Você está na página 1de 10

Cuidados Paliativos: Importância do Tema para

Discentes de Graduação em Medicina


Palliative Care: Importance of the Subject for
Medical Students
Divanise Suruagy CorreiaI
Maria Erigleide da Silva BezerraI
Thatiane Silva de LucenaI
Maria Stella Jakeline Alves de FariasI
Daniel Antunes FreitasII
Jorge Luis de Souza RiscadoI

RESUMO
PALAVRAS-CHAVE Introdução: Cuidados paliativos são ações que buscam atuar na qualidade de vida de pessoas doentes e
–– Cuidados Paliativos. de seus familiares, aliviando e prevenindo o sofrimento diante de uma doença terminal. A inserção da
temática dos cuidados paliativos no currículo da graduação em Medicina auxiliaria futuros médicos
–– Educação Médica.
a enfrentar as limitações/implicações a que serão submetidos em sua vida profissional e até mesmo
–– Morte. durante a graduação. Objetivo: Identificar a importância da temática dos cuidados paliativos para
discentes da graduação em Medicina. Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, descritivo e
transversal. Foi utilizada uma versão adaptada do instrumento PEAS – Physicians’ End-of-Life Care
Attitude Scale. Foram usadas 37 questões do tipo Likert, buscando atender às finalidades do estudo.
A coleta ocorreu em 2015, em amostra aleatória, não probabilística, composta por 134 estudantes
que cursavam os dois últimos anos (internato) da graduação de Medicina de uma universidade fede-
ral brasileira. Os dados foram analisados pelo programa SPSS. Resultados: Dos 134 participantes,
59,7% eram do sexo feminino, com idades entre 22 e 37 anos. Os resultados apontam que 85,84% dos
estudantes necessitam de alguma supervisão ou instrução básica para discutir a respeito de cuidados
paliativos e sobre a retirada de tratamento com pacientes e familiares. Com relação ao manejo clínico
do paciente terminal, 78,35% se consideram capazes de manejar sozinhos, ou sob supervisão mínima,
sintomas como constipação ou vômitos, entretanto apenas 19,05% se consideram capazes de manejar
sintomas como delirium ou dispneia terminais. Apesar de 41,8% dos estudantes não se preocuparem
com sua própria morte, 88,1% se sentem ansiosos ou desconfortáveis diante da morte do seu paciente.
A inclusão, no currículo de Medicina, de habilidades de comunicação em cuidados paliativos e em
ética sobre o fim da vida foi considerada importante ou muito importante por 95,5% dos estudantes
entrevistados. Conclusão: Os dados demonstraram que os discentes identificam as deficiências oca-
sionadas pela ausência ou limitação do ensino de cuidados paliativos na graduação e têm interesse em
ver a temática incluída como disciplina no currículo médico, o que sugere a realização de mais estudos
sobre o tema.

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA I


Universidade Federal de Alagoas, Maceió, Alagoas, Brasil.
42 (3) : 78-86; 2018 II
Universidade Estadual de Montes Claros, Montes Claros, Minas Gerais, Brasil.
Divanise Suruagy Correia et al.  DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20170105.r1

KEY-WORDS ABSTRACT

–– Palliative Care. Introduction: Palliative care are actions that seek to act on the quality of life of sick people and their
families, alleviating and preventing suffering in the face of a terminal illness. The insertion of the
–– Medical Education.
palliative care theme in the undergraduate medical curriculum offers possibilities for future physi-
–– Death. cians to face the limitations / implications that they will undergo in their professional life and even
during graduation. Objective: To identify the importance of the Palliative Care theme for undergra-
duate students in Medicine. Methodology: This is a quantitative, descriptive and cross-sectional
study. An adapted version of the Instrument “PEAS – Physicians’ End-of-Life Care Attitude Scale”
was used as instrument. 37 Likert-type questions were used to meet the aims of the study. The collec-
tion was made in 2015, in a random, non-probabilistic sample, composed of 134 students who were
attending the last two years (internship) of Medicine School of a Brazilian Federal University. Data
were analyzed in the SPSS program. Results: Of the 134 participants, 59.7% were female, aged be-
tween 22 and 37 years. The results indicate that 85.84% of students need some supervision or basic
instruction to discuss palliative care and withdrawal of treatment with patients and their families.
Regarding the clinical management of the terminal patient, 78.35% consider themselves capable of
handling alone or under minimal supervision, symptoms such as constipation or vomiting, but only
19.05% consider themselves capable of handling symptoms such as terminal delirium or dyspnea.
Although 41.8% of students do not care about their own death, 88.1% feel anxious or uncomfortable
about the death of their patient. The inclusion in the medical curriculum of communication skills in
Palliative Care and end-of-life ethics was considered important or very important by 95.5% of the
students interviewed. Conclusion: Data showed that the students identify the deficiencies caused
by the absence or limitation of the Palliative Care teaching during graduation and are interested in
seeing the theme included as a discipline in the medical curriculum, which suggests further studies
on the topic.

