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UNIVERSIDADE ANHANGUERA UNIDERP

PÓLO DE ITATIBA/SP
Licenciatura - Pedagogia

DESAFIO PROFISSIONAL: Historia da educação e da Pedagogia/Didática da


Alfabetização e do Letramento

ALUNO: Elizabete Santana dos Anjos-RA9370307577


ALUNO: Fatima Benedita De Moraes-RA9366298016
ALUNO: Lucilene de Souza Ricardo-RA9370320936
ALUNO: Paula Regina Vieira-RA9499549368
ALUNO: Rodolfo Augusto Torso-RA9413564696

PROF. EAD: Professora Maria Clotilde/Professora Dra.Camila Beltrão Medina

PROF. TUTOR PRESENCIAL: Ma. Eliana Giro Sartorato

Março
2015

Introdução

Esse trabalho tem como propósito analisar relatos sobre a educação infantil, onde foram
abordados assuntos sobre o magistério no Brasil.
Também foram feitas entrevistas com alguns docentes, que nos relataram experiências, sua
formação, conhecimentos aquiridos durante a fase de atuação e sobre a fase atual nas escolas. Os
assuntos em destaque foram: métodos de alfabetização, inclusão, tecnologias nas escolas, bulling
e outros temas que envolvem a pedagogia em nosso país nos dias atuais.
Foram ressaltadas suas rotinas em sala de aula, as mudanças no tempo de aprendizagem e no
tempo de atuação na área da educação.
Ao final veremos que as histórias dos professores têm relação direta com a própria história da
educação no Brasil.

Um breve relato da história do magistério voltado para a educação


infantil.
Passo 1
Com base na história, podemos afirmar que durante séculos, a educação da criança era única e
exclusivamente responsabilidade da família. Esta educação era baseada no convívio com adultos
e outras crianças da família, onde a criança aprendia normas e regras de sua cultura.
Com a Revolução Industrial (Séculos XVIII e XIX), abriram-se as portas para a inserção da
mulher no mercado de trabalho. Segundo Marx (1986), a maquinaria permitiu o emprego de
trabalhadores sem força muscular. Assim, diante da situação de pobreza que muitos viviam, mais
e mais mulheres deixavam seus lares à procura de uma nova fonte de renda. Assim,
terceirizavam uma função antes totalmente materna que era a de cuidar e educar suas crianças.
Nascia assim, os primeiros esboços do que viriam a ser as creches. Organizados por mulheres das
comunidades, adotando atividades de canto e memorização de rezas, sem nenhuma proposta
institucional, eram arranjos de serviços de atendimento às crianças. Porém, aumentaram os riscos
de maus tratos e aumentou o número de mortalidade infantil. Reunidas em número muitas vezes
maior que o devido, geralmente sob os cuidados de uma única e despreparada mulher, em um
meio onde a comida era escassa e a higiene quase não existia. Isso tudo somou-se a um meio
caótico onde os castigos tornaram-se um meio de tornar as crianças mais passivas (RIZZO,
2003).
Com o intuito de acabar com essa violência contra a criança, foram criadas casas assistenciais,
totalmente filantrópicas, voltadas a resgatar crianças que muitas vezes eram abandonadas. Vale
ressaltar que, segundo dados históricos, o primeiro Jardim de Infância foi criado em meados de
1840, em Blankenburgo, este queria não só educar e cuidar, mas também, mudar as estruturas
familiares para que os pais pudessem criar melhor seus filhos.
Na segunda metade do século XIX, enquanto as instituições destinadas à primeira infância na
Europa e América do Norte tinha como objetivo o pedagógico, no Brasil, as creches eram apenas
assistencialistas, com o único intuito de ajudar as mulheres que trabalhavam fora. As condições
de trabalho eram tão precárias quanto o profissionalismo.
Nos anos 80, ser chamada de “tia” era a realidade presente. Segundo Paulo Freire (1993), essa
realidade devia-se à “redução da profissionalização a uma amorosidade parental”. Era um
apelido pejorativo à formação precária, sobretudo das séries iniciais das redes públicas.
Em 1989, uma reportagem no Mato Grosso revelou que 3 em cada 4 educadores da região não
possuíam formação adequada.
Porém essa realidade mudou a partir de 1996, com a Lei de Diretrizes e Bases, estabelecendo a
formação superior como condição para lecionar. Inúmeros programas foram organizados pela
rede pública. Assim, o número de educadores com ensino fundamental que era de 132 mil em
1995, passou para os atuais 6,9 mil, representando 1% do total.
Falar da creche ou da educação infantil é muito mais do que falar de uma instituição, de suas
qualidades e defeitos, da sua necessidade social ou da sua importância educacional. É falar da
criança. De um ser humano, pequenino, mas exuberante de vida. (DIDONET, 2001).

