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O escopo do trabalho será o livro do professor Canotilho,

Direito Constitucional e Teoria da Constituição, parte IV, título I


– páginas 1117 a 1187

SENTIDO DA METÓDICA CONSTITUCIONAL


O autor inicia o capítulo propondo o que chama de apuramento
do método de trabalho dos aplicadores-concretizadores das normas
constitucionais, sob uma metódica tridimensional:
1) saber como se estruturam as regras e princípios da
Constituição;
2) captar todo o ciclo de realização das normas
constitucionais, desde o estabelecimento do texto da norma
até a concretização pelo legislador ordinário e pelos órgãos
de aplicação do direito;
3) oferecer princípios hermenêuticos e de argumentação de
forma a possibilitar um procedimento concretizador
racional e objetivamente controlável.
O autor afirma que a metódica constitucional assume se como
metódica estruturante, implicando simultaneamente no manejo de
uma teoria da norma, uma teoria da constituição e uma dogmática
jurídica.

Objetivo: O QUE É A CONSTITUIÇÃO?


Segundo a teoria da constituição: é um conjunto de textos de
normas estabelecido por um poder normativo-constituinte legítimo,
imbuído de imputar a criação de normas jurídico-constitucionais.
Segundo a teoria da norma: pode se apresentar com uma
grande variedade de formas, aqui o autor distingue o que seriam
normas-regras e normas-princípios.
Segundo a dogmática jurídica: apresenta-se como uma
disciplina pluridimensional, aplicando três atividades básicas 1)
descrição do direito vigente; 2) análise sistemática e constitucional
deste direito; 3) elaboração de propostas de solução de casos
jurídicos difíceis.
Para o autor o trabalho de interpretação da Constituição
significa atribuir um sentido à norma:
a primeira dificuldade que lista é a redação aberta das
normas constitucionais que dificulta a aplicabilidade direta,
por vezes necessitando de densificação legislativa e
judicial. Associado à dimensão política da atividade
interpretativa. A terceira dificuldade chama de teoreticismo,
que seriam as técnicas metódicas e metodológicas de de
interpretação do texto constitucional.

Apresenta um caso para exercício – briefing case¸ dificil e


paradigmático

Propõe os seguintes passos metódicos:

Contexto da
realidade

Texto/Significado
Norma de decisão
da norma

Retórica Controvérsia
argumentativa constittucional

Argument
mento
A metódica constitucional é uma metodologia específica
dentro da metodologia jurídica em geral, o juízes constitucionais
reclamam técnicas específicas e o uso de princípios hermenêuticos
adequados à concretização judicial da constituição.
Canotilho propõe alguns diagramas onde pretende ilustrar o
passo a passo do procedimento metódico (sinceramente não
entendi): a afirma que nossas preocupações(não entendi o
significado da expressão) começam com a teoria da legislação,
teoria da decisão jurídica e com a dogmática jurídica.

CONSTITUIÇÃO E ORDENAMENTO JURÍDICO


Começa o autor com a seguinte proposição
1) todos os países têm uma Constituição; (revela-se como
uma espécie de realidade social)
2) mas nem todos possuem um documento escrito chamado
Constituição; (valoração como Constituição, ethos)
3) nem todos que têm uma Constituição este documento
passou pelo filtro constitucional do
CONSTITUCIONALISMO; (Constituição em sentido normativo
para ser considerada Constituição deste documento deve ter
com conteúdo específico, um corpo de regras, princípios
materiais fundamentais, princípios separação de poderes,
poder constituinte, poderes constituídos, garantias, direitos e
liberdades, forma de governo, forma de estado, ...).

Nesse sentido não basta ser chamada de Constituição para ser


uma constituição. Deve ser dotado de regras jurídicas
materialmente “boas”, “valiosas”, “intrinsecamente legítimas”.
Insiste o autor que devem ser dotadas de um conteúdo mínimo:
1) conjunto de regras jurídicas(normas e princípios) codificados
num texto ou em costumes que são considerados proeminentes
(prevalentes) relativamente a outras regras jurídicas; 2)
proeminentes (prevalentes) porque portadoras de determinado
conteúdo aos quais, pela comunidade, é atribuído um valor
específico superior.

