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Agentes refrigerantes – Fluidos frigorigenos

Agentes refrigerantes primários

Características gerais

-Devem ter calor latente de vaporização muito elevado.

- A temperatura de vaporização à pressão de meio ambiente


deve ser suficientemente baixa.

- A pressão do agente refrigerante no fim da compressão não


deve ser muito alta.

- A pressão de vaporização é melhor que seja maior que a


pressão do ambiente.

- O quociente PC/Po, não deve ser muito alto, porque quanto


menor for, menor será o trabalho despendido na produção de
frio e as dimensões e o rendimento aumenta.

- A temperatura de solidificação deve ser muito baixa, enquanto


a temperatura crítica deve ser alta.

- A densidade e a viscosidade não devem ser maiores para


manter as perdas hidráulicas nos tubos e nas válvulas.

Requisitos físico – químicos

- É bom que se dissolvam na água.

- Quando se dissolvem no óleo é difícil de separar o agente de do


óleo e cria uma membrana de óleo que não permite um bom
intercâmbio de calor, enquanto que é fácil separar quando não
se dissolve.

- Devem ser inertes aos metais.

- Não devem ser nocivos à saúde.


Requisitos económicos

- Devem ser baratos e abundantes

Os principais refrigerantes podem ser divididos em três grupos,


com nomenclatura própria

R – refrigerante

Metano 10 CH4

Etano 110 C2H6

Propano 210 C3H8

Butano 310 C4H10

a) Refrigerantes derivados do metano e etano que tem a


composição química genérica.

CnHmClrFs

No caso do metano (n = 1)

Ex. diclorodifluorametano CCl2F2 – R12

Metano CH4 – R50

Etano C2H6 – R170

b) Refrigerantes inorgânicos que tem a designação genérica


de R7(M) em que M é o peso molecular da substância.

Ex. Amónia (NH3) M = 17 kg/kmol – R717

Água (H2O) M = 18 kg/kmol – R718

Dióxido de carbono (CO2) M = 44 kg/kmol – R744

c) Refrigerantes que resultam da mistura azeotrópica de dois


refrigerantes e que tem a designação genérica R5(n), em
que n é um número de dois dígitos que designa apenas a
ordem com que foram descobertos ou conhecidas as
misturas.

Ex. 0,75 R22 + 0,25 R12 – R501

0,488 R22 + 0,512 R115 – R502

Características de alguns refrigerantes

Amónia NH3 – R717 é incolor, tóxico, cheiro muito sufocante,


temperatura de vaporização à pressão de meio ambiente de -
33,35 °C; temperatura crítica de +132,4 °C; temperatura de
solidificação de -77,7 °C; dissolve-se na água e muito pouco no
óleo.

Amónia é considerado inflamável em uma mistura de 16 a 25 %


em volume com o ar. Pertence ao grupo dos refrigerantes
prejudiciais ou letais em concentração de ½ a 1 % para
exposição de ½ hora de duração. A densidade de amónia em
líquido a 0 °C é de 0,639kg/l. Quando as condições de
arrefecimento do condensador forem normais (superfícies de
contacto limpos, água suficiente, sem ar) e temperatura de água
de arrefecimento de 25 – 26 °C a pressão de condensação não é
maior que 1,2 MPa. No ar arde mal (chama amarela), no oxigénio
arde bem (chama verde). Se tiver humidade amónia destrói
cobre, zinco, bronze e outras ligas de cobre (com a excepção de
bronze fosforoso). Se tiver uma maior concentração de amónia
no ar influencia negativamente na qualidade de sabor de muitos
produtos alimentícios. Vapor de amónia é leve que o ar. Amónia
em líquido é condutor eléctrico. É muito usado na indústria
frigorífica pelas suas boas propriedades termodinâmicas e baixo
custo. Porém a sua temperatura no fim da compressão no
compressor, maior relação de pressão Pc/Po, aumentam
exigências de técnica e segurança na sua utilização. Utiliza-se
preferencialmente em instalações frigoríficas médias e altas
capacidades (acima de 60 kW) com temperaturas de
condensação ≤ 55 °C e to = -30 °C em compressores de um
estágio e de dois estágios até to ≥ -60 °C. Usa-se também em
múltiplos estágios nos compressores de parafuso de muita
potência, temperatura to ≤ -40 °C e nas instalações de absorção.

