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A

Verdade
Shelley Lubben
A VERDADE
POR TRÁS DA
FANTASIA Da
PORNografia.

A MAIOR ILUSÃO NA TERRA.


A VERDADE POR TRÁS DA FANTASIA DA PORNOGRAFIA.

© 2010 publicado por Shelley Lubben Communications


Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste livro pode ser
reproduzida de qualquer forma exceto em breve citações, sem a
permissão do autor.

Para livros e outros materiais de ensino por favor contate:


Shelley Lubben
www.shelleylubben.com

Escrito por: Shelley Lubben


Desenho da capa: Eric Ridolfi
Design de Interior: Shelley Lubben
Editor: Mike Valentino

Tradução: Rosaine Dalila Scruff

Contato: semeadora777@gmail.com

ISBN 13 dígito 978-1-453-86007-6


Biblioteca do Congresso informação disponível
Impresso nos Estados Unidos da América

Fontes:
Todas as citações bíblicas, salvo indicação em contrário, são retiradas
da Bíblia Sagrada, Nova Versão Internacional ®, NIV ®. Copyright ©
1973, 1978, 1984 por Bíblica, Inc. ™ Usado com permissão da
Zondervan. Citações bíblicas marcadas como NASB são tiradas da New
American Standard Bible ®, Copyright © 1960, 1962, 1963, 1968,
1971, 1972, 1973, 1975, 1977, 1995 pela Fundação Lockman. Usado
com permissão. As citações bíblicas marcadas como ESV são retirados
da Bíblia Sagrada, Versão Inglês Standard® (ESV ®), direitos de autor
© 2001 por Crossway, um ministério de publicações da Editora Boa
Nova. Utilizado com permissão. Citações bíblicas marcadas como NKJV
são tiradas da Versão New King James®. Copyright © 1982 por
Thomas Nelson, Inc. Usado com permissão.

Conteúdo

≈ ATO I ≈

A VERDADE SOBRE O PORNÔ


I Sob o Grande Topo
II Que entrem os Palhaços

≈ ATO II ≈

CONHEÇA A NARRADORA: SHELLEY # 1

III Nascida para ser má

IV Inferno Crescente
V O Inferno de uma Prostituta

VI Portões do inferno

VII Mesmo morta


VIII Stripper Psicopata
IX Desafiando a Morte

≈ ATO III

CONHEÇA ROXY A ESTRELA PORNÔ

X A vingança de Roxy

XI Usada e Abusada

XII Inferno Humano

XIII Última Chance: Ato Final

≈ ATO IV ≈

DOIS MUNDOS SE COLIDEM

XIV POOF, ele está aqui!


XV Invadida pelo Amor

XVI Madalena Casando

XVII Você e Qual Exército?

≈ ATO V ≈

CONHEÇA SHELLEY #2

XVIII Isso é Apenas um Teste

XIX A Entrega Militar Especial

XX O Trauma do Coração de Mamãe

XXI A Melhor Rua

XXII Não deixe que os D’s parem você!

XXIII Chamada de alerta

≈ ATO VI ≈

CONHEÇA SHELLEY #3

XXIV Construindo a Mente de um Campeão

XXV A Vida do Campeão


XXVI Jornada ao Paraíso

XXVII Para o Inferno com o Paraíso

XXVIII A dor do pornô em Tiffany

XXIX Jornada ao Inferno

XXX A Profecia Circus Maximus

Agradecimentos Especiais
Gostaria de expressar minha sincera gratidão a algumas das lindas
pessoas que me ajudaram desde que a minha recuperação teve início
em 1995.

Ao Pastor Kevin Gerald que me ensinou a sabedoria e como viver a


Vida de um Campeão.

A Pat e Hulsey Argis que me orientaram nos caminhos do ministério e


me ensinaram: "Maior é aquele que está em você do que aquele que está
no mundo.”

Aos membros da equipe Pink Cross Foundation, que me ajudaram a


construir um legado lindo de amor e compaixão para com os feridos.

Para Roger meu colega chegado e um William Wilberforce dos dias


modernos, que é incansável na causa dos direitos humanos.

Para Judith Reisman, que muito me inspirou por sua ousadia e


inflexível determinação para expor a sabotagem sexual de nossa nação.

A Tiffany, Teresa e Abigail que são troféus da Graça de Deus e doçura


dos anjos, enviadas de cima para trazer cura e beleza em minha vida.
Para Melanie, a minha mais querida e melhor amiga e serva pessoal
que ministra a mim, sem falhar em grande amor e humildade.

Ao meu amado e verdadeiro amigo, meu marido Garrett, que resgatou-


me do fosso lamacento e me levou a uma grandeza imensa. Eu te amo
Garrett com um amor ardente e apaixonado.

Dedicatória
Gostaria de dedicar este livro a centenas de mulheres e homens que
morreram na indústria pornô de AIDS, suicídio, homicídios e mortes
relacionadas com drogas.

Sua voz será ouvida agora.

Uma Palavra de Shelley


Qualquer um que tentar escrever um livro sobre suas horríveis
experiências dentro da Indústria pornô operadas ilegalmente e anos de
abuso sexual desde a infância à prostituição, enfrentará uma tarefa
terrível, e precisa de grande amor e compreensão dos leitores. Esta foi
a coisa mais difícil que eu já tive que fazer e levou anos de preparação,
dor e oração antes que eu pudesse fazê-lo. Mas pela graça de Deus
Todo-Poderoso, eu escrevi e agora eu preciso que você leia-o. Eu
preciso que você leia sobre a exploração e violência contra as mulheres
e homens na indústria pornô para que você possa começar a ser
curado. Eu preciso que você sinceramente entenda que toda vez que
você clica para ver um site pornô você está contribuindo para a
destruição de valiosas vidas humanas. Eu preciso que você leia este
livro até a última palavra dele e, em seguida, curve a cabeça
humildemente perante o céu e lamente em lágrimas até que a única
força que você tenha seja a de parar de ver pornografia.

Este livro foi especialmente escrito para meus preciosos amigos que
ainda estão presos dentro da indústria pornô. Eu humildemente peço
que vocês leiam este livro e permitam-me tornar-me seu espelho da
verdade. Meu coração dói profundamente com a idéia da dor que você
vai encontrar quando virar as páginas deste livro e entender o mal
onde você está verdadeiramente escravizado. Mas estou confiante de
que uma vez que você saiba a verdade, a verdade o libertará para jogar
fora os grilhões da vergonha e abuso e vitoriosamente saltará para a
maior vida que você já viveu!
Deus abençoe a todos e seja livre!
Uma Confissão

Ato I
A Verdade por trás do Pornô
I
Uma Confissão

Sob o GrAnde
topo
Capítulo Um

Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará.


- João 8:32
Sexo empacotado em filmes pornô com loiras quentes em uma cama
suja, com um olhar que diz: "Quero você", é a maior ilusão do mundo.
Confie em mim, eu sei. Eu tolerei oito anos em clubes de strip e
prostíbulos, moldando meu caminho para o Grande Topo, onde a mim
foi prometida fortuna, fama e glamour. Eu tinha 24 anos quando entrei
no mundo da pornografia.
Eu fui colocada em um bom show, mas eu nunca gostei de truques de
desempenho em um circo de sexo e preferia passar o tempo com Jack
Daniels (bebida alcoólica) em vez de passar com os artistas do sexo
masculino que eu era paga para ser falsa com eles. Isso mesmo,
nenhuma de nós, loiras quentes, gostamos de fazer pornô. Na verdade,
nós odiamos isso. Nós odiamos nossas pernas se abrindo sexualmente
para homens doentes. Nós odiamos ser degradadas com seus cheiros
ruins e corpos suados. Algumas mulheres odeiam tanto que eu podia
ouvi-las vomitando no banheiro entre as cenas. Podia encontrar outras
pessoas fora, fumando cadeias intermináveis de Marlboro Light.

Mas a indústria multi-bilionária do pornô quer que você acredite na


fantasia de que as atrizes pornô adoram sexo. Eles querem que você
compre a mentira de que nós gostamos de ser degradadas por todos os
tipos de atos repulsivos. Filmes editados de forma criativa e
embalagens bonitinhas são projetados para fazer uma lavagem
cerebral nos consumidores, e fazê-los acreditar que a luxúria retratada
nos rostos quentes e incomodados, faz parte do ato. Mas a realidade é
que as mulheres estão com uma dor indizível por ser espancadas,
estapeadas, cuspidas, chutadas e xingadas, como “prostitutazinha suja”
e “banheiro de gozo.”

Enquanto filmava o filme “Sexo Bruto 2”, a estrela pornô Regan Starr
descreve em termos horríveis em uma entrevista à revista Talk
Magazine em fevereiro de 2001, “que enquanto atos sexuais eram
realizados, ela era espancada e sufocada até que não conseguia
respirar”. Outras “Atrizes”, disse ela, “choraram porque estavam sendo
machucadas profundamente.” (1)

A ex-atriz pornô Jersey Jaxin também descreveu o tormento e o abuso,


que ela experimentou no set pornô. “Os caras te socando em seu rosto.
Você tem sêmen em todo o seu rosto, em seus olhos. Você é machucada.
Suas entranhas podem vir para fora. É interminável. Você é vista como
um objeto e não como um ser humano com um espírito. As pessoas não
se importam. As pessoas usam drogas porque não conseguem lidar
com a maneira como estão sendo tratados.” (2)

Há uma razão pela qual as drogas e o álcool são abundantes na


indústria pornô. Becca Brat, que realizou mais de 200 filmes, disse-me
quando ela deixou o pornô em 2006, “Eu saí com um monte de gente
da Indústria Adulta, todas as meninas tinham contratos para ser
atrizes de pornô gonzo1. Todos tinham os mesmos problemas. Todos
usam drogas. É um estilo de vida vazio tentando preencher um vazio.”
(3)

O ator pornô Christian XXX também fala abertamente sobre o uso de


drogas generalizado. Ele escreveu em seu blog em janeiro de 2008, “Eu
tenho visto todos os tipos de drogas no set, nas festas, nos carros, em
todos os lugares. Se eu tivesse que adivinhar, eu colocaria o uso da
maconha a 90% por todas as pessoas envolvidas na indústria (atores,
diretores, equipes, agentes, motoristas, proprietários, trabalhadores de
escritório, etc.) Eu estava filmando com uma garota que morreu
DURANTE uma cena de sexo comigo (ela havia abusado de
OxyContin2). Recentemente uma menina teve overdose de GHB3 (droga
de festa que é uma droga, clara e inodoro que não combina com o
álcool) no set. Eu vi uma garota ganhar uma premiação no Prêmio AVN,
e não apareceu para receber o prêmio, e depois caiu nas garras das
drogas, o que a levou a perder pelo menos 22kg e deixar a face da
terra.”(4)

1 Pornô Gonzo: Nos Estados Unidos é o pornô focado em órgãos sexuais masculinos por horas
a fio e a ejaculação de quatro ou mais homens sobre o rosto de uma mulher é também
chamado de “Teatro da Crueldade” onde os produtores buscam capturar no filme sinais
externos do sofrimento físico das atrizes como – desmaio, choro ou engasgos - uma vez que
em última análise, a dor é muito mais "autêntica" para o espectador do que um prazer sexual
simulado.

2 O OxyContin pode aliviar dores por até 12 horas, mas, em excesso, pode causar dependência
química.

3
Ácido Gamma-Hydroxybutyrico
De fato, a pornografia pode literalmente matá-lo. Desde o ano 2000,
houve pelo menos 34 mortes relacionadas com drogas entre atores. (5)

Drinks oferecidos como vodka e batidas de Percocet, anestesiam as


mulheres o bastante para suportar atos sexuais ásperos de extrema
humilhação. Quando o álcool não é suficiente a dor gira ao redor do
vício, estrelas pornôs são enviados aos médicos locais em conspiração
com a indústria pornográfica para receber prescrição de Vicodin,
Xanax, Valium e outros medicamentos anti-ansiedade para ajudá-los a
lidar com o trauma.

A ex-atriz pornô, Michelle Avanti lembra-se de sua primeira cena e


como ela foi conduzida ao abuso de drogas por prescrição. “Eu tentei
voltar atrás e sair do pornô, mas um ator disse que eu não poderia
voltar atrás, porque eu havia assinado um contrato. Fui ameaçada de
que se eu não fizesse a cena eu seria processada em uma enorme
quantia em dinheiro. Acabei até tomando doses de vodka para fazer a
cena. Como eu fazia mais e mais cenas, abusei da prescrição de pílulas
que eram dadas a mim a qualquer momento por diversos médicos em
San Fernando Valley. Me foi dado Vicodin, Xanax, Norcos, Prozac e
Zoloft. Tudo que eu tinha que fazer era dizer a eles o que eu precisava,
e eles me dariam qualquer coisa que eu quisesse.”(6)

Acha que estou exagerando sobre as operações da sombria indústria


do pornô? Pense novamente. Graças à Internet que mostra no ABC
20/20, confissões de estupro, abuso de drogas e violência que estão se
tornando cada vez mais públicas. A estrela pornô, Belladonna disse a
Diane Sawyer: “Eu sempre odiei pornô”, confessou ela, que conta que
enquanto se preparava para uma filmagem que achava que seria uma
cena de sexo regular. Em vez disso, o diretor lhe pediu para fazer sexo
anal. De acordo com a rede de televisão, ela tinha acabado de
completar 18 anos. Poucos meses (e várias cenas) mais tarde, já uma
veterana atriz pornô, Belladonna apareceu em outro estúdio. Ela foi
informada de que apareceria em uma cena de estupro por uma gangue
em uma prisão, e que seria compartilhada entre doze homens
diferentes. Novamente, ela tentou sair. Mais uma vez, ela foi
“convencida” a continuar.( 7)
Mas, você pergunta: “Não são as mulheres que escolhem fazer filmes
pornô?”
Com base nas imagens sexuais com que fomos alimentados à
colheradas pela TV, revistas e Internet, com certeza nós escolhemos.
No começo dos anos de 1970, quando aprendemos a sair perseguindo
nossos caminhos, desde nossas estrelas favoritas como Doc no The
Love Boat todo o trajeto pelo Desperate Housewives da ABC, sendo os
mais populares programas entre as crianças em 2005. (8) Sem
mencionar "glamourosas" imagens de pornografia de pelúcia sendo
enfiadas em nossas goelas abaixo. Não é surpresa que as crianças da
América, que foram muito bem preparadas em imoralidade sexual há
mais de 40 anos, acabam no MySpace ou Facebook baixando imagens
sensuais de si mesmas. Onde mais poderia uma criança que foi hiper-
sexualizada ter tanta atenção?

Mas os olheiros da pornografia ficam à espreita pesquisando online


por anos os perfis e predando as fêmeas sexualizadas desavisadas.
Fingindo ser adolescentes ou admiradores do sexo masculino postam
palavras lisonjeiras como, “você é a garota mais bonita” ou “você é tão
quente”, e as adolescentes emocionalmente carentes rapidamente
caem em sua armadilha. Alguns elogios mais tarde e uma boa oferta
financeira, e nos encontramos em pé no meio de um escritório de
agentes pornô ouvindo sobre “modelagem nu” e sexo anal. “Você será a
próxima estrela pornô mais quente, se você fizer anal”, o agente pornô
faz promessas ao entregar o contrato, enquanto uma loira de peitos
grandes no canto da sala pisca para nós.

