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GOVERNO FEDERAL, SECRETARIA ESPECIAL DA CULTURA, PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E FENIG

PATROCINAM

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
08
NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

GOVERNO FEDERAL, SECRETARIA ESPECIAL DA CULTURA, PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E FENIG
PATROCINAM

PREFEITURA DA CIDADE
DE NOVA IGUAÇU
PREFEITO DA CIDADE DE NOVA IGUAÇU
Rogerio Martins Lisboa
PRESIDENTE DA FENIG
Miguel Arcangelo Ribeiro
SECRETÁRIO DE CULTURA
Marcus Antônio Monteiro Nogueira
SUBSECRETÁRIO DE ARTE E CULTURA
Augusto Carmo Vargas Júnior
SUBSECRETÁRIO DE AÇÃO CULTURAL
Rogério Cecílio da Costa

CATALOGAÇÃO NA FONTE

PATROCÍNIO
03

NOVA IGUAÇU:
MUITO PRAZER!
AUTOR
Allofs Daniel Batista
CAPA
Daniela Dilma Morais
DESIGN GRÁFICO
Henrique Magon Pequeno
REVISÃO
Denise Vieira Demetrio

AGRADECIMENTOS
Adriano dos Santos Moraes
Alexander Gama Elias
Alziro Xavier
Amauri Telles de Menezes
André Luiz Cardozo
Daiane de Oliveira Rocha
Daniela Dilma Morais
Denise Vieira Demetrio
Flávio Farias de Araújo
Henrique Magon Pequeno
Joel Dias da Silva
Patrick Neto Bastiani
Raphael Peixoto da Rocha
Ronaldo Grana
Tales Gaspar de Mattos Reis
Thiago Rachid
Vinícius Menezes Azeredo
Weberton Ananias dos Santos

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

APRESENTAÇÃO

O dia 15 de janeiro é considerado o dia do aniversário de Nova


Iguaçu, que leva em consideração a data da elevação de Iguassú à
condição de Vila, em 1833. Desta forma, hoje se comemoram 188
anos de nossa cidade.
Eu, morador da cidade desde janeiro de 1984, sou um pesquisador
em processo, que tem a cidade de Nova Iguaçu não somente como
local de moradia, mas também como objeto de estudo e análise. Não
apenas moro aqui, eu vivo aqui. E isso faz toda diferença.
Quando comecei na Iniciação Científica, há alguns anos atrás na
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, foi a região da
Baixada Fluminense, e consequentemente, Nova Iguaçu a que me
dediquei. E desta dedicação, que não se deu apenas no campo
acadêmico, hoje vejo, com satisfação, alguns frutos.
Por meio da Lei Aldir Blanc (Lei nº 14.017 de 29/06/2020), de
autoria da deputada federal Benedita da Silva, a Secretaria de
Cultura de Nova Iguaçu realizou alguns editais. Em dois deles eu
tive a honra de ser contemplado.
Um se referia ao reconhecimento pela atuação na área cultural, que
foi nomeado de Prêmio Cordelista Jota Rodrigues. Este prêmio se
deu a diversos agentes culturais "pela contribuição com o
desenvolvimento de Nova Iguaçu, por meio da arte e da cultura", e
por ele fico muito feliz. Mas o que realmente me deixou contente foi
ser contemplado no chamamento de Fomento à Produção Online.
Este me permitirá promover por meio digital um trabalho que
realizei algum tempo atrás.
Nova Iguaçu: Muito Prazer! é resultado de uma inquietação. Desde
1933 há uma prática de publicar livros comemorativos de nossa
história e memória. No entanto, em 2003, foi feita a última
publicação desta natureza pela prefeitura. Quando eu me debrucei
sobre esta ideia já fazia mais de 15 anos sem nenhum material
desta natureza no formato de livros, somente as edições
comemorativas em Cadernos Especiais de jornais da região
metropolitana fluminense. Hoje já são 18 anos sem nenhum livro
com este formato.
Apesar de não ser viável a edição de um livro impresso, tenho a
esperança de que o e-book Nova Iguaçu - Muito Prazer! venha ser
um ponto de partida para voltarmos a falar de Nova Iguaçu para
seus moradores. E a vantagem de ter um e-book está justamente na
facilidade que hoje encontramos de fazer este tipo de conteúdo
circular. Isto vai ser um grande passo, considerando que todas as
publicações históricas de nossa cidade sempre tiveram baixa
tiragem e pequena circulação.
O objetivo deste material não é de ser um livro de história. Como
professor acredito que a formação de nossos cidadãos se dá
primeiramente no ambiente escolar. É por esta razão que o e-book
Nova Iguaçu: Muito Prazer! possui um aspecto mais assemelhado
aos Atlas Escolares. Nosso objetivo é que ele se torne material de
apoio didático aos colegas professores que sentirem o desejo de
apresentar nossa cidade aos estudantes de Nova Iguaçu. Mas,
certamente, seu conteúdo diz respeito a todo e toda pessoa que
tiver interesse em conhecer um pouquinho desta terra.

NOVA IGUAÇU, 15 DE JANEIRO DE 2021

ALLOFS DANIEL BATISTA


05

PREFÁCIO

Falar que uma cidade precisa conhecer sua história é


redundante. Todos precisamos conhecer nossas histórias
enquanto indivíduos e como um coletivo. Dizer que um,
muitos ou todos não possuem história é um erro de
proporções gigantescas que não deve ser cometido em
hipótese alguma.
Dentro disso, os esforços individuais e coletivos de estudar
e escrever a história de um município devem sempre ser
louvados. E nesse departamento Nova Iguaçu sempre teve
pessoas preocupadas e engajadas na preservação da
memória e escrita da história do município e seus cidadãos.
Dentro dessa fina seleção de entusiastas, Allofs Daniel
Batista é um nome que eu não só tive o prazer de
acompanhar, dividir trincheiras como também admirei por
suas diferentes iniciativas focadas no município. Não
importando a área de foco, ele possui ideias e sonhos para
Nova Iguaçu.
Apesar disso, ainda é comum nos depararmos com falas que
possam diminuir a importância histórica de Nova Iguaçu e
seus cidadãos. Por isso, considero que a pesquisa e escrita
da História não é mais um entrave para a valorização, mas
sim a divulgação. Superar o obstáculo de popularizar as
diversas escritas, demonstrar a riqueza imaterial presente
no município ao longo de sua história é o que considero
necessário para a valorização, não de uma, mas de várias
identidades iguaçuanas.
Este livro, fruto de um edital público importantíssimo para
as diversas áreas envolvidas, é um desses esforços
possíveis, que a gente gostaria que chegasse a cada uma das
casas dos mais de 800 mil habitantes existentes no
município e também daqueles que já não residem mais aqui,
mas carregam essa cidade no coração.

NOVA IGUAÇU, 24 DE JANEIRO DE 2021

ADRIANO DOS SANTOS MORAES

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

HOMENAGEM ESPECIAL

Robinson Belém de Azeredo foi um cidadão com C maiúsculo, desses que toda cidade
precisaria ter para merecer ser chamada assim.
Critico atento da vida iguaçuana, tecendo os comentários com tranquilidade e firmeza
de quem não tem a pressa da redação diária, ele digeria os assuntos, para alimentar com
uma perspectiva menos apressada do que as mídias tem nos feito engolir na atualidade.
A frente do Correio da Lavoura, onde dedicou 52 anos de sua vida, foi abnegado
mantenedor de uma tradição; o jornalismo como sacerdócio. Marca dos Azeredo em
nossa cidade, que surgiu em 1917 com Silvino Azeredo, e hoje segue sob a guarda de
Vinícius Menezes Azeredo.
Um intelectual negro, com orgulho de suas raízes, atento aos movimentos políticos e
sociais, locais e globais, a quem devo enorme agradecimento pela sua generosa recepção
em suas oficinas, durante o tempo em que participei na digitalização das edições
históricas do já centenário Correio da Lavoura.
Seria impensável produzir qualquer memória de Nova Iguaçu sem mencionar ele, que
nascido no Hospital Iguaçu, em 29 de fevereiro de 1944, confundiu sua vida com a do
município.
Em 14 de junho de de 2020 ele nos deixou, mas sua obra e seu exemplo de cidadania
continuarão Andando Por Aí, enquanto nos for permitido seguir em frente.
Fotografia de Fernando Silva, gentilmente cedida por Vinícius Menezes Azeredo.
Nova Iguaçu
Muito prazer!

