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PRINCIPAIS NOVIDADES NORMATIVAS DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA

Prof. Fernando Maciel

Fernando Maciel

Procurador Federal em Brasília, Vice-Presidente do Conselho de Recursos da Previdência Social - CRPS,


Ex-Coordenador-geral da Matéria de Benefícios da Procuradoria Federal Especializada da INSS, Mestre em
Direito das Relações Sociais e Trabalhistas pelo UDF, Master em Prevenção de Riscos Laborais pela Universi-
dade de Alcalá de Henares (Madrid), Especialista em Direito de Estado pela Universidade Federal do Rio Grande
do Sul - UFRGS, Professor de Direito Previdenciário no GRANCURSOSONLINE e na pós-graduação do Centro
Universitário de Brasília- UNICEUB, autor do livro Ações Regressivas Acidentárias pela editora LTR, primeira obra
monográfica no Brasil sobre a matéria.

APRESENTAÇÃO

Salve, salve, Gran Guerreiros(as)!

Como vocês já devem ter percebido, o Direito Previdenciário é o ramo jurídico que mais
sofre alterações normativas em nosso país. Referidas alterações se materializam em todos
os planos de nosso ordenamento legal.
No plano constitucional podemos citar as últimas Reformas Previdenciárias introdu-
zidas com as ECs n. 03/1993, 20/1998, 41/2003, 88/2015 e, mais recentemente, a de n.
103/2019. No plano infraconstitucional, no ano de 2019, tivemos uma “Minirreforma” da Pre-
vidência produzida pela Lei n. 13.846/2019. Ao passo que, no plano infralegal, o Decreto n.
3.048/1999 sofreu substanciais alterações no ano de 2020, o que se operou com o Decreto
n. 10.410/2020, formando o “Novo Regulamento da Previdência Social”.
Essa constante mutação normativa demanda dos operadores do Direito Previdenciário,
especialmente dos(as) concurseiros(as), uma contínua atualização dos seus estudos, sob
pena de não alcançarem a preparação adequada e suficiente a garantir a concretização de
seu grande sonho, que é a aprovação no concurso público para o qual estão se preparando.
Conforme venho salientando em nossas aulas no Gran, cada vez mais, as bancas res-
ponsáveis pela elaboração das questões dos concursos estão cobrando essas novidades
normativas, daí a necessidade de priorizarmos o estudo daquilo que possui uma maior pro-
babilidade de “cair” na sua prova.
Partindo da estrutura piramidal de Hans Kelsen, que escalona o sistema normativo em
três níveis distintos, o ordenamento jurídico brasileiro apresentaria a CF/1988 no ápice da
pirâmide, as Leis (Complementares, Ordinárias, Medidas Provisórias etc.) estariam localiza-
das no meio, ao passo que a base da pirâmide seria integrada pelos atos regulamentares
infralegais (Decretos).
A seguir uma demonstração gráfica da “Pirâmide de Kelsen” sob uma perspectiva pre-
videnciária:

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Objetivando contribuir para a sua completa preparação, tomei a liberdade de realizar


algumas adaptações nessa estrutura normativa piramidal, a fim de contemplar as principais
alterações legislativas ocorridas recentemente no Direito Previdenciário brasileiro.

A partir disso desenvolvi o que denomino de “Pirâmide de FERNANDELSEN”, que con-


templa os principais textos normativos cujo estudo merece ser priorizado por aqueles que
almejam uma adequada e necessária preparação para garantir a tão almejada (e merecida)
aprovação no concurso de seus sonhos.
Segue demonstração gráfica dessa pirâmide normativa por mim desenvolvida:

Nesse primeiro momento, vamos intensificar os estudos acerca das alterações legisla-
tivas ocorridas no ápice da “Pirâmide de FERNANDELSEN”, por isso compartilho com vocês
uma compilação das principais novidades normativas introduzidas pela EC 103/2019 no
âmbito do Regime Geral de Previdência Social – RGPS.

Espero que o presente estudo contribua para uma adequada compreensão do cenário
normativo constitucional introduzido com a “Nova Previdência”, materializada na EC 103/2019.
Continuem contando comigo nessa caminhada.
E, não se esqueçam, vejo vocês na posse, digo, no churrasco da posse!
Abraços
Prof. Fernando Maciel

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Sumário
PRINCIPAIS NOVIDADES NORMATIVAS DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA (EC 103/2019)
NO REGIME GERAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL............................................................7

PARTE I – INTRODUÇÃO..................................................................................................7

1) Espécies de normas introduzidas com a EC 103/2019: permanentes, de transição


e transitórias..................................................................................................................7

2) Direito adquirido (art. 3º, EC 103/2019)...................................................................8

3) Aplicação intertemporal da Reforma da Previdência............................................8

PARTE II – NOVIDADES NORMATIVAS INTRODUZIDAS NA CF/1988..........................10

1) Empregado público – Aposentadoria enquanto causa de rompimento do vínculo


de emprego com a Estatal (art. 37, § 14, CF/1988).....................................................10

2) Contribuição abaixo do limite mínimo não considerada como tempo de contribuição


(art. 195, § 14, CF/1988)................................................................................................10

3) Nova nomenclatura dos riscos sociais por incapacidade (art. 201, I).................11

4) Vedação de requisitos ou critérios diferenciados para a concessão de benefícios


(art. 201, § 1º).................................................................................................................11

5) Aposentadoria programada - Novas idades mínimas e extinção da aposentadoria


urbana por idade e por tempo de contribuição para os segurados com filiação após
13/11/2019 (art. 201, § 7º, I)...........................................................................................12

6) Aposentadoria programada do professor..............................................................17

7) Atuação concorrente do setor privado para a cobertura dos benefícios não


programáveis (art. 201, § 10)........................................................................................19
PARTE III – NOVIDADES NORMATIVAS PREVISTAS NA EC 103/2019.........................20

1) Regras de transição das aposentadorias por idade e tempo de contribuição

do trabalhador urbano..................................................................................................20

1.1) Regra de transição da aposentadoria por idade do trabalhador urbano

(art. 18)...........................................................................................................................20

1.2) Regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição

Sistema de Pontos (art. 15)..........................................................................................22

1.3) Regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição

Idade mínima (art. 16)...................................................................................................24

1.4) Regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição

Pedágio de 50% (art. 17)...............................................................................................26

1.5) Regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição

Pedágio de 100% (art. 20).............................................................................................28

2) Aposentadoria programada

Regra transitória que prevê o tempo mínimo de contribuição (art. 19)...................30

3) Aposentadoria especial por agentes nocivos........................................................30

3.1) Exigência de idade mínima para os segurados com filiação após 13/11/2019

(art. 19, § 1º)...................................................................................................................35

3.2) Regra de transição para os segurados com filiação anterior a 13/11/2019

(art. 21)...........................................................................................................................36

4) Aposentadoria programada dos professores

Regra transitória que prevê o tempo mínimo de contribuição (art. 19, § 1º, II).......36

5) Pensão por morte – Novo critério de cálculo da renda mensal (art. 23).............37

6) Acumulação de benefícios – Novos critérios (art. 24)...........................................38

6.1) Conceito..................................................................................................................38

6.2) Fundamento normativo.........................................................................................38

6.3) Aplicação intertemporal das regras proibitivas de cumulação.........................39

6.4) Hipóteses proibitivas de acumulação previstas na Lei n. 8.213/1991..............39

6.5) Outras hipóteses proibitivas de acumulação previstas em Lei........................41

6.6) Hipóteses proibitivas de acumulação previstas no Decreto n. 3.048/1999......42


6.7) Regras de acumulação previstas na EC 103/2019..............................................42

7) Contagem de tempo fictício para fins de aposentadoria (art. 25, caput)............44

8) Comprovação de atividade rural (art. 25, § 1º).......................................................45

9) Conversão de tempo especial em comum (art. 25, § 2º).......................................45

10) Nulidade de aposentadoria com contagem recíproca sem o recolhimento da

contribuição (art. 25, § 3º)............................................................................................45

11) Salário-de-benefício – Novo período básico de cálculo (art. 26)........................46

12) Novo coeficiente de cálculo das aposentadorias (art. 26, § 2º)..........................46

13) Auxílio-reclusão – Renda mensal limitada ao salário mínimo (art. 27, § 1º).....46

14) Novas alíquotas de contribuição dos segurados empregado, doméstico e

trabalhador avulso (art. 28)..........................................................................................47

15) Complementação, utilização do excesso contributivo e agrupamento de

competências (art. 29)..................................................................................................47


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PRINCIPAIS NOVIDADES NORMATIVAS DA REFORMA


PREVIDENCIÁRIA (EC 103/2019) NO REGIME GERAL DE
PREVIDÊNCIA SOCIAL

PARTE I – INTRODUÇÃO

1) Espécies de normas introduzidas com a EC 103/2019: permanentes, de transi-


ção e transitórias

A Reforma da Previdência (EC 103/2019) modificou o sistema de previdência social


brasileiro ao estabelecer novas regras PERMANENTES, DE TRANSIÇÃO e disposições
TRANSITÓRIAS aplicáveis ao sistema de previdência social brasileiro.
PERMANENTES são aquelas incorporadas expressamente no Texto Constitucional,
sendo aplicáveis, em regra, aos segurados/servidores cuja filiação previdenciária se concre-
tize após a vigência da EC 103/2019, ocorrida na data de 13 de novembro de 2019.
Porém também é possível que um segurado/servidor já filiado à Previdência Social
antes da aludida Emenda Constitucional possa ser atingido por tais disposições legais, nota-
damente nos casos em que esse novo regramento normativo lhe acarretar uma situação jurí-
dica mais vantajosa (direito ao melhor benefício).
As REGRAS DE TRANSIÇÃO encontram-se previstas na EC 103/2019, sendo destina-
das para aqueles cuja filiação previdenciária seja pré-existente às alterações constitucionais,
mas que ainda não preencheram os requisitos necessários para fazer jus ao benefício previ-
denciário pretendido, titularizando, portanto, uma mera expectativa de direito.
REGRAS TRANSITÓRIAS, por sua vez, são aquelas que se destinam a suprir uma
lacuna normativa provisória, na qual a EC 103/2019 estabelece que determinada matéria
será disciplinada por meio de uma norma infraconstitucional (Lei Complementar, Lei Ordiná-
ria etc.), que porém ainda não foi editada pelo Congresso Nacional.
Considerando a necessidade dessa futura produção normativa, e enquanto ela não for
materializada, devem prevalecer as disposições transitórias previstas no texto da própria
EC 103/2019, sendo um complemento das regras permanentes previstas na CF/1988 e, por
consequência, tendo aplicação aos servidores com filiação previdenciária após o advento
dessa Emenda Constitucional, podendo alcançar também os segurados/servidores com filia-
ção previdenciária anterior à vigência da referida Emenda Constitucional (direito ao melhor
benefício).

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2) Direito adquirido (art. 3º, EC 103/2019)

Os direitos adquiridos foram expressamente garantidos na EC 103/2019, o que não


poderia ser diferente, pois se trata de um direito fundamental (cláusula pétrea) previsto no
art. 5º, XXXVI, da CF/1988.
Com efeito, todo aquele beneficiário que implementar os pressupostos para uma deter-
minada prestação social antes de 13/11/2019, mesmo que venha a requerer o benefício
em momento posterior, não será atingido pelas novidades normativas introduzidas pela EC
103/2019, tendo sua relação jurídica disciplinada pelas normas vigentes por ocasião do
implemento dos requisitos necessárias para a obtenção do respectivo benefício.

A seguir a redação do art. 3º:

Art. 3º A concessão de aposentadoria ao servidor público federal vinculado a regi-


me próprio de previdência social e ao segurado do Regime Geral de Previdência
Social e de pensão por morte aos respectivos dependentes será assegurada, a
qualquer tempo, desde que tenham sido cumpridos os requisitos para obtenção
desses benefícios até a data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional,
observados os critérios da legislação vigente na data em que foram atendidos os
requisitos para a concessão da aposentadoria ou da pensão por morte.
§ 1º Os proventos de aposentadoria devidos ao servidor público a que se refere o
caput e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão calculados e
reajustados de acordo com a legislação em vigor à época em que foram atendidos
os requisitos nela estabelecidos para a concessão desses benefícios.
§ 2º Os proventos de aposentadoria devidos ao segurado a que se refere o caput
e as pensões por morte devidas aos seus dependentes serão apurados de acordo
com a legislação em vigor à época em que foram atendidos os requisitos nela es-
tabelecidos para a concessão desses benefícios.

3) Aplicação intertemporal da Reforma da Previdência

A superveniência de uma Reforma Previdenciária acarreta alterações normativas que,


apesar de passar a disciplinar as relações jurídicas constituídas a partir de sua vigência, não
invalidam totalmente os preceitos legais que vigoravam anteriormente.
Isso porque, é imprescindível o respeito e a garantia aos direitos adquiridos na vigência
do regramento normativo anterior, sob pena de afronta ao art. 5º, XXXVI, CF/1988.