O corpus constitucional
O que é que faz parte da Constituição?
Será que somente as regras estão dentro do documento
constitucional tem valor constitucional? Será que todas as regras
inseridas neste documento são verdadeiramente constitucionais?
Define o autor que corpus constitucional é: a) ó constituído só
pelo texto formalmente criado com o valor de Constituição; b)
constituído não só pelo texto constitucional mais ainda por outros
materiais normativos não formalmente integrados a esse texto; c)
apenas por uma parte das regras incluídas no texto da Constituição.
Corpus é o texto, é mais do que o texto e é menos do que o texto.
Norma constitucional conforto ordinária, não escrita porém
integradora do corpus constitucional(exemplo o duplo grau),
naturalmente para ser considerada consuetudinária essa regra
precisa durante largo tempo, bem como convicção de sua
juridicidade(será que o flagrante de 24 horas não seria).
Fala o autor no que toca ao alargamento desse corpus
constitucional, que este pode justificar-se em nome do caráter
aberto desse sistema, no qual poderão desenvolver o usos
institucionais como comportamento juridicamente vinculativos.
Quanto a redução do texto constitucional o autor afirma que é
comum acesso a esse documento de normas de escassa
relevância, no entanto não há critérios seguros para distinguir o que
é verdadeiramente constitucional e o que não é, desta feita as
normas da Constituição tem o mesmo valor, todas as normas
inseridas neste documento fazem parte do corpus constitucional,
sendo assim a voz dos narradores esportivos de tutela
constitucional originária.
Constituição como lei nos livros e/ou lei em ação
O direito constitucional é um direito vivo, existe um direito
constitucional não escrito que tendo como sustentação a
constituição escrita, os fundamentos e limites desta, completa,
desenvolve, vivifica, o próprio direito constitucional escrito.
Fenômenos conhecidos com o transições constitucionais,
obsolescência, mutações, são o que fundamentam a imunidade
dos leitores de livros eletrônicos e o sigilo da correspondência
do WhatsApp.

A RESERVA DA CONSTITUIÇÃO
Esse seria o conjunto de matérias que devem estar e não
podem deixar de estar normativamente contempladas no texto
constitucional. É o catálogo de direitos, liberdades e do estatuto
constitucional dos órgãos do poder político. Essa essência
constitucional é constituída pelos princípios fundamentais que
estruturam o governo, o processo político e pelos direitos de
liberdade e igualdade básicos de um cidadão que a maioria
legislativas devem respeitar(será que esse conceito já não seria
fruto da evolução do significado do texto escrito diante da realidade,
igualdade material x igualdade formal).
O “núcleo duro” da constituição, a essência constitucional, não
deve ser compreendida apenas a partir de paradigmas antigos da
Constituição, deve se renovar, ela deve ser ates de tudo futuro
(PROPOSITIVA). Não é apenas um texto fechado jurídico, mas uma
expressão do desenvolvimento cultural da sociedade que
representa.
O COSMOS NORMATIVO
O estado é “povoado” de normas de origem muito diferentes:
constituição escrita, normas de direito interno, normas de direito
Internacional, convenções, costumes internacionais, costumes
locais, normas de estado de órgão inferiores, normas de
reguladores, normas de caráter privado como STJD, CONAR,
BOVESPA, tudo isso compondo o que o autor chama de cosmos
normativo.
O desafio proposto é: como dar unidade essa ordem
jurídica?
A navegação nesse cosmos normativo deve sempre se dar à
luz da constituição como lei ou norma fundamental da ordem
jurídica. No entanto é difícil especificar o que a seria a unidade da
ordem jurídica. Esta seria exclusivamente produzida pelo estado,
redutora e unilateral, ou seria produzida inclusive pelos próprios
componentes da sociedade, indo além do se de define como
ordenamento jurídico estatal.

