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2012
2ª edição
© 2012. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Todos os direitos reservados.
A responsabilidade pelo conteúdo e imagens desta obra é do(s) respectivos autor(es). O conteúdo desta obra foi licenciado temporária e
gratuitamente para utilização no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, através da UFSC. O leitor se compromete a utilizar o
conteúdo desta obra para aprendizado pessoal, sendo que a reprodução e distribuição ficarão limitadas ao âmbito interno dos cursos.
A citação desta obra em trabalhos acadêmicos e/ou profissionais poderá ser feita com indicação da fonte. A cópia desta obra sem autorização
expressa ou com intuito de lucro constitui crime contra a propriedade intelectual, com sanções previstas no Código Penal, artigo 184, Parágrafos
1º ao 3º, sem prejuízo das sanções cíveis cabíveis à espécie.
1ª edição – 2009
CDU: 35
Catalogação na publicação por: Onélia Silva Guimarães CRB-14/071
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
AUTOR DO CONTEÚDO
Ricardo Corrêa Coelho
EQUIPE TÉCNICA
Coordenador do Projeto – Alexandre Marino Costa
Créditos da imagem da capa: extraída do banco de imagens Stock.xchng sob direitos livres para uso de imagem.
SUMÁRIO
Apresentação.................................................................................................... 7
Introdução.............................................................................................................. 11
Conceitos Básicos.................................................................................................. 13
A Dinâmica Pendular das Relações entre Estado e Mercado................................. 22
Duas Matrizes Teóricas para a Interpretação das Relações entre Estado e Mercado:
a liberal e a marxista............................................................................................ 26
A Formação da Matriz do Pensamento Liberal..................................................... 29
A Matriz Marxista................................................................................................. 38
As Mudanças nas Sociedades Capitalistas no Final do Século XIX e seus Impactos
sobre as Matrizes Marxista e Liberal..................................................................... 50
Introdução............................................................................................................ 71
O Estado Liberal................................................................................................... 73
O Estado Socialista............................................................................................... 81
O Estado de Bem-Estar Social.............................................................................. 86
O Estado Neoliberal.............................................................................................. 98
Referências.......................................................................................................... 109
Minicurrículo........................................................................................................ 112
Estado, Governo e Mercado
APRESENTAÇÃO
Caro Estudante!
A disciplina que dá início a este curso aborda uma das
questões mais controversas do mundo contemporâneo: a da relação
entre Estado, governo e mercado. Essa questão não apenas se
apresenta no dia a dia do gestor público, como é debatida em todas
as disputas eleitorais – sejam elas nacionais, estaduais ou
municipais –, além de figurar diariamente nas páginas dos jornais.
Para ela não há uma resposta conclusiva.
Por mais que se tenha buscado – e ainda se continue
buscando – encontrar o ponto de equilíbrio entre a intervenção
estatal e a liberdade de mercado, esse equilíbrio não poderá ser
mais que temporário.
Por essa razão, por meio desta disciplina pretendemos que
você, gestor público, que já se encontra no exercício da função ou
que almeja exercer uma função pública, compreenda alguns
conceitos, teorias e informações históricas que lhes possibilitarão
não só acompanhar e participar dessa discussão, mas, sobretudo,
desempenhar as funções do gestor público com mais segurança e
maior conhecimento do terreno em que atua.
Com esse objetivo e preocupação, organizamos os temas a
serem tratados nesta disciplina em duas Unidades. Na Unidade 1
vamos tratar das teorias que explicam as relações entre Estado,
governo e mercado; e na Unidade 2 estudaremos as mudanças nas
relações entre Estado, governo e mercado durante o século XX.
O domínio de conceitos-chave envolvidos na discussão das
relações entre Estado, governo e mercado é essencial para quem
atua ou pretende atuar na esfera pública, mas não é suficiente.
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Estado, Governo e Mercado
UNIDADE 1
PERSPECTIVA TEÓRICA PARA A
ANÁLISE DAS RELAÇÕES ENTRE
ESTADO, GOVERNO E MERCADO
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INTRODUÇÃO
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CONCEITOS BÁSICOS
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examinado e tratado
detalhadamente na externas; também é o governo que exerce o poder de polícia do
disciplina O Público e o Estado, que vai da fiscalização do cumprimento das normas à
Privado na Gestão punição dos infratores.
Pública.
Enfim, é o governo que transforma em atos a vontade do
Estado, o que é suficiente para fazer dele o poder preponderante
sobre todos os demais e exigir dos legisladores um contínuo
aperfeiçoamento das normas que regem o funcionamento do Estado
e regulam as suas relações com a sociedade, e dos tribunais a
constante vigilância da adequação dos atos de governo à legislação,
sem o que o poder do governo se tornaria tirânico.
*Impeachment – Proces- Da mesma maneira que as diferentes formas assumidas pelo
so político-criminal ins- Estado não alteram a sua essência, as diferentes formas de governo
taurado por denúncia no
tampouco alteram substantivamente o seu poder no conjunto do
Congresso para apurar a
responsabilidade, por
Estado. Assim, as diferenças entre parlamentarismo e presidencialismo
grave delito ou má condu- dizem respeito à forma como Legislativo e Executivo se relacionam,
ta no exercício de suas mas nada indicam sobre a maior ou menor força do governo sob
funções, do presidente
um ou outro regime.
da República, ministros
do Supremo Tribunal ou
No presidencialismo, há uma rígida separação entre
de qualquer outro funci- Executivo e Legislativo no que diz respeito à duração dos mandatos
onário de alta categoria. do presidente e dos parlamentares. Sob o presidencialismo, nem o
Cabe ao Senado, se pro-
presidente tem o poder de dissolver o parlamento e convocar novas
cedente a acusação, apli-
car ao infrator a pena de
eleições, nem o parlamento pode destituir o presidente do seu cargo,
destituição do cargo. exceto no caso extremo de impeachment* por crime de
Fonte: Houaiss (2007). responsabilidade.
Já sob o parlamentarismo, nem o governo, nem os
parlamentares têm mandatos rigidamente definidos. Na verdade, o
governo do primeiro-ministro não tem mandato temporalmente
definido, durando o seu governo enquanto a maioria do parlamento
lhe der sustentação. Os parlamentares, por sua vez, têm um mandato
com duração máxima estipulada, mas não rigidamente estabelecida
como sob o presidencialismo, pois é facultado ao governo dissolver
Importante!
Democrático ou não, um regime se legitima pelas
respostas que dá à sociedade.
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é regido por determinadas leis que estão Economista escocês, com formação
diretamente associadas ao caráter egoísta do filosófica, lecionou em Glasgow e
ser humano. publicou duas obras importantes:
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Estado, Governo e Mercado
atividade produtiva. Podemos dizer ainda que os artistas) se interessaram por ele. As-
o mercado assemelha-se à “galinha dos ovos sim, pôde se dedicar à carreira literária.
Suas fábulas escritas em versos elegantes
de ouro”, da fábula de La Fontaine (1621–
deram-lhe enorme popularidade. “Sirvo-me
1695): se viva, produz constantemente
dos animais para instruir os homens”, di-
riqueza, mas uma vez morta lega apenas um
zia ele. Os animais simbolizavam os ho-
pequeno estoque de valor que ao ser
mens, suas manias e seus defeitos. Ele
distribuído rapidamente se consome.
reeditou muitas das fábulas clássicas de
Esopo, o pai do gênero. As mais famosas
são: A gansa dos ovos de ouro (e não a gali-
nha) e A lebre e a tartaruga. Fonte:
<www.portaldascuriosidades.com>. Acesso
em: 1 jul. 2009.
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Estado, Governo e Mercado
A FORMAÇÃO DA MATRIZ DO
PENSAMENTO LIBERAL
que lhe antecedeu e que viria a lhe ideias sobre a Filosofia. Com a ideia
suceder – que tem o grupo como ponto de que a causa de tudo está na di-
versidade do movimento, escreveu seu primeiro li-
de partida –, o Jusnaturalismo buscou no
vro filosófico, Uma Curta Abordagem a Respeito dos Pri-
indivíduo a origem do Direito e da ordem
meiros Princípios. Em 1651, publicou sua obra-prima,
política legítima.
o Leviatã. Fonte: <http://educacao.uol.com.br/bio-
Entre os vários e diferentes grafias/ult1789u395.jhtm>. Acesso em: 2 jul 2009.
pensadores dessa corrente filosófica, quatro
tiveram influência decisiva na formação do John Locke (1632–1704)
pensamento liberal: Thomas Hobbes, John
Nascido na Inglaterra, caracterizou
Locke, Charles Louis de Secondat, barão
a maior parte de sua obra pela opo-
de Montesquieu (1689–1755), e Jean- sição ao autoritarismo. Para ele, o
Jacques Rousseau (1712–1778). que dava direito à propriedade é o
Tomados separadamente, o trabalho que se dedica a ela. E,
pensamento de cada um desses autores desde que isso não prejudique alguém, fica as-
é bastante singular e, em muitos pontos, segurado o direito ao fruto do trabalho. Foram
até oposto um ao do outro. Com exceção esses um dos princípios básicos do capitalismo
de Locke, o pensamento dos outros três liberal. Disponível em: <http://tinyurl.com/
não pode ser considerado propriamente m2883g>. Acesso em: 1 jul. 2009.
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revolucionários franceses de 1879, e que culminaria com a adoção
pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 1948, da Declaração
Universal dos Direitos Humanos.
Ao universalismo intrínseco dos valores liberais estaria ainda Para conhecer mais
associado um radical humanismo, que romperia com o princípio sobre a Declaração
do fundamento divino da lei e do poder dos governantes, também Universal dos Direitos
Humanos, acesse <http:/
vigentes até o século XVIII. A ideia de que a união política surge de
/www.onu-brasil.org.br/
um pacto de submissão, por meio do qual cada indivíduo abre mão documentos_direitoshumanos.php>.
do uso legítimo da sua força física, transferindo-o ao Estado,
repousa sobre a noção, até então desconhecida, de representação
popular como fundamento do exercício do poder político.
Essa inovação faria com que o poder exercido por todo e
qualquer governante – mesmo o das monarquias hereditárias –
passasse a ser concebido como poder delegado pelos governados,
e não mais por unção de Deus, como sustentavam os adeptos do
Direito divino.
Essa inversão do princípio da representação abriria o
caminho para o surgimento da democracia nos Estados liberais na
virada do século XIX para o XX, entendida essa como o governo
do povo, consagrando o princípio da soberania popular.
Mas até que a democracia fosse admitida pelos liberais
haveria um longo percurso. Inicialmente, liberalismo e democracia
eram vistos como princípios inconciliáveis. Como vimos, de acordo
com o liberalismo todo indivíduo é portador de direitos irrevogáveis,
que devem ser respeitados por qualquer governo: seja o governo de
um só, de poucos ou de muitos. Já a democracia, desde a Antiguidade,
repousa, pura e simplesmente, no princípio do governo da maioria,
que desconhece qualquer limite além da vontade desta.
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Estado, Governo e Mercado
Atividades de aprendizagem
Para verificarmos seu entendimento até aqui, separamos uma
questão para você.
