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UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO

ESCOLA POLITÉCNICA DE PERNAMBUCO

APERFEIÇOAMENTO PRÁTICO EM
INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS COM
TÉCNICA DE REDUÇÃO DE CUSTOS

FLÁVIA DE ALMEIDA SILVA


9122710
ENGENHARIA CIVIL

TRABALHO FINAL DA DISCIPLINA DE


ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO
ORIENTADO PELO PROFESSOR JOSÉ DE
MIRANDA ESTEVES

RECIFE, FEVEREIRO DE 1998.


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ORIENTADOR

JOSÉ DE MIRANDA ESTEVES


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AGRADECIMENTOS

Agradeço ao Engenheiro Carlos Frederico Domingos que, devido ao


seu alto profissionalismo, muito contribuiu para o meu aproveitamento no
decorrer do estágio.

Agradeço também a meu professor, José de Miranda Esteves, pelos


conhecimentos teóricos a mim transmitidos através das aulas de Instalações
Prediais, que foram de fundamental importância para o entendimento do
processo de dimensionamento das instalações hidro-sanitárias que
acompanhei.

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RESUMO

O presente relatório tem como finalidade apresentar, de forma


descritiva, o desenvolvimento prático das atividades realizadas durante o
decorrer do estágio curricular obrigatório. Expõe a realidade prática
desenvolvida em projetos de Engenharia Civil, assim como a aprendizagem
teórica obtida através de livros e aulas ministradas durante o curso
realizado nesta Instituíção de Ensino; mostra um conhecimento específico
através da descrição das atividades realizadas durante o estágio.

Durante seis meses, desenvolvi na CITEC – Comércio e Instalações


Técnicas LTDA, empresa especializada em atividades ligadas diretamente
a orçamentos, estudos de compatibilidade de projetos e execução de
instalações hidráulicas, sempre buscando um melhor aproveitamento de
materiais e uma maior economia em suas aplicações, reduzindo assim o
custo.

No que se refere a orçamentos, pude desenvolver atividades como:


elaboração da lista de fornecedores do comércio em geral e do comércio
especializado, contatos com todos os fornecedores listados para cotação de
preços e cálculo das composições de custo; quanto às instalações hidro-
sanitárias, aprendia a dimensionar todos os encanamentos do sistema e os
procedimentos de execução como locação e colocação dos ramais e sub-
ramais de água e esgoto..
Este relatório apresenta também em seu contexto, tabelas e ábacos
utilizados para o dimensionamento das canalizações e a descrição dos
serviços de instalação hidráulica para um edifício residencial, cuja
execução foi realizada pela empresa, possibilitando assim um melhor
entendimento do processo de armazenamento de água e dimensionamento
dos encanamentos.

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INTRODUÇÃO

O presente estágio foi realizado como complemento do currículo


obrigatório do curso de Engenharia Civil da Escola Politécnica de
Pernambuco – UPE, no período de 28/07/97 a 28/01/98, desenvolvido na
CITEC – Comércio e Instalações Técnicas LTDA e contribuiu para ampliar
os conhecimentos anteriormente adquiridos através de um novo meio de
convívio: a empresa.

Ao longo da jornada do referido estágio, pude contar com o apoio e


orientação do supervisor da empresa, o Sr. Carlos Frederico Domingos, e
do professor orientador, José de Miranda Esteves.

Para uma melhor compreensão dos projetos, dimensionamento e


execução das instalações hidro-sanitárias, dividi este relatório em quatro
partes, conforme, na realidade se processa na empresa em destaque.

1) Projetos ( solicitados por terceiros ou próprios )


2) Dimensionamento das Instalações e Aparelhos
3) Orçamento
4) Acompanhamento da Execução e Cronologia em
conformidade com o contrato

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OBJETIVOS GERAIS

O presente estágio supervisionado tem por objetivo, como em geral


todos os estágios, o de servir como complemento prático para o
aprendizado adquirido pelo aluno na Instituíção de Ensino e capacitá-lo nos
processos relativos à execução de uma obra de Engenharia. Tem por
objetivo ainda, aperfeiçoar a formação profissional do mesmo, colocando-o
em contato direto com o mercado de trabalho.

