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Notas de aulas: Prof.

Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 1

APRESENTAÇÃO

Este texto visa orientar o aluno de graduação na fundamentação do assunto “cálculo


de carga térmica para câmaras de conservação” e dar apoio à realização do projeto didático
da disciplina Sistemas Frigoríficos. O texto apresentado não esgota o assunto e recomenda
estudos mais aprofundados nas bibliografias citadas e em outras referentes ao assunto.
Dados técnicos de equipamentos e assessórios devem ser procurados nos sites dos
fabricantes.

CÁLCULO DA CARGA TÉRMICA PARA CÂMARAS DE CONSERVAÇÃO

O cálculo da carga térmica de uma câmara de conservação se faz necessário para


fornecer parâmetros para a definição dos equipamentos relativos ao sistema frigorífico a ser
utilizado. Esta carga térmica deve ser determinada em kcal/h, kW ou TR porque a seleção
dos componentes do circuito frigorífico é feita com base em uma destas unidades, em
função das condições operacionais do sistema.
Entretanto, como algumas cargas térmicas estão presentes durante as 24 horas do
dia e outras estão presentes em frações pequenas do dia, é conveniente relacionar a carga
térmica às 24 horas do dia (kcal/24 h) e depois dividi-la pelo tempo de funcionamento do
sistema de refrigeração da câmara, que normalmente é de 18 a 20 horas/24 h. A fórmula de
cálculo é a seguinte:

Qtotal (kcal / 24h)


Qter (kcal / h ) =
18 a 20 (h / 24h)

Qtotal = Qin + Q p + Qres + Qint + Qv + Qd


Onde:
Qter = Carga térmica da câmara, kcal/h.
Qin = Carga térmica infiltrada através das paredes, piso e teto, exceto a carga de insolação
direta, kcal/24h.
Qp = Carga térmica de resfriamento da carga produto diária, kcal/24h.
Qres = Carga térmica de respiração dos produtos tais como os hortifrutigranjeiros frescos e
queijos, kcal/24h.
Qint = Carga térmica introduzida durante a movimentação da porta da câmara, kcal/24h.
Qv = Carga térmica produzida pelos ventiladores do evaporador, kcal/24h.
Qd = Cargas térmicas diversas tais como pessoas, iluminação, carros movimentadores de
produtos e insolação direta.
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Antes de iniciar o cálculo da carga térmica é necessário definir alguns dados


iniciais.

Dados do projeto:
- Que produto será armazenado.
- Em que condições o produto entrará na câmara: fresco? Já congelado? (a que temperatura
(Tep)?).
- Qual é a temperatura interna de operação da câmara (Ti), quando em regime ou qual é a
temperatura final que se deseja para o produto (Tfp).
- Qual é a umidade relativa de operação esperada no interior da câmara (URc). Existem
tabelas que fornecem este dado em função do produto armazenado.
- Qual é a temperatura externa máxima esperada no ambiente onde a câmara será instalada
(Te).
- Qual é umidade relativa externa esperada no ambiente onde a câmara será instalada(URe).
- No caso de câmaras pré-fabricadas: Quais as dimensões externas da câmara: comprimento
(C), largura (L) e altura (H). Qual é o material isolante. Qual a espessura dos painéis
isolantes (Ei). Qual a espessura do piso (Ep).
- No caso de câmaras de alvenaria: Quais as dimensões das paredes de alvenaria
(comprimento, largura, altura e espessura). Qual é a espessura do reboco (Er). Qual é o
material isolante. Qual a espessura dos painéis isolantes. Qual a espessura do piso.

Carga máxima de produto da câmara (Pmáx.) - kg:


A carga máxima da câmara dependerá da densidade de armazenagem recomendada
para cada produto. É necessário considerar os espaços para a circulação de ar e para a
movimentação do produto armazenado. Na falta de dados precisos, a carga máxima pode
ser obtida através do produto do volume da câmara pela densidade de armazenagem
fornecida por tabelas de recomendações contidas em “Handbook” ou livros tais como
“ASHRAE – American Society of Heating, Refrigeration and Air-Condicitioning
Engineers, Inc” e “Manual prático do mecânico e do técnico de refrigeração” de
Giovavanni Anelli.
A densidade de estocagem bruta fornecida em tabelas já leva em consideração os
espaços para circulação de ar e para movimentação do produto. Na falta de dados mais
precisos podemos usar:
- Produtos congelados: 300 kg/m3.
- Produtos resfriados frescos: 160 kg/m3.

Carga de produto diária (Pd) – kg/24h:


Refere-se à parte do produto que é substituída diariamente. Há situações em que a
retirada e a reposição do produto não é diária, ou numa freqüência bem definida, o que
dificulta a determinação desta carga. No caso da freqüência de reposição não ser bem
definida, recomenda-se bom censo na definição desta carga tendo em vista que o sistema
frigorífico não deve ficar muito superdimensionado para o período que não há reposição,
nem deficiente no momento que for feito a recarga. Na maioria dos casos, adota-se a carga
de produto diária (Pd) igual à 10% da carga máxima de produto da câmara (Pmáx.).

Tempo de funcionamento diário da câmara (tf) – h/24h:


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É o tempo de efetivo funcionamento diário da unidade de refrigeração. Geralmente


este tempo é estipulado entre 18 e 20 horas. O tempo restante do dia é destinado a operação
de degelo, necessário para eliminar o gelo que se forma sobre a serpentina do evaporador.
A serpentina do evaporador deve trabalhar livre do gelo, pois este reduz substancialmente o
coeficiente global de transferência de calor.