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A MATRIZ MARXISTA
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mesmo local, sob condições idênticas de vida e de trabalho. O papel
do partido comunista seria precisamente o de organizar
politicamente a classe operária, desenvolver a sua consciência de
classe e conduzi-la na tomada do poder. Manifesto do Partido
Para Marx, a tomada do poder do Estado pelo proletariado Comunista – de Marx.
poria fim à propriedade privada dos meios de produção e à ordem Disponível em: <http://
www.scielo.br/
e dominação burguesas, instituindo a ditadura do proletariado. Ao
scielo.php?pid=S0103-
utilizar o termo “ditadura”, Marx não estaria propugnando uma 40141998000300002
forma de governo mais dura ou autoritária que a dos governos &script=sci_arttext>.
liberais e monarquias parlamentares do seu tempo, mas Acesso em: 2 jul. 2009.
simplesmente indicando que aquele seria um governo de classe, e Para conhecer mais
sobre a teoria da
não um governo de todos.
revolução de Marx, leia
O Manifesto do Partido
Comunista.
Para Marx todo governo em uma sociedade de classes
seria sempre uma ditadura da classe dominante.
Portanto, da mesma forma que sob a ordem capitalista
se vivia sob a “ditadura da burguesia” – qualquer que
fosse a forma assumida pelo Estado burguês –, sob o
socialismo iria se viver sob a ditadura do proletariado.
A diferença é que, sob o capitalismo, a sociedade
viveria sob a ditadura da minoria – a da burguesia –,
enquanto que sob o socialismo iria se viver sob a
ditadura da maioria – o proletariado.
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Estado, Governo e Mercado
Atividade de aprendizagem
Avançamos mais um tópico em nosso estudo. Se você
realmente entendeu o conteúdo, não terá dificuldades de
responder à questão a seguir. Se, eventualmente, ao
responder, sentir dificuldades, volte, releia o material e
procure discutir com seu tutor.
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Marx. Algo semelhante
Para os liberais, duas importantes mudanças ocorridas nas iria se passar também no
sociedades capitalistas durante o século XX, que desafiavam a campo do pensamento
interpretação liberal dominante no século XIX, precisariam ser liberal.
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Atividades de aprendizagem
Chegado a esse ponto do estudo, procure responder às duas
questões que orientaram as reflexões de liberais e
marxistas. Caso tenha dificuldades, faça uma releitura
cuidadosa dos conceitos ainda não entendidos ou, se
necessário, entre em contato com seu tutor.
Complementando......
Complemente seus estudos através das leituras propostas a seguir:
Resumindo
Nesta Unidade você viu que, ao longo do século XX, a
teoria da democracia iria abandonar o conteúdo substanti-
vo clássico de “governo do povo, para o povo e pelo povo”
para ganhar contornos mais estritamente processuais e com-
patíveis com os princípios liberais.
Além de Schumpeter e Dahl, muitos outros economis-
tas, filósofos, sociólogos, cientistas políticos e intelectuais,
em geral, cujo pensamento tem raízes no liberalismo, trou-
xeram suas contribuições para atualizar a matriz liberal e
explicar as mudanças do mundo contemporâneo. Embora as
divergências entre as posições dos pensadores de uma mes-
ma matriz sejam inevitáveis, pode-se afirmar que, no cam-
po liberal, a anterior crença em um mercado autorregulado
deu lugar ao reconhecimento da necessidade de interven-
ção do Estado na economia, embora a extensão dessa inter-
venção viesse a se tornar no grande ponto da discórdia. De
forma análoga, a ideia anteriormente consensual de que
governo da maioria e economia de mercado seriam incom-
patíveis iria se desfazer, chegando inclusive ao seu oposto.
Se a democracia dos antigos era, de fato, incompatível com
o liberalismo, a democracia dos modernos passaria a ser vis-
ta como indissociável do liberalismo, tanto quanto os direi-
tos civis e políticos que já compunham a sua matriz. Assim, a
democracia do século XX passaria a ser adjetivada de liberal
e defendida ferrenhamente pelos liberais em contraposição
não mais à democracia dos antigos, mas a uma outra con-
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Estado, Governo e Mercado
UNIDADE 2
AS RELAÇÕES ENTRE ESTADO,
GOVERNO E MERCADO
DURANTE O SÉCULO XX
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Estado, Governo e Mercado
INTRODUÇÃO
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O ESTADO LIBERAL
primeiro, contra o poder ilimitado dos reis, sofia política conhecida como
Utilitarismo. Ficou famoso em
que reivindicavam o exercício do poder
toda a Europa e na América após
absoluto como um direito divino; depois –
publicar, em 1789, uma introdução aos princí-
quando as monarquias absolutas já haviam
pios da moral e da legislação. Seu pensa-
dado lugar a monarquias constitucionais,
mento foi completado pela obra póstuma,
em que o poder exercido pela realeza passou
Teoria dos deveres ou A ciência da moral, de 1834,
a ser limitado por uma constituição e na qual concluiu que a sociedade será ideal
compartilhado com o parlamento – contra quando permitir a realização da felicidade
o que os liberais julgavam ser uma excessiva do indivíduo, sem que esta comprometa o
intervenção do Estado nas relações entre os bem-estar coletivo. Fonte: <http://
indivíduos na sociedade. As críticas a essa educacao.uol.com.br/biografias/jeremy-
intervenção “indevida” do Estado não se bentham.jhtm>. Acesso em: 2 jul. 2009.
resumiam às medidas protecionistas que
impediam o livre comércio, mas se estendiam à proteção social garantida
aos pobres.
Na Inglaterra, a Lei dos Pobres (Poor Law), que desde o
século XVI proporcionou auxílio financeiro às pessoas indigentes e
incapazes de garantir o seu sustento com o próprio trabalho, passou
a ser severamente criticada pelos intelectuais liberais, como o
filósofo utilitarista Jeremy Bentham (1748–1832); o demógrafo
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anos mais tarde. Somente em 1874 o direito de greve iria ser *Workhouses – são Casas
de Trabalho estabelecidas
reconhecido, embora o Estado liberal não obrigasse ninguém a
na Inglaterra no século XVII.
trabalhar. No entanto, a mendicância era proibida, assim como o Segundo a Lei dos Pobres,
auxílio direto aos pobres sob qualquer forma – dinheiro, comida, adaptada, em 1834, só era
roupas ou outros bens –, a não ser por intermédio de certas admitida uma forma de
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O ESTADO SOCIALISTA
algumas terras (como os chamados kolkhozes, na União Soviética) Acesso em: 2 jul. 2009.
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necessário, cujas atribuições deveriam se restringir ao mínimo
essencial para viabilizar a vida em coletividade, cedeu lugar a
uma outra cultura mais solidária.
Essa mudança de mentalidade coletiva teve também de ser
processada no interior do campo do pensamento liberal, através Em que a igualdade
da revisão de certos paradigmas e de relações causais estabelecidas social passasse a ser
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trabalho, do trabalho feminino e de menores, que data de 1932, e a
instituição do salário-mínimo, em 1940, contemplaram
inequivocamente os interesses da acumulação, não poderíamos
depreender que teriam sido esses interesses os responsáveis diretos Em relação ao salário-
pela adoção dessas medidas pelo Estado. Além disso, durante os mínimo, foi observada
uma grande resistência
primeiros anos do governo Vargas, quando começaram a ser
por parte do
implementadas as primeiras políticas sociais voltadas para a classe empresariado em aceitá-
trabalhadora, o empresariado paulista – desde então o mais lo, razão pela qual
importante do país – estava na oposição ao novo governo, tendo demoraria até 1940 para
ser decretado.
apoiado a revolução constitucionalista de 1932. Portanto, a criação
das primeiras leis sociais no Brasil não pode ser interpretada como
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ou da capacidade hegemônica de um grupo sobre outros, entendida
esta como hegemonia cultural, conforme o conceito de Gramsci.
Nas circunstâncias políticas do Brasil do início dos anos de 1930,
nenhum dos setores estratégicos da sociedade desfrutava de posição
hegemônica. A burguesia mercantil, que até então controlara o Rumos e metamorfoses:
Estado, encontrava-se política e economicamente enfraquecida, um estudo sobre a
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a regulamentação do trabalho feminino. Já em 1933 foi fundado o
primeiro Instituto de Aposentadoria e Pensão (IAP), o dos marítimos
(IAPM), que deu o padrão para a criação dos demais institutos que
substituíram as antigas CAPs, organizadas por empresa. Os IAPs representaram
Apesar desse progresso, as disparidades nos benefícios um significativo avanço
v
serviços oferecidos.
O fortalecimento da capacidade gestora do Estado começou
com a criação do Conselho Federal do Serviço Público, em 1936, e
posterior criação do Departamento Administrativo do Serviço
Na segunda metade da
Público (DASP), em 1938, que iria formar os quadros do Estado e década de 1930 e
estruturar uma Administração Pública federal conforme os padrões primeira metade dos
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O ESTADO NEOLIBERAL
empresas, com sua consequente exposição às leis do mercado, teria pelo mercado e pelo me-
canismo de preços, com
por objetivo torná-las eficientes e lucrativas, além de tirar o ônus
virtual exclusão da auto-
pela sua manutenção do Estado, liberando recursos públicos para ridade governamental.
serem aplicados em áreas em que o Estado tem obrigatoriamente Fonte: Lacombe (2004).
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equivalente a duas vezes
o PIB anual brasileiro da entre os diferentes mercados financeiros do mundo seria de cerca de
época, e dez mil vezes um trilhão de dólares por dia, “valor superior à soma de todas as
superior à quantidade de reservas de todos os Bancos Centrais do mundo” (FIORI, 1995, p.
dinheiro que circulava
223).
por esses mercados em
1970. Além de ter permitido a formação de um mercado
internacional de capitais, que aumentaria enormemente a
vulnerabilidade das sociedades frente à movimentação internacional
do capital, tornando Estados nacionais incapazes de controlá-lo e
oferecer uma proteção mais efetiva às economias domésticas, as
inovações tecnológicas iriam ensejar a criação de novos mercados,
a mudança nos padrões dos serviços e a reorganização dos capitais
em nível internacional. O caso das telecomunicações é emblemático.
Até os anos de 1980, os serviços de telefonia eram
monopólios estatais em quase todo o mundo. Os custos de
implantação da infraestrutura requerida eram extremamente
elevados, sendo pouco atrativos para a exploração dos serviços
pelo capital privado. Além disso, havia apenas uma tecnologia
disponível para a prestação dos serviços: telefones fixos ligados por
v
se constituísse em um monopólio natural do Estado. Somente os
países ricos conseguiam oferecer os serviços de telefonia na
residência de todos os seus cidadãos. Para se capitalizarem e poder
expandir a oferta de serviços, as companhias telefônicas brasileiras No Brasil, até a metade
iriam utilizar um subterfúgio: vincular a concessão de uma linha da década de 1990, o
telefônica ao usuário à compra de ações da companhia. Com isso, acesso a uma linha
um serviço público foi transformado em um bem privado. Essa forma telefônica era difícil e
caro.
original de alocar as linhas telefônicas aos usuários pelas empresas
estatais associada à escassez da sua oferta deu espaço ao
surgimento de um mercado paralelo. Em todas as grandes cidades
do país, surgiram bolsas de telefones, em que as linhas eram cotadas
e negociadas como se fossem bens privados, e os telefones
passaram a ser objetos de investimento e especulação. No início
dos anos de 1990, uma linha telefônica na cidade de São Paulo era
comercializada no mercado paralelo pelo preço médio de três mil
dólares, que variava conforme o bairro de prestação do serviço.
Obedecendo à lei da oferta e demanda, o custo das linhas nos bairros
mais populares, onde a sua oferta era menor, costumava ser mais
alto do que nos bairros mais bem aquinhoados da cidade e mais
bem servidos desses serviços.
