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GEOGRAFIA

Unidade 1 – O Brasil na globalização

A globalização no Brasil
Protestos antiglobalização no Brasil
Cultura brasileira e globalização
Regionalização do Brasil globalizado
Turismo no Brasil

Unidade 2 – Conflitos Geopolíticos da Atualidade

Conflitos atuais
Afeganistão e Iraque
A geopolítica da solidariedade
Unidade 1 – O Brasil na globalização

A globalização no Brasil

A globalização é um dos termos mais frequentemente empregados para


descrever a atual conjuntura do sistema capitalista e sua consolidação no
mundo. Na prática, ela é vista como a total ou parcial integração entre as
diferentes localidades do planeta e a maior instrumentalização proporcionada
pelos sistemas de comunicação e transporte.

https://brasilescola.uol.com.br/geografia/globalizacao.htm

O conceito de globalização é dado por diferentes maneiras conforme os


mais diversos autores em Geografia, Ciências Sociais, Economia, Filosofia e
História que se pautaram em seu estudo. Em uma tentativa de síntese, podemos
dizer que a globalização é entendida como a integração com maior intensidade
das relações socioespaciais em escala mundial, instrumentalizada pela conexão
entre as diferentes partes do globo terrestre.
https://www.todamateria.com.br/globalizacao/

Vale lembrar, no entanto, que esse conceito não se refere simplesmente


a uma ocasião ou acontecimento, mas a um processo. Isso significa dizer que a
principal característica da globalização é o fato de ela estar em constante
evolução e transformação, de modo que a integração mundial por ela gerada é
cada vez maior ao longo do tempo.
Há um século, por exemplo, a velocidade da comunicação entre diferentes
partes do planeta até existia, porém ela era muito menos rápida e eficiente que
a dos dias atuais, que, por sua vez, poderá ser considerada menos eficiente em
comparação com as prováveis evoluções técnicas que ocorrerão nas próximas
décadas. Podemos dizer, então, que o mundo se encontra cada dia mais
globalizado.

https://www.asiacomentada.com.br/2012/04/nova-ao-brasileira-no-mundo-globalizado/
O avanço realizado nos sistemas de comunicação e transporte,
responsável pelo avanço e consolidação da globalização atual, propiciou uma
integração que aconteceu de tal forma que tornou comum a expressão “aldeia
global”. O termo “aldeia” faz referência a algo pequeno, onde todas as coisas
estão próximas umas das outras, o que remete à ideia de que a integração
mundial no meio técnico-informacional tornou o planeta metaforicamente menor.
O governo brasileiro adotou, da década 1990, uma série de medidas
econômicas, tais como: abertura de mercado interno, redução das barreiras
protecionistas, facilitações para a entrada de produtos e de investimento externo,
como aplicações financeiras e participação acionária em empresas nacionais e
privatizações de empresas estatais.

https://globalizationattheworld-blog.tumblr.com/post/37750929340/globaliza%C3%A7%C3%A3o-no-mundo-e-
no

A maior influência da Globalização no Brasil demarcou também a adoção


de um modelo econômico que visava à mínima intervenção do Estado na
economia, chamado de Neoliberalismo. Com isso, intensificou-se o processo de
privatizações das empresas estatais e a intensa abertura para o capital externo.
O Brasil também deixou de ser denominado como país de terceiro mundo,
uma vez que essa divisão deixou de ser adotada. Passou-se a dividir o mundo
em países do Norte (desenvolvidos) e países do Sul (subdesenvolvidos). O que
não mudou foi a dependência econômica e a condição de subdesenvolvimento
em que o país se encontrava.
Com a abertura de capitais, houve maior inserção das indústrias e
companhias multinacionais no Brasil. Elas aqui se instalaram para ampliar o seu
mercado consumidor e, também, para buscar mão de obra barata e maior acesso
às matérias-primas. Isso acarretou uma maior produção de emprego, porém com
condições de trabalho mais precarizadas.