Dentro de alguns dias nós somos enviadas para a clínica médica da


Indústria Adulta para fazer o teste de doenças sexualmente
transmissíveis. De braços abertos e sorrisos calorosos, somos
recebidas por equipes médicas acolhedoras e com calmas garantias de
que nós seremos “mantidas seguras.” (9) À medida que começamos a
nos sentir melhor sobre tudo, ouvimos atentamente outras estrelas
pornô que compartilham suas dicas sobre como fazê-lo
grandiosamente na terra do pornô. “Apenas relaxe o pescoço e respire
pelo nariz. É muito divertido e fácil uma vez que você pega o jeito.”
Nunca há qualquer educação adequada sobre outras doenças
sexualmente transmissíveis como no vídeo Pornô 101, que eu saiba,
nenhum de nós jamais o assistiu. O engano é comum em todo o
processo de preparação.

Alguns de nós, contraimos HIV como resultado desse engano grosseiro.


(10) O ator pornô, Darren James lembra seu pesadelo de testes
positivos de HIV em 2004, “Foi como um golpe no estômago”, disse
James. “A vida era muito mais bonita.” (11)

A Dra. Sharon Mitchell, “doutora” para as estrelas pornô, pois anda por
aí com um jaleco branco e não tem um diploma de medicina, afirma
que entre os atores há, “menos de 7% de HIV, e de 12% a 28% têm
DSTs. Herpes é sempre cerca de 66%. Clamídia e gonorréia, no entanto,
juntamente com a hepatite, parecem se ater aos vibradores e
superfícies planas para as mãos, por isso, perdoe a minha expressão,
mas nós estamos até nossos traseiros com a Clamídia.” (12)

Mas a indústria pornô cresce até seu traseiro em muito mais do que
isso de acordo com o Departamento de Saúde Pública de Los Angeles
(DSPLA). Em Setembro de 2009, o DSPLA publicou relatórios
surpreendentes de 2.396 casos de clamídia, 1.389 casos de gonorréia, e
cinco casos de sífilis entre artistas pornô. Entre 2004 e 2008, repetidas
infecções foram relatadas por 25,5% dos indivíduos. Também foi
relatado que a prevalência de clamídia e gonorréia em artistas pornô é
dez vezes maior em Los Angeles entre os contados com a idade de 20 a
24 anos e cinco vezes maior na Cidade de Los Angeles entre as maiores
populações de risco.

No topo disso, 25 casos de HIV foram relatados pela Adult Industry


Medical Healthcare Foundation (AIM) – (Fundação de Saúde Médica da
Indústria Adulta) desde 2004. AIM é a clínica médica da indústria
adulta que oferece serviços de testes e cuidados médicos exclusivos a
estrelas da pornografia. Devido à falta de clínicas de testes para os
talentos das telas, as infecções retais, orais e um nível elevado de
doenças, persiste entre atores pornô. (13)

Além de ser coagidas, enganadas e repetidamente expostas a doenças


incuráveis e potencialmente fatais, muitas mulheres experimentam
graves prejuízos nas partes internas do corpo. A ex-atriz pornô Kami
Andrews confessa que ama o dinheiro e o glamour do pornô, mas o que
ela não gosta é o fato de que não está sendo capaz de defecar
normalmente.
Você está constantemente fazendo enemas e você está jejuando e está
tomando todas essas pílulas diferentes, e laxantes, e isso desparafusa
seu sistema interno.” (14)

O trato intestinal é apenas o início de extremos danos corporais graves


causados por atos anais. A experiência de muitas mulheres com outras
doenças médicas, tais como prolapso do reto, uma condição terrível em
que as paredes do reto se projetam para fora do ânus e,
conseqüentemente, tornam-se visíveis fora do corpo. Eventualmente, o
dano torna-se permanente - para o prazer da torcida de pornógrafos
bestiais que têm criado uma maneira de transformar essa condição
inominável em um “fetiche”.

Quando as estrelas pornô terminam um dia e vão para casa com


machucados e os corpos sangrando, algumas de nós faz uma tentativa
de ter um relacionamento saudável e normal, mas o nosso
namoradinho cafetão fica com ciúmes e abusa fisicamente de nós.
Então, ao invés disso nos casamos com nossos diretores pornô ou
regredimos de volta à infância e ficamos com os titios de 60 anos de
idade. Eu preferia os titios porque eu desesperadamente queria o amor
e a atenção do meu pai. Jenna Jameson, Jill Kelly, Rita Faltoyano, e Tera
Patrick preferiram se casar dentro da indústria pornô e agora são
todas vítimas do que a estrela pornô Tera Patrick chama de “maldição
da pornografia.” Ela afirma em seu livro sobre o divórcio: “Eu não
queria ser outra estatística do pornô.” (15)

Estrelas pornô não apenas não são boas esposas, mas nós
miseravelmente falhamos como mães também. Nós gritamos, gritamos
e batemos em nossos filhos sem nenhum motivo. Na maioria das vezes
estamos intoxicadas ou altas, e os nossos pequenos de quatro anos de
idade são os que recolhem nossos corpos sem vida que estão largados
no chão.

Quando nossos clientes com grandes dólares veêm até nós para serem
entretidos por nossos truques, trancamos nossos filhos em seus
quartos e dizemos-lhes para ficarem quietos. Eu costumava dar à
minha filha de quatro anos, um Bip e a fazia esperar no parque até que
eu tivesse acabado. Para aquelas de nós que somos casadas, o papai
não se importa de ser a babá das crianças enquanto estamos em nosso
trabalho, que é ser penetrada por vários artistas do sexo masculino.
Claro que não, nossos maridos narcisistas, só se preocupam com o
dinheiro do pornô.

A verdade é que não há fantasias na pornografia. É tudo uma ilusão.


Um olhar de perto e mais atento nas cenas da dura realidade da vida de
uma estrela pornô vai mostrar-lhe um ato que a indústria pornô não
quer que você veja. O verdade é que nós, atrizes pornô queremos
acabar com a vergonha de nossas vidas e o trauma da bilheteria, mas
não podemos fazer isso sozinhas. Precisamos de vocês homens, para
lutar por nossa liberdade e nos devolver a nossa honra. Precisamos de
vocês para manter-nos em seus braços fortes, enquanto nós soluçamos
em lágrimas sobre as nossas feridas profundas e imploramos a cura.
Nós queremos que você jogue fora nossos filmes e nos ajude a juntar os
fragmentos quebrados de nossas vidas. Precisamos de você para orar
por nós, para que Deus ouça e repare nossas vidas arruinadas.

Não acredito na grande fantasia do Topo. Pornografia é nada mais do


que sexo falso, contusões e mentiras em vídeo. Confie em mim, eu sei.
II
Uma Confissão

que entrem oS
pAlhAçoS

Capítulo Dois
Meu nome pornô era Roxy e eu executei meus truques de circo em
cerca de 30 filmes de “hardcore”, entre 1993 e 1994. De anais para
orais a orgias e interraciais, não havia nada que eu não faria para
provar ao mundo que eu me tornaria a próxima sensação e a mais
quente estrela pornô. Eu poderia fazer malabarismos e bater bola com
o melhor deles.

Comecei meu treinamento pornô aos nove anos de idade, quando eu


fui sexualmente abusada por uma colega de classe e seu irmão
adolescente em uma piscina. Eu era uma garota normal que fazia coisas
culturalmente normais como brincar com bonecas Barbie e assistir a
Vila Sésamo, quando do nada meu boneco Ken decidiu jogar para
muito longe a fantasia e puxar para baixo de seus troncos a Barbie,
violentando-a. Tornei-me uma menina danificada e “suja” do dia para a
noite.

Garotinhas danificadas são exatamente as presas que a indústria pornô


precisa e depende. Estima-se que 90% dos artistas de pornografia são
sobreviventes de abuso sexual e a idade média de uma atriz pornô é
22,8 anos de idade. (16, 17) Repito, garotinhas danificadas. De acordo
com a ex-atriz pornô April Garris, conselheira de ex-estrelas pornô, “na
maioria dos casos, em cada caso há algum fundo de abuso sexual na
infância ou negligência.” (18)

A rainha pornô Jenna Jameson, que é a estrela pornô mais acessada na


Internet, foi também uma menina danificada um pouco antes de entrar
no pornô. Na autobiografia de Jameson, ela descreve a negligência
dolorosa e o uso de drogas de seu pai, dois estupros na adolescência,
vícios de drogas, e diversos casos com homens e mulheres. Jenna alega
que seus estupros não tiveram nada a ver com a sua escolha em seguir
carreira pornô. (19) Ela tem o que eu gosto de chamar Clássico Pano de
Fundo do Pornô.

O Clássico Pano de Fundo do Pornô (CPFP) é uma compilação realista


de experiências traumáticas do passado e atuais de uma estrela pornô,
que incluem o abuso sexual na infância, a exposição à pornografia,
negligência material dos pais, abuso físico, abuso verbal, disfunção
familiar, uso de drogas, estupro e revitimização sexual. O efeito
cumulativo de todas essas experiências negativas faz com que as
vítimas desenvolvam inconscientemente um poderoso sistema de
autoproteção conhecido como mecanismos de defesa.

Mecanismos de Defesa
Definição:
Sistemas de autoproteção projetados para
diminuir ou reprimir certos pensamentos,
sentimentos ou lembranças de entrarem na
mente consciente.

Os 10 Principais
Mecanismos de Defesa
de Estrelas Pornô
1) Atuando – Realizando um comportamento
extremo, a fim de expressar pensamentos ou
sentimentos que a pessoa sente, e expressa
de outra forma.

2) Negação – se recusar a reconhecer algum


aspecto doloroso da realidade ou
experiência subjetiva que seria
extremamente aparente para os outros.

3) Deslocamento – liberando frustrações,


sentimentos e impulsos em pessoas ou
objetos que são menos ameaçadores. Por
exemplo, a violência contra mulheres por
pornógrafos que sentem raiva de suas mães.

4) Fantasia – usando devaneio ou imaginação


para escapar da realidade em um mundo
fictício de sucesso ou de prazer.

5) Humor – apontando os aspectos engraçados


ou irônicos de uma situação, a fim de lidar
com ela. Por exemplo, fazendo piadas sobre
as suas próprias doenças sexualmente
transmissíveis.

6) Idealização – atribuindo exageradas


qualidades positivas aos outros, como pensar
elevadamente de um pornógrafo “amigável”.

7) Onipotência – sentindo ou agindo como se


ele ou ela possuísse poderes especiais ou
habilidades e fosse superior aos outros.

8) Projeção – negando os próprios traços


desagradáveis, comportamentos, ou
sentimentos, atribuindo-os a alguém. Por
exemplo, acusando Shelley Lubben de ser
uma prostituta que quer atenção.

9) Racionalização – explicar um
comportamento ou sentimento inaceitável de
uma maneira racional ou lógica, evitando as
verdadeiras razões para o comportamento.
Por exemplo, uma estrela pornô que está
virada para baixo para uma filmagem pode
racionalizar, dizendo que o produtor prefere
filmar de qualquer maneira as meninas feias.

10) Repressão – a exclusão inconsciente de


impulsos dolorosos, ou temores da mente
consciente. Freqüentemente envolvendo
impulsos sexuais agressivos, ou dolorosas
memórias da infância, esses conteúdos
mentais não desejados são empurrados para
o inconsciente.

Em termos de um parque de diversões, as estrelas pornô são como


focas amestradas e têm atos difíceis a seguir. Somos trapezistas,
mágicos, palhaços, acrobatas, contorcionistas e caminhantes da corda
bamba. Nós somos os maiores artistas do mundo, e mentirosos.
Quando éramos abusados sexualmente quando crianças, fomos
forçados a acreditar que nós éramos bons para apenas uma coisa. Sexo.
Estávamos com medo de contar isso, nunca tivemos uma escolha ou
recursos para curar nossas feridas sexuais e negligência, assim quando
nós nos sentimos rejeitados, isso se transformou em uma vingança
raivosa de garotinhas atuando em nossa dor para chamar a atenção.
Mas nossos pais não prestaram atenção. Igrejas não prestaram
atenção, nem nossas escolas prestam qualquer atenção. Na verdade
ninguém presta atenção para as aberrações da mutação natural que
tínhamos sofrido. Certamente as nossas deformidades foram
perceptíveis. Estávamos na cama, com comportamentos sexuais
desviantes, rebeldes peculiares que arrancaram seus cílios e brincaram
com seus órgãos genitais. Éramos molestadoras de outras crianças e
até mesmo repreendidas por isso. Nossos jogos da infância consistiam
de esconder e mostrar minhas partes íntimas e se de verdade você se
atrever a me mostrar a sua eu te mostrarei a minha. Nosso show de
horrores estava no centro do palco para o nosso país e o mundo inteiro
ver. Mas ninguém prestou atenção. Ninguém jamais nos perguntou o
que aconteceu e nós fomos abandonadas a nós mesmas em lágrimas e
vergonha para sobreviver e treinar para a única coisa que nós
acreditávamos que éramos boas: sexo sujo e imundo.

Quando entramos em nossa adolescência, descobrimos que a nossa


sexualidade poderia ser usada como uma ferramenta para ganhar de
volta o controle a começar pela a sociedade, por ter nos ignorado por
tanto tempo. Seguimos os modelos mais antigos de rebeldia como
Madonna, e isso se manifestou nas micro-saias e nas camisas
apertadas. Fazia todo o sentido para nós, pois sabíamos que iríamos
ganhar a mesma admiração de meninos doentes e homens mais velhos
que ela tinha recebido do mundo. Nós fomos manipulando os nossos
colegas com a conduta sensual e os favores sexuais, e crescendo em
conhecimento do grande poder superior que possuíamos.

Quando entramos em nossa vida adulta, nos tornamos espetáculos


sexuais e exigimos maior pagamento na forma de atenção e em
dinheiro como compensação pela negligência e abuso sexual que
sofremos quando crianças. Eu gosto de chamá-lo de Pagamento da
Estrela Pornô. Vamos mentir para obtê-lo. Vamos roubar para obtê-lo.
Vamos nos prostituir e arriscar nossas vidas para obtê-lo. Estrelas
pornô podem fazer malabarismos com HIV, gonorréia e clamídia
enquanto nós sem medo nos reinfectamos com mais da mesma DST.
Nós podemos fazer proezas incríveis com nossas mentes e corpos que
aterrorizariam as pessoas mais comuns. Podemos caminhar uma fina
linha da morte e da vida em grandes alturas, sem qualquer medo de
cair. Com a ajuda das drogas e do álcool as nossas capacidades são
aprimoradas para tolerar uma enorme quantidade de dor física, mental
e emocional. Nossos corpos infectados são cobertos de feridas e traços
de contusões escondidos sob nossa ousadia e queima de imagens.
Somos superstars pornográficos, atuando na maior aberração do
mundo visível em algum site perto de você!

