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RESUMO:
INTRODUÇÃO
METODOLOGIA
Foi realizado um estudo do tipo bibliográfico, com abordagem qualitativa, visto que
os documentos estudados foram selecionados e categorizados por meio de um método
sistemático e apresentados mediante a descrição dos achados (GIL, 1991).
Para a realização deste estudo, foram realizadas buscas em bases de dados
eletrônicos (SCIELO e Google Acadêmico) no mês de julho de 2012, de artigos publicados
em revistas científicas impressas ou online, no período de 2002 a 2011, que abordassem a
temática proposta. Também buscou-se referenciais atualizados do Ministério da saúde
sobre a temática aleitamento materno. Utilizou-se, para a pesquisa a associação dos
seguintes descritores, em língua portuguesa: fatores biológicos, fatores ambientais,
aleitamento materno exclusivo, aleitamento materno, desmame precoce.
Concluída essa primeira etapa caracterizada pela aquisição dos materiais contendo
informações sobre o aleitamento materno e aleitamento materno exclusivo, a segunda etapa
constituiu-se da seleção dos mesmos de acordo com os seguintes critérios de inclusão:
artigos completos em língua portuguesa; manuais do Ministério da Saúde com a temática
enfatizando os fatores que influenciam no desmame precoce. Trabalhos classificados como
teses, capítulos de livros, livros, anais de congressos, guias médicos, comentários,
resenhas, informativos governamentais, assim como artigos que não estivessem
disponibilizados na íntegra ou que não se enquadraram nos objetivos do presente estudo
foram excluídos.
Na primeira etapa de análise as pesquisadoras excluíram os artigos cujo título e
resumo não se enquadraram no objetivo do estudo. De posse dos artigos e materiais
selecionados procedeu-se à leitura sistemática e integral de cada documento identificando
os fatores elencados na literatura como influentes no desmame precoce, sendo estes
categorizados em duas dimensões, fatores biológicos e fatores ambientais. Na sequência,
realizou-se a análise descritiva e qualitativa dos artigos que incorporaram o cerne desta
revisão.
De acordo com o material pesquisado, realizou-se a descrição dos elementos e
resultados de pesquisas que envolvem os fatores influentes no aleitamento materno
exclusivo.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Sobre o tema proposto, encontrou-se 34 artigos, entretanto, fazendo uso dos critérios
de inclusão e exclusão, foram selecionados 12 artigos e 3 manuais do Ministério da Saúde,
os quais contemplavam o tema abordado.
Os referenciais selecionados demonstraram que o aleitamento materno é
recomendado de modo exclusivo nos seis primeiros meses de vida, no entanto, as taxas
desse tipo de aleitamento permanecem baixas, em todo o mundo. De modo a demonstrar a
importância do primeiro contato do bebê com o leite materno, Vieira et al. (2004), em seu
estudo, evidenciaram que crianças que foram amamentadas no primeiro dia de vida
demonstraram maior prevalência tanto de aleitamento materno quanto de aleitamento
exclusivo.
Estudo realizado por Oliveira et al. (2005) demonstrou que 83,3% das crianças
estudadas faziam uso precoce de alimentos diferentes do leite materno antes dos seis
meses de idade. Nesse estudo também foi observado que a interrupção precoce do
aleitamento exclusivo ou predominante aumentava à medida que as condições de vida se
tornavam mais precárias. Outra variável citada pelo autor foi a questão da idade materna,
nos quais os filhos de mães menores de 20 anos de idade apresentaram maiores chances
de serem desmamados antes dos seis meses de vida quando comparados àqueles de mães
com idade entre 20 a 34 anos. Esse último também revelou a prevalência de AME e AMP
diminuída entre o quarto e o sexto mês de vida da criança e apresentou uma duração média
de AM baixa e reduzida.
Outro estudo, realizado por Parada et al. (2005), evidenciaram que a grande maioria
das crianças menores de 6 meses (83,3%) recebia leite materno, porém observou-se uma
baixa prevalência de aleitamento materno exclusivo, até mesmo entre as crianças menores
de 4 meses (25,4%). Nesse estudo, levou-se em conta a escolaridade das mães, sendo que
as de menor escolaridade amamentaram menos que as de maior nível de escolaridade. Do
mesmo modo, Bueno et al. (2003) observaram que a maior escolaridade materna foi
relevante para o prolongamento do aleitamento exclusivo.
A alta prevalência do AMP no Brasil sugere um alerta às autoridades de saúde para
que sejam oferecidas ações educativas às mães e seus familiares, com informações sobre
os efeitos nocivos da administração de líquidos não nutritivos nos primeiros meses de vida
da criança (VENANCIO et al., 2002; BRASIL, 2011; BRASIL 2009b). Em seu estudo, os
mesmos autores Venancio et al. (2002) referem que o trabalho informal e o desemprego
podem interferir negativamente na duração do aleitamento materno, já que essa nutriz
geralmente tem que trabalhar para ajudar financeiramente com as despesas familiares. Em
consonância com esse último, outro estudo realizado por Frota et al. (2009) revelou que as
mães que trabalham fora apresentam uma chance maior de abandonar a prática de
aleitamento materno.
O Ministério da Saúde destaca a importância do amparo legal e efetivo ao
aleitamento materno para as mães que desejam amamentar, uma vez que as políticas
nacionais de apoio ao aleitamento materno são mais intensas no âmbito hospitalar, com
pouco ou incipiente estímulo para estabelecer essas ações no âmbito da Atenção Básica
(BRASIL, 2009a; BRASIL, 2009b). Além disso,
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CONCLUSÃO
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