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DESENHO TÉCNICO (BD1) - 2018


Apostila Teórica
PROFESSORES: EDUARDO MENDONÇA / MONIQUE GONZALEZ
Objetivo
Construção e representação da imagem através da aplicação dos conhecimentos da geometria, dos
códigos gráficos, das normas técnicas e das convenções instituídas, para tratar do desenho, com
suficientes informações acerca do projeto como mensagem transformadora da ideia, intenção
primitiva.

Ementa
Visão geral da linguagem gráfica como meio de comunicação, com a construção de mensagens
eficientemente capazes de levar informações do emissor ao receptor, exercitando os códigos
preestabelecidos no ato de projetar, com as técnicas tradicionais de régua, compasso e
instrumentos de apoio.
Afirmação da função social do engenheiro como produtor da mensagem técnica e responsável
pelas soluções de problemas pertinentes.
Exercício da ação interdisciplinar durante e após o curso.
Conscientização da necessidade de pesquisa e estudo permanente, na área da engenharia e,
finalmente, competência e equilíbrio emocional para o desenvolvimento profissional, nos
diferentes setores de sua especialização irrestrita.

Conteúdo Programático
1. Princípios de comunicação na linguagem visual gráfica. Ideia, código, mensagem e imagem.
2. Caligrafia Técnica.
3. Conceitos geométricos e matemáticos fundamentais.
4. Uso dos instrumentos básicos de desenho.
5. Técnicas, processos e procedimentos nas construções gráficas poligonais.
6. Curvas fechadas e abertas, envolvendo tangência e concordância.
7. Unidades de medida e escala.
8. Colocação de medidas (cotas) e legendas complementares.
9. Normas brasileiras de Desenho Técnico.
10. Sistema de Projeção; Sistema de Projeção Cilíndrica Ortogonal; Vistas Ortográficas; Épura;
11. Vistas auxiliares por rotação e por mudança de plano de projeção.
12. Perspectivas (ênfase para Isométrica).
13. “Levantamento” (tomada de medidas) de construções in loco.
14. Plantas, Cortes, Seções e Elevações.
15. Circulação vertical (escadas e rampas).

Metodologia de Ensino
Exposição do assunto com participação da classe e aplicação individual em folhas programadas
para execução de atividades práticas (módulo de duas aulas consecutivas).
Orientação sobre o assunto e suas fontes para pesquisa complementar de extensão e
enriquecimento da atividade. Exercício da ação coletiva com identificação ética de autoria
participativa.
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Atividades discentes
O curso se desenvolve em 36 atividades (em módulos de duas aulas semanais consecutivas) com
apresentação teórica, exercícios práticos e avaliação de participação, incluindo aulas para revisões,
dúvidas e ajustes de participação, totalizando 72 horas-aula previstas na carga horária da estrutura
curricular.

Avaliação de Desempenho

O aluno será avaliado através da participação, pesquisa e exercícios presenciais.

Exercícios:
1º Semestre:
Notas N1 a N3 = nota de 0 a 10 (cada atividade) em três atividades do 1º semestre, onde:
✓ N1: peso 0,2
✓ N2: peso 0,4
✓ N3: peso 0,4

P1 = nota regimental, de zero a dez, como resultado da somatória das notas N1 a N3, aplicando-se
os respectivos pesos.
P1 = (N1 x 0,2) + (N2 x 0,4) + (N3 x 0,4)

2º Semestre:
Notas N4 a N6 = nota de 0 a 10 (cada atividade) em três atividades do 2º semestre, onde:
✓ N4: peso 0,4
✓ N5: peso 0,2
✓ N6: peso 0,4

P2 = nota regimental, de zero a dez, como resultado da somatória das notas N4 a N6, aplicando-se
os respectivos pesos.
P2 = (N4 x 0,4) + (N5 x 0,2) + (N6 x 0,4)

Média Final:
MF = média final da disciplina, como resultado da somatória das notas P1 e P2, aplicando-se os
respectivos pesos.

✓ P1: peso 0,4


✓ P2: peso 0,6

MF = (P1 x 0,4) + (P2 x 0,6)

MF deverá ser maior ou igual a 5,00 (cinco) para a aprovação na disciplina.


ATENÇÃO: A nota desta disciplina é composta por atividades em sala de aula. Portanto, o(a)
aluno(a) que deixar de realizar alguma avaliação por motivo justificável deve se informar com o
professor (O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL), sobre as providências a serem tomadas, em conformidade
com o Manual do Aluno.

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Bibliografia Básica

SILVA, Arlindo... [et all]. Desenho Técnico Moderno. Tradução de Ricardo Nicolau Nassar Koury.
LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora SA. RJ. 4ª Edição, 2006. Formato 210x275. 475 pgs.

CARVALHO, BENJAMIN DE A. Desenho Geométrico. Ed. Imperial Novo Milênio. 2ª edição 2008 –
ISBN: 8599868217

MONTENEGRO, Gildo A. Desenho Arquitetônico; São Paulo: Edgar Blucher, 4ª edição, 2001; ISBN
8521202911

Bibliografia Complementar

ABNT – Normas para Desenho Técnico. Associação Brasileira de Normas Técnicas.


http://www.abnt.org.br/ (verificado em fev/2016)

SCHEIDT, José Arno – Ensino de Desenho Técnico: http://www.cce.ufsc.br/~scheidt/index.html


(verificado em fev/2016)

JANUÁRIO, ANTÔNIO JAIME. Desenho Geométrico. Editora da UFSC.

BUENO, CLAUDIA PIMENTEL. Desenho Técnico para Engenharias. Editora Juruá.

FRENCH, Thomas. Desenho Técnico. Editora Globo.

REVISTA PROJETO DESIGN – Arco Editorial Ltda.

