sem abertura de concurso de provimento ou
de remoção, por mais de seis meses. (Res. 81/09-
CNJ)
(Lei 8.935/94)
Art. 1º Serviços notariais e de registro são os de
organização técnica e administrativa destinados a
garantir a publicidade, autenticidade, segurança e
eficácia dos atos jurídicos.
[...] Art. 3º Notário, ou tabelião, e oficial de registro,
ou registrador, são profissionais do direito, dotados
de fé pública, a quem é delegado o exercício da
atividade notarial e de registro.
(Lei 8.935/94)
Art. 20. Os notários e os oficiais de registro poderão, para o
desempenho de suas funções, contratar escreventes, dentre
eles escolhendo os substitutos, e auxiliares como empregados,
com remuneração livremente ajustada e sob o regime da
legislação do trabalho.

§ 1º Em cada serviço notarial ou de registro haverá tantos


substitutos, escreventes e auxiliares quantos forem
necessários, a critério de cada notário ou oficial de registro.

§ 2º Os notários e os oficiais de registro encaminharão ao juízo


competente os nomes dos substitutos.
(Lei 8.935/94)
§ 3º Os escreventes poderão praticar somente os atos
que o notário ou o oficial de registro autorizar.

§ 4º Os substitutos poderão, simultaneamente com o


notário ou o oficial de registro, praticar todos os atos que
lhe sejam próprios exceto, nos tabelionatos de notas,
lavrar testamentos.

§ 5º Dentre os substitutos, um deles será designado pelo


notário ou oficial de registro para responder pelo
respectivo serviço nas ausências e nos impedimentos do
titular.
(Lei 8.935/94)
Art. 22. Os notários e oficiais de registro são civilmente
responsáveis por todos os prejuízos que causarem a
terceiros, por culpa ou dolo, pessoalmente, pelos
substitutos que designarem ou escreventes que
autorizarem, assegurado o direito de regresso.
(Redação dada pela Lei nº 13.286, de 2016).

Parágrafo único. Prescreve em três anos a pretensão de


reparação civil, contado o prazo da data de lavratura do
ato registral ou notarial. (Redação dada pela Lei nº
13.286, de 2016).
(Lei 8.935/94)
Art. 25. O exercício da atividade notarial e de registro
é incompatível com o da advocacia, o da
intermediação de seus serviços ou o de qualquer
cargo, emprego ou função públicos, ainda que em
comissão.

§ 2º A diplomação, na hipótese de mandato eletivo, e


a posse, nos demais casos, implicará no
afastamento da atividade. (Vide ADIN 1531)
(Provimento 78/2018)
Art. 1° – O notário e/ou registrador que desejarem exercer
mandato eletivo deverão se afastar do exercício do
serviço público delegado desde a sua diplomação.
§ 1° Quando do afastamento do delegatário para o
exercício do mandato eletivo, a atividade será conduzida
pelo escrevente substituto com a designação
contemplada pelo art. 20, § 5°, da Lei Federal nº
8.935/1994.
§ 2° O notário e/ou o registrador que exercerem mandato
eletivo terão o direito à percepção integral dos
emolumentos gerados em decorrência da atividade
notarial e/ou registral que lhe foi delegada.
(Lei 10.169/01)
Art. 1o Os Estados e o Distrito Federal fixarão o
valor dos emolumentos relativos aos atos
praticados pelos respectivos serviços notariais e de
registro, observadas as normas desta Lei.