Tempo de resfriamento da carga diária (tr) – h/24h:


É o tempo em horas destinado a resfriar a carga diária, da temperatura de chegada à
temperatura de armazenagem. Normalmente este tempo é inferior ao tempo de
funcionamento diário da câmara (tf). O projetista deve levar em consideração que quanto
menor for o tempo (tr), mais potente terá que ser a sua unidade de refrigeração. Portanto, a
potência da unidade de refrigeração dependerá fortemente de uma boa ponderação entre a
definição da carga diária e do tempo de resfriamento desta carga.

Carga térmica de iluminação da câmara(Pi) - W:


É a potência dissipada por lâmpadas de iluminação no interior da câmara.

Tempo de uso da iluminação (ti) – h/24h:


É o tempo em hora que a iluminação interna permanecerá ligada durante cada 24
horas.

Ocupação da câmara (np):


É o número de pessoas que entrarão na câmara por dia (np).

Tempo de permanência diária (tp) – h/24h.:


É o tempo de permanência das pessoas no interior da câmara em horas a cada 24
horas.

Cálculo da carga térmica

Cálculo da carga térmica de infiltração através das paredes, kcal/24h:

24h
Qin = UA(Te − Ti ).
dia
1
U=
1 x1 x 2 x 3 1
+ + + +
hi k1 k 2 k 3 he
Onde:
Qin = Carga térmica de infiltração através das paredes, kcal/dia = kcal/24h.
U = coeficiente global de transferência de calor, kcal/m2.h.oC.
A = Área superficial da parede, teto e piso, m2.
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hi = Coeficiente de filme interno, ≈ 6 a 7 kcal/m2.h.oC.


he = Coeficiente de filme externo, ≈ 6 a 7 kcal/m2.h.oC.
x1, x2, x3 = espessura de reboco, parede e isolante, m.
k1, k2, k3 = condutibilidade térmica de reboco, parede e isolante, kcal/m.h.oC.

A carga térmica de infiltração depende da diferença de temperatura entre o ar


externo e ar do espaço refrigerado e também da resistência térmica das paredes e
isolamento. Essa carga térmica pode ser consideravelmente reduzida pelo uso de uma
espessura adequada de isolante térmico aplicado a toda superfície interna da câmara e por
uma barreira de vapor. O isolante mais conhecido para obra de alvenaria é o poliuretano
expandido que tem baixa condutividade térmica, elevada resistência à compressão, peso
específico reduzido, ótima impermeabilidade e boa resistência à propagação de chama.
A tabela a seguir fornece a espessura de poliuretano recomendada para isolamento
em função da temperatura da câmara.

Espessura de Poliuretano expandido com densidade de 25 a 30 kg/m3.


Temperatura da câmara, oC. Espessura, cm
8 a 20 6
3a8 8
-5 a 3 10 a 12
-15 a -5 15
-20 a -15 18
-30 a -20 20
-40 a -30 24

Normalmente, usam-se duas placas sobrepostas e defasadas, tendo cada uma das
placas a espessura igual à metade do valor tirado pela tabela anterior. As placas de
densidade de 25 kg/m3 são recomendadas para paredes e teto, enquanto as placas de
densidade de 30 kg/m3 são recomendadas para o piso.

Propriedades do Pulioretano expandido


Propiedades Densidade de 25 kg/m3 Densidade de 30 kg/m3
Condutividade térmica ~ 0,029 kcal/h.m.oC ~ 0,029 kcal/h.m.oC.
Resistência à compressão 1,4 kg/m2 1,8 kg/m2

Sendo o isolante térmico a principal resistência térmica, a carga térmica de


infiltração pode ser calculada com boa aproximação pela equação a seguir:

Qin = Cin Aint . (Te − Ti )


Sendo:
Qin = Carga térmica de infiltração através das paredes, kcal/24h.
Cin = Coeficiente de infiltração para paredes, tetos e pisos, (kcal/m2.oC.24h).
Aint. = Área das superfícies internas da câmara, m2.
(Te – Ti) = Diferença de temperatura do ar externo e ar interno, oC.
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A tabela a seguir fornece valores indicativos do coeficiente de infiltração Cin, em


função da espessura das paredes isolantes, de poliuretano, para uma câmara cuja
temperatura externa é de 36 oC e a temperatura interna é de 0 oC.

Coeficiente de infiltração para paredes, pisos e tetos isolados com


pulioretano de densidade 25 kg/m3 e 30 kg/m3.
Espessura Cin, kcal/m2.oC.24h
10 7,8
12 6,7
15 5,5
18 4,7
20 4,3
24 3,5

Cálculo da carga térmica de resfriamento da carga de produto diária, kcal/24h.

O resfriamento da carga de produto pode ser feito em três etapas. A primeira etapa
compreende o resfriamento do produto da temperatura do produto na entrada da câmara até
alcançar a sua temperatura de congelamento. A segunda etapa compreende o processo de
congelamento. A terceira etapa compreende a redução da temperatura do produto
congelado até alcançar a temperatura final de congelamento.

[
Qc = Pd Cp r (Tep − To ) + λ p + Cp c (To − T fp ) ]
Onde:
Pd = Carga máxima de produto diária, kg/24h.
Cpr = Calor específico do produto na fase de resfriamento, kcal/kg oC.
Tep = Temperatura do produto ao entrar na câmara, oC.
To = Temperatura de congelamento do produtro, oC.
λp = Calor latente de congelamento do produto, kcal/kg.
Cpc = Calor específico do produto na fase sólida, kcal/kg oC.
Tfp = Temperatura final do produto armazenado, oC.

