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Estado de Mato Grosso Secretaria de Estado de Educação

Assessoria Pedagógica do Munícipio de Mirassol D’Oeste/MT

ESCOLA ESTADUAL PADRE TIAGO

Disciplina: EDUCAÇÃO FÍSICA

Docente: Diogo Henrique Severino de Souza (2°B,C,D,G)

Docente: Rosivana da Silva Santos (2°E)

Docente: William Viana da Silva (2°A,F,H,I)

Aluno(a): __________________________________________________________________

Turma: 2º ANO ___________ Turno: ________________________________

Material Didático - mês de fevereiro/março/2021

Códigos das Habilidades Objetos de conhecimentos

EM13LGG501 Esporte midiático


EM13LGG502 Esportes de invasão
EM13LGG503 Dopping, fair play, preconceitos e diferenças nos
esportes
Ginástica Geral, Exercícios físicos

Educação Física
EDUCAÇÃO FÍSICA - CORPO E CULTURA

Olá estudantes, bem-vindos! Para compreendermos a relevância do corpo nos estudos da


Educação Física e da área de Linguagens, é preciso retirá-lo do campo exclusivo dos estudos
médicos e biológicos e agregar as outras áreas do

conhecimento. Os homens e mulheres são animais

como todos os outros que habitam o planeta Terra,


Somos os únicos
porém são os únicos que possuem cultura. Isto quer
seres que
dizer que suas ações não são guiadas unicamente
possuem cultura pelos instintos biológicos de sobrevivência e de
reprodução. Suas ações seguem a lógica própria de

cada cultura, ou seja, os diferentes grupos humanos


criam para si sistemas de crenças e de valores que dão sentido às suas vidas e orientam suas
condutas. Por exemplo, todas as sociedades humanas definem o que elas acham certo ou errado,
bom ou mau, bonito ou feio. Não existe um único sistema de valores que seja válido para todos
os seres humanos do planeta.

Basta pensarmos em uma cultura muito diferente da nossa para percebermos como os
valores culturais variam. Esses valores incluem não apenas padrões de beleza, mas também
hábitos alimentares, higiênicos, modelos de comportamento e todas as práticas e crenças que
envolvem nossas vidas.

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que temos de mais animal- podem expressar os diferentes valores culturais?

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Desde os tempos mais remotos da história e da pré-história, o ser humano faz de seu corpo
um objeto cultural. Os homens e mulheres nunca estão inteiramente nus, como ocorre com os
animais.

Mesmo que os seios e os órgãos genitais não estejam


cobertos, há sempre um adereço, uma pintura ou um penteado que
demonstram o cuidado em se diferenciar da simples natureza. A
preocupação com o corpo, ao contrário do que se pode pensar à
primeira vista, não diz respeito apenas à beleza.

Os milhares de recursos que o homem encontra para se


vestir ou para se adornar podem assumir uma infinidade de significações próprias à cada
cultura. Assim, alguns detalhes dos ritos corporais - maquiagem, corte de cabelo, joias e
roupas servem para distinguir homens e mulheres, para além das diferenças criadas pela
própria natureza. Outros recursos ajudam ainda a mostrar o lugar
que cada indivíduo ocupa na sociedade: os reis, por exemplo, são os únicos a usar coroas;
os sacerdotes egípcios raspavam totalmente a cabeça. Em alguns casos, os doentes também são
diferenciados dos sãos: na Idade Média, os leprosos só podiam andar com sinos presos ao
corpo, de forma a anunciarem sua presença, mesmo à distância. Até o século passado, as
pessoas que haviam cometido delitos considerados graves eram, algumas vezes, marcadas com
ferro em brasa, para carregarem para sempre a marca de sua culpa. Na Europa no século XVII, as
prostitutas que eram pegas com soldados podiam ter as orelhas ou a ponta do nariz cortada. Em
alguns países do Oriente, até hoje, cortam-se as mãos dos ladrões. Os escravos, no Brasil, tinham
o corpo marcado com ferro em brasa para mostrar quem eram seus donos.
Nosso corpo exprime, dessa forma, diversas significações que permitem que os outros
nos reconheçam e nos identifiquem. Bonito/feio, rebelde/conformado, puro/impuro, sujo/ limpo,
rico/pobre, homem/mulher, adulto/criança, livre/escravo são algumas das características que
cada indivíduo mostra com sua aparência.

