Você está na página 1de 21

A Linguagem na

Elaboração de
Materiais para a
Educação a Distância
Coesão e coerência na concepção de cursos e na elaboração de
materiais para AVA

Responsável pelo Conteúdo:


Profa. Dr. Ana Lucia Tinoco Cabral e Profa. Dra. Silvia Augusta de Barros Albert

Revisão Textual:
Profa. Esp. Kelciane da Rocha Campos
Coesão e coerência na concepção de cursos e na
elaboração de materiais para AVA

Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:


• Introdução
• Organização de um curso a distância em AVA
• Organização das seções em um curso
• Metarregras de boa formação de um texto
• Recorrência em curso em AVA
• Relação em curso em AVA
• Organização textual de conteúdos para cursos em AVA

Fonte: Thinkstock/Getty Images


• Link e hipertexto
• Textos na Internet: algumas peculiaridades
• Links e objetivos de leitura em AVA
• Hipertexto e coerência

Objetivos
• Compreender o conceito de metarregras para a boa formação de textos e sua importância
para a elaboração de materiais para cursos em AVA
• Estudar o conceito de coerência e coesão na organização textual para materiais para
AVA, explorando estratégias linguísticas para a sua aplicação na produção de conteúdos
para AVA

Caro Aluno(a)!

Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último
momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou,
ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.

Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá
escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar
como o seu “momento do estudo”.

No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de


materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o
pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.

Bons Estudos!
UNIDADE
Coesão e coerência na concepção de cursos e na elaboração de materiais para AVA

Contextualização
Você já ouviu falar em Maurits Cornelius Escher (1898/1972)? Certamente você
pode não lembrar do nome, mas deve conhecer os trabalhos deste que foi um dos mais
conhecidos e celebrados artistas gráficos modernos.

Em suas litografias, xilogravuras e gravuras em madeira podemos perceber que,


está na base do interesse e da paixão de Escher, a divisão regular do plano em figuras
geométricas que se transfiguram, se repetem e refletem a partir das pavimentações. Seu
trabalho lida com a arquitetura, a perspectiva e os espaços impossíveis, continuando
ainda hoje a surpreender e a admirar milhões de pessoas em todo o mundo. Em seus
trabalhos reconhecemos uma minuciosa observação do mundo que nos rodeia e as
expressões de suas próprias fantasias.

Acesse o link, a seguir, e faça uma relação entre a gravura de escher, seus vários pavimentos
e escadas, entradas e saídas com que você vai se deparar, e o que acontece quando fazemos
a leitura de alguns sites.
https://goo.gl/biKrYR

Nesta unidade vamos tratar da produção e da leitura de textos escritos para AVA,
tendo em vista a organização dos conteúdos em uma disciplina e /ou curso em AVA,
no que se refere a elementos da linguagem verbal, relacionados à coesão e à coerência.

Com certeza, ao ler o material teórico, você vai se lembrar de Escher e de suas obras.

Bons estudos!!

6
Introdução
Nesta unidade, vamos tratar de questões relativas à organização das unidades de
conteúdo em um curso a distância, em Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA),
tanto internamente, em cada unidade que compõe um curso, como no curso como um
todo, e as unidades que o compõem. Vamos refletir um pouco sobre as possibilidades
que a tecnologia oferece para a organização textual dos conteúdos a serem estudados.

Organização de um curso a distância em AVA


Da mesma forma que na modalidade presencial, um curso a distância se compõe
de unidades de conteúdo; podemos observar esse fato em toda disciplina oferecida em
AVA, inclusive esta mesmo, por exemplo.

Há, entretanto, uma diferença essencial entre essas duas modalidades, presencial e
a distância: no curso a distância, as unidades de conteúdo não estão atreladas ao fator
tempo ligado a hora/aula, como nos cursos presenciais; no curso a distância, são as
unidades de conteúdo que estabelecem o ritmo do trabalho (Cabral, 2008).

Assim, concebemos o curso por unidades de conteúdo, procurando equilibrar os


conteúdos de acordo com nossos objetivos de aprendizagem, como qualquer proposta de
educação, seja ela presencial seja a distância, mas, em AVA, precisamos nos desvencilhar
da noção de tempo de aula que normalmente norteia nosso planejamento na educação
presencial. O tempo a ser calculado é o tempo que o aluno levará para ler o material e
realizar o estudo previsto para a unidade.

Além disso, no curso a distância, os conteúdos, em vez de serem apresentados pelo


professor durante a aula, em interação com os alunos, são elaborados antecipadamente
e permanecem à disposição dos alunos no ambiente virtual (Cabral, 2008). Isso quer
dizer existe um preparo prévio e, portanto, planejamento.

Em AVA, nada pode acontecer por acaso! Tudo é planejado, pensando previamente.

O planejamento passa, necessariamente, pelo conhecimento dos diversos recursos


que o ambiente oferece, os quais fazem parte do contínuo textual que representa cada
unidade e, de forma mais global, o curso todo.