Recebido em: 16/12/2017

Aceito em: 22/3/2018

INTRODUÇÃO
O contexto sociocultural, na contemporaneidade, relega a movimento Hospice e pela Dra. Cicely Mary Saunders, no Saint
morte à condição de “indesejada”, o que resulta em compor- Christopher’s Hospice, em Londres, em 1967. Iniciados por Ci-
tamentos de negação frente ao acontecimento, dificultando cely Saunders, os serviços de cuidados paliativos espalharam-
sua inclusão como parte da vida1. Kübler-Ross2 apresenta as -se por todo o mundo, chegando ao Brasil na década de 1980.
fases emocionais pelas quais passam os pacientes e familiares Já se passaram mais de 30 anos desde sua implantação ini-
perante uma doença potencialmente terminal, e Paiva et al.3 cial, e recentemente houve seu reconhecimento como área de
discutem os estudos realizados por Kübler-Ross. A esse res- atuação médica no País. Apesar disso, a literatura demonstra
peito, Cassorla4 acrescenta que tais estudos culminaram com que a formação em cuidados paliativos no Brasil se apresenta
a identificação de cinco estágios apresentados por pacientes, aquém do que era de se esperar para o tempo decorrido e a
familiares, médicos e equipe de saúde ante a ameaça da morte: importância atribuída ao tema.
negação e isolamento; raiva; barganha; depressão e aceitação. Ao tratar do desenvolvimento histórico dos cuidados pa-
No contexto da Medicina, a morte sempre foi considera- liativos no mundo, Santos7 remete à origem da humanidade,
da um sinônimo de fracasso da atuação do profissional médi- apontando que desde seu surgimento a espécie é acompanha-
co, sendo abordada nos currículos, no máximo, sob o aspecto da por sofrimentos e doenças, buscando, em consequência,
eminentemente científico, sem se aproximar do campo das meios para aliviá-los.
emoções5,6. Avançando na história, merece destaque a experiência
A integração entre ensino e pesquisa e assistência aos pa- de Cicely Saunders em Saint Joseph e Saint Luke, devido à
cientes com doença terminal é o grande legado deixado pelo contribuição para o desenvolvimento moderno dos cuidados

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA


79 42 (3) : 78 – 86 ; 2018
Divanise Suruagy Correia et al.  DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20170105.r1

paliativos. Sua atuação consistia em manter contato direto Profissionais que atuam com cuidados paliativos devem
com os pacientes, ouvindo-os, anotando e monitorando os trabalhar em equipe multiprofissional e estar preparados para
resultados do desenvolvimento da dor e controle dos sinto- lidar com sentimentos de medo, angústia e sofrimento dos pa-
mas, bem como da administração dos opioides orais, na Ingla- cientes e de seus familiares, pautando sua atuação pelo equilí-
terra da década de 1960, o que culminou com a fundação do brio e respeito entre a realidade da finitude e as necessidades
Saint Cristopher’s Hospice em 1967, em Londres7. Figueiredo do paciente4,10-12.
e Stano8 ressaltam que esse período criou as bases do que se Os princípios que fundamentam os cuidados paliativos,
convencionou chamar de Movimento Hospice ou Cuidados estabelecidos pela OMS9, consideram a morte como um pro-
Paliativos (CP). cesso natural, que deve ocorrer em seu tempo, não devendo
No contexto do desenvolvimento histórico dos cuidados ser apressado nem retardado. A integração dos aspectos psi-
paliativos, merece destaque especial o cenário mais recente cossociais e espirituais ao cuidado do paciente oferece um
observado para a temática. Nesse sentido, Santos7 menciona sistema de apoio para ajudar pacientes a viverem ativamente
a existência de organismos internacionais dedicados aos cui- tanto quanto possível até a morte e a família a lidar com a
dados paliativos, como a International Association of Hospice doença do paciente e com seu próprio luto11. A equipe deve
and Paliative Care, um braço da Organização Mundial da Saú- abordar as necessidades dos pacientes e de seus familiares, in-
de (OMS), que visa normatizar a atuação e proporcionar trei- cluindo aconselhamento para o luto, se necessário, reforçando
namento aos profissionais, além de educar a população acerca a busca pela qualidade de vida em conjunto com outras tera-
dos cuidados paliativos. pias que prolonguem a vida, sem aumentar as complicações
Um ranking divulgado pelo The Economist em 2015 apre- clínicas e os fatores que causam sofrimento11.
senta o Índice de Qualidade de Morte ao redor do Mundo, Para inserir a temática dos cuidados paliativos no con-
estando a Europa representada como a região com a melhor texto do ensino em Medicina, existem alguns aspectos gerais
qualidade de morte, e o Reino Unido ocupando a primeira e específicos. O Ministério da Educação, por intermédio das
posição. As Américas são superadas apenas pelo continente Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em
africano, estando o Brasil na décima posição entre os 17 países Medicina, apresenta recomendações para a formação do estu-
americanos listados. dante de Medicina: ele deve ter uma formação geral, huma-
Enquanto o continente europeu já trabalhava os cuida- nista, crítica, reflexiva e ética, com capacidade para atuar nos
dos paliativos há cerca de 20 anos, no Brasil sua história é diferentes níveis de atenção à saúde, tanto no âmbito indivi-
mais recente. Inicia-se na década de 1980, com o surgimento dual quanto no coletivo.
do primeiro serviço de cuidados paliativos em 1983 no Rio Por tudo o que foi exposto, torna-se relevante e necessária
Grande do Sul9. Somente em 2011, por meio da Resolução nº a discussão sobre o ensino dos cuidados no fim da vida. Desse
1.973/2011 do Conselho Federal de Medicina (CFM), é que a modo, o presente estudo se propõe a identificar a importância
medicina paliativa se tornou área de atuação de seis especia- da temática dos cuidados paliativos para discentes da gradu-
lidades médicas (geriátrica, pediátrica, oncológica, clínica mé- ação em Medicina.
dica, anestesiológica e medicina da família)8 .
A Organização Mundial de Saúde9 descreve os cuidados MÉTODO
paliativos como os serviços destinados a prevenir e aliviar o Estudo quantitativo, descritivo e transversal. Para a coleta
sofrimento de pacientes e famílias que enfrentam doenças que dos dados utilizou-se uma versão adaptada do instrumento
ameaçam a vida, por meio do gerenciamento precoce da dor PEAS – Physicians’ End-of-Life Care Attitude Scale, ou Escala de
e de outros problemas físicos, psicossociais e espirituais. Estu- Atitudes Médicas de Cuidados no Fim da Vida (em tradução
diosos sobre o tema enfatizam a sua prática em equipe multi- livre), elaborada por Levetown et al13, com o intuito de medir
profissional e que os cuidados paliativos visam aprimorar a o resultado do ensino de cuidados paliativos, composta por 64
qualidade de vida de pacientes e seus familiares10,11. questões do tipo Likert.
Matsumoto11 destaca a importância de não falar em pro- Os 64 itens da escala PEAS foram traduzidos para o portu-
tocolos, terminalidade e impossibilidade de cura, mas, sim, guês, e, a partir deles, foram elaboradas 37 questões objetivas,
em princípios, considerando a doença que ameaça a vida e o organizadas em quatro grupos, sem opção de neutralidade, a
tratamento modificador da enfermidade, incluindo também a fim de verificar a autopercepção dos estudantes de Medicina em
discussão sobre a espiritualidade e a família como foco dos relação as suas habilidades para lidar com cuidados paliativos
cuidados, inclusive após a morte do paciente. de pacientes em fase terminal e, ainda, identificar sua opinião

