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Cristo dos Santos Rosário1

Educação Psicossexual no quotiano Escolar

Psychosexual Education in Daily School

Resumo
Numa sociedade globalizada, a Escola é vista como o lugar privilegiado para sanar e
redimensionar todos os falhanços da comunidade e ao mesmo tempo é olhado como a maquina de
projeção de construção de uma sociedade melhor e habilitada de conhecimentos. A Educação
Psicossocial constitui uma das grandes problemáticas em campo de debate sobre a necessidade de
incluir conteúdos dessa natureza no quotidiano escolar para o alcance dos objectivos de formação
mais adequada no quadro de formação completa de um individuo, todavia, as Instituições de
Ensino Superior são a base de sustentáculo através de políticas internas assim como da formação
holística e integradora, assim sendo, estando numa época em que o mercado de trabalho esta cada
vez mais exigente em termos de competências mais efectivas. Neste capítulo pretendemos
abordar em torno da Educação Psicossocial no quotiano Escolar. No âmbito da pesquisa, o autor
recorre a uma pesquisa documental associada a pesquisa monográfica, recolocando em uma
pesquisa quali-quantitativa de forma a ter em mente em termos reflexivos sobre o tema em
debate. No quadro estrutural, o capítulo é composto por uma abordagem histórica da relação da
Educação Psicossocial e os contornos actuais da Educação Psicossexual nas Escolas
especificamente moçambicanas.
Palavras Chaves: Educação Psicossexual, Escola, Família.

Summary

In a globalized society, the School is seen as the privileged place to remedy and resize all the
failures of the community and, at the same time, it is seen as the projection machine for the
construction of a better and knowledge-enabled society. Psychosocial Education is one of the
major issues in the field of debate on the need to include content of this nature in everyday school
life to achieve the most appropriate training objectives within the framework of complete training
of an individual, however, Higher Education Institutions are the support base through internal
policies as well as holistic and integrative training, therefore, at a time when the labor market is
increasingly demanding in terms of more effective skills. In this chapter, we intend to approach
Psychosocial Education in everyday school life. In the scope of the research, the author resorts to
a documentary research associated with monographic research, putting it back into a qualitative-
quantitative research in order to keep in mind in reflective terms about the topic under discussion.
In the structural framework, the chapter is composed of a historical approach to the relationship

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Licenciado em Ensino de Filosofia com Habilidades em Historia pela Universidade Pedagógica. Mestrando em
Ciencias Politicas pelo ISCTAC. Natural de Gorongosa, Sofala.
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between Psychosocial Education and the current contours of Psychosexual Education in


specifically Mozambican Schools.

Key Words: Psychosexual Education, School, Family.

Introdução

O presente ensaio tem como tema Educação Psicossexual no quotidiano Escolar. Objectivo deste
ensaio é analisar a Educação Psicossexual no quotidiano escolar.

A sexualidade é de grande importância no desenvolvimento e na vida psíquica do ser humano,


pois está relacionada com a busca do prazer, necessidade fundamental da humanidade. É algo
inerente, que se manifesta desde o nascimento do indivíduo até a morte, de formas diferentes a
cada etapa do desenvolvimento.

Para a materialização deste ensaio, recorreu-se ao método bibliográfico, que consistiu em


recolher informações relevantes na abordagem desta temática em várias literaturas. De realçar
que este ensaio encontra-se estruturado em subtítulos, onde procurou-se debruçar de forma
sistemática sequencial os conteúdos eleitos para fazerem parte desta abordagem num tema tão
amplo.

1. Educação Psicossexual: Contextualização

A sexualidade pode ser vista como “a base da curiosidade, a força que nos permite elaborar e ter
ideias, bem como o desejo de ser amado e valorizado à medida que aprendemos a amar e a
valorizar o outro” (BRITZMAN, 1998, apud PAULA, 2018). A sexualidade manifesta-se através
de atitudes, comportamentos, gestos, ultrapassa, portanto, a dimensão biológica, pois envolve
emoção, afeto e o imaginário. É algo que se expressa através do corpo na singularidade única de
cada indivíduo, ela mostra sua dimensão quando encarada como direito individual.

No século XVIII, quando a criança apresentava algum índice sobre a sexualidade como, por
exemplo, a masturbação, era encarada como anormal. Tema tão polêmico no mundo
contemporâneo, a sexualidade era encarada como patologia, no momento em que a infância
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passou a ser problematizada e a criança considerada como a "semente do amanhã", necessitando


ser cuidada, vigiada, controlada (Paula, 2018).