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Outrossim, devemos assegurar uma transição justa para aqueles cujas relações jurídi-
cas tiveram início antes da “Reforma”, porém só irão implementar os requisitos para a prote-
ção previdenciária já na vigência do novo regramento, o que consubstancia uma situação de
expectativa de direito.
Com efeito, em matéria de aplicação intertemporal da Reforma Previdenciária, passa-
mos a ter três situações distintas que são: Direito adquirido, expectativa de direito e relações
jurídicas novas.
O DIREITO ADQUIRIDO é titularizado pelos segurados com filiação ao RGPS antes da
EC 103/2019, que concluíram os requisitos para a obtenção do benefício previdenciário da
Reforma, sendo-lhes aplicáveis às regras antigas, mesmo que o requerimento do benefício
seja formalizado após a EC 103/2019.
A EXPECTATIVA DE DIREITO se aplica aos segurados filiados ao RGPS antes da EC
103/2019, que concluem os requisitos para a obtenção do benefício após a Reforma, situa-
ção intermediária que enseja a incidência das regras de transição.
Já no caso das RELAÇÕES JURÍDICAS NOVAS, em que os segurados possuem filia-
ção ao RGPS após a EC 103/2019, por consequência lógica os requisitos para a obtenção
dos benefícios serão concluídos já na vigência da Reforma, hipótese em que acarretará a
incidência das regras permanentes insertas no próprio texto da CF/1988, bem como das
regras transitórias previstas na EC 103/2019.
A seguir uma ilustração gráfica dos efeitos intertemporais da Reforma Previdenciária
(EC 103/2019):

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PARTE II – NOVIDADES NORMATIVAS INTRODUZIDAS NA CF/1988

1) Empregado público – Aposentadoria enquanto causa de rompimento do vín-


culo de emprego com a Estatal (art. 37, § 14, CF/1988)

A EC 103/2019 incluiu o § 14 ao art. 37 da CF/1988, passando a dispor que “a aposen-


tadoria concedida com a utilização de tempo de contribuição decorrente de cargo, emprego
ou função pública, inclusive do Regime Geral de Previdência Social, acarretará o rompimento
do vínculo que gerou o referido tempo de contribuição”.
Com efeito, em relação aos empregados públicos, cujo vínculo jurídico laboral é regido
pela Consolidação das Leis do Trabalho – CLT, o § 14 institui a aposentadoria como uma nova
causa de rompimento do vínculo trabalhista entre o empregado público e a empresa estatal.
Oportuno consignar que o art. 453, § 2º, da CLT preconiza que a concessão do benefí-
cio de aposentadoria acarreta a extinção do vínculo empregatício. Ocorre que, em junho de
2007, ao julgar a ADIn n. 1.721, sob a relatoria do Min. Ayres Britto, o Pleno do STF declarou
a inconstitucionalidade desse dispositivo, sob o argumento de que “a mera concessão da
aposentadoria voluntária ao trabalhador não tem por efeito extinguir, instantânea e automati-
camente, o seu vínculo de emprego”.
Dessa forma, o entendimento jurisprudencial que o STF vinha adotando era no sentido
de que a concessão de uma aposentadoria espontânea não teria o efeito de extinguir o con-
trato de trabalho.
Entretanto, a partir da EC 103/2019, tal entendimento tende a sofrer alteração no que
diz respeito aos empregados públicos regidos pela CLT, cuja aposentação passará a acarre-
tar a extinção do vínculo jurídico-trabalhista com a respectiva empresa estatal.
Oportuno registrar, por fim, que conforme o art. 6º da EC 103/2019, a referida hipótese
extintiva do vínculo jurídico com a administração pública não se aplica às aposentadorias
concedidas pelo RGPS antes da entrada em vigor dessa alteração constitucional. Eis aqui
uma previsão normativa que visa a assegurar o direito adquirido daqueles que já haviam se
aposentado antes da vigência do § 14 do art. 37 da CF/1988.

2) Contribuição abaixo do limite mínimo não considerada como tempo de contri-


buição (art. 195, § 14, CF/1988)

A EC 103/2019 acresceu o § 14 ao art. 195 da CF/1988, passando a dispor que: “O


segurado somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao Regime Geral de Previ-
dência Social a competência cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima
mensal exigida para sua categoria, assegurado o agrupamento de contribuições”.

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Antes da EC 103/19, se um empregado com remuneração variável recebesse menos


do que um salário mínimo em um determinado mês, mesmo que sua contribuição mensal não
tivesse observado o limite mínimo de contribuição (salário mínimo), ele teria computada essa
competência como tempo de contribuição para fins previdenciários.
Apenas os contribuintes individuais é que eram obrigados a complementar essa dife-
rença contributiva, sob pena de não terem reconhecidas essas competências para fins pre-
videnciários.
Porém, após a EC 103/2019, todo e qualquer segurado (e não apenas o contribuinte
individual) somente terá reconhecida como tempo de contribuição ao RGPS a competência
cuja contribuição seja igual ou superior à contribuição mínima mensal exigida para a sua
categoria.

3) Nova nomenclatura dos riscos sociais por incapacidade (art. 201, I)

Antes da EC 103/2019, a redação do art. 201, I, da CF/1988 previa a cobertura previden-


ciária dos eventos de “doença” e “invalidez”, o que ensejava a concessão dos benefícios por
incapacidade denominados auxílio-doença e aposentadoria por invalidez, respectivamente.
Porém, tecnicamente, isso evidenciava um erro terminológico, pois o fato de um segu-
rado ser portador de uma doença não lhe ensejava o direito a receber um benefício previden-
ciário, pois o fato gerador dessa prestação social sempre foi a incapacidade para o trabalho
resultante de uma doença ou acidente de qualquer natureza.
Por isso, o legislador reformista corrigiu essa atecnia normativa e, ao invés de referir
doença e invalidez, passou a prever a cobertura previdenciária dos eventos de “incapacidade
temporária ou permanente” para o trabalho.
Com efeito, a partir de então o antigo auxílio-doença passou a ser denominado de
“auxílio por incapacidade temporária”, ao passo que a aposentadoria por invalidez passou a
ser denominada de “aposentadoria por incapacidade permanente”.

4) Vedação de requisitos ou critérios diferenciados para a concessão de benefí-


cios (art. 201, § 1º)

A antiga redação do § 1º do art. 201 da CF/1988 previa ser vedada a adoção de requisi-
tos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do RGPS,
ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições nocivas à saúde, ou quando se
tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definido em Lei Complementar.
Com o advento da EC 103/2019, a vedação de serem adotados requisitos e critérios
diferenciados foi ampliada, não sendo restrita apenas às aposentadorias, mas sim alcan-
çando todos os benefícios no RGPS.
A seguir a nova redação do referido § 1º:

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Art. 201. (...)


§ 1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão
de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de
previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para concessão
de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019) g.n.

5) Aposentadoria programada - Novas idades mínimas e extinção da aposentado-


ria urbana por idade e por tempo de contribuição para os segurados com filiação após
13/11/2019 (art. 201, § 7º, I)

a) Considerações introdutórias

Até o advento da EC 103/2019, o segurado poderia se aposentar cumprindo apenas


uma idade mínima, ou então um tempo mínimo de contribuição, sendo beneficiário, respecti-
vamente, de uma aposentadoria por idade OU por tempo de contribuição.
Porém, a EC 103/2019 introduziu uma regra permanente na CF/1988 que unificou tais
modalidades de aposentadoria, passando a denominá-la de “aposentadoria programada”,
sendo destinada ao segurados com filiação posterior à vigência da referida Reforma Consti-
tucional, ou seja, 13/11/2019.

Eis a nova redação do art. 201, § 7º, I, da CF/1988:

Art. 201. (...)


§ 7º É assegurada aposentadoria no regime geral de previdência social, nos ter-
mos da lei, obedecidas as seguintes condições:
I – 65 (sessenta e cinco) anos de idade, se homem, e 62 (sessenta e dois) anos de
idade, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição; (Redação dada pela
Emenda Constitucional n. 103, de 2019)

Apesar dessa unificação (idade + tempo de contribuição = aposentadoria programada),


não seria correto dizer que a Reforma Previdenciária de 2019 extinguiu as modalidades de
aposentadoria por idade e por tempo de contribuição.
Isso porque, para os segurados com filiação ao RGPS anterior à vigência da EC
103/2019, ainda ficam garantidas essas modalidades de aposentadoria, quer seja para
aqueles que já haviam implementado todos os requisitos para ter acesso ao benefício, hipó-
tese em que deve ser preservado o direito adquirido, quer seja para aqueles que ainda não

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haviam implementado todos os requisitos de acesso a aposentadoria, os quais poderão ser


contemplados com alguma das regras de transição previstas na EC 103/2019.
Além disso, mesmo um segurado com filiação posterior a 13/11/2019, também poderá
fazer jus a essas aposentadorias, o que é o caso das pessoas com deficiência, conforme
teremos a oportunidade de analisar detidamente em tópico específico.
Por fim, no que tange aos trabalhadores rurais, e para os que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, nestes incluídos o produtor rural, o garimpeiro e o pescador
artesanal, continua sendo expressamente assegurada a aposentadoria por idade (art. 201, §
7º, II, CF/1988).

A seguir um quadro comparativo entre as espécies de aposentadorias existentes ANTES


e APÓS a EC 103/2019:

Classificação ANTERIOR a EC 103/2019 Classificação APÓS a EC 103/2019


(art. 18, Lei n. 8.213/1991) (art. 25, Decreto n. 3.048/1999)
Aposentadoria por invalidez; Aposentadoria por incapacidade permanente;
Aposentadoria por idade; Aposentadoria programada;
Aposentadoria por tempo de contribuição; Aposentadoria por idade do trabalhador rural;
Aposentadoria especial. Aposentadoria especial.

b) Conceito

Benefício previdenciário concedido aos segurados que preencherem, cumulativamente,


os requisitos mínimos de idade e tempo de contribuição.

c) Fundamento normativo

O fundamento normativo constitucional se encontra no art. 201, § 7º, I, da CF/1988, o


qual assegura a aposentadoria no RGPS para aqueles que implementarem a idade de 65
anos, se homem, e 62 anos, se mulher, observado tempo mínimo de contribuição a ser esta-
belecido em lei.
No plano normativo legal a Lei n. 8.213/1991 ainda não se encontra atualizada com os
termos da Reforma Previdenciária de 2019, motivo pelo qual ainda não disciplina especifi-
camente a modalidade de aposentadoria programada. Porém suas disposições atinentes às
aposentadorias por idade e por tempo de contribuição, cujo texto legal de forma anacrônica
ainda denomina de “tempo de serviço”, continuam válidas para aqueles que implementa-
ram todos os requisitos antes da vigência da EC 103/19, porquanto detentores de um direito
adquirido ao regramento normativo anterior.

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No plano infralegal, a aposentadoria programada se encontra disciplinada nos art. 51


a 54 do Decreto n. 3.048/1999, já atualizado com os termos da EC 103/2019, por força do
Decreto 10.410/2020.

d) Beneficiários

Todas as modalidades de segurados (empregado, doméstico, trabalhador avulso, con-


tribuinte individual, segurado especial e segurado facultativo) fazem jus à aposentadoria
programada.
Por ser um benefício instituído pela EC 103/2019, a aposentadoria programada se des-
tina aos segurados com filiação ao RGPS após 13/11/2019.
Porém é possível que um segurado com filiação anterior a essa data, mesmo sendo
contemplado com o direito adquirido ao regramento anterior, ou então a uma regra de tran-
sição, também possa ser beneficiário dessa modalidade de aposentadoria, o que pode ocor-
rer quando, no caso concreto, a regra permanente instituída na EC 103/19 lhe seja mais
favorável.

e) Requisitos

O direito a uma aposentadoria programada pressupõe o implemento cumulativo dos


seguintes requisitos:
e.1) Idade mínima
A aposentadoria programada exige o implemento de uma idade mínima de 62 anos
para as mulheres e 65 anos para os homens.
e.2) Carência
A aposentadoria programada está condicionada ao recolhimento mínimo de 180 contri-
buições mensais, ou seja, exige uma carência de, pelo menos, 15 anos (art. 29, II, Decreto
n. 3.048/1999).
e.3) Tempo de contribuição
A aposentadoria programada pressupõe um tempo de contribuição mínimo de 15 anos
para as mulheres e 20 anos para os homens (art. 51, II, Decreto n. 3.048/1999).
Para fins de apuração do tempo de contribuição é vedada a inclusão de tempo fictício
(art. 51, § 1º, Decreto n. 3.048/1999).
O período pelo qual os segurados (contribuinte individual e facultativo) tiverem contribu-
ído com alíquotas favorecidas de 11% ou 5% (art. 21, § 2º, Lei n. 8.212/1991), somente será
considerado como tempo de contribuição se houver a complementação da diferença contri-
butiva até alcançar o patamar comum de 20% (art. 51, § 2º, Decreto n. 3.048/1999).
Apesar de para as mulheres o tempo mínimo de contribuição equivaler ao período de
carência, ou seja, 15 anos, não podemos confundir tais institutos previdenciários.

