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PNV3415 - PROJETO DO NAVIO

PNV3425 - PROJETO DE SISTEMAS OCEÂNICOS

Relatório atividade 3

Espiral de Projeto

Grupo 6 – Projeto 06
Membros
Nome: Adso Barbosa Lima NUSP: 10680843
Nome: Marcos José Teixeira Trindade NUSP: 9836990
Nome: Samuel Soares de Santana NUSP: 10680822
Nome: Sérgio Paulo Ferreira Vieira NUSP: 10680871

1. Características do campo
O campo a ser explorado pertence ao bloco BM-S-75, localizado em águas profundas da
bacia de Santos na região sudeste do Brasil. Essa região contém a única região de exploração de
bacia do pré-sal do mundo.
Sua superfície é de aproximadamente 280.000 km2 e possui um substrato rico em petróleo.

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Figura 1 - Bacia de Santos
Na figura abaixo temos apresentada a localização do referido bloco de exploração BM-S-75
(Área em destaque), que dista do continente em 265 km.

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Conforme indicado na figura abaixo, a região do campo apresenta lâmina d’água de 1.900m
aproximadamente.

2. Implicações das características do Reservatório:


Trata-se de um poço com profundidade média de 1940m de lâmina d ́ água. Essa
característica, por si só, nos permite selecionar alguns tipos de plataformas que possam operar a
essa profundidade.

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Como vemos na imagem acima, podemos, só a partir da restrição de profundidade pode-se


descartar as plataformas fixas do tipo jaqueta e complacente, e também as SStar. Ou seja, as
próximas análises terão que optar dentre as alternativas viáveis: FPSO ́s, TLP ́s, Semi- Submersíveis
ou SPAR. Além disso, a exploração em águas profundas torna muito relevante a minimização da
metragem de risers, pois trata-se de um material caro; por isso, deverão ser analisadas diferentes
formas de arranjo submarino que contemplem toda a reserva de forma eficiente

2.1 Implicações da distância para a costa

Conforme apresentado anteriormente, a costa na região de operação apresenta uma


infraestrutura gasoduto apoiando o escoamento da produção de Gás Natural. Para armazenamento
e alívio da produção, visando o apoiando a produção de petróleo em alto mar, está prevista a
instalação de um sistema tipo FSO a 3km aproximadamente, para o caso de adoção de plataforma
sem grande capacidade de armazenamento

2.2 Implicações das condições ambientais


Na costa de Santos, as correntes são baixas; assim, o uso de plataformas tipo FPSO é viável.
Além de baixas intensidades de corrente, a costa de Santos apresenta ondas de baixas/médias
alturas. Neste sentido, um espectro maior de plataformas pode ser utilizado.

2.3 Implicações das características do óleo


Além das questões apresentadas anteriormente, outras características do reservatório guiam
conceitualmente as decisões, como por exemplo características do óleo extraído. No caso, a
característica que será avaliada será a viscosidade do óleo extraído.
Uma forma de se avaliar a viscosidade do material coletado é a determinação do Grau API
do óleo, medida feita pelo American Petroleum Institute, que ajuda a manter padrões e métricas

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para guiar as empresas do ramo. A seguir, uma tabela especificando o tipo de óleo segundo seu grau
API:
Tipo de Óleo Grau API

Leve >31,1
Médio 22,3 ~31.1
Pesado 10~22.3
Muito Pesado <10

Ou seja, o óleo do campo em questão é absolutamente leve. Supondo que ele não apresente
nenhuma quantidade anômala de parafina em sua constituição química, o grau API indica que esse
óleo tem menos propensão a entupir válvulas. Esse problema é muito comum quando se opta por
utilizar um Manifold no arranjo submarino com o intuito de reduzir a metragem de risers, sobretudo
em grandes profundidades onde o problema de entupimento é acentuado pelas baixas temperaturas
da água. Por isso, esse equipamento será considerado como uma alternativa viável.
As análises geológicas realizadas até o momento indicam que o volume original de óleo
existente no reservatório é 1,5 bilhões de barris de grau API igual a 28. Sabe-se que, com as
tecnologias existentes no momento, é possível atingir um fator de recuperação de 28% e que o
campo também apresenta reservas de gás, com volume total recuperável de 1,5 bilhões de metros
cúbicos.