CBCA – Centro Brasileiro de Construção em Aço. Catálogos Técnicos, manuais, livros e normas.
http://www.cbca-acobrasil.org.br/ (verificado em fev/2016)

Lista de Materiais indispensáveis (devem ser trazidos em TODAS as aulas de Desenho Técnico)
✓ Apostila de Desenho Técnico – FESP 2018;
✓ Escala (escalímetro) triangular modelo Trident 7830/1(escalas 1:20, 1:25, 1:50, 1:75, 1:100,
1:125), ou equivalente (ex. Staedtler 561 98-1);
✓ Jogo de esquadros 28 cm modelo Desetec 2528-45° e 2628-60° (acrílico transparente, de
preferência sem escala), ou equivalente;
✓ Compasso modelo Trident 9003, ou equivalente, com grafite 2,0–B;
✓ Três Lapiseiras: 0.3mm, 0.5mm e 0.7mm (ou 0.9mm).
✓ Borracha macia própria para Desenho Técnico;
✓ Prancheta rígida de tamanho A4, com presilha guia à esquerda;

Material opcional (recomendado)


o Fita adesiva transparente (própria para desenho) 3M ou equivalente;
o Lâmina protetora para apagar (mata gato).

Material eventual (será solicitado com antecedência)


o Calculadora.
o Gabaritos para curvas e figuras diversas.
o Papel sulfite branco 75g/m² sem margem, formato A1 e/ou A2.

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DESENHO TÉCNICO
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Programação das Aulas – 1º semestre de 2018

Disciplina: Desenho Técnico código: BD1

Cursos: Eng. Civil / Eng. Elétrica


Semana Data Assunto
01 (18) 19 a Aula 1
24/fev Plano de ensino: Programa, bibliografia e critério de aproveitamento.
02 25/fev a Aula 2
03/mar Desenho como Linguagem / Normas e Convenções/ Caligrafia Técnica
03 04 a Aula 3
10/mar Caligrafia Técnica (AVALIAÇÃO N1)
04 11 a Aula 4
17/mar Uso dos Instrumentos / Geometria Plana
05 18 a Aula 5
24/mar Construções Geométricas I
06 25 a Aula 6
31/mar Construções Geométricas II
07 1º a 07/abr Aula 7
Construções Geométricas III
08 08 a Aula 8
14/abr Construções Geométricas IV (AVALIAÇÃO N2)
09 15 a Aula 9
21/abr Grandezas e unidades / Polígonos / Escalas I
10 22 a Aula 10
28/abr Escalas II
11 29/abr a Feriado na terça-feira
05/mai (Revisões e Ajustes de Participação na quarta-feira)
12 06 a Aula 11
12/mai Escala III
13 13 a Aula 12
19/mai Cotagem I
14 20 a Aula 13
26/mai Cotagem II
15 27/mai a Feriado na quinta-feira
02/jun (Revisões e Ajustes de Participação na quarta-feira)
16 03 a 09/jun Aula 14
Revisão geral do semestre e exercícios extras (ou início N3)
17 10 a 16/jun Aula 15
A definir (AVALIAÇÃO N3)
18 17 a 23/jun Provas S1
(Revisões e Ajustes de Participação)
19 24 a 30/jun Provas S1
(Revisões e Ajustes de Participação)

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Programação das Aulas – 2º semestre de 2018

Disciplina: Desenho Técnico código: BD1

Turmas: Eng. Civil / Eng. Elétrica


Semana Data Assunto
20 1º a Não haverá aula na terça-feira
04/ago (Revisões, Ajustes de Participação e Devolução de atividades na quarta-feira)
21 05 a Aula 16
11/ago Projeção Ortogonal I
22 12 a Aula 17
18/ago Projeção Ortogonal II
23 19 a Aula 18
25/ago Projeção Ortogonal III
24 26/ago a Aula 19
1º /set Projeção Ortogonal IV
25 02 a 08/set Aula 20
Projeção Ortogonal V (AVALIAÇÃO N4)
26 09 a 15/set Aula 21
Perspectivas I
27 16 a 22/set Aula 22
Perspectivas II
28 23 a 29/set Aula 23
Perspectivas III (AVALIAÇÃO N5)
29 30/set a Aula 24
06/out Plantas I
30 07 a Semana da Engenharia
13/out Feriado
31 14 a Aula 25
20/out Cortes e Seções I
32 21 a Aula 26
27/out Plantas II e Cortes II
33 28/out a Aula 27
03/nov A definir (AVALIAÇÃO N6)
34 04 a Provas S2
10/nov (Revisões e Ajustes de Participação)
35 11 a Provas S2
17/nov (Revisões e Ajustes de Participação)
36 18 a Semana de Estudos
24/nov
25/nov a Provas S3
1º /dez (Revisões e Ajustes de Participação)
02 a Provas S3
08/dez (Revisões e Ajustes de Participação)
09 a Reservado para eventuais reprogramações didáticas
15/dez
16 a Reservado para eventuais reprogramações didáticas
22/dez

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DESENHO TÉCNICO
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Capítulo 1
DESENHO COMO LINGUAGEM / NORMAS E CONVENÇÕES / CALIGRAFIA TÉCNICA
PROFESSORES: EDUARDO MENDONÇA / MONIQUE GONZALEZ

Desenho como linguagem, meio de comunicação

“A engenharia, a arquitetura e o projeto industrial, frequentemente entendidos como áreas de


atividades distintas e autônomas, primordialmente determinantes dos modos de vida das civilizações,
partilham de uma mesma área de conhecimento, indispensável à sua própria existência e realização – o
desenho técnico. (...).
De fato, o desenho é uma ferramenta imprescindível para o nosso dia-a-dia, quer sejamos
engenheiros, arquitetos, jornalistas, futebolistas ou médicos.
Uma nova estrutura, uma nova máquina, um novo mecanismo, uma nova peça nasce da ideia de um
engenheiro, de um arquiteto ou de um técnico, em geral sob a forma de imagens no seu pensamento. Essas
imagens são materializadas através de outras imagens: os desenhos. O projeto destes sistemas passa por
várias fases, em que o desenho é usado para criar, transmitir, guardar e analisar informação.
A descrição com o objetivo de interpretar, analisar e, principalmente, estabelecer modos de
intervenção no relacionamento dos espaços implica uma atitude de representação gráfica, caracterizada por
uma simbologia própria e, consequentemente, uma linguagem própria.
A representação gráfica e o desenho em geral satisfazem aplicações muito diversas e estão
presentes em praticamente toda atividade humana. Constitui-se na mais antiga forma de registro e
comunicação de informação, e, embora tendo conhecido mais mudanças quanto ao modo de produção e de
apresentação do que as mudanças tecnológicas verificadas ao longo da História, nunca foi substituída
efetivamente por nenhuma outra. O desenho deve ser considerado uma ferramenta de trabalho, tal como o
teste de fase/neutro para o eletricista ou a batuta para o maestro. Sem ele, o engenheiro e o arquiteto não
se exprimem completamente.”