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Uma diferença básica reside no fato de que, para fins de carência, exige-se o recolhi-
mento tempestivo da contribuição, circunstância que não é exigida para fins do cômputo do
tempo de contribuição.
Dessa forma, a título de exemplo, se um segurado recolher de forma retroativa as com-
petências de janeiro a junho, recolhendo de forma tempestiva as competências de julho a
dezembro de um determinado ano, nesse caso o segurado computaria 12 meses de con-
tribuição (janeiro a dezembro) mas apenas 6 meses de carência (julho a dezembro), pois o
período recolhido em atraso não seria computado.
Considera-se tempo de contribuição os períodos para os quais tenha havido contribui-
ção (obrigatória ou facultativa) ao RGPS. A título meramente exemplificativo, nos incisos do
art. 19-C do Decreto n. 3.048/1999 encontramos a seguinte relação de períodos:

• de contribuição (facultativa) efetuada por segurado que tenha deixado de exercer ativi-
dade remunerada que o enquadrasse como segurado obrigatório da previdência social
(inciso I);
• em que a segurada tenha recebido salário-maternidade (inciso II);
• de licença remunerada, desde que tenha havido desconto de contribuições (inciso III);
• em que o segurado tenha sido colocado em disponibilidade remunerada pela empresa,
desde que tenha havido desconto de contribuições (inciso IV);
• de atividade patronal ou autônoma, exercida anteriormente à vigência da Lei n.
3.807/1960, desde que tenha sido indenizado o período (inciso V);
• de atividade na condição de empregador rural, desde que tenha havido contribuição na
forma prevista na Lei n. 6.260/1975, e indenização do período anterior (inciso VI);
• de exercício de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, desde que
tenha havido contribuição na época apropriada e este não tenha sido contado para fins
de aposentadoria por outro regime de previdência social (inciso VII);
• de licença, afastamento ou inatividade sem remuneração do segurado empregado,
inclusive o doméstico e o intermitente, desde que tenha havido contribuição facultativa
(inciso VIII); e
• em que o segurado contribuinte individual e o segurado facultativo tenham contribuído
com alíquota favorecida prevista no Plano Simplificado de Contribuição, desde que
complementada a diferença para alcançar a alíquota base de 20% (inciso IX).

O período intercalado de recebimento de benefício por incapacidade será computado


para fins de tempo de contribuição, porém não para fins de carência (§ 1º).
As competências em que o salário de contribuição mensal tenha sido igual ou superior
ao limite mínimo serão computadas integralmente como tempo de contribuição, independen-
temente da quantidade de dias trabalhados (§ 2º).

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Na hipótese de o débito ser objeto de parcelamento, o período correspondente ao par-


celamento somente será computado para fins de concessão de benefício no RGPS e de
emissão de certidão de tempo de contribuição para fins de contagem recíproca após a com-
provação da quitação dos valores devidos (§ 3º).
Com relação ao tempo de contribuição, é vedada a utilização de tempo fictício (art. 51,
§ 1º, Decreto n. 3.048/1999).

f) Início do benefício

Para os segurados empregado e doméstico a aposentadoria programada será con-


cedida a partir do desligamento do emprego, quando requerida até 90 dias dessa data. Ou
então, na hipótese de não haver desligamento do emprego, a contar do requerimento admi-
nistrativo do benefício (art. 52, I, Decreto n. 3.048/1999).

Importante destacar que, via de regra, o recebimento de uma aposentadoria não acar-
reta o rompimento do vínculo de emprego, sendo perfeitamente possível o aposentado conti-
nuar trabalhando, ou então voltar a trabalhar. Porém, ao incluir o § 14 no art. 37 da CF/1988,
a EC 103/2019 trouxe uma exceção a essa regra, passando a dispor que a aposentadoria
concedida aos empregados públicos acarretará o rompimento do vínculo empregatício com
a estatal (exemplo: empregados do Banco do Brasil, Petrobrás etc.).
Para os demais segurados (trabalhador avulso, contribuinte individual, segurado espe-
cial e facultativo), a aposentadoria programada será devida a contar do requerimento admi-
nistrativo.

g) Renda mensal

O cálculo da renda mensal da aposentadoria programada encontra-se disciplinado na


regra transitória prevista no art. 26, caput e § 2º da EC 103/2019.
A base de cálculo utilizada será a média aritmética simples dos salários de contribui-
ção, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% do período contributivo desde a
competência julho de 1994, ou desde o início da contribuição, se posterior essa competência.
Apesar de o art. 29 da Lei n. 8.213/1991 ainda fazer menção de que o salário-de-
-benefício seria a média dos 80% maiores salários-de-contribuição, referido dispositivo não
foi recepcionado pela EC 103/2019, devendo ser considerada a média de todo o período
contributivo.
Considerando o dispositivo constitucional que assegura que nenhum benefício que
substitua o salário-de-contribuição ou o rendimento do trabalho do segurado terá valor
mensal inferior ao salário mínimo (art. 201, § 2º, CF/1988), a referida média de todo o período
contributivo deve observar esse parâmetro mínimo (Piso). Já no que se refere ao parâmetro

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máximo (Teto), a média será limitada ao valor máximo do salário-de-contribuição do RGPS


(art. 26, § 1º, EC 103/2019).
O coeficiente a incidir sobre a base de cálculo será composto de uma parte fixa de 60%,
acrescido de uma parte variável de 2% por ano de contribuição que superar o tempo mínimo
de 15 anos de contribuição para as mulheres e 20 anos para os homens. Portanto, quanto
mais tempo de contribuição o(a) segurado(a) possuir, maior será o coeficiente de cálculo e,
consequentemente, a renda mensal de sua aposentadoria programada.

EXEMPLO DE FIXAÇÃO: Eloy Chaves, segurado empregado, possui 65 anos de idade


e 21 anos de contribuição ao RGPS, contando com salário-de-benefício (média de todo o
período contributivo) no valor de R$ 3 mil. A partir dessas informações já sabemos que o
segurado implementou os requisitos mínimos de idade (65 anos para os homens) e tempo
mínimo de contribuição (20 anos de contribuição para os homens). Também já sabemos a
base de cálculo de sua aposentadoria, representado pelo valor de seu salário-de-benefício
(R$ 3 mil), faltando apenas a definição do coeficiente de cálculo. Partindo do coeficiente fixo
(60%), falta apenas identificar o percentual do coeficiente variável. Considerando que Eloy
possui 21 anos de contribuição, ele conta com apenas 1 ano além do limite mínimo exigido,
de modo que o seu coeficiente variável será de 2% (2% x 1 ano que superou o limite mínimo
de contribuição). Ao somarmos as parcelas fixa e variável, encontraremos um coeficiente de
62%, que multiplicado pelo valor do salário-de-benefício, resultará numa renda mensal de R$
1.860,00 (3 mil x 62%).
Apesar de não haver mais o descarte automático dos 20% menores salários-de-con-
tribuição, o segurado pode requerer a exclusão do cálculo das competências que possam
resultar em redução do valor da renda mensal de sua aposentadoria, sendo vedada a utiliza-
ção do tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo de 2% por ano
de contribuição além do limite mínimo (coeficiente variável), bem como para a averbação em
outro regime previdenciário (art. 26, § 6º, EC 103/2019).

6) Aposentadoria programada do professor

a) Conceito

Benefício previdenciário concedido aos segurados que exercem a função de magistério


(professores) e que preencherem, cumulativamente, os requisitos mínimos de idade e tempo
de contribuição estabelecidos em lei.

b) Fundamento normativo

O fundamento normativo constitucional se encontra no art. 201, § 8º, da CF/1988, com


redação dada pela EC 103/2019.

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No plano legal, o art. 56 da LBPS dispõe que o professor, após 30 anos, e a profes-
sora, após 25 anos de efetivo exercício em funções de magistério, poderão aposentar-se por
tempo de serviço, com renda mensal correspondente a 100% do salário-de-benefício. Porém
referido dispositivo não foi recepcionado pela EC 103/2019, motivo pelo qual essa previsão
normativa deve ser desconsiderada.
No âmbito infralegal, o Decreto n. 3.048/1999 disciplina a aposentadoria programada
dos professores no seu art. 54, dispositivo que já se encontra em conformidade com a
EC 103/2019.

c) Beneficiários

Segurados do RGPS que exerçam a função de magistério na educação infantil, no


ensino fundamental ou no ensino médio.
Até o advento da EC 20/1998, os professores universitários também eram contempla-
dos com essa modalidade diferenciada de aposentadoria, porém, a partir de então, somente o
magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou médio passou a garantir tal direito.

d) Requisitos

A aposentadoria programada dos professores exige o cumprimento dos seguintes requi-


sitos cumulativos:
d.1) Idade mínima
Em observância ao mandamento constitucional previsto no art. 201, § 8º, da CF/1988,
o requisito de idade para os professores será reduzido em 5 anos. Dessa forma, as segura-
das mulheres (professoras) terão que cumprir 57 anos de idade, ao passo que os segurados
homens (professores) terão que cumprir 60 anos de idade (art. 54, I, Decreto n. 3.048/1999).
d.2) Carência
A aposentadoria programada dos professores pressupõe o cumprimento mínimo de 180
contribuições mensais (art. 29, II, Decreto n. 3.048/1999).
d.3) Tempo de contribuição qualificado
Para fazerem jus à aposentadoria programada os professores, homens ou mulheres,
terão que cumprir 25 anos de contribuição, tempo esse que deve ser qualificado pelo efetivo
exercício na função de magistério na educação infantil, no ensino fundamental ou no ensino
médio (art. 54, II, Decreto n. 3.048/1999), sendo vedada a conversão de tempo de serviço de
magistério, exercido em qualquer época, em tempo de serviço comum (art. 54, § 4º, Decreto
n. 3.048/1999).

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Considera-se função de magistério aquela exercida por professor(a) em estabeleci-


mento de ensino de educação básica em seus diversos níveis e modalidades, incluídas,
além do exercício da docência, as funções de direção de unidade escolar e de coordenação
e assessoramento pedagógicos (art. 54, § 2º, Decreto n. 3.048/1999).
A comprovação da condição de professor(a) será feita por meio da apresentação do
diploma registrado nos órgãos competentes federais e estaduais, ou de documento que com-
prove a habilitação para o exercício do magistério, bem como dos registros em carteira profis-
sional ou Carteira de Trabalho e Previdência Social complementados, quando for o caso, por
declaração do estabelecimento de ensino no qual tenha sido exercida a atividade, sempre
que essa informação for necessária para caracterização do efetivo exercício da função de
magistério (art. 54, § 3º, I e II, Decreto n. 3.048/1999).

e) Início do benefício

A aposentadoria dos professores terá início em observância aos mesmos critérios pre-
vistos para os demais segurados empregados, de modo que será concedida a partir do des-
ligamento do emprego, quando requerida até 90 dias dessa data. Ou então, na hipótese de
não haver desligamento do emprego, a contar do requerimento administrativo do benefício
(art. 54, § 4º, Decreto n. 3.048/1999).

f) Renda mensal

O valor da renda mensal da aposentadoria programada dos professores será de 60%


do salário de benefício, com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o
tempo de 20 anos de contribuição, para os homens, ou de 15 anos de contribuição, para as
mulheres (art. 54, § 1º, Decreto n. 3.048/1999).

7) Atuação concorrente do setor privado para a cobertura dos benefícios não pro-
gramáveis (art. 201, § 10)

A EC 103/2019 conferiu nova redação ao § 10 do art. 201 da CF/1988, passando a


dispor que “Lei complementar poderá disciplinar a cobertura de benefícios não programa-
dos, inclusive os decorrentes de acidente do trabalho, a ser atendida concorrentemente pelo
Regime Geral de Previdência Social e pelo setor privado”.
Dessa forma, com fundamento nesse dispositivo constitucional, é possível que empre-
sas privadas venham a atuar concorrentemente com o RGPS, comercializando planos secu-
ritários para proteger os trabalhadores em casos de eventos infortunísticos que atinjam sua
capacidade para o trabalho, o que poderia acarretar numa privatização dos benefícios pre-
videnciários não programados, como por exemplo o auxílio-acidente, o auxílio por incapaci-
dade temporária e a aposentadoria por incapacidade permanente.