As mudanças tecnológicas nas comunicações, representadas
pelo desenvolvimento de fibras óticas, da telefonia celular em
diversas bandas, da transmissão por cabo etc. permitiram, em pouco
v
tempo, que esse cenário fosse radicalmente modificado. Por meio
de uma pluralidade de tecnologias, com relativamente baixos custos
de investimentos iniciais, o monopólio natural deixou de existir,
Foi dentro deste novo
permitindo que surgisse no seu lugar um novo mercado altamente contexto econômico e
rentável para os capitais privados. tecnológico que
Mas além dos serviços de telecomunicações, outros setores, ocorreram as
privatizações do setor de
como o siderúrgico, petroquímico e elétrico também foram
telefonia no Brasil e em
privatizados no Brasil, durante os anos de 1990, levando o Estado diversos países.
a mudar drasticamente a sua relação com o conjunto dos agentes
econômicos. De produtor de insumos industriais e fornecedor de
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Complementando......
Conheça mais sobre os temas aqui discutidos explorando as obras
sugeridas a seguir.
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Resumindo
Ao encerrar o estudo dos temas desta disciplina – e
antes que você passe às atividades de sistematização e ava-
liação dos conhecimentos adquiridos –, caberia ainda algu-
mas considerações. Um objeto tão amplo e complexo como
o das relações entre Estado, governo e mercado não é passí-
vel de ser estudado exaustivamente, ficando sempre um ou
outro aspecto sem ser analisado e muitos autores sem se-
rem referidos. No entanto, a impossibilidade de se estudar
e conhecer tudo sobre um tema não nos impossibilita de
visualizarmos e compreendermos o todo. As muitas dife-
renças não examinadas entre o Estado liberal na Inglaterra e
nos Estados Unidos do início do século XX e entre o Estado
socialista na União Soviética e na China de Mao-Tsé-tung
não nos impedem de compreendermos o que havia em co-
mum nas relações entre Estado, governo e mercado em cada
par de países e nos permitem classificar os primeiros como
liberais e os segundos como comunistas. De forma análoga,
apesar de as articulações concretas entre Estado e mercado
serem absolutamente singulares em cada país, é plenamen-
te possível agrupá-los conforme padrões dominantes, como
mais mercado e menos Estado sob os estados liberais e mais
Estado e menos mercado sob os estados socialistas. Por isso,
o objetivo desta disciplina foi, precisamente, o de apresen-
tar e trabalhar conceitos, teorias e informações históricas
de forma a possibilitar a você compreender as diferentes e
sempre mutantes relações entre Estado e mercado no mun-
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Estado, Governo e Mercado
Atividades de aprendizagem
Chegado o final da Unidade 2 e também da disciplina, é
hora de verificar a sua aprendizagem. Para tanto, procure
responder às questões propostas na sequência.
Referências
ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, E. (Org.)
Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. 3.ed.
São Paulo: Paz e Terra, 1996.
¨
ARON, Raymond. O marxismo de Marx. Trad. Jorge Bastos. São Paulo:
Arx, 2005.
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SMITH, Adam. A Riqueza das Nações. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
1.392 p.
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M INICURRÍCULO
Ricardo Corrêa Coelho
assuntos
Organização de planilhas – Autorização para liberação de bolsas Organização e encaminhamento a CAPE/SEaD da listagem de
CAPES aos bolsistas do curso bolsistas do curso (profs e tutores)
E-mails gerais Diversos ao longo do período de trabalho
Envio de carteirinhas estudantis Para São Carlos, Araras, Franca, Apiaí e Balsamo.
Núm Tipos de serviço Solicitante Atribuído a Categoria Data de Envio Atualizado Resumo Estado
2104 Suporte (TI) Felipe Pedrini – Equipe Moodle Guilherme Ruggiero Instalação/Manutenção de computadores 2013-10-02 2013-10-02 Troca de Maquina Resolvido
2105 Suporte (TI) Adriano Leite da Silva Guilherme Ruggiero Instalação/Manutenção de computadores 2013-10-02 2013-10-02 instalação do computador da Aline Resolvido
2110 Suporte (TI) Clarissa Bengtson Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção de computadores 2013-10-02 2013-10-02 Instalação do pacote Adobe CS5.5 Resolvido
2128 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-03 2013-10-03 SEaD/Moodle: Cadastro Tutor Presencial - EM Resolvido
2133 Suporte (TI) Silvia Maria Felicio Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Remoção de softwares 2013-10-03 2013-10-04 Instalação de software Resolvido
2126 Suporte (TI) Elaine Franco Vicente Guilherme Ruggiero Instalação/Manutenção de computadores 2013-10-03 2013-10-04 Notebook não liga Fechado
2175 Suporte (TI) Clarissa Bengtson Guilherme Ruggiero Instalação/Manutenção de computadores 2013-10-08 2013-10-08 Instalação de programas Resolvido
2180 Suporte (TI) Adriano Leite da Silva Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção de computadores 2013-10-08 2013-10-08 MONTAGEM EQUIPAMENTOS - CODAP Resolvido
2129 Suporte (TI) Adriano Leite da Silva Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção de computadores 2013-10-03 2013-10-08 INSTALAÇÃO MAQUINAS SALAS Resolvido
2228 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-10 2013-10-11 Reativação de Perfil - LDAP e Moodle Resolvido
2238 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-11 2013-10-11 Reativação de cadastro de aluno no moodle - EM Resolvido
2177 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-08 2013-10-15 Cadastro Tutores Presenciais GDE Resolvido
2305 Suporte (TI) Priscila Cristina Fiocco Bianchi Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Remoção de softwares 2013-10-16 2013-10-16 Instalação do software pdf profissional Resolvido
2292 Suporte (TI) Adriano Leite da Silva Guilherme Ruggiero Instalação/Manutenção de computadores 2013-10-16 2013-10-16 INSTALAÇÃO MAQUINA - AT3 - SALA ESPECIALIZAÇAO Resolvido
2308 Suporte (TI) Aldrei Jesus Galhardo Batista Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Remoção Office 2013-10-16 2013-10-16 Não consigo abrir um arquivo Resolvido
2267 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-14 2013-10-17 Alunos com pedido de reintegração de vaga em andamento - Pe Resolvido
2324 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-17 2013-10-17 Cadastramento de tutor presencial GDE 2013 Resolvido
2284 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-15 2013-10-17 Cadastro de Tutores Presenciais do GDE Fechado
2277 Suporte (TI) Ricardo Henrique Parra Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-15 2013-10-17 Cadastro Tutores Presenciais GDE Fechado
2388 Suporte (TI) Bruno Derisso - Equipe Moodle Ana Paula Souza do Nascimento Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-22 2013-10-23 Cadastro de tutores presenciais Resolvido
2422 Suporte (TI) Paulo Roberto Montanaro Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-23 2013-10-24 Cadastro de estagiários no LDAP e no ambiente do grupo de estudos Resolvido
2229 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-10 2013-10-24 Reativação de cadastro de aluno - EM Resolvido
2454 Suporte (TI) Rodrigo Kensan Sucomine Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-10-25 2013-10-25 Cadastrar aluna para poder adicionar no curso GDE Resolvido
2472 Suporte (TI) Manuela Marinelli Rossit Guilherme Ruggiero Formatação de computador 2013-10-29 2013-10-29 Limpeza de Cooler Resolvido
2469 Suporte (TI) Silvia Maria Felicio Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção de computadores 2013-10-29 2013-10-30 Limpeza notebook Resolvido
2525 Suporte (TI) Rodrigo Kensan Sucomine Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-11-01 2013-11-01 Cadastrar colaboradores no LDAP Resolvido
2526 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-11-01 2013-11-01 Cadastro dos usuários das Coordenações de Curso no LDAP e no Moodle 2 Resolvido
2541 Suporte (TI) Leandro Fagner Almeida Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-11-05 2013-11-05 Cadastro de novo Estagiario Moodle Resolvido
2558 Suporte (TI) Clarissa Bengtson Guilherme Ruggiero Instalação/Manutenção de computadores 2013-11-06 2013-11-06 Configuração de senha Resolvido
2552 Suporte (TI) Mariana Derigi Ambrózio Equipe Desenvolvimento Cadastro de Usuários no SInApSE 2013-11-05 2013-11-06 Cadastro de usuários Resolvido
2565 Suporte (TI) Jennifer Kaon Cheng Lu Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Configuração de dispositivos 2013-11-06 2013-11-06 Imagem trêmula no monitor Resolvido
2574 Suporte (TI) Mariana Derigi Ambrózio Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-11-07 2013-11-07 Cadastro de usuário Resolvido
2583 Suporte (TI) Clarissa Bengtson Guilherme Ruggiero Instalação/Manutenção de computadores 2013-11-08 2013-11-08 Intalação do Codec Resolvido
2577 Suporte (TI) Thiago Berto Nóbrega Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Configuração de dispositivos 2013-11-07 2013-11-11 Conexão sem fio SEaD Resolvido
2608 Suporte (TI) Daiane Oliveira Filo Guilherme Ruggiero Instalação/Manutenção/Configuração de impressora 2013-11-12 2013-11-12 Instalação de Impressora Resolvido
2612 Suporte (TI) Jessica Sayuri Nishiguchi Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção de computadores 2013-11-12 2013-11-12 Limpeza de Disco e Instalação Adobe Master Collection CS5 Resolvido
2671 Suporte (TI) Gisele Patrícia Pingueiros Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Configuração de impressora 2013-11-13 2013-11-13 Não estou conseguindo realizar impressões. Resolvido
2646 Suporte (TI) Clarissa Bengtson Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção de computadores 2013-11-13 2013-11-13 Instalação de programas. Resolvido
2621 Suporte (TI) Aparecida Ribeiro Marco Tulio Lemes Oliveira Dúvidas Gerais 2013-11-12 2013-11-14 Solicitação de um novo monitor tamanho 19 Resolvido
2730 Suporte (TI) Hérica Cristina de Miranda Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Remoção de softwares 2013-11-18 2013-11-18 Instalação do Camtasia no notebook Resolvido
2749 Suporte (TI) Ricardo Henrique Parra Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-11-19 2013-11-19 Cadastro de Usuarios Resolvido
2776 Suporte (TI) Daiane Oliveira Filo Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Configuração de dispositivos 2013-11-20 2013-11-21 Pimaco Resolvido
2805 Suporte (TI) Gisele Patrícia Pingueiros Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Configuração de impressora 2013-11-22 2013-11-22 Não estou conseguindo realizar impressões. Resolvido
2806 Suporte (TI) Daniel Ettore Storolli Franca Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção de computadores 2013-11-22 2013-11-22 PC AT3 - TS Felipe Resolvido
2789 Suporte (TI) Silvia Maria Felicio Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Configuração de impressora 2013-11-21 2013-11-22 Problemas na impressão Resolvido
2811 Suporte (TI) Felipe Pedrini – Equipe Moodle Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção de computadores 2013-11-22 2013-11-22 Erro de Drivers Resolvido
2810 Suporte (TI) Silvia Maria Felicio Marco Tulio Lemes Oliveira Formatação de computador 2013-11-22 2013-11-22 Formatação de computador Resolvido
2829 Suporte (TI) Ricardo Henrique Parra Cristian Kawakami Cadastro de Usuário(s) no LDAP 2013-11-25 2013-11-25 Cadastro no Ldap Atribuído
2830 Suporte (TI) Daniel Ettore Storolli Franca Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Configuração de dispositivos 2013-11-25 2013-11-25 Reconfigurar roteador LOA Resolvido
2848 Suporte (TI) Daiane Oliveira Filo Marco Tulio Lemes Oliveira Teste de equipamentos e software 2013-11-26 2013-11-26 Teste de TV para reunião via skype Resolvido
2858 Suporte (TI) Hérica Cristina de Miranda Marco Tulio Lemes Oliveira Instalação/Manutenção/Remoção de softwares 2013-11-26 2013-11-26 Instalação do Camtasia no CD Resolvido
Página 1
Ministério da Educação – MEC
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES
Diretoria de Educação a Distância – DED
Universidade Aberta do Brasil – UAB
Programa Nacional de Formação em Administração Pública – PNAP
Especialização em Gestão Pública
2012
2ª edição
© 2012. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Todos os direitos reservados.