Parágrafo único. O valor fixado para os


emolumentos deverá corresponder ao efetivo custo
e à adequada e suficiente remuneração dos serviços
prestados.
(Lei 10.169/01)
Art. 4º - Os emolumentos são a retribuição pecuniária devida
pelos contribuintes em geral, em função da prestação de
serviços públicos notariais e de registro, destinada a garantir a
publicidade, autenticidade, segurança e eficácia aos atos
jurídicos, sob chancela da fé pública, conforme regulam as
Leis Federais nº 8.935, de 18 de novembro de 1994, e nº 10.169,
de 29 de dezembro de 2000.
[...] Art. 8º - As Tabelas constantes do Anexo Único desta Lei
discriminam a base de cálculo dos atos sujeitos à cobrança de
taxas e emolumentos e são integradas por notas explicativas.
[...] Art. 35 - Fica instituído o selo de autenticidade dos atos dos
serviços notariais e de registro, de uso obrigatório para cada
ato praticado, nas atividades delegatárias.
REGULAÇÃO DA FUNÇÃO NOTARIAL
Regulação - Introdução
• Fiscalização atribuída ao PJ;
• Descentralização administrativa por
colaboração;
• O Estado tem o poder-dever de intervir e
garantir que as funções delegadas sejam
cumpridas de modo adequado;
Regulação - Faces
• Estabelecimento de regras de conduta para os
regulados;
• Garantia de aplicação e execução das normas;
• Fiscalização do cumprimento;
• Aplicação de Sanções aos transgressores;
Regulação - Conceito
• "a regulação constitui-se como o conjunto de
regras de conduta e de controle da atividade
econômica pública e privada e das atividades
sociais não exclusivas do Estado, com a
finalidade de proteger o interesse público.” (DI
PIETRO, Maria Silvia Zanella. 2006, p. 206)
Regulação – Entes Fiscalizadores
• Conselho Nacional de Justiça: atuação geral,
de âmbito Nacional;
• Tribunais de Justiça dos Estados, por seus
órgãos superiores, especialmente as
Corregedorias Gerais da Justiça: atuação
administrativa mais diretamente ligada aos
delegados;
Regulação – Fiscalizados
• Agentes Delegados;
• Interventores e Interinos?
Regulação – Órgãos
• Conselho Nacional de Justiça
• Juiz Corregedor/Diretor do Foro
• Corregedoria Permanente;
• Corregedoria Geral de Justiça;
• CGJ X CCI;
• Conselho Superior da Magistratura;
• Órgão Especial;
• Tribunal Pleno;
• Presidência;
Regulação – Poderes do regulador
• Poder Normativo: edição de comandos gerais para o
setor regulado;
• Poder de Outorga: emissão de atos concretos para o
acesso do particular ao exercício da atividade regulada;
• Poder de Fiscalização: monitoramento das atividades
reguladas e aferição de condutos dos regulados de
modo a impedir o descumprimento de regras ou
objetivos regulatórios;
Regulação – Poderes do regulador
• Poder Sancionatório: aplicação das penalidades
previstas na Lei n. 8.935/94 e outras, de caráter
administrativo, previstas em lei;
• Poder de conciliação: capacidade de, dentro do setor,
conciliar ou mediar interesses de operadores regulados,
consumidores isolados ou em grupos de interesses
homogêneos, ou, ainda, interesses de agentes
econômicos que se relacionam com o setor regulado;
Regulação – Poderes do regulador
• Poder de Recomendação: prerrogativa de
subsidiar, informar ou orientar o Poder
Político, recomendando medidas ou decisões a
serem editadas no âmbito das políticas
públicos;
Regulação – Poderes do regulador
• Corregedoria: poderes normativo, de
fiscalização e sacionatório;
• Tribunal de Justiça: poder de outorga;
• Poderes de conciliação e recomendação?
Regulação – âmbito nacional
• Exercida pelo Conselho Nacional de Justiça;
• Da leitura do art. 103-B, §4º, incisos I a III,
podemos observar a presença de todas as fases do
processo de regulação (estabelecimento de regras
de conduta para os regulados, a garantia de
aplicação e execução das normas, a fiscalização
de seu cumprimento e a aplicação de sanções);
Regulação – âmbito nacional
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de 15
(quinze) membros com mandato de 2 (dois) anos, admitida 1
(uma) recondução, sendo: (Redação dada pela Emenda
Constitucional nº 61, de 2009)
§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação
administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, cabendo-lhe,
além de outras atribuições que lhe forem conferidas pelo
Estatuto da Magistratura: (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Regulação – âmbito nacional
I - zelar pela autonomia do Poder Judiciário e pelo cumprimento do
Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no
âmbito de sua competência, ou recomendar providências; (Incluído
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)
II - zelar pela observância do art. 37 e apreciar, de ofício ou mediante
provocação, a legalidade dos atos administrativos praticados por
membros ou órgãos do Poder Judiciário, podendo desconstituí-los,
revê-los ou fixar prazo para que se adotem as providências necessárias