Pelas estimativa de produção, obtidas pela área do gráfico acima, serão produzidos
aproximadamente 1.17 bilhões de barris de petróleo nos 25 anos de operação da plataforma. Tal
intervalo se encontra dentro das estimativas recuperação de 1.44 bilhões de barris de petróleo (32%
das reservas).
Percebe-se, pelo gráfico abaixo que a produção máxima ocorre entre o quarto e décimo ano
de operação da plataforma, com uma desempenho de 220.000 barris por dia. Todo o sistema a ser
empregado deverá ser projetado para ser capaz de atender essa meta de produção diária

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2.4 Composição do Leito
É Imprescindível o conhecimento sobre o tipo de solo onde a plataforma será instalada, uma
vez que tal fator influenciará nos processos de amarração, ancoragem e de perfuração. O
comportamento do solo quanto à utilização de algum processo ou equipamento deve ser estudado
para evitar perdas e gastos excessivos e facilitar a escolha dos sistemas mais adequados e
seguros. Nessa região o solo apresenta característica argilosa.
2.5 Corrente
A intensidade das correntes na região da bacia de santos é apresentada na tabela abaixo.
Essa informação é bastante relevante para a escolha da plataforma a ser empregada. Tendo em vista
a existência de outros sistemas distribuidos ao longo da lâmina d’água, necessários para a atividade
fim, outras informações de extrema relevância são as correntes existentes para as diferentes
profundidades da lâmina d’água.

Tabela 02: Intensidade da corrente ao longo da lâmina d’água.

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2.6 - Ventos

Uma importante fonte de excitação da estrutura da plataforma a ser empregada são os ventos
que incidem em sua estrutura acima d’água e topside, sendo que nesta região ficam os instrumentos
mais sensíveis da plataforma, a planta de produção. A tabela a seguir apresenta os ventos extremos
da região do campo, para os quais a plataforma deve ser projetada para suportar.

Tabela 03: Ventos extremos na região do campo

2.7 - Ondas

Outra fontes excitadoras de uma plataforma de extrema relevância são as ondas,


responsáveis, com grande impacto, na sua dinâmica e nos esforços aos quais ela está submetida.
Sendo assim, faz-se necessário o estudo da região do campo de modo a se obter as características
das ondas, as quais serão confrontadas com as características gerais das opções existentes de
plataformas, de modo a permitir uma avaliação prévia de quais plataformas são mais adequadas
para a atividade fim. As características das ondas na região do campo são apresentadas na tabela a
seguir

Tabela 04: Ondas extremas na região do campo

Na tabela acima temos indicadas as alturas e amplitudes de ondas extremas em um período


de 1 ano, 10 anos e 100 anos. Nesta análise verifica-se que a onda centenária apresenta uma
amplitude de 7.6 m e período de 14,6 s. A plataforma deverá ser escolhida de modo a “suportar”
ondas com essas características.

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3. Perfuração
Na indústria do petróleo são utilizados dois métodos de perfuração: a percussão e o
rotativo,sendo que no caso da exploração a grandes profundidades utiliza-se o rotativo porque o
método a percussão oferece um menor controle de direção da escavação, do risco de blowouts e a
profundidade aumenta muito a necessidade por resistência do material.