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA


80 42 (3) : 78 – 86 ; 2018
Divanise Suruagy Correia et al.  DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20170105.r1

sobre a importância da inserção de elementos específicos dos dos estudantes respondeu que se sente capaz de executar
cuidados paliativos no currículo de graduação em Medicina. as atividades sob supervisão ou sob supervisão mínima.
Os dados foram coletados durante o ano de 2015, na A atividade de discutir retirada de tratamentos foi aquela
Faculdade de Medicina. Foram convidados a participar da com maior necessidade de supervisão (73,9%), seguida pela
pesquisa todos os estudantes que cursavam, no momento da discussão de orientação de não reanimação ou limitação de
pesquisa, o internato (dois últimos anos do curso), totalizando tratamento (70,9%), que, juntamente com a discussão sobre
167 alunos, dos quais 80,24% participaram. mudança de abordagem terapêutica de curativa para medi-
As variáveis estudadas foram: idade; sexo; classificação das de conforto, foi a que apresentou os menores índices de
da autopercepção em relação ao grau de competência a res- estudantes que se consideram competentes para executá-las
peito de tópicos sobre interação com pacientes e familiares e sozinhos (9,7%).
manejo clínico; preocupação com decisões clínicas que pudes- Na média, 12,7% dos alunos responderam que neces-
sem contrariar o que é aceito legal, ética e profissionalmente sitam de mais instrução básica para executar as atividades
ou que pudessem ser contrárias às crenças pessoais; classifi- indicadas, número muito próximo à média dos que se con-
cação de situações em relação à morte; indicação do grau de sideram competentes para realizar as atividades sem super-
importância que algumas temáticas deveriam ter no currículo visão (14,16%).
de graduação em Medicina da Faculdade de Medicina da Uni- No que se refere à avaliação do grau de competência acer-
versidade de Alagoas (Famed/Ufal). Para análise dos dados ca do manejo clínico do paciente terminal, os resultados de-
usou-se o programa SSPS. monstram que os estudantes se sentem mais competentes para
Não há conflito de interesses entre os autores do artigo, executar sozinhos, ou com supervisão mínima, as atividades
e o projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de Ética da de avaliação e manejo de constipação (79,1%) e avaliação e
Ufal, processo no CAAE: 44555115.3.0000.5013. manejo de náuseas e vômitos (77,6%); já para as atividades de
avaliação e manejo de dispneia terminal e de delirium termi-
RESULTADOS nal, afirmaram que são competentes para realizar apenas com
A amostra foi composta por 134 participantes, sendo 59,7% do supervisão (40,3% e 44,8%, respectivamente) ou necessitam de
sexo feminino, com idade entre 22 e 37 anos. mais instrução básica (38,1% e 38,8%, respectivamente), con-
Como indicado na Tabela 1, no que se refere à intera- forme ilustra a Tabela 2.
ção com pacientes e familiares e manejo clínico, a maioria

Tabel a 1
Classificação do grau de competência do estudante a respeito de tópicos sobre interação com pacientes e familiares (%)
Competente para Competente para executar Competente para Necessita de mais
executar sozinho com supervisão mínima executar apenas com instrução básica
supervisão ou tutoria
Discutir cuidados paliativos com 13,4 34,3 34,3 17,9
os pacientes
Discutir retirada de tratamentos 10,4 36,6 37,3 15,7
(ex.: antibióticos, hidratação)
Discutir mudança de abordagem 9,7 29,1 41 20,1
terapêutica curativa para medidas
de conforto
Discutir orientação de não 9,7 30,6 40,3 19,4
reanimação ou limitação de
tratamento
Dar notícias ruins para paciente ou 27,6 44 22,4 6
familiar