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PARTE III – NOVIDADES NORMATIVAS PREVISTAS NA EC 103/2019

1) Regras de transição das aposentadorias por idade e tempo de contribuição do


trabalhador urbano

As aposentadorias por tempo de contribuição e por idade do trabalhador urbano foram


extintas pelas regras permanentes da EC 103/2019, porém ainda serão garantidas por regras
de transição aplicáveis aos segurados com filiação ao RGPS anterior a 13/11/2019.
Passemos a análise individualizada de cada uma dessas regras:

1.1) Regra de transição da aposentadoria por idade do trabalhador urbano (art. 18)

a) Alterações introduzidas com a EC 103/2019

Com o advento da EC 103/2019, a aposentadoria por idade deixou de existir para os


trabalhadores urbanos com filiação previdenciária após 13/11/2019. Isso porque, para fins de
obtenção do direito à aposentadoria, passou-se a exigir, cumulativamente, o implemento de
idade mínima de 65 anos e 20 anos de contribuição para os homens, bem como 62 anos de
idade e 15 anos de contribuição para as mulheres, formando a aposentadoria programada.
Porém os segurados urbanos com filiação previdenciária anterior a essa data (13/11/2019)
ainda poderão ser contemplados com a aposentadoria por idade, em observância à regra de
transição prevista no art. 18 da EC 103/2019.

b) Conceito

Aposentadoria por idade concedida aos trabalhadores urbanos com filiação previden-
ciária até 13/11/2019, que implementem os requisitos previstos na regra de transição do art.
18 da EC 103/2019.

c) Fundamento normativo

O fundamento normativo encontra-se na regra de transição prevista no art. 18 da EC


103/2019, bem como, no plano infralegal, no art. 188-H do Decreto n. 3.048/1999.

d) Beneficiários

Trabalhadores urbanos com filiação previdenciária até 13/11/2019.

e) Requisitos

e.1) Idade mínima (art. 18, I, EC 103/2019)

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Para os homens exige-se a idade de 65 anos, o que se equipara à idade mínima pre-
vista na regra permanente da EC 103/2019, aplicável aos segurados com filiação a partir de
13/11/2019.
Para as mulheres, no ano de 2019, data de início da vigência da EC 103/2019, foi exi-
gida a idade mínima de 60 anos. Porém a partir de 1º de janeiro de 2020, esse requisito
etário será acrescido em 6 meses a cada ano, até atingir 62 anos de idade (art. 18, § 1º, EC
103/2019).

A seguir tabela demonstrativa dessa evolução do requisito etário para as mulheres:

ANO 2019 2020 2021 2022 2023


IDADE 60 anos e 61 anos e
60 anos 61 anos 62 anos
MÍNIMA 6 meses 6 meses

A partir de 2023, o requisito de idade previsto em regra de transição para as mulheres


com filiação ao RGPS até 13/11/2019, passa a ser o mesmo daquele previsto nas regras
perm nentes da EC 103/2019, qual seja 62 anos de idade.

e.2) Carência
A aposentadoria por idade do trabalhador urbano exige carência de 180 (cento e oitenta)
contribuições mensais, requisito idêntico para os segurados de ambos os sexos (art. 25, II,
LBPS c/c art. 188-H, III, Decreto n. 3.048/1999).

e.3) Tempo de contribuição


Curiosamente, apesar de a aposentadoria por idade ser uma modalidade de benefí-
cio que, no cenário normativo anterior a Reforma Previdenciária de 2019, não exigia tempo
mínimo de contribuição, mas apenas o implemento da carência previdenciária, a regra de
transição prevista no art. 18 da EC 103/2019 passou a exigir 15 anos de contribuição, para
ambos os sexos.
Importante observar que, enquanto o inciso II do art. 18 da EC 103/2019 faz referência
a expressão “15 anos de contribuição”, o inciso III do art. 188-H do Decreto n. 3.048/1999
refere “180 contribuições mensais”.

f) Início do benefício

Será devida de acordo com os mesmos critérios observados para a concessão da


aposentadoria programada (art. 188-H, § 2º, Decreto n. 3.048/1999). Ou seja, ao segurado
empregado, inclusive o doméstico, será devida a partir da data do desligamento do emprego,
quando requerida até 90 dias.

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Na hipótese de não ocorrer o desligamento do emprego, ou quando for requerida após


o prazo de 90 dias contados do rompimento do vínculo empregatício, será concedida a partir
da data do requerimento administrativo.
Para os demais segurados (contribuinte individual e trabalhador avulso), a aposentado-
ria será concedida sempre a partir da data da entrada do requerimento administrativo.

g) Renda mensal

A renda mensal da aposentadoria por idade (regra de transição) será calculada da


mesma forma que a da aposentadoria programada, devendo corresponder a 60% do salá-
rio-de-benefício (média de todo o período contributivo a contar de julho/1994), com acrés-
cimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 anos de contribuição,
para os homens, e de 15 anos de contribuição, para as mulheres (art. 188, § 3º, Decreto n.
3.048/1999).
As contribuições que resultem em redução do valor da aposentadoria poderão ser
excluídas do cálculo (art. 26, § 6º, EC 103/2019).
A renda mensal não pode ser inferior ao salário mínimo, porém, pode superar 100% do
salário-de-benefício, desde que observado o limite do “Teto do RGPS”.

1.2) Regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição – Sistema de


Pontos (art. 15)

a) Conceito

Aposentadoria concedida aos segurados com filiação previdenciária até 13/11/2019,


que implementem os requisitos de tempo mínimo de contribuição, bem como o sistema
de pontos.

b) Fundamento normativo

O fundamento normativo encontra-se na regra de transição prevista no art. 15 da EC


103/2019, bem como, no plano infralegal, no art. 188-I do Decreto n. 3.048/1999.

c) Requisitos

c.1) Tempo de contribuição:


Exige-se o implemento do tempo mínimo de contribuição de 30 anos para as mulheres
e 35 para os homens (art. 15, I, EC 103/2019).

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No caso de professores que comprovarem exclusivo tempo de efetivo exercício das


funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, há redução em
5 anos, sendo exigido 25 anos de contribuição das mulheres e 30 anos de contribuição dos
homens (art. 15, § 3º, EC 103/2019).
c.2) Sistema de Pontos
Consiste no somatório da idade e do tempo de contribuição, incluídas as frações, equi-
valente a 86 pontos, se mulher, e 96 pontos, se homem (art. 15, II, EC 103/2019).
Para fins do cálculo do somatório de pontos, a idade e o tempo de contribuição serão
apurados em dias (art. 15, § 2º, EC 103/2019).

Importante registrar que, por meio dessa regra de transição, NÃO SE EXIGE IDADE
MÍNIMA como requisito de acesso ao benefício de aposentadoria, não obstante a idade seja
levada em consideração para fins de atendimento do Sistema de Pontos.

A partir de 1º de janeiro de 2020, a pontuação 86/96 será acrescida a cada ano de 1


ponto, até atingir o limite de 100 pontos, se mulher, e de 105 pontos, se homem (art. 15, § 1º,
EC 103/2019).

A seguir tabela que evidencia o incremento gradativo do requisito de pontos:

2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031 2032 2033

MULHERES 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100

HOMENS 96 97 98 99 100 101 102 103 104 105 105 105 105 105 105

No caso de professores em efetivo exercício das funções de magistério na educação


infantil e no ensino fundamental e médio, há redução em 5 anos nesse Sistema de Pontos,
sendo exigidos 81 pontos, se mulher, e 91 pontos, se homem, aos quais serão acrescidos, a
partir de 1º de janeiro de 2020, 1 ponto a cada ano para o homem e para a mulher, até atingir
o limite de 92 pontos, se mulher, e 100 pontos, se homem.

A seguir tabela que evidencia o incremento gradativo do requisito de pontos para os


professores:

2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030
MULHERES 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92
HOMENS 91 92 93 94 95 96 97 98 99 100 100 100

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c.3) Carência
Essa regra de transição exige carência de 180 (cento e oitenta) contribuições mensais,
requisito idêntico para os segurados de ambos os sexos (art. 25, II, LBPS c/c art. 188-I, III,
Decreto n. 3.048/1999).

d) Início do benefício

Será devida de acordo com os mesmos critérios observados para a concessão da


aposentadoria programada (art. 188-I, § 3º, Decreto n. 3.048/1999). Ou seja, ao segurado
empregado, inclusive o doméstico, será devida a partir da data do desligamento do emprego,
quando requerida até 90 dias.
Na hipótese de não ocorrer o desligamento do emprego, ou quando for requerida após
o prazo de 90 dias contados do rompimento do vínculo empregatício, será concedida a partir
da data do requerimento administrativo.
Para os demais segurados (contribuinte individual e trabalhador avulso), a aposentado-
ria será concedida sempre a partir da data da entrada do requerimento administrativo.

e) Renda mensal

A renda mensal será calculada da mesma forma que a da aposentadoria programada,


devendo corresponder a 60% do salário-de-benefício (média de todo o período contributivo
a contar de julho/94), com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição que exceder o
tempo de 20 anos de contribuição, para os homens, e de 15 anos de contribuição, para as
mulheres (art. 188-I, § 4º, Decreto n. 3.048/1999).
As contribuições que resultem em redução do valor da aposentadoria poderão ser
excluídas do cálculo (art. 26, § 6º, EC 103/2019).
A renda mensal não pode ser inferior ao salário-mínimo, porém, pode superar 100% do
salário-de-benefício, desde que observado o limite do “Teto do RGPS”.

1.3) Regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição – Idade


mínima (art. 16)

a) Conceito

Aposentadoria concedida aos segurados com filiação previdenciária até 13/11/19, que
implementem os requisitos mínimos de idade e tempo de contribuição.

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b) Fundamento normativo

O fundamento normativo encontra-se na regra de transição prevista no art. 16 da EC


103/2019, bem como, no plano infralegal, no art. 188-J do Decreto n. 3.048/1999.

c) Beneficiários

Segurados com filiação previdenciária até 13/11/2019.

d) Requisitos

d.1) Idade mínima


No ano de 2019, data da vigência da EC 103/2019, a idade mínima exigida para as
mulheres foi de 56 anos, enquanto para os homens a idade mínima é de 61.
A partir de 1º de janeiro de 2020, serão acrescidos 6 meses a cada ano à idade consi-
derada mínima para aposentadoria por tempo de contribuição de ambos os sexos, até atingir
62 anos para as mulheres, e 65 anos para os homens (art. 16, § 1º, EC 103/2019).

A seguir tabela demonstrativa dessa evolução do requisito etário para fazer jus à regra
de transição do art. 16 da EC 103/2019:

2019 2020 2021 2022 2023 2024 2025 2026 2027 2028 2029 2030 2031

MULHERES 56 56.5 57 57,5 58 58,5 59 59,5 60 60,5 61 61,5 62

HOMENS 61 61,5 62 62,5 63 63,5 64 64,5 65 65 65 65 65

d.2) Tempo de contribuição


Além da idade mínima exige-se o implemento do tempo mínimo de contribuição de 30
anos para as mulheres e 35 para os homens (art. 15. I, EC 103/2019).
No caso de professores que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício
das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, há redução
em 5 anos, sendo exigido 25 anos de contribuição das mulheres e 30 anos de contribuição
dos homens (art. 16, § 3º, EC 103/2019).

d.3) Carência
Também exige carência de 180 contribuições mensais, requisito idêntico para os segu-
rados de ambos os sexos (art. 25, II, LBPS c/c art. 188-J, III, Decreto n. 3.048/1999).

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e) Início do benefício

Será devida de acordo com os mesmos critérios observados para a concessão da


aposentadoria programada (art. 188-J, § 2º, Decreto n. 3.048/1999). Ou seja, ao segurado
empregado, inclusive o doméstico, será devida a partir da data do desligamento do emprego,
quando requerida até 90 dias.
Na hipótese de não ocorrer o desligamento do emprego, ou quando for requerida após
o prazo de 90 dias contados do rompimento do vínculo empregatício, será concedida a partir
da data do requerimento administrativo.
Para os demais segurados (contribuinte individual e trabalhador avulso), a aposentado-
ria será concedida sempre a partir da data da entrada do requerimento administrativo.

f) Renda mensal

Por fim, a renda mensal será calculada da mesma forma que a da aposentadoria pro-
gramada, devendo corresponder a 60% do salário-de-benefício (média de todo o período
contributivo a contar de julho/1994), com acréscimo de 2% para cada ano de contribuição
que exceder o tempo de 20 anos de contribuição, para os homens, e de 15 anos de contribui-
ção, para as mulheres (art. 188-J, § 3º, Decreto n. 3.048/1999).
As contribuições que resultem em redução do valor da aposentadoria poderão ser
excluídas do cálculo (art. 26, § 6º, EC 103/2019).
A renda mensal não pode ser inferior ao salário-mínimo, porém, pode superar 100% do
salário-de-benefício, desde que observado o limite do “Teto do RGPS”.