SUMÁRIO
04- APRESENTAÇÃO
05 - PREFÁCIO
06 - HOMENAGEM ESPECIAL
07 - SUMÁRIO
11 - APRESENTANDO NOVA IGUAÇU
15 - OS PRIMEIROS HABITANTES E A OCUPAÇÃO
COLONIAL
27 - O IMPÉRIO E A FUNDAÇÃO DA VILA DO IGUASSÚ
43 - REPÚBLICAS: A MAXAMBOMBA VIRA NOVA IGUASSÚ
57 - NOVA IGUAÇU, FRAGMENTAÇÃO E TRANSFORMAÇÃO
75- HINO DE NOVA IGUAÇU
77 - BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
81 - O AUTOR
Nova Iguaçu
Muito prazer!
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
6 - ROBINSON BELÉM DE AZEREDO
10 - BRASÃO DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU
11 - VISTA DA CIDADE DE NOVA IGUAÇU
12 - BANDEIRA DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU
13 - VISTA PANORÂMICA, A PARTIR DA PEDRA DA CONTENDA
14 - A JACUTINGA (PIPILE JACUTINGA),
15 - FAMÍLIA TUPINAMBÁ
16 - CAPELA DE NOSSA SENHORA DE GUADALUPE
17 - DETALHE DA CARTA DE JOHAN LERUS
18 - MAPPAS DO REINO DE PORTUGAL E SUAS CONQUISTAS
19 - LA FRANCE ANTARTIQUE AUTREMENT LE RIO JANEIRO
20 - CASA DE FARINHA DE MANDIOCA
21 - LAVAGE D'UN MINERAI D'OR PRÈS LA MONTAGNE ITACOLUMI
22 - CAPELA DE NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO DO MARAPICÚ
23 - PORTO DE ESTRELLA
23 - RIO JNHOMERIM: DANS LA BAIE DE RIO DE JANEIRO
23 - PORTO ESTRELA
24 - SELO COMEMORATIVO DOS 20 ANOS DO PNMNI, 2018.
25 - DETALHE DA GRAVURA BENGUELA, ANGOLA, CONGO E
MONJOLO;
DEFRICHIMENT D'UNE FORÊT; CHATIMENS DOMESTIQUES
26 - TORRE SINEIRA DA IGREJA DE SANT"ANNA
27 - DETALHE DA CARTA COROGRAPHICA DA PROVINCIA DO RIO
DE JANEIRO
28 - RIO IGUAÇU
29 - VILA DO IGUASSÚ NA CARTA COROGRAPHICA DA PROVINCIA
DO RIO DE JANEIRO
30 - ESTÁTUAS DAS NYNPHES A LA FONTAINE
31 - LOCOMOTIVA 16 SWARTZKOPFF – ILUSTRAÇÃO DO PROJETO
31 - LOCOMOTIVA 16 SWARTZKOPFF - FOTOGRAFIA
32 - GEORREFERENCIAMENTO DA ESTRADA DO COMÉRCIO
33 - PLANTA HYDRO-TOPOGRAPHICA DA ESTRADA DO COMMERCIO
34 - TRECHO PRESERVADO DA ESTRADA DO COMÉRCIO
35 - ESTAÇÃO FERROVIÁRIA GUIA DE PACOPAÍBA
36 - ENTARDECER NA LAGOA DO GUANDU-AÇÚ
37 - ESTRADA DE FERRO RIO D'OURO
38 - MILAGRE DAS ÁGUAS
39 - DETALHE DO SISTEMA DE CANALIZAÇÃO DO RIO SANTO
ANTÔNIO
40 - FRANCISCO PINTO DUARTE
41 - PORTO DO IGUASSÚ
41 - IGREJA DE NOSSA SENHORA DA PIEDADE DO IGUASSÚ
42 - CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO DE JACUTINGA
43 - VISTA PANORÂMICA DA CIDADE DE NOVA IGUAÇU NA DÉCADA
DE 1940
44 - PREFEITO MÁRIO PINOTTI
45 - PRIMEIRA PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU
Nova Iguaçu
Muito prazer!
ÍNDICE DE ILUSTRAÇÕES
46 - CEMITÉRIO DA IRMANDADE DE NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS
HOMENS PRETOS
47 - MATRIZ DE SANTO ANTÔNIO DE JACUTINGA EM OBRAS
48 - CASA DE CULTURA DE NOVA IGUAÇU
49 - FRONTÃO BAR BRASIL
49 - IMIGRANTES EM NOVA IGUAÇU
50 - CATADOR DE LARANJAS ANÔNIMO
51 - PROPAGANDA DE LOTEAMENTO EM NOVA IGUAÇU
52 - HOSPITAL IGUASSÚ
53 - LANÇAMENTO DA PEDRA FUNDAMENTAL DO HOSPITAL DE IGUASSÚ
53 - MÁQUINA DE BENEFICIAMENTO DE LARANJAS
54 - VIADUTO MONSENHOR JOÃO MUSCH
55 - PLANTA DE LOTEAMENTO
56 - NOVA IGUAÇU ANTES DAS EMANCIPAÇÕES
57 - PRIMEIRA ONDA EMANCIPATÓRIA
58 - MAPA DE NOVA IGUAÇU
59 - SEGUNDA ONDA EMANCIPATÓRIA
60 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO I – CENTRO
61 - FOTOGRAFIA AÉREA 1940
61 - IMAGEM DE SATÉLITE
62 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO II – POSSE
63 - CENTRO COMERCIAL OSWALDO MENDES DE OLIVEIRA E O
TERMINAL RODOVIÁRIO ARRUDA NEGREIROS
63 - ESTAÇÃO DE TRATAMENTO DE ÁGUA: ETA-GUANDU
63 - SUPER SHOPPING CENTER POPULARES
64 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO III - COMENDADOR SOARES
65 - GRÁFICO – 1964/1975
66 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO IV – CABUÇU
67 - DOM ADRIANO MANDARINO HYPÓLITO
67 - EXPLOSÃO DO FUSCA DE DOM ADRIANO MANDARINO HYPÓLITO
67 - ATENTADO CONTA O SACRÁRIO DA IGREJA CATEDRAL DE SANTO
ANTÔNIO DE JACUTINGA
68 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO V - KM32
69 - CENTO DE NOVA IGUAÇU, COM FERROVIA
70 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VI – AUSTIN
71 - PANORÂMICA – GM EMPRESARIAL
71 - PANORÂMICA – MORRO DO CRUZEIRO
72 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VII - VILA DE CAVA
73 - PAÇO MUNICIPAL
74 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VIII - MIGUEL COUTO
75 - UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO IX – TINGUÁ
79 - ESTRADA DO COMÉRCIO
80 - NOVA IGUAÇU FUTURO PASSADO
81 - O AUTOR
NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

BRASÃO MUNICIPAL

O Brasão do Município de Nova Iguaçu foi adotado oficialmente pelo


decreto n.º 72, de 31 de março de 1970.
O ano de 1833 marca a criação da Vila de Iguaçu e o ano de 1891 marca a
transferência da sede da vila para Maxambomba e elevação desta a
cidade; As estrelas pequenas representam as antigas freguesias de Nossa
Senhora da Piedade de Iguaçu, Santo Antônio de Jacutinga, Nossa
Senhora do Pilar, São João de Meriti e Nossa Senhora da Conceição de
Marapicu; A estrela maior representa o município de Nova Iguaçu; As
cores significam: ouro (força), prata (candura), vermelho (intrepidez),
azul (serenidade), verde (abundância).

Imagem página 11: Vista da Cidade de Nova Iguaçu. Pela imagem é


possível perceber a intensa atividade humana ao longo de todo o seu
território. Em primeiro plano temos a Igreja Matriz de Santo Antônio de
Jacutinga. No plano intermediário temos o cemitério municipal à direita,
seguido dos edifícios comercias ao centro e uma extensão de residências
de bairros próximo ao centro. No fundo temos o Maciço do Tinguá, mas
abaixo e ao centro pode ser percebido o "Morro Agudo" que fica no bairro
de Ponto Chic. Fotografia de Maria Madalena Batista, 2021.
11

APRESENTANDO
NOVA IGUAÇU

Segundo a tabela de municípios mais


populosos do Brasil, Nova Iguaçu está
em 23º lugar, e 4º no Estado do Rio de A CIDADE
Janeiro. Nova Iguaçu possui população
superior a dez capitais, a seguir em
Localizada na Região Metropolitana do Rio
ordem alfabética: Aracaju/SE, Boa de Janeiro a cidade de Nova Iguaçu foi a
Vista/RR, Cuiabá/MT, principal formadora dos municípios que
Florianópolis/SC, João Pessoa/PB, atualmente integram a região conhecida
Macapá/AP, Palmas/TO, Porto
por Baixada Fluminense.
Velho/RO, Rio Branco/AC e
Vitória/ES.
Atualmente com população estimada em
A tabela com a população estimada 823.302 pelo Instituto Brasileiro de
para cada município foi publicada no Geografia e Estatística – IBGE  e com uma
Diário Oficial da União (D.O.U.) de 27
extensão territorial de 521.249km², a
de agosto de 2020. Os resultados das
Estimativas de População 2020
cidade apresenta então menos de 50% de
também podem ser acessados na seu território original.
página do IBGE:
https://www.ibge.gov.br/estatisticas
/sociais/populacao/9103-estimativas-
de-populacao.html?=&t=resultados
NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
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BANDEIRA DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU

A Bandeira do município de Nova Iguaçu foi instituída em 10 de


dezembro de 1975, através da lei municipal nº 40. Consiste em quatro
retângulos, sendo dois brancos e dois azuis, alternados, à exemplo da
bandeira do Estado do Rio de Janeiro. Ao centro da bandeira fica o
Brasão de Armas do município.

Imagem página 13: Vista panorâmica, a partir da Pedra da Contenda,


na Serra do Gericinó. Ao fundo a Serra do Tinguá. A enorme malha
urbana que hoje é a cidade de Nova Iguaçu se estende por uma
planície que anteriormente fora ocupada por densa vegetação de Mata
Atlântica. Atualmente Nova Iguaçu mantém 57% de seu território
preservado, sendo expressiva a presença da natureza em nossa cidade.
Arquivo pessoal, 2018.
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Nova Iguaçu - Município brasileiro


A cidade de Nova Iguaçu encontra-se
localizado no Estado do rio de compreendida entre o Maciço do Gericinó e a
Janeiro, na região sudeste do país, Reserva Biológica do Tinguá e está, hoje,
Região metropolitana do Rio de
repleta por uma contínua malha urbana que
Janeiro.
se entrecruza e cresce a partir dos nós viários
Gentílico: iguaçuano
Coordenadas: 22° 45' 37.16" S criados por seus grandes eixos paralelos, que
43° 26' 51.82" O unem o interior do estado com a capital do
Distância até a capital: 40 km Rio de Janeiro. São estes eixos o Ramal de
Municípios limítrofes
Trens Urbanos Japeri-Central do Brasil, a
Norte: Miguel Pereira;
Nordeste: Duque de Caxias;
Rodovia Presidente Dutra,   a Via Light e mais
Leste: Belford Roxo; recentemente o Arco Metropolitano. Mas até
Sudeste: Mesquita; a atual configuração foi um longo processo de
Sul: Rio de Janeiro; ocupação que buscaremos apresentar.
Sudoeste: Seropédica;
Este processo se confunde com o da
Oeste: Queimados;
Noroeste: Japeri.
formação do território nacional, desde a
Características geográficas chegada do colonizador português em nosso
Área total 520,807 km² país. Para melhor conhecer o
População total: 823 302 hab.
desenvolvimento da região e, o surgimento e
Posição RJ: 4º; BR: 23º
Densidade 1 580,8 hab./km²
transformação da cidade, podemos percorrer
Clima tropical (Aw) sua história nos principais períodos históricos
Altitude 25 m brasileiros – Brasil Colonial; Brasil Imperial;
Fuso horário: Hora de Brasília Brasil República - percorrendo, a partir daí,
(UTC−3)
uma trilha pela história local.

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
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PIPILE JACUTINGA

A jacutinga (Pipile jacutinga), também chamada jacuapeti, jacupará e


peru-do-mato, é uma ave da família dos cracídeos que habita as
florestas virgens das regiões Centro-Oeste e Sudeste do Brasil: Mede
cerca de 75 cm, alimenta-se de frutos e bagas. "Jacutinga" se origina da
junção dos termos tupis ya'ku (jacu) e tinga (branco), significando,
portanto, "jacu branco", numa referência às penas brancas no topo da
sua cabeça e nas suas asas. Fonte:
https://www.wikiaves.com.br/wiki/jacutinga, acessado em 11 de janeiro
de 2021.

