O fornecimento de energia elétrica é feito, essencialmente, a partir de uma rede
de distribuição em corrente alternada, devido, principalmente, à facilidade de adaptação do nível de tensão por meio de transformadores. O inversor deve fornecer uma tensão (ou corrente) alternada, com freqüência, forma e amplitude definidas por algum sistema de controle. Em princípio, a saída deve ser independente de eventuais alterações na alimentação CC, na carga (situação de operação ilhada) ou na rede CA. Dado que a grande maioria das cargas é alimentada em corrente alternada, a aplicação destes conversores se dá tanto em sistemas isolados quanto nos interligados com a rede. I. CONVERSORES OU RETIFICADORES NÃO CONTROLADOS A retificação é o processo de converter tensão e corrente alternadas em tensão e corrente contínuas. Um retificador não controlado usa apenas diodos como elementos de retificação. A amplitude da tensão de saída DC é determinada pela amplitude da tensão de alimentação AC. Entretanto, a saída da tensão DC contém componentes AC significativas, as quais recebem o nome de ondulação. Para eliminar a ondulação, costuma-se inserir um filtro capacitivo após o retificador. Os tipos de retificador não controlados e já estudados na disciplina de Electrónica Industrial no começo do semestre são o meia-onda, onda completa com tomada central e onda completa em ponte.
II. CONVERSORES CONTROLADOS
Os circuitos retificadores são aqueles que transformam um sinal AC em um sinal DC não constante. Eles podem ser não controlados e controlados. Os primeiros utilizam os diodos semicondutores de potência como elementos retificadores, não havendo, portanto, controle do ângulo de disparo. Os retificadores controlados têm como elementos retificadores geralmente os SCRs, possibilitando o controle do ângulo de disparo e, consequentemente, o controle da potência entregue à carga. Neste material estudaremos os retificadores controlados de meia onda e de onda completa.
2.2. RETIFICADOR CONTROLADO DE ONDA COMPLETA
Para as cargas resistivas (iluminação incandescente, aquecedores, fornos etc), como vimos, há a necessidade de um diodo de retorno (FWD), pois não existe (a princípio) uma indutância. Porém, para efeito de dinamizar o nosso estudo, iremos abordar neste tópico apenas cargas RL, ou seja, que necessitam de um diodo de retorno. Um circuito retificador com carga RL e FWD é visto na figura abaixo.
No circuito na figura acima são disparados aos pares (SCR1/SCR4 e SCR2/SCR3),
com um ângulo de disparo igual a . Os valores médios para a tensão e corrente na carga são o dobro dos valores do retificador de meia onda. As formas de onda são mostradas abaixo: CONCLUSÃO Atualmente tem se verificado o uso constante das Linhas de Transmissão de Alta Tensão em Corrente Contínua em muitos países devidos aos diversos benéficios que apresenta. Por exemplo, o uso de conexões HVDC (transmissão de energia em corrente contínua, em alta tensão) tem crescido em aplicações que necessitam de transposições marítimas. Nas condições submarinhas, uso de CA, em função de efeitos capacitivos dos cabos trifásicos, limita a capacidade de transmissão de energia. Para conexões com mais de 100 km o uso de HVDC tem se mostrado economicamente vantajoso, mesmo com o acréscimo do custo dos conversores. Mas vale salientar que isso só tem sido possível por causa dos conversores comandados ou contralados. Logo nota-se que o conhecimento do funcionamento dos diversos tipos de conversores ou retificadores é de grande importância para os Engenheiros Electrotécnicos.