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APRESENTAÇÃO
Dados do projeto:
- Que produto será armazenado.
- Em que condições o produto entrará na câmara: fresco? Já congelado? (a que temperatura
(Tep)?).
- Qual é a temperatura interna de operação da câmara (Ti), quando em regime ou qual é a
temperatura final que se deseja para o produto (Tfp).
- Qual é a umidade relativa de operação esperada no interior da câmara (URc). Existem
tabelas que fornecem este dado em função do produto armazenado.
- Qual é a temperatura externa máxima esperada no ambiente onde a câmara será instalada
(Te).
- Qual é umidade relativa externa esperada no ambiente onde a câmara será instalada(URe).
- No caso de câmaras pré-fabricadas: Quais as dimensões externas da câmara: comprimento
(C), largura (L) e altura (H). Qual é o material isolante. Qual a espessura dos painéis
isolantes (Ei). Qual a espessura do piso (Ep).
- No caso de câmaras de alvenaria: Quais as dimensões das paredes de alvenaria
(comprimento, largura, altura e espessura). Qual é a espessura do reboco (Er). Qual é o
material isolante. Qual a espessura dos painéis isolantes. Qual a espessura do piso.
24h
Qin = UA(Te − Ti ).
dia
1
U=
1 x1 x 2 x 3 1
+ + + +
hi k1 k 2 k 3 he
Onde:
Qin = Carga térmica de infiltração através das paredes, kcal/dia = kcal/24h.
U = coeficiente global de transferência de calor, kcal/m2.h.oC.
A = Área superficial da parede, teto e piso, m2.
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Normalmente, usam-se duas placas sobrepostas e defasadas, tendo cada uma das
placas a espessura igual à metade do valor tirado pela tabela anterior. As placas de
densidade de 25 kg/m3 são recomendadas para paredes e teto, enquanto as placas de
densidade de 30 kg/m3 são recomendadas para o piso.
O resfriamento da carga de produto pode ser feito em três etapas. A primeira etapa
compreende o resfriamento do produto da temperatura do produto na entrada da câmara até
alcançar a sua temperatura de congelamento. A segunda etapa compreende o processo de
congelamento. A terceira etapa compreende a redução da temperatura do produto
congelado até alcançar a temperatura final de congelamento.
[
Qc = Pd Cp r (Tep − To ) + λ p + Cp c (To − T fp ) ]
Onde:
Pd = Carga máxima de produto diária, kg/24h.
Cpr = Calor específico do produto na fase de resfriamento, kcal/kg oC.
Tep = Temperatura do produto ao entrar na câmara, oC.
To = Temperatura de congelamento do produtro, oC.
λp = Calor latente de congelamento do produto, kcal/kg.
Cpc = Calor específico do produto na fase sólida, kcal/kg oC.
Tfp = Temperatura final do produto armazenado, oC.
Esta carga térmica é proporcionada pela atividade biológica residual que acontece
em produtos hortifrutigranjeiros e queijos frescos. Esta carga não existe nas carnes, nos
peixes e em nenhum produto congelado.
Como nesta altura do projeto ainda não se conhece o evaporador que será usado,
esta carga pode ser calculada com o auxílio do gráfico e fórmula a seguir:
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Qv = N vent .Fc
onde:
Quando o evaporador for definido, deve-se calcular a potência total absorvida pelos
ventiladores usando-se as seguintes fórmulas:
- Para motores monofásicos:
N v (kW ) = ( )
3.V .I . cos ϕ / 1000
Se o valor do cosφ não é fornecido pelo fabricante, pode-se adotar 0,6 a 0,8 (Anelli).
Entretanto, Hélio Creder em “Instalações Elétricas” diz que cosφ, teoricamente, pode variar
de 0 a 1; mas, quando for inferior à 0,85 pode trazer problemas como o superaquecimento
de condutores e o problema deve ser corrigido com instalação de capacitores.
Uma vez calculada a potência total absorvida pelos ventiladores, ela pode ser
convertida da seguinte forma:
Nem sempre é fácil identificar todas as cargas térmicas possíveis de ocorrer em uma
câmara no período de 24 horas. Por esta razão, costuma-se adotar 10% da soma dos valores
calculados anteriormente como cargas térmicas diversas. Normalmente identificam-se
como cargas térmicas diversas:
- A carga térmica de ocupação: Que é o calor na forma sensível e latente, emitido
pelas pessoas que entram na câmara. Valores do calor de ocupação de pessoas em função
da temperatura da câmara encontram-se disponível em tabela no livro “Manual prático do
mecânico e do técnico de refrigeração” de Giovavanni Anelli. É necessário levar em
consideração o tempo de permanência e o número de pessoas.