Durante a perfuração é feita coleta de dados para controle da operação, com esses dados é
feito o BDP (Boletim Diário de Perfuração). São utilizadas hoje três ferramentas para esse
monitoramento:

MWD (Measure while Drilling): O equipamento faz perfilagem e aquisição de dados


mecânicos da perfuração (torque, rotação, temperatura,etc.) e hidráulicos (vazão e pressão de
bombeio) enquanto ela é feita

LWD (Logging while Drilling): Semelhante ao MWD mas destinado a fazer somente a
perfilagem

PWD (Pressure while Drilling): Semelhante ao MWD mas destinado a adquirir dados sobre
a pressão dinâmica

Nesse trabalho, por não ter uma análise de viabilidade econômica do projeto, nos
limitaremos a apresentar as formas de aquisição de dados sem especificar qual delas de fato seria
utilizada no projeto.

“A coluna de perfuração é o conjunto formado por comandos de perfuração, tubos de


perfuração e substitutos, estabilizadores, escareadores (reamers), equipamento de absorção de
choques (shock sub), ferramentas de monitoramento, em tempo real, como MWD, LWD, PWD,
alargadores (under reamers), e tendo na sua extremidade a broca. Esse conjunto tem como função a
transmissão da rotação à broca, a aplicação e a manutenção de peso sobre a mesma, e viabilizar, no
seu interior, o fluxo do fluido de perfuração que parte desde a cabeça de injeção (swivel) até a broca
retornando pelo anular. A transmissão da rotação pode ser feita pela mesa rotativa ou por top drive.
A coluna de perfuração está sujeita a muitos esforços dinâmicos, desde condições oceano-
meteorológicas, torção, flexão, força normal e força cortante".

4. Opções para o reservatório para o reservatório


4.1 Arranjo Submarino

São várias as opções para arranjo submarino nesse tipo de reservatório. A imagem a seguir
ilustra algumas das opções: uso ou não de Manifolds, árvores de natal seca ou molhada, de acordo
com o tipo de plataforma, a utilização de cabos umbilicais, pontos satélites e até mesmo
processamento submarino.

Além disso, existem diferentes formas de se organizar os pontos de extração, em linha,


conectados a um manifold, em cadeia ou até mesmo partindo de um único ponto de extração e
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utilizando perfuração direcional. Para essa profundidade, já foram construídos sistemas com pontos
de perfuração satélites, possivelmente situados em mini-TLP ́ s ou mini-SPAR ́ s, que recebiam o
óleo e transportavam para a plataforma principal responsável pela produção. Também é possível a
perfuração vertical em um ponto do poço em associação com alternativas supracitadas.

A seguir serão apresentadas as opções para o arranjo em cada um dos aspectos submarino,
bem como uma tabela resumindo todas as alternativas aplicáveis ao campo em questão.

4.2 Tipo de Perfuração

Como discutido acima, o método de perfuração para esse reservatório será o rotativo, por ser
justamente a opção mais eficiente para exploração em grandes profundidades. Quando a orientação
da perfuração, temos diferentes possibilidades:

Perfuração vertical: dependendo do tipo de plataforma adotada (SPAR ou TLP) pode-se utilizar
uma coluna de perfuração vertical, fixada na plataforma. Com destaque para os Top-Tensioned
Rigid Risers, que são risers rígidos, conectados a um tensionador na superfície e a uma junta
flexível universal na parte inferior. Esse tipo de riser é mais barato, tem uma estrutura simples, não
tem restrição de profundidade e resiste bem à pressão, embora tenha o ônus da baixa flexibilidade.

Nesse caso, tem-se um único ponto de perfuração a princípio, o que pode comprometer a
capacidade de extração da plataforma. Por isso, uma alternativa é associar essa perfuração com
outras satélites, que possam fazer a extração de regiões mais remotas do reservatório

Perfuração Direcional: Podemos, por exemplo, utilizar o método de perfuração direcional a partir
da plataforma, tanto com risers rígidos em catenária, quanto com risers flexíveis. Atualmente, pode-

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se perfurar horizontalmente ou seguindo uma direção diagonal até 2 km de distância. Por isso, esse
tipo de perfuração pode ser uma boa alternativa por dispensar a utilização de sistemas satélites de
perfuração.