O calor específico, a temperatura de congelamento, o calor latente de congelamento


e a temperatura de armazenagem de vários produtos são fornecidos por tabelas publicadas
em literaturas tais como “ASHRAE – American Society of Heating, Refrigeration and Air-
Condicitioning Engineers, Inc” e “Manual prático do mecânico e do técnico de
refrigeração” de Giovavanni Anelli. Consulte as tabelas resumidas no apêndice.
A carga máxima de produto diária nem sempre é bem definida, pois na maioria das
vezes o carregamento é muito aleatório. Freqüentemente, adota-se a carga de produto diária
(Pd) igual à 10% da carga máxima de produto da câmara (Pmáx.).
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Carga térmica de respiração dos produtos hortifrutigranjeiros, kcal/24h.

Esta carga térmica é proporcionada pela atividade biológica residual que acontece
em produtos hortifrutigranjeiros e queijos frescos. Esta carga não existe nas carnes, nos
peixes e em nenhum produto congelado.

Qresp = Pmax .qres


onde:

Qres = Carga térmica de respiração, kcal/24h.


Pmax = Carga máxima de produto na câmara, kg:
qres = Calor de respiração do produto armazenado, kcal/kg.24h.

O calor de respiração de produtos hortifrutigranjeiros frescos é fornecido por tabelas


publicadas em literaturas tais como “ASHRAE – American Society of Heating,
Refrigeration and Air-Condicitioning Engineers, Inc” e “Manual prático do mecânico e do
técnico de refrigeração” de Giovavanni Anelli.

Carga térmica introduzida durante a movimentação da porta da câmara, kcal/24h.

Durante a utilização da câmara, ar frio sai e ar quente entra na câmara introduzindo


uma carga térmica devido a renovação de ar.

Qint = Rar .qart


onde:
Qint = Carga térmica introduzida durante a movimentação da porta da câmara, kcal/24h.
Rar = Renovação de ar durante a movimentação da câmara (Emissão de ar para o exterior),
m3/24h.
qart = Carga térmica por metro cúbico de ar trocado, kcal/m3.

A carga térmica para o resfriamento do ar de troca depende da temperatura externa,


da temperatura interna da câmara e da umidade relativa externa.
A carga térmica por metro cúbico de ar trocado e a emissão de ar para o exterior em
função do volume da câmara são fornecidas por tabelas publicadas em literaturas tais como
“ASHRAE – American Society of Heating, Refrigeration and Air-Condicitioning
Engineers, Inc” e “Manual prático do mecânico e do técnico de refrigeração” de
Giovavanni Anelli.
Uma outra fórmula pode ser usada para cálculos rápidos:

Qint = f serv . .Vcâmara


O fator de serviço é tabelado em função do volume da câmara e da diferença na
temperatura do ar externo e interno, como visto a seguir:
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FATOR DE SERVIÇO, kcal/m3.24h


Volume da câmara, m3 Diferença na temperatura do ar externo e interno, oC
30 35 40 45 50 55 60
10 650 750 870 970 1100 1200 1300
15 570 650 750 850 950 1050 1150
20 520 600 700 780 870 950 1050
30 440 510 600 660 730 800 880
50 350 410 470 530 580 640 700
70 290 340 390 430 480 530 580
100 240 280 320 360 400 440 480
150 190 220 250 280 320 350 380
200 160 185 210 240 270 290 320
300 125 145 165 185 210 230 250
500 105 120 140 160 175 190 210
700 95 110 125 140 160 175 190
1000 90 105 120 135 150 165 180

Carga térmica produzida pelos ventiladores do evaporador, kcal/24h.

Como nesta altura do projeto ainda não se conhece o evaporador que será usado,
esta carga pode ser calculada com o auxílio do gráfico e fórmula a seguir:
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Qv = N vent .Fc
onde:

Qv = Carga térmica de dissipada pelos ventiladores dos evaporadores, kcal/24h.


Nvent = Energia dissipada nos motores do evaporador em um dia de operação, kWh/24h.
Fc = Fator de conversão = 860 kcal/kwh.

Quando o evaporador for definido, deve-se calcular a potência total absorvida pelos
ventiladores usando-se as seguintes fórmulas:
- Para motores monofásicos:

N v (kW ) = (V .I . cos ϕ ) / 1000

- Para motores trifásicos:

N v (kW ) = ( )
3.V .I . cos ϕ / 1000
Se o valor do cosφ não é fornecido pelo fabricante, pode-se adotar 0,6 a 0,8 (Anelli).
Entretanto, Hélio Creder em “Instalações Elétricas” diz que cosφ, teoricamente, pode variar
de 0 a 1; mas, quando for inferior à 0,85 pode trazer problemas como o superaquecimento
de condutores e o problema deve ser corrigido com instalação de capacitores.

Uma vez calculada a potência total absorvida pelos ventiladores, ela pode ser
convertida da seguinte forma:

N v (kcal / 24h ) = N v (kW ).t f (h / 24h ).860(kcal / kWh )


Este valor não deve supera em 10% o valor adotado para Nvent.

Cargas térmicas diversas,kcal/24h.