Biografia docente
Passo 2
Entrevistamos três professores, atuantes na educação infantil. Alfabetizadores. Com histórias de
vida diferentes, experiências diferentes. Todos com a mesma meta: educar, alfabetizar, contribuir
com formação dos futuros cidadãos do nosso país.
Nosso primeiro entrevistado teve sua vocação decidida ainda na infância, gostava muito de
brincar de escolinha e queria ser professora, ela acredita ser um dom. Nos contou que a vontade
de fazer parte da evolução e do desenvolvimento das crianças a motivou. Começou a fazer
faculdade e simultaneamente atuou como assistente de sala na educação infantil. Quando se
formou, continuou atuando na educação infantil e alfabetizando.
Nosso segundo entrevistado nos contou que começou a trabalhar muito cedo, nas áreas
administrativa e comercial de grandes empresas. Casou-se e teve 3 filhos. A educação de seus
filhos a preocupava muito e, por isso, em 1991 montou uma escola em São Paulo que atendia
crianças do maternal ao 5o ano. Vendo que precisava entender como e porque as professoras
trabalhavam de um jeito e não de outro, seguiu para a faculdade de Pedagogia para conhecer o
universo que já a encantava. Veio então para Itatiba, por motivos pessoais no ano de 2000 e na 1a
semana conseguiu emprego de monitora da sala do 1o ano, no Anglo. Em 2001 ofereceram a ela
a sala do segundo ano, onde ela leciona até hoje. Ela afirma que aprendeu literalmente a lecionar,
lecionando. E acredita que os professores aprendem muito com os alunos.
Enfim, nosso terceiro e último entrevistado contou sua história, disse que nunca foi a melhor da
sala, mas que se dedicava ao que fazia no momento. Estudou em escola estadual até a 8a série na
época. Disse que adorava frequentar a piscina pública da cidade no período da tarde e não
gostava de matemática, principalmente tabuada. E que não esquece sua professora da 3a série,
jogando apagador e giz em sua cabeça porque ela não tinha decorado a tabuada e sim ido à
piscina. Formou-se em Ciências Contábeis e foi trabalhar no banco, trabalhou como secretária e,
em seguida fez magistério. Começou a lecionar como eventual em escolas estaduais. Foi
estagiária em uma escola e decidiu que precisava aprender mais, assim, foi fazer Letras, já
casada e com uma filha pequena. Depois, fez pedagogia, em seguida, fez duas pós graduações,
uma de Alfabetização e outra de Educação Especial. Hoje leciona no período da manhã e à tarde.
Vimos histórias totalmente diferentes, motivações diversas que as levaram a destinos
semelhantes com a mesma meta e a mesma paixão: ALFABETIZAR. Essas histórias fazem parte
da história da educação no Brasil.
Assim, com o intuito de saber mais sobre a história da alfabetização no país, seus percalços e a
perspectiva do futuro da pedagogia, “o que podemos fazer para melhorar o ambiente escolar?”
“Como podemos nos tornar educadores melhores?”.
Nossa pesquisa vem nos mostrar alguns exemplos e uma perspectiva geral da educação. Um
panorama da educação no país para formar diretrizes a nos nortear em nosso percurso de futuros
pedagogos.