Particularmente, aprendi através do acompanhamento dos processos


de Orçamento e Instalações Hidro-Sanitárias.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS

De maneira a alcançar os objetivos gerais, é necessária a participação


do estagiário, dentro da empresa, em uma série de atividades que estão
intimamente ligadas ao curso.

O acompanhamento de todas as etapas, diretas ou indiretas,


realizadas na elaboração de orçamentos e projetos e execução de
instalações hidro-sanitárias, propiciou-me a vivência nesse tipo de trabalho,
fornecendo o embasamento prático necessário para exercer as atividades de
Engenheira no campo de instalações hidráulicas em edificações.

Sendo assim, no decorrer do estágio, desempenhei todas as


atividades necessárias à elaboração de um orçamento e acompanhei todo o
processo do dimensionamento e execução das instalações hidro-sanitárias.

Primeiramente, aprendi a elaborar listas de fornecedores e, em


seguida, de forma progressiva, a obter os preços dos materiais, calcular o
tempo gasto para completar a instalação de cada ponto ( água ou esgoto ),
incidência de obrigações sociais e, finalmente, a elaborar as composições
de custo; depois, a execução das instalações hidráulicas, baseadas no
orçamento, programa e cronograma já detalhados.

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CRONOGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DAS
ATIVIDADES

O cronograma abaixo apresenta, de maneira geral, a relação das


atividades e seus respectivos períodos, desempenhadas durante o período
de seis meses em que foi realizado o estágio.

MÊS 01 02 03 04 05 06
Consultas a fornecedores para cotações de X
preços dos materiais
Elaboração de orçamento de preços dos X
materiais a serem empregados nos projetos
específicos a executar
Acompanhamento da execução conforme as X X X X
especificações e posicionamento contidos nos
projetos

Relatório sobre o cumprimento do cronograma X X X X X X


físico financeiro da obra, ou seja, fazer com que
a fiscalização de cada etapa possa proporcionar
o recebimento das verbas do orçamento

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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Hélio Creder – Instalações Hidráulicas e Sanitárias

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DA EMPRESA

A empresa na qual realizei o estágio atua na Construção Civil, tendo


como atividade principal projetos e instalações hidro-sanitárias comuns e
especiais; atua junto a construroras na realização das ditas instalações,
sejam de grande médio ou pequeno porte e subdivide-se em vários setores:
1) Setor administrativo
2) Setor técnico ( orçamento e projeto )
3) Setor comercial ( compras e vendas )
4) Setor produtivo ( execução de obras )

A empresa dedica-se a construir instalações hidráulicas para terceiros


mediante tomada de preços ou sub-contratos.

Para exercer essas atividades, geralmente contando com a possível


tomada de preços feita pelo cliente em potencial, os custos tem que se
adequar aos vigentes no mercado, destacando-se cuidado com a margem de
lucro, que deve ser fixada entre 15 e 25%. Daí, numa instalação hidráulica,
por exemplo, executa-se uma tomada de preços de todos os materiais que
serão empregados na obra, isto é, todos os tubos, conexões, registros,
torneiras, válvulas, ralos, pias, bacias, chuveiros, caixas d’agua e etc.

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ATIVIDADES REALIZADAS
As atividades realizadas por mim na empresa foram: aprendizado e
realização de orçamentos projetos e execução de instalações hidráulicas.

PROJETOS
As instalações hidro-sanitárias, sejam habitacionais, comerciais, de
utilidade pública ou industriais, presumem a feitura de três projetos:

1) Projeto de captação de água limpa da rede pública


2) Projeto de esgotamento das águas servidas e seu
encaminhamento à rede pública de esgotos ou fossas
sépticas
3) Projeto de captação ou recolhimento das águas
pluviais e o seu encaminhamento à rede pública de
escoamento.

Destes projetos, constam o conjunto de canalizações de água e


esgoto, tubos, conexões, peças especiais, aparelhos, válvulas e acessórios
destinados à execução da obra.

