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São pais que desejam informar-se sobre as atividades da escola; escolas que
nem sempre comunicam (bem) o que fazem ou que, em outro extremo,
exageram na dose de informações, lotando as caixas de e-mail e de whats app
dos pais e assim por diante. Em meio a este turbilhão de informações e
processos equivocados, as ações de marketing acabam por perder as
oportunidades e a eficiência em verdadeiramente comunicar e relacionar-se
com um de seus principais públicos e, de quebra, fidelizar o alunado.
Se por um lado existem avanços em uma comunicação cada vez mais célere,
ainda mais em se tratando o uso da tecnologia como facilitadora e mediadora
neste processo, ainda existem lacunas e falta de processos que poderiam
melhorar esta sinergia e transformá-la de fato em algo eficaz e eficiente. E tudo
isto só faz sentido se houver uma comunicação integrada que, de fato,
mobilize-se em várias frentes, na convergência da comunicação institucional,
da comunicação interna (endomarketing), comunicação administrativa,
comunicação mercadológica (campanhas), só para citar as mais utilizadas.
Por sua vez, do lado de cá, muitos pais de alunos costumam perguntar porque
as escolas lotam seus e-mails com tanta informação indesejada e me pedem
para ajudar estas mesmas escolas. “Posso dar o contato da Direção e da
Coordenação para você ajuda-los nesta questão?”, insistem. Isto demonstra
claramente que a estratégia não está, de fato, acontecendo. A eles, gosto
também de dizer que uma escola tem todas as oportunidades para criar ações
que envolvam endomarketing e fidelização, porque seus principais stakeholders
principais estão diariamente envolvidos e bastante presentes nas instituições,
mas que a intervenção não pode ser minha, mas deles mesmos, como pais
diretamente impactados pelo processo. “Claro que será um prazer ajudar a
todos, mas há que organizar-se e planejar-se!”, digo.
O que se percebe é que uma série de lacunas são deixadas à margem, como
oportunidades perdidas de relacionar-se junto a este importante público. Afinal:
“Quando a liderança assume uma postura de diálogo nos espaços de
interação que estão à sua disposição, desde os mais formais até os
informais (as conversas que acontecem com os empregados por
necessidade que eles apresentam no dia-a-dia, os almoços informais, o
bate-papo na hora do café), podemos sugerir que se abre uma porta
para esta transformação, em que líderes e liderados possam
compartilhar sua visão de mundo e sair dali afetados por essa
comunicação. Para que isso aconteça, é necessário que ambas as
partes estejam abertas, disponíveis” (Mansi, 2016).
Esta breve reflexão busca trazer à luz algumas ações simples e eficientes para
escolas que desejam buscar mudar este cenário. Como disse, não pretendo
trazer “fórmulas”, mas mostrar a essência de questões inegociáveis, que
podem impactar de forma estratégica as ações de sua escola. Estes elementos
foram extraídos de uma pesquisa que realizei recentemente e resultou em um
artigo para um dos principais journals acadêmicos em nossa área de expertise,
Marketing Intelligence and Planning (Endo, de Farias e Coelho, 2019), que será
publicado ainda neste 1o semestre de 2019:
2. É preciso pensar naquilo que torna sua escola [marca] única, quais
valores devem ser divulgados e, por extensão, vivenciados. Lembre-se
de que a mensagem de um estudioso chamado Temple ainda é bem
verdadeira, mesmo passados alguns anos: “Para [sua marca] ser única,
você deve focar seus esforços de branding em construir uma palavra
que tenha força na mente do consumidor”. O que torna sua escola
única?
Fontes/autores citados:
Endo, A.C.B; de Farias, L.A. de; Coelho. P.S. Service branding from the
perspective of higher education administrators. Journal Marketing Intelligence
and Planning. Emerald Group. Londres, 2019.