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Beira
2019
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Docente:
Beira
2019
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Índice
Introdução....................................................................................................................................................4
1.1 Antiguidade.............................................................................................................................7
1.2 Roma.......................................................................................................................................8
Conclusão.......................................................................................................................................15
Bibliografia.....................................................................................................................................16
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Introdução
O ensaio tem como titulo, a Evolução histórica do Direito Internacional público, que nos dias
actuais, aparece como um tema de natureza transversal que de certa forma coloca a cadeira do
Direito Internacional na rota de grandes debate a nível de Ciências Sócias e Humanas e não só,
invadem também a esfera política e na cooperação de vários Estados.
Portanto, embora boa parte dos juristas reconheça a existência de um direito internacional apenas
a partir da Paz de Vestefália (1648), marco histórico do Estado-nação moderno, é inegável que os
povos da Antiguidade mantinham relações exteriores: comerciavam entre si, enviavam
embaixadores, vinculavam-se por meio de tratados e outras formas de obrigação, e assim por
diante. Este ensaio tem como objectivo geral, Analisar a evolução do Direito Internacional, desde
a Antiguidade ate aos dias actuais (ver a conclusão) e de forma específica é de Identificar o
marco evolutivo do Direito Internacional publico, Caracterizar o Direito Internacional após Paz
de Vestefália e descrever ideias de alguns pensadores que se destacaram na Historia do Direito
Internacional Público.
Para a materialização deste Ensaio, foi empregue o método hermenêutico, coadjuvado pela
técnica bibliográfica. O ensaio está dividido em títulos e enumerado na ordem crescente.
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Outro tratado não menos importante, que vale apenas elucidar no contexto de evolução histórica do
Direito Internacional é o tratado celebrado entre Lagash e Umma, cidades da Mesopotâmia, relativo à
fronteira comum. Mas o tratado mais famoso da Antiguidade remota é, possivelmente, o de Kadesh,
concluído entre Ramsés II do Egipto e Hatusil III dos hititas no século XIII a.C. Da mesma maneira
que na Antiguidade remota, os gregos reconheciam e praticavam os institutos da inviolabilidade dos
embaixadores, do respeito aos tratados e do recurso à arbitragem, dentre outros. Portanto, neste
sentido o Pacto esboça sistema de segurança volitiva (Casella, Hildebrando e Silva, 2012, p.56).
Mostra a história humana que os homens se organizam em grupos sociais independentes, regidos
por ordem interna, em tribos, cidades, cidades-estado ou estados. Tão logo distintas unidades e
seus soberanos estabeleçam contacto, umas com as outras, primeiro o costume e em seguida o
direito costumeiro desenvolve--se para conduzir tais relacionamentos, já revestidos de caráter
internacional. O primeiro tratado de que se tem documentação, no sistema das cidades--estado da
Mesopotâmia, fixa as fronteiras entre as cidades de Lagash e Umma, com participação de
MESILIM, soberano do vizinho estado de Kish, normalmente datado por volta de 3100 a.C. A
respeito já se apontou a controvérsia em torno do marco histórico de surgimento do direito
internacional e das diferentes manifestações iniciais na época antiga já se evidenciava o Direito
consuetudinário, e conterá, em toda parte, como direito internacional geral de facto, regras a
respeito: a) da inviolabilidade de arautos e mensageiros; b) da obrigatoriedade, se não mais, da
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santidade dos tratados (pacta sunt servanda), incluindo a boa-fé (bona fides) na interpretação e
aplicação destes; c) do estatuto jurídico dos estrangeiros e estas, na medida em que se
intensificam os intercâmbios, resultam em regras a respeito de comércio internacional, asilo e
relações familiares (commercium et connubium); d) das sanções de direito internacional e
especialmente em matéria de guerra e conflitos armados. Desde os mais remotos tempos da
história, os registos a existência de corpos de regras que se caracterizam por conter todas as
características básicas do direito internacional. Entretanto, muitos relutarão em falar de sistema
de direito internacional na Antiguidade. 1500 e 1200 a.C. os estados do Oriente Médio tinham
desenvolvido não somente um sistema político de equilíbrio de poder, mas também um corpo de
normas substantivas de direito internacional, que pôde ser reconstituído a partir dos tratados
celebrados entre egípcios e hititas, conservados em arquivos de estado de ambos (Ibidem, p.78).
