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c) os direitos podem ser atuais, quando a partir de adquiridos já podem ser
exercidos ou, futuros, cuja aquisição depende da ocorrência de condição ou
termo.
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Todos os atos acima descritos refletem um negócio jurídico. Esses negócios
fundam-se, basicamente, na "autonomia privada", ou seja, na existência de um
fato jurídico que vincula as partes nele inseridas por um objeto com caráter de
norma. Assim é que esses negócios jurídicos admitem a seguinte classificação:
a) quanto à existência os atos são principais, quando existirem por si
mesmos ou acessórios, quando subordinarem-se ou condicionarem-se a
outro(s);
b) quanto à sua formalidade esses atos podem ser praticados sob uma
forma solene ou são solene em virtude do que dispuser a lei;
c) quanto ao seu conteúdo podem ser patrimoniais (reais ou obrigacionais),
ou ainda extra patrimoniais, quando indisponíveis por exemplo;
d) quanto ao tempo em que produzem seus efeitos os atos são
classificados como atos "inter vivos" ou "mortis causa", conforme a declaração
de vontade do agente se destine a produzir efeitos em vida ou depois de sua
morte, respectivamente;
e) quanto às vantagens que produz, onerosos ou gratuitos;
f) quanto aos seus efeitos podem ser constitutivos ou declaratórios, mas
vale mencionar que, via de regra os atos de efeito constitutivo têm eficácia "ex
nunc", ou seja, produzem efeitos a partir do momento da conclusão do negócio
jurídico (por exemplo a compra e venda), e os de efeito declarativo podem ter
eficácia "ex tunc" se efetivando de acordo com a ocorrência do fato a que se
veiculam, como p. ex. reconhecimento de filho ilegítimo.
g) quanto ao exercício dos direitos temos os negócios jurídicos de
disposição, se implicam no amplo exercício de direitos sobre os objetos
(propriedade por exemplo), ou simplesmente de administração, se os direitos
são restritos sobre esse objeto ou direito por qual se exerce um poder, sem que
haja alteração de sua substância como é o caso de um contrato de mútuo ou
uma locação residencial p. ex.
h) quanto à manifestação da vontade das partes os atos podem ser
unilaterais ou bilaterais e aqui convém observar:
Nos atos unilaterais a declaração de vontade emana de uma pessoa, sempre
na mesma direção, como a renúncia e a desistência. Já nos atos bilaterais as
declarações de vontade são emanadas de uma ou mais pessoas, porém em
sentidos "aparentemente" antagônicos como acontece nos contratos em geral.
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Os atos bilaterais podem, ainda, ser subdivididos em simples ou
sinalagmáticos:
• atos bilaterais simples: são os que concedem vantagens a uma das partes
e vantagens à outra, como o contrato de depósito;
• atos bilaterais sinalagmáticos: são recíprocos, ou seja, concedem
vantagens e ônus
reciprocamente, como é o caso do contrato de locação.
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⇒ proibição de venda de bem a descendente sem ciência dos demais: CC. art.
496, parágrafo único.
⇒ casos de indignidade: CC. arts. 1814 a 1818
⇒ impedimento de o curador adquirir bens do curatelado: CC. art. 497, I
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b) Particulares: formas e solenidades previstas em lei como diz o CC., art.
104, III, já mencionado, que diz forma prevista ou não defesa em lei. Neste
sentido podemos afirmar que existem:
⇒ formas livres ou gerais: aquelas que podem se dar com a manifestação da
vontade de forma escrita ou oral, expressa ou tácita desde que não contrarie os
preceitos acima; e as
⇒ formas especiais ou solenes: aqui encontramos um conjunto de
solenidades que a própria lei estipula para a concretização de um ato e dentre
elas citamos:
• forma única: aquela que não pode ser preterida por outra como a exigência
de escritura pública para certos atos (CC., arts. 108, 215, 1653, 1227 e 1245),
as exigências para os casamentos (CC., arts. 1534 a 1542), dentre outras, e a
• forma plural: quando a lei faculta a prática de um ato por diversos modos,
excludentes, porém não livres (CC., arts. 1609; 62; 1806 e 1417 por exemplo)
• forma genérica: quando temos uma imposição de uma solenidade geral
dentro de uma faculdade contratual possível de ser exercida ou não, por
exemplo, sempre que a lei disser que algo deve ser ou não feito "salvo
disposição em contrário" estará genericamente indicando o modo de praticar o
ato, mas facultando às partes como querem agir.
• forma contratual: é o modo eleito pelas partes para fazer valer as
obrigações que pactuam, ou seja, convencionam, antes do ato principal a forma
como será feito o contrato entre elas. (CC., art. 104).
Mas, se no entanto, a impossibilidade for superveniente, torna a obrigação
inexeqüível. Se a impossibilidade for provocada por caso fortuito ou força maior,
ela libera a obrigação. Se, no entanto, a obrigação se impossibilitar por causa de
alguém, a este responsável caberá arcar com ela.
11. VALIDADE DO ATO JURÍDICO
A falta de algum elemento substancial ou essencial do ato jurídico pode torná-lo
nulo ou anulável. A diferença entre ser o negócio nulo ou anulável é uma
diferença de grau ou gravidade do defeito, a critério da lei. A nulidade absoluta
pode ser argüida a qualquer tempo, por qualquer pessoa, pelo Ministério Público
e pelo juiz inclusive, não se admitindo convalidação nem ratificação enquanto
que a nulidade relativa, ao contrário, só pode ser argüida pelos interessados
diretos, dentro de prazos previstos em lei (quatro anos em regra), admitindo
convalidação e ratificação.
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Pela convalidação o ato anulável passa a ser plenamente válido. Dá-se
a convalidação pela prescrição, pela correção do vício, pela revogação
da exigência legal preterida, pela ratificação, etc.