A responsabilidade pelo conteúdo e imagens desta obra é do(s) respectivos autor(es). O conteúdo desta obra foi licenciado temporária e
gratuitamente para utilização no âmbito do Sistema Universidade Aberta do Brasil, através da UFSC. O leitor se compromete a utilizar o
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A citação desta obra em trabalhos acadêmicos e/ou profissionais poderá ser feita com indicação da fonte. A cópia desta obra sem autorização
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1º ao 3º, sem prejuízo das sanções cíveis cabíveis à espécie.
1ª edição – 2009
CDU: 65.012.2
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
AUTOR DO CONTEÚDO
Renato Peixoto Dagnino
EQUIPE TÉCNICA
Coordenador do Projeto – Alexandre Marino Costa
Créditos da imagem da capa: extraída do banco de imagens Stock.xchng sob direitos livres para uso de imagem.
SUMÁRIO
Apresentação.................................................................................................... 9
Introdução...................................................................................... 21
Um Breve Histórico do Planejamento................................................ 22
O Contexto Sociopolítico em que se Deve Inserir o Planejamento Estratégico
Governamental.......................................................................................... 25
A Democratização Política e o “Estado Necessário”...................................... 29
A Construção do “Estado Necessário” e o Planejamento Estratégico Governamental... 38
O Contexto Disciplinar da Administração Pública................................................ 43
Políticas Públicas e Políticas Sociais............................................................ 44
O Gestor Público e o Administrador de Empresas......................................... 48
Administração de Empresas, Administração Geral e Administração Pública... 50
A Formação do Gestor Público...................................................................... 52
Introdução..................................................................................................... 65
A Ciência Política e a Supervalorização do Político............................................ 67
A Administração Pública e a Subvalorização do Conflito..................................... 69
A Concepção Ingênua do Estado Neutro................................................. 70
Os Enfoques da Análise de Política e o Planejamento Estratégico Situacional como
Fundamentos do Planejamento Estratégico Governamental............................... 73
O Enfoque da Análise de Política......................................................................... 76
O Enfoque do Planejamento Estratégico Situacional............................................ 83
Introdução..................................................................................................... 91
Uma Visão Preliminar do Resultado...................................................................... 95
Agir Estratégico.......................................................................................... 98
Pressupostos para uma Ação Estratégica em Ambiente Governamental........ 98
O Conceito de Ator Social.................................................................... 99
Características do Jogo Social................................................................... 99
Os Momentos da Gestão Estratégica........................................................... 100
A Análise de Governabilidade – o Triângulo de Governo..................................... 102
A Situação-Problema como Objeto do Planejamento Estratégico Governamental... 108
Conceito de Problema (ou situação-problema)........................................... 109
Tipos de Problemas................................................................................. 110
Conformação de um Problema................................................................ 111
Como Formular um Problema?....................................................................... 112
Perguntas para Verificar se a Seleção de Problemas é Apropriada............... 113
A Descrição de um Problema....................................................................... 114
A Explicação da Situação-Problema.............................................................. 116
A Diversidade das Explicações Situacionais.................................................. 116
O Fluxograma Explicativo da Situação........................................................ 118
Seleção de Nós Críticos............................................................................ 119
Mãos à Obra................................................................................................. 122
Unidade 4 – Metodologia de Planejamento de Situações
Introdução..................................................................................................... 131
Uma Visão Preliminar do Resultado...................................................................... 132
Planejar por Situações-Problema.......................................................................... 135
Operações........................................................................................................... 139
Matriz Operacional.......................................................................... 141
Ações, Atividades, Tarefas.......................................................................... 141
Etapas para a Formulação de um Plano de Ação.......................................... 144
Gestão do Plano........................................................................................ 146
Atuar sob Incerteza........................................................................... 146
Focos de Debilidade de um Plano........................................................................ 148
Componentes de um Sistema de Planejamento Estratégico Governamental.......... 149
Referências.................................................................................................... 160
Minicurrículo.................................................................................................... 166
Planejamento Estratégico Governamental
APRESENTAÇÃO
Caro estudante!
Esta disciplina foi concebida tendo por referência a
constatação de que os gestores públicos brasileiros, atores centrais
do espaço onde ocorre o Planejamento Estratégico Governamental
(PEG), terão de seguir por muito tempo atuando no interior de um
aparelho de “Estado Herdado” que não se encontra preparado para
atender às demandas da sociedade quanto a um estilo alternativo
de desenvolvimento mais justo, economicamente igualitário e
ambientalmente sustentável. Ao mesmo tempo, os gestores públicos
terão de transformar o “Estado Herdado” no sentido da criação do
“Estado Necessário”, entendido como um Estado capaz não apenas
de atender às demandas presentes, mas de fazer emergir e satisfazer
novas demandas embutidas nesse estilo alternativo.
Por isso, e para que fiquem claras as razões que explicam as
características que a disciplina possui, mencionaremos, em mais
de uma oportunidade ao longo das unidades deste livro, vários dos
aspectos envolvidos na transição do “Estado Herdado” para o
“Estado Necessário”. Estudaremos ainda o porquê de falarmos em
Estado Herdado e Estado Necessário. Qual a diferença entre os dois?
O recurso que utilizamos para marcar a diferença entre a
situação atual e a futura, desejada, de opor o “Estado Herdado” e
a proposta de “Estado Necessário”, tem como inspiração o
tratamento dado ao tema por Aguilar Villanueva (1996). Vários
outros autores latino-americanos, entre os quais Atrio e Piccone
(2008) e Paramio (2008), dois dos mais recentes, têm abordado,
ainda que focalizando uma “cena de chegada” um tanto distinta,
processos de transição como o que nos preocupa. Com uma
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Planejamento Estratégico Governamental
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UNIDADE 1
CONTEÚDOS INTRODUTÓRIOS AO
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
GOVERNAMENTAL
INTRODUÇÃO
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Planejamento Estratégico Governamental
UM BREVE HISTÓRICO DO
PLANEJAMENTO
Experiências anteriores, como as que ocorreram no início da década dos gastos públicos e
pela diminuição das ta-
de 1940 no Brasil, receberam impulso, estimuladas no pós-guerra
xas de juros, para estimu-
pela Organização das Nações Unidas (em especial da Comissão lar o consumo e
Econômica para a América Latina e o Programa das Nações Unidas desencorajar o
para o Desenvolvimento). entesouramento. Fonte:
Lacombe (2004).
No plano teórico, esse processo levou a importantes
contribuições amparadas num amplo espectro ideológico que foi
desde o materialismo histórico até o pensamento conservador,
passando pela visão keynesiana*. No plano das ações de governo,
Módulo Básico
23
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
25
Planejamento Estratégico Governamental
v
trabalhos que
conceituam o desenvolvimentismo e antecedeu ao seu desmantelamento pelo
neoliberalismo e que nos neoliberalismo, Guillermo O’Donnell, pesquisando sobre as
autorizam a caracterizar particularidades de um tipo específico de Estado capitalista, o
a Reforma Gerencial que
Estado burocrático autoritário latino-americano, é provavelmente
designa o segundo
componente que o pesquisador que mais tem contribuído para o entendimento desse
conforma o que primeiro componente da matriz a qual compõe o chamado “Estado
chamamos “Estado Herdado”, proveniente do período militar. Sua expressão
Herdado” como
“corporativismo bifronte” – combinação de uma face “estatista”
neoliberal,
recomendamos pela sua
levada à “conquista” do Estado e à subordinação da sociedade
clareza e facilidade de civil com outra “privatista” que teria colocado a serviço de setores
entendimento a dominantes suas áreas institucionais próprias – é especialmente
excelente resenha feita
elucidativa (O’DONNELL, 1976).
por Diniz (2007).
Em segundo lugar, serão fornecidos elementos que levam à
constatação de que este Estado herdado por nós é duplamente
incompatível com a proposta de mudança desejada pela sociedade
brasileira, pois sua forma não corresponde ao conteúdo para o qual
deve apontar sua ação. De um lado porque a forma como se
relaciona com a sociedade impede que ele formule e implemente
políticas públicas com um conteúdo que contribua para alavancar
essa proposta. De outro lado porque o modo como se processa a
ação de governo – na sua relação com o Estado existente,
determinado pelos contornos de seu aparelho institucional, é
irreconciliável com as premissas de participação, transparência e
efetividade dessa proposta.
v
herdou do período militar (1964-1985), de um Estado que associava
patrimonialismo e autoritarismo com clientelismo, hipertrofia com
opacidade, insulamento com intervencionismo, deficitarismo com
megalomania, não atendia ao projeto das coalizões de direita e Para uma análise
detalhada deste e de
muito menos daquelas de esquerda que, a partir da
outros “ismos” que
redemocratização, iniciada em meados dos anos de 1989, poderiam caracterizam o “Estado
suceder os governos de então. Reconhecendo a existência de Herdado”
características semelhantes da relação Estado-Sociedade em outros (patrimonialismo,
A reforma gerencial desse Estado, proposta pela cial (Plano Diretor da Reforma do Apa-
relho de Estado, 1995), que pautou as
doutrina neoliberal e iniciada pelos governos civis
iniciativas governamentais neste
que sucederam à queda do militarismo, não
sentido, é uma transposição de suas
encontrou muitos opositores. O mais conhecido
ideias para uma linguagem não aca-
expoente da proposta de Reforma Gerencial do
dêmica. Fonte: Elaborado pelo autor.
Estado brasileiro é Luis Carlos Bresser-Pereira.
Módulo Básico
27
Planejamento Estratégico Governamental
A DEMOCRATIZAÇÃO POLÍTICA E
O “ESTADO NECESSÁRIO”
v
partir de uma crítica à
Se não for possível promover um processo de transformação Reforma Gerencial, têm
do “Estado Herdado” em direção ao “Estado Necessário” que apresentado elementos
Módulo Básico
29
Planejamento Estratégico Governamental
v
tido e seguimos tendo
um Estado que registra apresenta um esquema para entender e avaliar o
um baixo escore nessas
Estado baseado em quatro dimensões: eficácia que
quatro dimensões.
faz referência ao conjunto de burocracias que o
compõe; efetividade referente ao seu sistema legal;
credibilidade que granjeia como realizador do bem
weberiano que pretendia se impor ao modelo ocasião da reforma do Estado iniciada em 1938,
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Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
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Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
35
Planejamento Estratégico Governamental
v
A seção que analisa a
questão da para tornar sustentável o processo de mudança social em que a
governabilidade e do
sociedade está empenhada. Daí a importância de disponibilizar
Triângulo de Governo é
especialmente
conhecimentos aos gestores públicos que possam levar à melhoria
elucidativa a este das políticas, ao aumento da eficácia da sua própria “máquina”, e
respeito. à sua transformação numa direção coerente com a materialização
daquele novo estilo de desenvolvimento.
Privatização, desregulação e liberalização dos mercados têm
impedido que o Estado brasileiro se concentre em saldar a dívida
social e, enquanto Estado-nação – capitalista, por certo –, assumir
suas responsabilidades em relação à proteção aos mais fracos, à
desnacionalização da economia e à subordinação aos interesses
do capital globalizado. Assumir essas responsabilidades e
materializar os processos de democratização e redimensionamento
do Estado são desafios interdependentes e complementares que
demandam de maneira evidente os conteúdos que trata este Curso
e, no plano operacional, da implementação das ações, que não
poderão prescindir do PEG.