Imagem página 15: Família Tupinambá. Histoire d'un Voyage Faict en


la Terre du Brésil, autrement Dite Amérique [História de uma Viagem
Feita à Terra do Brasil, também Dita América], Jean de Léry, 1578.
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OS PRIMEIROS
HABITANTES E A
OCUPAÇÃO COLONIAL
A ocupação do território hoje conhecido
como Brasil se deu de forma lenta, num
projeto colonial extrativista iniciado no
século dezesseis pelos portugueses.
Independente deste projeto havia
habitantes na região. Os povos nativos que
foram nomeados pelo homem branco de
índios, devido à confusão inicial com os
povos da Índia, habitavam toda a extensão
costeira brasileira como nômades ou
seminômades. No território da colônia,
que posteriormente se tornaria o atual Rio
de Janeiro, o colonizador português
encontrou também habitantes e, aqui no
território da atual Nova Iguaçu, viviam os
índios do tronco étnico dos Tupinambás,
conhecidos como Jacutingas 

No período inicial da colonização do Rio de Janeiro a região de Jacutinga era a localidade onde se
encontrava a antiga aldeia dos índios de origem Tupinambás e autodenominados “Jacutingas”. Eles

ents and
habitavam uma extensa região entre os rios Meriti, Sarapuí e Agoassú (Iguassú). As margens dos rios eram
as paragens dos índios que aqui habitavam: “Próximo ao rio Iguaçu existiam duas aldeias tupinambá,

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chamadas de Jacutinga, porque os índios se enfeitavam com penas de Jacu Branco (Jacu: espécie de galinha.
Tinga: Branco).” (MENESES, 2000)
O território onde se encontrava boa parte da freguesia de Jacutinga foi habitado anteriormente pelos
índios Jacutingas, que também eram um ramo dos Tamoios. A localidade era ainda conhecida como: Aldeia,
tapera e/ou piaçaba dos índios Jacutingas. “Aldeia, tapera e piaçaba de Jacutinga. As primeiras indicações a
respeito desse território, antes de se tornar freguesia, constam das cartas de sesmarias concedidas nos
vales dos rios Iguaçu e Meriti ainda no século XVI, após a expulsão dos franceses no processo de conquista
e fundação da cidade do Rio de Janeiro.” (DEMETRIO, 2008)

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
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CAPELA NOSSA SENHORA DE GUADALUPE

A capela de Nossa Senhora de Guadalupe com datação imprecisa,


existindo registro desde meados do século XVIII, erigida pelo Capitão
Mór Manoel Pereira Ramos, e sua mulher, como atesta o visitador
Monsenhor Pizzarro em suas visitas pastorais. Bem registrado no
processo E-12/0.117/89 do INEPAC. Fonte: Arquivo pessoal, 2017.

Imagem página 17: Detalhe da carta de Johan Lerus, onde se pode ver
as terras no interior da Capitania do Rio de Janeiro, indicando a
presença dos índios Tuppy Imbás. Fonte: Brasiliaanze scheepvaard
door Johan Lerius gedaan uit Vrankryk, in't jaar 1556 [Cartográfico] /
Pierre Vander Aa.
17

Como toda região  era  banhada por rios e áreas alagadas pelo
regime de chuvas e das marés da Baía de Guanabara, os
jacutingas eram habitantes das margens dos principais rios da
região, sendo o mais relevante aquele que nomearia a região, o
rio Iguassu. Com a chegada do homem europeu os jacutingas,
assim como todos os indígenas da região, foram inseridos no
modo de produção extrativista, nas guerras pela manutenção do
território de portugueses contra invasores franceses e com o
tempo foram exterminados, aldeados ou figiram para outros
territórios.

Iguassú, em tupi-guarani, significa “grande quantidade de água” ou “água grande”,


em referência ao Rio Iguaçu. Agoassú ou Aguassú, na língua indígena, era o rio de
maior volume aquífero da região em que os índios Jacutinga habitavam.
Após a expulsão dos franceses, doze anos após a criação de sua colônia, os
portugueses conquistaram definitivamente o território do Rio de Janeiro (TAVARES,
2009). As forças portuguesas foram comandadas pelo governador-geral Mem de Sá,
que tempos depois seria responsável pela expansão de sua família pelo território
reconquistado, inclusive em Jacutinga.
  Nos processos de conquista e fundação da cidade do Rio de Janeiro, ainda no
século XVI, constam cartas de sesmarias concedidas em Jacutinga, nos vales dos
rios Iguaçu e Meriti, para homens aliados a Coroa Portuguesa.

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MUITO PRAZER!
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RIO DI GENNARO

Na carta, que descreve o Rio de Janeiro, datada de 1698, é possível ver


no detalhe superior as entradas dos rios que desaguam na Baía de
Guanabara: como o Sarapuí e o Magé, rios que vem da região que hoje
conhecemos como Baixada Fluminense, onde Nova Iguaçu está
localizada. Fonte: "Istoria delle guerre del regno del Brasile..." . O
exemplar 2 faz parte do volume factício "Mappas do Reino de Portugal
e suas conquistas collegidos por Diogo Barbosa Machado", 1968.

Imagem página 19. A carta de datação não identificada vai mostrar a


Baía de Guanabara, seus rios afluentes, com destaque para a região
onde viviam os índios "Tupinam Bous", ou os Tupinambás. Fonte: La
France Antartique autrement le Rio Janeiro: tirée des voyages que
villegagnon, et Jean de Leri ont faits au Brésil les années 1557 et 1558.
s.d..
19

Com as capitanias divididas em


sesmarias a região do entorno
da Baía de Guanabara foi
distribuída entre vários
donatários que passaram a
ocupar de forma dispersa o
território. As terras doadas em
sesmaria a Brás Cubas
correspondem a quase toda
atual Baixada Fluminense, mas
não foi ocupada por ele.
Somente nos últimos anos do
século dezesseis é que a
ocupação e fixação do
colonizador português se
concretizaram. Neste período
o extrativismo passa a ceder
espaço para o cultivo de cana-
de-açúcar, mas a região do
Recôncavo da Guanabara
possui ainda produção de feijão
e mandioca, da qual se
produziria farinha de
mandioca, produto muito
importante na economia
interna e na aquisição de
escravos africanos. 
"As terras doadas a Brás Cubas correspondiam a boa parte da
freguesia de Jacutinga, porém as terras não abrangiam todo o
território de Iguassú, pois este era muito maior, tanto foi que
no século XIX o município comportaria as freguesias vizinhas a
Jacutinga, como Pilar, Piedade do Iguassú, São João de Merity ,
Marapicú e por último Santana das Palmeiras.
Voltando ao início da colonização, a sesmaria concedida a
Pedro Brás Cubas em 1568 ia correndo pela piaçaba da aldeia
dos Jacutingas, onde já era verificado um caminho percorrido
pelos índios" (PIZARRO, 1794). 

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

AIPIM/MANDIOCA/MACAXEIRA

A produção de subsistência foi o grande motor da economia colonial


na região do Recôncavo da Guanabara. Além da cana de açúcar, que
aqui teve muita importância para a produção de água ardente, a
mandioca foi elemento fundamental na economia colonial fluminense, o
que persiste até nossos dias, como parte de nossas tradições. Imagem
de uma casa de farinha de mandioca, de Rugendas, Johann Moritz,
1802-1858. Viagem pitoresca através do Brasil. As etapas do trabalho ,
sendo realizada pelos homens e mulheres escravizados, sob supervisão
do colonizador.

Imagem página 21. Lavage d'un Minerai d'or près la montagne


Itacolumi. Rugendas, Johann Moritz, 1802-1858. Viagem pitoresca
através do Brasil. A lavagem do ouro de aluvião, sendo realizada pelos
trabalhadores escravizados e sob supervisão do colonizador.
21

Nos anos que se seguiram da


fixação no território até a vinda da
família imperial portuguesa para o
Brasil no século dezenove a história
da região foi pautada pela
interiorização portuguesa no
território nacional. A descoberta do
ouro de aluvião nas Minas Geraes e
posterior transferência, da Bahia
para o Rio de Janeiro, da Capital do
Estado do Brasil impulsionaram a
região fluminense, que teve seu
território explorado por meio de
estradas que pudessem dar melhor
acesso às minas para escoação do
ouro para a coroa portuguesa.

Santo Antonio do Orago de Jacutinga estava no entroncamento dos caminhos que comunicavam várias
partes como a “Fazenda do Brejo” e o porto do Sarapui, Cachoeira (Mesquita), Maxambomba (atual centro de
Nova Iguaçu) e outras localidades. Por seu território não só atravessava o rio “Cachoeira” (rio da Prata)
como também o rio “Maxambomba” que era chamada “Apeterei” (rio do Meio) pelos índios Jacutingas
(habitantes originais daquelas terras). O rio Maxambomba era conhecido como “rio do Meio” pelos
Jacutingas por estar localizado “no meio” entre dois outros rios, o “rio das Botaes” (atual Riachão) e o “rio
Cachoeira” (rio da Prata).  Seu crescimento se deu devido a sua centralidade, ou seja, desde seu
reconhecimento como freguesia (na Prata) já no século XVII, e teve suas práticas religiosas intensificadas a
partir do século XVIII, fossem batismos, crismas ou óbitos. FRANÇA (2008) reitera que: “Com o crescimento
demográfico da região, possível graças à sua inserção nas rotas comerciais, coincidiu com o período em que
a tentativa de reforma católica ganhava espaço na realidade da América portuguesa. Neste período, o
desmembramento e a construção de novas capelas foram amplamente defendidos pelos fiéis (...).” (FRANÇA,
2008)

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CAPELA N. SRª DA CONCEIÇÃO DO MARAPICÚ

A capela de Nossa Senhora da conceição do Marapicú com datação de


1728, como atesta o visitador Monsenhor Pizzarro em suas visitas
pastorais, erigida pelo povo nas terras do Capitão Mor Manoel Pereira
Ramos, e sua mulher, D. Elena de Andrade Souto Maior. Bem registrado
no processo E-12/0.117/89 do INEPAC.. Fotografia de Alziro Xavier,
2017.

Imagens na página 23: Alto: Porto de Estrella; Baixo esquerda: Rio


Jnhomerim: dans la Baie de Rio de Janeiro. Rugendas, Johann Moritz,
1802-1858. Viagem pitoresca através do Brasil. Baixo Direita: Porto
Estrela - Aquarela de Thomas Ender - 1818. Estas imagens permitem
ter uma ideia da região do fundo da Baía de Guanabara, o acesso à
região através das embarcações e imaginar aspectos da própria Vila do
Iguassú pois eram locais semelhantes.
23

A decadência do núcleo de Iguassú


inicia-se, tal como os demais
portos da região, com o
assoreamento dos rios, as
dificuldades de navegação e a
existência de brejos e alagados. A
epidemia de cólera de 1855 se
espalhou rapidamente pela região e
levou ao esvaziamento populacional
na vila e adjacências.
“Irradiou-se a terrível epidemia,
invadindo as freguesias de Meriti e
Jacutinga, com especialidade nas
fazendas da Cachoeira e S.
Matheus, ambas do visconde de
Bonfim.” (FORTE, 1933)

Estas estradas foram o principal meio de comunicação territorial, junto aos


rios e canais, possibilitando o desenvolvimento de freguesias e vilas nos
principais portos da região do recôncavo guanabarino. Esta realidade só se
transformou na segunda metade do século dezenove,   posto que o
assoreamento dos rios foi gradualmente tornando-os intransponíveis e
propícios às doenças tropicais como cólera e malária. Em última instância
as principais rotas cortavam o território da Baixada Fluminense, inclusive
Nova Iguaçu.

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MUITO PRAZER!
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PARQUE NATURAL MUNICIPAL DE NOVA IGUAÇU

Com 1.100 hectares, o Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu foi


criado através do decreto municipal 6.001 de 05 de junho de 1998, e
está aberto à visitação de terça à domingo, das 08:00 às 17:00. O
PNMNI foi é sétimo parque mais visitado do país. Selo comemorativo
dos 20 anos do PNMNI, 2018.