Freon 12 (R12)

É um gás pesado, incolor com muito pouco cheiro que começa a


sentir-se numa concentração de 20 % de volume. A densidade de
vapor de R12à pressão de 101 kPa e temperatura de 20 °C é 5,18
kg/m3 o que significa 4,18 vezes mais pesado que o ar seco nas
mesmas condições.

A densidade de R12 em líquido a 0 °C é de 1,39 kg/l. A sua maior


densidade de vapor aumenta as percas de pressão na tubagem e
nas válvulas dos compressores. Para diminuir as percas diminui-
se a velocidade de agente refrigerante aumentando os diâmetros
dos tubos e a área de secção das válvulas de passagem. Por isso
as dimensões dos compressores e diâmetros dos tubos de
instalações frigoríficas de freon são maiores que os de amónia
com a mesma potência. A temperatura de vaporização à pressão
atmosférica é de -29,8 °C, temperatura de solidificação de -155
°C. Em condições habituais a pressão no condensador 1 – 1,2
MPa. R12 não arde, a mistura com o ar não é inflamável nem
explosível. À temperatura de 400 °C começa a decomposição e a
formação de cloreto e fluoreto de hidrogénio e uma pequena
massa venenosa. Os produtos de decomposição provocam
irritação mucosa, dores de cabeça e vómitos. Por isso fumar e ,
usar resistências eléctricas e chama aberta onde estão instaladas
máquinas frigoríficas de freon é proibido. R12não é venenoso
mas concentração no ar mais de 30% do volume pode intoxicar
por falta de oxigénio. R12 em líquido se cair na pele pode
queimar ou danificar a vista. É inerte aos metais. Dissolve-se no
óleo diminuindo a sua viscosidade. R12 não se dissolve na água.
O limite máximo de humidade não mais que 0,0025% de massa
para compressores abertos e não mais que 0,0006% para
compressores herméticos. Vapores de R12 não influenciam na
qualidade de sabor dos produtos alimentares. O custo é maior
que amónia. Usa-se em instalações de um estágio com a
temperatura de condensação tC ≤ 75°C e to = - 30°C, mas pode-se
utilizar até to = - 70°C. Usa-se nas instalações em cascata e nos
compressores centrífugos. Nas geleiras, ar condicionados.

R22

É um gás pesado e incolor, a sua densidade é 4 vezes mais


pesado que o ar. Possui boas propriedades termodinâmicas e de
exploração. As pressões de trabalho são aproximadas à NH3 . A
temperatura de vaporização à pressão de meio ambiente +e de -
40°C e a temperatura de solidificação é de -160°C. Quando se
concentra no ar de um recinto pode intoxicar por causa da
insuficiência de oxigénio. A densidade de R22 em líquido à
temperatura de 0°C é de 1,285kg/l. R22 não é venenoso apesar
de ser um pouco tóxico em relação a R12. Não é inflamável nem
explosível mas quando em contacto com superfícies aquecidas
até 550°C, começa a decomposição e formação de cloreto e
fluoreto de hidrogénio. É inerte aos metais. R22 em líquido é um
bom condutor eléctrico. Dissolve-se no óleo em qualquer
percentagem, mas quando a baixas pressões (t = -10 ÷ -20°C) é
limitado. O limite de humidade é de 0,0025%. O R22 usa-se nas
instalações com temperaturas de vaporização desde +10 até -
70°C e temperaturas de condensação de t ≤ 50°C. Usa-se em
instalações de um ou dois estágios em compressores
alternativos, de parafusos, centrífugos de maior capacidade
frigorífica, em ar condicionados e pequenas instalações.

R134a

É quimicamente similar a R12, exige mais pressão do sistema e


maior quantidade de ar no condensador para retirar o calor.

O R12 e R134a desenvolvem mais ou menos as mesmas pressões


em temperaturas baixas, mas acima de +8°C o R134a começa a
atingir valores de pressão superiores a R12, quando submetido à
mesma temperatura. O R134a não contém cloro, por isso não
destrói o ozono. O R134a pode tornar se inflamável nas pressões
acima da pressão atmosférica, em combinação com
concentrações de ar superiores a 60%.