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA


81 42 (3) : 78 – 86 ; 2018
Divanise Suruagy Correia et al.  DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20170105.r1

Tabel a 2
Classificação do grau de competência do estudante acerca do manejo clínico do paciente terminal (%)
Competente para Competente para Competente para Necessita de mais
executar sozinho executar com executar apenas com instrução básica
supervisão mínima supervisão ou tutoria
Avaliação e manejo de constipação 35,1 44,0 14,9 6,0
Avaliação e manejo de náuseas e vômitos 36,6 41,0 19,4 3,0
Avaliação e manejo de dispneia terminal 4,5 17,2 40,3 38,1
Avaliação e manejo de delirium terminal 3,7 12,7 44,8 38,8

No que concerne à preocupação dos estudantes de que algum grau de concordância com a assertiva, enquanto 42%
certas decisões clínicas possam contrariar o que é aceito le- discordam plenamente ou em parte (Tabela 4).
gal, ética e profissionalmente, ou ainda que sejam contrárias Por outro lado, em relação ao pensar na morte do paciente,
às suas crenças pessoais, os dados demonstram que, quanto a maioria dos entrevistados indicou algum grau de ansiedade
à decisão de prover o máximo de alívio da dor em pacientes ou desconforto (88,1%). Da mesma forma, 70,4% dos entrevis-
oncológicos mesmo antes da fase terminal, a maioria dos dis- tados afirmaram que concordam com a assertiva referente à
centes se preocupa com o fato de a questão ser ilegal ou violar preocupação quanto à sua reação emocional diante de pacien-
recomendações da profissão ou normas éticas, conforme se tes morrendo, enquanto apenas 9,8% não demonstraram tal
observa na Tabela 3; 41% revelam que não estão preocupados preocupação. Esclareça-se que dois entrevistados deixaram de
com as crenças pessoais, nesse ponto. responder a esse item, de modo que o número representado na
ilustração se refere a 132 alunos (Tabela 4). Do mesmo modo,
destaca-se o sentimento de impotência dos estudantes diante
Tabel a 3
de pacientes terminais, presente em 68% dos casos.
Prover o máximo de alívio da dor em pacientes
oncológicos, mesmo antes da fase terminal (%)
Tabel a 4
Não me Algo Algo Muito
preocupo despreocupado preocupado preocupado Pensamentos e sentimentos sobre a morte (%)
Que seja ilegal 24,6 15,7 20,1 39,6 Discordo Discordo Concordo Concordo
plenamente em parte em parte plenamente
Que viole as 11,9 14,9 30,6 42,5
recomendações Pensando sobre a 19,4 22,4 29,9 28,4
estabelecidas e própria morte
represente erro
Pensando sobre a 2,2 9,7 50 38,1
médico
morte do paciente
Que viole as 16,4 16,4 29,9 37,3
Preocupo-me com 9,8 19,7 43,9 26,5
normas éticas
minha reação
Que viole 41 17,2 21,6 20,1 emocional diante de
minhas crenças pacientes morrendo
pessoais
Sinto-me impotente 8 24 38 30
religiosas,
diante de pacientes
éticas e morais
terminais

Nesse item, foram destacados os quatro pontos mais re- Em relação ao grau de importância que deveriam ter algu-
levantes para o estudo, os quais indicam o grau de ansiedade mas habilidades e cuidados com pacientes terminais no cur-
ou desconforto do estudante de Medicina quando pensa sobre rículo de graduação em Medicina, foram selecionados nove
a própria morte e a de seu paciente e, ainda, o grau de preocu- assuntos para que os estudantes avaliassem o grau de impor-
pação com a reação emocional diante de pacientes morrendo tância de cada um no referido currículo (Tabela 5).
e do sentimento de impotência diante de pacientes terminais. Informe-se, quanto a esse ponto, que um dos entrevista-
Os dados demonstram que há algum equilíbrio entre o dos deixou de responder ao referido item, de modo que os va-
número de estudantes que se sentem ansiosos ou desconfortá- lores constantes na Tabela 5 foram calculados contabilizando-
veis quando pensam sobre a própria morte: 58% apresentam -se essa ausência.

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA


82 42 (3) : 78 – 86 ; 2018
Divanise Suruagy Correia et al.  DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20170105.r1