Os projetos podem ser elaborados por terceiros para execução


ou pela própria firma (CITEC) que também poderá executá-los.

Os projetos compõe-se de plantas, desenhos, croquis,


esquemas, detalhes, cortes, perfis e memorial descritivo contendo
especificações sobre o posicionamento das peças, marcas e tipos dos
aparelhos e dos equipamentos, que devem obedecer às normas técnicas
vigentes. Não podem locar tubulações em qualquer elemento estrutural
como pilares, vigas ou sapatas, mesmo que a seção indicada no projeto
tenha sido indicada para tal, porém, são permitidas passagens de maior
diâmetro, projetadas para esse fim, e que permitam o acesso fácil para
reparos futuros.

As folhas do projeto devem conter o nome da empresa e do


profissional responsável.

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No projeto são indicados os tipos de ligações entre as
tubulações, suas conexões e os locais onde serão colocadas uniões
adaptadores e peças de inspeção.

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DIMENSIONAMENTO DAS INSTALAÇÕES E
APARELHOS

O dimensionamento das instalações e aparelhos advém dos estudos


preliminares e está contido no projeto que, para sua feitura, levou em
consideração o número de usuários, fluxo de entrada e saída de água e etc.

As partes principais das instalações hidro-sanitárias são:


reservatórios, ramais de distribuíção, sub-ramais, colunas, barriletes,
instalações de recalque, aparelhos sanitários, ramais de descarga e esgoto,
tubos de queda e colunas de ventilação.

Para o dimensionamento dos reservatórios, é necessário estimar o


consumo diário de água do prédio.

Para o cálculo do consumo diário, em prédios residenciais, devemos


considerar cada quarto social ocupado por duas pessoas e o de serviço ou
reversível, por uma; no caso de prédios públicos ou comerciais, na falta de
outra indicação, devemos considerar uma tabela que nos dá a taxa de
ocupação relacionada à utilização do prédio ( bancos, escritórios, etc. )
( Anexo 01 ).

Primeiramente estimamos a população e após, calculamos o


consumo, utilizando a tabela que nos fornece o consumo, em litros,
relacionado às atividades realizadas no prédio ( Anexo 02 ).

Como o sistema utilizado foi o de distribuíção indireta, previmos


reservatórios com capacidade de armazenamento para dois a três dias de
consumo, observando que o reservatório inferior deve armazenar 3/5 do
consumo e o superior 2/5. Previmos também a reserva de incêndio.

Para o dimensionamento dos ramais ( encanamentos que partem das


colunas e alimentam as ligações dos aparelhos ) e sub-ramais ( trechos de
canalização que abastecem diretamente os aparelhos sanitários ) de água
fria, procedemos da seguinte forma: para os sub-ramais obtivemos os
diâmetros mínimos através de norma específica ( Anexo 03 ); para os
ramais, consideramos o consumo máximo provável e a expressão Q = C
P, onde
C – coeficiente de descarga = 0,30 l/s

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P – somatório dos pesos de todas as peças suscetíveis de utilização
simultânea ligadas à canalização ( pesos obtidos através de tabela ) ( Anexo
04 )
Q – Vazão em l/s
Que nos dá a idéia da vazão em função dos pesos, conhecidas as vazões,
dimensionamos os encanamentos através do ábaco que relaciona vazões e
diâmetros em função dos pesos ( Anexo 05 ).

Para o dimensionamento das colunas é necessário determinarmos o


número de aparelhos sanitários por andar, contando separadamente os
aparelhos comuns e os que possuem válvula.

O barrilete foi calculado admitindo-se a perda de carga de 8%,


calculamos a vazão no topo das colunas que serão alimentadas pelo
barrilete. Conhecendo J = 8% e Q, entramos no ábaco ( Anexo 06 ) e
achamos o diâmetro.

O encanamento de recalque ( que vai da bomba ao reservatório


superior ) é feito baseando-se na fórmula de FORCHHEIMER:
D = 1,3 Q X onde
D – diâmetro em metros
Q – vazão em m /s
X – horas de func. da bomba = 20% do cons. diário
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Com esses dados entramos no ábaco para a determinação dos
diâmetros dos encanamentos de recalque e sucção ( Anexo 07 ) e obtemos
o diâmetro em polegadas.

