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eficiência mais precisa que fornece uma base racional para identificar e quantificar
O custo total de propriedade (TCO) da infra-estrutura física de redes críticas (NCPI) em um data
center típico pode variar entre $80.000,00 a $150.000,00 por rack, em 10 anos. Desse TCO, o
custo do consumo de energia elétrica é um fator significativo, da ordem de 20% do custo total.
Isso interessa porque grande parte do consumo de energia elétrica é desperdiçada (na forma de
energia térmica) e uma quantidade significativa desse desperdício é evitável. É estimado que , os
data centers consumam mundialmente cerca de 40.000.000.000 de kWh de eletricidade por ano
e a redução do desperdício associado a esse consumo é uma questão significativa de política
pública e também uma preocupação financeira importante para operadores de data centers . 2
“Energia útil” é tudo aquilo que é considerado resultado desejado para o sistema específico, que
pode depender não somente da natureza do sistema, mas também do contexto de sua utilização.
Por exemplo, uma lâmpada incandescente cuja saída é composta de 5% de luz e 95% de calor
pode ser vista como uma lâmpada com 5% de eficiência ou um aquecedor com 95% de eficiência,
dependendo do uso: se está sendo utilizada para iluminar uma sala ou para aquecer um
ambiente. “Saída útil” é tudo aquilo que faz sentido para o sistema analisado.
Para a infra-estrutura física do data center, a entrada é a eletricidade e a saída útil é a energia
elétrica para os equipamentos de computação.
1
Detalhes dos fatores que contribuem com o TCO estão descritos no Relatório Oficial da APC No. 6,
Determinação do Custo Total de Propriedade da infra-estrutura para data centers e salas de redes.
2
http://www.eei.org/magazine/editorial_content/nonav_stories/2004-01-01-NT.htm (acessado em 14 de
junho de 2006).
Neste relatório um data center é modelado como um sistema elétrico cuja “entrada total” é a
energia elétrica consumida da concessionária de energia e cuja “saída útil” é a quantidade de
energia elétrica para o processamento que ele fornece, que pode ser representado pela
quantidade de energia elétrica fornecida aos equipamentos de TI.
Se o data center fosse 100% eficiente, toda a energia elétrica fornecida para o data center
chegaria até as cargas de TI. No mundo real há várias maneiras da energia elétrica ser
consumida por dispositivos diferentes das cargas de TI, devido aos requisitos práticos para
manter os equipamentos de TI alojados, alimentados, resfriados e protegidos corretamente, de
modo que possam fornecer sua capacidade útil de processamento. (Essas tarefas são de
responsabilidade da infra-estrutura física de redes críticas dos data centers, indicados aqui pela
sigla NCPI.) Outros dispositivos, que não são os equipamentos de TI e que consomem energia
elétrica do data center são, entre outros: os transformadores, no-breaks (UPS), fiação de energia
elétrica, ventiladores, aparelhos de ar condicionado, bombas, umidificadores e iluminação.
Alguns desses dispositivos, como os no-breaks (UPS) e os transformadores estão em série com
as cargas de IT (porque fornecem o caminho da energia elétrica para alimentá-los) enquanto
outros, como a iluminação e os ventiladores estão em paralelo com as cargas de IT porque
realizam outras funções de suporte no data center. A Figura 3 ilustra esses componentes
internos do consumo de energia no modelo de eficiência de data centers.
3
A relação exata entre a energia elétrica e os “bits movidos” está fora do escopo deste relatório, porém a
energia elétrica consumida pelos equipamentos de TI é uma medida justa do processamento fornecido,
para fins dessa análise. As melhorias na eficiência pela redução do consumo de energia dos próprios
equipamentos de TI são importantes, porém não são tratadas neste relatório.