https://www.youtube.com/watch?v=p3iJZv4a3Lo

Além disso, observou-se também a instalação de indústrias denominadas


“maquiladoras”, uma vez que todo o processo produtivo se fazia em outros
países e apenas a montagem dos produtos era feita nacionalmente. O intuito das
empresas era driblar os impostos alfandegários e diminuir os custos de
produção, uma vez que a mão de obra em países subdesenvolvidos como o
Brasil costuma ser mais barata que nos países desenvolvidos.
Em linhas gerais, o que se pôde observar com a Globalização do Brasil
foi a construção de uma contradição: de um lado, o aumento de emprego e a
produção e venda de maior número de aparelhos tecnológicos, já do outro, o
aumento da precarização do trabalho e da concentração de renda, sobretudo
nos anos 1990 e início dos anos 2000.
No início do século XX, a integração comercial do Brasil no mercado
exterior ocorreu no contexto da formação dos blocos econômicos regionais. Em
1991, Argentina, Uruguai, Paraguai e Brasil assinaram o Tratado de Assunção e
formaram o Mercosul, Mercado Comum Sul, mais tarde acrescido da Venezuela
(2012).
A partir da década seguinte, a expansão das relações comerciais com os
novos mercados alterou as proporções dos destinos das exportações brasileiras,
destacando-se a China, que se tornou o principal parceiro econômico do Brasil.
As vantagens é o acesso aos produtos internacionais, muitas vezes mais
baratos ou melhores do que os fabricados no Brasil. Por outro lado, estes
produtos, muitas vezes, entram no mercado brasileiro com preços muitos baixos,
provocando uma competição injusta com os produtos nacionais e levando
empresas à falência e gerando desemprego em nosso país. Isso vem ocorrendo
atualmente com a grande quantidade de produtos chineses (brinquedos,
calçados, tecidos, eletrônicos) que entram no Brasil com preços muito baixos.

https://www.chinalinktrading.com/blog/produtos-importados-da-china-2/

Outra questão importante no aspecto econômico é a integração do Brasil


no mercado financeiro internacional. Investidores estrangeiros passam a investir
no Brasil, principalmente através da Bolsa de Valores, trazendo capitais para o
país. Porém, quando ocorre uma crise mundial, o Brasil é diretamente afetado,
pois tem sua economia muito ligada ao mundo financeiro internacional. É muito
comum, em momentos de crise econômica mundial, os investidores estrangeiros
retirarem dinheiro do Brasil, provocando queda nos valores das ações e
diminuição de capitais para investimentos.
No fim da década de 1990, em meio a crise financeira, foi criado o G-20,
ou seja, Grupo dos Vinte. Trata-se da união de países de economia emergente
aos oito mais influentes que formavam o G-8. A busca pela liberalização do
comércio mundial diante do protecionismo exercido principalmente por Europa e
Estados Unidos e a luta pela garantia dos direitos de propriedade, entre outras
reivindicações, fazem parte dos objetivos dos países que passaram a participar
dos principais encontros internacionais como componentes do G-20.
O Grupo dos 20 (G20), também chamado de G20 Financeiro, foi criado
em 1999 em resposta às sucessivas crises financeiras por que passavam
algumas potências econômicas, sobretudo na Ásia, no final da década de 90. O
objetivo do grupo é fortalecer as negociações internacionais entre os países-
membros e proporcionar uma estabilidade econômica global.

http://www.rfi.fr/br/americas/20181201-g20-deve-terminar-sem-consenso-sobre-guerra-comercial-e-acordo-
climatico

O G20 é formado pelas 19 maiores economias do mundo, representadas


pelos ministros de finanças e chefes dos bancos centrais, mais a União
Europeia, representada pelo Banco Central Europeu e pela presidência rotativa
do Conselho Europeu.
Fazem parte do G20 os oito países mais ricos e influentes do mundo,
o G8, e 11 países emergentes.
G8: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão, Reino
Unido e Rússia.
Países emergentes: África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália,
Brasil, China, Coreia do Sul, Índia, Indonésia, México e Turquia.
Entre os diversos sinais de revolução técnico-científica e de globalização,
há a aproximação dos locais afastados, o aparente encurtamento das distâncias
e a agilidade dos acessos. Para isso, o desenvolvimento das telecomunicações
e sua difusão desempenham papel predominante.
Da mesma forma que ocorre a telefonia celular, o número de usuários da
internet no Brasil tem aumentado acima da média do crescimento populacional
do país (0,86%). No intervalo de apenas um ano, por exemplo entre 2011 e 2012,
a quantidade de usuários individuais da internet cresceu de 38% para 45% do
total da população brasileira.

https://www.opopularjm.com.br/bolsonaro-diz-que-nova-lei-amplia-acesso-a-internet-para-populacao/

O número de consumidores que utilizam a internet por meio de


microcomputador no Brasil vem crescendo aceleradamente. Além disso, a
popularização de outros dispositivos, como: tablets e telefones móveis celulares
colaborou ainda mais.