No final do século XIX, pensava-se que a criança não tinha sexualidade, porém, ao iniciar o
século XX Freud publicou, em 1905, os três ensaios sobre a teoria da sexualidade, publicação
esta que causou escândalo, na medida em que Freud esclarecia a existência da sexualidade da
criança, retirando a sexualidade infantil do campo da patologia e dando-lhe caráter de
normalidade. Algumas áreas de conhecimentos, hoje, ocupam-se da sexualidade, tais como a
biologia, psicologia e a ciência, buscando formular concepções e imagens que circularam na
nossa sociedade (Paula, 2018).

2. O lugar da família vs Escola na Educação Psicossexual

Relação escola, família e sexualidade Os pais são os principais educadores dos filhos; eles já
estão dando um roteiro para a criança de como ser homem ou como ser mulher no mundo. Isso é
educação sexual. Quando essa criança cresce, vão surgindo as perguntas e a família precisa estar
preparadas de uma forma aberta, pois isso faz parte do desenvolvimento. É importante que a
educação sexual seja uma ação conjunta entre família e escola. Estamos formando essas crianças
para serem adultos melhores, cada vez mais confortáveis com seu corpo, sua saúde e a sua
sexualidade. A educação sexual fala de amor, de prazer, afeto, relacionamento. É importante para
que a gente viva de uma forma mais saudável, prazerosa, tanto física quanto emocionalmente. É
preciso se prevenir das doenças sexualmente transmissíveis e da gravidez fora de hora. A
educação sexual é o caminho para isso (Paula, 2018)2.

No entendimento de que a família é a instituição mais importante na educação das crianças,


procuraremos compreender de que forma a mesma influência, visto que em seu seio, a educação
que se processa se baseia em conceitos aprendidos entre as gerações e de pai/mãe para filho, ao
falar sobre a educação sexual. A escola como instituição de ensino formal possui diretrizes
próprias, corpo docente definido para as áreas do conhecimento e ainda possui todos os
fundamentos legais e científicos para fazer uma discussão mais eficaz no que diz respeito à
sexualidade, mas que muitas vezes não faz por causa das crenças, morais e costumes
estabelecidos histórica e culturalmente em nosso meio, contribuindo para a segregação, o

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https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/6965/1/DM_Francielli%20Karine%20de%20Paula.pdf
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preconceito e a discriminação de tantos sujeitos que não se enquadram em normas e condutas


sociais (Bearzoti, 1993).

Para os educadores, não é novidade os comentários acerca da educação da criança, da


participação da família assim como de outras instituições na sua formação. O ser humano é
ensinado a conviver com o meio, com outras pessoas e com seus entes. As primeiras ações
aprendidas pelas crianças são coordenadas pelos familiares ou pessoas mais próximas como
mães, pais, babás, avós, avôs, tios, tias, etc.

A responsabilidade da família em educar é muito grande, por isso a mesma não dá conta de
formar para todos os desafios humanos, cabendo tal responsabilidade a outras instituições como a
escola, que no trabalho diário que desempenha, acrescenta à educação já iniciada pela família,
outros conteúdos, conceitos e conhecimentos a fim de humanizar e formar para cidadania. Ou
pelo menos deveria ser desta forma, segundo os discursos que divulgam a educação atual. Ao
interpretar a família, na descrição apresentada por Sarti (2006), compreendemos que a formação
que se recebe nessa instituição é rodeada do discurso patriarcal tradicional, que delimita as
dimensões sociais dos papéis que homens e mulheres devem ter, um círculo vicioso que tem suas
afirmações baseadas nos papéis de gerações passadas, para as quais a genética, inclusive, é uma
forte aliada para determinar as relações de convivência e afetivas (Paula, 2018).

Segundo Izymanski (2010, apud Paula, 2018), ao nascer, a criança já encontra um mundo
organizado pela família, nele ela aprende a se constituir como sujeito, por meio das ações e trocas
intersubjetivas que são o primeiro referencial para a construção da sua identidade. Isso significa
que aos moldes hierarquizados nas relações familiares, desde cedo, somos ensinados a nos
comportar, a aceitar nossos papéis e a fazer julgamentos sobre o que podemos ou não, ou sobre o
que é certo ou errado.

É necessário levar em consideração que as primeiras experiências afetivas de uma criança se dão
com a família e essa relação se estende aos amigos e outros familiares. Portanto, a capacidade
que a família possui de aproximar e acolher a criança e por ela ser a transmissora de valores dá
base para o desenvolvimento sexual da criança e constrói vínculos que facilitarão a sua
convivência na sociedade.
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No entanto, diante dos traumas e conflitos existentes na família, torna-se essencial sua integração
com a escola, pois o espaço escolar assume uma função importante na educação sexual, ela tem a
função de orientar as crianças no mundo em que estão inseridas. Diante da presente pesquisa,
apesar das educadoras possuírem formação superior, foi possível identificar, através das
observações e entrevistas feitas, que não há uma preparação específica em relação à educação
sexual, de acordo com Ribeiro (2009, p.21) “só informar não basta! É fundamental ter uma
atitude positiva em relação ao sexo, em que as crianças, desde pequenas, percebam a sexualidade
como algo bonito e prazeroso”. É importante ressaltar que a educação sexual não tem apenas
caráter informativo, mas, sobretudo, um efeito de intervenção no interior do espaço escolar, não
sendo uma tarefa fácil para educadores, por haver certo complexo em lidar com o assunto.