1.4) Regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição – Pedágio de


50% (art. 17)

a) Conceito

Aposentadoria concedida aos segurados que, na data da vigência da EC 103/2019


(13/11/2019), contavam com mais de 28 anos de contribuição, se mulher, e 33 anos de con-
tribuição, se homem.

b) Fundamento normativo

O fundamento normativo encontra-se na regra de transição prevista no art. 17 da EC


103/2019, bem como, no plano infralegal, no art. 188-K do Decreto n. 3.048/1999.

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c) Beneficiários

Segurado filiado ao RGPS até 13/11/2019 (data da vigência da EC 103/2019) que


contar com mais de 28 anos de contribuição, se mulher, e com mais de 33 anos de contribui-
ção, se homem.

d) Requisitos

d.1) Tempo de contribuição


Exige-se o implemento do tempo mínimo de contribuição de 30 anos para as mulheres
e 35 para os homens (art. 17, I, EC 103/2019).
Ao contrário do que se verificou por ocasião das regras de transição previstas nos art.
15 e 16 da EC 103/2019, neste caso (art. 17) não há tratamento diferenciado em relação aos
professores no que tange a redução do tempo de contribuição.

d.2) “Pedágio de 50%”


Cumprimento de um período adicional de contribuição correspondente a 50% do tempo
que, em 13/11/2019 (data da vigência da EC 103/2019), faltaria para atingir o tempo mínimo
de contribuição, ou seja, 30 anos para as mulheres, e 35 para os homens (art. 17, II, EC
103/2019).

d.3) Carência
Exige carência de 180 contribuições mensais, requisito idêntico para os segurados de
ambos os sexos (art. 25, II, LBPS c/c art. 188-K, III, Decreto n. 3.048/1999).

e) Início do benefício

Será devida de acordo com os mesmos critérios observados para a concessão da


aposentadoria programada (art. 188-K, § 1º, Decreto n. 3.048/1999). Ou seja, ao segurado
empregado, inclusive o doméstico, será devida a partir da data do desligamento do emprego,
quando requerida até 90 dias.
Na hipótese de não ocorrer o desligamento do emprego, ou quando for requerida após
o prazo de 90 dias contados do rompimento do vínculo empregatício, será concedida a partir
da data do requerimento administrativo.
Para os demais segurados (contribuinte individual e trabalhador avulso), a aposentado-
ria será concedida sempre a partir da data da entrada do requerimento administrativo.

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f) Renda mensal

A renda mensal será calculada com base em 100% do salário-de-benefício (média de


todo o período contributivo a contar de julho/1994), multiplicado pelo Fator Previdenciário
(art. 17, parágrafo único, EC 103/2019).
A aplicação do fator previdenciário no cálculo do valor da aposentadoria é obrigatória,
não sendo cabível a substituição pelo critério de pontos prevista no art. 29-C da LBPS (art.
188-K, § 3º, Decreto n. 3.048/1999).

1.5) Regra de transição da aposentadoria por tempo de contribuição – Pedágio de


100% (art. 20)

a) Conceito

Aposentadoria concedida aos segurados com filiação previdenciária até 13/11/2019, que
implementem os requisitos mínimos de idade, tempo de contribuição e “Pedágio de 100%).

b) Fundamento normativo

O fundamento normativo encontra-se na regra de transição prevista no art. 20 da EC


103/2019, bem como, no plano infralegal, no art. 188-L do Decreto n. 3.048/1999.

c) Beneficiários

Segurados com filiação previdenciária até 13/11/2019.

d) Requisitos

d.1) Idade mínima


Exige a idade mínima de 57 anos para as mulheres e 60 anos para os homens (art. 20,
I, EC 103/2019).
Para o professor que comprovar exclusivamente tempo de efetivo exercício das fun-
ções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, a referida idade
mínima será reduzida em 05 anos para ambos os sexos (art. 20, § 1º, EC 103/2019).

d.2) Tempo de contribuição


Exige-se o implemento do tempo mínimo de contribuição de 30 anos para as mulheres
e 35 para os homens (art. 20, II, EC 103/2019).

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No caso de professores que comprovarem exclusivamente tempo de efetivo exercício


das funções de magistério na educação infantil e no ensino fundamental e médio, há redução
em 5 anos, sendo exigido 25 anos de contribuição das mulheres e 30 anos de contribuição
dos homens (art. 20, § 1º, EC 103/2019).

d.3) “Pedágio de 100%”


Cumprimento de um período adicional de contribuição correspondente ao tempo que,
na data de entrada em vigor da EC 103/2019 (13/11/2019), faltaria para atingir o tempo
mínimo de contribuição, ou seja, 30 anos para as mulheres, e 35 para os homens (art. 20, IV,
EC 103/2019).

d.4) Carência
Exige carência de 180 contribuições mensais, requisito idêntico para os segurados de
ambos os sexos (art. 25, II, LBPS c/c art. 188-L, IV, Decreto n. 3.048/1999).

e) Início do benefício

Será devida de acordo com os mesmos critérios observados para a concessão da


aposentadoria programada (art. 188-L, § 1º, Decreto n. 3.048/1999). Ou seja, ao segurado
empregado, inclusive o doméstico, será devida a partir da data do desligamento do emprego,
quando requerida até 90 dias.
Na hipótese de não ocorrer o desligamento do emprego, ou quando for requerida após
o prazo de 90 dias contados do rompimento do vínculo empregatício, será concedida a partir
da data do requerimento administrativo.
Para os demais segurados (contribuinte individual e trabalhador avulso), a aposentado-
ria será concedida sempre a partir da data da entrada do requerimento administrativo.

f) Renda mensal

A renda mensal será calculada com base em 100% do salário-de-benefício, repre-


sentado pela média de todo o período contributivo a contar de julho/1994 (art. 188-L, § 2º,
Decreto n. 3.048/1999).
Registra-se que, nessa regra de transição do “pedágio de 100%”, o cálculo da renda
mensal não sofre a multiplicação pelo fator previdenciário.

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2) Aposentadoria programada – Regra transitória que prevê o tempo mínimo de


contribuição (art. 19)

Ao dispor sobre os requisitos para a aposentadoria programada, a EC 103/2019 confe-


riu nova redação ao art. 201, § 7º, I, da CF/1988, passando a exigir o implemento cumulativo
de uma idade mínima de 65 anos para os homens e 62 para as mulheres, bem como de um
tempo mínimo de contribuição, o qual deverá ser disciplinado por lei a ser editada pelo Con-
gresso Nacional.
Ocorre que, quando da promulgação da Reforma Previdenciária de 2019, a referida lei
ainda não existia, motivo pelo qual, para evitar o vácuo normativo, a EC 103/2019 se ante-
cipou e editou a regra transitória prevista no art. 19, a qual preconiza que, até que lei venha
a dispor sobre o tempo de contribuição mínimo para a aposentadoria programada, o segu-
rado com filiação ao RGPS após a entrada em vigor da EC 103/2019 deverá cumprir tempo
mínimo de contribuição: 20 anos para os homens e 15 para as mulheres.

Eis a redação do art. 19 da EC 103/2019:

Art. 19. Até que lei disponha sobre o tempo de contribuição a que se refere o in-
ciso I do § 7º do art. 201 da Constituição Federal, o segurado filiado ao Regime
Geral de Previdência Social após a data de entrada em vigor desta Emenda Cons-
titucional será aposentado aos 62 (sessenta e dois) anos de idade, se mulher, 65
(sessenta e cinco) anos de idade, se homem, com 15 (quinze) anos de tempo de
contribuição, se mulher, e 20 (vinte) anos de tempo de contribuição, se homem.

3) Aposentadoria especial por agentes nocivos

a) Conceito

Espécie de aposentadoria programada, concedida em condições diferenciadas de


idade e tempo de contribuição, em virtude da exposição do trabalhador a agentes nocivos à
sua saúde.
Devemos considerar que, em regra, é vedada a adoção de requisitos ou critérios dife-
renciados para a concessão de benefícios previdenciários, porém a CF/1988 expressamente
ressalva a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos, nos casos
de trabalhadores que atuem em condições especiais com exposição a agentes nocivos à
sua saúde.

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b) Natureza jurídica

A aposentadoria especial por exposição a agentes nocivos não é uma modalidade de


benefício previdenciário por incapacidade. Isso porque, para a sua concessão, não se exige
a comprovação da incapacidade para o trabalho.
Ao contrário, referido benefício possui caráter preventivo, pois o que se busca é, jus-
tamente, evitar que aquele trabalhador que tenha contato com agente prejudicial venha a
transformar esse risco abstrato num eventual dano efetivo à sua saúde.
Parte-se de uma presunção de que o trabalhador que exerceu suas atividades exposto
a agente nocivos teve um maior desgaste de sua saúde ou integridade física, motivo pelo
qual teria direito a se aposentar em tempo inferior aos demais trabalhadores, os quais desem-
penharam atividades comuns. Eis aqui uma aplicação do princípio da isonomia, tratando de
forma diferente quem se encontra em uma situação de desigualdade.
A título exemplificativo podemos citar os profissionais que atuam no setor de minera-
ção, mais especificamente o mineiro que atua no subsolo de uma mina. Referido profissional,
ao desempenhar sua atividade por um longo período, tem grande probabilidade de contrair
algum problema respiratório, muitas vezes um câncer no pulmão, dadas as condições noci-
vas em que o seu trabalho é desempenhado.
Com efeito, ao prever a aposentadoria especial, o legislador busca restringir o tempo de
desempenho dessa atividade nociva, permitindo uma aposentadoria precoce a fim de evitar
que esse risco de contrair um câncer venha a se transformar num dano efetivo à saúde desse
trabalhador.

c) Fundamento Normativo

O fundamento normativo constitucional encontra-se no art. 201, § 1º, II, da CF/1988,


o qual, excepcionalmente, permite a possibilidade de serem adotados requisitos e critérios
diferenciados para a concessão de aposentadoria daqueles que exerçam atividades com
exposição a agentes nocivos à saúde. Também no plano constitucional, podemos fazer refe-
rência à regra transitória prevista no art. 19, § 1º, da EC 103/2019.
No plano infraconstitucional a fundamentação legal restou disciplinada nos art. 57 e 58
da LBPS, ao passo que no plano regulamentar (infralegal) a disciplina normativa se encontra
nos art. 64 a 69 do Decreto n. 3.048/1999.

d) Beneficiários

Ao contrário de outros benefícios previdenciários que são extensíveis a todas as moda-


lidades de segurados, a aposentadoria especial por exposição a agentes nocivos somente
pode ser concedida aos empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais, estes

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últimos somente se a atividade for exercida na condição de cooperado filiado à cooperativa


de trabalho ou de produção (art. 64, Decreto n. 3.048/1999).
Com efeito, não fazem jus à aposentadoria especial por exposição a agentes nocivos
os empregados domésticos, os contribuintes individuais não filiados a cooperativas, os segu-
rados especiais e os segurados facultativos.

e) Requisitos

e.1) Tempo de atividade especial

Esse benefício pressupõe o trabalho sujeito a condições especiais que prejudiquem a


saúde ou a integridade física, durante 15, 20 ou 25 anos (art. 57, LBPS).

e.2) Efetiva exposição a agentes nocivos à saúde

Até o advento da Lei n. 9.032/1995, era possível o segurado receber aposentadoria


especial pelo simples fato de desempenhar uma determinada atividade ou ocupação. Era
o denominado enquadramento por categoria profissional, no qual havia uma presunção de
especialidade de determinadas atividades.
Dessa forma, o segurado não precisava demonstrar que estava sujeito a um agente
nocivo à saúde, pois bastava comprovar, por meio de qualquer prova idônea, o exercício de
uma determinada profissão, sendo desnecessária a apresentação de formulário atestando a
exposição a agentes nocivos.
Após a Lei n. 9.032/1995, entretanto, para fazer jus a essa modalidade de aposentado-
ria especial, não basta simplesmente alegar o desempenho de determinada atividade nociva,
pois os segurados precisam comprovar que exerceram suas atividades com efetiva expo-
sição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses
agentes, sendo vedada a caracterização da especialidade do trabalho por categoria profis-
sional ou ocupação (art. 201, § 1º, II, CF/1988).
A efetiva exposição a agente prejudicial à saúde configura-se quando, mesmo após a
adoção das medidas de controle previstas na legislação trabalhista, a nocividade não seja
eliminada ou neutralizada (art. 64, § 1º, Decreto n. 3.048/1999).
Para fins de eliminação da nocividade devemos considerar a adoção de medidas de con-
trole que efetivamente impossibilitem a exposição ao agente prejudicial à saúde no ambiente
de trabalho. A neutralização, por sua vez, pressupõe a adoção de medidas de controle que
reduzam a intensidade, a concentração ou a dose do agente prejudicial à saúde ao limite de
tolerância previsto no Decreto n. 3.048/1999 ou, na sua ausência, na legislação trabalhista
(art. 64, 1º-A, I e II, Decreto n. 3.048/1999).