Na realidade, tudo o que usamos como marca ou enfeite parece um prolongamento de


nós mesmos. Quem nunca ficou insatisfeito diante de um espelho, achando que sua forma de se
apresentar não tem nada a ver com o que realmente é? Os objetos que ajudam a compor nossa
aparência devem, assim, se integrar perfeitamente à imagem que queremos passar de nós
mesmos.

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No estado de Mato Grosso não acontece de


maneira diferente, há diversidades em todo lugar: são
mais de 42 povos indígenas, várias comunidades
quilombolas, e muitas vilas e cidades cujas populações
locais se mesclam conforme os processos de “ocupação”
impostos pela colonização desde o período colonial até
hoje.
Há mais de três séculos, antes da chegada do colonizador às
margens do rio Cuiabá, havia uma enorme diversidade de formas
de viver e produzir a vida coletiva no centro-oeste brasileiro, no entanto, a visão colonialista que
caracteriza os processos de desocupação e ocupação do território brasileiro impôs sua forma de
pensar e agir, pautando-se em valores que geralmente impõem seu domínio em todos os sentidos
aos grupos sociais e familiares que aqui viviam e vivem.
Dessa forma, aprendemos com as pessoas com as quais estabelecemos laços
significativos de confiança, de vínculo afetivo, que nos despertam e nos levam a repetir suas
formas de fazer, de sentir e de pensar, mas estas formas são também nossas e únicas, pois
recriadas em cada contexto, vivenciadas num ambiente, num tempo e espaço único do corpo que
as vivenciam.

Com isso, cada pessoa pensa o mundo e produz seu conhecimento sobre ele, do seu lugar
de origem étnica e familiar, de sua sexualidade, seu grupo social e econômico, e de forma
diferente em cada fase da vida, nas quais vai se integrando como pessoa pelos valores e
religiosidade, que lhe permite se inserir em grupos distintos. O próprio conhecimento científico é
assim, produção social e pessoal na qual se impregnam todas as dimensões que compõem o
corpo pesquisador, pois o conhecimento é do corpo que o produz e por ele é produzido a partir
das conexões entre o que somos e fazemos, e o que dá sentido a nossa vida individual-coletiva.
Considero assim que ao ser produzido, o corpo evidencia uma complexa dimensão do eu no
mundo.

Ser assim, gordo, magro, alto, baixo, deficiente, homem, mulher, homossexual, velho,
novo, belo, feio, alegre, triste, independente ou dependente economicamente, intelectualizado ou
não, não depende exclusivamente da pessoa, mas antes, das condições socioculturais na qual esta
se humaniza, ou, produz-se como corpo.

Fonte:https://br.freepik.com/vetores-gratis/movimento-de-positividade-corporal-e-conjunto-de-diversidade_7438238.htm

Atividade 1. Pense na diversidade existente na cultura corporal do nosso país, os costumes,


hábitos alimentares, danças, jogos, as roupas, músicas, o estilo de vida, dentre outros. Agora
reflita no lugar onde você vive e descreva hábitos ou costumes presentes no cotidiano da sua
comunidade.

Atividade 2. (Questão do ENEM ano 2019) - Em nenhuma outra época o corpo magro adquiriu
um sentido de corpo ideal e esteve tão em evidência como nos dias atuais: esse corpo, nu ou
vestido, exposto em diversas revistas femininas e masculinas, está na moda: é capa de revistas,
matérias de jornais, manchetes publicitárias, e se transformou em sonho de consumo para
milhares de pessoas. Partindo dessa concepção, o gordo passa a ter um corpo visivelmente sem
comedimento, sem saúde, um corpo estigmatizado pelo desvio, o desvio pelo excesso.
Entretanto, como afirma a escritora Marylin Wann, é perfeitamente possível ser gordo e
saudável. Frequentemente os gordos adoecem não por causa da gordura, mas sim pelo estresse,
pela opressão a que são submetidos.