O fato é que, nos processos educacionais em AVA, tudo se planeja e é exatamente


essa peculiaridade que constitui um dos fatores que mais contribui para a qualidade dos
conteúdos. Nós vamos refletir, nesta unidade, sobre o planejamento e a organização textual.

No AVA, o professor não está presente para transmitir as informações, na maioria


das vezes, os alunos, em vez de assistirem a uma aula, devem ler a informação na tela.
O principal vetor de transmissão de conteúdos não é, portanto, o professor em sua
interação oral com os alunos, mas o texto escrito.

7
7
UNIDADE
Coesão e coerência na concepção de cursos e na elaboração de materiais para AVA

Esse fato exige não apenas competência leitora dos alunos, mas, especialmente,
certos cuidados do produtor de conteúdos a fim de facilitar a transmissão dos conteúdos,
sem, para isso, banalizar os conceitos por simplificá-los em demasia.

Devemos considerar também, com Cabral (2008), que a leitura na tela é mais difícil
e mais lenta que a leitura em papel. Por isso, devemos usar a nosso favor o percurso de
navegação; ele deve orientar a leitura do material e assegurar a clareza na organização
da unidade. Uma das estratégias utilizadas para assegurar maior clareza para os alunos
em relação aos conteúdos do curso encontra-se na organização das seções do curso.

Organização das seções em um curso


As unidades de cursos a distância em ambientes virtuais, normalmente, se compõem
de diferentes seções, variando o modelo de um curso para outro: há aquelas cuja função
é apresentar os conteúdos teóricos, por meio de textos preparados especialmente para
o curso, ou por meio de indicações de leituras em sites da Internet ou em livros em
papel; há aquelas cujo objetivo é exercitar e sistematizar os conteúdos transmitidos,
por meio de atividades e exercícios; há aquelas que visam à interação entre os
participantes, seja para assuntos específicos do curso, seja para simples interação,
isto é, a troca de experiências; pode ainda haver aquelas que visam a aprofundar os
conteúdos já trabalhados, ou a retomar algum conteúdo que, presumidamente, seja de
domínio da turma.

Se pensarmos em nossa disciplina, podemos com facilidade lembrar das diferentes


seções que a compõem e que visitamos a cada unidade. Você se lembra? Se não se
lembrar, visite a página de abertura da disciplina e elabore uma lista para auxiliá-lo
a lembrar-se.

São várias seções, não é? Além de Avisos, Orientações de estudos, fóruns, não é?

Para tratar da composição das diferentes seções de cada unidade de um curso a


distância, Cabral (2008) recorreu a um conceito que, assim como essa autora,
consideramos útil para a concepção de uma unidade de curso em AVA e de um curso
como um todo: é o conceito de metarregras de boa formação de um texto postulado
pelo linguista francês Michel Charolles.

Metarregras de boa formação de um texto


Charolles (1978) postula a existência de critérios de boa formação de um texto, que,
segundo ele, se manifestam por quatro metarregras. São elas: repetição, progressão,
relação e não contradição.

8
para que um texto seja coerente, é preciso que ele contenha no seu
REPETIÇÃO desenvolvimento linear elementos de recorrência

para que um texto seja coerente, é preciso que haja no seu desenvolvimento uma
PROGRESSÃO ampliação do sentido constantemente renovada

para que um texto seja coerente, é preciso que no seu desenvolvimento não
NÃO-CONTRADIÇÃO introduza nenhum elemento que contradiga o que já foi enunciado anteriormente

para que um texto seja coerente é preciso que os fatos que se denotam no mundo
RELAÇÃO representado pelo texto estejam relacionados

As metarregras de não-contradição e de progressão são evidentemente essenciais


para o bom desenvolvimento de um curso; não há dúvida de que os conteúdos devem
progressivamente possibilitar que os alunos ampliem seus conhecimentos e, para que
isso aconteça, os conceitos apresentados no curso não podem ser contraditórios.

Com relação à modalidade a distância, chamamos a sua atenção especialmente para


as outras duas metarregras que, embora sejam importantes para o AVA, não são tão
evidentes e, muitas vezes, ficam esquecidas no momento em que concebemos um curso
e elaboramos os materiais.

Cabral (2008), destaca sobretudo, como são importantes os conceitos de recorrência


e de relação para os cursos em AVA.

Vejamos!

Recorrência em curso em AVA


Relativamente à organização das unidades de cursos a distância, Cabral (2008, p.159)
destaca que “é importante ter em mente que cada uma delas deve ser considerada como
um texto, inserido, por sua vez, no texto maior que constitui o curso como um todo”.

Essa autora ressalta a importância de se observar a coesão e a coerência interna a


cada unidade e entre as unidades.

Da mesma forma que esperamos encontrar regularidades que se repetem quando


lemos um texto, conforme ressalta Charolles (1978) ao postular a metarregra de
repetição, o aluno de um curso a distância espera encontrar, a cada unidade, a recorrência
das mesmas seções.

Aliás, o especialista em usabilidade de sites Nielsen (2000) também observa que os


usuários esperam encontrar regularidades na organização e apresentação dos sites.