Heróico como o "supers" podem aparentar, muitas estrelas pornô


tragicamente, e infelizmente, mergulham em suas mortes precoces. Por
baixo uns 1.500 atores entre 2007 a 2010. Sabemos que 34 pessoas
morreram de AIDS, suicídio, drogas e homicídio. Mais outros 17 atores
morreram prematuramente de causas médicas que incluem doença
pulmonar, insuficiência cardíaca e câncer. (20, 21) Isso dá um total de
51 mortes prematuras. Nenhuma outra indústria tem esse tipo de
estatística, nem mesmo a indústria da música que é pelo menos 10
vezes maior do que a indústria pornô.

Em 2009, a indústria da música lançou 97.751 álbuns em comparação


com um total de apenas 13.056 títulos pornô lançados, incluindo filmes
amadores. (22, 23) Entre 2007 e 2009 houve 9 mortes relacionadas
com drogas e dois suicídios entre cantores e músicos em uma indústria
de 12.765 empresas de gravação em comparação com 10 mortes
relacionadas com as drogas e oito suicídios em uma indústria com
apenas cerca de 900 empresas de pornô. (24, 25, 26, 27) Isso significa
uma morte para cada 1.160 gravações de empresas de música contra
uma morte para cada 50 em empresas pornográficas.
Não é preciso ser um gênio da matemática para entender que a
indústria pornográfica é drasticamente menor do que a indústria da
música e ainda assim, tem as taxas mais altas de mortes relacionadas
às drogas e suicídios. Repito, nenhuma outra indústria destrói mais
pessoas do que a indústria pornô!

Além disso, quando as mortes de 129 estrelas pornô durante um


período de cerca de 20 anos foram analisadas, foi descoberto que a
expectativa média de vida de uma estrela pornô é de apenas 37.43
anos enquanto a expectativa de vida média de um americano é 78.1
anos. (28)
Ainda recentemente, em junho de 2010, o ator pornô Stephen Hill
matou um colega e feriu outros dois em um ataque com uma espada
em um estúdio pornô em Van Nuys, Califórnia. A vítima tinha 30 anos
de idade, era o ator pornô Herbert Wong. Os acontecimentos tristes e
trágicos não terminaram aí. A caçada policial continuou e Stephen foi
encontrado em sua casa em Chatsworth. O ator pornô de 34 anos
morreu depois de cair de um penhasco após um impasse com o
Departamento de Polícia de Los Angeles e a equipe da SWAT. Foi dito
que se ouviu dele pouco antes de sua morte: “Não era para ter
acontecido dessa maneira.”

A indústria pornô nunca deveria acontecer desta forma. Mas 1 em cada


4 americanos fazem isso acontecer. Enquanto as mulheres e homens
no pornô destruiam-se com drogas, álcool e suicídio estávamos
sentados de braços cruzados em nossos computadores com a “pipoca”
em uma mão e nosso mouse na outra, avidamente clicando sobre suas
vidas. Que Deus perdoe nossa maldade.

Rosto triste e pintado


que faz as massas rugirem
No trapézio leões, focas e emoções
enquanto você, triste prostituta encara isso
Deve haver algo mais
do que a morte e o sangue do circo
Pelo quê você está morrendo?
por Shelley Lubben
Uma Confissão

Ato II
Conheça Shelley #1
III
Uma Confissão

nAScIdA pArA
Ser má
Capítulo Três

Nascida Shelley Lynn Moore em 18 de maio de 1968 em Pasadena,


Califórnia, eu venho de uma longa linha de pregadores metodistas por
parte de mãe, e católicos italianos por parte de pai. Meu pai e minha
mãe eram opostos em natureza e educação, mas muito apaixonados, e
minha irmã e um irmão, um casal, nasceram poucos anos depois de
mim. Eu sou a filha mais velha e a única morena de olhos verdes
apelidada de WOP. Minha mãe me chamava de WOP, porque eu parecia
um triturador de uvas.

Eu cresci em uma casa de classe média em Temple City, Califórnia,


onde minha família frequentava regularmente uma boa igreja no
Alhambra. Foi aí que eu conheci o amor da minha vida, Jesus. Todos os
domingos minha professora me contava histórias maravilhosas sobre
Jesus e como Ele teve compaixão e curou milhares de pessoas doentes.
Oh como eu amava Jesus! Minha parte favorita da aula era quando a
minha Professora de escola dominical pegava seu ukulele marrom e
tocava a mais bela música. Com a minha cabeça inclinada e meus olhos
firmemente fechados, eu cantava do fundo do meu pequeno coração a
Jesus, “Oh como eu amo Jesus. Oh como eu amo Jesuuus.” Tudo
simplesmente desaparecia. Éramos apenas Jesus e eu em nosso lugar
especial.

“Oh como eu amo Je-SUUUS,” eu sussurrava novamente.

Mas oh, como eu odiava quando via meus pais em pé na porta e era
hora da Escola Dominical acabar. Eu só queria ouvir a minha
professora da Escola Dominical contar-me mais histórias da Bíblia
enquanto eu mastigava meus biscoitos Ritz.

Em 1977, nossa família mudou-se para longe da minha feliz vida cristã
para uma pequena cidade bastante sofisticada chamada Glendora, ou
como eu costumava chamá-la, Glenboring. Em uma cidade repleta de
laranjais e uma população de cerca de 20.000 pessoas, não havia muito
a se fazer exceto uma briga de laranjas. Eu estava pronta para uma
briga também. Eu estava muito irritada porque tivemos que deixar os
únicos amigos e famíliaes que eu havia conhecido e amava. A Escola
Dominical e os biscoitos Ritz eram a minha vida!

Aí então meu irmãozinho nasceu e era completamente ligado ao peito


de minha mãe. Então, minha irmã e eu fomos largadas a nossa própria
sorte e brincávamos com bonecas Barbie e assistíamos à televisão por
horas e horas. Minha mãe sempre dizia que a televisão era a melhor
babá. Bem, com uma babá como aquela eu aprendi muito! Quando
criança, eu aprendi mais sobre o sexo de programas como “Three’s
Company” e “Love American Style” do que em qualquer outro lugar.
Com uma programação semanal de comédias sobre direcionamento
sexual, quem precisava de puberdade?

E então houve a fusão de “Love American Style”, com um show


chamado “Happy Days”, onde eu realmente aprendi os fatos da vida.
Com um pacote de salgadinho no meu colo e meu rosto colado à TV eu
comecei a assistir Fonzie em Inspiration Point. O que se pode obter de
mais quente da TV do que isto para uma criança de nove anos de
idade? Ou como quando nossa família se reunira para assistir “All In
The Family”, um show que tinha que ter um reclamante na primeira
vez foi ao ar. Graças a Archie Bunker minha família ouvia insultos
raciais durante anos. “All In The Family”, também me ensinou sobre
política, swingers, os direitos das mulheres e homossexualidade. Oh
sim, eu aprendi muito com televisão.

A televisão não era o meu único professor. Eu também aprendi muito


com o adolescente e sua irmã que me molestaram sexualmente quando
eu tinha nove anos. E convenientemente isso aconteceu na piscina de
minha amiga, quando nossos pais não estavam por perto. Lá estávamos
nós sozinhos - eu, minha amiga e seu irmão mais velho muito bonito.

Como minha nova amiga estava falando sobre nadar nua, o que eu nem
iria imaginar, mas eu lembro-me de pensar que se eu não o fizesse,
toda a escola descobriria e me chamariam de galinha. Eu
relutantemente tirei minha roupa de banho e rapidamente entrei na
piscina para encobrir o meu corpo nu. As lembranças que eu tenho
depois disso, são de seu irmão adolescente andando até a beira da
piscina, onde sua irmã e eu fomos nadar e ele começou a nos provocar.
Sua irmã jogou água de volta para ele e disse-lhe para ir embora, mas
ele apenas riu, puxou as calças para baixo e saltou para dentro da
pscina. Eu rasguei meu rosto em constrangimento e nadei rapidamente
para o outro lado da piscina, na esperança de que o meu traje de banho
estivesse por perto. Quando olhei para trás, para ver onde eles
estavam, vi ambos debaixo d'água e vindo em minha direção.

A próxima coisa que eu senti foi indescritível. Eu vi o cabelo dourado


de seu irmão por baixo da água vindo em minha direção perto da
superfície. Quando sua cabeça veio para o ar nossos olhos se
encontraram e eu só olhei para o rosto bonito, com admiração.
Nenhum menino mais velho já tinha chegado tão perto de mim. Eu
podia sentir seu hálito quente no meu rosto enquanto eu estava ali,
olhando congelada em seus grandes olhos azuis. Ele estendeu a mão e
começou a tocar-me entre as minhas pernas. A sensação de
formigamento estranho tomou conta do meu corpo inteiro e eu não
podia mover-me ou respirar.

Um puxão forte contra meu estômago me trouxe de volta à realidade e


eu pensei que deveria ter sido o seu polegar. “Isso parece realmente
grande”, lembro-me de pensar. Olhei para baixo e vi sua “coisa” e meu
queixo caiu. Foi quando eu apaguei. O medo abruptamente me acordou
do meu choque e pensamentos de se meter em encrencas correram
pela minha mente. O que minha mãe vai fazer se ela descobrir? Alguém
viu gente? E se as crianças na escola descobrirem? A sensação de mal
estar tomou conta de mim. Empurrei-o para longe com toda a minha
força e nadei tão rápido quanto eu poderia até a outra extremidade da
piscina onde meu maiô estava. Puxando-me para fora da água ao longo
da borda, peguei o meu maiô e freneticamente ia colocá-lo enquanto
procurava a toalha mais próxima.

“Toalha, toalha, onde tem uma toalha?” Eu me perguntava enquanto


ansiosamente olhava em volta. Vi uma toalha azul e joguei-a em meus
ombros e corri pelo portão para dentro de casa em plena aceleração.

Eu me tranquei no banheiro enquanto ouvia a minha amiga gritar e


bater na porta por cerca de 30 minutos. “Saí daí, Shelley! Meu irmão
não quis realmente fazer isso.”
Ah, tá!

Enxugando as lágrimas eu finalmente tive coragem suficiente para sair


do banheiro. Eu escorreguei para o quarto onde a cama de hóspedes
estava e me cobri até o pescoço com as cobertas da cama. Ninguém iria
pôr as mãos em mim novamente. Eu tentei manter os olhos abertos
durante toda a noite, mas fiquei tão traumatizada que adormeci quase
de imediato.

Despertada pela figura de uma sombra escura pairando sobre mim


engasguei, “O que é isso???”

Abri os olhos para encontrar longos cabelos loiros balançando no meu


rosto. Estava escuro demais para ver muito, mas senti algo estranho
roçando minhas coxas. Meus olhos se ajustaram à escuridão e chocada
vi que minha amiga estava em cima de mim movendo seus quadris ao
redor e fazendo sons de gemidos. Eu empurrei com força minha amiga
de cima de mim e me enrolei como uma bola na beira da cama em
soluços. Eu só queria ir para casa.

O resto da noite eu fiquei lá em estado de choque, ainda olhando para a


escuridão, enquanto vozes assustadoras sussurravam na minha cabeça,
“Você é uma menina má, suja.”

Eu era muito jovem para entender tudo o que havia acontecido naquele
dia, mas as sementes sujas e vergonhosas que foram plantadas
profundamente dentro de meu ser naquela noite continuariam a
crescer ao longo dos próximos 17 anos da minha vida. Regados por
negligência e abuso verbal, as pequenas sementes satânicas que foram
incorporadas em minha alma iriam gradualmente amadurecer em um
mundo adulto de frutos de maldade totalmente crescidos.

E então eu poderia ser realmente má.

IV
Uma Confissão

Inferno
creScente

Capítulo Quatro

Eu jurei pelo céu e pela terra ao policial que eu só havia bebido uma
cerveja, mas mesmo assim ele me fez sair do meu carro e andar
naquela linha estúpida. Eu bati com a minha mão para baixo no painel
de instrumentos e chutei a porta aberta de meu carro com meu salto
vermelho de 15 centímetros. Aquele porco definitivamente escolheu a
garota errada para mexer. Não só eu poderia andar na linha sob a
influência de um quinto de Jack Daniels, mas eu podia recitar
o alfabeto inteiro de trás para frente mais rapidamente do que
qualquer ser humano vivo.

“ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA”.

O policial ficou lá com seu queixo caido. Então ele sorriu e se ofereceu
para levar-me para sair e beber. Foi apenas mais um dia nos negócios
do sexo para mim.
Eu sempre era tão malvada, você pergunta? É claro que eu não era. Ok,
ok, admito que eu era muito má, mas eu não comecei assim. Eu era uma
garota bastante decente até que eu tivesse uns 14 anos e então eu
descobri os meninos. Descobri que se eu deixasse um menino sentir
meus seios ele me dizia, “Eu te amo.” Oh, como eu ansiava por ouvir
essas palavras do meu pai.

Minha mãe, por outro lado gostava de se comunicar e me chamar por


nomes como “preguiçosa”, “esquecida”, “hiper” e “estranha”. Ela
também usava baixa qualidade para depreciar-me à morte. Se há algo
que eu me lembre da adolescência foi a constante luta diária entre eu e
ela. Minha mãe verbalmente e emocionalmente abusava de mim desde
minha escola secundária até os maiores anos.

Eu acho que a relação de ódio entre eu e minha mãe começou quando


eu tinha cinco anos e meu irmão estava prestes a nascer. Eu era uma
menina um pouco ciumenta, que desesperadamente ansiava atenção
porque eu não estava recebendo o suficiente dela. Em uma última
tentativa de fazer com que meus pais me percebessem antes de meu
irmão chegar, foi que comecei a inventar histórias loucas sobre
homens que tentaram me seqüestrar. Quando os meus os pais ficaram
zangados e mostraram sinais de preocupação por mim, eu senti como
se alguém tivesse me dado uma lufada de ar fresco. Mas,
eventualmente, eu cedi e disse-lhes a verdade. Eu não era uma
mentirosa praticante e experiente ainda.

Minha irmã em contraste era um anjo perfeito. Dois anos mais nova
que eu, com a disposição e coloração de um dourado tipo Cocker
Spaniel, minha mãe a amava. Claro que ela a amava. Ela era a criança
mais fácil.

No entanto, eu era “o cientista maluco” da família. Dotada de PEE,


personalidade extra especial, eu tinha uma coisinha chamada “isso”.
“Isso” era algo que todo mundo não tinha e eu tinha. Como minha mãe
gostava de rotular-me, eu era peculiar.

Nascida neste mundo com uma quantidade ilimitada de energia, eu era


uma chocante máquina de falar, caminhar, dançar, escrever e atuar.
Uma estrela em ascensão com origens humildes no meu quintal, eu
escrevi, dirigi e estrelei minha primeira peça aos seis anos de idade.
Quando minha professora da primeira série disse à minha mãe que eu
havia encantado ela, eu estava emocionalmente flutuando sobre meus
pés. Para minha mãe eu era um atraso de vida, mas para minha
professora carinhosa, eu era William Shakespeare.

A primeira vez que eu interpretei em um palco real eu tinha oito anos


de idade. Após um teste bem sucedido onde eu bufei e inchada,
derrubei as notas de meus professores, me foi dado o papel de
protagonista como Lobo Mau em uma peça da escola. As outras
crianças apenas estavam ali com o queixo caído. Enquanto
desajeitadamente liam as falas saindo de seus papéis, as minhas
haviam sido memorizadas. Eu marchava no palco e estufava as minhas
palavras com um rosnado feroz de tal modo que quase explodi o
telhado fora da lanchonete. Desistam, eu consegui o papel.