Teoria dos
ordenamentos
jurídicos

Pluralidade de
Organização Normação
sujeitos
Nesse sentido podem compor ordenamentos jurídicos Conselhos
Profissionais, o CONAR, a BOVESPA, Igrejas organizadas,
Associações. Todos os grupos organizados de indivíduos que
atuam sob a luz de um estatuto público ou privado.
Defende o autor que essas instituições ao longo do tempo
modificam-se, exemplifica pela frase: a família já não é o que era, o
casamento já não é o que era e a propriedade já não é o que era.
Uma ordem jurídica desenvolvida pressupõem a pluralidade
de Fontes de direito, essa pluralidade de Fontes é hoje
acompanhada por uma crescente diferenciação intrínseca, essa
diferenciação intrínseca por sua vez seria a especialidade ou
especialização das normas.
Dado o nível de especialização que hoje se exige de
determinadas normas a proclamada unidade da ordem jurídica
parece estar ultrapassada, o navegar do cosmos normativo hoje
tem como ponto de partida: a ordem e hierarquia das normas, e o
conflito destas, que não encontra fundamento só e
fundamentalmente nas próprias normas mas sim na ordem das
instituições politicamente legitimadas.
PROPOSTA
Apresenta o autor uma proposta de método de navegação do
cosmos legislativo. Primeiramente apresentando a Constituição
como norma: que seriam normas jurídicas positivas, geralmente
escritas, que se apresentam em relação às outras normas do
ordenamento jurídico como fundantes e primárias.
Essa norma constitucional, dotada de um brilho autônomo
expresso através da forma, do procedimento de criação e da
posição hierárquica de suas normas, se caracteriza pela posição
hierárquico normativa superior.

As normas São normas de Essa


1

3
constitucionais normas , superioridade
são lex superior, firmando-se como normativa implica
com fundamento uma fonte de o princípio da
de validade em si produção jurídica conformidade de
mesma. de outras normas todos os atos dos
poderes públicos
com essa própria
norma.

A autoprimazia normativa significa que: as normas


constitucionais não derivam validade de outras normas com
dignidade hierárquica superior. Essa superioridade implica no
princípio da conformidade, onde todos os atos o poder político têm
que se adequar aos princípios constitucionais.
Nenhuma norma de hierarquia inferior pode estar
em contradição com outra de dignidade superior;
nenhuma norma infraconstitucional pode estar em
desconformidade com as normas e princípios
constitucionais, sob pena de inexistência,
nulidade, anulabilidade e ineficácia.
Sendo fonte primária de produção jurídica essas normas
constitucionais são determinantes positivas e negativas de
normas inferiores. Os atos legislativos encontram fundamento de
validade na Constituição e os atos normativos inferiores é carecem
sempre de uma base legal, princípio da precedência da lei.
ONDE FICAM OS DECRETOS AUTONOMOS NESSA
ORGANIZAÇÃO?

Sendo normae normarum, supra-ordenamento, a norma


constitucional constitui o ordenamento superior que unifica os
ordenamentos estaduais, municipais e rugulamentares; e
estabelece hierarquia entre as normas dos vários ordenamentos.
FORÇA NORMATIVA
Quanto à normatividade da Constituição, esta é uma lei
vinculativa dotada de efetividade e aplicabilidade, a constituiçãoo
sendo uma lei como lei deve ser aplicada. Afasta o autor a
possibilidade de atribuir à constituição um valor meramente
declaratório, programático despido de força jurídica. Aqui o autor
apresenta o que chama de paradoxo da programaticidade: as
constituições são leis mas não valem nem se aplicam como leis.
Se a constituição é uma lei como as outras, em alguma forma
também se distingue delas. O caráter aberto e sendo fundante de
muitas normas obrigam à mediação criativa e concretizadora dos
intérpretes da constituição, legislador e judiciário. A Constituição é
uma lei-quadro onde todos as demais normas legislativas são
escritas, saber em qual medida normas constitucionais se aplicam
diretamente ou carecem de regulamentação depende dar
classificação que essa norma constitucional possui: se norma de
direito fundamental, norma definidora de princípio, norma de
organização, norma-fim. COMO SABER SE UMA EMENDA
CONSTITUCIONAL OU LEI É DOTADA DE APLICABILIDADE
DIREITA OU DEPENDE DE REGULAMENTAÇÃO?