(trecho extraído do livro “Desenho Técnico Moderno” – Silva, Arlindo e outros)

Normas de Desenho Técnico

“O Desenho Técnico não pode sujeitar-se aos gostos e caprichos de cada desenhista, pois será
utilizado por profissionais diversos para chegar à fabricação de um objeto específico: máquina, cadeira ou
casa.
A NBR 10067 (Princípios gerais de representação em Desenho Técnico) difere apenas em detalhes
das normas usadas em quase todos os países do mundo.
As normas técnicas francesas têm as iniciais NF; as alemãs são as DIN (Deutsche Industrie Normen
ou Normas da Indústria Alemã). As nossas são as NBR – Normas Brasileiras Registradas; o número identifica
uma norma específica. Trata-se, então, de norma discutida e aprovada. Nossas normas não têm força de lei;
contudo, devem ser adotadas por escritórios particulares, por firmas e por repartições, pois são baseadas em
pesquisas e são racionais, tendo por objetivo a unificação e a ordem.
Apesar da seriedade com que a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) estuda cada
norma, existem aqueles que preferem adotar padrões particulares, voltando, assim, à situação de séculos
passados, quando cada um tinha convenções próprias e ninguém se entendia. Enfim, em cada cabeça uma
sentença, diz o provérbio. Contudo, a decisão de criar padrões técnicos individuais no limiar do século XXI diz
muito mal dessa cabeça ou desse cabeçudo. Vamos ser coerentes e adotar as normas; no Brasil as NBR.”

(trecho extraído do livro “Desenho Arquitetônico” – Montenegro, Gildo)

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DESENHO TÉCNICO
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As seguintes normas da ABNT (entre outras) são aplicáveis ao Desenho Técnico:

NBR 6.492:1994 – Representação de projetos de arquitetura


NBR 8.196:1999 – Emprego de escalas
NBR 8.402:1994 – Execução de caracteres para escrita em desenho técnico
NBR 8.403:1984 – Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Larguras das linhas – Procedimento
NBR 10.067:1995 – Princípios gerais de representação em desenho técnico
NBR 10.068:1987 – Folha de desenho – Leiaute e dimensões – Padronização
NBR 10.126:1987 Corrigida:1998 – Cotagem em desenho técnico
NBR 10.582:1988 – Apresentação da folha para desenho técnico
NBR 10.647:1989 – Desenho Técnico – Norma geral. (Substituída por: NBR ISO 10.209-2:2005) e cancelada
devido ao cancelamento de sua equivalente na ISO. Pesquisa efetuada em 22/fevereiro/2015.
NBR 12.298:1995 – Representação de área de corte por meio de hachuras em desenho técnico
NBR 13.142:1999 – Dobramento de cópias

Lembre-se que existem outras normas, aplicáveis a casos específicos. Por exemplo:
NBR 7.191:1982 - Execução de desenhos para obras de concreto simples ou armado
NBR 14.611:2000 – Representação simplificada em estruturas metálicas

Folha de desenho – leiaute (ou “layout”) e dimensões (NBR 10.068)

A escolha do formato da folha é de responsabilidade do desenhista ou projetista.


O original deve ser executado em menor formato possível, desde que não prejudique sua clareza.
As folhas de menor dimensão são fáceis de manusear, mas obrigam à utilização de escalas de redução para
representação das peças, o que prejudica a sua interpretação e compreensão.

O formato básico para desenhos técnicos é o retângulo de área igual a 1 m² e de lados medindo 841 mm x
1189 mm, isto é, guardando entre si a mesma relação que existe entre o lado de um quadrado e sua
diagonal.

Origem dos formatos da série “A”

Dimensões dos formatos da série “A” (unidade mm):


MARGENS ESPESSURA DA LINHA
FORMATO DIMENSÕES
Esquerda Dir / Sup / Inf DA MARGEM
A0 1189 x 841 25 10 1,4
A1 841 x 594 25 10 1,0
A2 594 x 420 25 7 0,7
A3 420 x 297 25 7 0,5
A4 297 x 210 25 7 0,5

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Formatos derivados – série “A”: Semelhança geométrica dos formatos da série “A”:

Apresentação da folha para Desenho Técnico (NBR 10.582)

A folha para o desenho deve conter:

Espaço para desenho


Espaço para texto
Espaço para legenda

ESPAÇO
ESPAÇO PARA DESENHO PARA
TEXTO
ESPAÇO PARA DESENHO

ESPAÇO PARA TEXTO


LEG LEG

O desenho principal, se houver, é colocado acima e à esquerda, no espaço para desenho.

Todas as informações necessárias ao entendimento do conteúdo do espaço para desenho são colocados no
espaço para texto.
O espaço para texto é colocado a direita ou na margem inferior do padrão de desenho.

A legenda (ou carimbo) é usada para informação do desenho, e deve conter: designação da firma; projetista,
desenhista, ou outro responsável pelo conteúdo do desenho; local, data e assinatura; nome e localização do
projeto; conteúdo do desenho; escala; número do desenho; designação da revisão; unidade utilizada no
desenho.

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Em qualquer situação, seja no campo para desenho, texto, ou legenda, qualquer informação escrita deve ser
executada (escrita e lida) da esquerda para a direita, e de baixo para cima.

Dobramento de cópia (NBR 13.142)

O formato final do dobramento de cópias de desenhos da séria “A” deve ser o formato A4.

As cópias devem ser dobradas de modo a deixar visível a legenda.