Era óbvio que eu fui feita para o palco, mas o dom em mim nunca foi
desenvolvido como deveria ter sido. Minha jovem mãe estava
envergonhada por sua filha excêntrica e não sabia o que fazer comigo.
Meu pai, que se auto-rotulava como “o homem mecânico”, estava
ocupado demais vivendo sua vida-máquina para prestar muita atenção
à sua filha de criação. Um homem com o QI de um gênio e um sábio
eletricista, meu pai era mesmo um cientista louco criativo. Sempre que
eu queria falar com ele durante o dia, tudo que eu tinha que fazer era ir
até a garagem, ou olhar sob o carro para encontrá-lo. Se eu quisesse
falar com ele à noite, eu poderia encontrá-lo deitado em sua poltrona
favorita em frente à TV. Era a TV, a garagem ou a loja de ferragens. Eu
adorava quando o meu pai passava um tempo comigo e me levava para
a loja de ferragens. Eu ainda posso sentir o cheiro dos fios coloridos
pendurados na parede.

Minha mãe era o oposto completo do meu pai. Ela realmente me


confundiu. Nascida em família de um pregador de fogo, a minha mãe
foi a última de cinco filhos. Ela foi a criança “acidente”. Criada em um
lar religioso rígido, a pior coisa que já fez foi roubar um disco de
músicas do Elvis. Como meu pai, um católico de berço, sábio em
mecânica e tocador de guitarra e assistente de instrumentos elétricos,
pode se conectar com minha mãe, “Sua Santidade”, permanece um
mistério para mim. Mas eles estavam muito apaixonados e, na verdade
minha mãe costumava me dizer: “Seu pai eu não posso substituir. Mas
podemos fazer mais de vocês.” Ela era uma mulher falante, cujas
palavras frias eram como facas enfiadas em meu coração.

Enquanto minha mãe venenosamente pregava religião para mim, ela


raramente demonstrava o amor e a verdade de Jesus Cristo para mim.
Eu, ou alguém, estávamos sempre indo para o inferno por algo. Minha
mãe era o juiz supremo da humanidade e preconceituosa contra as
pessoas de outras origens étnicas ou status. Eu nunca entendia suas
ações, porque o meu avô, seu pai, era um homem sensível e amoroso.
Quando fizemos uma rara visita para meus avós, eu poderia sempre
contar com o meu avô para levar-me em longas caminhadas na praia,
onde ele descreveu para mim em lágrimas o amor maravilhoso de
Cristo. Em seus anos mais tarde, quando eu lhe pedi que me desse o
seu melhor conselho de todos, ele sussurrou: “Shelley, você deve
praticar a Presença de Deus.” Alguns meses depois, ele morreu com 98
anos de idade.

Confusa com o cristianismo e colada à TV, eu me tornei uma sonhadora


acordada e imaginava como seria ser famosa. Mais do que qualquer
coisa eu queria ser como os atores que eu via na TV, que eram
adorados e queridos por milhões de pessoas. Eu queria ser adorada e
amada por milhões de pessoas. Eu queria receber os aplausos e
ovações em pé por muito tempo. Quando eu finalmente desgrudava de
horas de televisão e sonhava acordada, eu me expressava através da
poesia ou contos e peças teatrais. Eu Escrevi meu primeiro poema
chamado “Natureza” quando eu tinha oito anos de idade. Eu escrevi
meu primeiro livro aos nove anos de idade e até mesmo projetei a capa
do livro. Foi o único livro escrito por uma criança e aceito na biblioteca
da escola. Eu também aprendi a tocar violão e até tentei o violino por
um tempo, mas com pouco incentivo, eu nunca desenvolvi meu talento
musical.

Eu era a maior “começadora” do mundo e a pior “finalizadora”. Sem


ninguém para me encorajar regularmente e me ensinar disciplina, eu
estava à esquerda, onde eu criei maneiras maliciosas de expressar a
minha criatividade e ganhar o que eu mais desejava: a atenção.
Quando eu tinha uns nove anos eu comecei a agir e criar histórias e
apelidei a mim mesma de “Shellchoque”. Fazendo jus ao meu nome e
aproveitando o tédio puro, eu criei uma lista de coisas chocantes para
fazer e convenci alguns dos meus amigos a se juntarem a mim. Um dia
nós estávamos fazendo as coisas da lista e ela dizia: “Fingir-ser de
morto.” Nós acenamos com a cabeça. Eu imediatamente corri para
dentro de casa e peguei um vidro de ketchup e esguichei tudo em meus
braços e rosto. Eu entreguei o ketchup à minha amiga Stella, que ficou
de olho por trás de um arbusto enquanto eu estava na rua jogada na
calçada com meus óculos caindo das mãos. Foi pura genialidade. Carros
em movimento chegavam e paravam, e gritos de mães preocupadas
correram para ver por que uma menina com sangramento estava
deitada na rua. Quando se inclinaram para baixo para ver se eu estava
respirando, eu voltava e dizia: “Brincadeira!” e saía correndo.

Outra vez, quando eu estava entediada e queria atenção, eu encontrei


um pequeno pedaço de pano preto que parecia uma aranha. Eu sabia
que minha mãe tinha ferozmente um medo de aranhas, especialmente
Viúvas Negras, então eu queria assustá-la à morte. Eu levei a minha
pequena aranha procurando o pano e atirei na minha mãe e gritei:
“Aranha!” Nunca vi minha mãe saltar tão alto em minha vida. Ela estava
tão brava comigo. É claro, que eu corri.

Meu lugar favorito para correr era a pequena Igreja Batista na esquina.
Eles sabiam que eu era um pouco vilã, mas eles me amavam de
qualquer maneira. A única pessoa que me amava especialmente foi a
Sra. Mumby. Ela era a professora de cabelos um pouco grisalhos que
me aturava durante todo o verão na Escola Bíblica de Férias. Um dia,
enquanto a Sra. Mumby estava tirando algo para fora do almoxarifado,
eu a empurrei para dentro e a tranquei. Enquanto eu estava rindo
histericamente enquanto apontava para o armário, ela bateu e gritou:

“Vamos Shelley deixe-me sair! Deixe-me sair!” Eu ria ainda mais. As


outras crianças olhavam para mim como se eu fosse Satanás. Como
ninguém tinha a chave para abrir o armário, o Corpo de Bombeiros
chegou para resgatá-la, e então não teve mais graça. A Sra. Mumby saiu
pronta para desmaiar de exaustão pelo calor. Eu me senti muito mal
por isso.
Mas, novamente eu me sentia mal com tudo que estava acontecendo
em minha vida. Eu era uma menina suja, solitária, e um pouco chocante
em uma caçada desesperada por amor e atenção. A única pessoa que
verdadeiramente me entendia era minha avó italiana, Nona. Incrível,
ela era mágica.

“Um cigarro, meu bem, e me leve”, ela dizia em uma voz sexy enquanto
inclinava a cabeça para trás fingindo tragar um cigarro longo. Minha
Nona adorava se passar por Mae West, um símbolo sexual de
Hollywood, e a primeira superstar originalmente loira que foi presa em
1918, por corromper a moral da juventude.

Bem, talvez minha Nona tenha me corrompido um pouco.


Ela era uma mulher cativante e oradora eloqüente que tinha a
poderosa capacidade de influenciar qualquer um que estivesse em sua
presença. A mulher de pele morena, com seu belo cabelo preso, era a
mulher mais glamourosa que eu já tinha visto.

Todo mês de dezembro minha avó glamourosa vinha visitar-nos para


os feriados e ficar com a família até meados de Janeiro. Eram as
melhores seis semanas da minha vida não preenchida. Por seis
semanas eu tinha alguém em minha vida que sempre me dizia: “Eu te
amo”. Por seis semanas, havia alguém que se importava o suficiente
para tirar tempo para me ensinar coisas como a importância da
lavagem de minhas mãos antes de uma refeição. Por seis semanas eu
aprendi a dobrar guardanapos, arrumar uma boa mesa de jantar e
como fazer Vitela Scaloppini. Por seis semanas eu recebi o amor,
instruções gentis e o incentivo que eu precisava para ser bem sucedida
na vida. E por seis semanas inteiras eu realmente me senti bem comigo
mesma por causa do sentimento de realização que eu tinha
conquistado. E então Nona sairia e eu cairia de volta em meus
caminhos preguiçosos e rebeldes até que ela voltasse no ano seguinte.

Infelizmente, na época em que eu era adolescente eu estava cheia de


raiva e frustração por tentar ser um anjo em cada Natal. Muito pelo
contrário, eu me tornara uma adolescente do inferno. Com modelos
como Madonna para me encorajar e pais que enterravam a cabeça na
areia, me era permitido fazer qualquer coisa que eu quisesse. Fui
autorizada a ir a um baile de formatura em uma limusine com um
menino mais velho não-cristão, onde eu fiquei bêbada pela primeira
vez. Meu pai teve que dirigir até Los Angeles para me pegar com meu
vestido cheio de buracos por toda parte. Aparentemente eu estava tão
bêbada que havia queimado buracos através de meu vestido com um
cigarro de cravo. Era um vestido roxo, minúsculo, um daqueles de
promoção para um baile do inferno.

Aos 14 anos, eu estava autorizada a usar uma fantasia de coelhinha da


Playboy para o Halloween, com orelhas de coelho, cinta-liga, cauda
felpuda e tudo mais. Minha mãe tirou a foto. Também era me dada
permissão para dirigir o Ford Thunderbird de minha mãe até as
discotecas, aos 16 anos e, portanto, eu tinha permissão para dirigir por
aí com meu namorado de 15 anos, com quem eu estava tendo relações
sexuais. Sim, fizemos sexo no carro de minha mãe. Quando ela me
perguntou no dia seguinte o que era a mancha no banco dela, eu
friamente respondi: “shake de baunilha.”

Eu também estava autorizada a ter uma festa de aniversário em minha


casa onde nós bebemos álcool enquanto meus pais assistiam à
televisão em seu quarto. Ok, então eles não sabiam que nós trouxemos
o álcool, mas que pais permitem que sua filha rebelde de 16 anos de
idade dê uma festa sem supervisão dos pais? Eu tinha até minha irmã
de 13 anos para beber.

Para a maioria, a minha vida de adolescente era muito bonita, eu era


autorizada a fazer o que queria, porque ninguém se importava.

Ninguém se importava se eu tivesse um problema com bebida aos 16


anos. Ninguém se importava se eu fosse reprovada nas aulas ou
recebesse notas ruins. Ninguém se importava se eu usasse meia calça
do tipo arrastão para ir à escola. Ninguém ligava se eu era menor de
idade e praticava sexo. Ninguém se importava se eu fosse uma
motorista imprudente e tivesse minha carteira de motorista suspensa.
Ninguém se importava se eu fosse para a cadeia por roubar no Target.
Ninguém se importava por qualquer coisa que eu fizesse.

Quando meu pai resolveu se preocupar com sua família, colocou seus
pés no chão e tomou uma posição firme, ele abriu a porta da frente e
me disse: “Suma daqui," seguido de quatro palavras sem coração que
Eu nunca me esqueci:

“Você está morta para mim.”

Em estado de choque, eu furiosamente saí pela porta com um saco de


roupas e uma Bíblia, jurando por Deus que eu nunca iria falar com o
meu pai ou mãe novamente durante o tempo que eu vivesse. Mais uma
vez as palavras se repetiram em minha mente: “Você está morta para
mim.”

"Você está morta para mim." A rejeição entrou.

"Você está morta para mim." O ódio entrou.

"Você está morta para mim.” A ira entrou.


E Satanás entrou em meu coração e, em seguida, todo o inferno rolou
solto nos próximos oito anos de minha vida.

Uma Confissão
o Inferno de umA
proStItutA

Capítulo Cinco

Uma loira bronzeada e com nomes artísticos, de símbolos sexuais como


“Marilyn” e “Blondie”, eu me empurrei por oito anos em casas
noturnas, prostituição e muita pornografia. Comecei minha carreira em
um clube de strip chamado “The Top Hat” (A Cartola) com 17 anos de
idade, enquanto eu ainda vivia em minha casa, em Glendora, Califórnia.
Não foi difícil roubar a identidade de uma menina mais velha do que eu
e enganar o proprietário e, além disso, eu sabia dançar. Eu poderia
dançar tão bem que até mesmo Michael Jackson teria ficado orgulhoso.
Na verdade, a minha primeira audição, eu fiz o “moonwalk topless” de
"Billie Jean", enquanto os homens com camisas xadrez assobiavam e
lançavam notas amassadas para mim. Quando eu girei minha cabeça ao
redor e vi os caminhoneiros deslizarem suas calças para se
aproximarem e me verem mais de perto, eu pulei para fora do palco e
corri direto para porta, jurando por Deus que eu nunca mais faria strip
novamente.
Nunca diga nunca.
Acabei um ano mais tarde em uma calçada suja em San Fernando
Valley, a capital mundial do pornô, onde eu estava sentada no meio fio
de uma rua movimentada, meus olhos lacrimejando e chorando,
soluços saíam de minha garganta. Eu não comia há dois dias e estava
morrendo de fome. Pensei sobre a obtenção de um emprego, mas eu
não tinha carteira de motorista. Tentei pedir dinheiro, mas ninguém
quis ajudar. Minha situação parecia sem esperança. Olhei para a Bíblia
preta que eu trouxe clamei a Jesus por respostas.

“Jesus, onde você está? Como você pôde deixar isso acontecer comigo?
Você me disse quando eu era uma garotinha que eu iria pregar o
Evangelho a milhares de pessoas. Agora eu estou sentada aqui, uma
sem-teto e sem nada para comer ou beber. Eu preciso de você para
fazer um milagre agora!”

Eu sentei lá sob o sol quente e chorei por horas, quase desbotei a


quebrada calçada na Via Sherman. Desesperada e desidratada. Eu não
me importaria se morresse.

Para minha surpresa, ouvi uma voz de homem eu olhei para cima e vi
um homem negro bem malhado e bonito olhando para mim. Ele
parecia um anjo.

“O que há de errado, querida? Por que você está chorando?” Ele


perguntou enquanto se sentou ao meu lado na calçada.

Com os olhos inchados e saliva saindo de minha boca eu balbuciei:


“Estou sem casa e não tenho qualquer uh ...” sniff sniff, “comida ou
dinheiro. Meu pai me expulsou de casa e eu não sei o que fazer.”

Eu soluçava ainda mais ofegante, baixei a cabeça e usei as mãos para


esconder minhas lágrimas. Eu estava tão envergonhada e humilhada. O
bom homem colocou os braços em volta de mim e gentilmente me
puxou em direção ele. Quando minha cabeça pousou em seu peito, eu
senti um alívio inexplicável. Foi a primeira vez na minha vida que um
homem mais velho tinha me segurado tão ternamente. Me sentia tão
bem. Eu não queria deixar esse sentimento. Eu só queria ficar envolta
em seus braços e descansar minha cabeça em seu peito grande e
caloroso.
Depois que ele me segurou por alguns minutos gentilmente virou meu
queixo em direção a ele e me disse: “Eu posso ajudar você, querida. Eu
posso obter algum dinheiro e alguns alimentos para você.”