VASCONCELOS, N.A; SUDO, I; SUDO, N. Um peso na alma: o corpo gordo e a mídia. Revista Mal-Estar e
Subjetividade. N. 1, mar 2004 (adaptado)

No texto, o tratamento predominante na mídia sobre a relação entre saúde e corpo recebe a
seguinte crítica:

a) Difusão das estéticas antigas.


b) Exaltação das crendices populares.
c) Propagação das conclusões científicas.
d) Reiteração dos discursos hegemônicos.
e) Contestação dos estereótipos consolidados.
Referências:

GRANDO, B. S. Do Corpo e da Cultura: indícios da realidade na perspectiva intercultural. Revista


Arquivos em Movimento, Rio de Janeiro, Edição Especial, v.10, n. 1, p. 138-154, jan./jun. 2014.

SENAC, DN. Ritos do corpo / Lorelai Kury; Hargreaves, Lourdes; Valença, Máslova Teixeira. Rio de
Janeiro: Senac Nacional, 2000.

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Educação Física

CORPO E CULTURA
Olá, estudantes, bem-vindos!

Na semana anterior estudamos que as ações humanas seguem a lógica própria de cada

cultura, ou seja, nosso corpo exprime diversas significações dentro das condições socioculturais
nas quais estamos inseridos que permitem que os outros nos reconheçam e nos identifiquem.

Dessa forma, ao observar o lugar onde você vive poderá identificar que há vários
hábitos e práticas presentes no seu cotidiano que vão refletir um pouco de sua realidade. E
dentro de cada realidade há uma rica diversidade que confere identidade a diferentes grupos
sociais como o povo ribeirinho, o da floresta, o do cerrado, o quilombola, o indígena, o do
campo e o da cidade.
Ao pensarmos no movimento corporal advindo da experiência através de práticas como
o jogo, a dança, o esporte, a luta, a ginástica etc, podemos verificar quantas diferenças culturais
existem não só na forma da prática, como também nas intenções na realização dessas práticas
podendo ser para manutenção da saúde, como também o lazer, a educação, a competição, a
expressão religiosa etc.

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Quando movimentamos o corpo para manter a saúde, temos que ela se remete ao
desenvolvimento de nossa aptidão física, isto é, a nossa capacidade de realizar esforços físicos
sem cansaço excessivo garantindo boas condições ao nosso organismo para sobrevivermos no
ambiente em que vivemos.

Figura 7
Sabemos que atualmente o mundo enfrenta a
pandemia da COVID-19, doença que ataca o sistema
respiratório impedindo a pessoa respirar e assim faz o
corpo todo parar funcionar. É importante continuarmos
os cuidados que não se limitam a evitar o contato físico,
manter a higiene com o uso de luvas e máscaras, a
lavagem das mãos com água e sabão ou ainda o uso
álcool em gel, mas também precisamos movimentar
o corpo para termos aptidão física!

Muitas pessoas erroneamente acreditam que por não estarem no chamado grupo de
risco não precisam ter tantos cuidados. Vocês, estudantes do Ensino Médio, sabiam que
segundo a Organização Mundial da Saúde – OMS, o contágio da doença e chances
de vir a óbito está mais associado a pacientes com doenças relacionadas ao
sedentarismo, ou seja, a pacientes que antes da COVID-19 já tinham doenças
relacionadas a falta de movimentar o corpo para a manutenção da saúde?

