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1- BEHAVIORISMO RADICAL

Behaviorismo é um tipo de filosofia da ciência do comportamento. É análogo a uma lente que


usamos para ver o mundo e as pessoas que nele habitam.
Muitas pessoas onfundem Análise do Comportamento e Behaviorismo e também Behaviorismo
Rafical com outras "modalidades" de Behaviorismo, ou mesmo ignoram que existem diferentes
behaviorismos.
No entanto, não podemos comparar o Behaviorismo Radical com a Psicanálise, a Psicologia da
Gestalt ou a Psicologia Cognitiva por exemplo, uma vez que o Behaviorismo Radical não é uma
abordagem psicológica. Já a Análise do Comportamento é uma abordagem psicológica, como as citadas
acima. O Behaviorismo Radical simplesmente fornece o embasamento filosófico da Análise do
Comportamento. O interesse de Skinner pela psicologia começa a formar contato com as obras de
Watson e Pavlov para a psicologia, discorda dos modelos simplistas de análise do comportamento deles.
Skinner criticou o Behaviorismo de Watson e Pavlov, porém podemos considerar que essas críticas são as
mesmas que os menos avisados fazem uso ao Behaviorismo de Skinner.
Uma análise mais detalhada de Behaviorismo Radical propõe restaurar a introspecção sob os
limites daquilo que pode ser observado dentro da pele humana. Busca observar o corpo e sua interação
com o meio ambiente, equilibrando os acontecimentos externos antecedentes e os ocorridos no mundo
e os ocorridos no mundo privado, interno de casa um. Para o Behaviorista Radical, os termos descritivos
não só explicam como também definem o que é comportamento. O Behaviorismo Radical propõe um
paradigma de condicionamento não-linear e estatístico, pois Skinner defende que a maioria dos
comportamentos humanos são condicionados de modo operante. O Behaviorismo Radical foi
fortemente influenciado por uma visão pragmática de ciência; portanto, em vez de buscar verdades
acerca do comportamento, o Analista do Comportamento visaria a prever e a controlar o
comportamento. Para tanto, em vez de especular causas hipotéticas, como desejos, impulsos, drives,
vontades e traços de personalidade, simplesmente procuraria descrever em quais condições o
comportamento ocorre.
O Behaviorismo Radical de Skinner é constantemente acusado de eliminar a mente de sua
explicação do comportamento humano. No entanto Skinner (ou seu Behaviorismo Radical) não nega a
existência de sentimentos, sensações e ideias, apenas questiona o papel de tais eventos na
determinação da conduta humana. Para Skinner, um pensamento, sentimento ou desejo não podem ser
a explicação para um comportamento (por exemplo, agredi porque estava com raiva), pois são
comportamentos também e, portanto, devem ter suas próprias explicações. Este ponto merece um
pouco mais de atenção. Skinner propõpe a distinção entre eventos privados e eventos públicos. Os
eventos compreendem estímulos antecedentes, respostas e consequências que, quando são observáveis
por mais de uma pessoa ao mesmo tempo são chamadas de públicos, e quando são observados apenas
por quem se comporta são considerados privados. Já o Behaviorismo Metodológico e outras visões da
psicologia considera esses eventos de naturezas diferentes. Sendo assim, conferiam o caráter de físico
aos eventos publicamente observável e de metafísico aos eventos inobserváveis publicamente. Dessa
forma, era mantida a dicotomia mente e corpo não físico e físico, uma reedição da concepção dualista
cartesiana.
Skinner rompe "radicalmente" com o dualismo, adotando o monismo para a psicologia. Para
Skinner, os eventos privados eram tão físicos quanto os eventos públicos. "Minha dor de dente é tão
física quanto a minha máquina de escrever". Pensamentos, sentimentos, emoções, não são consideradas
ocorrências e sim comportamentos.
Portanto o Behaviorismo Radical deverá estudar quaisquer comportamentos e seus
determinantes, sejam eles públicos (por exemplo, jogar bola) ou privados (por exemplo, pisar na lua). Ao
contrário do que sustentam os críticos, o Behaviorismo Radical é profundo em suas análises, apontando
a superficialidade das concepções mentalistas.

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