4.3 Completação

Revestimento de produção: Completação é o conjunto de operações feitas para deixar o


poço operacional, após a perfuração. A completação tem papel fundamental no bom funcionamento
do poço e por isso requer uma análise econômica cuidadosa. Existem algumas formas de se
diferenciar a completação.

A completação pode ter 3 métodos quanto ao revestimento de produção: a poço aberto, com
liner rasgado ou com revestimento canhoneado. A diferença é na construção da estrutura que via
suportar a operação ao longo dos anos.

Quando falamos em poço aberto, trata-se de uma estrutura de cimento anular que reveste a
entrada do poço. Através dessa estrutura o liner pode ser descido até chegar na profundidade correta
às outras duas soluções.

A utilização de liner rasgado é um meio de proteger mais o poço, reforçando sua estrutura
em cimento e deixando fendas por onde o óleo será retirado. O ônus dessas soluções, além do maior
custo de material, com o liner especial ou canhoneio, está na mudança de diâmetro do poço no caso
do uso do canhoneio. Esse arranjo é muito usado para poços com perfuração horizontal, e por isso
deve estar no radar das opções para projeto

Por fim, a completação com revestimento canhoneado, a mais utilizada atualmente, consiste
na perfuração e preenchimento por fluido de perfuração até sua profundidade final, da cimentação
desse poço e posteriormente do canhoneamento do mesmo(ou seja, utilização de cargas explosivas
e jatos de água que promovem passagens para o óleo em meio ao revestimento de cimento). Dessa
forma, a parede de cimento tem espessura constante e pode-se controlar melhor a cota em que
estarão as fissuras.

Número de zonas exploradas: Pode-se fazer uma perfuração simples (a) , onde há somente
uma coluna de produção que liga a superfície à zona produtora, ou uma perfuração múltipla (b) e
(c) , onde mais colunas de produção são descidas ao poço, justamente para ampliar a região de
extração.

Existe ainda uma classificação do tipo de completação relacionada à localização do sistema


de “cabeça de poço”. Quando esse sistema fica posicionado na superfície, o mesmo é denominado
de “completação seca” e seu conjunto de válvulas de controle de produção é chamado de “árvore de
natal seca”. Quando o sistema de cabeça de poço fica posicionado no fundo do mar, o mesmo é
denominado “completação molhada” e seu conjunto de válvulas de controle de produção é
denominado “árvore de natal molhada”. A seguir serão feitas algumas considerações sobre esses
dois tipos de árvore de natal.

Quadro comparativo entre os tipos de completação

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Comparação

Completação simples Completação Multipla


Menor probabilidade de problemas operacionais Mais econômica considerando o aumento de
devido a menor complexidade das operações; produtividade;
Maior facilidade na elevação do Petróleo; Drenar simultaneamente diferentes reservas;
Colocar em produção reservatórios marginais
cuja produção não seria viável economicamente
quando produzida isoladamente;

4.4 Árvore de Natal

Árvore de Natal Seca: Possui válvula de controle simples e de fácil manutenção, além da
facilidade de acesso ao poço, que se localiza na superfície. Este sistema só pode ser instalado em
sistemas oceânicos de produção com movimentos extremamente reduzidos, de forma a não avariar
os risers rígidos que fazem a conexão entre a árvore de natal na superfície à cabeça do poço no
fundo do mar. Na medida em que esta configuração na superfície permite o acesso fácil e direto às
válvulas de controle de produção, o fator de recuperação de reservatórios com completação seca se
torna maior do que nos reservatórios que utilizam completação molhada, o que é uma enorme
vantagem.

Árvore de natal molhada: A árvore de natal molhada é instalada em águas profundas com
auxílio de ROV (Remote Operated Vehicle), uma vez que não é possível a operação de
mergulhadores em profundidade superiores a 300 m. O fluxo do óleo da árvore de natal molhada até
a plataforma de produção é realizado através de tubulações rígidas ou flexíveis. Esta estrutura de
válvulas de controle permite maiores oscilações e movimentos dos sistemas oceânicos localizados
na superfície, no entanto são mais complexas, de mais difícil acesso, manutenção e custo.