Para o encanamento de sucção, considera-se um diâmetro comercial


a mais que o do recalque; para o do extravasor e da canalização de limpeza,
dois diâmetros comerciais a mais que o do recalque.

O ramal predial de entrada, que conduz água da canalização pública


para o imóvel, obedece ao diâmetro fornecido pela empresa distribuídora
de água do Estado.

Os diâmetros dos ramais de descarga são indicados diretamente


através de norma específica ( Anexo 08 ). Para diâmetros iguais ou
menores que 75mm é exigida declividade mínima de 2%, se o diâmetro for
igual ou maior que 100mm, a declividade mínima exigida é 1%.
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Os ramais de esgoto são dimensionados através do somatório das
unidades de descarga ( Anexo 08 ) e de norma própria ( Anexo 09 ).

Os tubos de queda devem ser o mais verticais possíveis e não podem


ter diâmetro inferior ao da maior canalização ligada a ele. O
dimensionamento é feito através de tabela específica ( Anexo 10 ) sendo
que para edifícios de até 3 pavimentos considera-se apenas o somatório das
unidades de descarga e, para edifícios com mais de 3 pavimentos, soma-se
as unidades de descarga em um pavimento e em todo o tubo de queda.

Para os coletores e subcoletores, adotam-se os diâmetros e


declividades mínimas fixados para os ramais de esgoto, porém, geralmente,
o diâmetro do coletor predial é fixado pelo órgão responsável pelo sistema
urbano de esgotos.

As colunas de ventilação são dimensionadas a partir do somatório


das unidades de descarga, diâmetro do tubo de queda e comprimento da
coluna de ventilação, através de tabela ( Anexo 11 ).

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ORÇAMENTO
COLETA DE DADOS

 Elaboração da lista de fornecedores do comércio em geral e do


comércio especializado
 Contatos com todos os fornecedores listados para obtenção dos
preços dos diversos materiais constantes do projeto arquitetônico
 Composições de custos

A elaboração da lista de fornecedores é feita a lápis, em folha de


papel comum, através de contatos telefônicos. Na lista de fornecedores
consta o nome, endereço, telefone e fax dos fornecedores e os preços dos
diversos materiais por ele ofertados.

Posteriormente, passada a limpo em fichas padronizadas, obtém-se


um cadastro completo dos preços dos materiais que irão compor os
orçamentos a serem fornecidos pela empresa; os preços obtidos são válidos,
no presente regime de estabilidade, por um período entre 15 e 30 dias,
ficando as cotações assim obtidas arquivadas no banco de dados da
empresa, em fichas impressas.

As composições de custos constituem a relação dos materiais com


suas respectivas quantidades, necessários à execução de determinado item
ou serviço da obra. Na composição de custos são considerados:
1. O custo do material
2. A relação tempo/valor da mão-de-obra para completar cada ponto
de água ou esgoto
3. Acabamentos a serem colocados posteriormente ao revestimento
e pisos
4. Incidência de obrigações sociais
5. Os eventuais, que geralmente atingem um percentual de 10 a 15%
do valor do orçamento

A partir desses dados são compostos os preços dos serviços e então


podemos apresentar ao cliente a proposta de preço total dos serviços
solicitados, mediante orçamento, em modelo padrão, contendo
especificações, unidade, quantidade, preço unitário e preço total ( Anexo 12
), sobre o qual incide um lucro que varia entre 15 e 25%.

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O orçamento inicia-se com a análise do projeto arquitetônico pelo
qual se observa a quantidade de metros e dimensões de tubos, conexões e
aparelhos contidos no projeto tanto de água quanto de esgoto.

Os valores considerados desses materiais são aqueles obtidos dos


fornecedores listados, junto aos quais far-se-á, para efeito de segurança,
confirmação dos preços ofertados, uma vez que tais preços já estão
naquelas fichas elaboradas por mim no início do meu estágio.

