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Estudo de caso

Para o objetivo desse projeto dimensionamos uma câmara fria para armazenamento de
congelados em um restaurante chamado Casa dos Congelados, localizado na cidade do Rio de
Janeiro.
Dados do projeto

Com base nas necessidades operacionais do restaurante, nas informações retiradas da Norma
ABNT NBR 16401-1:2008 e da carta psicrométrica, obtivemos os dados abaixo:

Dados da localidade

Local: Rio de Janeiro, RJ

Altitude: 6m

TBS = 36,2 °C

TBU = 27,5 °C

UR = 51,7 %

Dados da câmara fria

Produto: congelados diversos

T i = - 20°C
Dimensões: 3,0 m x 3,0 m x 2,1 m

UR = 92,5 %

Np = 1 pessoa

Dto = 2 h

Capacidade de armazenamento

Para definirmos a quantidade ideal de movimentação diária da câmara fria usamos a tabela
abaixo:

Para congelados a movimentação diária é de 100 kg/m² por área de piso. Como temos 9 m² de
área de piso:

kg
m=100 2
∗9 m2 =900 kg
m
A movimentação diária ideal para a câmara fria será de 900 kg.

Para definirmos a capacidade de armazenamento total usamos a tabela abaixo:


Decidimos adotar a capacidade de armazenamento do frango porque é o produto com mais
baixa densidade que ficará armazenado na câmara fria. Com isso a capacidade de
armazenamento recomendada será de 380 kg/m³. Como temos 18,9 m³ de área total:

kg
M =380 ∗18,9 m3 =7182 kg

A capacidade de armazenamento total da câmara é de 7182 kg.

Isolamento

Material

Por se tratar de uma câmara fria para congelados, optamos pelo PUR baseado nas afirmações
retiradas dos sites dos fabricantes abaixo:
É um tipo de matéria-prima mais barata, embora apresente um custo unitário maior que os outros
dois citados. Sua resistência térmica, no entanto, é superior aos materiais disponíveis, o que acaba
gerando uma economia significativa em longo prazo.
Se aplicado corretamente, dentro das normas vigentes as técnicas de termoisolamento, o PU não se
desloca e nem murcha, o que também agrega na questão do custo-benefício.

https://www.termovale.com.br/pt-br/novidades-e-dicas/conheca-um-pouco-mais-sobre-as-
materias-primas-usadas-em-isolamento-termico-e-acustico#:~:text=PU%20%2D
%20Poliuterano&text=%C3%89%20um%20tipo%20de%20mat%C3%A9ria,economia
%20significativa%20em%20longo%20prazo.

É um tipo de matéria-prima mais barata, embora apresente um custo unitário maior que os outros dois
citados. Sua resistência térmica, no entanto, é superior aos materiais disponíveis, o que acaba gerando
uma economia significativa em longo prazo.

Se aplicado corretamente, dentro das normas vigentes as técnicas de termoisolamento, o PUR não se
desloca e nem murcha, o que também agrega na questão do custo-benefício.

http://blogtermkcal.com.br/conheca-sobre-pir-pur-e-eps/

Espessura

∆ T =TBS−T i

∆ T =36,2 ° C−(−20 ° C )
∆ T =56,2 ° C
Com base na tabela X arredondamos a diferença de temperatura para 60 °C e verificamos que
a espessura ideal é de 150 mm.

Temperaturas de evaporação e condensação do sistema

Temperatura de evaporação
Segundo a tabela X, a diferença de temperatura ideal para a umidade relativa requerida fica
entre 3°C e 6°C. Comercialmente a diferença de temperatura de temperatura mais usada é de
6°C.

A temperatura de evaporação será de -26 °C. Posteriormente acharemos uma temperatura de


evaporação comercial que fique próximo da temperatura obtida no cálculo.

Temperatura de condensação

Segundo a tabela X, a temperatura de condensação ideal fica entre 41 °C e 43 °C, porém


posteriormente acharemos uma temperatura comercial que fique próxima a obtida.

Carga Térmica

Calculamos a carga térmica com o método descrito no capítulo X.

Carga pelo produto ¿

Como o produto já se encontra congelado, partimos para a última fase do cálculo dessa carga.
A movimentação diária do produto já foi calculada anteriormente ( m=900 kg). O calor
kcal
específico dos congelados foi retirado da tabela X ( c 2=0,41 ). A temperatura de
kg ° C
congelamento será a temperatura de entrada do produto na câmara ( t c =−10 ° C ¿ e a
temperatura final ( t 3=−20 ° C ). Usando as equações X e Y, obtém-se a carga térmica do
produto ¿.

Carga por transmissão (Q trans )

O coeficiente global de transferência de calor foi retirado da tabela X do fabricante abaixo


W
(U =0,1732 K ).
m2
A área usada será o somatório das áreas das paredes, teto e piso que são as superfícies de
contato com o ambiente externo ( A=43,2 m 2). A temperatura externa será a temperatura de
bulbo seco já informada anteriormente (T e =36,2° C) e a temperatura interna é de (20 ° C ).
Usando a equação X, obtém-se a carga térmica por transmissão (Q trans=8677,60 kcal) .