Módulo Básico
37
Planejamento Estratégico Governamental
A CONSTRUÇÃO DO “ESTADO
NECESSÁRIO” E O PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO GOVERNAMENTAL
ao seu enquadramento num formato genérico que facilitava uma classe necessaria-
mente autoritária que
tratamento administrativo. Ao fazê-lo, escondia sob um manto de
frustrou as esperanças
aparente equidade os procedimentos de controle político e no socialismo. Isto é ser
assegurava a docilidade do povo, desprotegido e desprovido de vítima da ideologia bur-
cidadania, frente ao burocratismo onipotente do Estado. Era na guesa. Fonte: Bresser-
Pereira (2007).
fila do INPS que este povo aprendia o que era a democracia.
As características do “Estado Herdado”
faziam com que as demandas da população se Saiba mais Burocratismo
tornassem assuntos genéricos, nacionais, a Para uma excelente retrospectiva de
serem resolvidos mediante a distribuição dos como se deu ao longo do nosso proces-
recursos arrecadados de forma centralizada. so de desenvolvimento socioeconômico
Assim, sem nenhuma preocupação com a a relação entre o Estado e os interesses
elaboração de políticas apropriadas e com a das classes dirigentes e subordinadas.
adoção de ferramentas como as propostas pelo (BRESSER-PEREIRA, 2007).
PEG, os recursos fluíam através de uma
complexa rede de influências e favores até os lideres políticos locais
que, discricionariamente e seguindo os procedimentos sancionados
pelo patrimonialismo e pelos outros “ismos” que ele desencadeou
Módulo Básico
39
Planejamento Estratégico Governamental
v
de pesquisadores
descrevendo as
Esta situação perpetuava e retroalimentava um modelo de
características as quais planejamento governamental e de elaboração de políticas que era
foram impregnando a não apenas injusto e genérico. Era também inócuo, uma vez que as
gestão pública latino- verdadeiras causas ou não eram visualizadas ou não podiam ser
americana, que
enfrentadas. Este modelo consolidado – objetivos, instrumentos,
configuram o que
denominamos “Estado procedimentos, agentes, tempos –, além de incremental,
Herdado” e apontam assistemático e pouco racional, tendia a gerar políticas que eram
propostas para sua facilmente capturadas pelos interesses das elites.
modificação. Entre eles,
As demandas que o processo de democratização política
recomendamos Oszlak
(1999), Evans (2003) e cada vez mais coloca, e que serão filtradas com um viés progressista
Waissbluth (2002 e por uma estrutura que deve rapidamente se aproximar do “Estado
2003). Necessário”, originarão outro tipo de agenda política. Serão muito
distintos os problemas que a integrarão e terão de ser processados
por este Estado em transformação. Eles não serão mais abstratos e
genéricos, serão concretos e específicos, conforme sejam apontados
pela população que os sente, de acordo com sua própria percepção
da realidade, com seu repertório cultural, com sua experiência de
vida, frequentemente de muito sofrimento e justa revolta.
Logo, podemos afirmar que construir o “Estado Necessário”
não é somente difícil. É uma tarefa que, para ser bem-sucedida,
deveria contar a priori com algo que já deveria estar disponível,
mas que é, ao mesmo tempo, seu objetivo criar. Isto é, as
capacidades e habilidades extremamente complexas necessárias
para transformar o Estado Herdado.
Assim colocado, o problema pode nos parecer não ter
solução. Mas, não obstante, ela existe. E existe porque já há a
consciência do problema que é a construção do “Estado Necessário”.
E quando existe esta consciência é porque a solução já é vislumbrada
por uma parte dos atores envolvidos com o problema.
De acordo com o exposto até aqui, podemos afirmar que a
decisão de criar o Curso no qual se insere esta disciplina já nos
remete a uma consciência por parte desses atores de que a
emergência da forma institucional “Estado Necessário”, aquela que
Módulo Básico
41
Planejamento Estratégico Governamental
O CONTEXTO DISCIPLINAR DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Módulo Básico
43
Planejamento Estratégico Governamental
Embora não devesse ser assim e não seja esta a nossa visão,
a expressão Gestão Pública tem sido frequentemente utilizada no
meio acadêmico para designar um corpo de conhecimentos
associado à elaboração das políticas orientadas ao atendimento
de demandas sociais, as Políticas Sociais. A individualização das
Políticas Sociais no âmbito das Políticas Públicas revela uma
v
acessória que possui a Política Social.
Situação distinta pode ser verificada em relação a outras
áreas de política pública (econômica, agrícola, industrial, financeira
etc.) em que os conteúdos atinentes à gestão são oferecidos pelos
Uma das obras mais
segmentos acadêmicos e a elas diretamente associados. Uma exceção completas e conhecidas
que valeria a pena analisar é a área de saúde, na qual têm ocorrido (com mais de dez
significativas iniciativas de produzir e difundir conhecimento no campo edições) publicadas no
da saúde preventiva (ou da saúde pública). Por isso é importante Brasil sobre o tema é a
de Faleiros (2000). Nela
entendermos o que significam as chamadas Políticas Sociais.
nos baseamos para
realizar os comentários
feitos aqui.
Os serviços educacionais, de orientação social, de
assistência médica, de ajuda jurídica e outros providos
pelas Políticas Sociais, mesmo que garantidos por lei,
geralmente aparecem como favores à população
sendo implantados em conjunturas políticas mais ou
menos específicas e cambiantes.
Módulo Básico
45
Planejamento Estratégico Governamental
v
vítima, e não as
processo produtivo, são responsabilizadas pela sua ocorrência.
condições de produção e
Os órgãos de atendimento ao trabalhador que implementam de trabalho.
essas políticas não questionam as origens dos problemas dos
assalariados, o ambiente que os condiciona, nem as relações que
Módulo Básico
47
Planejamento Estratégico Governamental
v
Mais que em outros países da região, o Brasil conta com um
superávit de vagas universitárias visando à capacitação de
administradores de empresa. Isso, associado ao fato de que o gestor
social, além de ter que trabalhar na empresa privada como Existiriam no Brasil mil e
implementador das políticas sociais (e, de certa forma, devido às quinhentos cursos de
características, também como o seu formulador), deverá atuar Administração
reconhecidos pelo
igualmente na sua elaboração no âmbito do Estado, o que o obriga
Conselho Federal de
a uma difícil inflexão. Educação. Fonte: Fischer
Difícil, entre outras coisas porque, por razões históricas e (2004).
pela conhecida formação multidisciplinar e “multipropósito” do
administrador de empresa, têm surgido nos espaços destinados à
sua formação as iniciativas de capacitação de gestores públicos e
de gestores sociais (à semelhança do que ocorreu no passado com
Módulo Básico
49
Planejamento Estratégico Governamental
ADMINISTRAÇÃO DE EMPRESAS,
ADMINISTRAÇÃO GERAL E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
Módulo Básico
51
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
53
Planejamento Estratégico Governamental
v
Aqueles que ocorrem O resultado dessa situação era, então, que os problemas
na interface entre a públicos ainda que fossem, na melhor das hipóteses, diagnosticados
sociedade e o Estado (momento descritivo: foto) e explicados (momento explicativo: filme
ou no seu interior.
retrospectivo) através daquelas disciplinas, eram resolvidos
(momento normativo: construção do futuro) mediante a aplicação
do conhecimento que provinha da Administração de Empresas.
Mas, a tensão entre aquelas disciplinas e a “Administração
*Benchmarking – técnica
Geral” não se situou apenas no plano dos conteúdos. Ela se estendeu
de fazer comparações e
imitar organizações –
para os planos da abordagem cognitiva (dedutiva vs. indutiva,
concorrentes ou não, do respectivamente); do enfoque da situação-problema (contextualizado
mesmo ramo de negóci- vs. autocontido); do tratamento metodológico (análise globalizante
os ou de outros, que rea-
do mais frequente ou provável vs. estudo de cases sobre o mais
lizem determinadas ativi-
exitoso ainda que atípico e não generalizável); do objetivo
dades com excelência e
sejam reconhecidas intermediário (produzir tendências e fatos estilizados vs. assinalar
como líderes. Fonte: best practices e, para seguir utilizando o jargão anglófono da área,
Lacombe (2004).
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
possibilitar o benchmarking*); e do objetivo final (equacionar
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
v
Ambiente onde interesses
políticos, econômicos e de
estabelecem relações de cooperação”, o que é muito questionável,
outra natureza não
não há como negar que o ambiente em que atua o gestor público – apenas se expressam
o aparelho de Estado – é politizado. como devem, numa
sociedade democrática,
fazê-lo.
Módulo Básico
55
Planejamento Estratégico Governamental
v
público-privadas,
projetos com o Terceiro exemplo, administração da produção, gestão da qualidade total etc.,
Setor, Responsabilidade
e outras disciplinas que buscam implementar a denominada “nova
Social, Empresa etc.
gestão pública”.
v
Chamado também
no ambiente (e no próprio momento) em que ocorre a sua produção.
Adequação Sociotécnica
Dessa forma, a menos que um processo de desconstrução e por Dagnino (2008).
reconstrução seja efetivado, o conhecimento científico desenvolvido
segundo a lógica da apropriação privada do excedente econômico
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57
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
59
Planejamento Estratégico Governamental
Resumindo
Inicialmente vimos, nesta Unidade, um breve históri-
co do planejamento de modo a explicitar alguns aspectos
do contexto sociopolítico em que se verificam as relações
Estado-Sociedade no capitalismo periférico. Na sequência,
e também com o objetivo de fundamentar nossa proposta
de Planejamento Estratégico Governamental (PEG), obser-
vamos que nunca houve muito empenho em nosso País para
a adoção de ferramentas de gestão pública semelhantes.
Embora o quadro atual seja menos adverso do que o que
vigorou até o início deste século, não existe ainda um ambi-
ente receptivo para esse tipo de instrumento de gestão pú-
blica. Suas características e as atividades a ele correspon-
dentes parecem ser, entretanto, essenciais para fundamen-
tar e subsidiar o processo de transformação do “Estado Her-
dado” – da ditadura militar e da Reforma Gerencial de corte
neoliberal – no “Estado Necessário”. Aquele Estado capaz
não apenas de atender às demandas da maioria da popula-
ção hoje marginalizada, mas de fazer emergir e satisfazer
aquelas da cidadania política, social, econômica e ambiental.
A democratização política, que se inicia com o final do
regime militar, trouxe o aumento da capacidade dos seg-
mentos marginalizados de veicular seus interesses. Do pon-
to de vista cognitivo, a situação atual demanda do gestor
público um marco de referência analítico-conceitual,
metodologias de trabalho e procedimentos qualitativamen-
Módulo Básico
61
Planejamento Estratégico Governamental
Atividades de aprendizagem
Ao final desta Unidade 1, procure responder às questões
propostas a seguir. E lembre-se que, em caso de dúvidas,
você deve fazer uma releitura cuidadosa dos conceitos
ainda não entendidos e, se necessário, entrar em contato
com seu tutor.
UNIDADE 2
O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
GOVERNAMENTAL COMO
CONVERGÊNCIA E ENFOQUE
Módulo Básico
Planejamento Estratégico Governamental
INTRODUÇÃO
Análise de Políticas; e
Planejamento Estratégico Situacional.
