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ESPAÇO, UM CONCEITO BÁSICO DA GEOGRAFIA

Resenha:
O texto escrito pelo autor Roberto Lobato Corrêa, professor do Departamento de
Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), traz abordagem sobre os
conceitos básicos e análises sobre o espaço e suas práticas espaciais, para a contribuição
dos estudos sobre espaço geográfico.
Os autores começa tratando sobre os conceitos e expressões, onde diz sobre haver
outros debates de áreas fora da geografia. E ainda traz conceitos abordados de outros
autores, como Ratzel, Heartshorne, Corrêa e Hearney e também Lefebvre. Ao falar desses
conceitos, abordando como exemplo esses autores, Corrêa introduz como o conceito atual
e o que na qual ele acredita e defende chegou a ser como é, ao lembrar e trazer no texto
sobre como antes o estudo do espaço na Geografia era de carácter físico, histórico até
começar a ser considerado social.
Discute-se assim o espaço como um conceito chave para a geografia, onde pode
se considerada até mesmo uma ciência espacial (a proposta de Bunge, como foi citada
pelo autor, exemplifica) e o autor levanta plausivelmente argumentos significativos para
tal, além de abordar quando a economia espacial começou a se alojar nos estudos do
espaço.
Dentro desse aspecto, trazer ao texto a crucialidade do espaço relativo quando se
trata de concepção do espaço e a economia, por conta da relação dos objetos que envolve
tempo, dinheiro e energia, ele discute a relação direta que há com a distância e o uso do
espaço, fazendo então uma ponte entre as variáveis e não isolando, ao defender apenas
uma ideia.
Outro ponto, mesmo em meio a citações nessa via da unicidade das variáveis,
Corrêa também considerou pertinente citar as contradições, como dos geógrafos lógico-
positivistas, entretanto em um de seus parágrafos levantando um entendimento de
extrações de ambos os lados, unindo novamente, dessa vez as variáveis planície
isotrópica, racionalidade econômica, competição perfeita e a a-historicidade dos
fenômenos sociais na compreensão do espaço. Mas, mesmo com tamanha afeição a
homogeneidade, o autor não deixa de levantar críticas aos diferentes modelos.
Quando se tratou se geografia crítica, o autor traz sobre as teorias marxistas e não
marxistas. Quando ao falar de Marx, faz uma citação relevante, de outro contexto chave,
em que Lefébvre onde diz que “espaço desempenha um papel ou uma função decisiva na
estruturação de uma totalidade, uma lógica, de um sistema”, que para o autor, o espaço
social possui relação sobre as práticas sociais, são apenas espaço nem advindo da
sociedade e sim a funcionalidade de ambos. O geógrafo, portanto, considera que Lefebvre
interpreta o espaço sendo o locus da reprodução das relações sociais de produção, ou seja,
reprodução da sociedade.
Ainda sobre reprodução da sociedade, Corrêa com base em Lefebvre e Santo
resulta sua opinião onde conclui que na verdade o espaço que é organizado pelo homem
é importante para a existência e reprodução social.
O autor categoriza então as análises do espaço, usando sobre os pensamentos de
Santos. As categorias se instalam em forma, função a estrutura e o processo, de a forma
se configura no exterior de um ou mais objetos que formam um padrão espacial; sobre
função seria o papel que esse objeto desenvolve; estrutura sendo a natureza da sociedade,
ou seja, a matriz social do objeto e da função do mesmo e o processo contínuo dos
resultados ao longo do tempo.
Para levantar as práticas espaciais, que por meio delas acontecem as
transformações do espaço, que impactam. O autor, portanto, diz que a prática espacial é
responsável pela diversificação e diferenciação do espaço, como peça fundamental para
tal. Assim ele divide as práticas em seletividade espacial, fragmentação-remembramento
espacial, antecipação espacial, marginalização espacial e reprodução da região produtora.
Para Correa, portanto, elas agem em conjunto com correlacionadamente.
Ao se falar das práticas, a seletividade, como a próprio conceito remente, deve-
se ao critério da seleção de acordo com o interesse no lugar e nos objetos do lugar. Na
fragmentação-remembramento espacial em dividir para ampliar e melhorar a forma de
controle do espaço, formando várias unidades territoriais que vão ser controladas. Ao
descrever a antecipação espacial é uma ação após se interpretar o espaço e propor
determinadas atividades que vão ser cabíveis com a vocação do lugar. A marginalização
espacial é quando existe uma variação, seja na economia, na cultura, no território que leva
a uma nova interpretação sobre o valor a ser atribuído no espaço. E por último dentre as
práticas se discute a reprodução da região produtora, que leva em consideração a evolução
produtiva do espaço pós reprodução, como as condições de produção começa a sofrer
mudanças.
O geógrafo autor então leva sua obra que sua análise foi de que ao interpretar a
visão que se tem do espaço se leva a entender melhor suas mudanças, reprodução e
práticas sociais, conversando com o “espaço social” em contradição com o “espaço
vazio”, utilizando fontes históricas e análises do espaço.
Contudo, mesmo iniciando o texto com referências tradicionais, caminhando
também pela teórico-quantitativa, mas ao longo da obra traz referencias como Lefebvre e
Santos, caminhando e trazendo relevâncias da geográfica humanista e do materialismo
histórico e dialético, dando valor as percepções ao espaço vivido, ao sujeito e a produção
do espaço. A obra traz uma expansão da interpretação do espaço, ao considerar uma
heterogeneidade na observação, dentro da geografia crítica e humanista, como ele mesmo
diz, aceitando a multidimensionalidade que permite contribuir com os conceitos do
espaço.