Imediatamente eu pensei que Jesus tinha vindo para me salvar. Sentei-


me animadamente para ouvir de perto o homem bonito e ele
continuou. “Há um homem no complexo de apartamentos do outro
lado da rua que acha você muito bonita e gostaria de fazer amor com
você por 35 dólares.”

“O quê???” Minha boca abriu. Este homem estava pedindo para que eu
fosse uma prostituta? Eu era um monte de coisas, mas eu
definitivamente não era uma prostituta.

“De jeito nenhum!” Eu disse enquanto sentei-me em desgosto.


Mas ele garantiu-me com uma voz suave que o homem que queria
fazer sexo comigo era muito bom e seria gentil comigo. Ele me disse
que poderia me dar um monte de dinheiro, que eu poderia ter meu
próprio apartamento e que não teria que viver mais na rua. Comecei a
pensar sobre os meus pais e o que eles fizeram para mim. Eu pensei
sobre como eles estavam dormindo profundamente em suas camas
confortáveis, enquanto eu me sentava ali na calçada todos os dias e
noites, sem dinheiro ou comida. Eu pensei sobre as últimas palavras
frias e sem coração do meu pai quando disse: “Você está morta para
mim.”

Foi quando eu ouvi o sussurro de uma voz baixa em minha cabeça,


“Deus não se importa. Seus pais não se importam...” e cheia de ódio eu
pensei comigo mesma: “sim, por que eu deveria me importar?” E
concordei em me vender por 35 dólares.

Eu estava tão nervosa quando ele abriu a porta. A sala estava escura e
eu mal podia ver com quem o homem se parecia.
“Olá”, uma velha voz se fez ouvir enquanto eu fechava a porta atrás de
mim.
Eu não respondi ou fiz qualquer barulho. Nós éramos dois completos
estranhos em pé no escuro juntos. Ele se aproximou de mim e puxou
minha cabeça em direção ao seu rosto. Tentei afastar, mas ele segurou
minha cabeça com força e me beijou. Depois de um par de minutos
comecei a sentir-me confortável, porque o homem era muito gentil. Na
verdade, eu me lembro de ter pensado que ele me beijou muito melhor
do que os meninos do ensino médio que eu havia namorado.

Isto não é tão ruim, afinal, pensei comigo mesma.


E eu saí com os tais 35 dólares. Depois que o cafetão me atraiu
primeiramente com um truque legal, ele começou a arranjar encontros
com homens perversos que exigiam sexo bizarro. Quando me recusei a
fazer certos atos sexuais, o cafetão ameaçou-me com maus tratos
físicos e tentou me trancar em seu apartamento. Mas eu estava tão
cheia de raiva que eu arranheir com fúria seus grandes braços negros e
terminei em outra calçada na Ventura Boulevard.

Até então eu estava em modo de sobrevivência total. Comecei a andar


corajosamente pelas ruas perguntando se os homens queriam ter sexo
por dinheiro. Uma vez, me aproximei de uma oficina mecânica e o
gerente levou-me para o banheiro, onde ele ejaculou com sangue em
todo o meu rosto. O sangue me assustou tanto que eu sabia que tinha
que sair das ruas. Eu não tinha certeza se ele tinha algum tipo de
doença, mas corri para fora da oficina mecânica em lágrimas clamando
a Deus por ajuda. Mas não houve resposta.

Logo conheci uma garota chamada Beth, que me avisou que eu seria
morta se continuasse andando pelas ruas. Ela me apresentou Vanessa,
uma senhora que dirigia uma casa de prostituição. Eu realmente não
queria mais fazer prostituição de forma alguma, então eu implorei a
Vanessa que me deixasse cortar seu gramado em troca de deixar-me
fica por alguns meses. Ela tentou me convencer com truques, mas eu
estava muito traumatizada após o cafetão e o sangue, por isso eu
inflexivelmente disse que não. Ela sabia o que estava fazendo no
entanto. Cada manhã, ela me dava uma pá e uma lata de lixo e me fazia
trabalhar oito horas por dia sob o quente da Califórnia, enquanto eu
estava morrendo no calor e limpando o suor lamacento da testa, as
outras meninas estavam sentadas confortavelmente dentro de uma
casa com ar condicionado vestindo lingerie e bebendo chá gelado. Eu
assistia os homens vindo até o portão, um por um, e exatamente uma
hora mais tarde, eu os observava andarem de volta com um enorme
sorriso. As meninas pareciam muito felizes também. Elas estavam
contando seu dinheiro, enquanto eu estava cavando a sujeira. E aquela
mesma voz baixa veio a mim novamente e disse: “Deus não se importa.
Seus pais não se importam...”

Sim, pensei. Por que eu deveria me importar com algo que ninguém está
pensando? Então, eu me vendi novamente só que desta vez por 150
dólares.

Vanessa me ensinou coisas que minha mãe nunca me ensinou. Para


começar, ela me ensinou sobre a higiene feminina. Depois de um
cliente ter se queixado sobre mim eu estava totalmente humilhada,
Vanessa jogou uma esponja para mim e me ensinou a maneira correta
de me lavar. Ela era a mulher mais descarada e sem vergonha que eu já
conheci. Não só ela me ensinou sobre a limpeza, mas ela me ensinou a
manipular os homens em uma variedade de maneiras. Eu aprendi
coisas como colocar uma camisinha em um homem sem ele jamais
perceber disso. Eu aprendi a fingir um orgasmo para os homens que
queriam ser heróis.

“Oh yeah, baby, eu vou gozar”.


Tá, certo.
Aprendi a trocar sexo por roupas, jóias e móveis. Vanessa e eu
visitávamos regularmente lojas de jóias em Ventura Boulevard e
fazíamos “acordos” com os proprietários. Eu nunca estava sem anéis
em meus dedos.

Eu também aprendi a falar com os clientes para que me dessem mais


dinheiro. Vanessa me ensinou a manipular atos sexuais e redirecionar
os homens a falarem sobre suas fantasias até que sua hora estivesse
excedida, então eles tinham que me pagar mais para ter o sexo real. Eu
costumava enrolar interminavelmente até que pudesse limpar a
carteira de um homem. E eu era impiedosa. Eu queria cada centavo, até
a última moeda daqueles porcos egoístas necessitados que exigiam
uma prostituta por uma hora. Que patético.

O que é mais patético, é que eu fiquei grávida duas vezes durante os


primeiros quatorze meses em que era uma prostituta. Embora eu
tivesse sido ensinada a ter cuidado e usar camisinha, infelizmente eu
aprendi a duras maneiras que o preservativo pode e vai rasgar ou
vazar. Na verdade, os homens muitas vezes tentavam romper o
preservativo de propósito. Isso, para mostar quão porcos eles eram. Eu
aprendi um monte de lições difíceis com o primeiro ano de
prostituição. Eu aprendi que a perda de um bebê era fisicamente e
emocionalmente extremamente dolorosa. Eu tinha apenas oito
semanas de gravidez, quando perdi meu primeiro bebê. Culpei-me e
jurei nunca fazer prostituição novamente. Então eu saí da casa de
Vanessa e me mudei para o centro de Los Angeles, onde eu encontrei
um emprego como “Dançarina de táxi” em um clube de
Acompanhantes. Dançaria de táxi é apenas uma forma de prostituição
com roupas, mas é claro que eu não sabia isso. Eu pensava que havia
homens neste mundo que realmente queriam apenas dançar!

Eu sentava no sofá todas as noites às 20:00hs à espera de algum


homem estranho para bater meu cartão ponto, para que eu pudesse
receber o pagamento. Esparramada em um sofá vermelho com outras
jovens loiras e morenas, eu me sentia como um pedaço de doce em
uma loja de doces.

“Me pegue”, eu pensava enquanto sorria para cada homem enquanto


eles andavam através da porta. Eu via magros, gordos, e
principalmente os de idade avançada que entravam por aquela porta a
cada noite.

Uma noite, um homem asiático me pegou e me levou para um lugar na


a pista de dança escura iluminada onde ninguém estava por perto. Ele
escorregou uma nota de cem dólares na minha mão e começou a
esfregar-se contra minha coxa. Eu não queria que ele ejaculasse no
meu vestido como o último cara tinha feito, então eu sugeri que
subíssemos a outro lugar para termos mais privacidade. Aprendi muito
rápido que os homens queriam masturbação, e não dança.

Quando chegamos à cabine tentei enrolar ele para não ter que fazer um
favor sexual. Ele acabou gostando de mim e ofereceu mais 200 dólares
para que eu jantasse com ele. E é claro que eu disse que sim, e me
apaixonei pelo seu dinheiro imediatamente. Ele me disse que seu nome
era algo como Tagi Chang. Era tudo chinês para mim.
Fui jantar com Tagi na noite seguinte e começamos a namorar
profissionalmente. Eu ofereci-lhe um rosto bonito e companheirismo e
ele me deu dinheiro e presentes em troca. Era o perfeito caso de amor.
Eu não tive que ter relações sexuais com ele na primeira vez. Descobri
que o cara estava mais interessado em seu vício de jogo e gostava de
me levar para o clube Bicycle onde eu aprendi a jogar Texas Hold,
enquanto ele jogava Pai Gow, um jogo chinês de apostas.

Sempre que Tagi ganhava, ele ficava de bom humor, ele me repassava
centenas de dólares, mas quando ele tinha uma noite ruim, ele fazia
coisas como gritar comigo no estacionamento e ameaçava matar
pessoas. Eu descobri que ele era viciado em cocaína, fora a bebida e os
hábitos de jogo. Embora eu quisesse despedi-lo, eu preferia lidar com
um homem rico chinês temperamental, em vez de um grupo de
homens viscosos que queriam se esfregar em mim todas as noites no
Clube de Acompanhantes. Nunca me passou pela cabeça sair da
indústria do sexo completamente, afinal, onde eu poderia ir para obter
ajuda? Era tudo que eu sabia fazer para sobreviver a cada dia.

Depois de um tempo, Tagi exigiu ter sexo comigo em uma fatídica noite
que acabamos no Hotel Bonaventure, no centro de Los Angeles. Ele
estava com seu humor habitual ruim, então eu tentei fazer tudo o mais
rapidamente possível. Quando entramos no quarto elegante lembro-
me de ter desejado que aquilo fosse a minha lua de mel. Mas minha
vida era cheia de sonhos desfeitos, assim que eu rapidamente espantei
aquela idéia ridícula da minha cabeça e coloquei uma calcinha branca
sexy a pedido do Tagi. Balançando a cabeça em aprovação, ele colocou
duas notas de cem dólares em minha mão e me puxou para a cama.

Durante dois minutos inteiros, nós tivemos relações sexuais com o


preservativo desarrumado, e o sêmen caiu e vazou em cima de mim e
dentro do meu corpo. Pulei da cama e corri para o banheiro para tentar
limpar. Tagi me perguntou em seu sotaque áspero chinês, “o que estar
de errado?”

O que há de errado? Ele estava brincando? Tudo estava errado! Eu não


queria engravidar novamente, de um ato de prostituição e dar à luz um
bebê feio de um asiático. Voltei-me a água do banho e trabalhei com
afinco para tirar todos e quaisquer fluídos corporais de cima de mim.
Mas eu tive uma sensação horrível.

Três semanas mais tarde, quando os meus seios estavam inchados e eu


não iniciei em meu período menstrual, fiz um teste de gravidez e deu
positivo. Eu não podia acreditar. Eu estava muito furiosa e com raiva
de mim mesma.

Perguntas percorriam minha mente. Como eu pude deixar isso


acontecer? Como vou trabalhar grávida? Eu deveria fazer um aborto? O
que vou dizer aos meus pais? Eu não sabia o que fazer. Não havia
ninguém a quem recorrer para obter ajuda. Olhei para baixo com
lágrimas nos meus olhos enquanto esfregava minha barriga mal
grávida. Eu sabia que não poderia matar meu bebê. Eu ainda tinha
alguns dos valores que havia aprendido na igreja. Pensei em dar o bebê
para adoção, mas depois pensei em ficar me perguntando todos os
dias, se o bebê estava em um bom lar. Pensei em meus pais criando o
bebê, mas esse pensamento logo se desvaneceu. Então, eu fiz a escolha
de ficar com o meu bebê e descobrir uma maneira encontrar apoio. Eu
não poderia voltar para a prostituição novamente. De jeito nenhum. E
quando eu contei a Tagi, ele se assustou e ameaçou levar o meu bebê
para longe. Eu tinha que bolar um plano.

Não demorou muito para encontrar um clube mexicano de strip na


esquina da rua Flores com a Figueroa. Eu tinha apenas 18 anos, mas já
tinha já roubado a identidade de outra menina no clube de táxi quando
eu precisava de uma para o jogo. Enquanto eu caminhava pela rua do
meu hotel, vi um prédio alto de tijolos com um neon piscando o sinal
"TOPLESS" sobre ele. Eu não falava muito bem o espanhol, mas o
proprietário não parecia se importar. Ele viu uma jovem loira com
olhos verdes que tinha 21 anos de idade e me contratou de imediato.

No começo eu amei trabalhar no clube de strip mexicano. Quando os


homens hispânicos viram que eu poderia dançar como um Michael
Jackson na versão feminina, as notas de dólar vieram voando até mim.
Diferentemente da maioria dos homens norte-americanos, os homens
hispânicos amavam ser entretidos por uma boa dançarina. Eu fiz o
“moonwalk”, o “dividido”, o “agarre minha virilha” e o “enchilada”.
Quando a canção “Beat it” chegou ao fim eu pulei para cima do
corrimão, arranquei o meu top do biquíni e lanceio-o no meio da
multidão.

“Olé!”

Os homens hispânicos me amaram e me chamamra La Huera Loca, a


garota loira louca. Eu fiz tanto dinheiro nesse clube que meu bikini
estava literalmente caindo! Quando ia ao banheiro para contar a minha
“propina” (gorjeta), eu às vezes encontrava dobrados nas notas de
dólar alguns saquinhos de cocaína. Eu sabia que provavelmente seria
ruim para o bebê, mas é só um pouquinho eu pensava. Esgotada de
dançar oito horas por noite e por estar grávida, eu enrolava uma nota
de dólar e cheirava uma carreira de linhas.

Então eu podia realmente dançar!


Eu dancei com meu coração induzido por drogas e embalei os quentes
homens hispânicos por três sólidos meses até que me tornei “carne
velha”. Uma vez que uma garota já trabalhe em um clube de strip por
alguns meses, é comum que os homens se cansem dela e exijam carne
nova. É por isso que as meninas na indústria do sexo são tão rotativas.
É por isso que estrelas pornôs mudam seus nomes tantas vezes.
Quando uma menina torna-se carne velha, temos que vir para cima
com novos truques. É apenas parte do jogo.

Eu tive uma coceira por Hollywood assim que comecei a olhar ao redor
em Melrose Boulevard e encontrei um clube de topless chamado, “The
Last Call.” Mas este clube era diferente do clube mexicano. Primeiro de
tudo, o clube tinha um bar completo, o que significava “estúpidos
homens bêbados.” Em segundo lugar, o clube tinha uma clientela mais
branca e isso significava mais concorrência para mim. Obviamente eu
entrei, e lá estavam loiras e morenas quentes e deslumbrantes que
eram mais bonitas e mais experientes do que eu. Sem contar que eu
estava grávida de três meses!