Neste sentido, o quadro a seguir resume as condições de operação da Árvore de Natal, a


partir da qual podemos observar os comparativos entre a Árvore Seca e a Molhada:

Comparação

Árvore de Natal Molhada Árvore de Natal Seca


Múltiplos centros de perfuração Único centro de perfuração
Menor custo CAPEX e potencialmente maior custo Menor custo OPEX
OPEX Composição mais simples
Minimiza custos de perfuração Minimiza custos de intervenção e reparo
Minimiza tempo de projeto Requisitos de movimento estrito
Maximiza a flexibilidade de projeto para menores Menores riscos de segurança do fluido
empreendimentos Maior fator de recuperação
Segurança mais complexa
Maximiza economia para menores empreemdimento

4.5 Arranjo de Perfuração

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O arranjo de perfuração varia conforme o tipo de perfuração escolhida, sobretudo quando


falamos de sistema de rotação. Por exemplo, no caso de uma perfuração vertical, pode-se ou não ter
o tracionador instalado na plataforma, opera-se o riser com uma mesa rotativa, que pode estar
associada ao Kelly e à cabeça de injeção ou ao Top Driver, que têm maior eficiência em poços
horizontais. Outro arranjo possível, no caso de poços direcionais, é a utilização do motor de fundo.

5. Opções para Sistemas de Interface Solo - Sistema de Apoio de Superfície


5.1 Risers

Os risers são um conjunto de tubulações que fazem a ligação física da plataforma com o
poço de petróleo, no solo marinho, e são considerados como uma das partes críticas de um sistema
de exploração offshore. Essas estruturas estão sujeitas, continuamente, às ações dinâmicas de ondas,
correntes marítimas e movimento da plataforma, podendo ter o seu comportamento influenciado
pelo grande número de solicitações a que são submetidos.

Quanto à concepção estrutural, existem três tipos de risers: os rígidos, os flexíveis e os


híbridos. Os risers rígidos são estruturas simples, caracterizadas por apresentar um tubo de aço. Os
risers flexíveis são mais complexos, sendo formados por várias camadas, cada qual com uma
função própria. Ao todo são cinco camadas, as quais possuem as seguintes funções:

● Camada mais interna: é responsável pelo escoamento do fluido (óleo, gás ou água do mar),
sendo constituída de fitas intertravadas;
● Duas camadas intermediárias: fazem parte da armadura, sendo constituídas por arames
enrolados de forma helicoidal (em sentidos opostos) para resistirem aos esforços da pressão;
e
● Camada externa: camada plástica: responsável pelo confinamento da armadura e proteção
contra corrosão.

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Os risers rígidos são alternativas muito mais econômicas quando comparados aos flexíveis.
Estes, no entanto, por seu arranjo complexo, apresentam um menor peso (aproximadamente 50%
mais leve), maior resistência e uma boa flexibilidade. Com o aumento da profundidade, o peso do
riser rígido sobrecarrega a plataforma, encarecendo o sistema como um todo, devido a necessidade
de instalação de sistemas de flutuação maiores e mais eficazes, podendo tornar a utilização dos
risers flexíveis uma solução mais atraente.

Comparação

Tipo Vantagens Desvantagens


Não há restrição de Pouca Flexibilidade
profundidade; Maior dificuldade no transporte
Rigido Fácil inspeção devido à Menor vida útil
estrutura simples; e
Menor custo.
Complacencia com movimentos Custo muito elevado
de heave dificuldade na inspeção
Flexível Facilidade instalaçao Falaha na seção implica na
Resistencia a corrosão perda do rissem
maior restrição a temperatura

Há uma variedade de configurações geométricas padrão possíveis para risers marítimos, tais
como riser de catenária suspensa, riser tipo Lazy S, riser tipo S curto, riser tipo Lazy Wave com
flutuadores, riser tipo Wave curto e riser tipo Wave flexível, Figura 13. Devido à exigência de
produção em águas profundas, novas configurações também estão disponíveis, como o híbrido
Compliant Vertical Access Riser (CVAR)
Considerações sobre os tipos risers devem ser feitas em relação a profundidade do poço que
será utilizado e o quanto a plataforma se movimenta em relação ao poço. Logo, abaixo segue
algumas características dos tipos de Risersem função da profundidade e movimento relativo da
plataforma.