Protestos antiglobalização no Brasil

Em 1999, enquanto ocorria uma reunião da Organização Mundial do


Comércio (OMC), manifestações populares nas ruas de Seattle, Estados Unidos,
contrárias ao processo de globalização, repercutiram na propagação de outros
protestos com motivações semelhantes em diversos locais do mundo. Os
protestos revelaram que distorções socioeconômicas prosseguiam no mundo, a
despeito do fenômeno da globalização.
O processo de globalização desencadeou vários problemas
socioeconômicos em diversas partes do globo, inclusive nos países
desenvolvidos. Esse fenômeno originou os movimentos antiglobalização,
formados por distintas organizações da sociedade civil como, por exemplo,
Organizações Não Governamentais (ONGs), sindicatos, movimentos
ambientalistas, grupos indígenas, entre outros.

http://revista.algomais.com/colunistas/qual-o-futuro-da-internet

A maioria desses movimentos argumenta que as transnacionais


obtiveram muito poder com o processo de globalização e que essas empresas
estão dando forma ao mundo de acordo com os seus interesses econômicos,
fato que tem intensificado as disparidades sociais, além de ter promovido a
degradação ambiental.
Os movimentos antiglobalização são heterogêneos, tendo focos de
atuação diferentes. São considerados movimentos de cidadãos que lutam pela
justiça e por uma política econômica e social mais igualitária, que possa reduzir
as discrepâncias entre os povos do planeta.
Outro evento antiglobalização de muita importância é o Fórum Social
Mundial (FSM), em 2001, em Porto Alegre, cujo principal objetivo é organizar um
encontro mundial de pessoas e movimentos sociais contrários às políticas
neoliberais do FEM (Fórum Econômico Mundial).
As discussões realizadas tratam de estratégias alternativas à economia
de mercado, como o incentivo ao empreendedorismo local de responsabilidade
social e ecológica, ao fortalecimento da agricultura camponesa, à expansão da
economia solidária, à universalização do acesso às novas tecnologias do mundo
global, à luta pelos direitos da preservação da cultura dos diferentes povos e das
minorias étnicas, entre outras.

Cultura brasileira e globalização

No aspecto cultural os pontos são mais positivos do que negativos. Com


a globalização, os brasileiros podem ter acesso ao que ocorre no mundo das
artes, cinema, música, etc. Através da televisão, internet, rádio, cinema e
intercâmbios culturais, podemos ficar conectados ao mundo cultural
internacional. Conhecimentos científicos, artísticos e tecnológicos chegam ao
Brasil e tornam nossa cultura mais dinâmica e completa.

http://lumihistoria.blogspot.com/2013/07/globalizacao-e-cultura.html

Por outro lado, a cultura brasileira sofre com essa influência musical e
comportamental maciça, principalmente originária dos Estados Unidos. As
músicas, os seriados e os filmes da indústria cultural norte-americana vão
espalhando comportamentos e gostos que acabam diminuindo, principalmente
entre os jovens, o interesse pela cultura brasileira.
Com a Globalização, ampliaram-se as facilidades de comunicação e,
consequentemente, a transmissão dos valores culturais. Assim, observa-se que
as diferentes culturas e os diferentes costumes podem se interagir sem a
necessidade de uma integração territorial. Entretanto, observa-se também que
esse processo não se dissemina de forma igualitária, de modo que alguns
centros economicamente dominantes transmitem em maior número os seus
elementos culturais.

https://cultura.culturamix.com/curiosidades/industria-cultural

Um exemplo disso é a chamada Indústria cultural, termo criado por


sociólogos no início do século XX, mas que se mantém atual. Essa indústria é
capaz de gerar e controlar os padrões de comportamento e os costumes das
pessoas, como as roupas, os padrões de etiqueta e comportamento, as
atividades de lazer que exercem etc.
Por esse motivo, muito se fala em uma homogeneização das culturas, isto
é, a padronização dos modos de ser e agir dos indivíduos com base em uma
referência dominante, fazendo sucumbir os valores locais e tradicionais. Nesse
sentido, muitos acusam o processo de globalização de ser um sistema perverso,
uma vez que ele não se democratiza inteiramente e só atinge os setores
economicamente dominantes do mundo e das sociedades.
Por outro lado, à medida que os sistemas de comunicação, informação e
transporte vão elevando a sua capacidade de disseminação, observamos
também a possibilidade dos costumes e valores locais se interporem aos
elementos globais. Isso ocorre a partir do momento em que comunidades
tradicionais ou culturas regionais conseguem disseminar e divulgar para além de
suas fronteiras as suas características. Com base nessas concepções, há quem
diga que a Globalização, na verdade, promove uma heterogeneização cultural.