Imagens na página 25: Alto: detalhe da gravura Benguela, Angola,


Congo e Monjolo; Baixo esquerda; Defrichiment D'une Forêt; Baixo
Direita: Chatimens Domestiques. Rugendas, Johann Moritz, 1802-1858.
Viagem pitoresca através do Brasil. As gravuras de Rugendas dão um
registro panorâmico dos homens e mulheres escravizados.
Conferir com DEMÉTRIO, sobre 25
escravidão

Nos séculos XVII e XVIII


houve crescimento das
plantações de cana-de-açúcar
na região ao redor do rio
Iguassú, o que ocasionou
maior demanda pela mão de
obra escrava e provocou a
elevação do preço dos cativos.

Durante a colonização os portugueses introduziram no Brasil o trabalho


escravo. A escravização de povos africanos foi a característica mais
marcante deste período. Estima-se que mais de 3 milhões de homens e
mulheres negros foram aprisionados no continente africano e vendidos
para as colônias inglesas, francesas, espanholas e portuguesa nas Américas.
Aqui eles foram trazidos com fins de trabalhar no cultivo de monoculturas
como a da cana-de-açúcar, da extração de ouro e pedras preciosas nas
minas e para cultivar e exercer todo tipo de atividade. As freguesias
fluminenses tiveram grande quantidade de mão-de-obra escrava e o porto
do Rio de Janeiro é provavelmente o lugar que recebeu o maior número de
homens e mulheres negros escravizados no mundo.

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FREGUESIA DE SANT'ANNA DAS PALMEIRAS

No interior da floresta encontram-se fragmentos de uma Freguesia que


pertenceu à Iguassú. Situada num platô a aproximadamente 400
metros de altitude, Sant"anna das Palmeiras foi importante entreposto
no transporte de café, no caminho entre o Vale do Paraíba e o porto
de Iguassú. No detalhe da fotografia podemos ver a torre sineira da
Igreja de Sant"anna. Fotografia de Andréia Helena, 2017.

Imagem na página 27: Detalhe da Carta corographica da provincia do


Rio de Janeiro, segundo os reconhecimentos feitos pelo Coronel
Conrado Jacob de Niemeyer. Neste trecho da carta é possível observar
todo o limite do Município de Iguassú.
27

O IMPÉRIO E A FUNDAÇÃO DA VILA DE


IGUASSÚ

O século dezenove trouxe diversas transformações ao mundo,


muitas delas reflexo das que foram provocadas pelas revoluções
burguesas de fins do século dezoito. Para o Brasil, o conflito
europeu conduzido pela França de Napoleão Bonaparte, trouxe a
Família Imperial Portuguesa em 1808, tornando-o  a primeira e
única colônia a se tornar sede administrativa de um império
europeu. A breve experiência resultou na independência do Brasil
após o retorno de Dom João VI para Lisboa e a declaração de Dom
Pedro I, que se tornaria o primeiro imperador do Brasil em 1822.

1833 - Criação da Vila de Iguassú, sede do município de Iguassú, abrangendo as freguesias de


Santo Antonio de Jacutinga, Meriti, Marapicú, Pilar e Piedade do Iguassú. A região da Vila de
Iguassú estava localizada próxima da Matriz de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú e
distante da sede da freguesia de Santo Antonio de Jacutinga, cuja Matriz se encontrava
próxima do rio da Prata e cuja ligação era o “Caminho de Iguassú”, que posteriormente serviria
de assentamento de parte da “Ferrovia Rio D’Ouro”.

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RIO IGUASSÚ

Registro fotográfico acompanhando trecho retificado do leito do Rio


Iguassú, com o maciço do Tinguá ao fundo. Em seu percurso natural,
cheio de meandros, eram feitos o transporte de pessoas e cargas,
conectando a Baía de Guanabara aos diversos portos na Vila com o
mesmo nome do rio. O percurso mais rápido, mais barato e mais seguro
através da via férrea irá reduzir drasticamente a utilização deste
caminho na segunda metade do século XIX. Fonte: Arquivo pessoal,
2019.

Imagem na página 29: Detalhe da Carta corographica da provincia do


Rio de Janeiro, segundo os reconhecimentos feitos pelo Coronel
Conrado Jacob de Niemeyer. Aqui observamos o perímetro urbano da
Vila do Iguassú.
29

As transformações sofridas pela nação trariam


mudanças para o entorno da capital do império, a
cidade do Rio de Janeiro. Com as mudanças
administrativas ocorridas no período a freguesia
  A Vila de Iguassú, como
sede município, estava na de Nossa Senhora da Piedade de Iguassú seria
região alagada, porém elevada a condição de Vila. A Vila de Iguassú foi
naquele período tinham os criada em 15 de janeiro de 1833, data que até hoje
portos de onde se escoavam
se comemora o aniversário da cidade de Nova
a produção Serra Acima e
Serra Abaixo, pela Estrada
Iguaçu. No entanto sua fundação e território
do Comércio. Neste período sofreu alterações e disputas políticas por três
Maxambomba ainda era uma anos até que em 1836 a vila tornou a ser
localidade de Iguassú sem instaurada, mas com perda de parte de seu
projeção, uma espécie de
território original para Magé e Vassouras apesar
Arraial, oriundo do antigo
“Engenho de Maxambomba”. 
de ter sido restituída integralmente por
documento oficial.

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NINFAS AGUADEIRAS

As estátuas das Nynphes a la Fontaine ficam no Reservatório de Rio


D"Ouro, no interior da REBIO - TINGUÁ. As estátuas de ferro são obra
do escultor Albert Ernest Carrier Bellause. Fonte: Arquivo pessoal,
2017.

Imagens da página 31: ilustração do projeto (alto) e fotografia (baixo)


da locomotiva sueca SWARTZPOPFF 3692, que circulou na Estrada de
Ferro Rio D'Ouro.
Fonte: https://www.trilhosdorio.com.br/forum/viewtopic.php?f=67&t=118,
acessado em 18 de março de 2018.

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31

Uma vila pulsante existiu numa área que hoje se encontra entre os bairros de
Tinguá e Vila de Cava, chamada atualmente de Iguassú Velha. A região
atualmente é totalmente desolada e encontra-se em ruínas, podendo ser
identificadas a torre da igreja de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú,
cemitérios, cadeia, porto, e tem como marco mais conhecido a Fazenda de
São Bernadino, erguida já no crepúsculo da Vila de Iguassú, às margens do
ramal ferroviário.

1876 -Inicio da construção da“Estrada de Ferro Rio D’Ouro” que começava no Rio de Janeiro, a partir da
Quinta da Ponta do Caju, onde se construiu um terminal para receber a tubulação importada da Inglaterra
para obras de canalização de águas. A “Estrada de Ferro” seguia até a localidade de Rio D'Ouro, na antiga
região do Iguassú. No percurso da Estrada de Ferro estava parte da freguesia de Jacutinga, como o “Brejo” e
“Retiro”.
Para SIMÕES (2007) a segunda ferrovia a atravessar o território da antiga Iguassú foi a “Estrada de Ferro Rio
D’Ouro”. Originalmente a ferrovia foi criada para viabilizar a captação de água no maciço de Tinguá e na
Serra do Mar, inicialmente para transportar o material necessário às obras de captação e distribuição e,
num segundo momento, para servir de acesso a área e para a manutenção do sistema. O abastecimento de
água sempre foi problemático na cidade do Rio de Janeiro, desde a sua fundação, mas agravou-se na
segunda metade do século XIX em virtude do crescimento populacional e o comprometimento dos
mananciais do maciço da Tijuca, bastante desmatado pelo cultivo de café.

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GEORREFERENCIAMENTO ESTRADA DO COMÉRCIO

Detalhe da carta produzida pela Superintendência de Patrimônio


Arquitetônico e Urbanístico - SPAU, onde se realizou o
georreferenciamento da Estrada do Comércio, desde o perímetro
urbano da Vila do Iguaçu até o limite entre os atuais municípios de
Nova Iguaçu e Miguel Pereira. Cartógrafo/Topógrafo responsável: Joel
Dias da Silva, 2017.

Imagem na página 33: Esta planta tem detalhado com grande precisão
o trecho em que a estrada corta a extinta Vila do Iguassú e a
freguesia de Sant'anna das Palmeiras. Fonte: Planta hydro-
topographica da estrada do commercio entre os rios Iguassu e
Parahiba : com todos os rios, ribeirões pricipaes, corregos, lagrimaes
(sic) e torrentes que atravessão a dita estrada, Niemeyer, Conrado
Jacob, 1844.
33

Com o declínio do uso da estrada Real  por


conta da diminuição da produção de ouro nas
minas geraes a região  interiorana passou a
investir no café. Mas no Recôncavo da
Guanabara produziu-se  principalmente as
culturas de subsistência, que mantiveram vivas
as atividades econômicas na Vila de Iguassú. A
Estrada do Comércio vai assumir esta função,
principalmente após obra de calçamento,
ligando o Vale do Paraíba cafeicultor aos
portos. A vida na vila ainda precisa ser mais
investigada, mas sabemos que a população
escrava era bastante elevada, realizando o
trabalho nos campos e no transporte da
produção local, como se verifica em toda
região do recôncavo guanabarino.

Após o “Ciclo do Ouro”, no fim do século XVIII, a “Estrada Real”


que se iniciava na Capitania de Minas Gerais e tinha fim em
Paraty já estava em desuso devido aos incidentes constantes de
extraviamentos de pedras preciosas e outras cargas importantes
para a Coroa. Havia planos de se usar um caminho alternativo em
território fluminense para se chegar a Minas, o que foi posto em
prática com a chegada da Corte Portuguesa ao Rio de Janeiro e a
abertura da “Estrada do Comércio” no inicio do século XIX. A
estrada passava pela Serra do Tinguá e conectava a região de
Iguassú as margens do Rio Paraíba do Sul, no atual município de
Vassouras.
A região de Iguassú crescia com a utilização cada vez maior da
“Estrada do Comércio” o que veio a trazer um grande número de
exploradores, viajantes e pesquisadores passando pela região.
Dentre os viajantes e visitantes que percorreram Iguassú estão
os expoentes: Luccock, Saint-Hilaire, Ribeyrolles e Kidder.

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TRECHO PRESERVADO DA ESTRADA DO COMÉRCIO

Trecho do calçamento preservado da Estrada do Comércio, Patrimônio


histórico de Nova Iguaçu, no interior da REBIO-Tinguá. Fotografia de
Alziro Xavier, 2017.

Imagens na página 35: Imagens da estação da Guia de Pacobaíba, às


margens da Baia de Guanabara. Destaque para o desembarque de
passageiros da barca para embarcar no trem do ramal que ligava o
Porto de Estrela à Raiz da Serra. Foi a primeira estrada de ferro
construída no Brasil, inaugurada no dia 30 de abril de 1854. por este
motivo no dia 30 de abril é comemorado o Dia da Baixada Fluminense.
Fontes: https://brmaua.com.br/imagens-o-barao-da-ferrovia/, acessado
em 15 de março de 2018 e
http://otremexpresso.blogspot.com/2016/06/estacao-guia-de-pacobaiba-
o-porto-da.html, acessado em 15 de março de 2018.
35

Em meados do século dezenove o imperador concede à Irineu Evangelista de


Souza, o barão de Mauá, a construção da primeira ferrovia do Brasil, que foi
entregue em 30 de abril de 1854. Atualmente o dia trinta de abril é
reconhecido como dia da Baixada Fluminense. O primeiro trecho seguia da
Estação Guia de Pacopaíba, atual Magé, até Fragoso, atualmente conhecida
como Raiz da Serra ou Inhomirim.