COMPLEXIDADE E HETEROGENEIDADE DO
ORDENAMENTO JURÍDICO
Como é possível derivar da Constituição o direito
comunitário?
como é possível derivar da Constituição o próprio direito
Internacional?
como é possível derivar da Constituição normas de
ordenamentos autônomos?
Através do princípio da constitucionalidade e do principio
da conformidade a Constituição busca a unidade não como
“norma central” ou “norma dirigente fundamental do estado”
mas como estatuto de justiça do político, ou seja quadro moral
e recional conformador da ordem normativo-constitucional
através da incorporação de um conjunto de princípios e regras
de valores básicos do ordenamento jurídico. À luz desse
raciocínio podemos falar na necessidade de fundamentação na
exclusão de associações privadas, direito a recurso,
contraditório. Será que a inserção dessa complicação é
frutífera para o sistema vidual como um todo, vale a pena
incluir o direito no âmbito da vida comum?
Pirâmide jurídica deve ser superada e impondo-se uma visão
mais complexa e realistas da ordem jurídica, agora existem vários
parceiros concorrentes do direito constitucional tradicional, o direito
comunitário, os princípios gerais do direito, o bill of rights, os direitos
transnacionais...
Para o autor no âmbito da União Europeia a Constituição
portuguesa agora é ordem jurídica fundamental parcial, a
Constituição de um estado-membro deve respeitar o direito
constitucional europeu.
O direito reflexivo
Apresenta Canotilho a tese de Gunther Teubner, o direito
reflexivo seria fundamentalmente constituído pelo conjunto de
regras definidoras dos esquemas relacionais grupos e organizações
da época atual. haveria uma nova Constituição que se estabelece
por meio da autorregulação social efetivada pelos atores do neo-
corporativo, o processo de comunicação entre grupos e
organizações. A concertação social entre diversos grupos ou
sindicatos que levariam ao estabelecimento de critérios salariais,
produtividade, tempo de trabalho, de difícil realização à luz da lei.
ISSO SÓ SERVE PARA DIÁLOGOS INTERSINDICAIS OU PARA
DIÁLOGOS ENTRE EMPRESAS? JOINT VENTURE
Pluralismo de ordenamentos superiores, ordens jurídicas
fundamentais parciais, direito reflexivo - exemplificam as
dificuldades da concepção tradicional da constituição como norma
unitarizante e integradora do ordenamento jurídico.
O que fica da Constituição como norma?
O que fica da Constituição como ordem?
Ficam as duas, mas com um sentido diverso do tradicional. A
Constituição continua a ser uma ordem-quadro moral e racional do
discurso político e uma norma fundante e superior do ordenamento
jurídico, estruturada com base em regras e princípios identificadores
da nossa comunidade jurídica.
CONTINUA A SER NORMA SUPERIOR, ou seja a
Constituição pode e deve erguer-se como ordem e norma de uma
esfera jurídica indiscutível dentro da comunidade jurídica
portuguesa perante o ordenamento jurídico comunitário e
internacional. É a Constituição nacional que diz os limites em face
de outros sistemas.