Regionalização do Brasil globalizado

O geógrafo Milton santos e sua equipe propuseram em1999, uma divisão


regional associada ao meio técnico-científico informacional, com base na análise
da transformação do Brasil.

https://grageografia.meusitenouol.com.br/divisoes-regionais-do-brasil-parte-ii

Nos anos 1960, o geógrafo Pedro Pinchas Geiger propôs uma divisão
regional muito diferente da realizada pelo Instituto Brasileiro de geografia e
estatística (IBGE). Visto que a desenvolveu com foco no processo de formação
de ocupação do território nacional atrelado a dinâmica econômica, incluindo os
efeitos causados pela industrialização iniciada nos anos 1930. A regionalização
de Geiger divide o Brasil em três grandes regiões geoeconômicas ou três
complexos regionais: Amazônia, Nordeste e centro-Sul. Não considera as
fronteiras estaduais. O norte de minas Gerais se encontra na Região Nordeste,
enquanto a maior parte do território mineiro está na Região Centro-Sul. Uma
parte do estado no Maranhão está na Região Amazônica, enquanto outra parte
está na Região Nordeste. Isso ocorre porque as dinâmicas econômicas e seus
impactos na organização do espaço geográfico não ocorreram de forma
uniforme num mesmo estado.

http://agbcampinas.com.br/site/page/3/

Em 2001, os geógrafos Milton Santos e Laura Silveira propuseram uma


divisão regional do Brasil com base na organização do espaço geográfico
brasileiro em conformidade com os acessos as tecnologias características da 3ª
Revolução Industrial, que insere as sociedades capitalistas no que Milton Santos
cunhou de meio técnico-científico-informacional. Consideram que existem quatro
brasis: Amazônia, Centro-Oeste, Nordeste e Concentrada.
A Região Amazônica apresenta a menor taxa de densidade demográfica,
a Região Nordeste apresenta agricultura pouco mecanizada quando comparada
ao Centro-Oeste, que possui agricultura com alto índice de tecnologia e
produtividade. A Região Concentrada é onde estão as maiores densidades de
redes técnicas, de atividades econômicas, de investimentos e de concentração
populacional.
Turismo no Brasil

O fluxo de pessoas que viajam para diferentes regiões do próprio país ou


para destinos internacionais, proporcionado pelo turismo, caracteriza a melhor
forma do processo de globalização. É reconhecida a recente expansão dos
turismos domésticos e internacional no Brasil. Os diferentes motivos que levam
as pessoas a viajar possibilitam classificar a atividade turística em diferentes
modalidades:

❖ Turismo de lazer ou de massa: de características sazonais (nas temporadas


de férias); turismo rural ou agro turismo. Este tipo de turismo é para quem
quer viajar e desfrutar da calma e beleza do campo. Atividades como andar a
cavalo ao ar livre, beber leite ao pé da vaca, tomar um café da manhã com
elementos da culinária rural como queijos, bolos de fubá e um café feito em
fogão à lenha são escolhidas pelo viajantes que querem praticar o turismo
rural. O que importa para essas pessoas é a vivência no campo e o
investimento nas famílias que usam o campo para se sustentar.

https://paranashop.com.br/2018/02/janeiro-de-2018-e-o-melhor-mes-na-historia-do-turismo-de-foz/

❖ Turismo religioso: direcionado aos santuários e festejos relacionados à fé. A


motivação maior é a busca por uma experiência espiritual, seja ligada a
alguma religião específica ou não. O turista se desloca para destinos de
significado religioso para: fazer peregrinações e romarias a lugares sagrados;
participar de retiros espirituais; participar de festas e celebrações religiosas;
assistir a shows e apresentações de caráter religioso; visitar igrejas, templos
de budismo, santuários, mesquitas, terreiros de cultos africanos etc.

https://www.bahiadevalor.com.br/2019/10/canonizacao-de-irma-dulce-vai-impulsionar-o-turismo-religioso/

❖ Turismo de negócios: envolve diferentes atividades profissionais. Este tipo de


turismo é praticado por quem faz reuniões de negócios e para aqueles que
vão até um destinos para congressos, seminários, feiras voltados para o
ambiente corporativo. Geralmente eles viajam por motivos relacionados ao
trabalho e não é levado em conta períodos de férias ou feriados prolongados.

https://www.nattrip.com.br/turismo-de-negocios/

❖ Turismo medicinal: em razão de tratamento, leva milhares de pessoas a


buscar estâncias hidrominerais, entre outros exemplos. O turismo de
saúde ou medicinal é praticado por pessoas que querem descanso e cuidar
do corpo e da alma. Pessoas a procura de banhos termais, spas, curas
através de cristais e ervas são os turistas que procuram destinos para este
tipo de turismo.

https://www.uai.com.br/app/noticia/rotas-de-minas/2017/04/28/noticias-rotas-de-
minas,205797/rejuvenesca-nas-aguas-medicinais-do-circuito-das-aguas.shtml