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qo = n p .t p .co
Onde:
qi =
(N l .ti ) .F
c
1000
Onde:
qm = N m .t m .Fc
Onde:
- Carga de radiação solar: Que é o calor que penetra na câmara por insolação
quando esta está exposta ao sol. Na determinação desta carga entram fatores complexos que
demandam estudos específicos que levam em consideração: latitude, orientação das
paredes, coeficiente de absorção e transmissão das paredes e atraso de infiltração. Esta
carga não é calculada quando a câmara é instalada em ambiente interno de edifícios.
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Qter .DTe
Qe ,nom =
DTo .FG
Geralmente a diferença entre a temperatura do ar na câmara e a temperatura do
fluido operante durante o ensaio do evaporador, DTe é de 10 oC. Já a diferença entre a
temperatura do ar na câmara e a temperatura do fluido operante durante a operação da
câmara, DTo é obtido do gráfico a seguir em função da umidade relativa desejada na
câmara:
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O fator de congelamento (FB) deveria ser indicado pelo fabricante, na falta deste
dado pode-se adotar na faixa de 0,87 a 0,94; sendo que o valor mais alto refere-se à
temperatura interna da câmara de 0 oC.
Ou seja, o projetista deve procurar um evaporador que na temperatura de
evaporação do sistema frigorífico, tenha capacidade frigorífica igual a Qe,nom.
A unidade condensadora terá que ter capacidade frigorífica capaz de retirar a carga
térmica gerada na câmara Qter. Porém, na escolha da unidade condensadora é necessário
considerar que os fabricantes costumam fornecer a capacidade frigorífica da unidade
condensadora em função de determinadas condições de temperatura de condensação e de
evaporação. Durante o ensaio de obtenção da capacidade frigorífica é mantido um
determinado grau de sub-resfriamento na saída do condensador, um determinado grau de
super-aquecimento na saída do evaporador, serpentina isenta de gelo e aletas do
condensador limpas. Na operação nas câmaras não é possível manter as mesmas condições
do ensaio. Portanto, é recomendável aplicar um fator FC ≈ 1,2 sobre a carga térmica da
câmara Qter e usar o produto obtido para a escolha da unidade condensadora.
Qec,nom = Qter . FC
Onde:
Qec,nom = Capacidade frigorífica usada para a escolha da unidade condensadora em função
das condições operacionais de condensação e evaporação.
APÊNDICE
COEFICIENTES DE TRANSMISSÃO DE CALOR
DOS MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
MATERIAL CONDUTIBILIDADE, K
(W/m.oC)
Acabamento:
- Cimento asbestos 0,58
- Gesso
- Lambris 0,12
- Reboco
- Ladrilho ou cerâmica 0,13
- Pedra 1,80
- Madeira de lei (cedro, canela etc.) 0,16
- Pinho 0,12
Parede:
- Concreto com areia e pedra 1,72
- Tijolo comum (meia vez) 0,72
- Tijolo comum (uma vez) 1,29
- Tijolo de concreto furado de 10 cm 0,20
- Tijolo de concreto furado de 20 cm 0,13
Isolamento:
- Fibras de lãs minerais (vidro ou rocha) 0,04
- Fibra de madeira 0,04
- Cortiça 0,04
Frangos
Verduras
Lombinho sobre engradado 400 a 449
Gansos – Perus
Frutas congeladas para indústrias 450 a 499
Peixes congelados para indústrias
Verduras congeladas para indústrias
Manteiga (em caixote de papelão) 500
Carne (em lata) – Castanhas
Frutas congeladas (em latas ou caixas)
Massa (caneloni, ravióli)
Presunto – Ovos congelados
36 a 45 610
46 a 60 700
61 a 80 800
81 a 110 920
ESPESSURA DO ISOLAMENTO (em mm) – Valores sugeridos para diversas temperaturas de câmara
Temperatura da Poliestireno Poliuretano Poliuretano Cortiça Vidro celular Isover
Câmara, oC Expandido em Expandido em Expandido Expandida expandido Super T
chapa chapa injetado Densidade de 80 a Foamglass Densidade
(isopor) Densidade de 35 a Densidade de 35 a 100 kg/m3 Densidade 144 De 12 a 16 kg/m3
3 3
densidade de 25 a 40 kg/m 40 kg/m kg/m3
30 kg/m3
+8 a +20 60 60 60 80 100 60
+3 a +8 80 60 60 100 120 80
-5 a +3 100 a 120 80 a 100 60 120 a 140 150 90 a 110
-20 a -15 180 140 90 220 260 a 280 160 a 180
-30 a -20 200 150 a 160 130 250 300 180 a 200
-40 a -50 240 180 a 200 130 300 360 220
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
2 – Física Industrial – Refrigeração. Autor: Ênnio Cruz da Costa. Editora EMMA. Porto Alegre – 1976.