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A especialidade do tempo será reconhecida quando a exposição aos agentes químicos,


físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou a associação desses agentes, superar os limites
de tolerância estabelecidos segundo critérios quantitativos ou de avaliação qualitativa (art.
64, § 2º, Decreto n. 3.048/1999).
A avaliação qualitativa de riscos e agentes prejudiciais à saúde será comprovada pela
descrição: i) das circunstâncias de exposição ocupacional a determinado agente ou asso-
ciação de agentes prejudiciais à saúde presentes no ambiente de trabalho durante toda a
jornada de trabalho; ii) de todas as fontes e possibilidades de liberação dos referidos agentes
nocivos; e iii) dos meios de contato ou exposição dos trabalhadores, as vias de absorção,
a intensidade da exposição, a frequência e a duração do contato (art. 68, § 2º, Decreto n.
3.048/1999).
Em relação aos agentes reconhecidamente cancerígenos para humanos, listados pela
Secretaria de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência, eles serão avaliados em
conformidade com os critérios qualitativos previstos anteriormente, sendo que na hipótese de
serem adotadas as medidas de controle previstas na legislação trabalhista que eliminem a
nocividade, será descaracterizada a efetiva exposição (art. 68, § 4º, Decreto n. 3.048/1999).
A comprovação do desempenho da atividade nociva deve ser feita pelo segurado
perante o INSS, sendo-lhe exigido tempo de trabalho permanente, não ocasional nem inter-
mitente, em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante o
período mínimo de 15, 20 ou 25 anos, a depender do grau de nocividade a que o segurado
esteve exposto (art. 57, § 3º, LBPS).
Considera-se tempo de trabalho permanente aquele que é exercido de forma não oca-
sional nem intermitente, no qual a exposição ao agente nocivo por parte do empregado, do
trabalhador avulso ou do contribuinte individual cooperado, seja indissociável da produção do
bem ou da prestação do serviço (art. 65, Decreto n. 3.048/1999).
Também será considerado como atividade especial os períodos de descanso deter-
minados pela legislação trabalhista, inclusive ao período de férias, e aos de percepção de
salário-maternidade, desde que, à data do afastamento, o segurado estivesse exposto aos
fatores de risco (art. 65, parágrafo único, Decreto n. 3.048/1999).
Com efeito, além do tempo de trabalho, o segurado deverá comprovar a efetiva exposi-
ção aos agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou associação de agentes prejudiciais
à saúde ou à integridade física, pelo período equivalente ao exigido para a concessão do
benefício (art. 57, § 4º, LBPS).
Para fins de concessão da aposentadoria especial, a relação dos agentes nocivos quí-
micos, físicos e biológicos ou associação de agentes prejudiciais à saúde ou à integridade
física será definida pelo Poder Executivo (art. 58, LBPS).

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A relação dos agentes nocivos consta do Anexo IV do Decreto n. 3.048/1999 (art. 68,
Decreto n. 3.048/1999), o qual deverá ser periodicamente atualizado a partir da elaboração
de estudos com base em critérios técnicos e científicos elaborados pela Secretaria de Previ-
dência do Ministério do Trabalho e Previdência (art. 68, § 1º, Decreto n. 3.048/1999).
Além do disposto no Anexo IV do Decreto n. 3.048/1999, nas avaliações ambientais,
deverão ser considerados a metodologia e os procedimentos de avaliação estabelecidos
pela Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho – FUNDA-
CENTRO (art. 68, § 12, Decreto n. 3.048/1999).
Na hipótese de não terem sido estabelecidos pela FUNDACENTRO a metodologia e os
procedimentos de avaliação, caberá ao Ministério do Trabalho e Previdência indicar outras
instituições para estabelece-los (art. 68, § 13, Decreto n. 3.048/1999).
Considerando as inúmeras alterações normativas que sobrevierem com o tempo em
matéria de critérios e procedimentos de comprovação da especialidade do tempo, deve-se
observar o “Princípio da Atividade”, ou seja, tempus regit actum, de modo que será a legisla-
ção vigente à época do exercício da atividade que deve incidir para fins de caracterização e
comprovação do tempo especial.
Atualmente, a comprovação da efetiva exposição do segurado aos agentes nocivos
será feita mediante formulário estabelecido pelo INSS em meio físico ou eletrônico, denomi-
nado de Perfil Profissiográfico Previdenciário – PPP, o qual representa um histórico laboral do
trabalhador que será emitido pela empresa ou seu preposto, com base em Laudo Técnico de
Condições Ambientais do Trabalho – LTCAT expedido por médico do trabalho ou engenheiro
de segurança do trabalho (art. 58, § 1º, LBPS).
No LTCAT, deverão constar informações sobre a existência de tecnologia de proteção
coletiva ou individual e sobre sua eficácia, que diminua a intensidade do agente agressivo a
limites de tolerância e recomendação sobre a sua adoção pelo estabelecimento respectivo
(art. 58, § 2º, LBPS).
Na hipótese de cooperativa de trabalho e empresa contratada para prestar serviços
mediante cessão ou empreitada de mão de obra no estabelecimento da contratante, a com-
provação da atividade especial de seus cooperados/empregados deve estar embasada no
LTCAT emitido por esta tomadora de serviços (art. 68, § 11, Decreto n. 3.048/1999).
O LTCAT será elaborado com observância às normas editadas pela Secretaria de Previ-
dência do Ministério do Trabalho e Previdência, bem como aos procedimentos adotados pelo
INSS (art. 68, § 5º, Decreto n. 3.048/1999).
No que tange ao fornecimento de equipamentos de proteção individual – EPI, ainda
que o equipamento seja efetivamente utilizado pelo trabalhador, isso não é motivo suficiente,
por si só, para afastar o reconhecimento da especialidade do tempo, pois a sua utilização
não necessariamente elimina os agentes nocivos à saúde que atingem o segurado em seu
ambiente de trabalho, podendo muitas vezes apenas reduzir os seus efeitos.

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Acerca dessa questão, ao julgar o Tema de Repercussão Geral n. 555, o STF fixou a
seguinte tese:

I – O direito à aposentadoria especial pressupõe a efetiva exposição do trabalha-


dor a agente nocivo a sua saúde, de modo que, se o Equipamento de Proteção
Individual (EPI) for realmente capaz de neutralizar a nocividade, não haverá res-
paldo constitucional à aposentadoria especial;
II – Na hipótese de exposição do trabalhador a ruído acima dos limites legais de
tolerância, a declaração do empregador, no âmbito do Perfil Profissiográfico Pre-
videnciário (PPP), da eficácia do Equipamento de Proteção Individual (EPI), não
descaracteriza o tempo de serviço especial para aposentadoria.

A empresa que não mantiver LTCAT atualizado com referência aos agentes nocivos
existentes no ambiente de trabalho prejudiciais à saúde de seus trabalhadores, ou então que
emitir PPP em desacordo com o respectivo laudo, estará sujeita à penalidade pecuniária (art.
58, § 3º, LBPS, c/c art. 68, § 6º, Decreto n. 3.048/1999).
A empresa deverá elaborar e manter atualizado o PPP, ou documento eletrônico que
venha a substituí-lo, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo trabalhador durante o
período laboral, garantido ao trabalhador o acesso às informações nele contidas, devendo
fornecer a ele cópia autêntica desse documento quando da rescisão do contrato de trabalho,
sob pena de incorrer em sanção pecuniária pelo se descumprimento (art. 58, § 4º, LBPS c/c
art. 68, § 8º, Decreto n. 3.048/1999).
Além de ter acesso ao PPP, o trabalhador ou o seu preposto poderá solicitar a retifica-
ção de informações que estejam em desacordo com a realidade do ambiente de trabalho,
conforme orientação estabelecida pelo Ministério do Trabalho e Previdência (art. 68, § 10,
Decreto n. 3.048/1999).

3.1) Exigência de idade mínima para os segurados com filiação após 13/11/2019
(art. 19, § 1º)

Até o advento da EC 103/2019, a aposentadoria especial por exposição a agentes noci-


vos não exigia uma idade mínima como requisito de acesso a esse benefício.
Porém, a nova redação conferida ao art. 201, § 1º, II, da CF/1988 passou a prever que
é vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios,
ressalvada, nos termos de Lei Complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo
de contribuição distintos da regra geral, para fins de concessão de aposentadoria exclusiva-

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mente em favor dos segurados cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a
agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes.
Até que venha a ser editada a referida Lei Complementar que disponha sobre a redu-
ção de idade mínima ou tempo de contribuição, a regra transitória prevista no art. 19, § 1º,
I, da EC 103/2019 passou a prever que a aposentadoria especial por exposição a agentes
nocivos será concedida quando o segurado implementar as seguintes idades mínimas: i) 55
anos de idade, quando se tratar de atividade especial de 15 anos de contribuição; ii) 58 anos
de idade, quando se tratar de atividade especial de 20 anos de contribuição; e iii) 60 anos de
idade, quando se tratar de atividade especial de 25 anos de contribuição.
Referida regra transitória, que passa a exigir idade mínima para fins de aposentadoria
especial por exposição a agentes nocivos, aplica-se aos segurados com filiação ao RGPS
após a vigência da EC 103/2019, ou seja, a partir de 13/11/2019.

3.2) Regra de transição para os segurados com filiação anterior a 13/11/2019 (art. 21)

A exigência de idade mínima para a aposentadoria especial por exposição a agentes


nocivos não se aplica aos segurados do RGPS com filiação previdenciária anterior à entrada
em vigor da Reforma Previdenciária de 2019. Isso porque, para eles foi assegurada uma
regra de transição prevista no art. 21 da EC 103/2019, a qual exige o implemento de um sis-
tema de pontos, resultante do somatório da idade mais tempo de contribuição, os quais serão
apurados em dias (§ 1º).

Importante registrar que, por meio dessa regra de transição, NÃO SE EXIGE IDADE
MÍNIMA como requisito de acesso ao benefício de aposentadoria especial por exposição
a agentes nocivos, não obstante a idade seja levada em consideração para fins de atendi-
mento do sistema de pontos.
Para as aposentadorias especiais que exijam 15 anos de efetiva exposição a agentes
nocivos, o segurado (homem ou mulher) terá que implementar 66 pontos. Para os casos que
exijam 20 anos de efetiva exposição a pontuação mínima será 76 pontos. Ao passo que para
os casos que exijam 25 anos de efetiva exposição a pontuação mínima será 86 pontos.

4) Aposentadoria programada dos professores – Regra transitória que prevê o


tempo mínimo de contribuição (art. 19, § 1º, II)

Ao dispor sobre a aposentadoria programada dos professores, a EC 103/19 conferiu


nova redação ao § 8º do art. 201 da CF/1988, mantendo o regramento normativo anterior
que assegurava uma redução de 5 anos no requisito de idade. Já no que se refere ao tempo
de efetivo exercício de magistério, o legislador reformista dispôs que Lei Complementar iria
estabelecer esse requisito.

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Para evitar o vácuo normativo, até que seja editada a referida Lei Complementar, o art.
19, II, da EC 103/2019 dispôs a regra transitória que exige dos professores 25 anos de con-
tribuição exclusivamente em efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil
e no ensino fundamental e médio.

5) Pensão por morte – Novo critério de cálculo da renda mensal (art. 23)

Até a EC 103/2019, com fundamento no art. 75 da Lei n. 8.213/1991, a renda mensal da


pensão por morte era equivalente a 100% do valor da aposentadoria que o segurado recebia,
ou então daquela a que teria direito a receber se estivesse aposentado por invalidez na data
de seu falecimento.
Ocorre que, com o advento da Reforma Previdenciária de 2019, o art. 75 da Lei n.
8.213/1991 não foi recepcionado pela EC 103/2019, cujo art. 23 passou a dispor que:

Art. 23. A pensão por morte concedida a dependente de segurado do Regime


Geral de Previdência Social ou de servidor público federal será equivalente a uma
cota familiar de 50% (cinquenta por cento) do valor da aposentadoria recebida
pelo segurado ou servidor ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por
incapacidade permanente na data do óbito, acrescida de cotas de 10 (dez) pontos
percentuais por dependente, até o máximo de 100% (cem por cento)”

Com efeito, os segurados do RGPS que vierem a falecer após 13/11/2019 (vigência da
EC 103/2019), em regra irão deixar uma pensão por morte cuja renda mensal será composta
por uma cota familiar de 50%, acrescida de cotas de 10% para cada dependente habilitado.
Diz-se em regra pois, havendo algum dependente inválido ou com deficiência intelec-
tual, mental ou grave, o valor da pensão por morte será equivalente 100% da aposentadoria
recebida pelo segurado, ou daquela a que teria direito se fosse aposentado por incapacidade
permanente na data do óbito (art. 23, § 2º, EC 103/2019).
Para o dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou grave, sua con-
dição pode ser reconhecida previamente ao óbito do segurado, por meio de avaliação biop-
sicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar, observada revisão perió-
dica na forma da legislação (art. 23, § 5º, EC 103/2019).
Quando não houver mais dependente inválido ou com deficiência intelectual, mental ou
grave, o valor da pensão será recalculado e observará o critério geral, ou seja, irá considerar
uma cota familiar de 50%, mais 10% por dependente habilitado (art. 23, § 3º, EC 103/2019).