O proprietário era um pouco mais esperto do que o último cara e


questionou sobre a minha então chamada “carteira de motorista”, mas
é claro que eu menti e ele comprou a minha história. Até então eu era
uma mentirosa experiente. Essa é a “norma” para uma profissional do
sexo. É por isso que somos chamadas de “Vigaristas”. É por isso que um
dos clubes adultos mais populares do mundo é chamado, “Hustler”
(Vigarista). Preciso dizer mais?

Enquanto isso, trabalhei até ter coragem de contar aos meus pais sobre
a chegada de seu primeiro neto. Na verdade eu pensei que eles
pudessem se alegrar um pouco e oferecer uma ajuda para mim, mas eu
estava errada. A resposta fria de minha mãe foi: “Bem, se acontecer
alguma coisa com você eu não vou cuidar do bebê.” Suas palavras me
esmagaram. Eu precisava da minha mãe mais do que nunca.

Eu trabalhei por mais quatro meses no clube de strip, até que em uma
noite, o dono me puxou de lado e me disse que era hora ir para casa.
Acho que a minha saia fofa e rosa não era mais atraente. Candidatei-me
à ajuda financeira do estado da Califórnia e recebia apenas o suficiente
para pagar o aluguel da casa duplex no Huntington Park. Eu era a única
menina branca que vivia num raio de dez milhas em um bairro onde
todos eram hispânicos. Era muito mais barato do que Hollywood e de
qualquer maneira, eu acabei lá por acidente quando concordei em me
mudar para dividir a casa com uma menina mexicana que conheci no
bar mexicano. Mas eu não me importava. Eu era La Huera Loca!

Depois que parei de fazer strip para ficar em casa e ser uma boa e
rebelde garota grávida, comecei a me preparar para a chegada do meu
novo bebê. Um amigo do clube de strip que costumava vir
regularmente para me visitar se ofereceu para comprar algumas coisas
para o bebê. Quando ele apareceu na minha porta com vários sacos de
compras grandes e um ursinho de pelúcia branco eu fiquei atordoada.
Ninguém me mostrava esse tipo de amor há muito tempo. Ele também
me ajudou a colocar o papel de parede temático para bebês, comprava
alface, bacon, tomate e sanduíches sempre que eu tinha meus mortais
desejos de gravidez, a cada duas horas durante seis meses.
Lamentavelmente, eu ganhei 27 kg graças a esses sanduíches de bacon.
Eu muitas vezes imaginava enquanto estava em frente ao espelho
como eu teria apoio para o bebê e para mim. Certamente, pensei, meus
dias de dançar acabaram.

Gorda, rabugenta e cansada de ter uma criança empurrando minhas


entranhas por nove meses, entrei em trabalho de parto em 28 de junho
de 1988. O trabalho de parto durou 24 horas antes de eu finalmente ter
a minha filha. Comecei no dia anterior na casa de meus pais onde eu
gemia e gemia como um bebê grande, até minha mãe pensou que eu
teria realmente um. Ela levou-me ao Hospital francês no centro de Los
Angeles, onde o médico calmamente me disse que eu tinha apenas
alguns centímetros de dilatação e era para voltar para casa. “O quê???”
Esse cara é um idiota, pensei. Certamente toda a dor que eu estava
sentindo significava que o bebê estava prestes a sair. Mas ele insistiu e
minha mãe levou-me todo o caminho de volta para sua casa em
Glendora, onde algumas horas depois a bolsa rompeu em sua cama e
uma água verde escorreu, enquanto meu irmão de 12 anos de idade
estava sentado ao meu lado. Tivemos que sair novamente.

Corremos de volta para o hospital onde eu me contorcia em dor entre


uma contração e outra por 12 horas, até que eu finalmente ouvi a
palavra “Empurre”, e com cada grama de energia que eu tinha dentro
de mim, eu dei à luz uma linda menina com 3,800kg. Empurrei com
tanta força que os vasos sanguíneos dos meus olhos ficaram vermelhos
durante duas semanas. Foi como se alguém tivesse arrancado meu
rosto e estendido sobre meu corpo. O médico ficou surpreendido com
minha entrega alienígena. Ele pensou que eu precisaria com certeza de
uma cesárea. Ele me avisou quando eu estava grávida para que eu
evitasse os sanduíches, mas eu não ouvi.

Enquanto o médico costurou o rasgo enorme no meu canal do parto,


uma enfermeira segurando minha filha rapidamente baixou um pouco
mais para me mostrar e, em seguida, correu para longe. Minha filha
mal tinha aberto os lindos olhos castanhos e olhado para mim antes
que ela a levasse embora. Ninguém me explicou o que estava
acontecendo e eu comecei a entrar em pânico. “O que há de errado com
a minha filha?” Eu exigi. “Eu quero segurá-la!”

“Por favor, acalme-se, senhora”, disse uma voz.


Levaram-me para o meu quarto onde eu tive que esperar várias horas
mais antes que me deixassem visitá-la na unidade de tratamento
intensivo. Descobriu-se que a água verde que havia escorrido era um
sinal de que havia mecônio (fezes de bebê) no meu líquido amniótico.
Eles explicaram que meu bebê estava passando por problemas
respiratórios, porque ela tinha inalado alguns dos mecônios. Minha
filha também tinha marcas de nascença de cor azul na parte inferior de
seu corpo. Quando as vi eu imediatamente me culpei e mais tarde,
confessei ao médico que eu usei cocaína nos três primeiros meses de
gravidez. Mas o médico me garantiu que as marcas de nascença não
eram devidas ao meu uso de drogas.

“Na verdade”, ele disse, “elas são comuns em bebês asiáticos. O pai do
seu bebê é asiático?”
Pausa.
“Simmmm”, eu respondi em voz baixa. Eu rolei para o lado da cama,
com os dentes cerrados. Eu realmente não precisava que ele me
lembrasse que ela era a metade da Ásia, enquanto eu estava deitada ali
sangrando e com dores. Toda vez que eu ouvia a palavra “Ásia” eu me
arrepiava com a lembrança de Tagi e minha prostituição com ele.

Algumas horas depois a enfermeira veio e me pediu para assinar a


certidão de nascimento da minha filha. Finalmente era o momento em
que eu iria anunciar ao mundo o belo nome que eu tinha escolhido
para ela. Tiffany Ann Moore, escrevi perfeitamente e assinei o resto até
que cheguei à parte onde dizia: “Nome do Pai”. Eu parei de escrever. De
jeito nenhum eu colocaria o nome Tagi na certidão de nascimento da
minha filha depois que ele ameaçou levar o meu bebê para longe.

A enfermeira me olhou estranhamente e disse: “Você não sabe quem é


o pai do seu bebê?” Eu quase deixei escapar: “Não, eu não sei quem é o
pai porque eu sou uma prostituta idiota.”

Mas eu segurei minha língua e simplesmente respondi: “Não.” A


enfermeira levou o certificado e, mais tarde, quando ela devolveu-me
ao lado de “Nome do Pai” dizia: “Recusou-se a declarar”. Grande,
pensei, agora eu sou oficialmente uma mãe solteira.

Depois de uma experiência traumatizante de parto e chegar em uma


casa vazia, a realidade entrou e eu entendi o quão sozinha realmente
eu estava. Uma criança de 19 anos, criando um filho, eu não tinha idéia
do que estava fazendo e não tinha ninguém para me ajudar. Minha mãe
estava longe demais e os únicos amigos que eu tinha eram as senhoras
mexicanas que moravam na casa ao lado, que mal falavam qualquer
Inglês.
“Hola, Como estas?” Deixei escapar segurando meu novo bebê.
As senhoras mexicanas amavam a minha filha Tiffany. Eles pensaram
que ela era um bebezinho mexicano.

“Não”, respondi. “Ela é meio asiática.”

“Ohhh”, responderam elas. Se ao menos eu ganhasse um dólar para


cada vez que eu dissesse isso ou que me dessem uma olhada estranha.

Após vários meses de empenho para ser uma mãe solteira e vivendo
aquém do grande Estado da Califórnia, era finalmente tempo de voltar
ao trabalho. Liguei para meu antigo chefe da “The Last Call” e disse a
ele que eu tive meu bebê e tinha perdido mais de sessenta quilos e ele
ficou feliz por ter-me de volta. Minha clientela ainda estava lá e
cobriram-me com presentes e dinheiro para comemorar o meu grande
retorno. Eu mostrava imagens de Tiffany para clientes, servindo-lhes
bebidas e dançando. Um homem pirou e pediu-me para esguichar leite
em seu café. O que é uma ótima idéia, eu pensava! Então, eu esguichava
leite materno por alguns meses e foi arrasador, já que eu era a única
garota que poderia fazê-lo!

Mas depois de um tempo eu me tornei “carne velha” novamente e tive


que mudar para outro clube de strip para tentar manter Tiffany e a
mim. O mesmo ciclo vicioso se repetiu mais uma vez. Mas desta vez eu
jurei a mim mesma que eu nunca faria novamente a prostituição.
Espere um minuto, eu disse nunca mais, novamente não disse?

VI

Uma Confissão
portõeS do
Inferno
Capítulo Seis
Foi uma noite atarefada de sexta-feira, e a música “Love Hurts”, estava
tocando. Uma garota latina estava no palco de dança, enquanto eu
estava na porta da frente conversando com Mário, o bonito novo
fanfarrão de plantão. De repente, ouvi um estalo alto e Mário desabou
ao chão. Eu joguei minha bandeja para baixo e gritei, “Chame o 911!”

Em segundos as pessoas estavam aglomeradas em torno de Mário


tentando fazer parar o sangramento. As meninas estavam gritando em
volta de mim.

“Calem-se!” Eu gritei e empurrei-as para o camarim.


Olhei no espelho e havia manchas de sangue em mim.
“Droga, o que aconteceu?”

Depois de alguns minutos eu corri de volta para Mário e vi os


paramédicos tentando reanimá-lo. Orei em silêncio: “Deus, por favor,
salve-o.” Um pouco antes do tiro, Mário estava me contando sobre o
novo bebê que sua esposa acabara de ter.

Outra garota e eu começamos a pegar as garrafas de cerveja como


loucas e esvaziar os cinzeiros. Eu nunca me mudei tão rápido em
minha vida.

Duas horas mais tarde recebemos a notícia de que Mário, o gerente do


clube, estava morto. Fui para casa e sentei-me no escuro, mantendo o
top do biquíni ensanguentado. Pensamentos inundaram a minha
mente. Eu me senti tão mal por Mário e sua família. O cara tinha apenas
21 anos de idade. Em seguida, outro pensamento cruzou minha mente.
Poderia ter sido eu.

De repente, uma sensação horrível agarrou-me de que deveria ter sido


eu. Alguém lá fora estava tentando me matar.

Qualquer um poderia ter puxado o gatilho que matou Mário. Mas eu


não queria ficar por perto para descobrir, então eu telefonei para
minha velha Madame, Vanessa, para tentar obter algum “lugar” de
trabalho, enquanto procurava por outro clube de dança. Eu odiava ter
de voltar para a prostituição, mas a morte de Mário era um alerta
muito próximo a mim.

Vanessa ficou encantada ao ouvir a minha voz e me ter de volta


trabalhando para ela. Até então ela tinha uma agência lucrativa de
acompanhantes e fazia cerca de 40 negócios por dia. Então eu comprei
um bip e comecei meus truques por todo o sul da Califórnia
trabalhando em qualquer lugar de 300 a 500 dólares por hora,
dependendo do que o cliente queria. Eu dirigi até San Diego e voltando
até San Fernando Valley. Após um ano enganando homens em todo Sul
da Califórnia, eu pensava que estava no ápice do meu jogo.

Através de algumas das minhas conexões de “elite”, comecei a


perseguir o sonho de Hollywood e eu fantasiava sobre isso como uma
criança. Como todos os trabalhadores do sexo no sul da Califórnia, eu
pensava que certamente eu me tornaria a próxima Sharon Stone ou
Julia Roberts.

Com diretores e agentes de Hollywood enchendo meu bolso, comecei a


ir a castings e testes para diferente atuações. Tornei-me uma aspirante
a “extra”. Promessas de estourar feitas por diretores quentes de
Hollywood, eu acreditava quando eles me diziam que eu me tornaria
uma grande estrela. Promessas que eram feitas geralmente antes de eu
cair de joelhos.

Embora a atuação em Hollywood não tenha dado certo, eu procurei a


indústria da música. Um dos meus “caras” regulares era um produtor
musical que tinha um estúdio de gravação em sua mansão em
Chatsworth. Com a sua ajuda eu escrevi, cantei e produzi o meu
primeiro álbum de música em 1991, intitulado “Let There Be House”,
que incluiu a canção, “Mentiroso”, que eu escrevi para vingar-me de
Mellon Ace Man pela “Mentirosa”, uma canção de rap em Espanhol
sobre mulheres mentirosas. Talvez eu estivesse um pouco sensível.

Ou talvez eu tenha percebido que minha vida inteira tinha sido uma
enorme mentira. Rejeitada, abatida, sobrecarregada e superexposta, eu
era uma mãe solteira sobrevivendo em uma vida dupla. Com um pé na
porta de Hollywood e o outro calcanhar pregado na indústria do sexo,
eu me sentia bloqueada em cada situação. Era como se o próprio Deus
estivesse contra mim.

Um dia, fiquei tão frustrada com todo o cenário de Los Angeles que
comecei a procurar emprego em outras cidades. Desesperadamente à
procura de algum ângulo novo me deparei com um anúncio em um
jornal:

BUSCAMOS MULHERES JOVENS. TODAS AS DESPESAS DE VIAGEM


PAGAS.$ 2.000 dólares por semana.

Oh, agora isso soava bem. Imediatamente liguei para o número de


telefone e um cara chamado Rico atendeu e me disse que eles estavam
à procura de dançarinas. Fiquei tão aliviada ao ouvir que não era
prostituição!

Eu cheguei esperando que fosse uma agência profissional, mas eram


dois homens mexicanos e uma maleta com pilhas de dinheiro. Eu
nunca tinha visto tanto dinheiro na minha vida. Eles me disseram que
havia muito mais para mim se eu concordasse em voar para o México
para dançar por duas semanas. Eu estava um pouco hesitante, mas eles
me garantiram que tudo era feito legalmente.

“Não se preocupe, Huera, toda isso é legal. As garotas fazer dinheiro um


monte, e a praia é muy bueno.”

Quando ouvi as minhas duas palavras favoritas “praia” e “dinheiro”


meus olhos brilharam. Eles também prometeram-me um bilhete de
primeira classe e me mostraram um panfleto do belo resort onde eu
ficaria. Um cara amigo meu me advertiu que era ilegal, mas eu o
ignorei. Eu estava pronta para uma mudança e precisava dar um tempo
da Califórnia. Além disso, eu era La Huera Loca!

Eu me senti mal em deixar minha filha Tiffany, mas meu amigo me


garantiu que ela ficaria bem. Então eu peguei minhas malas e fui em
direção ao Aeroporto Internacional de Los Angeles. Eu peguei um vôo
de primeira classe em uma Cia Aérea Mexicana e desembarquei em
Guadalajara três horas e cinco minutos depois. O cheiro de tacos e
cigarros encheu o ar. Peguei minha mala e saí para onde dois homens
mexicanos me puxaram para o lado da calçada. Eu pensei que meus
cabelos loiros me levaram até ali.