ao exato cumprimento da lei, sem prejuízo da competência do Tribunal
de Contas da União; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de
2004)
Regulação – âmbito nacional
III - receber e conhecer das reclamações contra membros ou órgãos
do Poder Judiciário, inclusive contra seus serviços auxiliares,
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro
que atuem por delegação do poder público ou oficializados, sem
prejuízo da competência disciplinar e correicional dos tribunais,
podendo avocar processos disciplinares em curso e determinar a
remoção, a disponibilidade ou a aposentadoria com subsídios ou
proventos proporcionais ao tempo de serviço e aplicar outras sanções
administrativas, assegurada ampla defesa; (Incluído pela Emenda
Constitucional nº 45, de 2004)
Regulação – âmbito nacional
Art. 3º. Compete ao Corregedor, no âmbito de sua
competência constitucional, além de outras atribuições que lhe
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:
I – receber as reclamações e denúncias, relativas à
legalidade, oportunidade e conveniência dos atos
administrativos praticados por magistrados e tribunais ou ao
cumprimento de seus deveres funcionais e aos serviços
judiciários auxiliares, serventias, órgãos prestadores de
serviços notariais e de registro que atuem por delegação do
poder público;
Regulação – âmbito nacional
II – determinar o processamento das reclamações
disciplinares que atendam aos requisitos de
admissibilidade, instaurando sindicância quando
evidenciada a existência de indícios de infração ou
arquivando-as quando o fato não constituir infração
disciplinar;
III – instaurar procedimento de verificação do excesso de
prazo ou de providências administrativas apurando a
existência de irregularidades ou infração;
Regulação – âmbito nacional
IV – determinar o arquivamento sumário das reclamações
anônimas, das prescritas e daquelas que se apresentem de
plano manifestamente improcedentes ou desprovidas de
elementos mínimos para a sua compreensão, ou quando o
fato evidentemente não constituir infração disciplinar;
V – propor ao Plenário a instauração de processo
administrativo disciplinar após a conclusão de sindicância
ou desde logo, quando do procedimento preliminar esta
mostrar-se desnecessária;
Regulação – âmbito nacional
VI – promover ou determinar a realização de inspeções e correições, na
ocorrência de fatos graves ou relevantes que as justifiquem ou devam
ser prevenidos, podendo nelas determinar as medidas cautelares que se
mostrem necessárias, urgentes ou adequadas, ou propor ao Plenário a
adoção daquelas cabíveis para suprir ou prevenir as necessidades ou
deficiências constatadas;
[...] VIII – promover de ofício ou propor ao Plenário, quando for o caso
de urgência e relevância, quaisquer medidas com vistas à eficácia e ao
bom desempenho da atividade judiciária e dos serviços afetos às
serventias e órgãos prestadores de serviços notariais e de registro;
Regulação – âmbito nacional
IX – requisitar servidores de quaisquer Juízos ou Tribunais por prazo
certo fixando-lhes as atribuições, e convocar o auxílio de servidores,
colaboradores ou prestadores de serviço do CNJ para tarefa especial e
prazo certo;
X – apresentar ao Plenário do CNJ, em quinze (15) dias de sua
finalização, relatório das inspeções e correições realizadas ou
diligências e providências adotadas sobre qualquer assunto que entenda
conveniente e oportuno dar conhecimento ao colegiado ou sempre que
solicitado pelo Conselho Nacional de Justiça, em qualquer caso dando-
lhe conhecimento das que sejam de sua competência própria e
submetendo à deliberação do colegiado as demais;
Regulação – âmbito nacional
XI – editar recomendações, atos regulamentares, provimentos,
instruções, orientações e outros atos normativos destinados ao
aperfeiçoamento das atividades dos órgãos do Poder Judiciário e de
seus serviços auxiliares, bem como dos demais órgãos correicionais;
[...] XX – promover, instituir e manter bancos de dados atualizados
sobre os serviços judiciais e extrajudiciais, inclusive com o
acompanhamento da respectiva produtividade e geração de relatórios
visando o diagnóstico e adoção de providências para a efetividade
fiscalizatória e correicional, disponibilizando seus resultados aos órgãos
judiciais ou administrativos a quem couber o seu conhecimento;
Regulação – âmbito nacional
[...] XXII – manter contato direto com as
demais Corregedorias junto aos Tribunais
Superiores do Poder Judiciário e, quando for o
caso, com as Corregedorias estaduais ou
regionais;
Regulação – âmbito nacional
“O Conselho Nacional de Justiça possui, portanto,
os requisitos para o desempenho, com relação à
atividade notarial e de registro, de uma regulação de
âmbito nacional, necessária para a coordenação e
correção de assimetrias nas atuações dos Tribunais
de Justiça dos Estados e das demais Corregedorias
do Poder Judiciário. [...]
Regulação – âmbito nacional