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Com relação ao tempo de duração do benefício de pensão por morte, das cotas indivi-
duais por dependente até a perda dessa qualidade, o rol de dependentes e sua qualificação,
bem como as condições necessárias para o respectivamente, deverão ser observados os
critérios previstos na Lei n. 8.213, de 24 de julho de 1991 (art. 23, § 4º, EC 103/2019).
Uma grande novidade consiste no fato de que não há mais a reversibilidade das cotas
para os dependentes remanescentes. Ou seja, na hipótese em que uma pensão estiver
sendo dividida entre a viúva e o filho do segurado, quando este (filho) completar 21 anos de
idade, a sua cota cessará e não mais será transmitida para a dependente remanescente.
Apesar de o art. 75, § 1º, da Lei n. 8.213/1991 ainda dispor que reverterá em favor dos
demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar, referido dispositivo não foi recepcionado
pela EC 103/2019, cujo art. art. 23, § 1º, passou a preconizar que: “As cotas por dependente
cessarão com a perda dessa qualidade e não serão reversíveis aos demais dependentes,
preservado o valor de 100% (cem por cento) da pensão por morte quando o número de
dependentes remanescente for igual ou superior a 5 (cinco)”.
Para fins de recebimento da pensão por morte, considera-se como filho por equipara-
ção exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência
econômica (art. 23, § 6º, EC 103/2019). Apesar dessa previsão normativa restritiva, tanto
o STF (ADINs 4878 e 5083) como o STJ (Tema Repetitivo 732) também incluem no rol de
dependentes previdenciários, na condição de filho por equiparação, o menor sob guarda.

6) Acumulação de benefícios – Novos critérios (art. 24)

6.1) Conceito

Acumulação de benefícios é o recebimento simultâneo de dois ou mais benefícios pre-


videnciários.
Devemos partir da premissa de que, em regra, é possível a acumulação de benefícios
previdenciários pelo segurado ou dependente, sendo exceção as hipóteses proibidas, as
quais devem estar previstas na legislação previdenciária.

6.2) Fundamento normativo

O art. 201, § 15, da CF/1988 (com redação dada pela EC 103/2019) dispõe que “Lei
complementar estabelecerá vedações, regras e condições para a acumulação de benefícios
previdenciários”.
Atualmente, a norma infraconstitucional que dispõe sobre as hipóteses de acumulação
indevida de benefícios é o art. 124 da Lei n. 8.213/1991, norma que foi recepcionada pela EC
103/2019 com o status de lei materialmente “Complementar’’.
No âmbito infralegal, o Decreto n. 3.048/1999 dispõe sobre regras de acumulação de
benefícios em seus art. 167 e 167-A.

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6.3) Aplicação intertemporal das regras proibitivas de cumulação

Na hipótese de sobrevir uma norma proibitiva de cumulação de benefícios, deve ser


respeitado o direito adquirido à acumulação, hipótese em que será observada a “Teoria da
Atividade”, também conhecida como princípio do “tempus regit actum”.
Ou seja, se hoje é possível receber cumulativamente dois benefícios, contudo, amanhã
vier a ser publicada uma lei vedando essa acumulação, aqueles que já recebiam os benefí-
cios não serão atingidos, mas apenas aqueles que implementarem os requisitos após a nova
lei é que serão atingidos por essa nova legislação.

6.4) Hipóteses proibitivas de acumulação previstas na Lei n. 8.213/1991

O art. 124 da Lei n. 8.213/1991 dispõe que, salvo no caso de direito adquirido, não é
permitido o recebimento conjunto dos seguintes benefícios da Previdência Social:

I – aposentadoria e auxílio por incapacidade temporária;

Conforme dispõe o art. 18, § 2º, da Lei n. 8.213/1991, o aposentado pelo RGPS que
permanecer em atividade retornar ao trabalho após sua aposentadoria, não fará jus a pres-
tação alguma da Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao
salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado.
Com efeito, na hipótese de o segurado sofrer algum acidente ou então contrair alguma
doença que o incapacite para o trabalho, ele não fará jus a receber o auxílio por incapacidade
temporária.

II – mais de uma aposentadoria;

Não será possível o recebimento cumulativo de mais de uma aposentadoria no âmbito


do RGPS. Vale lembrar que, ao julgar o caso envolvendo a chamada desaposentação, o
STF entendeu que não há norma brasileira que permita a existência desse instituto. Logo, o
tempo trabalhado após a aposentadoria não será utilizado para aumentar a renda mensal do
aposentado.
É importante perceber que essa vedação a receber duas aposentadorias é no mesmo
regime previdenciário. Todavia, é possível receber uma aposentadoria pelo RGPS e outra
pelo RPPS. Isso porque é possível que um servidor público também trabalhe na iniciativa
privada e, consequentemente, possa se aposentar em ambos os regimes.

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III – aposentadoria e abono de permanência em serviço;

Atualmente essa hipótese de cumulação não ocorre mais, porquanto o abono de per-
manência em serviço foi extinto do RGPS pela Lei n. 8.870/1994.

IV – salário-maternidade e auxílio-doença;

Caso a segurada esteja recebendo auxílio por incapacidade temporária, este será sus-
penso durante a percepção do salário-maternidade, podendo ser reativado se a incapaci-
dade perdurar após o término do benefício por incapacidade.

V – mais de um auxílio-acidente;

Até o ano de 1997, o segurado que sofresse um acidente do trabalho recebia o auxí-
lio-acidente e, caso se aposentasse posteriormente, também recebia a sua aposentadoria.
Após a Lei n. 9.528/1997, essa acumulação foi vedada. Dessa forma, a partir de então
o auxílio-acidente será pago até a véspera da aposentadoria do segurado. Todavia, vale lem-
brar que o valor recebido a título de auxílio-acidente será computado para o cálculo da renda
mensal da aposentadoria.
O segurado que estiver recebendo um auxílio-acidente e, em virtude de um novo
infortúnio de qualquer natureza, vier a sofrer uma nova incapacidade parcial e permanente
(sequela), não fará jus ao recebimento de um novo benefício de mesma natureza.
Na hipótese, mesmo apresentando duas sequelas distintas, o segurado fará jus a um
único auxílio-acidente, cuja renda mensal será de 50% do seu salário-de-benefício.

VI – mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro(a);

A vedação de receber mais de uma pensão por morte se aplica apenas nos casos em
que o benefício decorrer do falecimento de cônjuge ou companheiro. Dessa forma, seria
possível um dependente receber cumulativamente uma pensão deixada pelo cônjuge e outra
por um filho.
Na hipótese de um dependente já estiver recebendo uma pensão deixada por cônjuge/
companheiro e, em virtude de um novo vínculo conjugal (casamento ou união estável), vier
a ter direito a uma nova pensão, em virtude da impossibilidade de cumulação desses benefí-
cios, o(a) dependente terá direito a optar pela pensão mais vantajosa.

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Parágrafo único. É vedado o recebimento conjunto do seguro-desemprego com


qualquer benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto pensão por
morte ou auxílio-acidente.

Apesar de a Lei n. 8.213/1991 somente prever a possibilidade de recebimento cumula-


tivo de seguro-desemprego com os benefícios de pensão por morte e auxílio-acidente, o art.
167, § 2º, do Regulamento da Previdência Social (Decreto n. 3.048/1999) também permite a
acumulação do seguro-desemprego com o auxílio-reclusão.

6.5) Outras hipóteses proibitivas de acumulação previstas em Lei

a) Auxílio por incapacidade temporária com auxílio-acidente de causa idêntica

Com fundamento no art. 86, § 2º, da Lei n. 8.213/1991, o auxílio-acidente será devido a
partir do dia seguinte ao da cessação do auxílio por incapacidade temporária.
Ao julgar o Tema Repetitivo n. 862 o STJ fixou a seguinte tese: “O termo inicial do
auxílio-acidente deve recair no dia seguinte ao da cessação do auxílio-doença que lhe deu
origem, conforme determina o art. 86, § 2º, da Lei n. 8.213/1991, observando-se a prescrição
quinquenal da Súmula 85/STJ”.
Dessa forma, resta evidente que a percepção do auxílio-acidente pressupõe a ces-
sação do auxílio por incapacidade temporária, não sendo lícito o recebimento cumulativo
desses benefícios.
Referida vedação diz respeito apenas às hipóteses em que ambos os benefícios por
incapacidade decorram de um mesmo fato gerador. Havendo uma origem diversa para cada
prestação social, não haveria vedação ao recebimento cumulativo de auxílio por incapaci-
dade temporária e auxílio-acidente.

b) BPC-LOAS + benefício previdenciário

O BPC-LOAS não pode ser acumulado com qualquer outro benefício no âmbito da
Seguridade Social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão especial
de natureza indenizatória (art. 20, § 4º, Lei n. 8.742/1993).
Ao julgar o Tema Representativo de Controvérsia n. 253, a TNU fixou a seguinte tese:
“É inacumulável o benefício de prestação continuada – BPC/LOAS com o auxílio-acidente,
na forma do art. 20, § 4º, da Lei n. 8.742/1993, sendo facultado ao beneficiário, quando pre-
enchidos os requisitos legais de ambos os benefícios, a opção pelo mais vantajoso”.

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6.6) Hipóteses proibitivas de acumulação previstas no Decreto n. 3.048/1999

a) Auxílio-acidente com qualquer aposentadoria

O art. 167, IX, do Decreto n. 3.048/1999 dispõe não ser permitido o recebimento con-
junto do auxílio-acidente com qualquer aposentadoria.
Eis uma vedação que passou a vigorar a partir de 1997, pois até esse ano, o segu-
rado tinha direito a receber cumulativamente o auxílio-acidente e uma aposentadoria. Porém,
após a Lei n. 9.528/1997, essa acumulação foi vedada.
Assim, hoje, o auxílio-acidente é pago até a véspera da aposentadoria do segurado.
Todavia, vale lembrar que o valor mensal recebido a título de auxílio-acidente integra o salá-
rio-de-contribuição para fins de cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria
(art. 31, Lei n. 8.213/1991).

b) Aposentadoria e salário-maternidade do(a) segurado(a) com auxílio-reclusão


dos dependentes

O segurado recluso em regime fechado, durante a percepção, pelos dependentes, do


benefício de auxílio-reclusão, não terá o direito aos benefícios de salário-maternidade e de
aposentadoria, exceto se manifestada a opção pelo benefício mais vantajoso também pelos
dependentes (art. 167, § 4º, Decreto n. 3.048/1999).

6.7) Regras de acumulação previstas na EC 103/2019

a) Proibição de receber mais de uma pensão, no âmbito do mesmo regime previ-


denciário, deixada por cônjuge ou companheiro

Corroborando a vedação prevista no art. 124, VI, da Lei n. 8.213/1991, o art. 24 da EC


103/2019 dispõe que, ressalvadas as pensões do mesmo instituidor decorrentes do exercício
de cargos acumuláveis na forma do art. 37 da CF/1988, é vedada a acumulação de mais de
uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro, no âmbito do mesmo regime
de previdência social.
A exemplo do que ressaltamos por ocasião da análise da Lei de Benefícios, a vedação
de receber mais de uma pensão por morte se aplica apenas nos casos em que o benefí-
cio decorrer do falecimento de cônjuge ou companheiro, sendo possível, por exemplo, um
dependente receber cumulativamente uma pensão deixada pelo cônjuge e outra por um filho.