A CONSTITUIÇÃO COMO SISTEMA ABERTO DE REGRAS E


PRINCÍPIOS

Canotilho lança as bases da compreensão dogmática do direito


constitucional, afirma que o sistema jurídico do Estado de direito democrático
português é um sistema normativo de regras e princípios.
Estabelece como premissas:
1) é um sistema jurídico pois é um sistema dinâmico de normas;
2) aberto pois dotado de capacidade de aprendizagem aptos a captarem as
concepções de verdade e justiça (plasticidade);
3) normativo pois, programas, funções e pessoas são definidos através de
normas;
4) é um sistema de regras e princípios pois as normas do sistema tanto se
apresentam como princípios e como regras.
Regras
Normas
Princípios
Como distinguir regras de princípios?
1) Grau de abstração: princípios são dotados de maior grau de abstração
em comparação com regras;
2) Grau de determinabilidade no caso concreto: princípios, sendo vagos e
indeterminados precisam de mediação concretizadora e regras são
susceptíveis de aplicação direta; (SERÁ ?)
3) Caráter de fundamentalidade como fonte do direito: princípios têm
natureza estruturante, no âmbito dos fundamentos do ordenamento
jurídico;
4) “Proximidade” do ideal de direito: princípios são “standards” jurídicos
vinculantes radicados nas exigências de “justiça”(Dworking) ou na ideia
de direito”)Larenz), regras pos sua vez podem ser normas vinculativas
com conteúdo meramente funcional;
5) Natureza normogenética: os princípios são fundamentos de regras, são
normas que estão na base e constituem a rátio das regras jurídicas.