Figura 3 – Detalhe do consumo de energia no modelo de eficiência de data centers
Esta é uma questão que se refere à estrutura. O objeto desta análise é a eficiência geral do data
center para produzir sua saída útil, que é o processamento. Data centers são não construídos
para produzir resfriamento ou proteção contra incêndio ou qualquer uma das outras coisas boas
que os equipamentos NCPI fazem. Embora as saídas desses equipamentos NCPI sejam
extremamente úteis para os trabalhos internos do data center, para ajudar e proteger sua saída
útil (processamento) elas propriamente dito não fazem parte da “saída útil” do data center, nem
há nenhuma razão para acreditar que elas devem consumir eletricidade. Atividades NCPI que
não fazem parte do caminho da energia elétrica devem ser consideradas um mal necessário no
suporte ao processamento do data center – portanto, no modelo de eficiência do data center elas
são consideradas como “desperdício”, que deve ser minimizado o máximo possível. Tudo deve
ser considerado como válido em projetos alternativos e novas tecnologias para reduzir o
consumo de energia geral em data center. Por exemplo, há data centers que utilizam métodos de
"resfriamento natural”, que aproveita o ar externo fresco usando técnicas como "rodas calor" e
resfriamento de placas e estruturas. Isto pode reduzir a quantidade de energia elétrica gasta em
resfriamento, o que aumenta a eficiência do data center.
A "saída útil" dos próprios componentes NCPI será uma preocupação crítica mais adiante nesse
relatório, na análise da eficiência individual de componente a componente – um pequeno quadro
de referência da eficiência em data centers – para reduzir as ineficiências internas (desperdícios)
no modelo de data center geral maior.
Observe que menos da metade da alimentação de energia elétrica em um data center é fornecida
realmente para as cargas de TI. O data center nesse exemplo é considerado como 30% eficiente.
(Como será mostrado, a alternativa 2 proporciona a maior oportunidade imediata para aumentar
a eficiência em data centers.) A Figura 5 ilustra que, o fato de reduzir o consumo de energia
interna, aumenta a eficiência em data centers.
Premissas incorretas
A tabela 1 relaciona três conceitos incorretos comuns que causam erros significativos nos
modelos de eficiência de data centers.
Observe que próximo de cargas muito pequenas, a eficiência deste dispositivo cai para zero. Isto
ocorre porque há algumas perdas, como as perdas do circuito de controle, que são
independentes da carga. Essa perda constante, independente da carga, é conhecida por
diversos nomes: perda sem carga, fixa, perda de shunt, tara, ou perda paralela. Este relatório
usará o termo perda sem carga.
A Figura 8 é uma outra visualização dos mesmos dados da Figura 7. Observe que à medida que
a carga cai, o consumo interno de energia do no-break (UPS) (a "perda," mostrada como a fração
vermelha de cada barra) se torna uma fração cada vez maior do total de energia elétrica,
reduzindo assim o valor percentual da eficiência. Isto é devido à fração da perda sem carga, que
permanece a mesma, independente da carga.
Figura 8 — Efeito da perda interna do no-break (UPS) na eficiência
O no-break (UPS) com os dados das Figuras 7 e 8 poderia ser descrito como tendo uma
eficiência de 91%. No entanto, esta é a eficiência com carga total, ou o cenário do melhor caso.
Em cargas baixas, onde a maioria dos data centers opera, dizer que este dispositivo tem uma
eficiência de 91% é claramente um erro – por exemplo, com 10% de carga o mesmo no-break
(UPS) apresenta uma eficiência de apenas 60%. Fica demonstrado claramente que um modelo
com um único parâmetro para a eficiência é inadequado nesse caso.
A Tabela 2 apresenta valores típicos desses três tipos de perdas, para diversos tipos de
equipamentos utilizados em um data center. As perdas são somadas na última coluna como
perda total do componente.
Tabela 2 – Perdas elétricas típicas de componentes NCPI expressas como
uma fração da capacidade de carga total do componente
Iluminação 1% - - 1%
Fiação - - 1% 1%
Ar cond. 9% 0 - 9%
sala comp.
Umidificador 1% 1% - 2%
Conforme a Tabela 2, pode ser observado que, ao caracterizar cada tipo de dispositivo usando
não mais que dois parâmetros, é possível criar modelos mais completos para os componentes
utilizados em data centers. Observe que as perdas nessa tabela são expressas como
porcentagem da capacidade de carga total do equipamento e, em cargas reais abaixo da carga
total, a perda percentual variará da seguinte forma:
A eficiência de um no-break (UPS) típico ilustrado nas Figuras 7 e 8 não poderia ser modelada
com precisão com um único parâmetro de eficiência, porém foi modelado apropriadamente pelos
parâmetros de perda sem carga (4%) e de perda proporcional (5%) da Tabela 2.