A entrevista
Passo 3
Nossa pesquisa segue e perguntamos aos entrevistados sobre os métodos e abordagens utilizados
em sua alfabetização, quais os utilizados quando começaram a lecionar e quais são os utilizados
atualmente. Todos foram alfabetizados com o método das cartilhas, esse método foi mantido no
início das carreiras dos entrevistados dois e três, já o entrevistado um começou a alfabetizar à
partir da reflexão grafema e fonema, partindo do nome e das letras do alfabeto. Atualmente
utilizam cada um o método adotado pelas escolas onde trabalham, seguindo os PCNs.
Perguntamos a respeito das rotinas escolares do início de suas carreiras e se existiram mudanças
significativas de lá para cá. Vimos que professores iniciantes, quando entram pela primeira vez
em uma sala de aula para lecionar, chegam com disposição e vontade, mas carregam indagações
e insegurança e sabem que enfrentarão enormes desafios, envolvendo a realidade escolar e a
relação com os estudantes, as famílias e a própria escola. Por sua vez, a instituição nem sempre
assegura a integração e o aprimoramento do professor novato. Aos gestores, caberia investir na
troca de experiência entre o iniciante e os veteranos, desta forma, todos sairiam ganhando.
Atualmente, muitas equipes gestoras de escolas têm procurado acolher e ajudar esses professores
no início de carreira, porém isso não ocorre nas redes de modo formal e com a frequência
desejada.
Os professores também falaram de suas relações com alunos que chegam praticamente
alfabetizados em salas de aula no ensino infantil. Notamos que ambos utilizam métodos
semelhantes, porém com intervenções diferentes. Sempre estimulando. Fazem nivelamentos.
Nesse período pré escolar a criança através do lúdico poderá construir seus conceitos de
convivência social, construir regras, definir sua autonomia, socialização e ter o desenvolvimento
de sua maturidade normalmente. Mas se a criança já tenha sido alfabetizada naturalmente ou por
ajuda da família, ela ainda necessita desenvolver seu raciocínio lógico, que com certeza por meio
de convivência nesta etapa, necessita brincar muito. Por outro lado, a tecnologia e a globalização
envolvem a criança de uma maneira muito atraente, instiga a curiosidade e isso faz com que a
criança procure cada vez mais o conhecimento, através de gibis, revistas, livros, quando brincam
com a sonoridade das palavras, com a informática, os games... assim, a necessidade de
reconhecer letras e números para poder inserir-se nesse mundo, acaba sendo tão grande que
muitas vezes, com a interação de adultos, colegas e do próprio meio, eles aprendem sem nem
perceber. E isso é muito comum. Atualmente, apenas a minoria chega nas escolas não
alfabetizados.
Os entrevistados nos falaram a respeito da introdução da tecnologia nas escolas. Partindo do
pressuposto que vivemos em uma sociedade globalizada e cada vez mais evoluída, devemos
acompanhar a tecnologia e levá-la para a sala de aula na medida certa, preparando aulas
expositivas em data show, trazendo a internet em alguns momentos como ponto de partida para
se fazer uma pesquisa, mas sem deixar que a tecnologia tome conta do ambiente escolar. É papel
da escola usá-la e ensinar os alunos a usarem também.
Perguntamos a respeito de indisciplina, como lidam, como acham que deve ser a relação
professor-aluno, Vimos que a relação entre professor e aluno deve ter afetividade, respeito e
troca. Indisciplina é algo que está aparecendo cada dia mais nas salas de aula. O professor deve
ser firme e ser pontual em suas falas e atitudes. Essa relação deve ser de total respeito,
capacidade de ouvir, compreender, deve existir afeto, pontes entre o seu conhecimento e o dos
alunos, confiança e cooperação. Disseram que hoje a indisciplina é considerada um obstáculo em
sala de aula, e que é uma obrigação dos pais ensinar o que é disciplina aos seus filhos, pois são
eles a base que pode estruturar a personalidade da criança. Já ao professor cabe relacionar-se
com o aluno com respeito, afeto, compromisso social e muito diálogo.
Perguntamos sobre o idioma LIBRAS. Suas experiências, e caso não tivessem essa experiência,
como lidariam. Nossos três entrevistados não tiveram essa experiência, mas concordam que
vivemos no mundo da diversidade, aprendemos a lidar e a respeitar as diferenças. Que a inclusão
deixou de ser um fato raro ou isolado e que a escola que tem um aluno com deficiência auditiva
tem a obrigação de capacitar seus professores e estender esse conhecimento aos seus alunos.
Foram categóricos ao afirmar que ninguém consegue se desenvolver no isolamento e a escola é
exatamente o contrário disso. É o ambiente onde as relações sociais se constroem e se
fortalecem.
Aproveitamos o gancho e perguntamos se os entrevistados acreditam que as escolas têm
profissionais preparados e estruturas adequadas para receber alunos com os diversos tipos de
necessidades especiais. Perguntamos se já estiveram nessa situação de despreparo e como lidou.
Todos concordaram que as escolas não estão preparadas, que simplesmente recebem o aluno e
deixam nas mãos dos professores e que estes sim têm que correr atrás de soluções. Que as
escolas se isentam da responsabilidade. Disseram que já passaram por essa situação e que
procuraram soluções e meios para poder trabalhar a situação. Que os professores não têm
condições de ter esse aluno em sala sem cuidador, mas que é isso o que está acontecendo, as
escolas dizem que é inclusão e no fim, os professores têm que educar 25 alunos mais uma
inclusão. Portanto, acham difícil discutir inclusão social, já que o que têm se visto é uma
inclusão assistencialista. A faculdade muitas vezes não preparou para essa nova realidade.
Apenas uma das entrevistadas nos contou que a escola onde trabalha tem uma equipe que cuida
de dar orientação para os pais, alunos e professores. Para cada necessidade especial uma conduta
diferente. Diz que teve uma experiência com um aluno com Síndrome de Down e ter conseguido
alfabetizar essa aluna foi uma grande vitória para a aluna e principalmente para ela. Depois dela,
vieram outros e ela foi se fortalecendo e trabalhando para dar o que essas crianças precisavam e
aprender mais um tanto.
Perguntamos sobre medidas adotadas diante do bulling. Nossas entrevistadas relatam que o
bulling é algo que muito se fala como se fosse algo novo, mas que sempre ocorreu, porém agora
tem um nome. Que procuram ensinar aos seus alunos que todos são diferentes uns dos outros,
tanto fisicamente quanto qualquer outro aspecto e que devemos respeitar sempre o próximo.
Sempre que necessário, fazem um trabalho mais profundo buscando estratégias como histórias,
exemplos reais, fazendo um se colocar no lugar do outro e também trabalhos com as famílias,
afinal, todo aluno tem o direito de estar seguro e ser respeitado na escola, e que essas atitudes
não podem ser consideradas “normais”. Devemos aproveitar essas situações para discutir
assuntos importantes para a formação do caráter dessas crianças.