Ressalte-se que todos os itens apontados, exceto “espi- tes e a seus familiares, envolvendo dimensões que afirmem a
ritualidade em cuidados paliativos: o papel do médico”, fo- dignidade do ser humano para além do tratamento com viés
ram considerados importantes ou muito importantes para o exclusivamente curativo.
currículo de Medicina por pelo menos 95% dos entrevistados; Estudantes de Medicina são treinados para curar e salvar,
“avaliação e manejo da dor” foi considerado importante por não conseguindo lidar com os limites da Medicina e suas pró-
99,3% dos estudantes, enquanto “espiritualidade em cuidados prias limitações quando isso não é possível14-16. No que diz res-
paliativos” apresentou o menor índice, considerado importan- peito ao indicador “avaliação do grau de competência acerca
te para o currículo por 69,1%; este item apresentou o maior da interação com pacientes e familiares”, a maioria dos estu-
índice de rejeição: 19,5% o consideraram pouco relevante e dantes respondeu que se sente competente para realizar as ati-
11,3% julgaram que não deveria ser incluído na graduação. vidades elencadas na Tabela 1 com algum nível de supervisão
(média de 69,2%), sendo consideravelmente inferior o percen-
Tabel a 5 tual daqueles que se consideram capacitados para realizar tais
Grau de importância sobre habilidades e atos sem supervisão (média de 14,16%).
cuidados com pacientes terminais para o Por outro lado, em relação à variável “avaliação do grau
currículo de graduação em Medicina (%) de competência acerca do manejo clínico do paciente termi-
nal”, chamam atenção os resultados obtidos em relação às
Muito Importante Pouco Não
importante importante incluir atividades de avaliação e manejo de dispneia terminal e de
Avaliação e manejo 82 17,3 0 0,8 delirium terminal, para as quais os pesquisados afirmaram que
da dor se sentem competentes para realizar sob supervisão (40,3% e
Avaliação e manejo de 57,1 39,1 3 0,8 44,8%, respectivamente) ou que necessitam de mais instrução
náuseas e vômitos
básica (38,1% e 38,8%, respectivamente), conforme ilustra a
Avaliação e manejo 55,6 40,6 3 0,8
Tabela 2.
do delirium terminal
O profissional de saúde sabe manejar de forma eficaz a
Avaliação e manejo 63,9 33,1 2,3 0,8
da dispneia terminal alta tecnologia, porém nem todos são tão eficazes quando se
Habilidades em 69,9 25,6 3,8 0,8 trata do manejo do processo da terminalidade, considerando
comunicação de o fato de humanizar a morte e o morrer. Nesse sentido, vale
pacientes terminais*
destacar que, na formação em Medicina, a tecnicidade dos tra-
Suporte hospitalar 60,9 36,1 2,3 0,8 tamentos curativos é o foco principal, sendo necessário prepa-
Ética de fim de vida** 66,2 29,3 3 1,5 rar o alunado para lidar com os cuidados paliativos e também
Uso de hidratação 66,2 29,3 4,5 0 para discutir a questão com os pacientes e familiares, o que
venosa/alimentação
enteral
geralmente é negligenciado15-17.
Um estudo realizado por Jiang et al.18 na China com o in-
Espiritualidade em 35,3 33,8 19,5 11,3
CP, papel do médico tuito de avaliar o conhecimento dos estudantes de Medicina
Notas: * dar notícias ruins, orientar reunião familiar para discutir prognóstico, retirada chineses sobre conceitos de cuidados paliativos corrobora os
de tratamento;
resultados encontrados no presente estudo: 58,9% dos acadê-
** orientação de não reanimação, cuidados paliativos.
micos responderam estar preparados para lidar com cuidados
terminais do paciente, enquanto apenas 7,5% se consideraram
DISCUSSÃO adequadamente preparados para lidar com a gestão da dor, e
Refletir sobre a formação acadêmica, em especial sobre a inser- 13% adequadamente treinados para controlar os sintomas de
ção (ou não) da temática dos cuidados paliativos no currículo pacientes em estado terminal.
da graduação em Medicina, confere densidade para enfrentar A literatura estudada14,15,19 ratifica os resultados encon-
as limitações/implicações a que serão submetidos os futuros trados, quando se verifica que profissionais médicos não são
médicos, interna e externamente (reflexos sobre si e sobre os treinados formalmente para comunicar aspectos importantes
pacientes e seus familiares). no trato com pacientes terminais, como, por exemplo, dar no-
Tal reflexão é importante na medida em que, a partir tícias ruins20, e, por não receberem capacitação, sentem-se des-
dela, podem ser construídos/revistos os elementos basilares preparados para este cuidado. Tal fato pode causar sentimen-
da formação, de modo a expandir o universo de atuação do tos de impotência e fracasso, o que, com o tempo, pode levar a
profissional médico e, ainda, garantir a assistência aos pacien- um distanciamento emocional do paciente e da família deste.

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA


83 42 (3) : 78 – 86 ; 2018
Divanise Suruagy Correia et al.  DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20170105.r1