Conforme ensina Cabral (2008), no curso em AVA, a regularidade das seções


estabelece uma dinâmica de exploração do curso e um percurso de leitura que é
importante, pois ela diminui o número de informações novas que o aluno precisa tratar,
permitindo que ele concentre sua atenção nos conteúdos do curso.

9
9
UNIDADE
Coesão e coerência na concepção de cursos e na elaboração de materiais para AVA

Essa recursividade nas seções que compõem as unidades organiza o percurso que o
aluno fará pelo ambiente a cada nova unidade.

A falta de recursividade pode conduzir o aluno a estabelecer muitas possibilidades de


percurso e fazer com que ele se sinta indo ao mesmo tempo para várias direções, como
vimos no quadro de Escher, na seção “Contextualização”, desta unidade.

Se quiser rever o quadro de Escher que observamos na contextualização desta unidade,


acesse: https://goo.gl/biKrYR

Devemos procurar garantir essa recorrência também quando formos prever os itens
de curso. E uma boa estratégia para garantir essa recorrência encontra-se na forma de
nomear os itens que compõem as disciplinas. Todas as unidades de uma disciplina devem
conter os mesmo itens, com uma estrutura de composição semelhante em seus títulos.

A regularidade nos títulos constitui outro fator de recorrência e de previsibilidade


na leitura.

Quando o aluno entra na disciplina, já espera, a cada unidade, encontrar os mesmos


itens e ao encontrá-los, o percurso fica mais fácil. É como seguir o mesmo caminho
de casa até o trabalho todos os dias. Nem precisamos pensar em qual percurso fazer;
vamos intuitivamente.

Quando o curso não está organizado assim, a cada nova unidade, o estudante terá
que primeiro explorar os itens, para saber o que eles contêm para, depois, estabelecer
seu percurso de estudo. Isso o fará perder tempo. Assim como acontece quando há um
conserto no meio do caminho do trabalho que nos obriga a fazer outro trajeto.

Quando o aluno já conhece os itens de conteúdo e sabe que eles são recorrentes na
disciplina, pode concentrar sua atenção no conteúdo, perdendo menos tempo.

É por isso que podemos pensar na recursividade como um elemento que diminui o
custo cognitivo do aluno para a leitura dos conteúdos.

Relação em curso em AVA


Conforme ensina Cabral (2008), além de serem recorrentes, as diferentes seções/
itens que compõem cada unidade do curso a distância devem manter entre si uma
clara relação, levando em conta, simultaneamente, tanto os novos conceitos que devem
ser construídos pelos alunos, quanto os conteúdos já conhecidos, ou ainda aqueles
conhecidos, mas que precisam ser reforçados.

Precisamos garantir, também, uma relação clara entre as diferentes unidades de


conteúdo, encarando não apenas cada unidade, mas também o curso todo como um
texto, permitindo que os conceitos se construam progressivamente, que se retomem e
se inter-relacionem, indicando ao aluno, com clareza, a coerência interna do curso.

Cabral (2008) também preconiza que, no desenvolvimento de um curso, na medida


do possível, devemos procurar estabelecer relações entre os conteúdos trabalhados

10
em cada unidade de uma disciplina. Para tanto, podemos fazer referências não só a
unidades anteriores, para relembrar o estudante de determinado conteúdo relacionado
ao conteúdo explorado na unidade em desenvolvimento. Podemos, igualmente, apontar
para unidades posteriores, indicando conteúdos que ainda serão trabalhados, a fim de
tranquilizar os mais ansiosos, deixando claro que determinado conteúdo relacionado
ao tema que está em desenvolvimento será abordado em unidade futura. Vale lembrar,
no entanto, que isso nem sempre é possível, pois, nos processos educativos para AVA,
muitos conteúdos são desenvolvidos visando a múltiplas disciplinas, de vários cursos
diferentes, o que implica que nem todas as unidades poderão ser utilizadas em conjunto.

Uma forma de marcar a relação entre as unidades de um curso em AVA se dá


pela utilização de link interno que remeta a determinado ponto específico de uma
unidade anterior.

Falamos da organização de uma unidade e das unidades de um curso. Mas não


podemos nos esquecer de que, como dissemos no início, o principal vetor de transmissão
da informação no curso a distância é o texto escrito.

Vamos, então, ver um pouco como deve ser a sua organização.

Organização textual de conteúdos para


cursos em AVA
Como já vimos anteriormente nesta unidade, a transmissão dos conteúdos no curso em
AVA é primordialmente o texto escrito. Do ponto de vista linguístico, conforme observa
Fayol (1992), a compreensão de um texto, da qual depende o bom desenvolvimento
do curso, é mais fácil ou mais difícil em função da relação que se estabelece entre os
conhecimentos linguísticos do leitor e os conhecimentos linguísticos que são exigidos
para abordar cada passagem do texto; inclui-se nesses conhecimentos certo domínio do
vocabulário da área específica de conhecimento na qual se insere o curso.