E será que os jovens, como os adultos do amanhã, têm se preocupado com


sua saúde? Segundo a OMS, crianças, adolescentes e jovens geralmente se
interessam mais em movimentarem-se pelo lazer, isto é, como forma de
descanso e diversão. Mas por quê? Lembremo-nos de que tudo tem a ver com a
cultura, com o contexto em que está inserido. Podemos compreender então que o
corpo funcional, apto para as atividades do dia a dia, faz mais sentido para quem tem
muitas obrigações com esse corpo, como por exemplo os adultos, por trabalharem,
entendem como necessárias essas preocupações, já os jovens e adolescentes
geralmente não têm as mesmas obrigações e preocupações.
Figura 8 Como podemos ampliar essas percepções do
movimento do corpo não se limitando a saúde ou
lazer? Pensar nisso nos leva a intenção da educação
no se movimentar. Na educação promovida pela
escola é através dela que se ampliam as diferentes

intenções e formas de perceber o movimento do corpo


levando os estudantes a refletirem sobre o si mesmos e os outros para assim respeitarem as
diferenças, reconhecerem os valores morais e éticos, as diferentesculturas, a inclusão, questões
de gênero, etc.

Temos ainda o se movimentar com base na competição,


que tem como intenção a vitória, o ganhar algo, seja aprendizado ou
algum tipo de poder (financeiro, status social, autoridade etc). A
exemplo, nos jogos olímpicos da era moderna, Barão de Cobertin
ampliou a concepção de se movimentar para competir em que os
atletas ao praticarem esportes não se limitariam na busca pela vitória e
conquista do prêmio, mas principalmente na intenção de fazerem

amizades e interagirem com outros povos.

Fonte:http://www.museudoindio.gov.br/educativo/pesquisa-escolar/968-o-kuarup-e-uma-
festa-para-celebrar-a-memoria-dos-mortos

Por fim, podemos indicar que o movimentar do corpo pode ocorrer


para apresentar o conjunto de crenças de um povo, em destaque as
crenças religiosas. A título de exemplo, podemos citar as danças

indígenas que simbolizam rituais sagrados, para que algumas etnias realizem homenagem às
pessoas mortas, agradeçam pela colheita e pesca entre várias outras razões.

Esperamos que tenha sido possível compreender as diferentes intenções que podemos
ter ao movimentar o nosso corpo e entendê-lo com expressão de uma cultura.

Atividade 1
Após ler o texto, cite algumas das intenções que nos levam a movimentar o corpo.
Atividade 2

Pensando no autoconhecimento, autocuidado e construção de laços sociais em seus projetos de


vida, escrevam quais são as práticas corporais você realiza para cada intenção abaixo:

a) Saúde:
b) Lazer:
c) Educação:
d) Competição:
e) Expressão religiosa:

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Atividade 3
Escolha uma prática corporal que você se interessa (jogos, brincadeiras, esporte, dança ou luta)
e realize em casa. Observe o contexto em que você vive e analise criticamente as condições para
essa prática, verificando a infraestrutura para tal, como também o contexto, se há preconceitos,
estereótipos e relações de poder relacionadas as diferentes formas e intenções de movimentar o
corpo. (Exemplo: Se escolheu dança, foi possível perceber que em sua realidade geralmente
meninos jogam bola e meninas dançam. Por que isso acontece? É um estereótipo? Há
preconceitos acerca das possibilidades da menina jogar bola e o menino dançar? Se há, isso se
relaciona a forma ou a intenção do movimento do corpo?)

Habilidades:
(EM13LGG204). Dialogar e produzir entendimento mútuo, nas diversas linguagens (artísticas,
corporais e verbais), com vistas ao interesse comum pautado em princípios e valores de equidade
assentados na democracia e nos Direitos Humanos.
(EM13LGG502). Analisar criticamente preconceitos, estereótipos e relações de poder
subjacentes às práticas e discursos verbais e imagéticos na apreciação e produção das práticas da
cultura corporal de movimento.

Referências:
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Ensino Médio. Ministério da Educação. 2017.
BRASIL. Caderno Temático: Práticas Corporais, Atividade Física e Lazer. Versão Preliminar.
Ministério da Saúde. Brasília – DF, 2015.
FERREIRA, Maycon Junior e colaboradores. Vida Fisicamente Ativa como medida de
enfrentamento ao Covid 19. Arquivos Brasileiros de Cardiologia. 09 de abril de 2020.

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