O orçamento deverá conter a duração da obra, o tempo gasto para a


execução e as etapas de recebimento dos valores, consubstanciados pelo
cronograma físico-financeiro.

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ACOMPANHAMENTO DA EXECUÇÃO E
CRONOLOGIA

As instalações sanitárias devem cumprir as normas e prescrições da


ABNT e normas específicas da COMPESA e CPRH. As hidráulicas devem
fornecer água de qualidade apropriada, em quantidade suficiente e sob
pressão adequada a todos os aparelhos; as sanitárias devem ser executadas
de forma a impedir o retorno de águas poluídas às canalizações e a entrada
de gases de esgotos, animais e insetos.

São necessários cuidados especiais quanto ao dimensionamento,


número e tipo de aparelhos e materiais utilizados nas instalações; devem
ser cuidadosamente dimensionadas para que não usemos tubulações de
diâmetros maiores, mais caras, desnecessariamente, o que aumentaria o
custo; para as instalações sanitárias, além do dimensionamento, devemos
especificar convenientemente os aparelhos.

As instalações de água fria, esgotos e ventilação e a montagem dos


aparelhos, tem que estar de acordo com as plantas e especificações
fornecidas pelos projetistas da parte arquitetônica e estrutural, deve-se
observar que não basta apenas a concordância com o número de aparelhos,
é importante a facilidade de acesso às instalações.

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DESCRIÇÃO DOS SERVIÇOS

O edifício do qual participei da execução da obra, cujo projeto foi


feito pela empresa, é constituído por 6 andares, com 2 apartamentos de 2
quartos sociais mais um reversível por andar e sobre pilotis.

Foram instaladas peças e pontos de utilização completos, nas marcas,


cores e modelos exigidos.

ÁGUA FRIA
LIGAÇÃO DE ÁGUA

O abastecimento de água do referido edifício foi através do sistema


de distribuíção indireta, onde a distribuíção predial parte de um resevatório
de distribuíção.

A ligação de água com a rede pública foi feita por tubo de PVC.

RESERVATÓRIOS

No térreo localizou-se um reservatório ( inferior ), alimentado pela


rede pública, com capacidade de aproximadamente 15.000 litros.

O reservatório inferior foi constituído por dois compartimentos de


modo a facilitar a limpeza.

Foram previstas também duas torneiras de bóia com registro de


gaveta, tubulação de limpeza e automáticos próximo à casa das bombas.

As tubulações de limpeza e extravasor foram projetadas com


diâmetro superior ao da entrada d’água.

O reservatório superior, que recalca água do inferior através de


bombas, teve capacidade aproximada para 17.000 litros e também foi
construído com dois compartimentos, cada compartimento possuindo uma
tubulção de limpeza e extravasor que despejará em uma calha situada em
nível mais baixo que o do fundo do reservatório.

As tubulações de limpeza e extravasor tiveram um diâmetro superior


ao da tubulação de recalque.

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Nas saidas das tubulações de limpeza e do barrilete colocou-se um
registro de gaveta para cada compartimento.

Colocou-se uma válvula de retenção na tubulação de recalque e


chaves de bóia no reservatório superior para evitar o funcionamento da
bomba com o reservatório vazio.

ELEVAÇÃO DE ÁGUA FRIA

A água do reservatório inferior foi elevada para o superior através de


bombas. O referido edifício possui duas bombas, uma de reserva.

Essas bombas foram ligadas à tubulação de recalque de modo que


possamos operar com qualquer bomba e com qualquer dos compartimentos
do reservatório inferior, isto foi conseguido por intermédio de registros na
tubulação. Na saída de cada bomba colocou-se uma válvula de retenção.

DISTRIBUÍÇÃO DE ÁGUA – BARRILETE

O barrilete, construído na parte superior do edifício, liga as colunas


de água.

Para cada derivação do barrilete foi previsto um registro de gaveta


para permitir o isolamento de cada coluna com o resto do sistema em
funcionamento.