Nem sempre é fácil identificar todas as cargas térmicas possíveis de ocorrer em uma
câmara no período de 24 horas. Por esta razão, costuma-se adotar 10% da soma dos valores
calculados anteriormente como cargas térmicas diversas. Normalmente identificam-se
como cargas térmicas diversas:
- A carga térmica de ocupação: Que é o calor na forma sensível e latente, emitido
pelas pessoas que entram na câmara. Valores do calor de ocupação de pessoas em função
da temperatura da câmara encontram-se disponível em tabela no livro “Manual prático do
mecânico e do técnico de refrigeração” de Giovavanni Anelli. É necessário levar em
consideração o tempo de permanência e o número de pessoas.
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qo = n p .t p .co
Onde:

qo = Carga térmica de ocupação, kcal/24h.


np = Número de pessoas.
tp = Tempo de permanência, h/24h.
co = Calor de ocupação de pessoas, kcal/h.pessoas.

- A carga térmica de iluminação: Que é o calor emitido pelas lâmpadas dentro da


câmara.

qi =
(N l .ti ) .F
c
1000
Onde:

qi = Carga térmica de iluminação, kcal/24h.


Nl = Potência de lâmpadas, W.
ti = Tempo que as lâmpadas permaneceram ligadas, h/24h.
Fc = Fator de conversão de unidades = 860 kcal/kWh.

- A carga térmica de motores: Que é o calor dissipado por motores de


empilhadeiras ou carros movimentadores de carga.

qm = N m .t m .Fc
Onde:

qm = Carga térmica de ocupação, kcal/24h.


Nn = Potência de motores, kW.
tm = Tempo de operação dos motores dentro da câmara, h/24h.
Fc = Fator de conversão de unidades, 860 kcal/kWh.

- Carga de radiação solar: Que é o calor que penetra na câmara por insolação
quando esta está exposta ao sol. Na determinação desta carga entram fatores complexos que
demandam estudos específicos que levam em consideração: latitude, orientação das
paredes, coeficiente de absorção e transmissão das paredes e atraso de infiltração. Esta
carga não é calculada quando a câmara é instalada em ambiente interno de edifícios.
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ESCOLHA DO EVAPORADOR E DA UNIDADE CONDENSADORA

Na escolha da unidade evaporadora, é necessário levar em consideração que os


dados de capacidade frigorífica fornecidos em catálogos pelos fabricantes são obtidos com
a serpentina isenta de gelo, em função da temperatura de evaporação e de uma determinada
diferença de temperatura DTe = (Tc – Tef). Sendo Tc = Temperatura da câmara e Tef =
Temperatura de evaporação do fluido. No uso diário é comum a formação de gelo sobre os
tubos da serpentina e isso reduz a sua capacidade frigorífica. Assim como, a diferença de
temperatura de operação DTo pode ser menor que a diferença de temperatura de ensaio
DTe, que também reduzirá a capacidade frigorífica do evaporador. Portanto, é necessário
escolher uma unidade evaporadora com capacidade superior a carga térmica da câmara Qter
(kcal/kg), em função do fator de gelo FG e da razão DTe/DTo.
A capacidade frigorífica nominal da unidade evaporadora Qe,nom pode ser
determinada pela seguinte fórmula:

Qter .DTe
Qe ,nom =
DTo .FG
Geralmente a diferença entre a temperatura do ar na câmara e a temperatura do
fluido operante durante o ensaio do evaporador, DTe é de 10 oC. Já a diferença entre a
temperatura do ar na câmara e a temperatura do fluido operante durante a operação da
câmara, DTo é obtido do gráfico a seguir em função da umidade relativa desejada na
câmara:
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O fator de congelamento (FB) deveria ser indicado pelo fabricante, na falta deste
dado pode-se adotar na faixa de 0,87 a 0,94; sendo que o valor mais alto refere-se à
temperatura interna da câmara de 0 oC.
Ou seja, o projetista deve procurar um evaporador que na temperatura de
evaporação do sistema frigorífico, tenha capacidade frigorífica igual a Qe,nom.

A unidade condensadora terá que ter capacidade frigorífica capaz de retirar a carga
térmica gerada na câmara Qter. Porém, na escolha da unidade condensadora é necessário
considerar que os fabricantes costumam fornecer a capacidade frigorífica da unidade
condensadora em função de determinadas condições de temperatura de condensação e de
evaporação. Durante o ensaio de obtenção da capacidade frigorífica é mantido um
determinado grau de sub-resfriamento na saída do condensador, um determinado grau de
super-aquecimento na saída do evaporador, serpentina isenta de gelo e aletas do
condensador limpas. Na operação nas câmaras não é possível manter as mesmas condições
do ensaio. Portanto, é recomendável aplicar um fator FC ≈ 1,2 sobre a carga térmica da
câmara Qter e usar o produto obtido para a escolha da unidade condensadora.

Qec,nom = Qter . FC

Onde:
Qec,nom = Capacidade frigorífica usada para a escolha da unidade condensadora em função
das condições operacionais de condensação e evaporação.

