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decorrente de acidente de qualquer natureza, ao constatar-
-se a existência de sequela que implique em redução da ca-
pacidade laborativa do segurado, instantaneamente cessará
o auxílio-doença e, no dia seguinte, terá início a vigência do
auxílio-acidente.
O trabalho a ser considerado para verificação da in-
capacidade é, como dispõe o artigo 104, § 8.º, do Decreto
n.º 3.048/99, aquele que o segurado exercia na data do aci-
dente. Assim, em observância à normativa, é imprescindível
que o segurado estivesse exercendo atividade laboral na data
do acidente para que haja o enquadramento na categoria de
segurado-empregado, de trabalhador-avulso ou, ainda, de
segurado-especial, valendo aqui repisar que a extensão do
auxílio-acidente aos demais segurados do Regime Geral de
Previdência Social pode ser realizada pelo legislador, desde
que haja a devida previsão de fonte de custeio, como precei-
tua o artigo 195, § 5.º, da Constituição Federal:
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Temos, portanto, duas espécies de auxílio-aciden-
te: o auxílio-acidente laboral e o auxílio-acidente de qual-
quer natureza, sendo tal divisão basilar para que se possa
delinear a competência do Juízo a atuar sobre as questões
que detenham relação com a matéria. É de competência
de a Justiça Estadual apreciar e julgar os litígios que envol-
vam o auxílio-acidente laboral, enquanto à Justiça Federal
compete apreciar e julgar litígios decorrentes de auxílio-
-acidente de qualquer natureza.
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a) que, na data do acidente, não detinha mais a
qualidade de segurado;
b) que apresente danos funcionais ou redução da
capacidade funcional sem repercussão na capacidade labo-
rativa; e
c) quando houver mudança de função, mediante
readaptação profissional promovida pela empresa, como
medida preventiva, em decorrência de inadequação do lo-
cal de trabalho.
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“Art. 30. Independe de carência a concessão das
seguintes prestações:
(...)
§ Único. “Entende-se como acidente de qual-
quer natureza ou causa aquele de origem traumática e
por exposição a agentes exógenos (físicos, químicos e
biológicos), que acarrete lesão corporal ou perturbação
funcional que cause a morte, a perda ou a redução per-
manente ou temporária da capacidade laborativa.”
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ou rendimento por ele auferido.
Até o advento da Lei n.º 9.528, de 10 de dezembro
de 1997, o auxílio-acidente tinha natureza vitalícia. A referi-
da lei dispõe que o auxílio-acidente é devido até a véspera do
início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do
segurado acidentado.
Assim, em respeito à previsão constitucional do
artigo 5.º, inciso XXXVI, há a necessidade de se respeitar
o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada:
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“Salvo no caso de direito adquirido, não é permi-
tido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios,
inclusive quando decorrentes de acidentes de trabalho:
(...) II – aposentadoria com auxílio-acidente, salvo com
DIB anterior a 11 de novembro de 1.997.”
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vas, nos termos do artigo 86 da Lei n.º 8.213/91, tiver
ocorrido até 10 de novembro de 1997, inclusive, dia
imediatamente anterior à entrada em vigor da Medida
Provisória n.º 1.596-14, convertida na Lei n.º 9.528/97,
que passou a vedar tal acumulação”.
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as alterações inseridas no artigo 86, § 2.º, da Lei n.º
8.213/91, pela Medida Provisória n.º 1.596-14, conver-
tida na Lei n.º 9.528/97.”
“PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDEN-
TE. APOSENTADORIA. CUMULAÇÃO. INVIA-
BILIDADE. CONCESSÃO DA APOSENTADORIA
POSTERIOR A VIGÊNCIA DA LEI N.º 9.528/97.
SÚMULA 83/STJ.
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1. A redação original do artigo 86 da Lei n.º
8.213/91 previa que o auxílio-acidente era um benefí-
cio vitalício, sendo permitida a cumulação do referido
auxílio pelo segurado com qualquer remuneração ou
benefício, não relacionados com o mesmo acidente.
2. O referido normativo sofreu alteração signifi-
cativa com o advento da MP 1.596-14/97, convertida
na Lei n.º 9.528/97, que afastou a vitaliciedade do au-
xílio-acidente e passou expressamente a proibir a acu-
mulação do benefício acidentário com qualquer espécie
de aposentadoria do regime geral, passando a integrar o
salário de contribuição para fins de cálculo da aposen-
tadoria previdenciária.
3. A jurisprudência do STJ firmou-se no senti-
do de que a possibilidade de acumulação do auxílio-
-acidente com proventos de aposentadoria requer que
a lesão incapacitante e a concessão da aposentadoria
sejam anteriores às alterações. Recurso Especial não
conhecido.”
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posteriores à alteração legislativa proibitiva, não há que se
falar em acumulação por ausência de direito adquirido, sal-
vo se a moléstia que deu origem ao auxílio-acidente for
anterior à alteração normativa, mesmo que a concessão do
auxílio-acidente seja posterior, ocasião em que a acumula-
ção com a aposentadoria é permitida, desde que esta tenha
sido concedida antes da proibição legal.
A atual redação do parágrafo terceiro do artigo 86 da
Lei n.º 8.213/91 torna ainda mais clara a vedação à acumula-
ção do auxílio-acidente com aposentadoria:
“Art. 86.
(...)
§ 3º. “O recebimento de salário ou concessão
de outro benefício, exceto de aposentadoria, observado
o disposto no § 5.º, não prejudicará a continuidade do
recebimento do auxílio-acidente.” (Redação dada pela Lei
nº 9.528, de 1997)
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princípio de Previdência Social a garantia de renda mensal
não inferior ao valor do salário mínimo, no que tange aos
benefícios substitutivos do salário de contribuição ou do
rendimento do trabalho:
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a manutenção da qualidade mínima de vida e para a existência
digna do segurado e de sua família.
Estabelecer o pagamento do auxílio-acidente em
importe inferior a um salário mínimo, além de ser infração
à norma constitucional, sobretudo é retroceder em relação
à sistemática social assegurada pela Constituição Federal
de 1988 quanto à valorização dos preceitos fundamentais,
como a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valo-
res sociais do trabalho, basilares para a construção de uma
sociedade livre, justa, solidária, que visa à erradicação da po-
breza, da marginalização e das desigualdades sociais e regio-
nais, de modo gradativo, mediante sua redução, com o esco-
po de promover o bem de todos os cidadãos sob sua égide.
Isto porque a Carta Magna representou, e, ainda, re-
presenta um grande avanço sob vários aspectos, sendo o com-
pêndio normativo que melhor acolhida fez aos Direitos Hu-
manos em geral, tanto em termos de quantidade e de qualidade
dos direitos enumerados. A ênfase ao aspecto social, com res-
guardo aos direitos individuais ou coletivos, a torna inovadora.
Mister destacar que na Reforma da Previdência o cal-
culo ficou na seguinte forma (art. 26, § 2º. EC nº 103/2019):
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os homens e 15 anos para as mulheres;
c) Pegamos o coeficiente obtido e multiplicamos pela
média do item “a”.
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Questões
1. Defina Auxílio-Acidente.
4 - O auxílio-acidente é vitalício?
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