Quanto à preocupação dos estudantes de que suas deci- rendo (70,4%) e quanto ao sentimento de impotência em tal
sões possam contrariar o que é aceito legal, ética e profissio- situação (68%).
nalmente, ou, ainda, que possam contrariar suas crenças pes- Figueiredo e Stano8, em estudo que apresentou a experi-
soais, os resultados demonstraram que o foco da preocupação ência da Faculdade de Medicina de Itajubá, que conta com a
em prover o máximo alívio da dor em pacientes oncológicos disciplina Tanatologia e Cuidados Paliativos em seu currículo,
mesmo antes da fase terminal acha-se nos aspectos éticos, le- afirmam que, na medida em que a doença não cede ao trata-
gais e profissionais das atividades realizadas, ficando em se- mento terapêutico e o doente caminha para a morte, o médico
gundo plano as preocupações em relação a contrariar as cren- se encontra menos preparado para seu acompanhamento e
ças pessoais, conforme a Tabela 3. cuidado. Concluem que, quando não há o preparo inicial do
A questão da moralidade e legalidade do exercício médico aluno para lidar com essas questões, não sobra muito tempo
voltado a cuidados paliativos deve considerar o código profis- ou espaço para isso no futuro.
sional para ser legal e, portanto, poder ser feito21. Nesse senti- Os autores afirmam que o ensino dos cuidados paliativos
do, não se deve aceitar algo como verdade absoluta, mas, sim, pode complementar o aprendizado dos profissionais médicos
buscar uma visão pluralista para exercitar a capacidade de em formação, para que estes se sintam mais capacitados para
reflexão na escolha das melhores condutas para o paciente22. lidar com os cuidados ao paciente por meio do viés da medi-
Aspectos legais, ético-profissionais e crenças pessoais cina resolutiva e, na mesma medida, quando a cura não for
estão na base das preocupações dos estudantes de Medicina mais possível.
ao lidarem com decisões clínicas referentes a pacientes com Cuidar de pacientes em fase terminal resulta frequente-
doença terminal14,23. Isto demonstra a necessidade de um tra- mente em sentimentos de ansiedade e angústia, provocados
tamento especial na graduação e na formação continuada des- pela situação de se deparar com pacientes com doenças em
ses estudantes e futuros profissionais. Tais aspectos devem ser fase terminal22. Marta et al.24 sintetizam bem a situação que en-
amplamente discutidos, para que não representem per si um volve os estudantes de Medicina e afirmam que a formação
mecanismo de limitação da atuação profissional por ausência médica gera expectativas idealizadas de que o profissional
de conhecimento do assunto. médico tem de combater e vencer a morte. Quando isso não
A literatura aqui estudada deixa clara a preocupação dos acontece, ou quando não mais é possível que aconteça, a re-
profissionais em relação ao debate do tema “morte e morrer”, alidade de sua própria finitude como pessoa e profissional se
constatando-se que, para os profissionais envolvidos no estu- apresenta, e a fachada da onipotência se esvai, o que provoca
do, a falta de comunicação sobre o assunto acaba sendo preju- a frustração das expectativas de cura, envolvendo também o
dicial ao relacionamento entre os profissionais envolvidos no próprio estudante nessa frustração.
cuidado, e entre estes e os pacientes e seus familiares, o que Assim, pode-se pensar que o despreparo dos estudantes
pode provocar processos ético-legais12,19,21-24. para lidar com a morte decorre, entre outros fatores, do mode-
Sobre o assunto, Hermes e Lamarca10 asseveram ainda que lo de morte adotado pelas escolas de Medicina e demais áreas
muitos médicos têm receio de que o tratamento por meio dos de saúde, nos quais o profissional é treinado para salvar vidas,
cuidados paliativos seja mal interpretado ou confundido com a e a morte é entendida como um fracasso1,11,12,24.
eutanásia, o que ratifica o entendimento aqui defendido de que Portanto, uma das formas adequadas para lidar com essa
os estudos dos cuidados paliativos devem ser implementados situação é a adoção do modelo da boa morte, no qual a morte
na formação do profissional médico durante a graduação. é vista de forma natural2,22, procurando-se tratá-la de modo
A discriminação dos sentimentos em relação à morte e aos distinto, ampliando os cuidados e a atenção ao paciente e à
cuidados de pacientes terminais (Tabela 4) mostra um tópico sua família, mesmo após o falecimento, usando recursos que
importante para identificar a autopercepção dos estudantes minimizem a dor e o desconforto. Este comportamento deverá
de Medicina em relação aos sentimentos que nutrem quando proporcionar suporte emocional e espiritual a todos.
pensam sobre a própria morte e a morte de seu paciente. Na Europa, berço dos cuidados paliativos, verificou-se
Nesse passo, a Tabela 4 apresenta uma comparação entre que há necessidade de iniciar a sensibilização dos estudantes
o sentimento de ansiedade ou o desconforto dos participan- de Medicina durante a graduação8. Lidar com a morte precisa
tes ao pensarem sobre a própria morte (58%) e sobre a morte fazer parte da formação continuada desse estudante, para que
do paciente (88,1%). É de se observar a discrepância entre as ele possa desenvolver em si a capacidade de suportar traba-
duas variáveis, informação que condiz com a preocupação dos lhar com o fenômeno e com os cuidados paliativos desde os
entrevistados em relação à sua reação perante pacientes mor- primeiros anos da graduação.

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA


84 42 (3) : 78 – 86 ; 2018
Divanise Suruagy Correia et al.  DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20170105.r1