DISTINÇÃO ENTRE REGRAS DE PRINCÍPIOS É TAREFA COMPLEXA


Qual a função dos princípios? São retórica-argumentativa ou normas de
conduta.
Entre princípios e regras existe um denominador comum? Se pertencentes à
mesma família, havendo apenas uma diferença de grau; os princípios e regras
são super suscetíveis de uma diferenciação qualitativa.
Existem os princípios hermeneuticos que desempenham uma função
argumentativa, permitindo denotar a ratio legis de uma disposição ou revelar
normas não expressas, possibilitando pelos juízes o desenvolvimento,
integração e complementação do direito.
Princípios como regras jurídicas, sendo normas jurídicas impositivas de uma
otimização, compatíveis com vários graus de concretização. A convivência de
princípios é conflitual, a convivência de regras é uma antinomia; princípios
diversos podem conviver entre si, as regras antinômicas são excludentes.
Princípios admitem ponderação, regras, se válidas, devem ser cumpridas na
medida de sua prescrição. ONDE FICAM AS LEIS QUE NÃO PEGAM?
Sistema aberto de regras e princípios
Um sistema constituído exclusivamente por regras seria um sistema
jurídico de limitada racionalidade prática, posto que exigiriam exaustiva
disciplina legislativa, seria juridicamente mais previsível, mas não haveria
espaço para o desenvolvimento deste sistema através da interpretação,
discricionariedade e adequação. No legalismo estrito, não há espaço para o
conflito, a resposta é binária, é ou não é. O sistema por sua vez baseado
exclusivamente em princípios, também é inaceitável, pois a indeterminação,
inexistência de regras precisas, existem princípios conflituantes, a dependência
absoluta da análise do fato concreto levam à diminuição da segurança jurídica
e previsibilidade. Sendo do limite incapaz de reduzir a própria complexidade do
sistema.
Qualquer sistema jurídico carece tanto de regras jurídicas como de
princípios. Os princípios são fundamentos das regras jurídicas e tem
idoneidade que lhes permite interligar todas essas regras no sistema
constitucional.
Normas princípio permitem oxigenação, em enraizamento e a evolução
do próprio sistema, essa textura aberta permite a consagração de
conceitos abstratos como liberdade, democracia, dignidade.
TIPOLOGIA DE PRINCÍPIOS E REGRAS
PRINCÍPIOS
Princípios jurídicos fundamentais são os princípios historicamente
objetivados e progressivamente introduzidos na consciência jurídica e que
encontram uma recepção expressa ou implícita no texto constitucional. Parte
da doutrina entende que não é possível fundamentar autonomamente recursos
de direito público utilizando-se somente princípios, eles fornecem sempre
diretivas materiais de interpretação das normas constitucionais, vinculam o
legislador no momento legiferante. REALMENTE DISSE QUE EXISTE
DOUTRINA QUE NÃO EDMITEM FUNDAMENTACOA EXCLUSIVAMENTE
EM PRINCÌPIOS?
Os políticos politicamente conformadores são os princípios
constitucionais que explicitam as valorações políticas fundamentais do
legislador constituinte: princípios definidores da forma de estado, forma de
governo, organização econômico social, coexistência dos diversos setores da
sociedade.
Os princípios constitucionais impositivos são todos os princípios que
impõe aos órgãos do estado sobretudo ao legislador, a realização de fins e a
execução de tarefas. São princípios dinâmicos, prospectivos e orientados.
Preceitos definidores dos fins do estado.
Princípios-garantias por sua vez são princípios que traduzem no
estabelecimento direto de garantias para os cidadãos, princípios em forma de
norma jurídica.
REGRAS
Uma classificação ultrapassada divide as normas em: normas
organizatórias e normas materiais. Sendo a primeira a regulação do estatuto da
organização do estado e da ordem e a ordem de domínio. E a segunda
referem-se aos limites e programas de ação estatal em relação aos cidadãos.
Tal tipologia embora desatualizada tem propósito didático para fins de
enumerar os principais elementos caracterizadores dos vários tipos normativos
constitucionais:
1) regras de competência, são as atribuições a determinados órgãos
constitucionais estabelecidos;
2) regras de criação de órgãos, disciplinam a criação e instituição
constitucional de certos órgãos;
3) Regras ter procedimentos, estabelecendo função estruturante, função
atribuir e de distribuir competência e forma procedimental.
4) Regras jurídico-materiais;
a. Regras de direitos fundamentais: preceitos constitucionais
destinados ao reconhecimento de garantias ou conformação
constitutiva dos direitos fundamentais;
b. regras de garantias institucionais: destinam-se a proteger as
instituições públicas e privadas; AUTONOMIA E ORÇAMENTO
POR EXEMPLO.
c. Normas determinadoras de fim de tarefas do estado: são aqueles
preceitos constitucionais, que de uma forma abstrata, fixam
essencialmente os fins e as tarefas prioritárias do estado.
d. Regras constitucionais impositivas: que se subdividem em