RAMAIS E SUB-RAMAIS

Toda a tubulação dos ramais e sub-ramais foi de PVC e os tubos


ligados entre si com conexões e peças apropriadas do mesmo material.

Os diâmetros dos ramais, sub-ramais, colunas e barriletes atenderam


às normas mínimas exigidas, garantindo um perfeito funcionamento de
todos os aparelhos.

ESGOTO E VENTILAÇÃO

COLUNAS

As colunas foram constituídas por tubos de PVC.

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RAMAIS

Todos os ramais foram executados com tubos e peças de PVC e os


diâmetros foram calculados de acordo com as Normas Técnicas Brasileiras.

RALOS

Utilizou-se ralos sifonados.

REDE COLETORA

Todas as colunas de queda foram ligadas a um coletor geral que


despeja no coletor de esgotos.

ÁGUAS PLUVIAIS

Foram previstas canaletas plásticas para a captação das águas


pluviais.

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QUALIDADE DOS SERVIÇOS

A qualidade dos serviços executados depende da observância de


normas, fiscalizações, testes, uso de material adequado e mão-de-obra
específica.

Para que não ocorram imprevistos ou gastos adicionais, algumas


providências devem ser tomadas, desde o dimensionamento até a
montagem dos aparelhos, que, se tomadas em tempo certo, possibilitarão a
execução de uma instalação perfeita e reduzirão a necessidade de refazer
serviços.

Alguns aspectos que observamos durante o dimensionamento e


execução dos serviços, para garantir uma instalação perfeita, foram:

 O dimensionamento da instalação de água fria deve ser feito levando-se


em conta os valores limites estabelecidos nas normas da ABNT para as
vazões das peças de utilização, simultaneidade de uso, pressão mínima,
velocidade e perdas de cargas.
 As instalações deverão ser executadas em conformidade com as normas
técnicas vigentes, devendo para isso, ser empregado material de
primeira qualidade e mão-de-obra qualificada.
 Os serviços deverão ser executados de acordo com o andamento da
obra, devendo ser empregadas somente ferramentas apropriadas para
cada tipo de serviço.
 Todos os ramais horizontais deverão ser assentados sobre apoios, a
saber:
 Em tubulações enterradas: lastro de concreto em terreno
firmemente compactado
 Em tubulações sobre lajes: serão apoiados sobre lastro contínuo
de tijolos com argamassa de cal e areia
 As tubulações aparentes deverão ser fixadas em pontos de apoio
por abraçadeiras, tirantes ou outro dispositivo que lhes garanta
estabilidade

 As tubulações de PVC rígido não poderão, em hipótese alguma, ficar


sujeitas a solicitações mecânicas ou ser embutidas em elementos
estruturais do edifício.
 Em tubulações enterradas, os tubos de PVC deverão estar no mínimo a
0,80m de profundidade, se houver tráfego, e a 0,60m nos demais casos.
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 Para facilidade de desmontagem das canalizações, devem ser colocadas
uniões ou flanges nas sucções das bombas, recalques, barriletes ou onde
indicado no projeto.
 Os reservatórios devem possuir extravasor, limpeza e bóias automáticas,
executados conforme o projeto.
 As instalações prediais de esgotos devem ser projetadas e construídas de
modo a permitir o rápido escoamento dos despejos e fáceis
desobstruções, vedar a passagem de gases e animais das canalizações
para o interior do edifício: não permitir a formação de depósitos no
interior das canalizações e impedir a contaminação da água de consumo.
 Os aparelhos sanitários, em sua ligação ao ramal de descaraga ou
esgoto, deverão ser protegidos por sifão sanitário ou caixa sifonada com
grelha cuja instalação se fará observando-se nivelamento e prumo
perfeitos além de perfeita estanqueidade nas ligações aparelho-sifão e
sifão-ramal de descarga e esgoto.
 Com relação às colunas de águas pluviais, todas deverão ter em sua
parte inferior uma inspeção radial para possibilitar a visita a qualquer
tempo.
 Durante a construção e até a montagem dos aparelhos, as extremidades
livres das canalizações deverão ser vedadas com bujões rosqueáveis e
plugs, não sendo admitido o uso de buchas de madeira ou papel.
 Antes do acabamento dos rasgos de alvenaria, as tubulações de
distribuíção de água deverão ser submetidas a teste de pressão
hidrostática adequada à altura do prédio e a testes que comprovem a
inexistência de vazamentos.