Efeito do sub-carregamento na eficiência do componente
A seção anterior explica que a eficiência dos sistemas
elétricos e de resfriamento cai significativamente quando os Premissa incorreta No. 2
equipamentos são utilizados abaixo do valor de projeto do
equipamento. Isto significa que qualquer análise da eficiência Os componentes elétricos e de
do data center deve representar corretamente a carga como resfriamento operam com a carga
uma fração da capacidade de projeto. de projeto ou próximo dela
Os modelos que utilizam um único valor de eficiência para modelar os equipamentos não são
sensíveis à carga (a eficiência não muda com a carga nesses modelos). Ainda assim é um fato
que nos data centers médios, os equipamentos elétricos e de resfriamento operam
rotineiramente bem abaixo da capacidade nominal. O resultado é que tais modelos
superestimam significativamente a eficiência real dos data centers.
Para cada tipo de componente elétrico ou de resfriamento há quatro razões por que um
componente poderia ser operado abaixo de sua capacidade nominal:
A carga de TI é menor que a capacidade de projeto do data center. A pesquisa é clara: a média dos
data centers opera a 65%, abaixo do valor de projeto. Esta situação é descrita mais
detalhadamente no Relatório Oficial da APC No. 37, Como evitar custos devido ao
superdimencionamento do data center e da infra-estrutura da sala de rede. As próximas seções
deste relatório mostrarão que a sub-utilização é um fator que contribui muito para a ineficiência
de data centers.
Se uma PDU alimenta uma seção do data center que é utilizada fisicamente para capacidade
futura, porém ainda não está usando a capacidade total de potência desta PDU, então a
capacidade restante dessa PDU não pode ser utilizada se as outras 9 PDUs estiverem
totalmente carregadas. Nessa configuração, a única maneira de garantir a plena capacidade do
data center é superdimensionar substancialmente a capacidade total da PDU. O
superdimensionamento típico da capacidade de uma PDU é da ordem de 30% a 100%. Como
nos exemplos anteriores, esse superdimensionamento degrada a eficiência do sistema. A Figura
9 ilustra a necessidade de superdimensionamento da PDU para atender a diversidade da carga.
Deve ser notado que o mesmo problema que provoca o superdimensionamento da PDU também
determina o superdimensionamento dos condicionadores de ar.
Figura 9 — Efeito da diversidade de cargas no dimensionamento da PDU
• os componentes são modelados com uma perda sem carga, mais uma perda proporcional à
carga, mais uma perda proporcional ao quadrado da carga
• O superdimensionamento devido ao derating/reclassificação do componente está incorporado
• A sub-utilização devido a projetos com redundância N+1 ou 2N está incorporado
• A carga de resfriamento inclui a carga dos equipamentos de TI e a carga térmica devido à
ineficiência dos componentes internos elétricos e de resfriamento
• Para uma determinada instalação de data center, o modelo fornece uma saída gráfica da
eficiência em função da carga, entendendo que data centers típicos operam bem abaixo da
capacidade de projeto
Um modelo para computador baseado nesses princípios foi implementado para calcular o
consumo de energia na metodologia de análise de TCO de data center, descrito no Relatório
Oficial APC No. 6, Determinação do custo total de propriedade (TCO) de data centers e da
infra-estrutura de sala de redes.
Esses dispositivos não podem ser modelados usando uma única curva de eficiência com base no
modelo simples de 3 parâmetros (perda sem carga, perda proporcional e perda quadrática da
carga) descrito neste relatório. Para estabelecer um modelo de eficiência para um dispositivo que
opera em diversos modos é utilizada uma técnica diferente. Felizmente, essa técnica é bem
conhecida e amplamente utilizada na área de engenharia.