Módulo Básico
65
Planejamento Estratégico Governamental
A CIÊNCIA POLÍTICA E A
SUPERVALORIZAÇÃO DO POLÍTICO
Módulo Básico
67
Planejamento Estratégico Governamental
A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E A
SUBVALORIZAÇÃO DO CONFLITO
Módulo Básico
69
Planejamento Estratégico Governamental
A CONCEPÇÃO INGÊNUA DO
ESTADO NEUTRO
v
conteúdo da política. Como se existisse uma relação de causalidade
linear e estrita entre as relações de poder vigentes no contexto que
envolve o aparelho de Estado e o conteúdo das políticas que dele
Como se todo o processo
emanam. Algo como se Estado fosse um elemento semelhante a um se orientasse
dispositivo transdutor, eletrônico ou pneumático, que ao receber automaticamente de
um impulso externo de entrada gera um outro, de saída, cujas acordo com as
características do bloco
características dependem apenas da intensidade e “sinal” do
dominante de poder.
impulso de entrada.
Módulo Básico
71
Planejamento Estratégico Governamental
para o tratamento das questões de governo. Um outro corpo de co que está sendo consi-
derado”. Fonte: Lacombe
conhecimento – informal, intuitivo, específico, assistemático, e
(2004).
gerado de forma ad hoc*, indutiva, on the job* – fazia parte da
*On the job – realizado na
sua formação. Era ele que de alguma forma, ao adicionar-se a esses
própria execução do tra-
dois enfoques, permitia sua combinação preenchendo os vazios balho. Fonte: Lacombe
cognitivos e amenizando o “desvio ingênuo” a que se fez referência. (2004).
Módulo Básico
73
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
75
Planejamento Estratégico Governamental
v
1970 nos países capitalistas centrais, e o ambiente mais receptivo
que passa a existir por parte dos governos. Esses movimentos
recentes se caracterizaram por oferecerem uma nova abordagem e
tentarem superar problemas atinentes às perspectivas que tomaram
No que tange aos
por modelo áreas da Administração Pública ou ainda por dar pesquisadores muitos já
excessiva ênfase a métodos quantitativos combinados à análise tinham se interessado
organizacional. por questões ligadas à
atuação do governo e às
Embora várias definições tenham sido cunhadas pelos
políticas públicas.
autores que primeiro trataram o tema, vamos iniciar citando
Bardach (1998), que considera a Análise de Políticas como um
conjunto de conhecimentos proporcionado por diversas disciplinas
das ciências humanas utilizado para analisar ou buscar resolver
problemas concretos relacionados à política (policy) pública.
Para Wildavsky (1979), a Análise de Política recorre a
contribuições de uma série de disciplinas diferentes a fim de
interpretar as causas e consequências da ação do governo, em
particular, do processo de elaboração de políticas. Ele considera,
ademais, que Análise de Política é uma subárea aplicada, cujo
conteúdo não pode ser determinado por fronteiras disciplinares,
mas sim por uma abordagem que pareça apropriada às
circunstâncias do tempo e à natureza do problema. Segundo
Lasswell (1951), essa abordagem vai além das especializações
acadêmicas existentes.
Já segundo Dye (1976), fazer análise de Política implica em
descobrir o que os governos fazem, por que fazem e que diferença
isto faz. Para ele, Análise de Política é a descrição e explicação das
causas e consequências da ação do governo. Numa primeira leitura,
essa definição parece descrever o objeto da Ciência Política, tanto
quanto o da Análise de Política. No entanto, ao procurar explicar
Módulo Básico
77
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
79
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
81
Planejamento Estratégico Governamental
O ENFOQUE DO PLANEJAMENTO
ESTRATÉGICO SITUACIONAL
O Planejamento Estratégico
Situacional, método PES, surgiu em Saiba mais Carlos Matus
Módulo Básico
83
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
85
Planejamento Estratégico Governamental
Resumindo
Nesta segunda Unidade investigamos a contribuição
de dois enfoques relacionados à gestão pública. Um de aná-
lise do processo de elaboração de políticas públicas, a Aná-
lise de Políticas (a Policy Analysis); e outro conhecido na
América Latina como o “método PES do Carlos Matus”. Eles
constituem o fundamento daquilo que nesta disciplina de-
nominamos PEG.
Vimos ainda que o que acontece “dentro” do Estado –
a elaboração de políticas públicas – não ocupa um papel cen-
tral no espectro de preocupações da Ciência Política. E que a
Administração Pública tende a desprezar o conhecimento
que ela ceticamente proporciona sobre a interface Estado-
Sociedade. Por separar o mundo da politics e o da policy, a
Administração Pública pode reduzir o político (politics) a um
mero aspecto técnico-operacional, administrativo.
É a partir da contribuição desses dois enfoques, a Aná-
lise de Políticas e o Planejamento Estratégico Situacional,
que se delineou o conceito de PEG que se “suleou” (em vez
de norteou) a concepção desta disciplina.
Módulo Básico
87
Planejamento Estratégico Governamental
Atividades de aprendizagem
Para verificar seu entendimento propomos algumas
atividades de aprendizagem. Procure respondê-las e em
caso de dúvida não hesite em conversar com o seu tutor.
UNIDADE 3
METODOLOGIA DE
DIAGNÓSTICO DE SITUAÇÕES
Módulo Básico
89
Planejamento Estratégico Governamental
INTRODUÇÃO
v
Esta Unidade trata de uma metodologia que tem como
objetivo dar um passo importante para lograr a aproximação ao
nosso propósito de subsidiar a transição do “Estado Herdado” para
Este texto é resultado de
o “Estado Necessário”. Como já vimos, na Unidade 1, as uma revisão, ampliação
características do Estado Herdado decorrem do fato de que nossa e adaptação do capítulo
proposta a esse respeito é distinta daquela postada numa “cena de sobre a Metodologia de
Diagnóstico de
chegada” – uma configuração de Estado democrático
Situações, de Dagnino e
(O’DONNELL, 2008) coerente com um cenário normativo a ser outros (2002).
construído pela via da observância das cidadanias que estão além
da cidadania política – que, por oposição, se diferencia da “cena
inicial”. Tal proposta, por não explicitar a natureza da “trajetória”
que as separa, coloca o “Estado Necessário” como uma espécie de
“farol” situado num cenário futuro. Ele seria o responsável para
guiar a transição.
Acreditamos que para materializar a intenção de gerar uma
configuração de Estado com atributos previamente especificados
(consolidar as cidadanias que estão além da cidadania política),
devido à escassa possibilidade que temos de detalhar a cena de
chegada, às incertezas associadas ao processo e à necessidade de
que o processo esteja sempre submetido à vontade de coletivos
participativos com alto poder de decisão, é necessário outro tipo
de abordagem metodológica. Usando a analogia náutica, podemos
dizer que uma “bússola”, a qual não se encontra disponível, possui
baixa probabilidade de alcançar um resultado coerente com os
valores e interesses do conjunto de atores que, por sua vez, são os
mais envolvidos com esse processo.
Módulo Básico
91
Planejamento Estratégico Governamental
Com certeza você sabe o que é uma bússola, mas para que ela
serve? Qual sua relação com nossa disciplina?
o mais sensato. O que não quer dizer, é claro, que devamos deixar
o barco à deriva.
Nossa bússola é, justamente, a metodologia que
apresentamos nesta Unidade. Ela é mais eficaz do que qualquer
“farol” que a priori possamos divisar, pois trabalha com situações-
problema que derivam do ambiente socioeconômico e político em
que estamos “velejando” e que também são definidas no âmbito
dos atores que nos interessa promover e, sendo assim, trazem
embutidos seus valores e interesses.
Ela começa com a construção de um mapa cognitivo de uma
determinada situação-problema. Este mapa pode ser considerado,
para todos os efeitos, como um modelo descritivo de uma realidade
complexa sobre a qual, num momento normativo posterior, com o
emprego da Metodologia de Planejamento de Situações (MPS),
elaborar-se-ão estratégias especificamente voltadas a alterar a
configuração atual descrita.
A Metodologia de Diagnóstico de Situações (MDS) busca
viabilizar uma primeira aproximação aos conceitos adotados para
o PEG e ao conjunto de procedimentos necessários para iniciar
um processo dessa natureza numa instituição pública, de governo.
Do ponto de vista mais formal e enfatizando seu caráter pedagógico
mais do que o de ferramenta de trabalho que ela possui, a MDS
pode ser considerada como uma variação da metodologia do estudo
de caso ou do “método do caso”, amplamente utilizada desde o
início do século XX nas Escolas de Direito e de Administração Kliksberg (1992), Costa e
Barroso (1992) e Aragão
(pública e de empresas) em todo o mundo. Sem pretender comparar
v
e Sango (2003), entre
esse método de ensino com a MDS, mesmo porque esta possui um outros, sistematizaram
caráter que almeja transcender em muito esta condição, ou criticar algumas dessas críticas
a forma como foi concebido ou tem sido utilizado, cabe enfatizar de modo bastante
acertado e que se
que os esforços iniciais para a sua concepção e utilização, realizados
mostraram úteis para a
por Carlos Matus, se dão em ambientes de governo para resolver concepção das melhorias
problemas concretos e não para a “construção” ou idealização de que fomos ao longo do
casos úteis para o ensino de Administração. tempo introduzindo na
MDS.
Buscando um maior aproveitamento e entendimento
dividimos esta Unidade 3 em quatro partes distintas. São elas:
Módulo Básico
93
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
95
Planejamento Estratégico Governamental
Figura 1: Situação-problema
Fonte: Elaborada pelo autor
Módulo Básico
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Planejamento Estratégico Governamental
AGIR ESTRATÉGICO
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Planejamento Estratégico Governamental
Figura 4: Momentos
Fonte: Elaborada pelo autor
Módulo Básico
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Planejamento Estratégico Governamental
A ANÁLISE DE GOVERNABILIDADE –
O TRIÂNGULO DE GOVERNO
v
que ele possui e que expressam os desejos da parte da população
que o elegeu, conferindo assim, Apoio Político ao governo eleito.
É intuitiva a ideia de que o Apoio Político, em qualquer mandato
Este Projeto de Governo de um governo eleito, começa alto e tende a diminuir. Assim como
foi posteriormente a de que um Projeto de Governo que não pretende mudar a situação
transformado num previamente existente – um projeto meramente “administrativo” –
conjunto de planos,
não irá requerer uma alta governabilidade, pois não existirão muitos
dando origem à GEP.
obstáculos à sua ação. Ao contrário, um Projeto de Governo
“transformador”, que expressa uma grande ambição do ator social
de mudar a situação previamente existente, exigirá alta
governabilidade. Então, o grau de Governabilidade que um ator
social precisa para governar é inversamente proporcional ao Projeto
de Governo, entendido este como a ambição de mudar a situação
previamente existente. Veja na Figura 5:
Módulo Básico
103
Planejamento Estratégico Governamental
v
Mas a análise deve informar, também, para cada projeto ou
proposta de governo, qual é a capacidade de governar da equipe
dirigente, sua experiência de gestão, seus métodos de trabalho, sua
organização interna, suas habilidades pessoais, seu controle de
Representada na Figura 5
meios para empreender o projeto, e seu controle de recursos (tempo,
pela vértice direita do
conhecimento, financeiros, pessoal capacitado, capacidade para
triângulo.
formar opinião, para gerenciar ou para coordenar processos de
trabalho, para gerar legislação ou regulamentações, comunicação,
mobilização de apoio).
Módulo Básico
105
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
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Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
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Planejamento Estratégico Governamental
TIPOS DE PROBLEMAS
CONFORMAÇÃO DE UM PROBLEMA
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Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
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Planejamento Estratégico Governamental
A DESCRIÇÃO DE UM PROBLEMA
Módulo Básico
115
Planejamento Estratégico Governamental
A EXPLICAÇÃO DA SITUAÇÃO-PROBLEMA
v
Assim, podemos afirmar que explicar uma situação ou um
problema consiste em construirmos um modelo explicativo de sua
geração e de suas tendências. Logo, é necessário precisar as causas
diferenciando-as e indicando se são fluxos (jogadas), acumulações
O modelo explicativo se
completa quando as (capacidades ou incapacidades) ou regras.
causas são inter-
relacionadas.