O dobramento deve ser feito a partir do lado direito, em dobras verticais, de acordo com as medidas
indicadas nas figuras a seguir:

Dobramento do formato A0

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Dobramento do formato A1

Dobramento do formato A2

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Dobramento do formato A3

Sequência de dobras:

Obs. Onde lê-se “selo”, é o espaço também chamado de legenda ou carimbo.

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Aplicação de linhas em desenhos – Tipos de linhas – Largura das linhas (NBR 8.403)

As larguras das linhas devem ser escolhidas conforme o tipo, dimensão, escala e densidade de linhas no
desenho, de acordo com o seguinte escalonamento: 0,13; 0,18; 0,25; 0,35; 0,50; 0,70; 1,00; 1,40 e 2,00 mm.
Estes valores correspondem ao escalonamento √2 (raiz quadrada de dois), conforme os formatos de papel
para desenhos técnicos. Isto permite que na redução e reampliação por microfilmagem ou outro processo de
reprodução, para formato de papel dentro do escalonamento √2 (raiz quadrada de dois), se obtenham
novamente as larguras de linhas originais, desde que executadas com canetas técnicas e instrumentos
normalizados.
Para diferentes vistas de uma peça, desenhadas na mesma escala, as larguras das linhas devem ser
conservadas.

Tipos de linhas

Se existirem duas alternativas em um mesmo desenho, só deve ser aplicada uma opção
Fonte: ABNT – NBR 8.403:1984

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Exemplos de aplicação dos tipos de linha (as letras correspondem à tabela anterior

Fonte: ABNT – NBR 8.403:1984

Ordem de prioridade de linhas coincidentes

Se ocorrer coincidência de duas ou mais linhas de diferentes tipos, devem ser observados os seguintes
aspectos, em ordem de prioridade:

Arestas e contornos visíveis (linha contínua larga; tipo de linha A);


Arestas e contornos não visíveis (linha tracejada; tipo de linha E ou F);
Superfícies de cortes e seções (traço e ponto estreitos, larga nas extremidades e na mudança de direção; tipo
de linha H);
Linhas de centro (traço e ponto estreita; tipo de linha G);
Linhas de centro de gravidade (traço e dois pontos; tipo de linha K);
Linhas de cota e auxiliar (linha contínua estreita; tipo de linha B).

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Caligrafia Técnica (NBR 8.402)

Segundo a norma NBR 8402, as principais exigências na escrita em desenhos técnicos são:

a) legibilidade;
b) uniformidade;
c) adequação à microfilmagem e a outros processos de reprodução.

Para preencher tais requisitos, devem ser observadas as regras a seguir:

1) Os caracteres devem ser claramente distinguíveis entre si, para evitar qualquer troca ou algum
desvio mínimo da forma ideal;

2) Para a microfilmagem e outros processos de reprodução é necessário que a distância entre


caracteres corresponda, no mínimo, a duas vezes a largura (espessura) da linha (pena);
Nota: No caso de larguras de linha diferentes, a distância deve corresponder à da linha mais larga.

3) Para facilitar a escrita, deve ser aplicada a mesma largura de linha para letras maiúsculas e
minúsculas;

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Capítulo 2
GEOMETRIA PLANA / USO DOS INSTRUMENTOS / CONSTRUÇÕES GEOMÉTRICAS
PROFESSORES: EDUARDO MENDONÇA / MONIQUE GONZALEZ

Entes geométricos fundamentais

Os entes geométricos fundamentais são entidades que não apresentam definição (são noções
primitivas, ou axiomas). O ponto, a reta e o plano são os três entes geométricos e os elementos
fundamentais da geometria clássica.

O ponto é uma entidade geométrica que não tem altura, comprimento ou largura, ou seja, é
adimensional (adimensional; adj. 2 gen., que não tem dimensão, tamanho).
É representado por letras maiúsculas do nosso alfabeto.

Em sucessão contínua, os pontos constroem linhas. As linhas têm uma única dimensão; o
comprimento. Na disciplina de Geometria, a reta é compreendida como um conjunto infinito de
pontos.
A reta é representada por letras minúsculas do nosso alfabeto.

Semirreta é uma parte da reta que tem começo, mas não tem fim. O ponto onde a semirreta tem
início é chamado ponto de origem.

Segmento de reta
Segmento de reta é um dos infinitos segmentos de uma reta. É determinado por dois pontos
colineares.

As retas podem intersectar-se em qualquer dos seus pontos ou com planos (também entendidos
como conjuntos infinitos de pontos).
Uma figura geométrica (polígono) é constituída, e por isso sempre representada, através de pontos
que se situam num mesmo plano (triângulo, quadrado, retângulo, trapézio, hexágono, pentágono,
paralelogramo, losango, etc.).
Um plano é representado por uma letra minúscula do alfabeto grego, geralmente α ou β.

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Uma figura sólida (ou sólido geométrico) é uma figura que tem pontos de representação em
diversos planos (cubo, pirâmide, cilindro, esfera, etc.).
Os sólidos geométricos têm três dimensões, a saber; altura, largura e comprimento.
São por isso constituídos por vértices, que ligam arestas, que constroem faces. Estas faces são na
generalidade figuras geométricas, excluindo-se raros casos (como a esfera). As faces dos sólidos
geométricos podem ser entendidas como planos.

Posições relativas entre duas retas

Perpendiculares

Posições relativas entre dois planos

Perpendiculares

Posições relativas diversas

Ângulo entre duas retas Ângulo entre reta e plano Ângulo entre dois planos
(Diedro)

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Circunferência é o conjunto de todos os pontos de um plano equidistantes (mesma distância,
chamada raio) de um ponto fixo, desse mesmo plano, denominado centro da circunferência.

Posições relativas entre reta e circunferência

Ângulo

Unidade de medida: Grau (°) = 1/360 de uma circunferência.

Subdivisões:
1 grau (1°) = 60 minutos (60’);
1 minuto (1´) = 60 segundos (60”);
As divisões do segundo são decimais.

Tipos de ângulos

Ângulo reto (α = 90°) Ângulo agudo (0° < α < 90°)

Ângulo obtuso (90° < α < 180°) Ângulo raso (α = 180°)

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DESENHO TÉCNICO
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Mediatriz

Mediatriz de um segmento de reta é o nome dado ao conjunto de pontos (que forma uma reta no
plano) que estão à mesma distância de ambas as extremidades desse segmento de reta.
A mediatriz tem como objetivo cortar um segmento AB ao lugar geométrico dos pontos do plano
que equidistam das extremidades do segmento.