❖ Turismo gastronômico: cultura e diversidade da culinária. Esse é um tipo de


turismo que atrai os amantes da boa mesa. A gastronomia é o principal
atrativo para o turista que busca destinos e eventos relacionados com a boa
comida e bebida. No calendário turístico brasileiro, vários eventos
gastronômicos já são conhecidos, como o Festival de Gastronomia de
Tiradentes (MG), a Oktoberfest em Blumenau (SC), a Festa da Uva em Caxias
do Sul (RS) e outros.

https://foodandroad.com/pro/br/beneficios-do-turismo-gastronomico/
❖ Turismo cultural: atrações relacionadas a história, arquitetura, folclore e
atividades artísticas. O turismo cultural é a atividade turística relacionada à
vivência com o patrimônio histórico cultural, com os eventos culturais
valorizando e promovendo os bens materiais e imateriais da cultura de um
povo. Quem pratica este tipo de turismo está interessado na experiência e na
vivência das pessoas do lugar. Eles se interessam por museus, catedrais,
galerias de arte, sítios arqueológicos, tudo que conte a história do lugar. Aqui
no Brasil, esse tipo de turismo acontece com frequência em cidades históricas
como Ouro Preto e Olinda.

http://blog.solo.ind.br/blog/viagem/5-opcoes-para-fazer-turismo-cultural-no-brasil/

Unidade 2 – Conflitos Geopolíticos da Atualidade

Conflitos atuais

Os principais conflitos atuais, os países e os grupos envolvidos devem ser


estudados e conhecidos:
O 11 de setembro ficou marcado na história como o dia em
que atentados terroristas foram realizados em solo americano e resultaram na
morte de quase três mil pessoas. Os terroristas responsáveis pelo atentado eram
vinculados a Al-Qaeda e realizaram seus ataques contra dois alvos: o World
Trade Center, localizado em Nova York, e o Pentágono, localizado em
Washington.
Os atentados de 11 de setembro tiveram como um dos grandes
responsáveis Osama bin Laden, e geraram grandes consequências a nível
regional (nos EUA) e também mundial. Poucas semanas depois que
aconteceram, o governo norte-americano deu início à Guerra do Afeganistão,
com o objetivo de capturar o líder da Al-Qaeda.

https://noticias.r7.com/internacional/morre-o-200-bombeiro-do-11-de-setembro-vitima-da-doenca-do-wtc-
18072019

Outros atentados em que a organização Al Qaeda foi responsável foram:


❖ Pelo menos 200 pessoas morreram e milhares ficaram feridas como
consequência das explosões ocorridas nas embaixadas norte-americanas
no Quênia e na Tanzânia em 7 de agosto de 1998. As bombas foram
detonadas com diferença de poucos minutos em locais tão distantes entre
si, por volta das 10h30, horário local. Nenhuma organização assumiu a
responsabilidade pelos atentados, porém funcionários dos Estados Unidos
suspeitaram que os ataques fossem obra de Osama bin Laden, líder da
organização fundamentalista islâmica Al Qaeda. A primeira explosão ocorreu
na capital da Tanzânia, Dar es Salaam, e a segunda, exatamente cinco
minutos mais tarde, em Nairóbi, capital de Quênia.
http://www.ricardoorlandini.net/hoje_historia/ver/5333/o-navio-uss-cole-da-marinha-americana-e-alvo-de-um-
atentado-terrorista-a-explosao-causada-por-dois-homem-bomba-mata-17-e-fere-pelo-menos-39-tripulantes-do-
navio-alem-de-causar-serios-danos

❖ Um destroier da Marinha norte-americana foi alvo de um ataque fracassado com


mísseis nesta quarta-feira (12), numa ação vinda do território do Iêmen
controlado pelos rebeldes houthis, alinhados com o Irã, no segundo incidente do
tipo nos últimos quatro dias, disseram autoridades dos Estados Unidos à
Reuters. O destroier USS Mason e o USS Ponce, um navio anfíbio que o
acompanhava, realizaram disparos defensivos em resposta aos mísseis que
não atingiram e nem causaram danos à embarcação que operava ao norte do
estreito de Bab al-Mandab, afirmaram as autoridades, falando sob condição de
anonimato.

As operações militares empreendidas pelos Estados Unidos e seus


aliados a Al Qaeda, somadas ao bloqueio de contas bancárias e das transações
financeiras de seus principais líderes, podem ter prejudicado a organização no
período pós 11 de setembro e não impediram os ataques terroristas.