normas constitucionais impositivas em sentido amplo, aquelas
que fixam tarefas e diretivas materiais ao Estado e e normas
constitucionais impositivas em sentido restrito, aquelas
imposições constitucionais de caráter permanente e concreto.
Subdividem em imposições legiferante: imposições
constitucionais e ordens de legislar que possibilitam a instituição e
funcionamento de órgãos constitucionais. Essas regras são as
que em sua ausência há omissão inconstitucional.
SISTEMA INTERNO DE REGRAS E PRINCÌPIOS
A Constituição é formada por regras e princípios de diferentes graus de
concretização, diferentes densidades semânticas. Há os princípios
estruturantes que funcionam como traves mestras de todo o sistema,
indicativos das ideias diretivas básicas.
Esses princípios estruturantes por sua vez ganham concretização
através de outros subprincípios que os densificam, iluminando seu sentido
jurídico-constitucional e político-constitucional. São os princípios gerais
fundamentais ou princípios constitucionais gerais.
Estes por sua vez passam por uma densificação especial.
Os princípios estruturantes de densificação não são concretizam apenas
por princípios constitucionais gerais e especiais, mas também são
concretizados por várias regras constitucionais.
Princípios estruturantes ganham densidade e transparência através de
suas concretizações, estas formam com os primeiros uma unidade de material(
unidade da Constituição). todos os princípios e regras poderão ainda obter
maior grau de concretização e densidade através da concretização legislativa e
jurisprudencial.
TEXTURA ABERTA E POSITIVADE CONSTITUCIONAL
O direito constitucional como direito positivo - o sentido histórico, político,
jurídico da Constituição escrita continuou hoje válida: a Constituição é a ordem
jurídica fundamental de uma comunidade. Nesse sentido se fala na constituição
como norma e na força normativa da Constituição. A articulação entre a textura
aberta da Constituição com a positividade constitucional, sugere que a força
normativa da Constituição não é tarefa fácil.
O sentido das normas programáticas
Canotilho aqui fala de uma ruptura com a doutrina clássica, fala-se na
morte das normas constitucionais programáticas. Estas antes vistas como
simples programas, exortações ou declarações, desprovido de qualquer
vinculatividade, hoje tem reconhecido seu valor jurídico constitucional idêntico
ao dos restantes preceitos da constituição.
Toda norma constitucional deve considerar-se obrigatória perante
quaisquer órgãos do poder político.
A positividade jurídico constitucional dessas normas significa 1)
vinculação do legislador de forma permanente à sua realização; 2) vinculação
positiva de todos os órgãos concretizadores; 3) vinculação na qualidade de
limites materiais negativos dos poderes públicos.
Problema diferente é o de saber em que termos uma norma
constitucional é suscetível de aplicação direta dizem que a medida é
exequível em si mesmo. FAZ ALGUMA DIFERENÇA SE A APLICAÇÃO DA
NORMA NÃO OCORRE PORQUE PROGRAMÁTICA OU PORQUE
PENDENTE DE LEGISLAÇÃO COMPLEMENTAR?
APLICABILIDADE DIRETA
Apresenta Canotilho que: a doutrina francesa considerava indispensável a
intervenção legislativa para dar operatividade prática aos preceitos
constitucionais garantidores dos direitos fundamentais.
Em um livro de 1913, o autor transcrito por Canotilho declara: o exercício, por
isso, dos direitos individuais supõe uma regulamentação pelo Estado sem a
qual não passam de uma simples promessa.
Tal discricionariedade do legislador colocava em perigo direitos.
Hoje essas normas constitucionais são de aplicabilidade direta. Aplicação
direta não significa apenas que os direitos, liberdades e garantias, se aplicam
independentemente da intervenção legislativa, elas valem diretamente contra a
lei, quando esta estabelece restrições em desconformidade com a
Constituição.
É por essa razão que aplicação direta dos direitos fundamentais implica na
inconstitucionalidade de todas as leis pré-constitucionais contrárias às normas
da nova Constituição, normas estas consagradoras e garantidoras de direitos,
liberdades e garantias.
O texto constitucional também pode dizer de forma implícita que a norma
constitucional tem aplicabilidade direta, tal acontece com o complexo de
normas organizatórias e normas de competência que constituem a parte
organizatória da constituição.
Para aplicabilidade direta de normas-fins e normas-tarefas atividade é um
pouco mais complexa. As normas programáticas incluem também aos
tribunais, pois os juízes ao aplicar a Constituição, assumem o dever de
aplicar a norma em referência, por mais geral indeterminado que seja o
seu conteúdo.
DENSIDADE E ABERTURA DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS
Essa abertura dá-se em dois níveis: 1) abertura horizontal, para significar a
incompletude e o caráter fragmentário e não codificador do texto constitucional,