- Em Catenária

O Riser em catenária livre é amplamente utilizado em águas profundas. Esta configuração


não precisa de equipamentos de compensação de heave, porque o riser é movido para cima e para
baixo junto com a plataforma. Em águas mais profundas, a tensão no topo é tão grande quanto o
comprimento do riser suportado, para reduzir o esforço sobre os tensionadores superiores módulos
de bóia poderia ser fixado na extremidade superior do riser. O movimento da superfície é
transferido diretamente para o Touch Down Point (TDP).

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- Lazy S e steep S

Na configuração de risers S e steep S, é adicionada uma bóia submarina, ou uma bóia fixa,
que é fixada a uma estrutura no fundo do mar ou uma bóia de flutuação, que é posicionada, por ex.
correntes. A adição da bóia faz com que o problema com o TDP seja omitido, conforme descrito
acima. A bóia submarina absorve a variação de tensão induzida pelo flutuador e o TDP tem apenas
pequena variação na tensão, se houver. A bóia submarina tem a função adicional, ao reduzir o
comprimento do riser, e, por conseguinte, reduzir o esforço suportado pelo tensionador superior.

- Lazy wave e steep wave

As configurações de ondas lentas e íngremes estão em forma e funcionam da mesma forma


que as configurações em S Lazy e Steep. No tipo Wave não é adicionada uma única bóia, em vez
disso, são adicionados flutuadores e pesos ao longo de um comprimento considerável do riser, que é
benéfico estruturalmente porque é possível tornar a forma da riser S com curvaturas suaves.

- Pliant wave
A configuração Pliant Wave é semelhante a configuração de steep wave porém o riser é
tensionado por uma âncora presa ao fundo, o tendão mostrado na figura 13, ou seja, os esforço não
aplicados diretamente sobre o TDP. Outro benefício oferecido é a possibilidade de posicionar a
plataforma sobre o poço e fazer intervenções, se necessário, sem precisar de auxílio de outra
embarcação.

O projeto de configuração do riser deve ser executado de acordo com o requisito de


produção e o local especificado. A análise estática deve ser realizada para determinar a melhor
configuração. A seguinte base pode ser levada em conta ao determinar a configuração do riser [2]:

- Comportamento e geometria global

- Integridade estrutural, rigidez e continuidade

- propriedades da seção transversal

- Meios de apoio

- Material

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- custos

O sistema riser de uma unidade de produção deve executar várias funções, tanto nas fases de
perfuração como de produção. As funções desempenhadas por um sistema riser incluem:

- Perfuração

- Produção/Injeção

- Exportação de líquidos circulantes

- Completação (preparar o poço para produção)

- Workover

5.2 Umbilicais

Os umbilicais são conjuntos de mangueiras e cabos elétricos, utilizados para operar


remotamente equipamentos e válvulas submarinas, injetar produtos químicos e monitorar
parâmetros operacionais (temperatura e pressão) de poços.

. As principais funções dos umbilicais são:

● Transmissão de sinais para geração de imagens por meio de fibra ótica;

● Comportar as linhas de controle hidráulico; e

● Fornecimento de energia (ROVs)

6. Opções para Plataformas


Tendo em vista as implicações das características do reservatório na escolha da plataforma
apresentadas anteriormente, as opções para sistema de apoio que serão consideradas são:
Plataformas semissubmersível, TLP e SPAR e FPSO. Contudo, como há o projeto de construção de
uma planta FSO a 3km do reservatório, será desconsiderada a opção de FPSO.