Referência Bibliográfica:
CORREA, R.L. Espaço um conceito chave da geografia. In: CASTRO, I.E; GOMES,
P.C.C; CORRÊA, R.L. Geografia: Conceitos e temas. 2 ed, Rio de Janeiro: Bertrand
Brasil, 2000.
ESPAÇO GEOGRÁFICO UNO E MÚLTIPLO

Resenha:
O artigo de Dirce Maria Antunes Suertegaray, da Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, traz propostas de conceitos para o entendimento das dimensões ao
enfatizar os conceitos dentro do estudo geográfico parar dar suporte para entender as
dimensões das análises do espaço. Considerando portando o espaço como múltiplo porem
único. A utilização das variáveis categóricas do espaço, território, lugar, paisagem e do
ambiente leva a compreensão no artigo a um corpo referencial dentro da temática da
questão ambiental.
Se tratando de um texto sobre uma discussão de análise do espaço, a autora faz
um comentário relevante, quando diz perceber que os diferentes conceitos geográficos
expressão diferentes níveis de abstração que levam a deferentes possibilidades
operacionais, como todos os conceitos abordados no artigo.
No artigo então trata-se a questão ambiental dentro de cada conceito, no conceito
de Paisagem, fugindo das interpretações antigas de que paisagem era apenas o que se
alcançava visualmente, o artigo traz citações de outros autores com visões diferes, como
Milton Santos que diz que paisagem é a materialização do espaço geográfico. A autora
então leva em discussão que considera a paisagem como algo operacional, dimensional,
considerando o social e o ambiental para a formação da paisagem. A ideia conversa com
visão contemporânea de Santos, que privilegia a coexistência de objetos e ações sociais.
Ao falar de Território, o artigo considera fortemente a crítica da análise do
território, de como é feita e traz consigo na discussão o poder do Estado. A ideia sobre a
dominação do espaço que é usada ao Estado-nação. A crítica a ótica analítica do conceito
território é em não ser considerado esse poder, e sim para que se expresse a vinculação
das relações humanas e sociais com o espaço.
O Lugar é discutido no artigo também como operacional, ainda mais com a
geografia mais contemporânea de Milton Santos onde o lugar passa a ser um “dogma
central” no estudo em geografia, saindo do sentido único e auto explicável. Sendo assim,
a autora no artigo ressalta a ideia do lugar em ser a relação do homem com o mundo, com
o espaço. Essa relação então leva em consideração as interações com objetos e pessoas;
posição, mobilidade, localização.
Já o Ambiente, que antes era chamado de “meio”, levado ao sentido ecológico, e
a autora cita referencias para tal, como Aliata e Silvestri. Entretanto o artigo leva em
consideração a visão diferente de Gonçalves, que leva em consideração o ambiente por
inteiro, não apenas natural e ecológico, sem negar o homem como um sujeito
transformador do ambiente. A observação da autora então foi da diferença da discussão
de ambiente da Geografia com a Ecologia, pois na geografia o homem é incluído como
ser social produto e produtor de várias tensões ambientais.
Chegando no tópico Uno e Múltiplo, após discutir separadamente os conceitos
alavancados no objetivo do artigo, o resultado foi que o espaço geográfico é, portanto,
múltiplo, dentro das diversas interpretações de geógrafos. A geografia antes vista como
uma ciência-natural, situada no campo da Física. Posteriormente é tratada também como
ciências sociais, resultando na Geografia de hoje.
Contudo o artigo traz uma análise de um diálogo da divisão ou união que o recorte
do espaço gráfico faz. O artigo conclui que nenhum deles prescinde das determinações
expressas em uns e em outros. Essa crítica é colada pela autora como possibilidade
analítica na Geografia, para destrinchar as diferenças que as unem. Portanto a ideia está
em não trazer o ambiente apenas para a natureza mas para a construção da vida em
sociedade.

Referencias Bibliográficas:
SUERTEGARAY, D. Espaço geográfico: uno e múltiplo. Scripta Nova. Nº 93, 15
de julio de 2001.

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