Isto pode representar um meio menos traumático e mais de discutir a morte e o manejo clínico do paciente terminal sem
eficaz para a quebra de tabus e paradigmas que permeiam a auxílio de algum nível de supervisão. Eles se sentem ansiosos,
temática, além de preparar o aluno para enfrentar os momen- desconfortáveis e impotentes ao pensarem sobre a morte de
tos em que se depare com a terminalidade da vida – o que traz seu paciente e, diante disso, entendem que elementos relacio-
o reconhecimento de seus limites, dos limites de sua atuação, nados à temática dos cuidados paliativos deveriam ser incluí-
além de chamar a atenção para o respeito à dignidade do pa- dos e mais abordados no currículo de graduação em Medicina.
ciente e de seus familiares no momento em que o tratamento Assim, os dados indicam que os estudantes identificam
com viés curativo não é mais adequado. as deficiências ocasionadas pela ausência/limitação do ensi-
No tocante ao grau de importância que deveriam ter al- no referente aos cuidados paliativos, bem como demonstram
gumas habilidades e cuidados com pacientes com doenças ter- interesse em vê-los incluídos no currículo de Medicina, reve-
minais no currículo de graduação em Medicina, foram elenca- lando a importância do tema para sua formação humanizada,
das, para os fins deste estudo, nove temáticas relacionadas aos indo além da busca pelo curar.
cuidados paliativos, avaliadas pelos estudantes participantes
(Tabela 4). Entre todos os itens listados para a pesquisa, ape- REFERÊNCIAS
nas a questão da espiritualidade em cuidados paliativos foi 1. Duarte AC, Almeida DV, Popim RC. A morte no cotidiano
considerada menos importante, por 30,8% dos alunos. da graduação: um olhar do aluno de medicina. Interface
Hermes e Lamarca10 e Frizzo et al.25 consideram que o cur- – comunicação, saúde e educação, 2015; 19(55):1207-1219.
rículo médico deve ser reformulado para a inclusão de disci- 2. Klubber-Ross E. Sobre a Morte e o Morrer. 8ª ed. São Paulo:
plinas que tratem da tanatologia e da assistência integral ao Martins Fontes, 1998.
paciente em cuidados paliativos e sua família, enaltecendo a 3. Paiva FCL, Almeida Junior JJ, Damásio AC. Ética em cui-
formação humana desses profissionais, além da formação téc- dados paliativos: concepções sobre o fim da vida. Brasília:
nica, que já é bastante preconizada. Revista Bioética, 2014; 22(3):550-560.
O estudo realizado por Pinheiro19, que avalia o grau de 4. Cassorla RMS. A Negação e outras defesas frente à Morte.
conhecimento sobre dor e cuidados paliativos dos estudan- In: SANTOS FS (Org.). Cuidados Paliativos: Discutindo
tes de Medicina, corrobora os resultados obtidos na presente a Vida, a Morte e o Morrer. São Paulo: Editora Atheneu,
pesquisa, pois constata que os estudantes se sentem insegu- 2009, p. 59-76.
ros ao aplicarem os conhecimentos adquiridos na graduação, 5. Chagas RRS, Castro CF, Moura VKST, Cavalcante JC, Ca-
demonstrando interesse em ver incluída na educação médi- valcanti SL, Freitas DA. Percepções da Morte entre os Estu-
ca a temática da dor e dos cuidados ao paciente terminal. Do dantes de Medicina. Revist. Port.: Saúde e Sociedade. 2016;
mesmo modo, Jiang et al.15 encontraram que mais de 80% dos 1(3): 217-227.
entrevistados reconheceram a necessidade de incluir mais ele- 6. Oliveira Cardoso EA, Santos MA. Grupo de Educação
mentos sobre cuidados paliativos no currículo médico básico. para a Morte: uma Estratégia Complementar à Formação
Um estudo com coordenadores de cursos de Medicina no Acadêmica do Profissional de Saúde. Psicol. cienc. prof.
Brasil26 encontrou que eles consideraram muito importante o 2017; 37(2):500-514.
ensino dos cuidados no fim da vida (96,6%), e que é baixo o 7. Santos FS. O Desenvolvimento Histórico dos Cuidados
número de docentes especializados na área, o que pode atuar Paliativos e a Filosofia Hospice. In: Santos FS (Org.). Cui-
como uma das barreiras para incorporar esse ensino no currí- dados Paliativos: diretrizes, humanização e alívio de sinto-
culo da graduação. O estudo ainda encontrou que os coordena- mas. São Paulo: Editora Atheneu, 2011.
dores de curso acreditam que o alunado não tem interesse em 8. Figueiredo MGMC, Stano RCMT. O Estudo da Morte e dos
aprender sobre cuidados no fim da vida. Isto não condiz com Cuidados Paliativos: uma Experiência Didática no Currí-
os dados aqui apresentados, em que a maioria dos estudantes culo de Medicina. Minas Gerais: Revista Brasileira de Edu-
pesquisados revelou interesse em ver inseridos na grade curri- cação Médica. 2013; 37(2):298-307.
cular temas relativos aos cuidados paliativos (Tabela 1). 9. World Health Organization (WHO). Definition of Pallia-
tive Care; 2016. Disponível em: http://www.who.int/
CONCLUSÃO cancer/palliative/definition/en/. [Capturado em: 05 de
Diante dos resultados apresentados, pode-se afirmar que os dezembro de 2017].
estudantes de Medicina da Famed/Ufal não se sentem capa- 10. Hermes HR, Lamarca ICA. Cuidados Paliativos: uma
citados para interagir com pacientes e familiares com o intuito abordagem a partir das categorias profissionais de saú-

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA


85 42 (3) : 78 – 86 ; 2018
Divanise Suruagy Correia et al.  DOI: http://dx.doi.org/10.1590/1981-52712015v42n3RB20170105.r1