[...] constata-se que o Conselho Nacional de Justiça
confirma sua efetiva atuação na regulação da atividade
notarial e de registro e que exerceu o poder regulamentar
que Ihe foi atribuído pela Constituição Federal, com o
objetivo de estabelecer aos notários e registradores
orientação para a adoção de medidas uniformes quanto à
aplicação da nova lei em todo o território nacional, com
vistas a prevenir e evitar conflitos, o que cumpre a sua
atribuição de regulação no âmbito nacional.” (RIBEIRO,
Luís Paulo Aliende. 2009, p. 148)
Regulação – âmbito nacional
DOS ATOS NORMATIVOS
Art. 14. Os atos expedidos pelo Corregedor, de natureza normativa, no
âmbito de sua competência, observarão a seguinte nomenclatura:
I – provimento – ato de caráter normativo interno e externo com a
finalidade de esclarecer e orientar a execução dos serviços judiciais e
extrajudiciais em geral. Quando se destinar a alterar outro Provimento,
deverá ser redigido de tal forma a indicar expressamente a norma
alterada, a fim de preservar a sistematização e a numeração existente;
II – instrução Normativa – ato de caráter vinculativo complementar,
com o objetivo de orientar a execução de serviço no âmbito interno das
Corregedorias de Justiça;
Regulação – âmbito nacional
III – orientação – ato de caráter explicativo com medidas para aperfeiçoamento dos
serviços das Corregedorias de Justiça no âmbito de suas atribuições;
IV- oficio circular – ato de caráter requisitório ou de divulgação, contendo solicitações
de informações administrativas, técnicas, processuais e financeiras, estabelecendo o
modo de sua realização, ou a divulgação de decisões e atos da Corregedoria.
V – portaria – Ato interno contendo delegações ou designações, de natureza geral ou
especial, para desempenho de funções definidas no próprio ato; destinado ainda a
aprovar e alterar o regulamento da Corregedoria, bem como a instaurar procedimentos.
Parágrafo único. O provimento será referendado pelo Plenário do Conselho, sem
prejuízo da sua eficácia imediata; os demais atos poderão, conforme o caso e a juízo do
Corregedor Nacional de Justiça, serem submetidos ao colegiado.
Regulação – âmbito estadual
• Fiscalização judiciária dos atos notariais e de
registro será exercida pelo juízo competente;
• Quem é o juízo competente?
• Juízo Competente X Autoridade Competente;
Regulação – âmbito estadual
• Poder Regulamentar: Arts. 4, 30, XIV, 39, §2º,
38 e 44;
Provimentos e Avisos Conjuntos
Regulação – âmbito estadual
Art. 4º Os serviços notariais e de registro serão
prestados, de modo eficiente e adequado, em
dias e horários estabelecidos pelo juízo
competente, atendidas as peculiaridades locais,
em local de fácil acesso ao público e que ofereça
segurança para o arquivamento de livros e
documentos.
Regulação – âmbito estadual
Art. 30. São deveres dos notários e dos oficiais
de registro:
[...]XIV - observar as normas técnicas
estabelecidas pelo juízo competente.
Regulação – âmbito estadual
Art. 38. O juízo competente zelará para que os
serviços notariais e de registro sejam prestados com
rapidez, qualidade satisfatória e de modo eficiente,
podendo sugerir à autoridade competente a
elaboração de planos de adequada e melhor
prestação desses serviços, observados, também,
critérios populacionais e sócio-econômicos,
publicados regularmente pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.
Regulação – âmbito estadual
Art. 39. Extinguir-se-á a delegação a notário ou a
oficial de registro por:
[...] § 2º Extinta a delegação a notário ou a
oficial de registro, a autoridade competente
declarará vago o respectivo serviço, designará o
substituto mais antigo para responder pelo
expediente e abrirá concurso.
Regulação – âmbito estadual
Art. 44. Verificada a absoluta impossibilidade de se
prover, através de concurso público, a titularidade
de serviço notarial ou de registro, por desinteresse
ou inexistência de candidatos, o juízo competente
proporá à autoridade competente a extinção do
serviço e a anexação de suas atribuições ao serviço
da mesma natureza mais próximo ou àquele
localizado na sede do respectivo Município ou de
Município contíguo.
Regulação – âmbito estadual
Art. 44. Verificada a absoluta impossibilidade de se
prover, através de concurso público, a titularidade
de serviço notarial ou de registro, por desinteresse
ou inexistência de candidatos, o juízo competente
proporá à autoridade competente a extinção do
serviço e a anexação de suas atribuições ao serviço
da mesma natureza mais próximo ou àquele
localizado na sede do respectivo Município ou de
Município contíguo.
Regulação – âmbito estadual
• Poder Fiscalizador: Arts. 37, 20, §2º, art. 38;
Regulação – âmbito estadual
Art. 37. A fiscalização judiciária dos atos notariais
e de registro, mencionados nos arts. 6º a 13, será
exercida pelo juízo competente, assim definido na
órbita estadual e do Distrito Federal, sempre que