O mesmo equilíbrio de poder, na mesma região, faz falta, desde que os mandatos do tempo da
Sociedade das Nações foram encerrados: polos de tensão e risco para a paz e a segurança
internacionais, cuidadosamente mantidos e explorados. As grandes migrações de povos indo-
europeus da Ásia Central e Rússia Meridional, abrangendo hititas, filisteus, gregos, indianos e
iranianos, suplantam o sistema mesopotâmico e levam à organização dos povos iranianos em
grande império persa, que estabelece sistemas de contactos e relações com as cidades--estado
gregas, o sistema de estados indianos e o império chinês.
O legado grego ao direito internacional. Na Grécia Antiga encontram-se aplicadas algumas das
instituições até hoje conhecidas do direito das gentes. Ali vemos, p. ex., a arbitragem, como
modo de solução de litígios; o princípio da necessidade da declaração de guerra; a inviolabilidade
dos arautos; o direito de asilo; a neutralização de certos lugares; a prática do resgate ou da troca
de prisioneiros de guerra etc. É verdade que as regras admitidas eram antes de natureza religiosa
do que de natureza jurídica.
Neste ensaio, propomos analisar a evolução histórica do Direito Internacional de seguinte
maneira:
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1.1 Antiguidade
Na Grécia, o modus vivendus das Cidades – Estados gregas ilustram a génese de funcionamento
do Direito Internacional de forma organizada baseada em confederação. Pese embora algumas
cidades – estados gregas encontrava-se em brigas conflituosas, estes dificilmente se podiam
manter isolados, ̋suas relações foram muitas vezes marcadas por formas de cooperação e de
associação que não excluem, entretanto, a divisão política e a possibilidade de cada Estado poder
rescindir cm qualquer momento os vínculos que o ligam, dada a situação de anarquia que
caracteriza as relações internacionais. Entre as formas de associação, a mais elementar é a
aliança, que não exige que os Estados contraentes criem órgãos comuns para a execução dos seus
acordos ̏ (BOBBIO, 2004, p.167).
1.2 Roma
Roma - jus civile/ jus gentium: a maioria dos juristas entende que a Roma Antiga, ao longo de
quase toda a sua história, não se considerava sujeita a um direito internacional distinto do seu
direito interno, o que se explica pelo predomínio da chamada Pax romana. O ius gentium, que
alguns apontam como indício de um direito internacional romano, era, na essência, um direito
romano aplicado a estrangeiros por um magistrado romano, o pretor peregrino (Ngoy, s/d, p.3).
Império Romano do Oriente - Missão diplomática permanente.
É assim que foi possível ao direito romano, principalmente depois da complexa codificação de
Justiniano (Corpus juris civilis), apresentar-se como a realidade jurídica mais próxima, na
história humana, do próprio direito natural. Um assunto que teria mais tarde um importante
significado com a retomada do direito romano, ligada à escola de Bolonha.
Idade Média
Discussões sobre o justum bellum (guerra justa) É assim que foi possível ao crescente poder dos monarcas (x
Papa) Considerada a guerra justa como uma sanção, a escravidão é o castigo consequente e, como
tal, isto é, como consequência de um delito, é lícita. Comum com a tradição é em Bodin a
especificação das monarquias despóticas dos grandes impérios exóticos. "Existem ainda algumas
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diz ele na Ásia, na Etiópia e mesmo na Europa, como, por exemplo, a senhoria dos Tártaros e a
Moscóvia" (BOBBIO, 2004, p.573).
Guerras religiosas: as rupturas marcadas pelas guerras religiosas, como a ruptura da visão de
mundo, concomitantes aos “grandes descobrimentos”, tornam patente a obsolescência do velho
modelo e a necessidade de criação de novo parâmetro de regulação internacional. Esta se vai
construindo ao longo do tempo, pois teve, no século XX, consideráveis avanços e choques,
reiterados, à viabilidade do sistema.
