Você está na página 1de 1

Exemplo de redação sobre o tema: Desafios para promover o parto humanizado no

Brasil
Em 2010, a Fundação Perseu Abramo divulgou um estudo que mostra como está a
violência obstétrica no Brasil: uma em cada quatro mulheres já foram vítimas desse
fenômeno. Por conseguinte, esse dado demonstra como o momento do nascimento sofreu
um processo de perda da sua importância emocional em prol de uma visão técnica e
apática. Sob tal ótica, a falta do parto humanizado prejudica gravemente os
direitos e [9] bem-estar da mãe, mesmo assim ainda há desafios para a sua plena
efetivação, como a ineficiência do Estado e o despreparo dos profissionais de
saúde. [3]

Inicialmente, a precariedade do Sistema Único de Saúde (SUS) colabora para a


automatização do parto. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2015, 55% dos
nascimentos aconteceram por cesáreas. Diante disso, esse número elevado mostra que
há a utilização de processos invasivos na parturiente sem que haja a real
necessidade, porém [4] apenas por serem capazes de gerar uma maior facilidade e
velocidade para os médicos e enfermeiros. Nesse sentido, a insuficiência de
investimentos do poder público reduz o número de profissionais atuantes e de salas
disponíveis, o que causa uma sobrecarga na demanda e, consequentemente, a busca por
um processo mais prático para o obstetra, porém [1] que costuma não respeitar os
direitos e desejos da mãe.

Outrossim, a visão apenas objetiva da gestação pelos agentes de saúde retira a


humanidade desse processo. Conforme consta no juramento de Hipócrates, comumente
realizado no fim da graduação de medicina, a função desse profissional é ajudar o
paciente e nunca causar-lhe mal. Todavia, o que ocorre na realidade brasileira
distancia-se do plano teórico, porquanto o ensino ministrado pela [2] cursos de
saúde foca mais na parte científica de como funciona a fisiologia dos indivíduos,
mas negligencia a perspectiva mais afetiva, que vê o outro como um ser dotado de
emoções e vontades. Dessarte, a parturiente passa a ser vista como um objeto de
trabalho, o que causa a negligenciação da sua opinião e a imposição do método do
médico, o que caracteriza a violência obstétrica. [5] [6] [7]

É mister, portanto, tomar medidas que promovam uma maior participação das mulheres
nas escolhas sobre o próprio parto. Logo, cabe ao Poder Legislativo municipal
proporcionar melhores condições de natalidade para as mulheres, por meio da criação
de uma lei que aumente o percentual mínimo da verba governamental que deve ser
destinada à saúde. Ademais, esses recursos serão utilizados para a contratação de
mais médicos e para criar um curso voltado para obstetras, no qual eles receberão
aulas sobre os danos que um parto desumanizado pode causar na grávida. Espera-se,
assim, melhorar as condições de atendimento no SUS e treinar profissionais para
serem mais empáticos e respeitosos. [8] [10]

Você também pode gostar