Bissetriz de um ângulo

É o lugar geométrico dos pontos que equidistam de duas retas concorrentes e, por consequência,
divide um ângulo em dois ângulos congruentes

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Capítulo 3
GRANDEZAS E UNIDADES / ESCALAS / COTAGEM
PROFESSORES: EDUARDO MENDONÇA / MONIQUE GONZALEZ

Unidades Legais de Medida


(Fonte: Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial – Inmetro)

O Sistema Internacional de Unidades - SI


As informações aqui apresentadas irão ajudar você a compreender melhor e a escrever corretamente as
unidades de medida adotadas no Brasil. A necessidade de medir é muito antiga e remonta à origem das
civilizações. Por longo tempo cada país, cada região, teve o seu próprio sistema de medidas, baseado em
unidades arbitrárias e imprecisas, como por exemplo, aquelas baseadas no corpo humano: palmo, pé,
polegada, braça, côvado.

Isso criava muitos problemas para o comércio, porque as pessoas de uma região não estavam familiarizadas
com o sistema de medida das outras regiões. Imagine a dificuldade em comprar ou vender produtos cujas
quantidades eram expressas em unidades de medida diferentes e que não tinham correspondência entre si.
Em 1789, numa tentativa de resolver o problema, o Governo Republicano Francês pediu à Academia de
Ciências da França que criasse um sistema de medidas baseado numa "constante natural". Assim foi criado o
Sistema Métrico Decimal. Posteriormente, muitos outros países adotaram o sistema, inclusive o Brasil,
aderindo à "Convenção do Metro". O Sistema Métrico Decimal adotou, inicialmente, três unidades básicas de
medida: o metro, o litro e o quilograma.
Entretanto, o desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir medições cada vez mais precisas e
diversificadas. Por isso, em 1960, o sistema métrico decimal foi substituído pelo Sistema Internacional de
Unidades - SI, mais complexo e sofisticado, adotado também pelo Brasil em 1962 e ratificado pela Resolução
nº 12 de 1988 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - Conmetro,
tornando-se de uso obrigatório em todo o Território Nacional.

Nome e símbolo (como escrever as unidades SI)

As unidades SI podem ser escritas por seus nomes ou representadas por meio de símbolos.

Exemplos:
Unidade de comprimento
nome: metro
símbolo: m

Unidade de tempo
nome: segundo
símbolo: s

Os nomes das unidades SI são escritos sempre em letra minúscula.

Exemplos:
quilograma, newton, metro cúbico
Exceção:
no início da frase e "grau Celsius"

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DESENHO TÉCNICO
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Pronúncia correta: o acento tônico recai sobre a unidade e não sobre o prefixo.

Exemplos:
micrometro, hectolitro, milisegundo, centigrama
Exceções:
quilômetro, hectômetro, decâmetro, decímetro, centímetro e milímetro

Símbolo: não é abreviatura


O símbolo é um sinal convencional e invariável utilizado para facilitar e universalizar a escrita e a leitura das
unidades SI. Por isso mesmo não é seguido de ponto.

Certo Errado
segundo s s. ; seg.
metro m m. ; mtr.
quilograma kg kg. ; kgr.
hora h h. ; hr.

Símbolo: não tem plural


O símbolo é invariável; não é seguido de "s".

Certo Errado
cinco metros 5m 5ms
dois quilogramas 2 kg 2kgs
oito horas 8h 8hs

Unidade composta
Ao escrever uma unidade composta, não misture nome com símbolo.

Certo Errado
quilômetro por hora quilômetro/h
km/h km/hora
metro por segundo metro/s
m/s m/segundo

O grama pertence ao gênero masculino. Por isso, ao escrever e pronunciar essa unidade, seus múltiplos e
submúltiplos, faça a concordância corretamente.
Exemplos:
dois quilogramas
quinhentos miligramas
duzentos e dez gramas
oitocentos e um gramas

Medidas de tempo
Ao escrever as medidas de tempo, observe o uso correto dos símbolos para hora, minuto e segundo.
Certo Errado
9:25h
9 h 25 min 6 s
9h 25´ 6´´
Obs: Os símbolos ' e " representam minuto e segundo em unidades de ângulo plano e não de tempo.

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Principais unidades SI

Grandeza Nome Plural Símbolo


comprimento metro metros m
área metro quadrado metros quadrados m²
volume metro cúbico metros cúbicos m³
ângulo plano radiano radianos rad
tempo segundo segundos s
massa quilograma quilogramas kg

Algumas unidades em uso com o SI, sem restrição de prazo

Grandeza Nome Plural Símbolo Equivalência


volume litro litros l ou L 0,001 m³
ângulo plano grau graus ° /180 rad
ângulo plano minuto minutos ´ /10 800 rad
ângulo plano segundo segundos ´´ /648 000 rad
massa tonelada toneladas t 1 000 kg
tempo minuto minutos min 60 s
tempo hora horas h 3 600 s

Prefixos das unidades SI


Nome Símbolo Fator de multiplicação da unidade
yotta Y 1024 = 1 000 000 000 000 000 000 000 000
zetta Z 1021 = 1 000 000 000 000 000 000 000
exa E 1018 = 1 000 000 000 000 000 000
peta P 1015 = 1 000 000 000 000 000
tera T 1012 = 1 000 000 000 000
giga G 109 = 1 000 000 000
mega M 106 = 1 000 000
quilo k 10³ = 1 000
hecto h 10² = 100
deca da 10
1
deci d 10-1 = 0,1
centi c 10-2 = 0,01
mili m 10-3 = 0,001
micro µ 10-6 = 0,000 001
nano n 10-9 = 0,000 000 001
pico p 10-12 = 0,000 000 000 001
femto f 10-15 = 0,000 000 000 000 001
atto a 10-18 = 0,000 000 000 000 000 001
zepto z 10-21 = 0,000 000 000 000 000 000 001
yocto y 10-24 = 0,000 000 000 000 000 000 000 001

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Para formar o múltiplo ou submúltiplo de uma unidade, basta colocar o nome do prefixo desejado na frente
do nome desta unidade. O mesmo se dá com o símbolo.