A garantia da obtenção de um serviço perfeito depende do


seguimento dessas e outras recomendações, caso não procedamos dessa
maneira, talvez, se detectada alguma irregularidade em momento posterior,
seja necessário refazer todo o trabalho que já julgávamos concluído
desperdiçando tempo, material e mão-de-obra para desfazê-lo e refazê-lo.

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CRONOGRAMA FÍSICO- FINANCEIRO

O edifício de 12 apartamentos supra referido tem 24 instalações


hidro-sanitárias no que se refere a banheiros, cada qual com pia, chuveiro,
ducha higiênica e bacia sanitária. Todos com instalação de esgoto; 12
cozinhas, cada uma com seu ponto de água e de esgoto e 12 áreas de
serviço com 2 pontos de água e 1 de esgoto.

10% do preço dos serviços foi combinado para recebimento na


instalação da obra; a Segunda etapa do recebimento, outros 10%, a serem
pagos no rasgo das paredes para instalação da tubulação de água.

30% quando à coluna d’água, estiverem ligadas todas as peças dos


banheiros.

30% quando ligados os tubos de esgoto de águas servidas à fossa


séptica ou ao tubo de saneamento público.

20% quando o fornecimento de água, a partir da rede pública, estiver


ligado ao reservatório inferior e pelas bombas recalcada para o reservatório
superior.

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CONCLUSÃO

Aprendi através deste estágio, realizado na CITEC – Comércio e


Instalações Técnicas LTDA, o funcionamento de uma empresa que visa
lucro em suas empreitadas e concorre com outras em licitações diversas.

Reduzindo custos, objetivando um lucro sempre maior, que


possibilite sua continuação num mercado bem aquecido do ponto de vista
da competitividade dos inúmeros concorrentes.

Meu estágio foi muito proveitoso sob todos os pontos de vista. A


orientação que recebi do Sr. Carlos Frederico Domingos, titular da CITEC,
me situou no campo das empreitadas, com ou sem fornecimento de
material por parte do empreiteiro, tornando-me apta a fazer desde a coleta
de preços até a apresentação do orçamento ao cliente e à fiscalização total
da execução da obra.

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RECOMENDAÇÕES

O mais importante para a realização de qualquer obra nesse tipo de


empresa é que o estagiário atente para o fator custo: de materiais, de mão-
de-obra e das obrigações sociais incidentes sobre a mão-de-obra.

Para melhorar seu desempenho, poderá elaborar, baseado no


orçamento, cálculos da lucratividade por etapas do cronograma.

Estas são as minhas recomendações.

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ANEXO 01

Taxa de ocupação para prédios públicos ou comerciais

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ANEXO 02

Consumos estimados para prédios de diferentes utilizações

28
ANEXO 03

Diâmetros mínimos - sub-ramais

29
ANEXO 04

Vazões mínimas das peças de utilização e pesos


correspondentes a cada peça

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ANEXO 05

Ábaco - vazões e diâmetros em função dos pesos


Dimensionamento – ramais

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ANEXO 06

Ábaco - Dimensionamento barriletes

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ANEXO 07

Ábaco - Determinação dos diâmetros dos encanamentos


de recalque e sucção

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ANEXO 08

Diâmetros - ramais de descarga

34
ANEXO 09

Diâmetros - ramais de esgoto

35
ANEXO 10

Dimensionamento - tubos de queda

36
ANEXO 11

Dimensionamento - colunas de ventilação

37
ANEXO 12

Formulário padrão de orçamento

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 TANAKA – Instalações Prediais Hidráulicas e Sanitárias

 AZEVEDO NETTO – Manual de Hidráulica – Vol. II

 LUCAS NOGUEIRA GARCEZ – Elementos de Engenharia Hidráulica


e Sanitária

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