  1858 - Inaugurado o tráfego da Estrada de Ferro D. Pedro II em 29 de Março de


1858, passava por grande parte do Município de Iguassú, porém a estrada de ferro
estava bem afastada da sede da Vila. A Estrada de Ferro Dom Pedro II (depois
nomeada Estrada de Ferro Central do Brasil) foi inaugurada pelo próprio Imperador
Pedro II e ligou o Campo da Aclamação (no Rio de Janeiro) ao Pouso dos Queimados
(atual Município de Queimados) e, no ano seguinte (1859), chegou a Belém (atual
Japeri). A implantação da estrada de ferro aumentou o comércio estabelecido na
região. “Foi a Estrada de Ferro que fez florescer Maxambomba”. (PEREIRA, 1977). 

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APA GUANDU-AÇÚ

Nova Iguaçu possui 8 APAs: Áreas de Proteção Ambiental: Tinguá, Rio


D"Ouro, Jaceruba, Tinguazinho, Posse-Guarita, Guandú-Açú, Retiro e
Morro Agudo, Dois Parques: Parque Natural Municipal de Nova Iguaçu e
Parque Natural das Paineiras.
A vocação para a preservação garante a vida de espécies nativas da
Mata Atlântica, e vistas deslumbrantes como esta, do entardecer na
lagoa do Guandu-açú. Fonte: Arquivo pessoal, 2020.

Imagem na página 37: Fotografia do trem no ramal Rio D'Ouro, em


localidade não identificada. Estrada de Ferro Rio D'Ouro, Marc Ferrez,
s.s..
37

O investimento em ferrovias veio a


substituir os caminhos fluviais, reduzir a
importância dos caminhos terrestres e
acabar com a viabilidade econômica do
transporte fluvial, cada vez mais difícil por
"A Estrada de Ferro Mauá não conta dos assoreamentos provocados pelo
foi grande indutora de
impacto ambiental da ocupação da margens
ocupação, o mesmo não pode
dos rios. Após a Estrada de Ferro Mauá o
se dizer das demais ferrovias
construídas depois dela. Em império fundou a Companhia de Estrada de
primeiro lugar elas vão roubar Ferro d. Pedro II, em parceria com o inglês
o transporte de carga dos rios Edward Price, que ligaria o Município da
e caminhos, esvaziando e até
Corte (Rio de Janeiro) até a localidade de
extinguindo os antigos portos
e localidades ao longo destes"
Belém (Japeri), pertencente à Vila de
. (SIMÕES, 2006). Iguassú. Sua viagem inaugural feita em 1858
trouxe nova dinâmica à região.

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MILAGRE DAS ÁGUAS

Para abastecer de água a corte, bem como toda cidade do Rio de


Janeiro, o engenheiro Paulo de Frontin ofereceu ao imperador Pedro II
um projeto que captaria água potável em tempo recorde. Tendo
recebido a autorização para a captação, Paulo de Frontin construiu
reservatórios e dutos nas fraldas do maciço do Tinguá. Acima detalhe
da construção de represa no rio Santo Antônio. Fotografia de Marc
Ferrez (1876-1882).

Imagem página 39: Registro do sistema de canalização do Rio Santo


Antônio, represa que leva ao Reservatório do Rio D'Ouro. Fonte:
Arquivo pessoal, 2018.
37

Seu trajeto passava distante da sede da Vila de Iguaçu, com


paradas   em diversos pontos da vila como Nilópolis, Mesquita e
Belém. Foi na parada do Arraial de Maxambomba que se deu maior
desenvolvimento, atraindo para este ponto uma nova formação
civilizacional. A partir da década de 1860 moradores, comércio,
justiça, vida política e mesmo a igreja passaram a preferir estar às
margens da ferrovia do que se manter no perímetro urbano
original da antiga vila. 

Em março de 1858 é
inaugurado o trecho inicial
que saía do Campo de
Santana, onde se localizava a
estação de Aclamação
(depois Central), até a
estação de Benedito Ottoni
(atual Queimados). Meses
mais tarde, após vencer o
Brejo dos Caramujos, a
ferrovia chega à Belém (atual
Japeri). (SIMÕES, 2006).
   

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BARÃO DE TINGUÁ

Francisco Pinto Duarte, foi o segundo barão de Tinguá, era proprietário


de três grandes fazendas na região de Iguassú. Entre elas a Fazenda do
Tinguá, que tinha uma extensão de aproximadamente 22 mil hectares.
Imagem cedida. Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..

Imagem página 41: Alto: Porto do Iguassú, Fonte: Arquivo pessoal,


2015; Baixo: Igreja de Nossa Senhora da Piedade do Iguassú. Fotografia
de Zanon de Paula Barros, 1957.
39

Os últimos anos da Vila de Iguassú


foram melancólicos, houveram surtos
de cólera e malária e a população foi
praticamente dizimada pelas doenças.
Enquanto isso o Arraial de
Maxambomba passava a ser o centro
administrativo, econômico e eixo da
vida social da “Nova Iguassú”. Com a
República a vila passou por novas
transformações administrativas e
Maxambomba passou a ser a sede do
município.

A Estrada de Ferro Central do


Brasil, ou Dom Pedro II, teve a sua
construção iniciada em 1955,
exatamente no ano em que uma
grande epidemia de cólera morbus
assolava as áreas e vilas próximas
aos rios onde o transporte fluvial
se realizava. (SIMÕES, 2006) 

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CATEDRAL DE SANTO ANTÔNIO DE JACUTINGA

A Catedral de Santo Antônio de Jacutinga encontra-se no Centro da


cidade de Nova Iguaçu, às margens da linha férrea. Sua construção se
deu na segunda metade do século XIX, mas a edificação sofreu
significativa alteração na década de 1930, ganhando a atual
configuração. No entorno da catedral se realizam as festividades pelo
padroeiro de Nova Iguaçu, comemorado em 13 de junho de cada
ano. Fotografia de Maria Madalena Batista, 2021.

Imagem página 43: Vista panorâmica da cidade de Nova Iguaçu na


década de 1940. Ao centro, dominando a imagem, a Igreja Matriz de
Santo Antônio de Jacutinga, já reformada e com acréscimo da torre
sineira central, transformada em estilo gótico. Imagem cedida. Acervo
pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..
43

REPÚBLICAS:
A MAXAMBOMBA VIRA
"Com a ferrovia e a concentração
populacional, era só uma questão
NOVA IGUASSÚ
de tempo até que os caminhos de
terra e rio caíssem em desuso e
O ocaso do império do Brasil trouxe à nação
as atenções se voltassem para o
a sua primeira experiência republicana em
entorno da estação de
Maxambomba, parada obrigatória meio ao golpe dado pelos militares em 15 de
do trem no território iguaçuano. Novembro de 1889, um ano após a abolição
Não só a importância econômica da escravidão. Foi a última e mais longa
do município havia sido
experiência escravista dentre todos os
deslocada, mas também a
religiosa e política. O Arraial de
projetos de nação nas Américas. Porém nem
Maxambomba, localizado aos pés o fim da escravidão e nem a mudança de
do chamado Maciço de Gericinó regime político trouxeram grandes
ou Mendanha, adquire maior transformações para a população nos
relevância dentro da história do
primeiros anos. Maxambomba receberia,
município, culminando na sua
elevação à sede municipal em
através dos trilhos da estrada de ferro,
1891, mesmo ano em que Iguassú é pessoas pobres, negros libertos, migrantes e
elevada à categoria de cidade e imigrantes, todos em busca de
distrito." (MORAIS, 2012).
oportunidades de trabalho e terras para
cultivar. O início da república é também o
início da lavoura citricultora que se
desenvolverá por cerca de meio século.

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PREFEITO MÁRIO PINOTTI

Médico sanitarista, Mário Pinotti foi o primeiro prefeito da cidade de


Nova Iguaçu, sendo nomeado para o cargo por Raul Veiga, que exercia
o cargo de presidente do estado. Foi Raul Veiga quem criou a
prefeitura de Nova Iguaçu em 18 de novembro de 1919. Imagem cedida.
Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..

Imagem página 45: Primeira Prefeitura de Nova Iguaçu. Edificação


construída em estilo arquitetônico eclético, inaugurada em 1908, para
abrigar a Câmara de Vereadores de Nova Iguaçu. Com a criação do
cargo de prefeito em 1919, passou a servir ao poder executivo
municipal. Na imagem ao lado podemos observar que a prefeitura já
havia alterado o nome na fachada do prédio. Imagem cedida. Acervo
pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..
45

Maxambomba já gozava de um status privilegiado e a república tornou-a então


um Município da novíssima república brasileira em 1891. A extensão do
território à época era mais do que o dobro do atual município de Nova Iguaçu.
A administração do município era atribuição da Câmara de Vereadores, nos
moldes do Império, com a figura do Presidente da Câmara respondendo às
atribuições que hoje conhecemos como poder executivo, como a realização das
obras públicas.

  Inauguração da prefeitura de Nova Iguassú e posse do primeiro prefeito, Mario Pinotti, nomeado pelo
governador do Estado do Rio de Janeiro. Antes era nomeado pelo governador um intendente municipal,
sendo o último no cargo o vereador e presidente da Câmara Municipal, Cel. Ernesto França Soares.
Pela lei nº 1.634, de 18 de Novembro de 1919 foram determinadas as sedes dos distritos de Nova Iguassú:
1º Nova Iguassú; 2º Marapicú; 3º Cava (abrangendo Piedade); 4º Arraial da Pavuna / São João de Meriti;
5º Santa Branca (antes Santana das Palmeiras); 6º Xerem; 7º São Matheus (estação de Engº. Neiva). Com
essa nova divisão o 1º distrito de Santo Antonio de Jacutinga é extinto dando lugar ao de Nova Iguassú,
sede do município de mesmo nome. (FORTE,1933).

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CEMITÉRIO DA IRMANDADE DE N. S.DO ROSÁRIO DOS


HOMENS PRETOS

Detalhe do cemitério aos fundos da Igreja de Nossa senhora da


Piedade do Iguassú, padroeira da Vila do Iguassú. O Cemitério da
Irmandade de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos possuía
inscrições de 1875 nos pilares de seu portão, indicando possível data
de inauguração do cemitério ou fundação da irmandade, Imagem
cedida. Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..