“Hola, como estas?” Eu mostrava minhas habilidades em espanhol


quando entreguei minha mala para eles. Eu aprendi um pouco de
espanhol nos bares mexicanos e era despojada.

“Hola”, um homem respondeu, e o resto do passeio foi muito quieto.


Cerca de quarenta minutos depois, chegamos a um prédio antigo
coberto por árvores e rodeado por Aves do Paraíso. Saí do carro e subi
os degraus rachados até uma porta trancada. Depois de uma batida
curta um homem mexicano obeso abriu a porta e eu segui os dois
homens por um corredor de portas de vidro deslizantes. Agora eu
sabia que algo estava errado. As mulheres por trás das portas de vidro
não estavam rindo ou conversando. Notei com o canto de meu olho
uma menina limpando as lágrimas que pareciam escorrer de seu rosto.

Que diabos está acontecendo aqui?


Pensamentos de fugir imediatamente encheram minha mente e eu
senti minhas mãos se transformando em punhos. Quando eu estava
prestes a bater na cabeça do cara, uma voz veio até mim e disse: “Fique
calma, Shelley.” Eu sabia que era Deus. Eu retomei a respiração
profunda e meu sorriso falso levou- me pelo corredor até o meu
quarto.

“Esteja pronta até as 20:00hs, Huera”, um dos homens disse enquanto


caminhava a distância. Virei-me para uma mulher jovem com um
cabelo longo e marcante e olhos azuis aterrorizados.

Olhei para ela com um semblante confuso e deixei escapar: “Que diabos
está acontecendo aqui?”
“Shshsh”, disse ela enquanto fechava a porta. Em seguida, ela
sussurrou, “Você não sabe onde está? Você está em um bordel
mexicano.”

“Mentira”, eu contestava. “Eu não me inscrevi para trabalhar em um


bordel mexicano. E me disseram que eu ficaria em um resort bacana!”

“Calada!”, disse. “Esses caras vão f*** e matá-la se você não calar a
boca. Você está em um bordel mexicano e nunca mais voltará para
casa.”

Atordoada, eu fiquei lá com a minha boca aberta até que balancei


minha cabeça e voltei com ousadia: “Bem, ninguém vai manter-me em
uma prisão. Isso é uma maldição, com certeza.” Então eu me virei ao
redor e olhei pela janela gradeada, enquanto silenciosamente orava a
Deus para me tirar desta.

Por volta das 20:00hs, ouvimos uma batida na porta.

“Vamos, Huera. Hora de irmos.”

Eu segui as outras garotas em uma fila para fora, onde fomos levadas
até um ônibus amarelo velho que estava na rua, no qual embarcamos.
Usando um vestido de um amarelo forte e segurando apenas uma
pequena bolsa para gorjetas e absorventes internos, subi para o ônibus
sujo pensando sobre o que estaria à frente.

“Deus, me tire dessa”, eu disse assim que o ônibus se afastou do meio-


fio.

Quando olhei em volta para os rostos das outras jovens garotas eu


notei que em nenhum deles havia emoção. Elas estavam tão frias como
o gelo, olhando diretamente para a visão à frente delas. Tentei falar
com uma delas ao meu lado, mas ela não quis conversar. Sentei-me
incrédula de que nenhuma daquelas mulheres tivesse vontade de lutar.
Eu era tão lutadora. Eu não poderia me alinhar ao seu comportamento
submisso e comecei a elaborar um plano para escapar.

Felizmente, eu falava espanhol o suficiente. Acredito que a máfia


mexicana não havia planejado isso quando me atraíram. Chegamos a
um prédio de tijolos com muitos andares. Quando olhei para o lado
notei vários seguranças armados.

Maldição, eu pensei.
Quando saí do ônibus amarelo sujo, o ar estava pegajoso e quente.
Limpei minha testa, empurrei o meu cabelo loiro para trás e andei em
um clube escuro e vazio, onde apenas uns poucos homens estavam
sentados nas mesas. Eu segui as outras meninas até um quarto do tipo
camarim, anexado ao palco e coloquei a minha cabeça através da
cortina. Ninguém estava olhando. Foi tão estranho. Não era nada como
os bares mexicanos a que eu estava acostumada.

Eu queria dar uma olhada no resto do bar sem ser notada, então entrei
no palco e dancei em silêncio enquanto sondava a área. Na esquerda, vi
uma menina em uma dança de cadeiras para um cara que não dava
gorjetas a ela. Nada bom. Para a direita eu vi a porta da frente
guardada por um grande cara mexicano que estava armado. Muito
ruim. Acima de mim estava um andar aberto, onde um casal de homens
andava por ali. Onde estavam as mulheres? Havia um casal delas no
palco, mas onde estavam as outras?

Eu perguntei em espanhol a uma menina mexicana, onde era o


banheiro e ela apontou para o andar superior. Eu escapei por uma
janela, já que a despedida de solteiro ficou fora de cogitação. Eu
lentamente me aproximei de uma escada sinuosa e olhei por cima de
mim para ver se alguém estava por perto. Ela estava vazia, então subi
as escadas e me virei para a esquerda, onde encontrei uma placa que
dizia: “Baño”.

Corri para o banheiro quando um som me fez parar como uma morta
durante minha fuga.

“Nãooooo!” Uma voz de mulher gritou do nada.


Oh droga, eu pensava. O que foi isso? Eu andei em direção ao som dos
repetidos gritos e olhei na porta para ver uma mulher que inclinou-se
com um punhado de homens que observava enquanto um homem
atrás dela violentamente ia para cima dela.
“Não, não chega!” implorava ela e o cara deu um tapa na cabeça dela e
disse: “cierra la boca.” Ok, ele simplesmente disse-lhe para fechar sua
boca depois que ele bateu nela. Isso era o suficiente para eu ver.

Eu sabia que estava no inferno.


Eu imediatamente fui até o banheiro para ver se poderia rastejar para
fora da janela pelo telhado. Mas não havia janelas. Eu entrei em pânico.
Fui para uma sala para me sentar e pensar. Em minha mente eu
pensava em maneiras de escapar do inferno que eu estava.

Talvez eu pudesse criar um jogo e iniciar um incêndio? Não foi bom o


bastante.

Eu poderia enrolar o porteiro e fingir fazer sexo oral nele e então


roubar sua arma. Hummmm, não havia nenhuma garantia de que iria
funcionar.

Eu poderia fingir que era possuída por demônios e torcer minha


cabeça ao redor como o exorcista. Não, eles me matariam, com certeza.

Droga, eu estava sem idéias. Então eu sentei lá, orei e implorei a Deus
para me tirar desta. Ele tinha sido bem sucedido muitas vezes em me
salvar, então eu pensei que talvez Ele me perdoasse essa última vez.
Mas não houve resposta. Lágrimas rolavam por meu rosto quando eu
pensei em minha filha e em como eu nunca mais a veria novamente. Eu
estava além do desespero.

Gritos de outra mulher encheram o ar e eu entrei em desespero. Eu


pensei novamente na idéia do porteiro. Eu teria feito qualquer favor
sexual para sair daquele buraco do inferno. Enquanto eu caminhava
em direção ao porteiro o meu pensamento rápido em espanhol bateu e
eu agarrei seu braço em desespero e gritei: “Fuego! Fuego! Hay un
fuego ahí arriba!” Ele olhou para mim em estado de choque e correu
para cima para ver o fogo que eu havia declarado.

Rapidamente corri para fora da porta, para a rua, e tentava parar os


carros à medida que eles passavam por ali. Um táxi verde reduziu e
encostou no meio-fio. Eu disse-lhe em espanhol para levar-me de volta
ao bordel e ele entendeu o que eu estava falando. Graças a Deus ele
sabia onde era. Graças a Deus meu espanhol era bom o suficiente.
Durante a corrida de táxi eu me preparei mentalmente para enfrentar
o guarda de segurança do bordel. Eu pensei sobre a porta, a fechadura,
sua mesa, as portas de vidro deslizantes e quanto tempo levaria para
pegar minhas coisas.

Mal chegamos e eu estava pronta de verdade para chutar alguns


traseiros. Cheia de vontade de viver e ver a minha filha novamente, eu
joguei uma nota de vinte dólares para o motorista e disse-lhe para
esperar cinco minutos e eu lhe daria cem dólares norte-americanos
quando voltasse. Ele balançou a cabeça.

Eu corri até os degraus e bati na porta da frente, onde o guarda de


segurança abriu e eu empurrei-o para trás, enquanto corri pelo
corredor até o meu quarto à esquerda. As portas de vidro deslizantes
estavam trancadas. Droga!

Eu me virei e gritei: “Abierto el porta f***” Ele tentou me segurar, mas


eu empurrei-o contra a parede e o chutei brutalmente até que ele me
deu as chaves. Ele não estava pronto para uma stripper formada com
pernas de aço para chutar o inferno dele para fora. Corri para o meu
quarto e tentei várias chaves no buraco e pronto, eu senti um clique.

Consegui.
Peguei minha mala e arranquei do quarto em direção à porta da frente,
onde saltei das escadas para o táxi. Graças a Deus ele ainda estava lá.
Com a porta batendo atrás de mim eu disse ao motorista para me levar
ao Aeroporto Internacional de Guadalajara. Meu coração estava
batendo rapidamente, enquanto eu sofri durante uma corrida de
quarenta minutos até o aeroporto.

Lágrimas de alívio fluiam pelo meu rosto quando eu saí do táxi e corri
para o balcão das companhias aéreas. Eu menti e disse que minha filha
estava doente e precisava mudar meu vôo para chegar em casa
imediatamente. Sentei-me na cadeira em frente à mesa segurando
firmemente minha bolsa. Eu não ia deixar que nada me impedisse de
voltar para Los Angeles.

Depois de uma noite sem dormir no aeroporto e um vôo de três horas


eu desci do avião em solo americano e beijei o chão. Graças a Deus eu
estava em casa. Graças a Deus eu estava viva.
Fiquei tão traumatizada depois do México que dormi por três dias
seguidos. Quando eu acordei, jurei parar com a prostituição e voltar
para o clube onde Mário foi morto. Tinha se passado um tempo desde
que eu havia trabalhado lá por isso esperava que o assassino tivesse
sido apanhado. Enfim, eu precisava do dinheiro. Uma loira quente com
o espanhol em minha língua e Tequila em minhas veias, eu faria uma
matança.
“Olé!”

VII

Uma Confissão
meSmo mortA
Capítulo Sete

Eu estava sedenta por sangue.

Aquele psicopata lamentaria a noite, em que me conheceu. Quando


voltei para casa e o encontrei sentado em meu sofá com uma faca
enorme, eu fiquei furiosa.

“O que você está fazendo aqui, Miguel?” Eu queria saber. Ele não me
respondeu, exceto com o som da respiração pesada e balançando para
frente e para trás no meu sofá. Eu rapidamente entreguei minha filha
de três anos para minha companheira de quarto e fiz sinal a ela em
direção ao quarto.

“Tranque-o e não abra a menos que você ouça a minha voz.” Eu disse.
Adrenalina correndo em minhas veias.

Eu vou matá-lo, eu disse a mim mesma. Eu vou cortá-lo em pequenos


pedaços e jogá-los no lixo do outro lado da rua. Mas algo me disse para
ir com calma. Se eu o matasse, eu provavelmente acabaria na cadeia.
Ou pior, ele poderia machucar minha filha Tiffany. Não, esse cara exigia
tratamento “especial”.

“Querido”, eu disse enquanto mudava de tom. “Eu amo você, Miguel.


Largue essa faca, querido. Desculpe-me, eu cheguei em casa tão tarde,
mas foi a minha vez de limpar o bar.” Meus olhos amorosos o acolhiam
de volta para meu braços abertos. Seu rosto suavizou juntamente com
a aderência em torno de sua faca.

Naquela noite eu fiquei até 05:00hs convencendo Miguel de que eu o


amava mais que qualquer outro homem. Eu fiz tudo o que eu tinha que
fazer para proteger Tiffany e a mim. Durante meses aquele maníaco
estava assediando-me e me perseguindo. Eu deveria ter reconhecido
que ele era um maníaco na primeira noite que o conheci, mas o
dinheiro me cegou. Tudo que vi foi a montanha de notas verdes em
minha frente. Com seus grandes olhos castanhos e o sorriso de menino,
Miguel era o sonho de toda stripper: um jovem rico e de boa aparência.

A primeira noite que conheci Miguel, ele me deu uma rosa, um cristal e
500 dólares em gorjeta, juntamente com um pedido para jantar na
noite seguinte. Eu lhe disse que tinha que trabalhar, mas ele se
ofereceu para me pagar o dobro do que eu geralmente recebia. Eu
aceitei avidamente e cegamente entrei em um dos piores episódios de
minha vida louca.

Tudo começou perfeito. Ele estragou-me com dinheiro e presentes e eu


lhe estraguei com sexo e conversa mole. Ele não tinha idéia de que eu
estava com vários outros homens ao mesmo tempo em que estava
brincando com ele. Sem mencionar minha babá lésbica. Eu era uma
vigarista profissional até então e não tinha coração para amar
ninguém. Eu queria o dinheiro; frio e duro dinheiro pronto e sujo. Além
disso, qualquer homem que entrasse em um clube de strip e esperasse
que uma stripper fosse fiel a ele merecia ser enrolado.

Essa era a minha mentalidade.


Depois de duas semanas Miguel começou a ficar ciumento e iniciar
brigas com meus clientes no bar. Isso foi uma grande chateação para
mim.

Expliquei-lhe que ele não estava pagando minhas contas e não tinha
direito de perturbar o meu negócio, mas ele insistiu que eu pertencia a
ele e que ele iria matar qualquer homem que chegasse perto de mim.
Eu disse a ele para sair imediatamente, mas ele virou a minha bandeja
e jogou uma cadeira. Eu descobri que ele era um equatoriano louco e
um assíduo bebedor de tequila. Eu tinha encontrado o meu jogo.
Eu realmente pensava que tinha saído com alguns malucos no meu dia,
mas esse cara pegou o bolo. Não importava o que eu fizesse, eu não
conseguia livrar-me dele. Tentei implorando-lhe em lágrimas. Não
funcionou. Eu tentei dizer -lhe que tinha uma doença. Ele não se
importava se havia sido infectado por mim. Eu menti e disse que um
membro da família tinha falecido e eu precisava de tempo para me
lamentar. Mas quando ele veio para o clube e me viu rindo, essa
história morreu. Eu finalmente tive que pedir aos homens no bar para
me ajudarem a me livrar dele. Eles concordaram e o encurralaram
perto de seu apartamento e ameaçaram-no. Ele não foi afetado por
tudo isso. Ele era implacável. Era um psicopata completo sem tirar
nada. Na verdade, eu o chamava de “agressivo” delicadamente, porque
ele furava não apenas os pneus do meu carro, mas os pneus de
qualquer outra pessoa que se aproximasse de mim. Ele era implacável.

Depois que me recusei a atender suas chamadas ou falar com ele, ele
começou a fazer ameaças de morte em uma base diária. Liguei para a
polícia para reclamar, mas quando me perguntaram onde eu
trabalhava, eu desliguei o telefone. Nenhum policial ouviria uma
stripper.