Em ambientes virtuais, devemos acrescentar à dificuldade linguística, a dificuldade


imposta pela tela, conforme lembra Nielsen (2000). Segundo esse autor, a leitura na tela
exige um esforço maior do leitor e é muito mais lenta do que no papel.

Marty (2005), observa que, por um lado, a tela pode tornar a leitura mais motivadora,
mas, por outro, ela a torna mais complexa diante das várias tarefas implicadas no processo
de navegação em si, sem contar as escolhas que o leitor, e usuário de tecnologia, é
obrigado a fazer em seu percurso de leitura.

Essas questões permitem conceber o leitor, usuário de tecnologia, como um leitor


ativo, ágil e atento.

11
11
UNIDADE
Coesão e coerência na concepção de cursos e na elaboração de materiais para AVA

Se, por um lado, o leitor usuário da Internet é mais ágil e lida melhor com desafios
da leitura, por outro, ele tende a realizá-la de forma mais fragmentada, passando de
link em link rapidamente, viajando de um hipertexto a outro, uma vez que a leitura
é marcada pela navegação hipertextual de caráter dinâmico (cf. Cabral, 2013). Isso
também acontece no AVA. O estudante pode tender a “pular” de item em item, sem
concentrar-se nos conteúdos e perder tempo de estudo.

Devemos considerar a especificidade do contexto da Internet e suas peculiaridades


em relação à leitura quando formos organizar nossos textos para cursos em AVA.

Uma regrinha importante é: evitar textos muito longos, pois eles podem tornar a
leitura mais difícil e cansativa.

Além da lentidão da leitura na tela, devemos ter em mente a problemática da rolagem


também apontada por Nielsen (2000), ou seja, é preciso que o texto se restrinja, na
medida do possível, ao tamanho da tela. A imposição de que o texto para ambiente
virtual seja curto nos obriga a operar reduções.

Mas, em cursos em ambientes virtuais de aprendizagem, muitas vezes, não podemos


omitir informações sob o risco de tornar o conteúdo pobre ou incompreensível pelo aluno.

Ao contrário, devemos ter o cuidado de não omitir nenhuma informação que seja
importante para a compreensão, pois, no momento da leitura do material o estudante
não conta com o atendimento do tutor de forma síncrona e imediata para dirimir suas
dúvidas, o que, certamente, poderá acontecer após a leitura; mas, nesse momento, ele
contará apenas com a sua leitura do texto para o seu estudo.

A fim de atender a essas duas exigências do ambiente virtual, aparentemente


contraditórias, recorremos a estratégias de ampliação do conteúdo, por meio da inclusão
de links e caixas de textos.

As caixas de texto permitem inserir pequenos conteúdos para facilitar a


compreensão; servem para introduzir a definição breve de um conceito, um exemplo
ou uma observação. O fato é que elas permitem pôr em destaque determinado trecho
e chamar a atenção do leitor.

Tendo em vista sua característica mais efêmera, as caixas de texto não devem
conter textos extensos, por isso é que se limitam a definições, exemplos ou pequenos
comentários para auxiliar a compreensão do texto.

Já os links conduzem a novos textos que ampliam o sentido de um determinado


conteúdo a ser desenvolvido, dando continuidade ao tema em desenvolvimento e
favorecendo a leitura.

12
Distanciamento físico e temporal entre professor e estudantes
Produção antecipada do material – necessidade de planejamento
Uso da linguagem escrita
Aprendizagem mais sob a responsabilidade do estudante – leitura

Leitura na tela mais difícil e mais lenta que leitura em papel
Percurso de navegação deve orientar a leitura do material
Coesão e coerência do material deve ser assegurada

Apresentar regularidades – elementos de recursividade na organização
Explicitar relações entre conteúdos
Evitar textos longos, e utilizar links para ampliar os conteúdos

Link e hipertexto
Links conduzem a hipertextos; os hipertextos, em um curso a distância podem ser
externos, isto é, que pertencem à imensa rede da Internet, ou internos, isto é, que se
encontram no ambiente do curso, na mesma unidade até.

Mencionamos alguns pontos importantes sobre os links internos, mostrando como


eles cumprem a importante função de evidenciar a relação entre os itens de uma mesma
unidade e entre as unidades de um curso e de permitir a retomada de um conceito
importante, já desenvolvido em unidade anterior, que precisa ser retomado.

Os links internos conduzem a hipertextos internos. Mas podemos também utilizar


links externos que conduzam a hipertextos externos, como fazemos muitas vezes, por
exemplo, nas indicações da seção “Material Complementar”.

Vamos, então, tratar brevemente do conceito de hipertexto, relacionando-o ao de


link e considerando suas implicações para veiculação do conteúdo no ambiente virtual
de um curso a distância e para a leitura e construção dos sentidos pelo estudante da
modalidade a distância.

A palavra hipertexto designa uma escritura eletrônica não-sequencial e não-linear. Em


princípio, esse conceito contradiz a noção usual de texto, matéria linguística sequencial,
linear e completa.

Podemos, no entanto, considerar que o conceito de hipertexto vai ao encontro do


conceito de texto; não da sua materialidade, mas de seu processo de produção.