necessário, ou mediante representação de qualquer
interessado, quando da inobservância de obrigação
legal por parte de notário ou de oficial de registro,
ou de seus prepostos.
Regulação – âmbito estadual
Art. 20. Os notários e os oficiais de registro poderão, para
o desempenho de suas funções, contratar escreventes,
dentre eles escolhendo os substitutos, e auxiliares como
empregados, com remuneração livremente ajustada e sob
o regime da legislação do trabalho.
[...] § 2º Os notários e os oficiais de registro
encaminharão ao juízo competente os nomes dos
substitutos.
Regulação – âmbito estadual
Art. 38. O juízo competente zelará para que os
serviços notariais e de registro sejam prestados
com rapidez, qualidade satisfatória e de modo
eficiente, podendo sugerir à autoridade competente
a elaboração de planos de adequada e melhor
prestação desses serviços, observados, também,
critérios populacionais e sócio-econômicos,
publicados regularmente pela Fundação Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística.
Regulação – âmbito estadual
• Poder Sancionatório: Arts. 34, 35 e 36;
Regulação – âmbito estadual
Art. 34. As penas serão impostas pelo juízo competente,
independentemente da ordem de gradação, conforme a gravidade do
fato.
Art. 35. A perda da delegação dependerá:
I - de sentença judicial transitada em julgado; ou
II - de decisão decorrente de processo administrativo instaurado pelo
juízo competente, assegurado amplo direito de defesa.
§ 1º Quando o caso configurar a perda da delegação, o juízo
competente suspenderá o notário ou oficial de registro, até a decisão
final, e designará interventor, observando-se o disposto no art. 36.
Regulação – âmbito estadual
Art. 36. Quando, para a apuração de faltas
imputadas a notários ou a oficiais de registro, for
necessário o afastamento do titular do serviço,
poderá ele ser suspenso, preventivamente, pelo
prazo de noventa dias, prorrogável por mais
trinta.
Regulação – âmbito estadual
• Poder de Outorga: Arts. 15? Art. 2º (vetado)?
Regulação – âmbito estadual
Art. 15. Os concursos serão realizados pelo Poder Judiciário,
com a participação, em todas as suas fases, da Ordem dos
Advogados do Brasil, do Ministério Público, de um notário e
de um registrador.
§ 1º O concurso será aberto com a publicação de edital, dele
constando os critérios de desempate.
§ 2º Ao concurso público poderão concorrer candidatos não
bacharéis em direito que tenham completado, até a data da
primeira publicação do edital do concurso de provas e títulos,
dez anos de exercício em serviço notarial ou de registro.
Regulação – âmbito estadual
Regulação – âmbito estadual
(CNP-BA) DA FUNÇÃO CORRECIONAL
Art. 11. A função correcional consiste na fiscalização das unidades
do serviço notarial e de registro, sendo exercida, em todo o Estado,
pelos Corregedores da Justiça, e, nos limites de suas atribuições,
pelos Juízes de Direito.
§º 1º. A fiscalização será exercida de ofício ou mediante
representação de qualquer interessado, para observância da
regularidade e da qualidade dos atos praticados nos serviços
notariais e de registro e da forma e continuidade da prestação
desses serviços.
Regulação – âmbito estadual
§. 2º. Sem prejuízo das atribuições legais e regimentais das
Corregedorias de Justiça, a Corregedoria Nacional de Justiça
do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), no uso de suas
atribuições constitucionais e regimentais, realizará inspeções
e correições nas serventiasextrajudiciais, bem como
desenvolverá outras atividades inerentes à sua competência.
Regulação – âmbito estadual
Art. 12. O exercício da função correcional será permanente, ou por meio
de correições e inspeções ordinárias ou extraordinárias, gerais ou parciais,
ou, ainda, por visitas correcionais.
§ 1º. A correição ordinária periódica consiste na fiscalização normal,
prevista e efetivada segundo estas normas e leis de organização judiciária.
§ 2º. A correição extraordinária consiste na fiscalização excepcional,
realizável a qualquer momento, podendo ser geral ou parcial, conforme
abranja todas as unidades do serviço notarial e de registro da comarca, ou
apenas algumas.
Regulação – âmbito estadual
§ 3º. A visita correcional consiste na fiscalização direcionada à verificação
de funcionamento da unidade, à verificação de saneamento de
irregularidades constatadas em correições anteriores ou ao exame de
algum aspecto da regularidade ou da continuidade dos serviços e dos atos
praticados.
Regulação – âmbito estadual
Art. 13. A Corregedoria Permanente das unidades do serviço
notarial e de registro caberá aos Juízes das Varas de Registros
Públicos mais antigos na comarca, ou àqueles os quais a Lei de
Organização Judiciária do Estado da Bahia afetar essa atribuição.
Art. 14. Compete aos Juízes Corregedores Permanentes, sem
prejuízo das atribuições legais e regimentais das Corregedorias de