Considerações Finais
Passo 4

Com informações que obtemos junto aos docentes sobre o processo histórico de aprendizado e
profissionalização na área da pedagogia, trazendo a historia da educação no Brasil
Foi utilizado artigos científicos, elaborados por pesquisadores dessa temática, livros e outros
materiais que destacam o assunto.
Os três entrevistados foram graduados no método de cartilhas elaborado pelo educador Português
João de Deus(1830-1896), onde eram destacados quatro tipos de método, sintético , analítico ,
misto e construtivo.Ja no começo de suas atividades como docentes , duas das três entrevistadas
usaram esse mesmo método no dia a dia , já a terceira utilizou a reflexão grafema e fonema.
Em suas rotinas escolares em relação com os alunos que chegam praticamente alfabetizados em
sala de aula no ensino infantil , os entrevistados utilizam o método de Branca Alves (Caminho
Suave) que no modo de "olhar e dizer" usando o conhecimento que os alunos trazem de casa ,
sabendo absorver os conceitos de convivência social e ajudando o aluno no crescimento pessoal .
Trabalhando também o método citado por Luiz Carlos Cagliari, onde o professor deve optar por
trabalhar com texto e os alunos devem analisar a linguagem dentro de um contexto real de uso.
Foram citados sobre a tecnologia nas escolas , vendo que todos os entrevistados aprovam essa
nova metodologia , mas reforçando pensamento do educador Português Antônio Novôa onde
cita que a escola tem que priorizar o conhecimento e a cultura , sendo que o docente deve
garantir que as disciplinas elementares não sejam prejudicadas pela avalanches de conteúdo que
propostos atualmente.
A questão sobre inclusão e o idioma LIBRAS, os entrevistados nunca tiveram experiências com
tal assunto, mas afirmando que as escolas tem o dever de capacitar à todos que diretamente tem
contato com o aluno surdo, sendo professores , alunos e os demais da escola , como citado pela
educadora Maria Lucia Arruda Aranha é necessário que haja preparação adequada dos agentes
educacionais está preconizada na lei de diretrizes e bases (1996) no que se refere aos diretores
cabe a eles tomar providencias correspondentes e essências para a efetivar a a construção do
projeto de inclusão.
No assunto sobre Bullyng os entrevistados sempre conversam com os alunos , alertando os
mesmo, pois a escola deve ter suas próprias estratégias para reduzir tal assunto , tendo a ajuda de
todos envolvidos , professores , funcionários , alunos e pais. As medidas tomadas pela escola
para o controle do Bullyng, se bem aplicadas e envolvendo toda a comunidade escolar ,
contribuirão positivamente para a formação de costumes de não violência na sociedade.
Observando vários pontos das entrevistas , percebemos que ao decorrer do tempo , houve varias
mudanças na área educacional , com inovações pedagógicas .
Concluindo-se que novos métodos são inseridos nas escolas para melhorar o ensino ajudando os
professores e alunos , mas lembrando que métodos como cartilhas (caminho suave) e outras
formas de ensino usadas em outros tempo , ainda são usadas para o ensino moderno nas escolas
atuais.
Referências Bibliográficas

Branca Alves http://pt.wikipedia.org/wiki/Caminho_Suave acesso(20/03/2015)


Luís Carlos Cagliari http://pt.slideshare.net/karlabrasil/cagliari acesso(27/03/2015)
António Nóvoa http://gestaoescolar.abril.com.br/aprendizagem/antonio-novoa-fala-conteudos-
devem-ser-prioritarios-escola-574267.shtml acesso(28/03/2015)
Bullyng http://revistaescola.abril.com.br/indisciplina-bullying-violencia-escolar/
acesso(28/03/2015)

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