Exemplo:
Para multiplicar e dividir a unidade volt por mil
quilo + volt = quilovolt ; k + V = kV
mili + volt = milivolt ; m + V = mV

Por motivos históricos, o nome da unidade SI de massa contém um prefixo: quilograma. Por isso, os múltiplos
e submúltiplos dessa unidade são formados a partir do grama.

Área

Área é um conceito matemático que pode ser definida como quantidade de espaço bidimensional, ou seja,
de superfície.

(Fonte: Wikipedia)

Área do Paralelogramo = 4;
Área do Triângulo = 9/2;
Área do Círculo = 9/4π;

Obs.: Na matemática, é uma proporção numérica originada da relação entre as grandezas do perímetro de
uma circunferência e seu diâmetro; por outras palavras, se uma circunferência tem perímetro e diâmetro
, então aquele número é igual a . É representado pela letra grega π. A letra grega π (lê-se: pi), foi
adotada para o número a partir da palavra grega para perímetro, "περίμετρος", provavelmente por William
Jones em 1706, e popularizada por Leonhard Euler alguns anos mais tarde. Outros nomes para esta
constante são constante circular, constante de Arquimedes ou número de Ludolph.

O valor de π pertence aos números irracionais. Para a maioria dos cálculos simples é comum aproximar π por
3,14. Uma boa parte das calculadoras científicas de 8 dígitos aproxima π por 3,1415927. Para cálculos mais
precisos pode-se utilizar com 31 casas
decimais. Para cálculos ainda mais precisos pode-se obter aproximações de π através de algoritmos
computacionais.

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DESENHO TÉCNICO
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Para calcular a área de algumas figuras geométricas bidimensionais

Triângulo (b= base; h = altura)

Quadrado (l=lado)

Retângulo (b = base; h = altura)

Losango (D = diagonal maior; d = diagonal


menor)

Trapézio (B = base maior; b = base menor;


h = altura)

Círculo (r = raio)

Paralelogramo (b = base; h = altura)


A=bxh

Volume

O volume de um corpo é a quantidade de espaço ocupada por esse corpo. Volume tem unidades de tamanho
cúbicas (por exemplo, cm³, m³, in³, etc.) Então, o volume de uma caixa (paralelepípedo retangular) de
comprimento T, largura L, e altura A é:
V=TxLxA

Fórmulas comuns para o cálculo do volume de sólidos

Cubo (s é o comprimento de um lado)

Paralelepípedo (l=largura; c=comprimento;


a=altura)

Cilindro (r = raio de uma face circular, h =


altura)

Esfera (r = raio da esfera)

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Escalas

(Fonte: apostila de Desenho Técnico da ESCOLA DE ENGENHARIA DE LORENA - EEL USP. Antonio Clélio
Ribeiro, Mauro Pedro Peres, Nacir Izidoro)

Como o desenho técnico é utilizado para representação de máquinas, equipamentos, prédios e até unidades
inteiras de processamento industrial, é fácil concluir que nem sempre será possível representar os objetos
em suas verdadeiras grandezas. Assim, para viabilizar a execução dos desenhos, os objetos grandes precisam
ser representados com suas dimensões reduzidas, enquanto os objetos, ou detalhes, muito pequenos
necessitarão de uma representação ampliada.

Para evitar distorções e manter a proporcionalidade entre o desenho e o tamanho real do objeto
representado, foi normalizado que as reduções ou ampliações devem ser feitas respeitando uma razão
constante entre as dimensões (lineares) do desenho e as dimensões (lineares) reais do objeto representado.

A razão existente entre as dimensões do desenho e as dimensões reais do objeto é chamada de escala do
desenho.

É importante ressaltar que, sendo o desenho técnico uma linguagem gráfica, a ordem da razão nunca pode
ser invertida, e a escala do desenho sempre será definida pela relação existente entre as dimensões lineares
de um desenho com as respectivas dimensões reais do objeto desenhado (razão de semelhança). As medidas
angulares permanecem inalteradas.

ESCALA (e) = DIMENSÃO DO DESENHO (d) / DIMENSÃO REAL DO OBJETO (r)

e=d/r

Para facilitar a interpretação da relação existente entre o tamanho do desenho e o tamanho real do objeto,
pelo menos um dos lados da razão sempre terá valor unitário, que resulta nas seguintes possibilidades:

• 1 : 1 para desenhos em tamanho natural – Escala Natural


• 1 : n, sendo n > 1 para desenhos reduzidos – Escala de Redução
• n : 1, sendo n > 1 para desenhos ampliados – Escala de Ampliação

A escala a ser escolhida para um desenho depende da complexidade do objeto ou elemento a ser
representado e da finalidade da representação. Em todos os casos, a escala selecionada deve ser suficiente
para permitir uma interpretação fácil e clara da informação representada. A escala e o tamanho do objeto ou
elemento em questão são parâmetros para a escolha do formato da folha de desenho.

Quando for necessário o uso de mais de uma escala na folha de desenho, além da escala geral, estas devem
estar indicadas junto à identificação do detalhe ou vista a que se referem. A palavra “ESCALA” pode ser
abreviada na forma “ESC”.

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A norma NBR 8196 da ABNT recomenda, para o Desenho Técnico, a utilização das seguintes escalas:

Escalas de Redução Escala Natural Escalas de Ampliação


1:2 1:1 2:1
1:5 5:1
1 : 10 10 : 1

Outras escalas “derivadas” são utilizadas, pois segundo a norma, “As escalas podem ser reduzidas ou
ampliadas à razão de 10”, conforme exemplos a seguir:

Escalas de Redução Escalas de Ampliação


1 : 20 1 : 200 1 : 2000 20 : 1
1 : 50 1 : 500 1 : 5000
1 : 100 1 : 1000 1 : 10000

Escalas Gráficas

É a representação gráfica da escala numérica. Ela acompanha as variações que ocorrem nas ampliações,
reduções, dilatações do papel, etc., mantendo sempre a mesma proporcionalidade.