é aquilo que a Constituição não tutela?; 2) abertura vertical, para significar o
caráter geral e indeterminado de muitas normas constitucionais que se abre à
mediação legislativa concretizadora.
Nos concentraremos apenas no segundo ponto. dizer quais as normas
constitucionais abertas e dizer não é uma tarefa a ser conduzida de maneira
fixa e totalizante.
Assinala-se a tendência de abertura em assuntos sobre os quais há um
consenso geral, temas em que é necessário criar um espaço de conformação
política, e em relação aos quais podem ser justificadas medidas corretivas ou
adaptadoras.
Densidade da norma constitucional se apresenta:
1) quando a necessidade de tomar decisões inequívocas em relação a certas
controvérsias;
2) quando se trata de definir e identificar os princípios identificadores da ordem
social;
3) quando à concretização constitucional impõem a conveniência de normas
constitucionais densas. CREIO QUE AQUI ENTRAM AS DECISÕES NO CASO
CONCRETO, QUE RESOLVEM A QUESTÃO, MAS NÃO SERVEM DE
PARADIGMA.
Abertura e densidade são grandezas variáveis. Abertura comporta uma
delegação relativa nos órgãos concretizadores, a densidade por sua vez
aponta para a maior proximidade da norma constitucional relativamente aos
seus efeitos e condições de aplicação. Existem normas constitucionais
exequíveis por si mesmo e normas constitucionais não exequíveis por si
mesmo.
Se a norma constitucional estabelece um pressuposto de fato, então aos
concretizadores da Constituição dotados de determinados comportamentos no
sentido densificar a norma.
Existem certas normas cuja densidade pressupõe um menor espaço de
discricionariedade ou liberdade de conformação. Canotilho apresenta como
exemplo a liberdade ao densificar a liberdade de imprensa e ao densificar o
bem-estar social e econômico, a primeira possui uma determinabilidade,
densidade e exequibilidade muito maior que a segunda.
CONFLITO DE PRINCÍPIOS
Sendo a Constituição um sistema aberto de princípios, naturalmente podem
existir fenômenos de tensão entre esses vários princípios. Antes de tudo é
preciso lembrar que a Constituição é um compromisso entre vários atores
sociais que retratam ideias e aspirações diferenciadas e até antagônicas.
Os princípios no caso de conflito não obedece uma lógica do tudo ou nada,
mas podem ser objeto de ponderação, concordância prática, confronte o seu
peso e as circunstâncias do caso.
O princípio da unidade da Constituição
O princípio da unidade hierárquico-normativa significa que todas as normas
contidas na Constituição formal da igual dignidade. essa unidade conduz à
rejeição de duas teses: 1) a tese das antinomias normativas; 2) a tese das
normas constitucionais inconstitucionais.
A tese da unidade da Constituição, expressão da própria positividade
normativo-constitucional é um importante elemento interpretação, sendo
exigência de coerência narrativa de sistema jurídico.
SENTIDO GLOBAL DOS PRINCIPIOS ESTRUTURANTES
Os princípios constitucionalmente estruturantes, são individualizados e
caracterizados de formas muito variada pela doutrina. Possuem em geral duas
dimensões 1) dimensão constitutiva - dado que exprimem, índiciam, denotam e
constituem uma compreensão global da ordem constitucional; 2) dimensão
declarativa - pois estes assumem a natureza de superconceitos, de vocábulos
designantes, utilizados para exprimir a soma de todos os outros subprincípios.
Defende o autor que os princípios devem ser compreendidos como princípios
concretos, consagrados numa ordem jurídico constitucional em determinada
situação histórica. não são pois expressão de um direito abstrato, conduzidos à
ordem divina ou natural.
Os princípios estruturantes tem cada um de per si um conteúdo específico,
uma marca distintiva. Esses princípios atuam entre si completando-se
limitando-se e condicionando-se de forma recíproca.
O indivíduo é protegido na sua identidade e integridade física e espiritual
através da vinculação dos poderes públicos a formas, regras e procedimentos
jurídicos, livre participação democrática, garantia da liberdade. Em segundo
lugar os princípios estruturantes articulam-se em termos de
complementaridade. Terceiro lugar os princípios deste torturantes condicionam
se mutuamente. Por fim percebi os procuradores operam nas suas relações
recíprocas deslocações compreensivas: as modificações relativas à
compreensão do conteúdo de um princípio são suscetíveis de produzir
refrações quanto ao correto entendimento do outro.
Os princípios estruturantes, bem como os subprincípios que os densificam e
concretizam, constituem princípios ordenadores positivamente vinculantes.

CONCLUSÃO
Pra mim ele diz o que é, mas não como ficou assim.
QUAL É O ELO PERDIDO ENTRE A NORMA CONSTITUCIONAL
PROGRAMÁTICA E A NORMA DE APLICABILIDADE DIRETA?

Polonês mirzevine erzokovich comparando contituicoeseuropeias antes e os


guerra

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