Módulo Básico
117
Planejamento Estratégico Governamental
O FLUXOGRAMA EXPLICATIVO
DA SITUAÇÃO
Módulo Básico
119
Planejamento Estratégico Governamental
v
dar a ação de gestão sobre a situação. A definição dessas ações é
realizada através da aplicação da Metodologia de Planejamento de
Situações.
Abordaremos este tema
na Unidade seguinte.
Para você entender melhor o Fluxograma Explicativo
preparamos, veja a Figura 10, um exemplo real. Após analisar
este exemplo, busque verificar se a escolha dos Nós Críticos
(assinalados no fluxograma com NC) estão de acordo com a
sua opinião acerca da situação-problema diagnosticada.
Módulo Básico
121
Planejamento Estratégico Governamental
MÃOS À OBRA
v
programa apropriado para a confecção de mapas cognitivos, como
o Visio da Microsoft, apresentem o fluxograma na próxima seção.
Para elaborar o fluxograma, as equipes devem observar as
Aplicativo para
seguintes recomendações: diagramas técnicos e
profissionais, com
formar nuvens de problemas (ou causas); imagens vetoriais, que
podem ser ampliadas e
descartar causas apontadas em aula, mas que a equipe
manipuladas com
considere irrelevantes, e adicionar outras; facilidade.
Módulo Básico
123
Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
125
Planejamento Estratégico Governamental
Resumindo
Esta Unidade avança nossa proposta de fornecer ele-
mentos para a transição do “Estado Herdado” para o “Estado
Necessário”. Diante deste propósito, vimos uma ferramen-
ta importante de trabalho – a Metodologia de Diagnóstico
de Situações. A MDS, a qual se baseia no fato (aliás, óbvio)
de que cada ator social, em função da sua visão de mundo,
dos resultados que quer e pode alcançar, formula um diag-
nóstico particular da realidade, da “sua” situação-problema.
Falamos ainda sobre a Governabilidade mostrando que
ela é proporcional – diretamente – à Capacidade de Gover-
no e ao Apoio Político e – inversamente – à ambição de mu-
dança do Projeto Político do governante.
Por fim, mostramos a importância, para o PEG, do flu-
xograma explicativo situacional de uma situação-problema,
baseada no estabelecimento de relações de causa e efeito
entre as variáveis que conformam o seu modelo.
Atividades de aprendizagem
Antes de prosseguir, vamos verificar se você entendeu tudo
até aqui! Para saber, procure, então, responder às atividades
a seguir. Caso tenha dúvidas, faça uma releitura cuidadosa
dos conceitos ou resultados ainda não entendidos.
Módulo Básico
127
UNIDADE 4
METODOLOGIA DE PLANEJAMENTO
DE S ITUAÇÕES
INTRODUÇÃO
v
Esta Unidade sintetiza os elementos e conceitos da
Metodologia de Planejamento de Situações (MPS) necessários para
apoiar o trabalho a ser desenvolvido pelos alunos. Retomando a
Este texto é resultado de
analogia náutica que traçamos na Unidade anterior, ela uma revisão, ampliação
corresponderia às ações que o gestor (velejador) teria de tomar para, e adaptação do capítulo
utilizando a informação proporcionada pela MDS (bússola) e sobre a Metodologia de
Planejamento de
aproveitando a governabilidade propiciada pelas condições do
Situações, de Dagnino e
contexto político e socioeconômico (vento, maré etc.), engendrar outros (2002).
situações que permitam atingir seu objetivo (alcançar um ponto da
costa o mais próximo possível daquele que havia inicialmente
programado).
A MPS se baseia nos resultados alcançados com a aplicação
da MDS apresentada na Unidade anterior, em especial, no
fluxograma explicativo da situação. É sobre esta base que o trabalho
de análise e de planejamento de situações tem início. Reflexões
suscitadas em outras disciplinas são também essenciais, como
também o são no caso da MDS, para colocar “carne” no processo
de aplicação da MPS. São elas que irão complementar e criar
melhores condições para a formulação de ações, a fixação de
recursos a utilizar e de resultados a atingir.
Da mesma forma que a MDS se dedica a elucidar os
momentos descritivo e explicativo do tratamento de uma situação-
problema, a MPS o faz em relação ao momento normativo.
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Planejamento Estratégico Governamental
Módulo Básico
133
Planejamento Estratégico Governamental
v
3. Se você tiver alguma
Explicar a situação em que uma instituição ou um ator está dúvida sobre este tema
ou pretende estar envolvido foi o assunto tratado pela Metodologia busque fazer uma
Módulo Básico
135
Planejamento Estratégico Governamental
ESPAÇO PROBLEMA
Administrar o problema num Ação: Ação sobre os adolescentes infratores.
espaço menor. Espaço: Punição a delitos.
Enfrentar o problema no Ação: Ampliação da cobertura da assistência
espaço originalmente decla- a crianças e a adolescentes.
rado. Espaço: Prevenção dos delitos.
Dissolver o problema num Ação: Reforma do Sistema Educacional.
espaço maior. Espaço: Garantia de direitos básicos que ten-
derá a evitar delitos.
Módulo Básico
137
Planejamento Estratégico Governamental
v
te: Elaborado pelo autor.
para a obtenção dos resultados desejados. Nesse sentido, um plano
só se completa na ação, e este agir implica em permanente avaliação
e revisão do que foi planejado. Para obter confiabilidade é
Os módulos de ação necessário verificarmos a todo o momento a qualidade da proposta,
previstos em um plano a sua consistência e fundamentação, como, também, garantir a boa
são denominados de
coordenação da formulação e da implementação.
operações.
O monitoramento das alterações verificadas na situação-
problema e o acompanhamento do contexto em que elas se inserem
são fundamentais, já que atingir uma determinada situação-objetivo
não depende apenas da vontade do ator que planeja. Mas, também
das ações e dos resultados que são obtidos, pois influenciam
mudanças no contexto a ocorrência de surpresas e, principalmente,
os planos e as ações de outros atores sociais.
OPERAÇÕES
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Planejamento Estratégico Governamental
MATRIZ OPERACIONAL
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Resultados
Produtos
Recursos
RECURSOS CAPACIDADES
cognitivos para formar opinião
políticos para gerar legislação ou regulamentações
financeiros para agenciar pessoas e organizações
organizacionais para gerenciar ou coordenar processos de
trabalho
pessoal capacitado ou tempo para gerar capacidade de mobilização
Prazos
Responsáveis
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Planejamento Estratégico Governamental
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Planejamento Estratégico Governamental
GESTÃO DO PLANO
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Planejamento Estratégico Governamental
COMPONENTES DE UM SISTEMA DE
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
GOVERNAMENTAL
v
relevante, não se identificam bem os problemas, não se pode atacá-
los a tempo e posterga-se a ação corretiva.
O monitoramento, no PEG, responde ao princípio elementar
de que não se pode atuar com eficácia se os dirigentes não conhecem Condicionante da
de maneira contínua, e o mais objetiva possível, os sinais vitais do eficácia das operações
governo que lideram e das situações sobre as quais intervêm. Um induzindo para que os
resultados previstos não
sistema de informação casuístico, parcial, assistemático, atrasado,
sejam alcançados.
inseguro e sobrecarregado de dados primários irrelevantes é um
a p a r a t o s e n s o r i a l defeituoso que limita severamente a
capacidade de uma equipe dirigente de se sintonizar com as
situações que busca enfrentar, de identificar os problemas atuais e
potenciais, de avaliar os resultados de sua ação e de corrigir
oportunamente os desvios com relação aos objetivos traçados.
O sistema de PEG é constituído por três componentes que
garantem um acompanhamento e um processamento adequado dos
fluxos de informação que alimentam as decisões de uma equipe
dirigente. Conheça-os a seguir:
Módulo Básico
149
Planejamento Estratégico Governamental
Resumindo
Chegamos à última Unidade deste livro, destinada à
Metodologia de Planejamento de Situações!
Aqui você aprendeu a “Planejar por Situações-Proble-
ma”. Isto é, a executar as Etapas para a formulação de um
Plano de Ação (conceber Operações e Ações, avaliar a força
dos atores com ele envolvidos, alocar recursos, definir pra-
zos e responsabilidades etc.) a partir do Fluxograma
Explicativo da Situação-Problema resultante da aplicação da
Metodologia de Diagnóstico de Situações.
Aprendeu também como fazer a Gestão do Plano,
mediante a consideração de seus focos de debilidade e das
dificuldades inerentes ao PEG associadas ao fato de que
sempre estamos atuando “sob incerteza”.
O “pano de fundo” delineado nas duas primeiras Uni-
dade e as categorias analíticas, tais como ator social, jogo
social, situação-problema, e procedimentos de modelização
apresentados na terceira, foram aqui “aterrissados” no cam-
po mais estrito onde se dá o processo de planejamento pro-
priamente dito.
Agora você está apto a fazer com realismo e eficácia a
alocação de recursos, a determinação dos prazos das opera-
ções e das ações, a delinear a trajetória do plano, a avaliar
os pré-requisitos, concomitâncias, intervalos, os pontos de
confluência, a especificar os recursos necessários (e ajustá-
los à sua disponibilidade) para cada ação.
Módulo Básico
151
Planejamento Estratégico Governamental
Atividades de aprendizagem
Vamos verificar como foi seu entendimento até aqui? Uma
forma simples de fazer isso é você realizar as atividades
propostas a seguir.
Módulo Básico
153
Planejamento Estratégico Governamental
CONSIDERAÇÕES FINAIS
À GUISA DE CONCLUSÃO
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Módulo Básico
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Planejamento Estratégico Governamental
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Planejamento Estratégico Governamental
CONCLUSÃO
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Referências
ARAGÃO, Cecília; SANGO, Maria da Conceição. O método do caso no
ensino de administração pública: um exercício prático. In: TENÓRIO,
Fernando Guilherme. Gestão social: metodologia e casos. Rio de Janeiro:
¨
Editora FGV, 2003.
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Planejamento Estratégico Governamental
M INICURRÍCULO
Renato Peixoto Dagnino
2012
2ª edição
© 2012. Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC. Todos os direitos reservados.
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1º ao 3º, sem prejuízo das sanções cíveis cabíveis à espécie.
1ª edição – 2009
CDU: 35
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
AUTOR DO CONTEÚDO
Ricardo Corrêa Coelho
EQUIPE TÉCNICA
Coordenador do Projeto – Alexandre Marino Costa
Créditos da imagem da capa: extraída do banco de imagens Stock.xchng sob direitos livres para uso de imagem.
SUMÁRIO
Apresentação.................................................................................................... 7
Introdução...................................................................................... 11
A Dicotomia Público/Privado................................................................. 12
As Prerrogativas do Poder Público sobre os Agentes Privados.............................. 28
O Estado e o Servidor Público.................................................................. 36
Introdução..................................................................................................... 49
Os Cinco Princípios Orientadores da Administração Pública............................... 50
Poderes e Deveres do Gestor Público............................................................. 58
Os Contratos do Setor Público com os Agentes Privados............................... 63
O Público e o Privado e a Emergência do Terceiro Setor....................................... 68
Referências.................................................................................................... 74
Minicurrículo.................................................................................................... 76
O Público e o Privado na Gestão Pública
APRESENTAÇÃO
Prezado estudante!