O Comercio Marítimo: desenvolvimento do comércio marítimo foi outro elemento que concorre
para a formação de novas regras de direito internacional, inscritas em colecções de leis ou
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costumes marítimos. Por sua vez, estas estarão na base da construção de nova lex mercatoria, que
e se reflecte no surgimento e no desenvolvimento do conjunto do direito do comércio
internacional. O conjunto das normas no âmbito da Organização Mundial do Comércio constitui
desenvolvimento sectorial relevante do direito internacional, no contexto pós-moderno.
Concomitante à decadência do regime feudal no Ocidente, a noção de estado torna-se mais
precisa. Os povos vão tomando consciência da unidade nacional, e esta permite o estabelecimento
de relações continuadas entre os estados.
Conceito de jus cogens, esboçado no direito romano, foi posto no direito internacional, por
Francisco de VITÓRIA, na relectio sobre o poder civil (1528) direito internacional, para
VITÓRIA, compreende as normas que a razão natural estabeleceu entre as nações: quod naturalis
ratio inter omnes gentes constituit vocatur jus gentium (Casella, Hildebrando e Silva, 2012).
Estudando no seu tratado, De legibus ac de Deo legislatore, a origem das leis e de sua força
vinculante, o direito natural e o direito civil, veio a abordar o direito das gentes (jus gentium) nos
quatro últimos capítulos do livro II. Na transição entre o estudo do direito natural e o do direito
positivo, isso diz muito a respeito de como SUAREZ via o direito internacional, a meio caminho
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Francisco de VITÓRIA foi professor de teologia na Universidade de Salamanca, de 1521 até 1546. Das suas lições,
publicadas após sua morte, duas ocupavam-se de matéria estreitamente relacionada com o direito das gentes e ambas
se referiam à situação resultante, para a Espanha, do descobrimento da América.
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Francisco SUAREZ tampouco se caracterizaria como internacionalista profissional: jesuíta, teólogo e professor de
grande renome, ensinou filosofia ou teologia na maioria das universidades da Espanha, como em Paris e em Roma.
Comentador de Santo TOMÁS DE AQUINO, autor de obras apreciadas a seu tempo, ainda hoje consultadas com
utilidade e merecedoras de elogios nos tempos modernos. Um dos mais ilustres autores da ordem que integrou,
exornado com o título de doctor eximius pelo Papa BENTO XIV
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entre o direito natural e o direito civil, tendo elementos de um e de outro, e muitas vezes
confundindo-se com um e com o outro, distinto, contudo, de ambos e que convém bem definir e
situar.
Foi só, entretanto, no começo do século XVII que o direito internacional público apareceu, na
verdade, como ciência autónoma, sistematizada. Nesse novo período, destaca-se GRÓCIO, cujas
obras, Mare liberum (parte da De jure pra edae), vieram a lume em 1609,e especialmente por
sua obra-prima, publicada em 1625, O direito da guerra e da paz (De jure belli ac pacis).
Desde o início do direito internacional, GRÓCIO utiliza precedentes bíblicos, bem como da
história antiga, grega e romana, para estabelecer normas de direito internacional. A partir de
patamares mais ou menos consistentes de implantação dos princípios, normas e instituições
internacionais e operacionalidade funcional destes, pode-se acrescentar a busca, a dimensão
utópica, almejando o progresso e a melhoria dessa “realidade” que exista, nem sempre seja
desejável, por anseio ou projeto, que mesmo que não exista (ou nem sequer possa existir), ao
menos é desejável e digno de se buscar como propósito (Casella, Hildebrando e Silva, 2012,
p.67).
A ideia de construção de paz passa a ser condicionada pela percepção da transitoriedade das
construções humanas: do ideal da paz perpétua, lançado no século XVIII 3, o precedente
conformou-se com a ideia da transitoriedade desta. A verdadeira paz, essa forma de paz que
conviria à era actual, não pode ser somente espécie de trégua de duração indeterminada. As
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Obra de Immanuel Kant intitulada A Paz Perpetua. Kant defendia a criacao de um cidadao cosmopolita (mundo)
atraves de educacao, o cidadao é alocado valores comuns, cuja consequencia de este acto resultaria em paz perpetua
na humanidade. Atraves da racionalidade humana, o progresso seria a palavra de ordem.