6.1 Semissubmersíveis
Esse tipo de plataforma apresenta colunas verticais de apoio a parte emersa, as quais são
suportadas por grandes pontoons, ancorados ao fundo do mar com linhas de ancoragem. Esses
pontoons são cascos duplos de flutuabilidade suficiente para manter a plataforma como um todo na
superfície e apresentam peso suficiente para manter a estrutura como um todo estabilizada na
vertical. Uma característica bastante relevante das plataformas semissubmersíveis é a possibilidade
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de poder ser deslocada de lugar para o outro, o que faz da mesma uma plataforma versátil, podendo
ser empregada em diferentes atividade e locais, dependendo da demanda. Essas plataformas são
geralmente ancoradas por combinações de amarra, cabos de arame e/ou poliéster durante as
operações de perfuração ou de produção, embora elas também possam ser mantidas em uma
determinada posição pelo uso de posicionamento dinâmico.

6.2 Plataformas tipo Spar


A plataforma do tipo SPAR apresenta estrutura cilíndrica oca semelhante a uma grande boia,
composta por quatro grandes sistemas: casco; amarrações; topside e risers. Cerca de 90% de sua
estrutura encontra-se debaixo d’água. Anteriormente, as SPARs foram utilizadas como bóias de
marcação para o recolhimento de dados oceanográficos e para armazenamento de petróleo.
Atualmente, essas plataformas são usadas para perfuração e produção. A seção superior da
parte que fica emersa é responsável por dar a flutuabilidade à plataforma como um todo. A seção
mais abaixo é semelhante à superior, podendo ser inundada com a finalidade de armazenamento de
petróleo. A parte inferior tem papel importante de fornecer a flutuabilidade durante o transporte e
armazena lastros quando em operação.

6.3 Plataformas Tipo TLP


Ao contrário das plataformas fixas convencionais, TLPs são fixadas em posição por amarras
em tensão, as quais fazem um esforça para contrapor a excessiva flutuação apresentada pelo casco.
O sistema de amarração é composto por um conjunto de tendões que ligam a plataforma à uma
fundação no fundo do mar. Essa fundação, fixada por meio de estacas cravadas no solo submarino,
é a grande responsável por manter a plataforma no lugar. Esse tipo de plataforma pode ser utilizado
como uma plataforma satélite ou como uma plataforma de produção.

Plataformas tipo, TLP, Spar e Semissubmersível

A tabela a seguir resume as vantagens e desvantagens de cada plataforma:

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Plataforma Vantagens Desvantagens Operação

TLP Suporta grande peso no topside; Sensibilidade à mudança 400m ~ 2130m


Movimentos verticais limitados de carga
ao mesmo tempo que permite Fadiga nos tendões
movimentos horizontais; Aumento do diametro
Baixo custo de manutenção; e com o aumento de
Pode trabalhar com árvore seca. profundidade
SPAR Excelente comportamento em Instalação Topside 500m ~ 3050m
ondas Necessidade de grande
Acomoda mudanças de carga barcaça e guindaste
Capacidade de Lidar com pesos
significativos
Baixo custo de manutenção
Perfuração offshore
Workover amigável
Podem Trabalhar com árvore seca
Semisubmersível Capacidade de lidar com Opera apenas com apoio Até 3050m
significativos pesos de topside de árvore molhada (Sendo mais
Boas características de movimento Alto custo de manutenção rentáveis na
Podem suportar um grande número Movimento da plataforma faixa de 800m
de risers flexíveis podem causar fadiga nas ~ 2500m)
BOa integração casco-topside catenárias dos risers
Podem utilizar posicionamento Sensibilidade ao payload
dinâmico de carga

7. Configuração escolhida

Para analisar qual solução deve ser adotada, faremos uma análise semelhante à proposta
pelo paper “System Selection for Deepwater Production Installations”, referência [1] deste
trabalho. Fizemos uma análise dos KPI´s (Key Performance Indicators) para esse campo de
exploração, com a finalidade de expor claramente quais aspectos serão considerados na escolha
primária do tipo de plataforma que será adotado para esse projeto, assim como sugere a
bibliografia:

Ao fim do paper, os autores apresentam em tabelas a avaliação das principais características


que guiam a escolha do sistema mais adequado de diferentes tipos de plataforma. Assim, as
avaliações na matriz de decisão, embora subjetivas, ficam mais claras e fáceis de serem entendidas.