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b) Hipóteses de acumulação parcial permitidas pela EC 103/19

De acordo com o § 1º do art. 24 da EC 103/2019, será permitida a acumulação de:

b.1) Duas pensões em regimes previdenciários diversos (inciso I)


É possível acumular uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de
um regime de previdência social, com pensão por morte concedida por outro regime de pre-
vidência social, ou então com pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os
art. 42 e 142 da CF/1988.

b.2) Pensão + aposentadoria (inciso II)


É possível acumular uma pensão por morte deixada por cônjuge ou companheiro de
um regime de previdência social, com aposentadoria concedida no âmbito do RGPS ou de
RPPS, ou então com proventos de inatividade decorrentes das atividades militares de que
tratam os art. 42 e 142 da CF/1988.
Com efeito, se uma pessoa recebe a pensão deixada pelo cônjuge, mas também tra-
balha e acaba cumprindo os requisitos para se aposentar, pode receber os dois benefícios,
contudo, conforme se verá adiante, a acumulação será parcial, não recebendo a totalidade
dos dois benefícios.

b.3) Pensão de militar + aposentadoria (inciso III)


É possível acumular pensões decorrentes das atividades militares de que tratam os art.
42 e 142 da CF/1988, com aposentadoria concedida no âmbito do RGPS ou RPPS.

c) Critérios para acumulação parcial


Apesar de o § 1º do art. 24 da EC 103/2019 prever hipóteses de recebimento cumulativo
de benefícios, referidas acumulações não ensejam o somatório integral dos proventos, o que
evidenciaria uma acumulação total.
Ao contrário, o § 2º do art. 24 da EC 103/2019 garante uma acumulação apenas parcial
dos proventos, representada pela percepção do valor integral do benefício mais vantajoso,
acrescido de uma parte de cada um dos demais benefícios, apurada cumulativamente de
acordo com as seguintes faixas:

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Com efeito, na hipótese de cumulação parcial de benefícios, será assegurado o rece-


bimento de 100% do benefício mais vantajoso, mais um percentual do benefício menos van-
tajoso, sendo que quanto maior o valor da renda mensal desse benefício (menos vantajoso),
menor será o percentual de acumulação.

Na hipótese de recebimento de pensão desdobrada, para fins de aplicação do critério


de cumulação parcial, será considerado o valor correspondente ao somatório da cota indivi-
dual e da parcela da cota familiar, devido ao pensionista, que será revisto em razão do fim
do desdobramento ou da alteração do número de dependentes (art. 167-A, § 3º, Decreto n.
3.048/1999).

c.1) Revisão dos critérios de acumulação parcial


Havendo alteração da renda mensal de algum dos benefícios percebidos cumulativa-
mente, a pedido do interessado o cálculo dessa acumulação parcial poderá ser revisto a
qualquer tempo (art. 24, § 3º, EC 103/2019).

c.2) Direito adquirido à acumulação total


Na hipótese de o direito aos benefícios acumuláveis ter sido adquirido antes da data
de entrada em vigor da EC 103/2019 (13/11/2019), não se aplica o critério de acumulação
parcial, sendo assegurado o somatório integral dos proventos (art. 24, § 4º, EC 103/2019).

c.3) Alterações futuras nas regras de acumulação


As regras sobre acumulação previstas no art. 24 da EC 103/2019, bem como na legisla-
ção vigente na data de entrada em vigor desta Emenda Constitucional, poderão ser alteradas
na forma do § 15 do art. 201 da CF/1988 (art. 24, § 5º, EC 103/2019).

7) Contagem de tempo fictício para fins de aposentadoria (art. 25, caput)

Até o início da vigência da EC 103/2019, fato ocorrido em 13/11/2019, para fins de con-
cessão de aposentadoria, será assegurada a contagem de tempo de contribuição fictício no
RGPS decorrente de hipóteses descritas na legislação previdenciária.
Após essa data, será vedada a contagem de tempo de contribuição fictício para efeito
de concessão dos benefícios previdenciários e de contagem recíproca, nos termos do preco-
nizado no art. 201, § 14, CF/1988 (art. 25, EC 103/2019).

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8) Comprovação de atividade rural (art. 25, § 1º)

Com o advento das alterações normativas introduzidas pela Minirreforma Previdenciá-


ria (Lei n. 13.846/2019), a Lei n. 8.213/1991 passou a exigir uma maior formalização cadas-
tral dos segurados especiais. Conforme o art. 38-A, o Ministério do Trabalho e Previdência
manterá sistema de cadastro dos segurados especiais no CNIS (CNIS-RURAL), podendo
firmar acordo de cooperação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e
com outros órgãos da administração pública federal, estadual, distrital e municipal para a
manutenção e a gestão do sistema de cadastro.
O INSS, no ato de habilitação ou de concessão de benefício, verificará a condição de
segurado especial e, se for o caso, o pagamento da contribuição previdenciária, de modo a
considerar, dentre outras informações, aquelas constantes do CNIS (§ 3º).
O INSS utilizará as informações constantes do CNIS-RURAL para fins de comprovação
da condição e do exercício da atividade rural do segurado especial e do seu grupo familiar
(art. 38-B, LBPS).
A partir de 1º/01/2023, a comprovação da condição e do exercício da atividade rural do
segurado especial ocorrerá, exclusivamente, por meio das informações constantes do CNIS-
-RURAL (§ 1º).
Referido prazo será prorrogado até que 50% dos segurados especiais estejam inseri-
dos no sistema, circunstância a ser apurada conforme quantitativo da Pesquisa Nacional por
Amostra de Domicílios Contínua - PNUD (art. 25, § 1º, EC 103/2019), cabendo a Secretaria
de Previdência do Ministério do Trabalho e Previdência definir sobre o fim da prorrogação
(art. 19-D, § 19, Decreto n. 3.048/1999).

9) Conversão de tempo especial em comum (art. 25, § 2º)

Ao segurado do RGPS que comprovar tempo de efetivo exercício de atividade sujeita a


condições especiais que efetivamente prejudiquem a saúde, cumprido até a data de entrada
em vigor da EC 103/2019 (13/11/2019), será reconhecida a conversão de tempo especial em
comum, na forma prevista na Lei n. 8.213/1991, sendo vedada a conversão para o tempo
cumprido após a vigência da Reforma Previdenciária de 2019 (art. 25, § 2º, EC 103/2019).

10) Nulidade de aposentadoria com contagem recíproca sem o recolhimento da


contribuição (art. 25, § 3º)

Serão consideradas nulas as aposentadorias concedidas por RPPS que utilizem tempo
de RGPS (contagem recíproca), mediante o cômputo de tempo de serviço sem o recolhi-
mento da respectiva contribuição ou da correspondente indenização pelo segurado obrigató-
rio responsável, à época do exercício da atividade, pelo recolhimento de suas próprias con-
tribuições previdenciárias (art. 25, § 3º, EC 103/2019).

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11) Salário-de-benefício – Novo período básico de cálculo (art. 26)

Até o advento da Reforma Previdenciária de 2019, com fundamento no art. 29 da Lei n.


8.213/1991, o salário-de-benefício era representado pela média dos 80% maiores salários-
-de-contribuição, a contar da competência julho de 1994.
Ocorre que o referido dispositivo legal não foi recepcionado pela EC 103/2019, cujo art.
26, caput, passou a dispor uma regra transitória que ampliou o período básico de cálculo, não
mais permitindo o descarte automático dos 20% menores salários-de-contribuição.
Com efeito, após a EC 103/2019, o cálculo dos benefícios do RGPS irá considerar a
média aritmética simples dos salários de contribuição, atualizados monetariamente, corres-
pondentes a 100% do período contributivo desde a competência julho de 1994, ou desde o
início da contribuição, se posterior àquela competência.

12) Novo coeficiente de cálculo das aposentadorias (art. 26, § 2º)

A partir da EC 103/2019, a renda mensal das aposentadorias passa a observar uma


nova regra, sendo representada pelo somatório de um coeficiente fixo, podendo ser acres-
cido de um coeficiente variável que será proporcional ao tempo de contribuição do segurado.
Dessa forma, o coeficiente a incidir sobre a base de cálculo será composto de uma
parte fixa de 60%, acrescido de uma parte variável de 2% por ano de contribuição que supe-
rar o tempo mínimo de 15 anos de contribuição para as mulheres e 20 anos para os homens.
Portanto, quanto mais tempo de contribuição o(a) segurado(a) possuir, maior será o coefi-
ciente de cálculo.
Referido critério será utilizado nas seguintes modalidades de aposentadoria: progra-
mada, por incapacidade permanente de origem comum (se a incapacidade for de origem
ocupacional o percentual será de 100%), aposentadoria especial e aposentadoria por idade
e tempo de contribuição que observem as regras de transição.

13) Auxílio-reclusão – Renda mensal limitada ao salário mínimo (art. 27, § 1º)

Com o advento da Reforma Previdenciária de 2019, a renda mensal do benefício de


auxílio-reclusão passou a equivaler ao valor do salário mínimo.
Isso porque, conforme se extrai do art. 27, § 1º, da EC 103/2019, até que lei discipline
o valor do auxílio-reclusão, seu cálculo será realizado na forma daquele aplicável à pensão
por morte, não podendo exceder o valor de 1 salário mínimo.
Dessa forma, se os benefícios previdenciários substitutivos da renda do trabalhador
não podem ser pagos em valor inferior ao salário mínimo (art. 201, § 2º, CF/1988), bem como
a EC 103/2019 passou a estabelecer que o auxílio-reclusão não pode superar o valor do
salário mínimo, a conclusão que se chega é que a renda mensal desse benefício passa a ser
equivalente ao valor do salário mínimo.

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14) Novas alíquotas de contribuição dos segurados empregado, doméstico e tra-


balhador avulso (art. 28)

Até o advento da Reforma Previdenciária de 2019, com fundamento no art. 20 da Lei


n. 8.212/1991, a contribuição dos segurados empregado, doméstico e avulso, observava as
alíquotas de 8%, 9% e 11%, a incidir de forma não cumulativa de acordo com determinadas
faixas remuneratórias.
Com a entrada em vigor da EC 103/2019, referido dispositivo legal não foi recepcionado
pela nova ordem constitucional, sendo que o art. 28 desta Emenda estabeleceu regra transi-
tória que introduziu novas alíquotas contributivas, as quais devem incidir de forma progres-
siva sobre o salário-de-contribuição dos segurados.
As novas alíquotas são de 7,5%, 9%, 12% e 14%, a incidir cada uma sobre as seguintes
faixas de valores previstas na Portaria Interministerial MTP/ME n. 12/2022:

SALÁRIO-DE-CONTRIBUIÇÃO (R$) ALÍQUOTA PROGRESSIVA PARA FINS DE RECOLHIMENTO AO INSS


até 1.212,00 7,5%
de 1.212,01 até 2.427,35 9%
de 2.427,36 até 3.641,03 12%
de 3.641,04 até 7.087,22 14%

Dessa forma, se por exemplo um segurado empregado receber uma remuneração


mensal de R$ 3 mil, apesar de este valor se encontrar na terceira faixa remuneratória, não
haveria um cálculo único com a multiplicação direta pela alíquota de 12%.
Isso porque, até R$ 1.212,00 haveria a alíquota de 7,5%, entre 1.212,01 até 2.427,35
haveria a incidência de 9%, bem como de R$ 2.427,36 até R$ 3.000,00 seria observada a
alíquota de 12%, sendo que o somatório desses valores parciais é que representaria a con-
tribuição efetiva desse segurado.

15) Complementação, utilização do excesso contributivo e agrupamento de com-


petências (art. 29)

Conforme referido anteriormente por ocasião da análise do § 14 do art. 195 da CF/1988,


uma das grandes novidades introduzidas pela EC 103/2019 foi não reconhecer os efeitos
previdenciários (tempo de contribuição, carência etc.) daquelas competências em que a con-
tribuição do segurado não tenha observado o limite mínimo de contribuição mensal exigido
para sua categoria.
A fim de viabilizar o aproveitamento dessas competências, o art. 29 da EC 103/2019
apresenta uma regra transitória que faculta ao segurado três alternativas:

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PRINCIPAIS NOVIDADES NORMATIVAS DA REFORMA PREVIDENCIÁRIA
Prof. Fernando Maciel

a) complementar a sua contribuição, de forma a alcançar o limite mínimo exigido (inciso


I). Por exemplo: o salário mínimo é de R$ 1.212,00, mas o trabalhador recebeu num deter-
minado mês apenas R$ 1.000,00. Nesse caso, ela poderá complementar a diferença para
computar o período, recolhendo a contribuição sobre os R$ 212,00 que faltam para alcançar
o limite mínimo contributivo.
b) utilizar o valor da contribuição que exceder o limite mínimo de contribuição de uma
competência em outra (inciso II). Por exemplo: se o salário mínimo for R$ 1.212,00 e o con-
tribuinte receber R$ 1.412,00 em janeiro e R$ 1.012,00 em fevereiro, ele poderá utilizar o
excesso contributivo de janeiro e aproveitá-lo na competência de fevereiro, atingindo o limite
mínimo contributivo em ambos os meses.
c) agrupar contribuições inferiores ao limite mínimo de diferentes competências, para
aproveitamento em contribuições mínimas mensais (inciso III). Por exemplo: se o salário
mínimo for R$ 1.212,00 e o contribuinte receber R$ 606,00 em janeiro e R$ 606,00 em feve-
reiro. Nesse caso, como nenhum dos meses será computado para fins previdenciários, o
segurado poderá solicitar o agrupamento das competências, computando, nesse caso, pelo
menos um mês de contribuição.

Importante salientar que os ajustes de complementação, utilização de excesso contri-


butivo, bem como o agrupamento de contribuições somente poderão ser feitos ao longo do
mesmo ano civil (parágrafo único).

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