ESCOLHA DA VÁLVULA DE EXPANSÃO

Os fabricantes de válvulas de expansão costumam disponibilizar os dados da


capacidade frigorífica dos seus diversos modelos em função da temperatura de
condensação, da temperatura de evaporação e da perda de carga na válvula. Na escolha do
tipo de válvula de expansão, o aluno deve recordar-se da aula específica sobre o assunto
que leva em consideração o tipo de evaporador e sua perda de carga. A priori a capacidade
frigorífica nominal da válvula deve ser igual à capacidade térmica calculada da câmara.
Entretanto, recomenda-se atenção sobre as condições de ensaio da válvula de expansão e a
verificação da necessidade ou não de se aplicar um fator de correção.
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APÊNDICE
COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO DE CALOR
DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
MATERIAL CONDUTIBILIDADE, K
(W/m.oC)
Acabamento:
- Cimento asbestos 0,58
- Gesso
- Lambris 0,12
- Reboco
- Ladrilho ou cerâmica 0,13
- Pedra 1,80
- Madeira de lei (cedro, canela etc.) 0,16
- Pinho 0,12

Parede:
- Concreto com areia e pedra 1,72
- Tijolo comum (meia vez) 0,72
- Tijolo comum (uma vez) 1,29
- Tijolo de concreto furado de 10 cm 0,20
- Tijolo de concreto furado de 20 cm 0,13

Isolamento:
- Fibras de lãs minerais (vidro ou rocha) 0,04
- Fibra de madeira 0,04
- Cortiça 0,04

DIFERENCIAL DE TEMPERATURA USADA NOS PROJETOS


(baseada na diferença de 9,4 oC entre a Temperatura externa e o recinto condicionado)
(se a diferença de temperatura for superior à 9,4 oC, soma-se à tabela o que exceder valor)
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TIPO DE SUPERFÍCIE DT (oC)


Parede exterior 9,4
Vidros nas paredes exteriores 9,4
Vidros nas divisórias 5,5
Vitrinas de lojas com grande carga de luz 16,6
Divisórias 5,5
Divisórias junto de cozinha, lavanderias ou aquecedores 13,8
Pisos sobre recintos não-condicionados 5,5
Pisos do térreo 0
Pisos sobre porão 0
Pisos sobre cozinhas, lavanderias ou aquecedores 19,4
Pisos sobre espaços ventilados 9,4
Pisos sobre espaços não-ventilados 0
Tetos sobre espaços não condicionados 5,5
Tetos sobre espaços com cozinhas, lavanderias e aquecedores 11,1
Tetos sob telhado com ou sem sótão 9,4
COEFICIENTE GLOBAL DE TRANSMISSÃO DE CALOR PARA VIDROS
JANELAS W/m2.oC
Janelas de vidros simples 6,01
Janelas de vidros duplos 3,63
Janelas de vidros triplos 1,93
Blocos de vidro 3,17

PERCENTUAL DE ENERGIA REFLETIDA E ABSORVIDA EM FUNÇÃO DA COR


Cor Calor Refletido Calor Absorvido
Alumínio polido 72% 28%
Vermelho claro 37% 63%
Preto 6% 94%

DENSIDADE DE ESTOCAGEM DE PRODUTOS BRUTO POR m3 DA CÂMARA


Produto Kg/m3
Couve-flor – Sorvetes – Maçãs 150 a 199
Lagostas – Framboesas – Pizza 200 a 249
Vitelos (quartos anteriores engradados) 250 a 299
Carneiros (carcaça)
Espinafre
Vitelos (quartos posteriores engradados) 300 a 349
Carne moída – Doces em latas – Frutas
Peixes - Vagem
Porcos (carcaça) 350 a 399
Batatas fritas
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Frangos
Verduras
Lombinho sobre engradado 400 a 449
Gansos – Perus
Frutas congeladas para indústrias 450 a 499
Peixes congelados para indústrias
Verduras congeladas para indústrias
Manteiga (em caixote de papelão) 500
Carne (em lata) – Castanhas
Frutas congeladas (em latas ou caixas)
Massa (caneloni, ravióli)
Presunto – Ovos congelados

DENSIDADE DE ESTOCAGEM DE PRODUTOS PENDURADOS SOBRE TRILHOS


kg/m de trilho
Produto Kg/m
Metades de vitelos (quartos anteriores e 350 a 400
posteriores) sobre trilhos
Quartos de porcos 400 a 500

CALOR DE OCUPAÇÃO POR PESSOA


Temperatura da Câmara, oC Calor de ocupação, (kcal/h) x pessoa
10 180
5 210
0 235
-5 260
-10 285
-15 310
-20 340
-25 365

EMISSÃO DE AR PARA O EXTERIOR DEVIDO A ABERTURA DAS PORTAS


DA CÂMARA
VOLUME DA CÂMARA, m3 EMISSÃO DE AR m3/24h
4a6 255
7a8 285
9 a 11 330
12 a 15 375
16 a 20 420
21 a 25 480
26 a 35 545
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36 a 45 610
46 a 60 700
61 a 80 800
81 a 110 920

CARGA TÉRMICA PARA O RESFRIAMENTO DO AR DE TROCA


Kcal/m3 de ar
Temperatura externa da câmara, + 20 oC
Umidade relativa de câmara de 90%
Temperatura interna Umidade relativa externa %
da câmara, oC 40 45 50 55 60
+10 2,1 2,7 3,2 ,3,7, 4,3
+5 5,0 5,5 6,1 6,6 7,1
0 7,5 8,0 8,6, 9,1 9,6
-5 9,7 10,2 10,8 11,3 11,8
-10 11,7 12,2 12,7 13,2 13,8
-15 13,5 14,0 14,5 15,1 15,6
-20 15,2 15,7 16,2 16,7 17,2
-25 16,8 17,3 17,8 18,3 18,9
-30 18,4 18,9 19,4 19,9 20,4
-35 19,9 20,4 20,9 21,4 21,9
-40 21,4 21,8 22,4 22,9 23,4