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Aspectos Técnicos Profundidade do poço


Dimensões
Possibilidade de escoamento da produção
Correntes Marítimas
Aspectos comerciais Capex Opex
Minimizar novas tecnologias
Flexibilidade Possibilidade de instalar infraestrutura na área
Reutilização para novas perfurações

8. Comparação

Tendo em vista as características da plataforma do tipo SPAR, das quais se destacam seu
excelente comportamento dinâmico em ondas, baixo custo de manutenção e pela possibilidade de se
trabalhar com árvore seca, esse tipo de sistema de apoio de superfície foi o escolhido para o projeto.
Apesar do tipo de solução FPSO ser mais encontrado na região, esta solução se apresentou mais
cara e redundante, haja vista a previsão de construção de um FSO para auxiliar no escoamento da
produção.

8.2. Escolha do Arranjo Submarino

Pela produtividade, pela dimensão estimada do reservatório e os benefícios advindos da


completação múltipla, a escolha de um arranjo múltiplo. Apesar da complexidade e do gasto com a
introdução e operação de válvulas como manifolds em grandes profundidades, pois quando ocorre
entupimento ou alguma falha mecânica, o reparo deve ser prontamente identificado e executado por
robôs, a produtividade e o lucro advindo da produção, compensa o método escolhido.

8.3. Escolha do Tipo de Perfuração

A opção feita no arranjo submarino condiciona a perfuração, que deve ser feita
multilateralmente, ou seja, com um motor de fundo instalado na coluna de perfuração. Para
acrescentar detalhes à operação, podemos citar o sistema MWD descrito no Capítulo 3, que
apresenta uma boa solução para a perfuração desse tipo de poço pelos motivos expostos no próprio
capítulo.
8.4. Escolha do Método de Completação

Tendo em vista a escolha da plataforma tipo SPAR, a qual apresenta movimento de heave
bastante reduzido, a opção de completação seca (árvore seca) passa ser aplicável no projeto. Tendo
em vista seu menor custo de operação, sua composição mais simples, custos reduzidos com seus
reparos, seus menores riscos de segurança de fluxo e seu maior fator de recuperação, a completação
do tipo seca (árvore seca) será adotada neste projeto.

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8.5. Escolha do Sistema de Interface Solo - Sistema de Apoio de Superfície

Tendo em vista a escolha da plataforma tipo SPAR, a qual apresenta movimento de heave
bastante reduzido, a opção de riser rígido passa ser aplicável no projeto. Tendo em vista a sua
aplicabilidade para qualquer profundidade, a fácil inspeção pela simplicidade da estrutura e o seu
custo reduzido, o riser a ser empregado no projeto será o do tipo rígido.

8.6. Escolha do Sistema de Alívio

Conforme apresentado anteriormente, a costa de santos apresenta uma infraestrutura de


gasodutos apoiando a produção de gás em alto mar. Dessa forma, tendo em vista o afastamento da
costa do campo de exploração em questão juntamente com o problema da inexistência de oleodutos
na região, será adotado FSO a 3km aproximadamente, para armazenamento e alívio do óleo
produzido para o caso de adoção de plataforma sem grande capacidade de armazenamento.

9. Referências

[1] - Fisk, S. and Savvides, N. (2012). Significant ships of 2013. London: Royal Institution of Naval
Architects, pp.100-101.
[2] - Suez Canal Authority, characteristics. Disponível em: <https://www.suezcanal.gov.eg>
Acessado em: 15/08/19.
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PNV3415 - PROJETO DO NAVIO

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