Imagem página 47: Detalhe da intervenção que altera a Matriz de


Santo Antônio de Jacutinga em obras. Na imagem podemos visualizar o
acréscimo da torre sineira central, mas ao lado vemos uma torre
sineira original, ainda sem o acréscimo do anjo. A inauguração da
Igreja Matriz com suas novas torres se deu em 1939. Imagem cedida.
Acervo pessoal de Flávio Farias de Araújo, s.d..
45

É neste tempo que os primeiros pés


de laranja começam a ser  cultivados
na cidade. Mas a produção só
passaria a ser o centro da vida
econômica na década de 1920. Em
1916 a cidade é renomeada e passa a
ser denominada Nova Iguassú. Em
1919 há o desmembramento do poder
político municipal e um decreto do
Presidente do Estado do Rio de
Janeiro nomeia o sanitarista Mário
Pinotti como primeiro prefeito da
cidade. A Câmara de Vereadores,
composta por homens da tradicional
elite econômica e política local, não
recebem bem a interferência e tem-
se início uma disputa judicial pelo
poder executivo. O início da
administração municipal iguassuana
se deu de forma conturbada, e segue
assim até o incício da Era Vargas.

artments and
"Entre as décadas de 1920 e 1940 existiu um crescimento populacional expressivo dentro do
município de Nova Iguaçu. Outro dado importante é que não somente a citricultura gerou
mes just for you
possibilidades de trabalho, mas igualmente o comércio e pequenas indústrias como as Olarias.
Todos estes fatores implicaram como atrativos para o deslocamento da população rural rumo à
Nova Iguaçu. Entre os anos de 1920 e 1940 Nova Iguaçu foi o município que mais cresceu em
números no Brasil, saltando de uma população total de 33.396 para 140.606 habitantes."
(ALEXANDRE, 2013).

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CASA DE CULTURA DE NOVA IGUAÇU

A casa foi construída pelo italiano Ângelo de Gregório. Ele foi um dos
“barões da laranja” da região e possuía também grande prestígio com
os artistas italianos. Há na estrutura da casa um visível contraste
entre passado e presente, pois quem vê a Casa de Cultura da rua,
percebe o prédio que data do inicio do século XX. No entanto, o espaço
aos fundos do imóvel reformado, trás o aspecto do presente, com um
teatro e uma biblioteca modernos. Fotografia Alziro Zavier, 2017.

Imagens da página 49: Alto - Detalhe do frontão do Bar Brasil, com


monograma de seu proprietário original. Fonte: Arquivo pessoal, 2010.
Abaixo, Imigrantes em Nova Iguaçu. Registro da família Borghi. O
Engenheiro Mecânico Adolfo Borghi, anarquista convicto e contrário as
ideias fascistas, saiu da cidade de Bolonha, vindo para o Brasil com sua
família e demais imigrantes em busca de uma nova vida em Nova
Iguaçu. Um exemplo de estabelecimento de famílias estrangeiras na
cidade. Imagem cedida. Acervo pessoal de Marcelo Borghi, s.d..
49

Em marcha acelerada, a primeira república passou. Não tardou para que


os efeitos da revolução de 1930 alcançassem Nova Iguaçu. Os
revolucionários iguaçuanos, liderados por Getúlio Barbosa de Moura,
insatisfeitos com a chegada de outro grupo ao poder municipal, farão
por aqui sua própria versão de tomada do poder. Não tiveram dramáticas
batalhas, mas o paço municipal foi tomado por Getúlio de Moura e seus
correlegionários. Neste tempo o poder municipal entra em uma longa
fase de prefeitos nomeados pelo interventor do Estado do Rio de Janeiro,
Ernani do Amaral Peixoto. Com Getúlio Vargas no poder a prefeitura
recebe seu primeiro interventor, uma ação que se tornará recorrente ao
longo do século XX na administração municipal.

"A citricultura, dominada pelas grandes


empresas, conseguiu, entre as décadas de 1920
e 1940, valores significativos no que diz
respeito a exportação. (...) A participação do
Município de Nova Iguaçu na exportação de
caixas de laranjas, após a década de 1930, teve
uma maior evidência em relação às demais
regiões. Do total de 1.236.453 caixas de laranja
exportadas pelo estado do Rio de Janeiro em
1931, 687.900 foram provenientes de Nova
Iguaçu. Ou seja, boa parte desta produção foi
usada para consumo interno, mas igualmente
exportada para outros países como Inglaterra,
Argentina, Holanda, França, Bélgica,
Alemanha, Suíça, Chile, Dacar, Noruega,
Finlândia e Suécia. O desenvolvimento
ocasionado pela citricultura fez que o governo
investisse cada vez mais na melhoria e
construção de estradas para o escoamento da
produção e acesso dos moradores destas
propriedades." (ALEXANDRE, 2013).

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

CATADOR DE LARANJAS ANÔNIMO

Para a produção de laranja chegar ao seu mercado consumidor um


verdadeiro exército de homens e mulheres atuavam no plantio, colheita,
beneficiamento e transporte da produção agrícola. Esta população
migrante, oriunda de várias partes do Brasil, em grande parte é
responsável pela construção de nossa sociedade. Fotografia de catador
de laranjas em Nova Iguaçu. Fonte: Arquivo pessoal, s.d.

Imagem da página 51: Propaganda de loteamento em Nova Iguaçu


divulgada no Jornal do Brasil em 04 de junho de 1938. A ilustração
apresenta as estações ferroviárias do ramal Japeri, tendo ao fundo as
plantações de laranja. A imagem dinâmica, de um trem moderno,
demonstra a intenção de vender lotes com fácil acesso à cidade do Rio
de Janeiro através da via férrea recentemente eletrificada. Fonte:
Jornal do Brasil, 1938.
51

Sob esta política intervencionista Nova Iguaçu comemora seu


primeiro centenário, com publicações de livros e construção de
monumentos comemorativos. Tudo orientado pelo prefeito
Arruda Negreiros. Negreiros será personagem política das mais
destacadas, passando pala prefeitura três vezes em sua carreira,
sendo duas delas eleito por voto direto da população. 

"Foram construídas dezenas de “packing-houses”, estações de armazenamento e


logística para a produção cítrica, eles seriam os “barracões de beneficiamento” e
“depósitos das frutas”. Os primeiros destes “barracões” datam do início do século XX e
se localizaram próximos da estação ferroviária nos dois lados da via férrea. No auge do
ciclo da citricultura em Nova Iguaçu “(...) o número de “packing-houses” era
considerável, pois “em 1932, eram em número de quatorze (...) e, em 1940, vinte
instalações deste tipo estavam registradas”. (SOARES, 1962).

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MUITO PRAZER!
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HOSPITAL IGUASSÚ

Projeto arquitetônico do Hospital de Iguassú. Fonte: Arquivo de


Plantas da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 1931.

Imagem página 53: Acima, registro do lançamento da pedra


fundamental do Hospital de Iguassú. Na imagem temos o registro da
presença do presidente da república Getúlio Vargas. Imagem cedida.
Acervo pessoal de Thiago Rachid, s.d.. Abaixo vemos uma máquina de
beneficiamento de laranjas em atividade numa das Packing Houses da
cidade. Esta máquina em particular foi desenvolvida em Nova Iguaçu
pelo engenheiro Adolpho Borghi. Imagem cedida. Acervo pessoal de
Marcelo Borghi, s.d..
53

Neste período a cidade


conhece os primeiros
efeitos da urbanização,
casas de
empacotamento –
Packing Houses – serão
inauguradas, ruas serão
calçadas, iluminadas e
muitas estradas serão
construídas. O Hospital
Iguassú, marco deste
desenvolvimento
urbano e da
modernização do
próprio Brasil, é
construído neste
período. A eletrificação
da linha férrea também
acontece neste período.
O presidente Getúlio
Vargas realizará
algumas visitas ao
município iguaçuano,
inaugurando obras
públicas e visitando
empreendimentos
privados.

O curto, mas significativo, ciclo da citricultura em Nova Iguaçu consolida a captura de grande parte
da Baixada Fluminense para a sua órbita de influência e, principalmente, cria as condições para a
permanência desta primazia após a decadência e o fim deste ciclo. Devemos, então, passar a análise
deste processo de nascimento, consolidação e extinção da citricultura na Nova Iguaçu. (SIMÕES,
2006)

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
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VIADUTO MONSENHOR JOÃO MUSCH

Registro do Viaduto Monsenhor João Musch, na época de sua


inauguração, em fevereiro de 1968. Cinquenta anos depois a Prefeitura
de Nova Iguaçu realizou intervenção inédita para sua recuperação. A
obra, que interditou o viaduto por meses, fez reparos estruturais
empregando tecnologia moderna, garantindo que sua devolução ao uso
da sociedade fosse seguro e duradouro. Imagem cedida. Acervo pessoal
de Flávio Farias de Araújo, 1968.

Imagem página 55: Planta de Loteamento de um terreno em Nova


Iguaçu. Fonte: Arquivo de Plantas da Prefeitura da Cidade de Nova
Iguaçu, 1949.
55

Ao fim da Era Vargas, no entando,


alterações nacionais e locais trarão
novas experiências. O conflito entre as
nações europeias que arrastaram o
mundo para o horror do holocausto e
dos experimentos atômicos causou em
Nova Iguaçu uma alteração irresistível:
era o fim da era dos laranjais. Apesar de
muitos produtores terem insistido na
produção, com êxito, o governo federal
possuia outros planos para a região,
desestimulando a produção e
fomentando o fracionamento da terra.
Os fazendeiros e chacareiros,
endividados em grande proporção, se
viram obrigados a recorrer a venda de
suas terras. É a época dos loteamentos.

O fim da Segunda Guerra Mundial absorvia o capital estrangeiro para a reconstrução dos
países arrasados e as exportações de laranja haviam declinado muito desde os anos da
grande guerra. Com a interrupção do transporte marítimo no Oceano Atlântico o mercado
europeu se encerrava, e nem a Argentina ou o mercado interno eram capazes de absorver
toda a produção que alcançara seu auge entre a década de 1920 e início da década de 40.
(BATISTA, 2013).

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
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NOVA IGUAÇU ANTES DAS EMANCIPAÇÕES

O território original da chamada Grande Iguassú compreendia uma


área de 1.300 km². Imagem elaborada pelo arquiteto Henrique Magon
Pequeno, 2017, com base na obra de Manoel Ricardo Simões, 2007.

Imagem página 57: O gráfico apresenta a primeira onda emancipatória,


ocorrida na década de 1940. Imagem elaborada pelo arquiteto Henrique
Magon Pequeno, 2017, com base na obra de Manoel Ricardo Simões,
2007.
57

"Em 1950 a planície em


torno da sede do
município já estava
totalmente loteada. Os
que ainda resistiam se
localizavam onde não há
condições de se criar
loteamentos, como é o
caso da encosta da Serra
de Madureira e nas
terras da Santa Casa
ainda em litígio. Neste
período os laranjais já
estavam desaparecendo

NOVA IGUAÇU, FRAGMENTAÇÃO da paisagem de Nova


Iguaçu. A partir da
E TRANSFORMAÇÃO década de 1950, os
loteamentos populares

Este novo capítulo, somado ao grande contingente se espalharam pela área


além da Via Dutra e ao
humano que migrou para esta região, vai formar a
longo das estradas
Nova Iguaçu que conhecemos. Homens e mulheres vicinais construídas para
de toda parte do mundo escolheram ou foram o transporte da laranja."
trazidos à Nova Iguaçu, e aqui decidiram fixarem- (SOARES, 1962).

se. Com o crescimento populacional muitas


demandas sociais se apresentaram. A frustração
das mesmas e a concentração de investimentos nas
áreas mais privilegiadas vai promover insatisfação
e mobilização popular, causando o
desmembramento da cidade. Isto resultou na
emancipação de distritos, reduzindo a cidade em
tamanho e população, num longo processo que
molda a atual configuração geográfica. 