CARGA TÉRMICA PARA O RESFRIAMENTO DO AR DE TROCA


Kcal/m3 de ar
Temperatura externa da câmara, + 25 oC
Umidade relativa de câmara de 90%
Temperatura interna Umidade relativa externa %
da câmara, oC 40 45 50 55 60
10 5,0 5,7 6,4 7,1 7,8
5 7,8 8,5 9,2 9,9 10,6
0 10,3 11,0 11,7 12,4 13,1
-5 12,4 13,1 13,8 14,5 15,2
-10 14,4 15,1 15,7 16,4 17,1
-15 16,1 16,8 17,5 18,2 18,9
-20 17,8 18,5 19,2 19,8 20,5
-25 19,4 20,1 20,7 21,4 22,1
-30 20,9 21,6 22,2 22,9 23,6
-35 22,4 23,0 23,7 24,4 25,1
-40 23,8 24,5 25,2 25,8 26,5

CARGA TÉRMICA PARA O RESFRIAMENTO DO AR DE TROCA


Kcal/m3 de ar
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 16

Temperatura externa da câmara, + 30 oC


Umidade relativa de câmara de 90%
Temperatura interna Umidade relativa externa %
da câmara, oC 40 45 50 55 60
10 8,2 9,1 10,0 11,0 11,9
5 11,0 11,9 12,8 13,7 14,7
0 13,4 14,3 15,2 16,1 17,0
-5 15,5 16,4 17,3 18,2 19,1
-10 17,4 18,3 19,2 20,1 21,0
-15 19,1 20,0 20,9 21,8 22,7
-20 20,7 21,6 22,5 23,4 24,3
-25 22,3 23,2 24,1 25,0 25,9
-30 23,8 24,7 25,5 26,4 27,4
-35 25,2 26,1 27,0 27,9 28,8
-40 26,6 27,5 28,4 29,3 30,2

CARGA TÉRMICA PARA O RESFRIAMENTO DO AR DE TROCA


Kcal/m3 de ar
Temperatura externa da câmara, + 35 oC
Umidade relativa de câmara de 90%
Temperatura interna Umidade relativa externa %
o
da câmara, C 40 45 50 55 60
10 11,8 13,0 14,2 15,4 16,6
5 14,5 15,7 16,9 18,1 19,3
0 16,9 18,1 19,2 20,5 21,7
-5 18,9 20,1 21,3 22,5 23,7
-10 20,8 22,0 23,1 24,3 25,5
-15 22,5 23,7 24,8 26,0 27,2
-20 24,1 25,2 26,4 27,6 28,8
-25 25,6 26,7 27,9 29,1 30,3
-30 27,0 28,2 29,4 30,5 31,7
-35 28,5 29,6 30,8 31,9 33,1
-40 29,8 31,0 32,1 33,3 34,5

CARGA TÉRMICA PARA O RESFRIAMENTO DO AR DE TROCA


Kcal/m3 de ar
Temperatura externa da câmara, + 40 oC
Umidade relativa de câmara de 90%
Temperatura interna Umidade relativa externa %
o
da câmara, C 40 45 50 55 60
10 15,9 17,5 19,0 20,6 22,2
5 18,6 20,1 21,7 23,2 24,8
0 20,9 22,4 23,9 25,5 27,0
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 17

-5 22,9 24,4 25,9 27,5 29,0


-10 24,7 26,2 27,7 29,2 30,8
-15 26,4 27,9 29,4 30,9 32,4
-20 27,9 29,4 30,9 32,4 33,9
-25 29,4 30,9 32,4 33,9 35,4
-30 30,8 32,3 33,8 35,3 36,8
-35 32,2 33,7 35,1 36,6 38,2
-40 33,5 35,0 36,5 38,0 39,5