Afeganistão e Iraque

O Afeganistão localiza-se no sul da Ásia e sua população totaliza 30


milhões de habitantes. Seu relevo montanhoso dificulta o estabelecimento de
sistemas de transporte, sendo as regiões montanhosas um ponto estratégico.
Desde 1979, ano que foi invadido pela União Soviética para consolidar o
socialismo no país, tem havido uma série de conflitos armados em território
afegão, grupos tribais armados conhecidos como mujahedins foram apoiados
pelos Estados Unidos.

https://www.bbc.com/portuguese/internacional-42886094

Um acordo de paz assinado em Genebra assegurou a retirada das tropas


soviéticas em 1989. O país, contudo, tornou-se desequilibrado, pois os grupos
tribais continuavam combatendo o governo do partido local. Em 1992, os
mujahedins conseguiram tomar a capital Kabul e estabelecer seu governo.
Os EUA iniciaram os ataques ao Afeganistão no dia 7 de outubro de 2001,
com o apoio da OTAN. O objetivo era encontrar Osama bin Laden, seus
apoiantes e acabar com o acampamento de formação de terrorista instalado no
Afeganistão e o regime talibã.
Somente em 20 de dezembro do mesmo ano, o Conselho de Segurança
da ONU autorizou uma missão militar no Afeganistão. Esta deveria durar apenas
seis meses e proteger os civis dos ataques dos talibãs.

https://www.epochtimes.com.br/guerra-do-afeganistao-deixou-pelo-menos-3-403-mortos-entre-civis-diz-onu/
Declararam o seu apoio aos EUA: o Reino Unido, o Canadá, a França, a
Austrália e a Alemanha. Batalhas, bombardeios, revolta, destruição e milhares
de mortos marcam este conflito. Em maio de 2011, Osama bin Laden foi morto
por soldados americanos.
Em 2012 é assinado um acordo estratégico entre os presidentes dos EUA
e do Afeganistão, respectivamente, Barack Obama e Hamid Karzai.

http://www.defesanet.com.br/geopolitica/noticia/13512/Numero-de-mortos-subiu-no-Afeganistao-em-2013--
diz-ONU/

O acordo trata de um plano de segurança que, entre outros, visa a retirada


das tropas americanas. No entanto, as nações não chegaram a um consenso
em algumas partes do acordo, tal como concessão da imunidade para os
soldados americanos. Em junho de 2011, os EUA começaram a retirar suas
tropas do Afeganistão, o que se esperava que terminasse em 2016.
A Guerra do Afeganistão continua até os dias de hoje. Desde então, a
ONU tem feito grandes esforços em busca da paz. O trabalho da ONU consiste
em tentar erradicar o terrorismo e fornecer ajuda humanitária aos afegãos.
https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/os-eua-nao-podem-ganhar-a-guerra-do-afeganistao-por-
nao-saberem-por-que-estao-la-dd70eo4a9j5rzi5qf8o7c4kuo/

A grande parte da população morre de fome ou por falta de cuidados


médicos, pois a infraestrutura do país ainda não foi reconstruída.
Para além da miséria do povo afegão, esta guerra teve como
consequência milhares de mortes, problemas psicológicos dos militares e
bilhões gastos em armamento.
O Iraque se localiza no Oriente Médio, continente asiático, e conta com
uma população de aproximadamente 33 milhões de habitantes. A composição
étnica do país é de 75 a 80% de árabes, 15 a 20% de curdos e o restante divide-
se entre turcomanos, assírios e outros grupos. A religião oficial é o islamismo.
Uma das consequências marcantes dos ataques de 11 de setembro de
2001 foi a política de guerra preventiva adotada pelo governo dos Estados
Unidos, a qual ficou conhecida como Doutrina Bush.
Em sua estratégia de guerra ao terror, Bush passou a chamar de “eixo do
mal” um grupo de países não alinhados politicamente aos interesses
estadunidenses e acusá-los de oferecer abrigo a grupos terroristas.
https://outraspalavras.net/terraemtranse/2019/10/14/protestos-massivos-ressaltam-a-instabilidade-politica-e-
insatisfacao-popular-no-iraque/

Entre esses países, estava o Iraque, cujo ditador Saddam Hussein, de


forma similar ao que aconteceu com Osama bin Laden, passou de antigo aliado
estadunidense, na época da Guerra Irã-Iraque (1980-1988), a inimigo, inclusive
já tendo enfrentado o poder de fogo dos Estados Unidos durante a Guerra do
Golfo (1991), além de um severo embargo econômico nos anos seguintes.

https://www.google.com/search?q=saddam+hussein&tbm=isch&ved=2ahUKEwj5_-
KCxevnAhX1DNQKHajcAc0Q2-
cCegQIABAA&oq=sad&gs_l=img.1.0.0i67j0l2j0i67j0l6.63361.63675..65858...0.0..0.107.297.2j1......0....1..gws-wiz-
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Notícias atualizadas sobre o Iraque.