de. Rio de Janeiro: Revista Ciência & Saúde Coletiva, 21. Soares FJP, Shimizu HE Eri, Garrafa V. Código de Ética
2013;18(9):2577-2588. Médica brasileiro: limites deontológicos e bioéticos. Rev.
11. Matsumoto DY. Cuidados Paliativos: conceito, fundamen- Bioét. 2017; 25( 2 ): 244-254.
tos e princípios. In: ANCP. Academia Nacional de Cuida- 22. Vicensi MC Reflexión sobre la muerte y el morir en la UCI
dos Paliativos. Manual de Cuidados Paliativos ANCP. 2ª a partir de la perspectiva profesional en cuidados intensi-
ed. ampliada e atualizada, 2012, p. 23-30. vos. Rev. bioét. 2016; 24 (1): 64-72.
12. Santos JL, Bueno SMV. Educação para a morte a docentes 23. Inês Motta de Morais IM, Nunes R, Cavalcanti T, Soares
e discentes de enfermagem: revisão documental da litera- AKS, Gouveia VV. Percepciones de estudiantes y médicos
tura científica. Rev. esc. enferm. USP. 2011; 45( 1 ): 272-276. sobre la “muerte digna”. Rev. bioét. 2016; 24 (1): 108-117.
13. Levetown M, Hayslip B, Peel J. The Development of the 24. Marta GN, Marta SN, Andrea Filho A, Job JRPP. O Estu-
physicians’ end-of-life care attitude scale. Westport: Ome- dante de Medicina e o Médico recém-formado frente à
ga, Journal of Death and Dying. 2000; 40(2):323-333. Morte e ao Morrer. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de
14. Moura VKST, Castro CF, Chagas RRS, Cavalcante JC, Ca- Educação Médica, 2009; 33(3):416-427.
valcanti SL, Freitas DA. Percepções da Morte entre os Estu- 25. Frizzo K, Bertolini G, Caron R, Steffani JA, Bonamigo EL.
dantes de Medicina. Revist. Port.: Saúde e Sociedade. 2016; Percepção dos Acadêmicos de Medicina sobre Cuidados
1(3): 217-227. Disponível em: http://www.seer.ufal.br/ Paliativos de Pacientes Oncológicos Terminais. São Paulo:
index.php/nuspfamed/article/view/2526/2150. [Captu- Revista Bioethikos. 2013; 7 (4): 367-375.
rado em: 05 de dezembro de 2017]. 26. Toledo AP, Priolli DG. Cuidados no Fim da Vida: O Ensino
15. Medeiros NS, Santos TR, Trindade EMV, Almeida KJQ. Médico no Brasil. Rio de Janeiro: Revista Brasileira de Edu-
Avaliação do desenvolvimento de competências afetivas e cação Médica, 2012; 36 (1):109-117.
empáticas do futuro médico. Revista Brasileira de Educa-
ção Médica, 2013; 37(4): 515-525. COLABORAÇÃO DOS AUTORES
16. Gontijo ED, Alvim C, Megale L, Melo JRC, Lima MECC. Divanise Suruagy Correia orientou a elaboração da pesquisa
Matriz de competências essenciais para a formação e ava- e do artigo, trabalhando na revisão, analise dos dados e re-
liação de desempenho de estudantes de medicina. Revista dação do artigo. Maria Erigleide da Silva Bezerra realizou a
Brasileira de Educação Médica, 2013; 37(4):526-539. pesquisa analisou os dados e redigiu os artigo. Tathiane da
17. Pessini L. Life and death in the ICU: ethics on the razor’s Silva Lucena e Maria Stella Jakeline Alves de Farias coletaram
edge. Rev. bioét. 2016; 24 (1): 54-63 os dados e realizaram a revisão de literatura. Daniel Antunes
18. Jiang, Xuan. Liao Z, Hao J, Guo Y, Zhou Y, Ning L, Bai J, Freitas analisou os dados estatísticos e Jorge Luis de Souza
Zhang P, Tang C, Zhao X, Guo H. Palliative Care Educa- Riscado apoiou na discussão dos dados
tion in China: Insight Into One Medical University. Journal
of Pain and Symptom Management, 2011; 41(4):796-800. CONFLITO DE INTERESSES
Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pub- Não há conflitos de Interesse
med/21481736>. [Capturado em: 25 de junho 2016].
19. Pinheiro TRSP. Avaliação do grau de conhecimento sobre ENDEREÇO PARA CORRESPONDÊNCIA
cuidados paliativos e dor dos estudantes de medicina do Divanise Suruagy Correia
quinto e sexto anos. São Paulo: Revista O Mundo da Saú- Av. Emp. Carlos da S. Nogueira, 16 – apto. 303
de. 2010; 34(3):320-326. Jatiúca – Maceió
20. Geovanini F, Braz M. Conflitos éticos na comunicação de CEP 57036-540 – AL
más notícias em oncologia. Rev. bioét. 2013; 21 (3): 455-62. E-mail: divanisesuruagy@gmail.com

  This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits
  unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA


86 42 (3) : 78 – 86 ; 2018
  http://doi.org/10.1590/1981-5271v43suplemento1-20170105errata

ERRATA EM: Revista Brasileira de Educação


Médica, volume 42, número 3, Julho-Setembro
2019
ERRATUM IN: Brazilian Journal of Medical
Education, volume 42, issue 3, July-September
2019
No artigo “Cuidados Paliativos: Importância do Tema para Discentes de Graduação em Medi-
cina”, com número de DOI: 10.1590/1981-52712015v42n3rb20170105.r1, publicado no periódi-
co Revista Brasileira de Educação Médica, 42(3):78-86, na página 78:

Onde se lia:
“Tathiane da Silva LucenaI”

Leia-se:
“Thatiane Silva de LucenaI”

  This is an Open Access article distributed under the terms of the Creative Commons Attribution License, which permits
  unrestricted use, distribution, and reproduction in any medium, provided the original work is properly cited.

REVISTA BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MÉDICA


43 (1 Supl. 1) : 731-731; 2019

Você também pode gostar