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civilizações, que aprenderam a ser mortais, são também interdependentes (Casella, Hildebrando e
Silva, 2012, p.43).
O direito internacional tem justamente o papel de ser a norma de regência das relações entre
estados e aí estão sua natureza e seus dilemas, pois a efectividade da norma em boa medida
dependerá da aplicação que desta se faça pelos seus sujeitos. Ao lado dos tradicionais sujeitos de
direito internacional, ganham espaço crescente outros sujeitos de direito, as organizações
internacionais, as organizações não governamentais e o ser humano, mais e mais, reconhecido
como sujeito de direitos e obrigações, também no plano do direito internacional, embora
permaneça limitado em sua capacidade de actuação internacional.
O sistema de Viena, tal como fora concebido, inicialmente, marco garantidor da estabilidade e
dos interesses dinásticos, ganha outra dimensão e mais durabilidade a partir da construção do
“concerto europeu”, que se esboça e se trata de conservar até a sua derrocada, com a eclosão da
primeira guerra mundial e a instauração do novo sistema, com o tratado de Versalhes (1919) e
seus correlatos. Este, por sua vez, ao soçobrar, em razão da eclosão da segunda guerra mundial,
deixará marcos e marcas que serão, em considerável medida, retomados e reordenados no âmbito
do sistema da Organização das Nações Unidas, a partir de 1945 (Casella, Hildebrando e Silva,
2012, p.89).
Pode, assim, ser definido o direito internacional como o conjunto de normas jurídicas que rege a
comunidade internacional, determina direitos e obrigações dos sujeitos, especialmente nas
relações mútuas dos estados e, subsidiariamente, das demais pessoas internacionais, como
determinadas organizações, bem como dos indivíduos. Justamente aí se inscreve a característica
essencial desse direito internacional em mutação, que pode ser chamado de direito internacional
pós-moderno: a emergência e o papel crescente do ser humano, no contexto internacional. A crise
da pós-modernidade não surge no direito, mas atinge em cheio o direito internacional e terá de ser
enfrentada por este.
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Conclusão
Concluímos que foi com a Paz de Vestefália (1648 - Guerra dos 30 anos) que o Direito
Internacional no campo da Ciência se evidenciou pela primeira vez com o lema “Na região dele,
a religião dele”, pôs o princípio de territorialidade das leis, com a Paz de Vestefália houve nova
configuração dos Estados europeus, caracterizando-se naturalmente por uma forte base contratual
(consentimento) originado dos estados soberanos, através de auto-limitação do poder estatal.
Mais em diante, isto é 1789 - Revolução Francesa (impacto nos direitos humanos), como
consequência da Revolução Francesa, no século XIX deu-se como auge do Direito Humanitário.
No entanto, na sequência de corrida armamentista sucedeu I Guerra (1914-1918) que culminou
com Tratado de Versalhes 1919, não obstante a Inauguração da diplomacia multilateral
institucionalizada: LDN ou SDN e OIT (Genebra) Direito Internacional da cooperação. 1928 -
Proibição da guerra como meio de solução de litígios (Pacto Briand-Kellog), quase dez anos
depois o Pacto de Briand- Kellog entra em colapso, com o surgimento da II Guerra Muandial
(1939-1945).
Pós Guerra - Fria e afirmação da ONU no mundo, hoje nota-se uma globalização económica e
axiológica sem precedentes, consubstancialmente por um lado horizontalização ampliação do rol
de temas abordados pelo Direito Internacional e por outro lado verticalização interferência em
campos antes restritos ao direito interno (ex. Direitos Humanos).
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Bibliografia
BOBBIO, Norberto, Matteucci, Nicola e Pasquino, Gianfranco. O dicionário da Política. Vol.i
11ª Ed. Fundação universidade de Brasília, 2004
CASELlA, Paulo e SILVA, Nascimento. Manual de Direito Internacional Público. 20º Edição.
Editora Saraiva. Amazonas, Brasil, 2012