Milhares de manifestantes no Iraque pedem a expulsão de tropas dos EUA


Após a morte do general iraniano Qassem Soleimani, o Iraque passou a
exigir a retirada dos 5,2 mil militares americanos que estão no país
Por AFP
access_time24 jan 2020, 10h22

Iraque: Várias facções paramilitares iraquiana apoiaram o protestos (Thaier al-Sudani/Reuters)

Milhares de apoiadores do poderoso líder xiita Moqtada al-Sadr


protestaram nesta sexta-feira (24), em Bagdá, para pedir a expulsão das tropas
americanas do Iraque, onde o sentimento antiamericano aumentou nas últimas
semanas.
Após a convocação de Moqtada al-Sadr de “uma manifestação pacífica
de um milhão de pessoas contra a presença americana”, postos de controle
foram estabelecidos para garantir a segurança da marcha.
Desde as primeiras horas desta sexta-feira, um dia de oração no mundo
muçulmano, milhares de fiéis se reuniram no bairro de Khadriya, aos gritos de
“Fora ocupante” e “Sim à soberania”.
Em um comunicado lido por um porta-voz, Al-Sadr pediu a retirada das
forças americanas, a anulação dos acordos de segurança entre Bagdá e
Washington e o fechamento do espaço aéreo iraquiano aos aviões militares
americanos.
O líder xiita também pediu ao presidente americano, Donald Trump, que
não seja “arrogante”.
Várias facções paramilitares iraquianas, como as pró-iranianas da Hashd
al-Shaabi, geralmente rivais de Sadr, apoiaram a marcha.
Ao mesmo tempo, o movimento de protesto contra o governo foi retomado
nos últimos dias. Os atos haviam perdido fôlego diante do ressurgimento das
tensões entre Teerã e Washington, que intervêm no Iraque para estabelecer sua
influência.

https://internacional.estadao.com.br/noticias/geral,secretario-de-estado-dos-eua-rejeita-a-retirada-de-tropas-
do-iraque,70003144914

O movimento de protesto iniciado em 1º de outubro foi relegado a segundo


plano após o assassinato pelos Estados Unidos, em 3 de janeiro, em Bagdá, do
general iraniano Qassem Soleimani, enviado de Teerã ao Iraque, e de Abu Mehdi
al-Muhandis, seu braço direito iraquiano e número dois da Hashd al-Shaabi. O
episódio reavivou o sentimento “antiamericano”.
Dois dias depois, o Parlamento iraquiano votou a favor da partida das
tropas estrangeiras, incluindo dos 5.200 militares americanos enviados para
ajudar os iraquianos na luta contra o extremismo.
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:James_Jeffrey_MSC_2019.jpg

As operações da coalizão internacional antijihadista, liderada por


Washington, foram suspensas após a morte de Soleimani, e as discussões com
Bagdá sobre o futuro das tropas americanas ainda não começaram, de acordo
com o coordenador americano da coalizão, James Jeffrey.
Milhares de apoiadores de Moqtada al-Sadr chegaram a Bagdá de ônibus,
procedentes de todo país. O bairro de Khadriya está localizado em frente à Zona
Verde, na outra margem do rio Tigre. Nesta área de segurança máxima estão
localizadas as embaixadas, incluindo a dos Estados Unidos, e a sede do governo
iraquiano.
Um opositor de longa data à presença americana no Iraque, Moqtada al-
Sadr reativou, após a morte do general Soleimani, sua milícia – o “Exército
Mehdi”. Este grupo lutou contra soldados americanos durante a ocupação do
Iraque entre 2003 e 2011.

https://exame.abril.com.br/mundo/iraque-contabiliza-200-mortos-em-manifestacoes-contra-o-governo/
Autoproclamado “reformista” depois de apoiar o movimento de
contestação, ele também lidera o maior bloco parlamentar, e vários de seus
aliados ocupam posições ministeriais.
Esta semana, 12 manifestantes perderam a vida em confrontos com as
autoridades, somando 480 mortos desde o início dos protestos contra o governo.
Sob pressão das ruas, o primeiro-ministro iraquiano, Adel Abdel Mahdi,
renunciou. Ele continua no cargo, porém, já que os partidos políticos não
chegaram a um acordo para designar seu sucessor.