INFILTRAÇÃO DE CALOR DEVIDO A DIFERÊNÇA DE TEMPERATURA


(não foi considerado efeito de radiação)
Kcal/(área externa)m2.(∆T) oC
MATERIAL DENSIDADE Espessura, mm
3
Kg/m 60 80 100 120 150 180 200
Poliestireno expandido em 25 a 30 10 8,9 7,8 6,7 5,5 4,7 4,3
chapas (isopor)
Poliuretano expandido em 35 a 40 8,1 7,2 6,3 5,4 4,4 3,8 3,4
chapas
Poliuretano expandido 35 a 40 7,6 6,5 5,4 4,4 3,6 3 2,6
injetado
Cortiça expandida 80 a 100 - 10,2 9,7 8,2 6,6 5,8 5,2
Vidro celular expandido 144 - 15,3 12,6 9,9 8 7 6,4
(Foamglass)
Isover super T 12 a 16 - 8,6 7,4 6,2 5 4,4 4
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 18
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 19
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 20
PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS PRODUTOS CONSERVÁVEIS EM CÂMARAS FRIGORÍFICAS
PRODUTOS Calor específico Calor específico Calor latente de Ponto de Calor de respiração
antes do após o congelamento congelamento
CARNES congelamento congelamento
o
Kcal/kg. C Kcal/kg.oC Kcal/kg o
C Kcal/kgx24h
Cordeiro congelado - 0,3 47 -1,7 -
Cordeiro fresco 0,67 - - - -
Boi gordo - 0,35 44 -2,2 -
congelado
Boi gordo fresco 0,6 - - - -
Boi magro - 0,4 56 -1,7 -
congelado
Boi magro fresco 0,77 - - - -
Fígado 0,72 - - -1,7 -
Toucinho 0,52 - - - -
Porco congelado - 0,38 36 -2,2 -
Porco fresco 0,6 - - - -
Frango congelado - 0,42 59 -2,8 -
Frango fresco 0,79 - - - -
Presunto 0,68 - - -2,8 -
Vitelo fresco 0,71 - - -1,7 -
Paio e mortadela 0,86 - - -3,3 -
Defumados
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 21
PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS PRODUTOS CONSERVÁVEIS EM CÂMARAS FRIGORÍFICAS
PRODUTOS Calor específico Calor específico Calor latente de Ponto de Calor de respiração
antes do após o congelamento congelamento
FRUTAS congelamento congelamento
o
Kcal/kg. C Kcal/kg.oC Kcal/kg o
C Kcal/kgx24h
Damascos 0,88 - - -2,2 -
Abacaxi 0,90 - - -1,5 -
Melancia 0,97 - - -1,6 -
Laranjas 0,90 - - -2,2 0,10 a 0,25
Abacates 0,91 - - -2,7 3,7 a 11
Bananas 0,80 - - -2,2 2a6
Cerejas congeladas - 0,45 68 -3,3 -
Cerejas frescas 0,87 - - - 0,35 a 0,50
Figos secos 0,39 - - - -
Figos frescos 0,82 - - -2,7 -
Morango congelado - 0,48 72 -1,2 -
Morango fresco 0,92 - - - 0,6 a 0,9
Caqui 0,84 - - -2 -
Framboesas 0,85 - - -1 1,9 a 2,4
Limão 0,92 - - -2,2 0,3 a 0,8
Tangerinas 0,95 - - -2,2 1 a 1,5
Mangas 0,90 - - 0 -
Maçãs 0,86 - - -2 0,1 a 0,4
Melões 0,97 - - -1,4 0,5 a 1
Amoras 0,88 - - -1,7 -
Pêras 0,85 - - -2 0,18 a 0,22
Pêssego congelado - 0,46 69 -1,4 -
Pêssego fresco 0,90 - - - 0,22 a 0,35
Ameixas 0,88 - - -2 0,1 a 0,18
Uvas 0,86 - - -3 0,1 a 0,2
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 22
PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS PRODUTOS CONSERVÁVEIS EM CÂMARAS FRIGORÍFICAS
PRODUTOS Calor específico Calor específico Calor latente de Ponto de Calor de respiração
antes do após o congelamento congelamento
PEIXES congelamento congelamento
o
Kcal/kg. C Kcal/kg.oC Kcal/kg o
C Kcal/kgx24h
Peixe gordo congel. - 0,38 50 -2,2 -
Peixe gordo fresco 0,7 - - - -
Peixe magro congel. - 0,45 68 -1,7 -
Peixe magro fresco 0,86 - - - -
Bacalhau fresco 0,9 - - -2,2 -

PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS PRODUTOS CONSERVÁVEIS EM CÂMARAS FRIGORÍFICAS


PRODUTOS Calor específico Calor específico Calor latente de Ponto de Calor de respiração
antes do após o congelamento congelamento
DIVERSOS congelamento congelamento
Kcal/kg.oC Kcal/kg.oC Kcal/kg o
C Kcal/kgx24h
Cerveja 0,92 - - -2,2 -
Manteiga 0,64 - - -1,0 -
Crustáceos 0,90 - - -2,2 -
Queijo 0,50 a 0,75 - - - 1 a 1,4
Sorvete - 0,39 50 -2,80 -
Leite 0,93 - - -0,5 -
Mel 0,35 - - - -
Nozes secas 0,20 a 0,29 - - - 0,28
Ostra 0,83 - - -2,8 -
Ovos congelados - 0,40 53 -2,8 -
Ovos frescos 0,73 - - - -
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 23
PROPRIEDADES TÉRMICAS DOS PRODUTOS CONSERVÁVEIS EM CÂMARAS FRIGORÍFICAS
PRODUTOS Calor específico Calor específico Calor latente de Ponto de Calor de respiração
antes do após o congelamento congelamento
VERDURAS E congelamento congelamento
o
LEGUMES Kcal/kg. C Kcal/kg.oC Kcal/kg o
C Kcal/kgx24h
Aspargo congelado - 0,48 -75 -1,2 -
Aspargo fresco 0,94 - - - 1,5
Beterraba 0,90 - - -0,5 0,75
Brócolis 0,92 - - -1,6 3 a 4,7
Alcachofra congel. - 0,45 67 -1,7 -
Alcachofra fresca 0,87 - - - 1,2 a 3
Cenoura congelada - 0,45 70 -1,4 -
Cenoura fresca 0,86 - - - 0,5
Couve-flor 0,93 - - -1 1,25
Couve 0,94 - - -0,4 0,5
Pepino 0,93 - - -0,8 -
Cebolas 0,91 - - -1,1 0,18 a 0,20
Vagem 0,91 - - -1,3 2,7
Cogumelo 0,93 - - -1 1,5
Alface 0,96 - - -0,5 0,5 a 1,1
Berinjela 0,94 - - -0.9 -
Azeitona 0,80 - - 2 -
Batata 0,82 - - -1,7 0,8 a 1,8
Pimentões 0,94 - - -1,9 0,5
Ervilha congelada - 0,42 59 -1 -
Ervilha fresca 0,79 - - - 2
Tomate maduro 0,95 - - -0,5 0,5 a 0,8
Tomate verde 0,95 - - -0,5 0,9 a 1,15
Rabanete 0,78 - - -3,1 -
Nabo 0,93 - - -0,8 0,5
Aipo 0,95 - - -1,3 0,4 a 0,6
Espinafre congelado - 0,48 74 0,9 -
Espinafre fresco 0,94 - - - 1 a 1,2
Abóbora 0,92 - - -1 -
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 24