O R134a absorve mais água que o R12. O R134a precisa de


aproximadamente 10 a 20% mais agentes secadores do que
sistemas com o R12. Os óleos lubrificantes para sistemas de ar
condicionados baseados em minerais, não providenciam
lubrificação adequada em sistemas de R134a. O R134a tem um
potencial de eliminação de ozono igual a zero Entretanto tem um
potencial de aquecimento global de aproximadamente de 0,3.
Nos Estados Unidos é obrigatório a sua recuperação.

O gás R134a tem a densidade de 0,00425g/cm3, tem a


temperatura de solidificação de -103,3°C e a temperatura de
vaporização á pressão de meio ambiente -26,3°C. É substituto de
R12.

R404A
É um gás incolor com a temperatura de vaporização à pressão de
meio ambiente de -46,5 °C, temperatura crítica de +72,1°C,
pressão crítica de 3,74 MPa. Resulta da mistura de 44% de R125,
4% de R134a e 52% de R143a. É um substituto de R502 e
alternativa de R22. O líquido tem a densidade de 1,05g/cm3. É
favorável ao meio ambiente, não destrói a camada de ozono.

R407C

É refrigerante que resulta da mistura de 23% de R32, 25% de


R125 e 52% de R134a. Substitui o R502 e alternativa para o R22,
não danifica o ozono, não é inflamável nem tóxico. Tem o risco
de asfixia em altas concentrações. É incolor temperatura de
vaporização de -44°C, temperatura crítica de +86,74°C. É mais
pesado que o ar. Deve-se evitar que entre em esgotos, fossas,
caves…

R410A

É um gás incolor que resulta da mistura de 50% de R32 e 50% de


R125. É inofensivo em relação à camada de ozono. O rendimento
na climatização é maior que o R22, mas são entre 50 e 60% mais
altas as pressões em relação a R22. Equipamentos desenvolvidos
para com o R410A possuem um desempenho de 60% superior a
equipamentos similares que utilizam o R22. Tem a pressão e a
capacidade de refrigeração significativamente mais altas que o
R22. Tem a temperatura de vaporização de -48,5°C e de
solidificação de -155°C. O líquido de R410A tem a densidade de
1040 kg/m3 a 30°C, temperatura de crítica de +72,8°C, pressão
crítica de 4,86 MPa. Substitui o R502 e R22. Usa-se muito nos
aparelhos de ar condicionados.

R507
É um gás incolor sob temperaturas ordinárias é um líquido
incolor e transparente. Resulta da mistura de 50% de R143a e
50% de R125, é usado principalmente nos sistemas de
refrigeração de baixas temperaturas é o substituto de R502 e
R22. Tem a temperatura de vaporização de -47,1°C, temperatura
crítica de +70,9°C, pressão crítica de 3,74 MPa, densidade do
líquido 1,04 g/cm3. Não destrói a camada de ozono. Não é
inflamável nem tóxico. Risco de asfixia em altas concentrações, é
um gás pesado que o ar. A decomposição térmica forma
produtos tóxicos que podem ser corrosivos.

R600

Temperatura de vaporização é de -11,8°C à pressão de meio


ambiente, pressão de vapor 350 kPa a 25°C. Temperatura crítica
134,71°C, pressão crítica 3,64 MPa. Não destrói a camada de
ozono, a densidade de líquido é de 0,551 g/cm3 a 25°, o
coeficiente de enchimento não mais que 0,49 kg/l.

Refrigerantes secundários

São líquidos que transferem a energia da substância que está


sendo arrefecida para o evaporador de um sistema de
refrigeração. O refrigerante secundário sofre uma variação de
temperatura quando absorve o calor e o liberta no evaporador,
não apresentando nenhuma mudança de fase neste processo.
Em termos técnicos salmouras e anticongelantes são soluções
com temperaturas de congelamento abaixo de 0°C. Existem
vários tipos de anticongelantes, mas os mais usados são as
soluções de água e etileno glicol, cloreto de sódio e cloreto de
cálcio.

NaCl temperatura de solidificação -21,3°C; CaCl2 temperatura


de solidificação -55°C; C2H4(OH)2 -12,9°C.

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