A geopolítica da solidariedade

Atualmente, existem diversos projetos em redes internacionais que se


dedicam à busca de soluções para problemas enfrentados pelos mais variados
países. A globalização também expande as ações de solidariedade entre os
povos, entre os países.
Por meio da internet, as iniciativas que representam ações positivas
começam a ser difundidas de forma social, ambiental e político. Nos últimos
anos, plataformas de crowdfunding (financiamento coletivo) abraçaram
importantes projetos socioambientais e culturais.

http://ingredientesdosucesso.com.br/crowdfunding-financiamento-coletivo-o-que-e/
Kickstarter é uma maneira muito interessante de conseguir angariar
fundos para um projeto, através do financiamento coletivo. Criado por cinco
amigos norte-americanos, o site reúne diversas ideias criativas de pessoas do
mundo inteiro, e a variedade dos projetos é imensa: vão desde tecnologia,
design, arte, música e vários outros. Toda semana, dezenas de milhares de
pessoas movimentam milhões de dólares para girar a engrenagem do site e
tornar reais as ideias de quem não possuía capital para colocá-las em prática.
O site funciona da seguinte forma: se você tem uma brilhante e
revolucionária ideia, precisa preencher um formulário de proposta explicando
seu projeto e qual valor precisa atingir para que a coisa aconteça, e, caso ele
seja aprovado pelos responsáveis pelo site, é hora de você tentar agradar o
público e fazê-los colaborar.
Ashoka Changemakers é um programa da Ashoka que acelera
rapidamente o impacto do trabalho dos inovadores sociais em questões sociais
críticas por meio da construção e do estímulo das redes desses principais
agentes de transformação. O Changemakers Ashoka capacita essas redes para
a promoção de uma mudança radical em seus campos de atuação.

https://www.changemakers.com/about

O Changemakers construiu uma rede global de centenas de parceiros e


mais de 30 mil soluções de inovadores em 200 países, organizando mais de cem
desafios on-line durante a última década com parceiros como GE, Google,
Fundação Rockefeller e muitas outras organizações inovadoras.
O processo de três etapas do Changemakers trabalha com os outros
programas da Ashoka e seus parceiros para acelerar exponencialmente a
mudança social duradoura, a fim de transformar as atitudes e os
comportamentos de indivíduos e instituições:
Idealização: identificar as oportunidades de maior impacto em torno de
questões críticas.
Convocação: encontrar e reunir os principais agentes de transformação
- indivíduos e instituições - do campo e construir e consolidar uma rede.
Inicialização: acelerar o impacto dessa rede através de várias abordagens
diferentes.
Referências

BRASIL, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Divisão regional do Brasil


em regiões geográficas imediatas e regiões geográficas intermediárias. IBGE,
Coordenação de Geografia. Rio de Janeiro, 2017.

CARLOS, A.F.A. (org.) A geografia na sala de aula. 9.ed.São Paulo: Contexto,


2018.

CASTELLAR, Sônia. Educação geográfica: teorias e práticas. São Paulo:


Contexto, 2005.

CRUZ, C.H.C. Competências e habilidades: da proposta à prática. São Paulo:


Edições Loyola, 2001.

MACHADO, Nilson José. Conhecimento e valor. São Paulo: Moderna, 2004.

PENA, Rodolfo F. Alves. "Regionalização socioeconômica do espaço


mundial"; Brasil Escola. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/regionalizacao-socioeconomica-
espaco-mundial.htm. Acesso em 24 de fevereiro de 2020.

SANTOS, Milton. Técnica, espaço e tempo: globalização e meio técnico-


científico-informacional. 5.ed. São Paulo: EDUSP,2008.

SILVA, E.A.C. Oriente Médio: a gênese das fronteiras. São Paulo: Zouk, 2003.

VALENTE, J.A; MAZZONE, J.; BARANAUSKAS, M.C. (org). Aprendizagem na


era das tecnologias digitais. São Paulo: Cortez, 2007.

https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/globalizacao-no-brasil.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/globalizacao.htm
https://www.suapesquisa.com/globalizacao/brasil_globalizacao.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/g-20-financeiro.htm
https://brasilescola.uol.com.br/geografia/movimentos-antiglobalizacao.htm
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/cultura-globalizacao.htm
https://grageografia.meusitenouol.com.br/divisoes-regionais-do-brasil-parte-ii
https://www.maxmilhas.com.br/blog/dicas-de-viagem/tipos-de-turismo
https://vemvoar.voeazul.com.br/dicas-de-destinos/tipos-de-turismo/
https://mundoeducacao.bol.uol.com.br/historiageral/11-setembro.htm
http://g1.globo.com/mundo/noticia/2016/10/navio-da-marinha-dos-eua-e-alvo-
de-ataque-novamente-na-regiao-do-iemen.html
https://operamundi.uol.com.br/historia/37353/hoje-na-historia-1998-ataque-
terrorista-a-embaixadas-dos-eua-no-quenia-e-tanzania-mata-centenas
https://exame.abril.com.br/mundo/milhares-de-manifestantes-no-iraque-
pedem-a-expulsao-de-tropas-dos-eua/
https://canaltech.com.br/startup/O-que-e-o-Kickstarter/

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