Justiça e do Conselho da Magistratura, apurar as infrações
disciplinares ocorridas nas serventias extrajudiciais, bem como
aplicar as penas correspondentes, conforme o prescrito na Lei
Federal nº 8.935/1994.
Regulação – âmbito estadual
§ 1°. As sindicâncias e processos administrativos
relativos às unidades do serviço notarial e de registro
poderão ser presididos pelos Juízes Corregedores
Permanentes a que, na atualidade do procedimento,
estiverem subordinadas.
§ 2º. As sindicâncias e processos administrativos que,
antes da edição deste provimento já tiverem sido
autuados na Corregedoria competente permanecerão
sendo processados no respectivo Órgão.
Regulação – âmbito estadual
Art.15. Os Corregedores da Justiça poderão avocar as
sindicâncias ou processos administrativos, em qualquer fase, a
pedido ou de ofício e, designar Juízes Corregedores, para
apuração das faltas disciplinares, com competência para a
prática de todos os atos investigatórios, inclusive a elaboração
de relatório final.
Parágrafo único. Quando se tratar de avocação solicitada pelo
Juiz Corregedor Permanente, o pedido respectivo deverá ser
minuciosamente fundamentado, com explicitação dos motivos
que o justifiquem.
Regulação – âmbito estadual
Art.16. Instaurado procedimento administrativo contra notário ou
registrador, sob a forma de sindicância ou de Procedimento
Administrativo Disciplinar (PAD), imediatamente será remetida cópia
do ato inaugural à Corregedoria competente, bem como a decisão final
proferida, com ciência do delegado e certidão indicativa do trânsito em
julgado.
Parágrafo único. Quando, em autos e papéis de que conhecer o Juiz
Corregedor Permanente, verificar a exigência de crime de ação pública,
remeterá ao Ministério Público as cópias e os documentos necessários,
informando também à Corregedoria competente.
Regulação – âmbito estadual
Art.17. Ao término do procedimento, será aplicada ao
delegatário a pena cabível, na forma da lei, sendo que a pena
de perda da delegação é de aplicação privativa do Corregedor
da Justiça, podendo ser proposta pelo Juiz Corregedor
Permanente.
Parágrafo único. Caso aplicada a pena de suspensão, a ser
comunicada à Corregedoria competente para anotações e
registro, deverá constar o período da mesma e se é considerada
cumprida, em virtude de afastamento preventivo do delegado.
Regulação – âmbito estadual
Art.18. Eventuais recursos deverão ser entranhados nos autos originais
e estes remetidos à Corregedoria competente para exame de
admissibilidade e adoção do procedimento recursal específico de
acordo com o Regimento Interno do Tribunal de Justiça da Bahia.
Art.19. Sem prejuízo da competência dos Juízes Corregedores
Permanentes, o Corregedor de Justiça competente poderá aplicar
originariamente as mesmas penas, bem como, enquanto não prescrita
a infração, reexaminar, de ofício ou mediante provocação, as decisões
absolutórias ou de arquivamento, impondo também as sanções
adequadas.
Regulação – âmbito estadual
Art.20. O Juiz Corregedor Permanente deverá, uma vez por ano, até o último
dia útil do mês de junho, efetuar correição ordinária, relativa a todo o ano
anterior, em todas as unidades do serviço notarial e de registro sujeitas à sua
fiscalização correcional, lavrando-se o correspondente termo no livro próprio,
remetendo a respectiva cópia à Corregedoria competente, caso tenham sido
constatadas inconformidades e ou inadequações.
§ 1º. Impossibilitada a realização, no período estabelecido no caput, a
correição poderá ser efetuada até o último dia útil do mês subsequente,
devendo constar no relatório, a devida e respectiva justificativa.
§ 2º. O edital deverá ser publicado com pelo menos 30 (trinta) dias de
antecedência, para conhecimento do público em geral.
Regulação – âmbito estadual
Art.21. Ao assumir a Vara ou Comarca de que seja titular, no prazo de
30 (trinta) dias, o Magistrado fará visita correcional em todas as
unidades do serviço notarial e de registro, sob sua corregedoria
permanente, verificando a regularidade de seu funcionamento.
§ 1º. Essa visita correcional independerá de edital ou de qualquer outra
providência, devendo, apenas, ser lançado sucinto termo no livro de
Visitas e Correições, sem prejuízo das determinações que o Magistrado
fizer no momento.
§ 2º. Cópia desse termo será encaminhada à Corregedoria da Justiça
competente no prazo de 30 (trinta) dias, caso sejam constatadas
inadequações e ou irregularidades.
Regulação – âmbito estadual
Art.22. Haverá, em cada unidade do serviço notarial e de registro, um
livro de Visitas e Correições, onde serão lavrados os respectivos
termos.
Art.23. Na última folha utilizada dos autos e livros que examinar,
lançará o Juiz Corregedor o seu “visto em correição”, que poderá ser
manuscrito ou em carimbo com data e assinatura.
Art.24. Em caráter excepcional e autorizado pelo Corregedor
competente, poderá o Juiz Corregedor Permanente determinar que