Uma das questões mais importantes para o gestor público é
a da relação que ele, como agente investido do poder do Estado,
estabelecerá com o setor privado no exercício da sua função. Essa
relação será mais ou menos frequente, dependendo da área de
intervenção do Estado, mas será sempre delicada e sensível, pois
está balizada por uma série de mediações processuais rigidamente
estabelecidas pela lei. O conjunto de normas que regem as relações
do poder público com o setor privado não foi criado pelo legislador
para dificultar a ação do gestor público, mas para garantir a
primazia do interesse público nas relações que o Estado estabelece
com os agentes privados e que são custeadas com o dinheiro do
contribuinte.
O gestor público não necessita conhecer em profundidade
os Direitos Constitucional e Administrativo – para isso ele deve
contar com assessoria jurídica –, mas precisa conhecer os seus
princípios gerais. Sem esse conhecimento, correrá o grande risco
de, involuntariamente, cometer ilegalidades, ter seus atos
questionados pelos tribunais de contas e ver-se envolvido em
processos administrativos e penais, ainda que tenha agido com a
maior das boas intenções e imbuído unicamente de espírito público.
Esta disciplina tem por objetivo levar você – gestor público
já em exercício ou em formação – a conhecer os princípios que
regem o funcionamento da Administração Pública, orientam as suas
relações com o setor privado e disciplinam a ação dos servidores
públicos em todas as esferas de governo – do quadro permanente
do Estado, ocupantes de cargos em comissão ou eleitos prefeitos
municipais, governadores de Estado ou presidente da República.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
UNIDADE 1
ESFERA PÚBLICA E ESFERA PRIVADA
NO MUNDO CONTEMPORÂNEO
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O Público e o Privado na Gestão Pública
INTRODUÇÃO
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O Público e o Privado na Gestão Pública
A DICOTOMIA PÚBLICO/PRIVADO
Exemplo 1
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O Público e o Privado na Gestão Pública
Exemplo 2
Exemplo 3
v
excelência, a esfera de
ação do Estado,
enquanto a esfera Pois bem, a clara separação entre esfera pública e esfera
privada é a de ação dos
privada é a marca distintiva das sociedades capitalistas e
indivíduos na sociedade
democráticas contemporâneas em relação às demais. Dessa
civil.
separação fundamental decorrem todas as outras diferenciações
relevantes no interior dessas sociedades, como a existente entre
um Direito Público e um Direito Privado; entre Estado e sociedade
civil; e entre poderes do Estado e direitos do cidadão. Outra
Módulo Básico
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O Público e o Privado na Gestão Pública
DENOMINAÇÃO DESCRIÇÃO
Serviços integrados na estrutura administrativa da
Presidência da República e dos Ministérios (no caso
Administração direta
da administração federal) e dos governos e secre-
tarias (nos casos das administrações estaduais,
municipais e do Distrito Federal).
Organizações dotadas de personalidade jurídica e
patrimônio próprio, que gozam de autonomia ad-
Administração indireta ministrativa e financeira e se encontram vincula-
das aos ministérios ou secretarias.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
v
estruturam-se para
realizar ou defender que a integram.
interesses parciais, em
As organizações agem e mudam conforme a lógica e
colaboração ou
dinâmica do mercado, seja para sobreviver e se adaptar às novas
competição com outras
organizações no condições de concorrência, seja para dessas tirar o maior proveito
mercado. privado. Já as instituições não agem para sobreviver ou se expandir,
aproveitando as condições de mercado, mas para influenciar,
Exemplo 4
Exemplo 5
Exemplo 6
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v
através do site <http://
prouni- de gratuidade por necessidade social figura o Programa
inscricao.mec.gov.br/ Universidade para Todos (ProUni), do Ministério da Educação. Aos
inscricao/>. Acesso em: estudantes cuja renda familiar per capita fique abaixo de uma
10 ago. 2009.
determinada quantia, considerada insuficiente para arcar com os
custos de uma mensalidade em um curso superior oferecido por
instituições privadas, são oferecidas bolsas de estudo integrais –
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O Público e o Privado na Gestão Pública
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O Público e o Privado na Gestão Pública
Complementando......
Amplie seus conhecimentos sobre o Estado burocrático através da obra
indicada a seguir:
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O Público e o Privado na Gestão Pública
Resumindo
Nesta unidade, você estudou uma série de temas que
dizem respeito às relações entre público e privado na admi-
nistração pública e que são fundamentais para a sua forma-
ção de especialista em Gestão Pública.
Ao final desta unidade, você deve:
Atividades de aprendizagem
Acabamos de tratar de assuntos ligados à esfera pública e
privada. Você ficou com alguma dúvida? Caso tenha ficado,
retorne ao texto e reveja o que ainda não está claro. Lembre-
se que você não está sozinho nessa caminhada. Se precisar,
nos procure!
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UNIDADE 2
OS PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA E SUAS RELAÇÕES
COM O S ETOR PRIVADO
INTRODUÇÃO
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O Público e o Privado na Gestão Pública
legalidade;
impessoalidade;
moralidade; e
publicidade.
Em 1998, por meio da Emenda Constitucional n. 19, iria ser
acrescentado à Constituição brasileira mais um princípio:
eficiência.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
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O Público e o Privado na Gestão Pública
v
nome(s) do(s) agente(s) que a assina(m) apenas no fim do ato.
O mesmo ocorre com os decretos, resoluções e portarias.
Não apenas nos atos externos da Administração, mas Amplie seus
também nos internos, a impessoalidade deve ser observada. É por conhecimentos sobre a
linguagem utilizada nas
isso que nos memorandos só figuram os cargos de quem os expede
comunicações oficiais,
e de quem os recebe. através do Manual de
Redação da Presidência
da República no seguinte
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O Público e o Privado na Gestão Pública
v
código de ética
profissional do servidor
instituição ou categoria profissional, e encontra-se normalmente
civil do poder executivo estabelecida em códigos; já a moral diz respeito ao comportamento
federal no endereço a esperado de qualquer indivíduo e não se encontra necessariamente
seguir: <http:// escrita.
www.planalto.gov.br/
ccivil_03/decreto/
De acordo com o princípio da moralidade, exige-se dos
D1171.htm>. Acesso em: agentes da Administração Pública probidade e honestidade de
10 ago. 2009. conduta, não só enquanto servidores, mas também enquanto
cidadãos. Exige-se também lealdade à instituição que servem e
cumprimento das normas e regulamentos, além das ordens
superiores, sempre – é claro – que estas não forem ilegais, pois
ninguém está obrigado a cumprir uma ordem ilegal. Considera-se
imoral o abuso do poder assim como o seu uso em benefício próprio
ou de terceiros; a aceitação de propinas, a prática da usura, a
malversação e desvio dos recursos do patrimônio público.
A lista de comportamentos morais esperáveis do servidor é
extensa, e não cabe aqui reproduzi-la. No entanto, podemos afirmar,
sem corrermos o risco de cair em simplificações, que a observância
do princípio da moralidade implica na consideração do interesse
público nas ações do servidor, ao passo que a imoralidade implica
no uso do poder do Estado com fins privados.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
o dever de agir;
o dever de prestar contas;
o dever de eficiência; e
o dever de probidade.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
v
administrativa, uma vez que, como exigem os princípios da
legalidade e publicidade, a legislação é suficientemente clara a
respeito e disponível a todos. No entanto, cabe destacar que o Conheça a lei a que
extenso e detalhado rol de situações de improbidade administrativa estão submetidos todos
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O Público e o Privado na Gestão Pública
convite;
tomada de preços; e
concorrência.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
v
Lei n. 8.666, de 21 de devem ser dispensados no interesse público, sem ferir a isonomia
junho de 1993, no com que a Administração deve tratar os agentes privados, a Lei
endereço: <http:// das Licitações, como é também conhecida a Lei n. 8.666, prevê
www.planalto.gov.br/
toda uma outra série de exceções que não cabem aqui ser citadas.
ccivil_03/Leis/
L8666compilado.htm>. Ao gestor público não é necessário conhecer em
Acesso em: 10 ago 2009. profundidade e detalhadamente a Lei das Licitações, que rege as
contratações sob sua responsabilidade, pois, para isso – como foi
indicado na introdução desta disciplina – ele deve contar com uma
assessoria jurídica especializada para orientá-lo em suas ações.
No entanto, ele deve necessariamente estar ciente dos seus princípios
gerais, diretrizes e exigências mínimas para tomar decisões
esclarecidas e compatíveis com os princípios que regem a
Administração Pública.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
O PÚBLICO E O PRIVADO E A
EMERGÊNCIA DO TERCEIRO SETOR
v
sobre as características
e funções das ONGs, identificar e a serem identificadas como Organizações Não
acesse o site <http:// Governamentais (ONGs).
www.sebraemg.com.br/ Embora de Direito Privado, as ONGs estruturam-se como
culturadacooperacao/
associações civis sem fins lucrativos – o que as distingue das
oscip/02.htm>. Acesso
em: 10 jul. 2009. empresas privadas, cujo objetivo é o lucro – que têm como objetivo
o desenvolvimento de atividades de interesse público. Nessa
condição, as ONGs operam de acordo com as regras do Direito
privado e, por desempenharem funções de interesse público,
passaram também a reivindicar recursos públicos para
desempenhar suas atividades, além dos recursos oriundos da
iniciativa privada, que desde o seu surgimento vinham garantindo
o seu funcionamento.
Para regular a relação do poder público com essas novas
organizações, iriam ser criadas novas leis. Em 1998, seria
promulgada a Lei n. 9.637, de 15 de maio de 1998, qualificando
como Organizações Sociais (OSs) as pessoas jurídicas de direito
privado sem fins lucrativos, cujas atividades fossem dirigidas ao
ensino, à pesquisa científica, ao desenvolvimento tecnológico, à
proteção e preservação do meio ambiente, à cultura e à saúde.
assistência social;
cultura;
defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;
educação e saúde gratuitas;
segurança alimentar e nutricional;
defesa, preservação, conservação do meio ambiente e
promoção do desenvolvimento sustentável; e também
estudos e pesquisas, entre uma série de outras
atividades de interesse público.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
Complementando......
Para saber mais sobre esse tema leia:
Módulo Básico
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O Público e o Privado na Gestão Pública
Resumindo
Nesta unidade, que encerra o seu estudo da disciplina
O público e o privado na gestão pública, você estudou os
princípios que regem a Administração Pública brasileira, os
poderes e deveres dos agentes públicos e as relações
estabelecidas entre setor público e setor privado no mundo
contemporâneo. Vimos também as relações estabelecidas
entre as organizações não governamentais, mais conheci-
das como ONGs, com o poder público e as tentativas e difi-
culdades enfrentadas pelos teóricos da Administração para
superar a dicotomia público-privado a fim de melhorar a pres-
tação de serviços públicos à sociedade.
Se você ainda tem alguma dúvida em relação a essas
questões, retorne aos pontos deste texto nos quais elas são
tratadas ou procure esclarecimentos complementares com
o seu tutor antes de passar às atividades de avaliação de
aprendizagem, a seguir.
Atividades de aprendizagem
Para conferir se você teve um bom entendimento até aqui,
preparamos algumas atividades.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
Referências
BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos ; GRAU, Nuria Cunill. Entre o Estado e
o mercado: o público não estatal. In: BRESSER-PEREIRA, Luiz Carlos;
GRAU, Nuria Cunill. (Org.). O Público Não Estatal na Reforma do Estado.
¨
Rio de Janeiro: FGV, 1999.
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O Público e o Privado na Gestão Pública
M INICURRÍCULO
Ricardo Corrêa Coelho