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Cotagem de Desenhos (extraído do livro “Desenho Arquitetônico” – Montenegro, Gildo A.):

Para a fabricação de peças e obras, não basta apenas seu simples desenho. Há necessidade de mostrar
também as dimensões e informações complementares que possibilitem a sua execução.
À colocação das dimensões de um objeto no desenho chamamos de cotagem. É uma forma padronizada de
indicar as medidas do objeto, levando-se em conta sua construção (a pessoa que cota um desenho deve se
imaginar construindo e inspecionando-o)
Cotar um objeto é representar suas dimensões no desenho através de uma grandeza numérica, símbolos e
notas.
As regras de cotagem devem seguir as orientações e princípios padronizados pela ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA de
NORMAS TÉCNICAS –ABNT,conforme NBR 10126 e ao critério de ‘”máxima clareza”,de modo a admitir uma
única interpretação das informações do desenho.

Cota

É o valor numérico que representa a dimensão REAL


do que é desenhado, escrito acima e no centro da
linha de cota. A unidade da medida, quando idêntica
a todas as demais medidas da peça não deve ser
escrita ao lado da cota.

Linha de cota

Linha fina, escura, traçada paralelamente à direção


do comprimento a ser cotado, limitada por flechas
ou por traços, indicando os limites da cota.

Linhas de extensão ou auxiliares

Linhas finas, perpendiculares à linha de cota, que


representam um prolongamento do contorno da
peça onde a dimensão tem seus limites.

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Princípios Gerais

1) As linhas de cota são desenhadas paralelas à direção da medida;


2) A linha de cota deve ter uma distância mínima de 8mm do desenho e 6mm de outra linha de cota;
3) As linhas de cota paralelas devem ser espaçadas igualmente;
4) A altura dos algarismos é uniforme dentro do mesmo desenho. Em geral usa-se a altura de 2,5mm a
3mm;
5) Colocar as cotas prevendo sua utilização futura na construção, de modo a evitar cálculos pelo
operário na obra;
6) Todas as cotas necessárias devem ser indicadas;
7) Evitar a repetição de cotas;
8) Colocar linhas de cota, de preferência fora da figura;
9) Não traçar linhas de cota como continuação de linha da figura;
10) Uma cota não deve, quando possível, ser cruzada por uma linha do desenho;
11) Sempre que possível, as linhas de cota não interceptam linhas auxiliares;
12) A cota (valor numérico) fica acima ou no meio da linha de cota;
13) As cotas de um desenho ou projeto devem ser expressas em uma única unidade (quando isso não for
possível, deve-se indicar a unidade alternativa na própria cota);
14) Não se deve interromper uma linha de cota, e sim a própria peça.
15) As cotas prevalecem sobre as medidas calculadas com base no desenho;
16) No caso de divergência entre cotas da mesma medida em desenhos diferentes, prevalece a cota do
desenho feito em escala maior;
17) Os ângulos serão medidos em graus, exceto em coberturas e rampas, que se indicam em
porcentagem;

Identifique pelo menos 12 (doze) erros encontrados nas cotas do quadro acima.

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Capítulo 4
PROJEÇÃO ORTOGONAL
PROFESSORES: EDUARDO MENDONÇA / MONIQUE GONZALEZ

Um objeto poderá ficar claramente representado por uma só vista ou projeção. Este foi o caso da
lâmpada incandescente apresentada como exercício nas aulas anteriores. Muitos objetos somente
ficam bem representados, isto é, entendidos por meio de três projeções ou vistas – é o caso da figura
que ilustra a primeira página desta aula. Haverá casas ou objetos que somente são corretamente
definidos mediante o uso de maior quantidade de vistas. Os desenhos que se seguem mostram quais
seriam as demais vistas.

(VISTA SUPERIOR)
(VISTA POSTERIOR)

(VISTA LATERAL DIREITA)

(VISTA FRONTAL)

(VISTA LATERAL ESQUERDA)


A Norma Brasileira NBR 10067 estabelece a convenção, usada também pelas normas italianas,
alemãs, russas e outras, em que se considera o objeto a representar envolvido por um cubo, como na
figura a seguir. O objeto é projetado sobre cada uma das seis faces do cubo e, em seguida, o cubo é
aberto ou planificado, obtendo-se as seis vistas.

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Quando possível, a sequencia de colocação destas vistas na folha é feita da seguinte forma:

Obs. A chamada “Planta de Coberta” também é conhecida como “Planta de Cobertura”.

Porém, a prática mostra que esta ordenação e colocação das vistas – embora importante como
racionalização – não pode ter mais rigor no desenho de edificações, pois os desenhos costumam ser
feitos em folhas separadas. Exatamente por este motivo, podemos simplificar ou abreviar aquela
convenção: na figura abaixo o observador, estando fora da casa, vê a frente desta casa (posição ou
seta n°.2). Quando o observador caminha para o seu lado esquerdo passa a ver a casa no sentido da
seta n°.3. Continuando a andar em volta da casa, ou do objeto, terá a vista por trás (n°.6) ou vista
posterior. Ao prosseguir seu caminho, chegará ao lado direito da casa (n°.4) e daí retorna ao ponto de
partida.

Obs. Texto e ilustrações extraídos do livro “Desenho Arquitetônico” (Montenegro, Gildo A. – Ed. Blucher).

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DESENHO TÉCNICO
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Sugestão de consulta!
Para visualizar animações sobre o conceito de projeção apresentado até aqui, consulte os
sites indicados a seguir (verificados em Fev/2015):

www.stefanelli.eng.br
Professor Eduardo J. Estefanelli

www.eba.ufrj.br/gd/index.htm
Professor Álvaro Rodrigues

Rebatimento dos Planos de Projeção

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Capítulo 5
PERSPECTIVAS
PROFESSORES: EDUARDO MENDONÇA / MONIQUE GONZALEZ
Objetivo:
 Descrever as representações em vistas múltiplas, projeções oblíquas, perspectivas e
projeções centrais;
 Esboçar a mão livre a perspectiva isométrica de um objeto;
 Exercício instrumentado.