Carga por infiltração (Q inf )

O volume na câmara fria (V ) é de 18,9m³. O fator de troca de ar por abertura de porta foi
retirado da tabela X abaixo com base na temperatura interna e no volume da câmara
( Ft =19,34 ). Note-se que foi feito uma interpolação entre os volumes de 15m³ e 20 m³.

O fator de calor necessário para resfriar o ar foi retirado da tabela abaixo com base na
temperatura interna, externa e na umidade relativa do ar externo ¿.
Note-se que foi escolhido um valor próximo de umidade relativa e foi feito uma interpolação
entre as temperaturas de 35 °C e 40 °C para achar um valor para a temperatura de 36,2°C que
é a temperatura externa usada no projeto.

Usando a equação X, obtém-se a carga térmica por infiltração ( Q inf =12230,50 kcal ) .

Carga por iluminação (Q ilum )

A área do piso da câmara ( Ap) é de 9m². A fração de tempo por dia ( Dto) que a iluminação
fica acesa é de 2 horas. Como regra a taxa de iluminação (Wi) utilizada em projetos de
câmaras frigoríficas é de 10 W/m². Usando a equação X, obtém-se a carga térmica por
iluminação (Q ilum =154,77 kcal)

Carga por ocupação (Q ocup )

O calor equivalente dos ocupantes ( Qeq ) de acordo com a equação X é de 392 W/pessoa. O
número de ocupantes do espaço refrigerado ( Np) é de 1 pessoa. Usando a equação X, obtém-
se a carga térmica por ocupação (Q¿¿ ocup=674,12 kcal)¿ .

Carga por dissipação dos motores dos ventiladores ( Q vent )

Foi decidido colocar um acréscimo de 15% sobre a carga térmica total para definir a carga por
dissipação dos motores dos ventiladores (Q vent =3814,05 kcal).
Fator de Segurança (FS)

Adotamos um fator de segurança de 10% levando em consideração possíveis discrepâncias


entre o critério de projeto e a operação real.

Carga Térmica Total ( Q TOTAL )

QTOTAL=32165 , 14 kcal

Carga térmica horária

Para finalizar, vamos calcular a carga térmica horária para que seja feita a seleção de todos os
componentes do sistema de refrigeração. Considerando um tempo de degelo automático de 4
horas, o tempo de operação (T) será de 20 horas. De acordo com a equação X, obtém-se
(Q hor =1608,26 kcal).

Na imagem abaixo podemos ver a distribuição de carga térmica para cada componente.

Seleção de equipamentos
Para a seleção dos equipamentos foi levado em conta o uso de catálogos de fabricantes e
informações presentes na literatura técnica para que tivéssemos a melhor escolha para a
aplicação.

Fluido refrigerante

Para essa aplicação foi escolhido o fluido R404A, que além de ser um fluido que não contém
cloro em sua composição, sendo considerado um fluido ecológico, também é um dos fluidos
mais usados na refrigeração comercial para temperaturas mais baixas como a utilizada nesta
aplicação.

Evaporadores

A temperatura ideal de evaporação para a umidade relativa requerida na câmara vai de -23°C a
-26°C segundo a tabela X. De acordo com o catálogo do fabricante, foi optado pela
temperatura de evaporação de -25°C.

De acordo com a carga térmica obtida nos cálculos, foi escolhido o modelo FXBE02426E a
partir da tabela do fabricante abaixo.

A unidade evaporadora tem 2 ventiladores e degelo elétrico.


Unidade condensadora

Utilizando a temperatura de bulbo seco do projeto, foi verificado que existem 2 temperaturas
próximas no catálogo do fabricante, 35°C e 38°C. Foi escolhido a temperatura maior para não
haver sobrecarga. No caso usamos 1669 kcal/h, pois é o valor mais aproximado para a carga
térmica calculada.
O modelo escolhido foi o OP-LJZ048D49.
Válvula de expansão

No catálogo da Danfoss foi escolhido um modelo para o fluido R404A para uma temperatura
de evaporação entre -20°C e -30°C, foi utilizado -30°C por ser uma situação mais crítica.
Convertendo a carga térmica para kW, se obtém aproximadamente 1,87 kW de capacidade de
refrigeração.

Foi escolhido o modelo ETS 6-14 com uma capacidade térmica de até 4,1 kW.
Dimensionamento de tubulação

Para o dimensionamento da tubulação por se tratar de um restaurante ainda em construção,


foi estipulado um comprimento equivalente de 15m, porque pelo que foi analisado
inicialmente pelo desenho, não será necessária uma distância muito grande entre o
evaporador e a unidade condensadora.

Para determinar o diâmetro da linha de sucção, utilizamos o valor de temperatura


disponibilizado na tabela da figura X um pouco menor que a temperatura de evaporação (-
29°C) e capacidade térmica ligeiramente superior também (2250 kcal/h).

O diâmetro da linha de sucção foi definido em ⅞”.

Para determinar o diâmetro da linha de líquido, usamos a tabela da figura X abaixo:


O diâmetro da linha de líquido foi definido em ⅜ polegadas.

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