livros e processos sejam transportados para onde estiver a fim de serem
aí examinados.
Regulação – âmbito estadual
Art.25. Os delegados do serviço notarial e de registro e os
responsáveis por serventias vagas são obrigados a exibir
ao Juiz Corregedor, no início das correições ou quando
exigido, os seus títulos e provisões para o cargo, nos quais
serão apostos “visto em correição”.
Art.26. Ficarão à disposição do Juiz Corregedor
Permanente ou Juízes Corregedores, para os trabalhos de
correição, todos os delegados do serviço notarial ou de
registro e oficiais de justiça da comarca.
Regulação – âmbito estadual
[...] Art. 84. O delegatário do serviço notarial e de
registro, bem como o contribuinte, devidamente
identificado, poderão formular consulta, por escrito,
relacionada à aplicação da Lei das Taxas e Emolumentos,
diretamente à Coordenação de Orientação e Fiscalização –
COFIS, unidade vinculada ao Núcleo de Arrecadação e
Fiscalização – NAF, subordinado à Presidência do
Tribunal de Justiça da Bahia. (Alterado pelo Provimento
Conjunto CGJ/CCI n° 09/2020-GSEC)
Regulação – âmbito estadual
[...] § 1º A consulta deverá expor os fatos em sua integralidade, especificando o
ponto em que o consulente deseja ser orientado para a aplicação da Lei de
Taxas e Emolumentos, além da apresentação de originais ou cópias de
documentos, certidões, títulos ou minutas necessárias à correta emissão do
Pronunciamento Técnico.
§ 2º A consulta genérica, não contextualizada ou incompleta, bem como a falta
de apresentação de documentos e minutas necessárias à correta interpretação e
enquadramento legal, poderão ensejar o não atendimento da consulta
formulada.
§ 3º Há qualquer tempo, após emissão do Pronunciamento Técnico, em que
seja constatada omissão de informações ou de documentos, por parte do
consulente, que afetem o conteúdo da consulta e do respectivo
Pronunciamento, este poderá ser anulado.
Regulação – âmbito estadual
Art. 91. A parte interessada poderá oferecer reclamação escrita
ao Juiz Corregedor Permanente contra a indevida cobrança de
emolumentos, taxas, contribuições e despesas.
Art. 92. Ouvido o reclamado, em 48 (quarenta e oito) horas, o
Juiz Corregedor Permanente, em igual prazo, proferirá a
decisão.
Art. 93. Da decisão do Juiz Corregedor Permanente, caberá
recurso, no prazo de 5 (cinco) dias, ao Corregedor da Justiça
competente.
Regulação – âmbito estadual
(Provimento CGJ/CCI 16/2020) Art. 1º - As inspeções/correições ordinárias visam à busca da melhoria
da prestação jurisdicional e verificação da situação de funcionamento dos órgãos jurisdicionais de
primeiro grau, serventias, órgãos prestadores de serviços notariais e de registro, objetivando o
aprimoramento dos seus serviços, havendo ou não irregularidades, por meio de:
I - constante orientação e correção de práticas adotadas;
IV - observância dos prazos;
V - o esclarecimento das situações de fato;
VI - prevenção das irregularidades;
VII - aprimoramento da prestação jurisdicional;
VIII - celeridade nos serviços cartorários;
IX - regularidade dos demais serviços judiciários e administrativos; etc.
Art. 2º - As unidades judiciárias do Estado da Bahia serão inspecionadas/correcionadas ordinariamente,
de forma presencial ou virtual, em cada gestão das Corregedorias do Tribunal de Justiça do Estado da
Bahia, excepcionada hipótese decorrente de caso fortuito ou força maior.
VARA DE REGISTROS PÚBLICOS
Vara de Registros Públicos
(Lei 10.845/2007)
Art. 75 - Compete aos Juízes das Varas de Registros Públicos:
I - processar e julgar as causas que se refiram aos Registros Públicos,
inclusive as do Registro Torrens;
II - processar e julgar os procedimentos cautelares preparatórios
destinados a instruir os feitos de sua competência;
III - exercer as atribuições jurisdicionais conferidas aos Juízes de
Direito pela legislação concernente aos Serviços Notariais e de
Registro;
IV - exercer a incumbência prevista no art. 2º da Lei Federal nº 8.560,
de 29 de dezembro de 1992;
Vara de Registros Públicos
V - decidir as dúvidas levantadas pelos Tabeliães e Oficiais de Registros Públicos,
nos termos do procedimento administrativo disciplinado pelo art. 198 da Lei Federal
nº6.015, de 31 de dezembro de 1973 (Lei de Registros Públicos);
VI - fiscalizar os livros dos Tabeliães e Oficiais de Registros Públicos;
VII - determinar a complementação e a regularização dos livros que faltem ou estejam
irregulares e a adoção de novos, necessários à observância da lei ou ao melhor
funcionamento do serviço, de acordo com os modelos aprovados pela Corregedoria
Geral da Justiça;
VIII - processar e julgar os pedidos de cancelamento de protesto cambial, quando
houver erro procedimental do Tabelião de Protesto;
IX - exercer as demais atribuições que lhes forem conferidas por lei, regimento ou
outro ato normativo.
Vara de Registros Públicos
DO QUADRO DE JUÍZES DE DIREITO (art. 129 a 158)