Mesmo após a evolução histórica a sexualidade é tema polêmico que produz muita discussão,
pois, é considerada como um tabu e continua sendo vista como um objeto inadequado para se
dialogar.

3. Reflexões sobre Educação Sexual nas Escolas Moçambicanas

Quando falamos de Educação Sexual (ES) nas escolas moçambicanas de nível básico e médio
parece que o assunto se torna ainda mais provido de contrapontos e problemáticas. Pos,
consideram a abordagem de questões sexuais na escola como algo negativo, já que incita
precocemente a sexualidade da criança e do adolescente proporcionando o conhecimento mais
profundo da vida sexual. Todavia, quando dialogamos sobre ES partimos do pressuposto de que
ensinar é a melhor forma de se conscientizar e esclarecer dúvidas sobre o assunto.

De acordo com Souza (1991, apud Paula, 2018), educar sexualmente consiste em possibilitar
meios para que o indivíduo perceba seu corpo e sua sexualidade com ações sem preconceito,
medo, vergonha, culpa, preocupações e bloqueios. Deste modo, é de interesse dos pais e
educadores que os adolescentes desenvolvam uma educação sexual sadia, abrandada em valores e
hábitos harmônicos com a valorização da vida e dos direitos humanos (Gonçalves, Faleiro &
Malafaia, 2013). Logo, é válido ressaltar a importância da participação familiar no ambiente
escolar envolvendo esta temática, propiciando uma aproximação maior entre o adolescente e sua
família.
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Sobre a escola, Costa (2016, p. 38) ressalta que esta necessita ser:

[...] comprometida com a formação de cidadãos participantes é aquela que


desenvolve as potencialidades físicas, cognitivas e afetivas do aluno,
valorizando as formas de convivência entre as pessoas, o respeito às
diferenças, aos relacionamentos estabelecidos, enfim, questões que são
pertinentes aos campos da sexualidade, num sentindo amplo, para o
indivíduo e para a sociedade. A instituição escolar carece ser um espaço
que propicie um ambiente favorável para o ensino e aprendizagem,
desenvolvendo todo e qualquer conteúdo com qualidade. Costa (2016)
ainda afirma que a escola tem como objetivo a formação do indivíduo em
contexto universal, por isso identificar as dificuldades dos professores e
promover a reflexão mais adequada e com base científica é essencial.
A sexualidade é importante por se tratar de uma fase da vida de todo ser humano e muitas vezes
devido à ignomínia o tema não é explanado, podendo ocasionar consequências negativas na vida
do adolescente, como por exemplo, proliferação de doenças sexualmente transmissíveis devido
ausência de conhecimento. Todavia, muitos jovens e adultos que têm receio em falar sobre a
sexualidade e/ou se sentem ofendidos quando questionados, por considerarem que é uma questão
que não deve ser dialogada abertamente. Diante disso, esse estudo se faz pertinente pela
necessidade de superar preconceitos e valores que interfiram na educação sexual no âmbito
escolar de forma saudável e apropriada, para que seja possível desenvolver uma nova visão sobre
a importância da formação do educador sobre o assunto, além de propiciar conhecimento para o
aluno.

4. A necessidade de se falar de Educação Psicossexual no quotidiano Escolar

Muitas vezes confundimos o que é sexualidade e o que é educação sexual, e por esse motivo
quando se fala da necessidade da abordagem do tema ocorre resistência, principalmente por parte
dos pais e familiares de alunos. Mas então o que é sexualidade? Consiste apenas no acto de fazer
ou praticar sexo ou vai além disso? Ressalta-se que cada período histórico exibe vários modos de
compreender e se posicionar sobre distintos fenômenos (Torres, 2013).

Logo, é fundamental que a sexualidade seja trabalhada constantemente no meio escolar, visando
entender as mais diferenciadas explicações e posições sobre este tema. Britzman (1999, p. 89)
afirma que “a sexualidade não segue as regras da cultura, mesmo quando a cultura tenta
domesticar a sexualidade. Podemos insistir que a sexualidade é a própria alteridade”.
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Puerto (2009) explica que para o senso comum. Sexualidade é compreendida em como análoga
ao sexo e para a grande maioria é resumida ao sexo e ao sistema reprodutor. Já Bearzoti (1993, p.
01) afirma que “a sexualidade é assunto complexo, controvertido e de conceituação difícil. Tem
sido alvo de tabus, repressões, distorções e tentativas de reduzi-la a sinônimo de genitalidade e de
reprodução”. A sexualidade, enquanto conceito, é multidimensional, extremamente permeável ao
contexto social, cultural e histórico mas também um poderoso motor de mudança social, que se
encontra em permanente transformação (Pontes, 2011, p. 36).