Entendemos como processo de produção tanto a escrita como a leitura. Ambos são
processos que não ocorrem de forma linear, embora estejam ligados à linearidade do
texto, partindo dela ou conduzindo a ela.

É nesse sentido que podemos dizer que o hipertexto, em seus movimentos não-
lineares, reproduz processos de produção textual.

13
13
UNIDADE
Coesão e coerência na concepção de cursos e na elaboração de materiais para AVA

Imaginemos que, quando lemos um texto, vários hipertextos são ativados em nossa
memória. O mesmo acontece quando selecionamos os elementos da língua para
construirmos nossos discursos. Sendo assim, podemos afirmar que a Internet apenas
tornou visível um processo que permanecia implícito.

O hipertexto, por sua vez, cumpre uma função importante de estabelecer ligações;
ele permite a ligação de um texto a outro. Por ser um processo de ativação de relações
está diretamente ligado aos movimentos de coesão e à construção da coerência textuais.

A noção ou conceito de hipertexto diz respeito, portanto, também ao conceito de


metarregra de relação, postulado por Charolles (1978), e, ao mesmo tempo, respeita
recomendações em relação aos textos na Internet, as quais ressaltamos a seguir.

Textos na Internet: algumas peculiaridades


Os textos na Internet, segundo recomendações de usabilidade de Nielsen (2000), não
devem ser muito extensos, isto é, devem ser concisos, e apresentar um layout fácil de
ler (o autor recomenda que o texto não exija muita rolagem, ou seja, preferencialmente,
limite-se a uma página).

Nesse contexto, faz-se muito importante o uso do hipertexto para a ampliação


da informação, pois é por meio do hipertexto que podemos adequar-nos a tais
recomendações de usabilidade.

A utilização de hipertextos permite a construção de textos concisos, cujos conteúdos


se ampliam por meio de novas janelas, por meio de links, conduzindo o leitor a novas
leituras que lhe proporcionam a ampliação da informação contida no texto em que se
encontra e, consequentemente, a novas possibilidades de sentido que complementam
seu conhecimento.

Segundo Nielsen (2000:53), os links são a parte mais importante do hipertexto: conectam
as páginas e permitem que os usuários visitem sites novos e interessantes na Web.

As possibilidades de ampliação de sentidos que o hipertexto oferece são realmente


infinitas, o que não deixa de ser tentador para quem produz um texto.

Em um curso em AVA, entretanto, devemos ter o cuidado de não exceder no uso de


links e hipertextos, pois o excesso pode tornar a leitura incompreensível pelo fato de
possibilitar percursos em demasia, o que dificultaria muito a compreensão.

O ambiente virtual de aprendizagem exige, portanto, que tenhamos uma visão mais
restrita do link, ou seja, não podemos pensar apenas em sites interessantes, devemos
nos concentrar em conteúdos pertinentes ao tema em estudo, relacionados a ele.

14
Precisamos, por isso, estabelecer alguns critérios na criação de links, pois eles podem
garantir ou excluir as possibilidades de coesão entre o texto e o hipertexto a ele ligado
por seu intermédio. Isso quer dizer que, se o link não for preciso em relação ao conteúdo
a que ele vai conduzir o leitor, quando esse leitor acessar o hipertexto por meio daquele
link, ele poderá não encontrar uma informação que de fato amplie as informações
que estava lendo. Nesse caso, o link foi mal escolhido, e também, evidentemente, o
hipertexto de destino.

É importante termos em mente quais conteúdos consideramos importantes ampliar e


de que ordem deve ser essa ampliação. Daí a importância de termos em mente nossos
objetivos para a leitura do hipertexto indicado.

Links e objetivos de leitura em AVA


Nos sites, em geral, quando o indivíduo clica num link, ele está à procura de ampliação
de conteúdos de informação.

De acordo com Koch (2002, p.72), o leitor faz de seus interesses e objetivos o fio
organizador das escolhas e ligações, procedendo por associações de ideias que o impelem
a realizar sucessivas opções e produzindo, assim, uma textualidade cuja coerência acaba
sendo uma construção pessoal, pois não haverá efetivamente dois textos exatamente
iguais na escritura hipertextual.

Essa busca pessoal pode conduzi-lo a qualquer espaço na Internet e, por isso,
representa um grande risco, o da perda da tessitura de sua leitura, da perda da coesão
e da coerência, o que ocorre, por exemplo, quando o usuário do site não consegue
retornar ao site de que partiu.

Nielsen (2000) recomenda a utilização de alguns mecanismos que garantem essa


volta, como a inclusão de algumas pistas para deixar marcas do caminho percorrido pelo
navegador, que, em ambientes como o de um curso em AVA, podem ser um link voltar
ao final do hipertexto interno, por exemplo, garantindo o retorno.

A perda de coesão e da coerência pode ocorrer também, e principalmente, quando


o link leva a um hipertexto de destino que não corresponde ao conteúdo esperado, ou
seja, quando o link sugere um conteúdo, mas conduz a outro. Esse fato atenta para a
importância não só da escolha do link, ou seja, dos conteúdos que desejamos ampliar,
mas, sobretudo, para a utilização de palavras adequadas para servir de link.