TEMPERATURA E UMIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PRODUTOS NÃO EMPACOTADOS


CARNES FRUTAS PEIXES
Produto Temp. Umidade Tempo de Produto Temp. Umidade Tempo de Produto Temp. Umidad Tempo de
conservação relativa conservação conservação relativa conservação conservação e conservação
o o o
C % C % C relativa
%
Cordeiro -18 90 6 a 8 meses Melões 4 a 10 85 a 90 1 a 4 meses Peixe -18 85 a 90 2 a 4 meses
congelado congelado
Cordeiro 0 a +1 85 a 90 1a2 Amoras -0,5 a 0 85 a 90 1 semana Peixe -1,5 a 0 85 a 90 1a2
Fresco semanas fresco semanas
Boi -15 90 a 95 6 a 9 meses Pêras -1 a 0 85 a 90 1 a 6 meses Bacalhau 0 a 1,7 90 a 95 3a4
congelado Fresco semanas
Boi -1 a +1 85 a 90 1a6 Abacaxi 7 85 a 90 2a4 DIVERSOS
fresco semanas semanas
Porco -18 90 a 95 4 a 6 meses Abacate 7 a 13 85 a 90 4 semanas Queijo -1 a +7 65 a 70 Varia
congelado
Porco -1 a 0 85 a 90 1a2 Banana 14 a 16 90 1a2 Sorvete -26 a -30 - 6a9
Fresco semanas semanas meses
Frango -18 90 a 95 9 a 10 Figos -2 a 0 85 a 90 1 semana Leite 0,5 - 1 semana
congelado meses frescos
Presunto -2 a 0 80 1 a 6 meses Morango -18 90 10 a 12 Mel 7 a 10 60 a 70 12 meses
Congelado meses
Paio e +4,5 a +7 85 a 90 6 meses Morangos 0 85 a 90 1 a 5 dias Pão -18 - -
Mortadela Frescos Congelado
defumada
Paio e -1 a +2 80 1 a 6 meses Mangas 10 85 a 90 2 a 3 dias Ovos - 12
Mortadela Congelado meses
fresca -18
Bacon +1 a +4,5 85 2a6 Maçãs -1 a 3 85 a 90 2 a 6 meses Ovos -1 a 0 - 12 meses
semanas frescos
Vitelo -1 a 0 90 a 95 1a3 Uvas -1 a 0 85 a 90 3a4 cerveja 1,5 a 4,5 - 1a3
Fresco semanas semanas meses
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 25
TEMPERATURA E UMIDADE DE CONSERVAÇÃO DE PRODUTOS NÃO EMPACOTADOS
VERDURAS E LEGUMES VERDURAS E LEGUMES VERDURAS E LEGUMES

Couve 0 90 a 95 3a4 Aspargo -18 85 a 90 6 a 12 Aspargo 0 90 a 95 2a3


semanas Congelado meses Fresco semanas
Cenoura -18 80 a 85 6 a 12 Beterraba 0 90 a 95 1a3 Brócolis 0 90 a 95 1a3
congelada meses meses semanas
Cenoura 0 90 a 95 1a2 Alcachofra -18 85 a 90 8 a 12 Alcachofra 0 90 a 95 3a4
fresca semanas Congelada meses Fresca semanas
Alface 0 90 a 95 1a3 Pepinos +7 a +10 90 a 95 1a2 Berinjelas +7 a +10 85 a 90 10 dias
semanas semanas
Couve – 0 90 a 95 2a3 Batata +4,5 a +10 85 a 90 4a8 Pimentões +7 a +10 85 a 90 8 a 10
Flor semanas meses meses
Tomates +7 a +10 85 a 90 2 a 7 dias Tomates +11 a +13 85 a 90 3a5 Espinafre -18 85 a 90 6 a 12
Maduros Verdes semanas Congelado semanas

ESPESSURA DO ISOLAMENTO (em mm) – Valores sugeridos para diversas temperaturas de câmara
Temperatura da Poliestireno Poliuretano Poliuretano Cortiça Vidro celular Isover
Câmara, oC Expandido em Expandido em Expandido Expandida expandido Super T
chapa chapa injetado Densidade de 80 a Foamglass Densidade
(isopor) Densidade de 35 a Densidade de 35 a 100 kg/m3 Densidade 144 De 12 a 16 kg/m3
3 3
densidade de 25 a 40 kg/m 40 kg/m kg/m3
30 kg/m3
+8 a +20 60 60 60 80 100 60
+3 a +8 80 60 60 100 120 80
-5 a +3 100 a 120 80 a 100 60 120 a 140 150 90 a 110
-20 a -15 180 140 90 220 260 a 280 160 a 180
-30 a -20 200 150 a 160 130 250 300 180 a 200
-40 a -50 240 180 a 200 130 300 360 220
Notas de aulas: Prof. Antonio Moreira dos Santos - Câmaras de conservação 26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1 – Manual prático do mecânico e do técnico de refrigeração. Autor: Giovanni Anelli. Tradução:


Romolo Traiano. Centro Studi Ca’Romana. Rio de Janeiro - 1995.

2 – Física Industrial – Refrigeração. Autor: Ênnio Cruz da Costa. Editora EMMA. Porto Alegre – 1976.

3 – ASHAE Hanbook – Applications – Equipment – Refrigeration – Systems – Fundamentals.

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