ME (1998) descreve que a sexualidade humana é uma expressão que está relacionada com fatores
biológicos, culturais, sociais e de prazer, no qual, esta apresenta um significado maior do que
somente reprodutivo em todas as faixas etárias. A sexualidade “é elemento de realização humana
em suas dimensões afetivas, sociais e psíquicas que incluem, mas não se restringem à dimensão
biológica” (ME, 1998, p. 47).

Silva Junior (2014) interpreta a sexualidade como um complexo de manifestações de caráter


afeitvo-emocionais, que envolve a orientação sexual juntamente com as distintas expressões de
gênero.

A sexualidade humana pode então ser pontuada como uma dimensão biológica em que o
indivíduo esta inserido, sendo elaborada pelo âmbito social, cultural e histórico (Carvalho,
Rodrigues & Medrado, 2005). Logo, a sexualidade vai além dos aspetos biológicos e
reprodutivos, Ela é parte integrante da personalidade e abrange todo o comportamento do
indivíduo e se expressa numa diversidade de manifestações, tais como: carícias, beijos, abraços,
olhares, sentimentos, afetos, fantasias, desejos, sonhos e prazer (Santos, 2001).

Puerto (2009, p. 148) explica que o estudo da sexualidade “deverá conduzir a responsabilidade
igual entre os sexos, analisando, permitindo e defendendo as diferenças”. Torres (2013) expõe
que as expressões das sexualidades são dependentes do cenário social, citando como exemplo:

[...] uma mulher lésbica numa cidade do interior de um estado X pode


ser completamente diferente da experiência de uma mulher lésbica de uma
capital Y, ainda que a última experiência não implique necessariamente
menos discriminação. Numa mesma cidade, a diversidade de vivência pode
estar relacionada, por exemplo, ao fato de a mulher ser da elite ou de uma
classe social menos favorecida economicamente.
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A instituição escolar desempenha um papel fundamental relacionado com a temática da Educação


sexual, carecendo ser um espaço para desenvolver a pluralidade de significados e compreensão
sobre o assunto.

Conforme Tiba (1994) por muitos anos a sexualidade foi ignorada pelas escolas, no qual, Os
professores agiam como se seus alunos fossem seres assexuados, mesmo quando chegavam à
adolescência. Não podia ser diferente; afinal, toda sociedade o tema sexo era entre quatro
paredes. O melhor método, portanto era não tocar no assunto e deixar que a natureza se
encarregasse de ensinar os alunos o que estava se passando. E como a ordem era reprimir a
sexualidade, melhor seria não tocar no assunto para não despertá-la (Tiba, 1994, p. 23).

Este assunto principalmente em anos passados foi encarado de modo oculto, onde não só os
professores não trabalhavam o conteúdo, mas também de certo modo a escola proibia de se
comentar sobre este. Conceição (1988) explica que: Um sistema de educação autoritária e
opressora não oferece oportunidade de crescimento ao indivíduo como pessoa livre e capaz de
escolher o seu destino. Este sistema educacional não é compatível com o exercício sadio da
sexualidade, que é a expressão livre e natural do relacionamento humano (Conceição, 1988, p.
72).

Conclusão

Na instituição escolar, os professores devem ser devidamente capacitados e preparados para esta
função, respondendo às dúvidas que as crianças apresentarem. Devido às manifestações de
sexualidade das crianças, é necessário o acompanhamento e a orientação adequados para a sua
formação integral como indivíduo. E a escola terá o papel de ensinar e desfazer as distorções
aprendidas seja por meio da família ou por outros meios. A criança bem informada, futuramente
se tornará um adulto maduro para exercer sua sexualidade de maneira segura e responsável.
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Bibliografia

Ávila, F. B. de S.J. Pequena Enciclopédia de Moral e Civismo. Rio de Janeiro, M.E.C., 1967.

Bearzoti, P. (1993). Sexualidade: um conceito psicanalítico freudiano. Campinas, São Paulo.


1993.

Paula, F. (2018). Educacao Psicossexual nas Escolas. Universidade de Porto. Portugal.


Dissertacao de mestrado. Disponivel em:

https://bdigital.ufp.pt/bitstream/10284/6965/1/DM_Francielli%20Karine%20de%20Paula.pdf

Altmann, H. (2000) Orientação sexual nos parâmetros curriculares. Artigo on line.v. 09 n. 02.
Florianópolis.

Aquino, G (1997). Sexualidade na escola: alternativas teóricas e práticas, São Paulo: Editora
sammus.

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