Uma palavra de sentido genérico, por exemplo, não é adequada para servir de link,
pois o usuário terá dificuldade para prever os conteúdos do hipertexto de destino a que
aquele link conduz. Veja o trecho a seguir, extraído do resumo de um artigo científico
publicado na Web:

15
15
UNIDADE
Coesão e coerência na concepção de cursos e na elaboração de materiais para AVA

Resumo: O artigo apresenta reflexões sobre o texto no contexto digital, buscando identificar
os desafios que esse tipo de textos apresenta aos leitores, especificamente, para dar conta,
de forma integrada, das diversas linguagens e dos diferentes recursos que caracterizam os
textos da Web, marcados pela multimodalidade. Abordando os elementos que interferem
na leitura dos textos digitais multimodais, o trabalho propõe os princípios de textualidade,
ou as características prototípicas do texto, juntamente com a simultaneidade de diferentes
modos expressão e a integração entre eles, como conceitos pertinentes à análise e ao
tratamento de textos multimodais do ponto de vista da leitura.
CABRAL, A. L. T. Leitura de Textos Multimodais: simultaneidade e integração na construção
dos sentidos. Disponível em: https://goo.gl/5mmfEx

Observando esse resumo, podemos pensar em palavras cujos conteúdos são passíveis
de ampliação, no sentido de oferecer mais informações para o leitor, como, por exemplo,
multimodalidade e princípios de textualidade.

Multimodalidade e princípios de textualidade são palavras e expressões que dizem


respeito a conceitos específicos, cujo significado pode ser explicado com hipertextos
que apresentem as definições desses conceitos. A palavra multimodalidade e a
expressão princípios de textualidade podem, portanto, ser escolhidas como links
dentro desse resumo.

Já palavras como desafios e elementos não servem como links, pois têm um
sentido muito genérico. Embora no resumo, especificamente, a palavra desafios
faça referência à multimodalidade, ela não especifica claramente para o leitor que
o conteúdo que ele encontrará no hipertexto de destino seja sobre o conceito de
multimodalidade. O mesmo acontece com a palavra elementos, que, embora faça
referência aos princípios de textualidade, por ter sentido genérico, não permite
associar indubitavelmente o link a um hipertexto de destino que traga informações
sobre o conceito de princípios de textualidade.

A fim de manter a coerência entre o hipertexto de origem e o hipertexto de destino, é


importante que as palavras ou expressões selecionadas para servir de link para ampliação
da informação tenham relação com o tema tratado no texto de origem, isto é, no texto
que o leitor está lendo e onde encontrará os links. Veja o excerto a seguir, extraído do
mesmo artigo científico que utilizamos no exemplo anterior:
Beaugrande (1997), ao propor os sete princípios de textualidade defende que a
textualidade deve ser conceituada de forma ampla de tal forma que possa dar conta
de todos os tipos de textos, citando como exemplos um rótulo de frasco de alimento
e uma lista telefônica. Observa, entretanto, que os princípios não devem ser vistos
como parâmetros para delimitar o que é ou não um texto, nem como normas para a
boa formação de um texto, mas como elementos que contribuem para produção de
sentidos e para a textualização.

16
No parágrafo destacado, encontramos a menção a dois exemplos utilizados pelo
autor citado: frasco de alimento e lista telefônica. Essas duas expressões não têm relação
direta com o tema desenvolvido no texto, nem mesmo com o conceito explorado. Trata-
se apenas de dois exemplos. Essas palavras não podem, portanto, servir de link, pois
conduziriam a hipertextos cujos conteúdos não têm nenhuma relação com o tema do
artigo, o que geraria uma quebra na coerência.

Também as palavras de sentido metafórico não devem ser utilizadas como link, pois o
hipertexto de destino pode não ser adequado ao sentido figurado em que está empregada
a palavra no texto de origem e essa não coincidência de sentidos certamente causará
um problema de coerência, pela quebra de relação entre os sentidos dos hipertextos
linkados. Observe o trecho a seguir:

A ideia de que a matéria é feita de pequenos tijolos fundamentais chamados


átomos não é nada nova. Ela foi proposta pelos integrantes da última escola de
filosofia grega do chamado período pré-socrático, a escola atomística de Leucipo
e Demócrito. Apesar de sabermos pouco sobre a vida de Leucipo, sabemos que
seu discípulo, Demócrito, um dos filósofos mais prolíficos da antiguidade, viveu
entre 460 a.C. e 370 a.C. (Ele foi, portanto, contemporâneo de Sócrates, que
nasceu em 470 a.C.)