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MUITO PRAZER!
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MAPA DE NOVA IGUAÇU

A cidade de Nova Iguaçu é composta de nove Unidades Regionais de


Governo - URG's: URG I - Centro; URG II - Posse; URG III - Comendador
Soares; URG IV - Cabuçu; URG V - KM32; URG VI - Austin; URG VII -
Vila de Cava; URG VIII Miguel Couto e URG IX - Tinguá. Imagem
elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de
Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Imagem página 59: Neste gráfico podemos observar o processo


completo, após à segunda onda emancipatória, ocorrida na década de
1990. Imagem elaborada pelo arquiteto Henrique Magon Pequeno, 2017,
com base na obra de Manoel Ricardo Simões, 2007.
59

"O município de Nova Iguaçu


foi um dos municípios mais
fragmentados do país: em
levantamento empírico
verificou-se que este perdeu
grande parte do seu
território original, não
obstante ele ainda exercer
grande centralidade,
constituindo-se numa
espécie de capital da
Baixada. A fragmentação do
território deste município é
um exemplo emblemático de
caso no Brasil, não apenas
pelo porte do município
(entre os dez mais populosos
do país), mas também pelo
porte da área emancipada Os processos históricos nacionais sempre
(...). Tal fato não encontraria
trouxeram Nova Iguaçu para o centro do cenário
paralelo nos demais
municípios do país.'
político, aqui se desenrolaram movimentos sociais,
(RODRIGUES, 2006). surgiram lideranças políticas e sociais de fôlego e
reconhecimento nacional e internacional.
A cidade nunca esteve a margem, sua posição
geográfica estratégica, a proximidade com o Rio de
Janeiro, a riqueza de recursos naturais, sua pujança
econômica, seu peso eleitoral e a força de trabalho
de sua gente será fonte permanente atenção da
política nacional em todos os períodos da história.
Líderes sindicais, movimentos de luta pelo direito a
terra e moradia sempre estiveram sob os olhares de
organismos de controle social, assim como grupos
de empresários locais, que se mobilizavam para
barrar estes movimentos ou mitigar suas ações.
Uma dinâmica político-social tensa, desigual e
muitas vezes violenta.

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MUITO PRAZER!
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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO I - CENTRO

A Unidade Regional de Governo I - CENTRO, e seus bairros: 1 Centro, 2


Califórnia, 3 Vila Nova, 4 Caonze, 5 Da Luz, 6 Santa Eugênia, 7 Jardim
Iguaçu, 8 Chacrinha, 9 Moquetá, 10 Da Viga, 11 Rancho Novo, 12 Vila
Operária, 13 Engenho Pequeno, 14 Jardim Tropical, 15 Prata, 70.1 Parte
da APA Gericinó Mendanha, 71 Parque Natural Municipal de Nova
Iguaçu. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato,
no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Imagens na página 61: Foto no alto da página - Vista Aérea de Nova


Iguaçu, Escola de Aeronáutca do Exército. Fotografia Aérea; Foco 24;
Altitude 500 m; 10:00 h.18/12/1940, Museu Aeroespacial, Fonte:
http://brasilianafotografica.bn.br/brasiliana/handle/20.500.12156.1/746
9, acesso em 13 de janeiro de 2021. Abaixo - imagem de satélite do
Centro, retirada do site Google Maps. Fonte:
https://goo.gl/maps/anrwtTZXU4bDZBYf8, acesso em 06 de fevereiro
de 2021.
61

O contraste entre as duas


imagens dão dimensão das
transformações que a cidade
sofreu durante o lapso de oito
décadas. Acima temos a região
central, cortada pela linha férrea,
poucos edifícios de destaque e
alguns galpões. Na parte inferior
da imagem se percebe as torres
de transmissão de energia elétrica
pouco acima das anotações da
aerofotografia. Na Serra e em
terrenos que hoje estão no centro
nervoso da urbe, plantações de
laranjas. Na outra imagem
podemos ver, nos extremos
laterias, os dois shoppings da
cidade e a marca indelével da
ferrovia.

Na segunda metade do
século XX Nova Iguaçu
vai experimentar um
crescimento demográfico
que produzirá grande
impacto nos distritos
mais afastados do centro
da cidade. Bairros se
formarão de maneira
desordenada, sem
infraestrutura urbana, o
que pode ser verificado
até nossos dias.
Os pomares e o beneficiamento de laranjais serão gradualmente substituídos e a
cidade absorverá grande parte de sua mão de obra na crescente indústria. Bayer
S/A, Canetas Compactor, Granfino S/A, são apenas algumas entre as centenas
de outras empresas, nos mais variados ramos, que irão se desenvolver na cidade,
num verdadeiro surto de industrialização. Principalmente às margens da rodovia
Presidente Dutra, duplicada nos anos 1950, um dos motores dessa nova
realidade econômica.
NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO II - POSSE

A Unidade Regional de Governo II - POSSE, e seus bairros: 16 Posse, 17


Cerâmica, 18 Ponto Chic, 19 Ambaí, 20 Nova América, 21 Carmari, 22
Três Corações, 23 Caioaba (Kennedy), 24 Parque Flora e 25 Botafogo.
Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor
de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Imagens na página 63: Foto alto, Centro Comercial Oswaldo Mendes de


Oliveira e o Terminal Rodoviário Arruda Negreiros, que sediou a
administração municipal de 1967 até 1980. Fonte, Correio da Lavoura,
1965, Abaixo, esquerda, Estação de Tratamento de Água: ETA-Guandu,
a maior do mundo em tratamento contínuo de água, com certificado
emitido pelo Guinnes Book.
Fonte: https://images.app.goo.gl/JBA2UghnLpRabTzx6, acessado em 21
de janeiro de 2021. Abaixo direita, Anúncio do lançamento da
construção do Super Shopping Center Populares, popularmente
conhecido com Center. O edifício foi o mais alto da cidade até o início
do século XXI, mantendo esta marca por quatro décadas. Fonte, Correio
da Lavoura, 1964.
63

O salto de desenvolvimento que ocorreu nos anos 1960 foi concentrado no distrito sede,
que é então o Centro da cidade. Nele se encontravam as sedes das empresas, sistema
bancário, órgãos da administração (municipais, estaduais e federais), o comércio e
importantes clubes voltados ao lazer da classe média e alta.
Fora do centro há uma única grande intervenção neste período, a Estação de Tratamento de
Água - ETA - Guandu, na região do KM 32. Apesar de sua localização no território
iguaçuano, ainda hoje, parte da população sofre com falta d'água e com abastecimento
irregular de água.

Ao mesmo tempo, o distrito sede se tornará um polo atrativo de


empreendimentos imobiliários, e nos anos 60’s a construção de edifícios
comerciais e residenciais será uma marca deste desenvolvimento desigual.
Concentração de renda e de investimentos no centro e o abandono dos
bairros periféricos vão produzir uma cidade partida. Este é um dos frutos
da ausência de estabilidade política que a ditadura produziu na cidade.

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MUITO PRAZER!
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URG III - COMENDADOR SOARES

A Unidade Regional de Governo III - COMENDADOR SOARES, e seus


bairros: 26 Comendador Soares, 27 Ouro Verde, 28 Jardim Alvorada, 29
Danon, 30 Jardim Palmares, 31 Rosa dos Ventos, 32 Jardim Pernambuco
e 33 Jardim Nova Era. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner
Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de
Nova Iguaçu, 2017.

Imagem na página 65: Gráfico com representação gráfica do método de


rotinização das intervenções na política municipal, que se verificou no
período entre 1964 e 1975, Fonte: Arquivo pessoal, 2017.
65

Entre 26 de agosto de 1964 e 31 de janeiro 1983 a cidade conheceu um total


de 14 prefeitos. Uma média de 1 prefeito a cada 480 dias. Significa dizer que,
em média, a cidade teve um prefeito a cada ano e três meses,
aproximadamente. Não precisamos dizer que isto provocou grandes
problemas em um momento onde a população da cidade alcançou a marca de
mais de um milhão e cem mil habitantes.
Diante deste quadro de instabilidade política local, e repressão em nível
nacional, é que surgem movimentos sociais como o Movimento de Amigos de
Bairro – MAB.
Apoiados pela Diocese de Nova Iguaçu, liderada pelo bispo Dom Adriano
Mandarino Hypólito, os moradores reivindicavam serviços básicos como
água, saneamento, postos de saúde e escolas para seus bairros.

"Ao identificar processos de intervenção política na prefeitura de Nova Iguaçu pudemos verificar uma
espécie de rotinização da intervenção, ou seja, o estabelecimento de um procedimento que se constituiu em
modo efetivo de destituir os prefeitos eleitos do cargo de prefeito, qual seja:
a) Denúncia do prefeito com acusações de má administração feitas a partir da Câmara de Vereadores;
b) Afastamento do prefeito e do vice-prefeito eleitos; posse do presidente da
Câmara de Vereadores; procedimento sumário de cassação do prefeito seguido da absolvição do vice;
c) Novas acusações da Câmara de Vereadores, algumas culminando com o afastamento do vice-prefeito;
d) Intervenção Federal;
e) Eleições." (BATISTA, 2014).

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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO IV - CABUÇU

A Unidade Regional de Governo IV - CABUÇU, e seus bairros: 34


Cabuçu, 35 Palhada, 36 Valverde, 37 Marapicu, 38 Lagoinha, 39 Campo
Alegre e 40 Ipiranga. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner
Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de
Nova Iguaçu, 2017.

Imagens na página 67: Foto Alto, Dom Adriano em seu escritório na


Diocese de Nova Iguaçu. Abaixo, registro do seu Fusca, explodido em
frente à sede da CNBB em setembro de 1976. A seguir, registro da
explosão do sacrário e altar no atentado de dezembro de 1979. Hoje a
catedral possui monumento com o registro do ocorrido: No dia 20 de
dezembro de 1979 explodiu uma bomba irresponsável sob o altar do
ssmo (santíssimo) sacramento nesta Igreja Catedral de Santo Antônio
de Jacutinga. Como convite permanente à reparação guardam neste
nicho os restos dos cibórios profanados. Fontes:
https://www.comcausa.net/domadriano/, acessado em 17 de janeiro de
2021.
67

Dom Adriano Mandarino Hypólito, O.F.M. assumiu a Diocese


de Nova Iguaçu em 6 de novembro de 1966, onde permaneceu
até sua morte em 10 de agosto de 1996. Como anunciou em sua
posse, foi o bispo que veio "para pôr-se à serviço da
comunidade". Esta relação próxima com os mais humildes
causou grande desconforto dentro e fora da igreja local, e
como eram tempos ditatoriais, sua atuação foi associada ao
comunismo. Por estar sempre ombreado com os mais
necessitados, foi perseguido, sequestrado, ameaçado de morte
e sofreu difamação e atentados diversos. Sua atuação deu
testemunho de uma atuação tenaz em favor dos desvalidos,
seguindo fielmente a opção pelos pobres da Conferência de
Puebla, da qual participou.

