Você está na página 1de 2

Antiliberalismo como convicção:

Teoria e ação política em Francisco Campos


Helena Bomeny

 Estado Nacional – uma obra de referência sempre e quando o que está em


questão é o mapeamento do pensamento autoritário no Brasil, sobretudo a
contribuição que vigorou nas décadas de 1930 e 1940.
 O ponto mais saliente naquela visita aos documentos e ao livro era a coerência
e a correspondência entre uma reflexão intelectual, mais teórica, e um projeto
de mobilização da juventude com vistas a certo desempenho político que o
ministro e jurista mineiro pretendia defender.
 Associação entre educação e segurança nacional – sempre retomada em
momentos de política autoritária – tem seu fundamento no fato de que a
educação é percebida como instrumento eficaz de controle.
 Professores, educadores e homens públicos resistiam a implantação de uma
política pedagógica vinculada diretamente aos órgãos responsáveis pela
segurança nacional.
 Olavo Bilac – serviço militar generalizado.
 Azevedo Amaral – amplia e sofistica a questão da militarização, associando a
ideologia do pacifismo ao que seria a experiência falida da democracia liberal.
 Almir Andrade – ingenuidade da filosofia liberal estaria em imputar à disciplina
e à organização da vida social a origem dos males impregnados nos homens.
 O movimento Juventude Brasileira nasceu marcado por orientação política
inspirada em modelos de organização fascista difundidos a partir das
experiências alemã, italiana e portuguesa.
 A pretensão de arregimentar militarmente a juventude em torno de uma
organização nacional criaria embaraços à estrutura militar constituída.
 Francisco Campos apresentou em seu livro “O Estado Nacional” os
fundamentos para justificar a criação de um Estado totalitário para substituir o
liberal-democrático.
 Para Mikail Manoilesco – o Estado moderno seria essencialmente um Estado de
ideais, ao contrário do Estado liberal que recusava-se a adotar qualquer
ideário.
 Partido = ideologia.
 Francisco Campos preocupa-se com a integração política, tendo em pauta o
crescimento das massas e o esforço de arregimentá-las. Tal integração se daria
por meio do primado da irracionalidade, por meio do mito.
 Dominação carismática x racional-legal (burocrática).
 Unificação das massas em torno de um chefe.
 Cultura de massas.
 Papel do líder carismático, centro de integração política, sustentáculo do
liberalismo.
 Propõe-se redimensionar o sentido da democracia, retirando-lhe o aspecto da
representação parlamentar falida.
 Crítico dos caminhos tomados pela Revolução de 1930 após a Constituição de
1934. Combate às oligarquias regionais.
 1931 – Legião de Outubro.
 Estado forte era capaz de arbitrar justamente, sem que qualquer facção política
fosse privilegiada.
 A prática liberal, levada às últimas consequências, levaria ao comunismo.
 Romper a resistência da máquina democrática para dar livre curso ao ideal
democrático.
 Simbiose entre povo e chefe.
 Educação moral, física e intelectual da mocidade.
 Embate entre General Dutra e Francisco Campos.
 Dutra: nem criar uma organização nacional paramilitar nem deixar as escolas
livres.
 Enfraquecimento do Exército.
 Alzira Vargas – obra de impostação clandestina.
 Críticos à tentativa de transformar a Igreja Católica em religião oficial do Brasil.
 Gustavo Capanema defendia a tese de que no Brasil fossem delimitados
objetivos educacionais para a organização da juventude brasileira. Vinculação
às escolas públicas e privadas existentes.
 Autoritarismo x totalitarismo.
 Educação pré-militar para os homens e realidade doméstica para mulheres.
 Transformação da Organização Nacional da Juventude reflete com clareza a
opção por uma política de desmobilização. Bloqueio ao movimento integralista.
 Após o controle da ALN em 1935, a AIB passa a representar uma outra
possibilidade de ameaça pelo grau de mobilização civil.
 A instituição partidária é, aos olhos dos ideólogos do período estudado,
fundamentalmente ilegítima.
 O regime político do Estado Novo configura uma outra experiência do que
Neumann conceitua como ditadura simples, exercida pelo controle de
instrumentos clássicos de domínio: Exército, polícia, burocracia e Judiciário.
 O Estado Novo não teria propriamente uma ideologia, mas apenas uma
mentalidade característica. Ideologia estaria mais apropriada à concepção de
regimes totalitários.
 Contenção da Organização Nacional da Juventude tinha por objetivo conter as
pretensões nacionais.
 Francisco Campos como o intelectual que teria forjado para o Brasil o desenho
institucional à feição do modelo anti-liberal tributário de Carl Schmitt.
 Anacronismo das instituições da democracia liberal diante de sua sociedade de
massas.
 Pacto chefe-massa como base da democracia substancial.
 Defeitos e fraquezas do arranjo liberal são identificados como “feminilidades
do parlamentarismo”.

Você também pode gostar