O parágrafo destacado encontra-se em artigo do físico Marcelo Gleiser sobre a


estrutura dos átomos. O autor usa, nesse parágrafo, a palavra tijolo como uma metáfora
para átomo. Esse é um uso empregado especificamente no texto de Gleiser e, por esse
motivo, tijolo não serve como link para um hipertexto visando a ampliar as informações
pertinentes ao texto de Gleiser. Palavras como escola atomística, ou mesmo o nome
dos dois filósofos gregos citados no parágrafo (Leucipo, Demócrito) poderiam servir de
link a hipertextos que trouxessem informações sobre esses personagens ou sobre aquela
escola grega. Tijolo, entretanto, não mantém relação direta e objetiva com o tema do
artigo, e seu uso como link acarretaria, sem dúvida, um problema de coerência.

Os exemplos apresentados nos permitem destacar a importância do link adequado


para garantir que o leitor reconheça no hipertexto os mesmos referentes, ou pelo
menos parte deles, que se encontravam no texto de origem, cujo link levou ao
hipertexto de destino.

Essa garantia é, em grande medida, fornecida pelo link, que funciona, dessa forma,
como uma palavra-chave, estabelecendo um elo semântico entre um hipertexto de
origem e um hipertexto de destino, ampliando os sentidos do texto de origem, por meio
de conexões textuais, funcionando como redes de referência, ou seja, o link associa o
texto de origem ao hipertexto de destino, estabelecendo entre eles uma relação em rede.

Por isso, no que diz respeito à seleção de links para cursos em AVA, é importante que
façamos uma escolha cuidadosa, limitando-nos aos conteúdos que realmente precisam
ser ampliados e estabelecendo como link palavras chave sobre o tema e/ou conceitos.
Vale lembrar ainda que conteúdos e conceitos que requerem apenas breves explicações
podemos ligar a caixas de texto.

17
17
UNIDADE
Coesão e coerência na concepção de cursos e na elaboração de materiais para AVA

Todo usuário de Internet sabe que a palavra sinalizada como link conduzirá a um
novo conteúdo, a um hipertexto. Assim, o link, por representar essa possibilidade de
ampliação de sentidos e por estar destacado do restante do texto, sinalizado em cor
diferente, inclusive, desperta no leitor certa curiosidade.

Em um curso em AVA não é diferente, a sinalização de determinada palavra como


link indica ao aluno um conteúdo que pode ser ampliado, chama a sua atenção e,
naturalmente, o conduz a ler o hipertexto conectado ao link.

Dessa forma, devemos pensar que, por meio de links, podemos conduzir o processo
de construção dos sentidos do texto que apresentamos a nossos alunos de forma mais
controlada e direcionada. Podemos, de certa forma, conduzir a leitura de nossos alunos.

É nesse sentido que Cabral (2008), afirma que o link cumpre também uma função
argumentativa, pois ele pré-seleciona o percurso de leitura, pré-determinando o
direcionamento desejado pelo produtor do texto. Para a autora, é como se o produtor
chamasse a atenção do leitor para conteúdos que ele considera importante ampliar.

Podemos usar essa estratégia também no desenvolvimento de conteúdos para AVA,


buscando material disponível na rede para ampliação das informações por meio de links
e hipertextos.

Mas não podemos deixar de considerar um detalhe importante: a quantidade de links.


Um texto com um número excessivo de links, por exemplo, pode levar o aluno a perder-
se no conteúdo.

Por isso, é importante que, ao conceber um material teórico para curso a distância em
AVA, façamos um bom planejamento, estabelecendo claramente os conceitos essenciais
que consideramos importantes ampliar.

Os demais conceitos, aqueles que não fazem parte dos conteúdos prioritários, podem
ser ampliados sob a forma de uma seção com indicação de materiais complementares,
aos quais os estudantes recorrerão se tiverem interesse e o desejarem.

Hipertexto e coerência
Storrer (2009) observa que cada usuário lê o hipertexto e os elementos linkados
numa sucessão diferente, impossível de ser prevista pelo produtor do material. De
fato, por mais que procuremos assegurar certo percurso nas orientações e avisos, não
podemos ter certeza de que os estudantes não irão primeiro tentar conhecer as atividades
propostas antes de estudar o conteúdo, por exemplo. Assim também acontece com os
links e hipertextos. Ninguém pode ter certeza a respeito de quais links serão clicados por
determinado usuário.

Esse estudioso do hipertexto, apresenta alguns aspectos a serem considerados


relativamente à leitura do hipertexto que a diferenciam dos modelos de leitura
desenvolvidos para textos lineares (Storrer, 2009, p.111, 112):

18
1. em primeiro lugar, a falta de uma ordem de leitura que poderia ser antecipada,
considerando as várias possibilidades de percursos e a multiplicidade de textos
ligados pelo processo de hipertextualização;
2. em segundo lugar, a recepção descontínua do texto, uma vez que o processamento
contínuo da informação, quando acontece, limita-se a um dos elementos de rede
hipertextual, um dos hipertextos; e,
3. por fim, a falta de limites do suporte midiático, que possibilita a linkagem de
uma infinidade de hipertextos.

Felizmente, conforme lembra o próprio Storrer (2009, p.111, 112), a tecnologia


oferece recursos para compensar os riscos para a coerência, peculiares ao hipertexto.