Esta movimentação atraiu a atenção da repressão e provocou a ação de


grupos extremistas reacionários. Dois eventos podem ser destacados como
pontos máximos dessa dura fase: o sequestro do bispo diocesano, seguido
da explosão de seu veículo e tentativa de humilhação pública e o atentado a
bomba, que provocou a explosão do sacrário da igreja matriz de Santo
Antônio de Jacutinga.

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MUITO PRAZER!
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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO V - KM 32

A Unidade Regional de Governo V - KM 32, e seus bairros: 41 Km 32, 42


Paraíso, 43 Jardim Guandu e 44 Prados Verdes. Imagem elaborada pelo
arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da
Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Imagens da página 69: Cento de Nova Iguaçu, com ferrovia. Imagem


cedida. Acervo pessoal de Thiago Rachid, 2012.
69

Os anos 1980 foram como um longo inverno e a crise econômica que se abateu
sobre o Brasil não poupou a cidade. Fato marcante é que, mesmo após o fim do
regime militar, Nova Iguaçu recebeu ainda um interventor para governar a
cidade. Os anos 90 foram de lenta recuperação, mas de grandes perdas
territoriais com o desfecho das emancipações de Belford Roxo, Japeri,
Queimados, e Mesquita.
Somente a partir da estabilização econômica do país Nova Iguaçu vai
apresentar novos ares. A abertura da Via Light (1998), pouco tempo depois da
inauguração do Top Shopping (1996), serão marcos de uma nova configuração
espacial no centro da cidade. O centro comercial que se concentrava num
quadrilátero entre a via férrea e as torres de transmissão de energia elétrica
ganhará uma nova dimensão.

Uma marca de Nova


Iguaçu é a divisão de sua
região central pela linha
do ramal de trens
urbanos da Central do
Brasil.
A mesma ferrovia que
motivou a migração da
antiga Vila para o arraial
de Maxambomba.

Na primeira década dos anos 2000 Nova Iguaçu experimentará novo surto
imobiliário, e hoje os horizontes da cidade apresentam grandes edifícios,
comerciais e residenciais, alterando totalmente suas feições agrárias ainda
preservadas até muito recentemente. Além disso Nova Iguaçu irá experimentar
um crescimento econômico expressivo, que podemos verificar com o
crescimento do orçamento municipal, que vai ultrapassar a marca de
1.600.000,00 em 2020.
No século XXI a indústria em Nova Iguaçu vai perder espaço para o comércio e
a prestação de serviços. Ao mesmo tempo, o Centro deixará de ser o único
polo agregador de serviços e a cidade passará a ser multicêntrica. Basta visitar
bairros como Comendador Soares, Austin, Miguel Couto ou Km 32 para
confirmar esta realidade. Todos possuem forte comércio e serviços, como
bancos, clínicas odontológicas e laboratórios, anteriormente encontrados
majoritariamente no centro do município.
NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VI - AUSTIN

A Unidade Regional de Governo VI - AUSTIN, e seus bairros: 45


Austin, 46 Riachão, 47 Inconfidência, 48 Carlos Sampaio, 49
Tinguazinho, 50 Cacuia, 51 Rodilândia e 52 Vila Guimarães. Imagem
elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo Fortunato, no setor de
Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova Iguaçu, 2017.

Imagens da página 71: Duas fotos panorâmicas da região central da


cidade. A primeira do edifício GM Empresarial e a segunda do Morro do
Cruzeiro. Uma com a Serra do Madureira e outra com o maciço do
Tinguá ao fundo. Imagens cedidas. Acervo pessoal de Thiago Rachid,
2012.
71

A Nova Iguaçu do novo milênio tem um enorme desafio a enfrentar. Um passivo


de anos de instabilidade e crise legaram sérios problemas de infraestrutura
urbana, um trânsito complicado, transporte público ineficiente, déficit
habitacional, saneamento, abastecimento de água e serviços como saúde
educação e lazer que precisam ser melhor distribuídos. No aspecto humano,
uma desigualdade socioeconômica que se reflete na alta informalidade e
desemprego, ancorados no índice de analfabetismo e evasão escolar ainda
elevados. Conhecendo seus desafios é que pode ser possível superá-los.

“"A baixada tem 3 milhões de habitantes e com isso a capacidade de influenciar política e
economicamente todo o Estado e no Brasil. Será que as pessoas ainda não se deram conta de que parte da
história está aqui dentro? Ou será que iremos sempre a reboque? Não vamos deixar nossos valores
esquecidos, vamos levá-los para as salas de aula, para as ruas e estufar o peito dizendo: - Eu conheço a
cultura do meu lugar." 20.03.1995 Moduan Matus (MATUS, 2000).

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
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UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO VII - VILA DE CAVA

A Unidade Regional de Governo VII - VILA DE CAVA, e seus bairros:


53 Vila de Cava, 54 Santa Rita, 55 Rancho Fundo, 56 Filgueiras, 57
Iguaçu Velho e 58 Corumbá. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner
Azeredo Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de
Nova Iguaçu, 2017.

Imagem da página 73: Em preto e branco, fotografia do Paço Municipal.


A sede principal da prefeitura, que também tem órgãos em diversos
endereços no município. Construída em fins dos anos 1970's e
inaugurada em 02 de novembro de 1980. As palmeiras imperiais são
sua característica mais marcante, elas representam as letras do nome
da cidade. Quatro estão a esquerda de quem entra no prédio, formando
NOVA. Outras cinco estão à direita de quem entra, formando IGUAÇ. A
palmeira que representa o último U morreu por falta de cuidados, tendo
sido substituída em 2016. Infelizmente esta também morreu e o
simbolismo original das palmeiras encontra-se descaracterizado. Fonte:
Arquivo pessoal, 2018.
73

É esta cidade, complexa e cheia de desafios, rica na história de seu povo e


cheia de lugares incríveis que buscamos apresentar nestas breves linhas.
Esperamos ter conduzido o interlocutor, curioso e interessado, por um
percurso histórico transformado em páginas, preenchendo de conhecimento e
informações. Mas também esperamos ter gerado curiosidade para aquilo que
não coube neste pequeno livro.
Esta é somente uma breve mostra de Nova Iguaçu. Muito prazer!

Hoje, Nova Iguaçu é o maior município da Baixada Fluminense em extensão territorial e segundo em
população. Possui um dos centros comerciais mais importantes do Estado do Rio de Janeiro, um polo
comercial que atrai consumidores das cidades de seu entorno, o maior fora da capital fluminense.

NOVA IGUAÇU.
MUITO PRAZER!
NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

URG VIII - MIGUEL COUTO

A Unidade Regional de Governo VIII - MIGUEL COUTO, e seus bairros:


59 Miguel Couto, 60 Boa Esperança, 61 Parque Ambaí, 62 Grama e 63
Geneciano. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo
Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova
Iguaçu, 2017.

Página 75: Hino do Município de Nova Iguaçu. Letra por Paulo Costa
Navega; Melodia por Tereza Stella de Queiroz Pinheiro Lopes. Hino
oficializado pelo decreto nº 102, de 19 de junho de 1979.
75

HINO DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU

Nova Iguaçu!
Terra linda e encantadora,
Desde os tempos de outrora,
Dos meus velhos ancestrais.
Tens uma história,
Cheia de belezas mil,
O encanto Fluminense,
É o orgulho do Brasil.

A Maxambomba!
Dos engenhos do passado,
Nova Iguaçu!
Dos dourados laranjais.

Hoje feliz,
Com teu rico alvorecer,
Com teu progresso e beleza,
Fiz consulta a natureza,
És grande desde o nascer!
NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

UNIDADE REGIONAL DE GOVERNO IX - TINGUÁ

A Unidade Regional de Governo IX - TINGUÁ, e seus bairros: 64


Tinguá, 65 Montevidéo, 66 Adrianópolis, 67 Rio D'Ouro, 68 Jaceruba e
Rebio Tinguá. Imagem elaborada pelo arquiteto Wagner Azeredo
Fortunato, no setor de Urbanismo da Prefeitura da Cidade de Nova
Iguaçu, 2017.
77

BIBLIOGRAFIA DE REFERÊNCIA
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79

ESTRADA DO COMÉRCIO

Uma imagem que marca o passado iguaçuano são os resquícios do


período do império, que mais se podem identificar através dos trechos
remanescentes da Estrada do Comércio. Por este motivo, durante um
diálogo entorno da busca de uma representação simbólica da história
da cidade, Alexander Gama Elias sugeriu que a estrada fosse capaz de
produzir este simbolismo. O resultado foi a arte acima, com a
estilização produzida pela arquiteta Daniela Dilma Morais. O emprego
deste símbolo na capa deste livro representa uma perspectiva de que
ele, assim como a história iguaçuana, são um percurso, uma estrada,
que vai conduzir o leitor de um tempo a outro. Boa jornada!
Concepção de arte: Allofs Daniel Batista, Produção: Daniela Dilma
Moraes (2018)
NOVA IGUAÇU: MUITO PRAZER!

NOVA IGUAÇU FUTURO PASSADO

Esta arte foi concebida como uma proposta para representar o


encontro do passado iguassuano com a cidade que hoje existe. O
objetivo é mostrar que não precisa haver conflito entre crescimento e
preservação do patrimônio histórico e cultural.
A estilização da Estrada do Comércio levando às portas do Paço
Municipal busca representar um percurso simbólico através de nossa
história e memória.
Concepção de arte: Allofs Daniel Batista, Produção: Daniela Dilma
Moraes (2018)
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O AUTOR

Aluno do curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em História da UFRRJ, Mestre


pelo PPGH/UNIRIO, licenciado em História pela a UFRRJ/IM (Campus Nova Iguaçu) em 2011.
Foi conselheiro de cultura, promovendo a criação e atuando na presidência da Comissão
Permanente de Patrimônio Histórico e Cultural (material e imaterial) no Conselho Municipal
de Políticas Culturais de Nova Iguaçu. Atou como gestor do Centro de Memória de Nova
Iguaçu. Possui especial interesse pelas discussões acerca da História Política e
Administração Municipal no contexto pré e pós Golpe Militar de 1964 e os impactos deste
processo histórico no Município de Nova Iguaçu e região da Baixada Fluminense, área onde
possui capítulos de livros publicados e sobre o qual já participou em diversas palestras e
eventos. Foi Coordenador da Superintendência de Patrimônio Arquitetônico e Urbanístico da
cidade de Nova Iguaçu, promovendo políticas públicas para a proteção, preservação, pesquisa
e difusão do patrimônio cultural material e natural do município. Em novembro de 2020 foi
contemplado com o Prêmio Cordelista Jota Rodrigues, promovido pela Secretaria Municipal de
Cultura de Nova Iguaçu, como Agente Cultural, com atuação na área de Patrimônio Cultural
na cidade. Professor de História da rede municipal das cidades de Duque de Caxias e de de
Seropédica.
Contato: allofs09@gmail.com.
PATROCÍNIO

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