Art. 130 - Na Comarca de Salvador servirão 305 (trezentos e cinco)


Juízes de Direito, distribuídos pelas seguintes Varas que, em sendo mais
de uma, se distinguirão por numeração ordinal:

[...]

XIX - 1 (uma) Vara de Registros Públicos.


REGIMENTO INTERNO TJBA
Regimento Interno TJBA
Art. 93 – À Seção de Direito Privado cabe processar
e julgar os processos regidos pelo Direito Privado,
compreendendo-se os relativos às seguintes
matérias: (ALTERADO CONFORME EMENDA
REGIMENTAL N. 07/2016, DE 16 DE MARÇO
DE 2016, DJe 17/03/2016).
[...] XI – registros públicos;
Regimento Interno TJBA
Art. 96 – Compete a cada Câmara Cível
processar e julgar: (ALTERADO CONFORME
EMENDA REGIMENTAL N. 1/2017, DE 14 DE
JUNHO DE 2017).
V – a apelação cível; (ALTERADO
CONFORME EMENDA REGIMENTAL N.
1/2017, DE 14 DE JUNHO DE 2017).
Regimento Interno TJBA
Art. 102 – Compete ao Conselho da Magistratura:
I – funcionar como Órgão de disciplina geral dos Juízes e
Servidores de Justiça: a) processar e julgar os recursos
hierárquicos de sua competência interpostos em processos
disciplinares julgados pelos Corregedores; b)aplicar, nos
termos da Lei de Organização Judiciária, as penas disciplinares
da sua competência; c) determinar à Corregedoria Geral ou das
Comarcas do Interior a realização de sindicâncias e correições
extraordinárias, gerais ou parciais, em face de irregularidades
que vier a ter conhecimento.
Regimento Interno TJBA
Art. 103 – Compete, ainda, ao Conselho da
Magistratura:
IX – julgar os recursos interpostos contra as
decisões dos Corregedores da Justiça;
Instrumentos de Atuação
do CNJ e CGJs
Instrumentos de Atuação
• Pedidos de Providência;
• Reclamações Disciplinares;
• Sindicâncias;
• Inspeções de caráter preventivo ou para fins de
instrução;
• Correições ordinárias ou extraordinárias;
Procedimentos - PP
“O Pedido de Providências – PP –, tratado pelo RICNJ
nos arts. 98 a 100, e pelo RGCNJ no art. 28, é instrumento
residual que viabiliza a atuação do Corregedor Nacional
quando for necessário apreciar reclamações e denúncias
relativas aos serviços judiciários (art. 103-B, § 5º, I, in
fine, da CF/1988), permitindo também, por essa via, a
promoção de medidas com vistas à eficácia e ao bom
desempenho da atividade judiciária e dos serviços afetos
às serventias e aos órgãos prestadores de serviços
notariais e de registro (art. 8º, XX, do RICNJ).”
Procedimentos - PP
Procedimentos - RD
“A Reclamação Disciplinar – RD – é um dos procedimentos que
viabiliza a atuação do CNJ na seara disciplinar, ex vi art. 103-B, § 4º,
III, e § 5º, I, da CF/1988, sendo ferramenta hábil a apurar eventual
infração disciplinar cometida por membro do Poder Judiciário, titulares
de serviços auxiliares, serventias e órgãos notariais e de registro
(reclamados/polo passivo).
Muito embora tenha como objetivo precípuo a apuração de
irregularidades cometidas por magistrados, a teor dos dispositivos que a
regulam – arts. 67 a 72 do RICNJ e 16 a 21 do RGCNJ3 –, a
reclamação disciplinar tem limitador relevante, pois não se pode, ao
final do seu curso, ser aplicada penalidade contra o juiz reclamado.
Procedimentos - RD
O instrumento, por isso mesmo, tem um caráter
de apuração prévia, ou filtro necessário para se
constatar, prima facie, a inexistência de infração
disciplinar, ou sua não demonstração cabal pelo
reclamante, circunstâncias que redundarão em
arquivamento liminar ou em sua rejeição.”
Procedimentos - RD
Procedimentos - Sindicância
“A sindicância é definida pelo art. 60 do RICNJ
como o procedimento investigativo sumário
destinado à apuração de irregularidades
atribuídas a membros do Poder Judiciário ou
servidores – judiciais, auxiliares ou delegatários
dos serviços notariais e de registro –, cuja
apreciação não se faz por inspeção ou correição.
Procedimentos - Sindicância
Desde logo se observa que a sindicância, pelo RICNJ, é procedimento
investigativo subsidiário, utilizável apenas quando não se fizer
necessária a realização de inspeção ou correição – a primeira, adequada
à apuração de fatos relacionados ao conhecimento e à verificação do
funcionamento dos serviços judiciais e auxiliares ou das serventias e
órgãos prestadores de serviços notariais e de registro, havendo ou não
evidências de irregularidades (art. 48 do RICNJ); a segunda, destinada
à apuração de fatos determinados relacionados com deficiências graves
nestes mesmos serviços (art. 54 do RICNJ).
Procedimentos - Sindicância
Portanto, ao contrário da inspeção e da correição,
a sindicância se destina à apuração pontual e
individualizada de fatos possivelmente
caracterizadores de infração disciplinar,
atribuível a um membro do Poder Judiciário, a
servidor e/ou a delegatário de serviços notariais e
de registro.” (ANDRIGHI, Nancy. 2017, p. 43)
Procedimentos - Sindicância
Procedimentos - Sindicância
Procedimentos - Inspeções
(RICNJ) Art. 48, parágrafo único,: as inspeções poderão ser realizadas
rotineiramente ou a qualquer tempo por iniciativa da Corregedoria Nacional de
Justiça, por proposição de qualquer Conselheiro ou a requerimento de
autoridade pública, sem prejuízo da atuação disciplinar e correicional (sic) dos
respectivos Tribunais.

(RGCNJ) Art. 3º, VI: Promover ou determinar a realização de inspeções e


correições, na ocorrência de fatos graves ou relevantes que as justifiquem ou
devam ser prevenidos, podendo nelas determinar as medidas cautelares que se
mostrem necessárias, urgentes ou adequadas, ou propor ao Plenário a adoção
daquelas cabíveis para suprir ou prevenir as necessidades ou deficiências
constatadas.
Procedimentos - Correições
(RICNJ) Art. 54: A Corregedoria Nacional de
Justiça poderá realizar correições para apuração
de fatos determinados relacionados com
deficiências graves dos serviços judiciais e
auxiliares, das serventias e dos órgãos
prestadores de serviços notariais e de registro.
REGIME DISCIPLINAR
DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES
Regime Disciplinar – Processo Adm
• Lei 10.845/2007: arts. 268 a 286;
• Lei 6.766/1994: arts. 203 a 251;
• Lei 12.209/2011: arts. 1 a 195.

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