Dispositivos que alternam entre modos diferentes de operação podem ser modelados
em um período longo usando uma técnica direta chamada de "ponderação média de
estado/espaço." Isto é feito determinando os períodos relativos do tempo gasto nos
diversos modos e, em seguida, gerando uma média ponderada da saída do sistema.
Esta técnica é aplicada facilmente em cálculos de eficiência e de perdas.
Para utilizar o modelo de eficiência descrito nesse relatório em dispositivos NCPI com
vários modos de operação, deve ser determinado primeiro as perdas fixas,
proporcionais e quadráticas, para cada modo de operação. Em seguida, a contribuição
da perda geral durante um período prolongado é calculada multiplicando-se a perda
em cada modo pela fração prevista do tempo gasto em cada modo. Por exemplo, uma
descrição completa de um sistema com dois modos de operação poderia exigir três
curvas de eficiência:
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Observe que esta curva de eficiência x carga é consideravelmente diferente das
estimativas baseadas em cálculos convencionais que utilizam os dados de eficiência
do componente publicados pelos fabricantes. Uma estimativa convencional da
eficiência de data centers descrita pela Figura 10 poderia ser um valor entre 60 a
70%, independentemente da carga. Observe a redução drástica na eficiência
prevista para o data center pelo modelo aperfeiçoado, particularmente em cargas mais
baixas onde muitos data centers realmente operam.
O modelo mostra que, em data centers com pouca carga, a ineficiência pode ser
dramática. Por exemplo, em um determinado data center carregado com apenas 10%
de sua capacidade nominal, para cada dez watts fornecidos ao data center apenas um
watt aproximadamente chega nos equipamentos de TI. Os nove watts restantes são
perdidos em ineficiências na infra-estrutura física da rede crítica.
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A Figura 11 mostra que o custo total de eletricidade em um data center de 1MW varia
entre $600.000,00 a $1.700.000,00 por ano, em função do tamanho da carga de TI.
Observe que, mesmo se não houver carga de TI o custo é maior que $500.000,00 por
ano, determinado pelas ineficiências dos sistemas elétricos e de resfriamento. Em um
nível de utilização de 30% da capacidade de um data center típico, acima de
70% dos custos da eletricidade são causados por ineficiências dos
equipamentos elétricos e de resfriamento.
Uma análise dos dados pode identificar e classificar rapidamente oportunidades para
reduzir perdas e melhorar a eficiência operacional de data centers:
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Figura 12 — Potencial de melhoria na eficiência de data center
Conclusão
Modelos convencionais de eficiência em data centers normalmente superestimam a
eficiência porque não tem a percepção correta do grau de superdimensionamento dos
equipamentos, nem levam em conta a redução da eficiência em cargas reduzidas na
qual a maioria dos data centers opera. Um modelo aperfeiçoado fornece valores
numéricos mais precisos para a eficiência de data centers, e também uma
compreensão sobre onde vão parar as perdas e como elas podem ser reduzidas.
Data centers típicos consomem mais de duas vezes a potência que as cargas de TI
exigem. O custo associado a esse consumo de energia é uma fração considerável do
custo total de propriedade do sistema. Toda a energia elétrica consumida além da
energia necessária para os equipamentos de TI é indesejável e grande parte dela pode
ser evitada.
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O superdimensionamento de data centers é o maior contribuinte individual para a
ineficiência do data center, sugerindo que soluções escaláveis, que podem crescer
com a carga de TI, oferecem uma oportunidade importante para reduzir os
desperdícios e os custos elétricos. As economias potenciais com o custo de
eletricidade de um data center típico de 1 MW são da ordem de $2.000.000,00 a
4.000.000,00 ao longo de uma vida útil típica de 10 anos das instalações.
Sobre o autor:
Neil Rasmussen é o Principal Executivo Técnico da APC-MGE. Neil define as
instruções de tecnologia para o maior orçamento de P&D do mundo dedicado à
energia elétrica, resfriamento e infra-estrutura de racks para redes críticas. Neil dirige
atualmente as pesquisas na APC-MGE para desenvolver soluções modulares e
escaláveis de alta eficiência para infra-estrutura de data centers e é o principal
arquiteto do sistema InfraStruXure da APC-MGE.
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