Obs. As ilustrações e alguns textos desta aula foram extraídos dos livros “Manual Básico de
Desenho Técnico” (Speck, Henderson José) e “Desenho Técnico Moderno” (Silva, Arlindo e outros),
e da apostila “Perspectiva Isométrica” da PUC de Goiás (Granato, Marcelo e outros).

Introdução:

Algumas vezes, para facilidade de leitura do desenho, utiliza-se a perspectiva, que consiste em representar a
peça dando ideia imediata do seu volume. De fato, quer se trate de uma projeção central ou paralela,
oblíqua ou ortogonal, este tipo de representação tem uma forma parecida com a da sua fotografia, mais ou
menos distorcida, conforme o tipo de projeção.
A perspectiva de uma peça é, portanto, um desenho simples de interpretar, embora nem sempre de fácil
realização. A figura a seguir identifica as diversas projeções (paralelas oblíquas e centrais), comumente
chamadas de perspectivas.

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Diante da morosidade na elaboração da perspectiva rigorosa (projeção central ou cônica), as projeções
paralelas revelam-se relativamente fáceis e rápidas de serem obtidas. Assim, dentro do objetivo deste curso,
apresenta-se em destaque a Perspectiva Isométrica.

Perspectiva Isométrica

Dentre as projeções axonométricas, a isométrica é a mais utilizada, principalmente porque não carece de
coeficientes de redução, e os ângulos de fuga são ambos de 30°, permitindo assim obter perspectivas
“verdadeiramente rápidas”.

Veja no exemplo a seguir, que por razões práticas, costuma-se utilizar, na construção das perspectivas, o
prolongamento dos eixos X e Y a partir do ponto O, no sentido contrário, formando ângulos de 30° com a
horizontal, enquanto o eixo Z (vertical) permanece inalterado.

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Processo de Construção

Traçar os eixos isométricos


com o uso dos
instrumentos

Usar os eixos isométricos


para marcação das
dimensões gerais do objeto
(comprimento, largura e
altura)

Por meio de retas paralelas


aos eixos (traçadas com os
esquadros apoiados na
régua paralela) fechar o
volume do objeto

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Usar os eixos isométricos


para marcação das
dimensões parciais do
objeto

Por meio de retas paralelas


aos eixos completar o
volume do objeto

Reforçar os traços que


formam as arestas do
objeto, de forma que as
linhas construtivas fiquem
em segundo plano

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Capítulo 6
PLANTAS / CORTES E SEÇÕES
PROFESSORES: EDUARDO MENDONÇA / MONIQUE GONZALES

Definição de Planta Baixa (extraído do livro “Desenho Arquitetônico” – Montenegro, Gildo A.):

Um plano horizontal corta a construção a 1,50m acima do piso (há quem diga 1,20m; o essencial é que as
janelas sejam cortadas pelo plano horizontal).

Agora, admitimos retirada a parte acima do plano de corte, e olhamos de cima para baixo (vista superior).

Consideremos agora, o plano horizontal de corte. Nele estão as paredes, portas e janelas, como se vê abaixo.

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No desenho técnico, a representação da


planta é a da figura ao lado.

A seguir está uma sequência lógica de desenho para elaboração de uma Planta Baixa (extraída do livro
“Desenho Arquitetônico” – Montenegro, Gildo A.).

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Cortes e Seções

 Avaliar a necessidade de recorrer a cortes ou seções para representar completamente uma


peça em projeções ortogonais;
 Efetuar corretamente a representação gráfica de cortes e seções, respeitando as
representações convencionais;
 Exercício.

Obs. As ilustrações e alguns textos desta aula foram extraídos dos livros “Desenho Arquitetônico”
(Montenegro, Gildo A.) e “Desenho Técnico Moderno” (Silva, Arlindo e outros).

Introdução:

O recurso a cortes e seções num desenho faz-se, em geral, quando a peça a ser representada
possui uma forma interior complicada ou quando alguns detalhes importantes para a definição da
peça não ficam totalmente definidos por uma projeção ortogonal em arestas visíveis. Quando isso
acontece, recorre-se a cortes e/ou seções, que ajudam a esclarecer o desenho, evitando o uso de
mais vistas. Os cortes e seções devem ser usados apenas quando trouxerem algo relevante à
representação gráfica convencional.

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Cortes:

Em projetos de edificações, na maioria dos casos, as plantas e fachadas não são suficientes para
mostrar as divisões internas da construção. Para melhor definir os espaços internos são necessários
os cortes feitos por planos verticais.

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Seções:

As seções são objetivamente semelhantes aos cortes e, como estes, são utilizadas para trazer uma
maior clareza ao desenho. Conceitualmente, uma seção é uma superfície resultante da interseção
de um plano secante com um corpo (a peça a representar). São em geral, usadas para definir o
perfil externo de partes das peças como nervuras, braços de polias e volantes, perfis metálicos,
peças prismáticas, peças de perfil variável, etc. Distinguem-se rapidamente dos cortes por
representarem somente a interseção do plano secante (de corte) com a peça, não englobando
aquilo que se encontra além desse plano.

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Corte X Seção e Seção Rebatida:

O projetista deve ter cuidado ao adotar a utilização de um corte ou de uma seção.


Na figura a seguir pode-se verificar a diferença entre um corte e uma seção de uma mesma peça,
efetuados pelo mesmo plano secante.

No caso específico desta peça, deve-se


evitar o uso de uma seção, porque a
seção dá a ideia errada de duas peças
distintas serem interceptadas pelo
plano secante, enquanto que o corte,
por mostrar tudo aquilo que está além
do plano de corte, dá a sensação de
união às duas porções da peça
seccionadas, não restando dúvidas que
o corte representa apenas uma única
peça.

Na figura ao lado explica-se a obtenção


de uma seção rebatida sobre a própria
peça. Como se pode observar nessa
figura, a seção (interseção do plano
secante com a peça) é rodada até
coincidir com o plano de projeção,
através de um eixo de simetria da
própria seção, que também é
representado.

______________________ FIM DA APOSTILA______________________

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