O autor propõe estratégias para dar conta das três questões apontadas por ele e
auxiliar a construção da coerência hipertextual:
1. recursos de orientação, que auxiliam a construção de um modelo da estrutura
de um documento hipertextual, como as vistas panorâmicas do site, ou mapa do
site, que refletem o plano de texto do site;
2. recursos de contextualização global, como títulos e frases temáticas, que
explicitam a função e a temática de um conteúdo apresentado sob a forma de
hipertexto no documento hipertextual geral, facilitando a coerência global;
3. recursos de contextualização local, como a escolha das etiquetas dos links,
explicitando quais conteúdos são acessíveis a partir do documento hipertextual
que o usuário está lendo.

É importante lembrar, também com Storrer (2009, p.99), que o produtor do texto,
independentemente da mídia, tem interesse em apoiar o leitor, da melhor maneira
possível, na construção de estruturas coerentes de conhecimento.

De forma semelhante, conforme observa Marty (2005), o leitor de ambientes


tecnológicos orienta sua leitura a partir das ferramentas e do suporte de que ele dispõe
e a partir dos conteúdos que lhe propõe o produtor do texto que se encontra na rede.

São os conteúdos propostos por meio de links que fornecem pistas para a navegação
e orientam a construção da coerência.

Nesta Unidade, vimos que, no AVA, as informações e conteúdos são apresentados,


em grande parte, por textos escritos; o material é produzido antecipadamente e fica à
disposição do estudante, que deve lê-lo. Essas peculiaridades implicam em lançarmos
mão de algumas estratégias para o uso da linguagem escrita e a necessidade de preparo
prévio do material. Por isso, é importante que o produtor de conteúdos para AVA tome
certos cuidados a fim de facilitar a navegação e a leitura. Estudamos, aqui, algumas
estratégias de organização da textualidade que permitem assegurar a coesão e a
coerência do material.

19
19
UNIDADE
Coesão e coerência na concepção de cursos e na elaboração de materiais para AVA

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

Leitura
Leitura de textos multimodais: simultaneidade e integração na construção dos sentidos
Indicamos, para que você aprofunde seus conhecimentos a respeito da leitura de textos
multimodais, o artigo “Leitura de textos multimodais: simultaneidade e integração na
construção dos sentidos” da Profª Ana Lúcia Tinoco Cabral, que você encontra na página
89 da revista Intersecções. Para acessar esse número da revista copie e cole o link a
seguir no seu provedor:
https://goo.gl/5mmfEx
Este artigo apresenta reflexões sobre o texto no contexto digital, buscando identificar os
desafios que esse tipo de texto apresenta aos leitores, especificamente, para dar conta,
de forma integrada, das diversas linguagens e dos diferentes recursos que caracterizam os
textos da Web, marcados pela multimodalidade, conforme indica a autora no seu resumo.
Com certeza você poderá fazer relações entre o que se apresenta no artigo e o que vimos
nesta unidade a respeito de links e de hipertexto, também presentes na web.
E ainda: Este é um número especial da revista e nele você encontrará vários artigos que
tratam da multimodalidade. Vale a pena ler!!

20
Referências
CABRAL, A. L. T. Produção de material para cursos a distância; coesão e coerência.
In: Marquesi, S. C. ; Elias, V. M. S. e Cabral, A. L. T. Interações Virtuais: perspectivas
para o ensino de Língua Português a distância. São Carlos: Claraluz, 2008.

CHAROLLES, M. Introduction aux problèmes de la cohérence des textes.


Pratiques, 38. Paris: Larousse, 1978.

_____________. Cohésion, cohérence et pertinence du discours. IN: Travaux de


linguistique,29. Bruxelles: Duculot, 1995.

FAYOL, M. Comprendre ce qu’on lit: de l’automatisme au contrôle. In: FAYOL,


M. et al.Psychologie congnitive de la lecture. Paris: PUF, 1992.

Gleiser, M. A Estrutura dos Átomos. Disponível em: https://goo.gl/UfQGyz.

KOCH, I. V. Desvendando os segredos do texto. São Paulo: Cortez, 2002.

MARCUSCHI, L. A. Linearização, cognição e referência o desfio do hipertexto.


In: Línguas e Instrumentos Lingüísticos nº3. Campinas: Pontes, 1999.

MARQUESI, S; CABRAL, A.L.T.; ELIAS, V.M.S.; VILLELA, A.M.N. Ensino em


meios digitais; uma questão de leitura e escrita. In: BENTES, A.C. e LEITE, M. Q.
Linguística Textual e Análise da Conversação panorama das pesquisas no Brasil. São
Paulo: Cortez, 2010, p.354-388.

MARTY, N. Informatique et nouvelles pratiques d’écriture. Cahors: Nathan, 2005.

NIELSEN. J. Projetando Websites – Designing web usability. Rio de Janeiro:


Campus, 2000.

STORRER, A. A coerência nos hipertextos. In: Weisser, H. P. e Koch, I. G. V.


(org.) Linguística Textual: perspectivas alemãs. Rio de Janeiro, Nova Fronteira,
2009, p.98-117.

21
21

Você também pode gostar