Uma noite, eu peguei emprestada a motocicleta de um vizinho para


dirigir ao trabalho, porque o “maníaco” tinha atacado novamente e
cortado todos os meus quatro pneus. Saí da calçada e olhei ao redor
com cuidado, não havia ninguém por perto, quando então eu saí em
disparada para o trabalho. Cerca de cinco minutos depois ouvi o som
acelerado de um caminhão se aproximando de mim, eu sabia que era
ele. Olhei por cima meu ombro esquerdo e lá estava o psicopata
gritando comigo da janela.

“Encoste, Giovanni”, ele me chamava pelo meu nome artístico.


“Encoste agora. Eu quero falar com você.” Eu o ignorei. Continuei
dirigindo adiante, esperando que ele me seguisse por todo o caminho
até a delegacia mais próxima. Um segundo depois, eu vi seu caminhão
Toyota entrando na minha pista e achei que era para tentar me
assustar mas não, o psicopata bateu diretamente seu caminhão azul na
minha moto! Fui lançada ao ar para fora da motocilceta, caindo em um
monte de arbustos.
Eu me machuquei muito severamente, mas não me importei.
Aterrorizada, levantei-me e corri tão rápido quanto eu podia através de
quintais e arbustos, até que finalmente, cheguei a uma varanda
iluminada. Um homem saiu e viu o sangue e os machucados em mim e
ligou para o 911. Os policiais chegaram e fizeram um boletim de
ocorrência e a motocicleta de meu amigo foi rebocada para um ferro-
velho.

Maravilha, pensei, a moto de meu amigo estava na lixeira.


Miguel nunca me pegou naquela noite, mas ele me deu alguns
hematomas e inchaços para pensar. Eu fiquei dasanimada por alguns
dias, enquanto o meu corpo era curado. Isso deu-me algum tempo para
pensar. Eu tinha que avançar com um plano para me livrar dele para
sempre.

Uma semana se passou sem uma palavra de Miguel. Imaginei que ele
estivesse assustado com o acidente porque ele estava, provavelmente,
bêbado quando fez aquilo. Além disso, houve uma batida, e se caísse a
culpa sobre ele, ele iria direto para a cadeia. Ou assim eu pensava.

Ele foi preso cerca de uma semana mais tarde, mas foi liberado.
Quando o gentil e cortês Miguel disse ao juiz que eu era uma stripper,
tudo acabou para mim. Eu saí do tribunal em descrença. Eu não podia
acreditar que o juiz tinha me “julgado” assim. Não havia nada que eu
pudesse dizer ou fazer, me senti traída e sem esperança.

Sexta a noite chegou e era minha vez de limpar depois que


fechássemos. Eu empilhava as bandejas das dançarinas e enxugava o
bar inteiro. Eu estava realmente cansada e mal podia esperar para ir
para a cama. Meu amigo Justin me deu uma carona para casa naquela
noite e nós paramos para pegar minha filha Tiffany e minha
companheira de quarto na casa de um amigo. Era cerca de 02:45hs.

Enquanto caminhávamos em direção ao nosso apartamento, eu peguei


minhas chaves e destranquei a porta da frente. Exausta do trabalho, eu
não percebi a cena, próxima a mim. Quando eu abri a porta eu fiquei
chocada ao ver um homem sentado no meu sofá com uma faca. Miguel!
Aquilo bastava para mim. Ele tinha me levado à beira da loucura. Mais
tarde naquele dia liguei para Justin e tramamos um plano maligno.
Justin me amava e teria feito qualquer coisa por mim. E ele fez.

Tudo estava definido. Justin esperou no estacionamento enquanto eu


fiquei do lado de fora de um restaurante perto de minha casa. Miguel
mordeu a isca, e apareceu 30 minutos depois de mim. Eu sabia que ele
não podia aparecer mais cedo do que isso porque era casado e tinha
filhos. Eu teria dito a sua esposa sobre o nosso caso “psicopata”, mas eu
sempre senti pena por causa das crianças. Mas não esta noite, pensei.
Eu não me importava se aquelas crianças não veriam o pai novamente.

Miguel suspeitou que eu estivesse armando alguma coisa e cuidava de


tudo que dizia ou fazia. Ele era extremamente inteligente, quando
estava sóbrio. Então eu sugeri que tomássemos uns goles de Tequila
pelos “velhos tempos”.

Eu gentilmente expliquei-lhe como eu queria que aquela briga


acabasse, enquanto eu suavemente colocava minha mão sobre a dele.
Eu sabia que poderia derreter seu coração. Eu também sabia que ele
estava carregando uma arma. Bebemos cerca de dez doses em
conjunto, ou pelo menos ele bebeu. Eu engoli em seco a minha dose e
jogava cada uma por trás de minha orelha. Enquanto ele ficava bêbado
eu coloquei um saquinho “extra” de cocaína em seu bolso. Eu sabia que
ele usava cocaína, e esperava que ele ainda tivesse envolvimento com
isso.

Depois de uma hora ou mais eu lhe perguntei se eu poderia usar o


banheiro. Ele argumentou que eu estava tentando despachá-lo e eu
insisti que realmente precisava ir. Eu andei ao redor e encontrei um
telefone público mais próximo e liguei para o 911.

"Por favor, me ajude. Estou sendo mantida como refém em um bar por
um homem com uma arma. Estamos sentados na cabine perto da porta
da frente”. Eu gritei ao telefone.

Dez minutos depois a polícia nos pegou no flagra e revistando Miguel


encontraram uma arma com ele e um saquinho de cocaína em seu
bolso direito. Os olhos de Miguel perturbaram os meus quando eles o
algemaram e o prenderam. Depois de alguns minutos eu caminhava
pelo carro de polícia e sorria para Miguel através do vidro pendurando
a sua chave do caminhão na frente dele. Oh sim, eu me esqueci de
mencionar que eu as roubei do bolso de sua jaqueta.

Miguel foi preso e acusado de carregar uma arma escondida e por


posse de drogas e foi condenado a um mês prisão. Enquanto ele
apodreceu atrás das grades do condado, eu felizmente parti em sua
caminhonete 4x4 para desfrutar das praias de areia em Ensenada,
México.

Duas semanas depois eu devolvi a caminhonete de Miguel deixando-a


no estacionamento da prisão do Condado de Los Angeles e deixei suas
chaves escondidas sobre o pneu dianteiro.

Vá para o inferno, psicopata, eu pensei comigo mesma enquanto


ajustava meu espelho retrovisor. Uma sensação maligna veio sobre
mim, eu notei um ligeiro sorriso puxando meus lábios.

Hmmm, aquilo era uma psicopata em meu rosto?

VIII

Uma Confissão
StrIpper
pSIcopAtA
Capítulo Oito

Tornei-me uma genuína psicopata sexual.


Uma sobrevivente de anos de abuso verbal e físico dos homens,
gravidez indesejada, drogas e álcool, falta de moradia, experiências
próximas da morte, tentativas de estupro, uma fuga ousada do México,
e um namorado psicopata, eu tinha perdido completamente a minha
mente e meu coração para a indústria do sexo que suga a alma. O único
pedaço de “Shelley” que ainda restava, era a minha vontade obstinada
de sobreviver.

Eu continuei o ciclo vicioso do trabalho sexual e tentei a minha sorte


novamente em Hollywood. Eu estava me consumindo no louco
ambiente hispânico de garrafas de cerveja voando e mamas Mariachi
então eu tentava me acomodar no mundo monótono e entediante de
preguiçosos homens brancos.

Sunset Boulevard em Hollywood foi chamada de “The Strip” por mais


do que algumas razões. Além de ser a rua mais famosa para os clubes
de rock and roll, restaurantes rocker e a caminhada do rock, Sunset
também era conhecida por suas belas strippers: quentes, com strippers
loiras de pernas avantajadas e sexies. Eu odiava trabalhar lá.
Primeiro de tudo, eu não tinha peitos grandes. Eu usava sutiã natural
tamanho "B" enquanto cada mulher em torno de mim, usava pelo
menos, um "D". Naturais ou não, os peitos importavam para os
homens, especialmente para os homens americanos. Os homens
mexicanos eram mais atraídos à personalidade, aparência e
desempenho, embora uma parte traseira curvada fosse um plus.

Mas os homens americanos não gostavam muito de mim. Eu era uma


menina louca branca que queria dançar, não era uma mulherzinha que
queria alguns dez dólares por um show de esconde-esconde. Eu não
podia ficar parada o tempo suficiente sem dar um pio. Ok, com certeza,
eu dei aos clientes um pouco de esconde-esconde privados de vez em
quando por uma quantidade específica de dinheiro, mas era diferente,
eu era uma dançarina “interpretativa”, não uma dançarina de boate.

Negação entra.
Os clubes de strip-tease em Hollywood eram muito piores do que a
prostituição a que eu estava imaginando. Decadentes e silenciosos,
homens deslizavam notas baratas de dólar pendurando-as no palco
para receber o olhar de uma mulher nua abrindo as pernas. Para
tornar as coisas piores, as mulheres envolviam seus corpos expostos
em torno de um mastro de strip, só Deus sabe quantos fluídos vaginais
todas nós tínhamos que partilhar!

Eca!

Eu simplesmente não tinha estômago para clubes de strip de


Hollywood. Eles eram sujos, sórdidos e um terreno fértil para as
doenças. Sem mencionar, que a competição era mais dura do que as
bebidas. Esperançosas loiras de Hollywood alinhadas no bar todas as
noites, com seus belos cabelos longos e seios grandes. Não havia
maneira de fazer dinheiro, especialmente em uma noite de sexta-feira
quando cinquenta raparigas apareciam para o trabalho. Eu tinha sorte,
se tivesse dançado antes da noite acabar. A fim de fazer dinheiro nestes
clubes, as meninas tinham que ser absolutamente deslumbrantes ou
agitar as bebidas com suas partes íntimas e masturbar um ou dois,
quando aplicável. Não, os Clubes de strip de Hollywood não eram para
mim. Eu poderia muito bem voltar à prostituição se eu fosse colocar
ambos na balança. Que outra escolha eu tinha?
Frustrada, eu andei por um quiosque e um dia vi o jornal LA Xpress
através do vidro. Um aumento de anúncios sexies, eu observava
centenas de mulheres que ofereciam massagens, danças privadas,
companheirismo e muito mais.

Hmmm, isso é tão tentador, pensei.

A voz baixa interrompeu meus pensamentos: “e os homens viriam até


você, você não teria que trabalhar tão duro. Você teria mais liberdade".

Argumentei de volta em minha cabeça “sim, mas é extremamente


ilegal. Eu poderia ir para a prisão por gerenciar uma casa de
prostituição”. A pequena voz cancelou a minha “mas você é inteligente
demais para ser pega. Você nunca foi pega antes, Shelley.”

Então eu concordei com a voz, de quem quer que fosse. Eu estava tão
loucamente intoxicada, que na maioria das vezes eu nem percebia
quando estava falando sozinha.

No mês seguinte eu consegui um número de 0800 e trabalhei com


coragem de ir até o prédio do LA Xpress, em La Brea, onde eu postei um
anúncio com uma foto enorme de mim e algumas garotas se
acariciando. Oh sim, eu pensei. Meu anúncio será definitivamente
notado.

E eu estava certa. Meu telefone tocava toda hora.


“Olá”, eu respondia com uma voz sexy. Um homem do outro lado, eu
falei baixinho para ele: “Disponha. Sim, é claro que você pode ter duas
meninas. Sim, são 300 dólares por hora para cada menina. Querido,
com certeza, nós podemos fazer isso. Eu mal posso esperar para
conhecê-lo também.” Até agora, eu era uma vigarista comprovada.

Eu era também uma alcoólatra irada, usuária de drogas, uma horrível


mãe e suicida. Claro, eu era boa em escondê-lo, porque eu tinha
construído poderosos mecanismos de defesa ao longo dos anos. Eu era
perito em negação. Eu também era uma mentirosa veterana de
dezenove anos fluente em Inglês e espanhol, para não mencionar
algum italiano, árabe, chinês, japonês e quaisquer outras línguas que as
centenas de homens com quem eu dormia falavam. Oh sim, eu fiz as
minhas rodadas. Eu era uma prostituta em Los Angeles, o lar para uma
das maiores populações multi-étnicas do mundo, onde eu me tornei
uma especialista em matéria de cultura, drogas, vida noturna de
prostituição, e homens.

Na verdade, tornei-me muito mais uma conselheira para os homens no


final de minha carreira do que realmente uma prostituta. Ouvia por 45
minutos enquanto eles esmagavam suas esposas ou reclamavam que
seus patrões e então eu dei-lhes conselhos e enfiei a mão para receber
o pagamento.
Admito que era a última pessoa que deveria estar dando conselhos,
mas lembre-se, eu estava em negação.

Eu vivi uma louca, indecente, insalubre, e indescritível vida. Jack


Daniels regularmente em minhas veias, uma das coisas mais loucas que
eu já fiz foi dirigir em topless durante o dia, com a capota conversível
recolhida. Quando um policial me parou em meu Miata vermelho por
dirigir bêbada, eu executei o teste do vai e volta na linha perfeitamente.
Eu era uma stripper que saía chorando por aí. Quando ele começou a
testar minhas habilidades motoras, disse-lhe o alfabeto de trás para
frente mais rápido do que qualquer ser humano vivo. Eu pensava que
era invencível. E eu estava lá para provar isso para o mundo.

Até que em uma noite fatídica, quando eu estava terminando um dia de


compras, com um titio, e vi carros de polícia em todo o meu
condomínio. Eu sabia que eles estavam lá por mim. Instruí meu titio
(escravo) para fazer exatamente o que eu dissesse e fingir ser meu
marido e que Tiffany era a nossa filha.

Nós nos aproximamos do meu apartamento com cautela e sem culpa, é


claro. Eu era uma mulher casada agora e com uma criança. Eu tive que
fazer o meu jogo.

“Olá, desculpe-me, oficial, o que está acontecendo?” Eu humildemente


perguntei quando entrei no meu apartamento.

“Madame, a senhora é a ocupante deste apartamento?”


“Sim, senhor, meu marido, minha filha e eu vivemos aqui”, eu disse
enquanto graciosamente pisava o tapete de porta da frente. “Eu não
entendo, oficial, há algo errado?” Eu me inclinei mais perto com um
olhar sincero de preocupação.

“Madame, a senhora gerencia uma casa de massagem aqui?” O policial


perguntou para mim.
Droga, eu pensei. Eu imediatamente respondi. “Claro que não. Por que
você nos pergunta isso?”

“Bem, há no andar de cima uma garota que estava amarrada e foi


estuprada à mão aramada em sua cama e ela afirma que você cuida de
uma casa de massagem aqui.”

Aquela vadia estúpida, amaldiçoei-a em minha mente. Ela queria que eu


fosse pega no flagra!

Mas cheia de vontade de ver o sol nascer novamente, eu expliquei ao


oficial como meu marido e eu estávamos envergonhados, mas que
havíamos apanhado a jovem em um bar de strip na noite anterior
quando ela nos explicou que não tinha onde ficar. Era para ser apenas
uma noite, contei ao oficial. Felizmente, ele acreditou na minha
história, mas eu nunca quis viver tão perto do limite novamente. Então
eu parei de aceitar chamadas por um tempo.

Talvez eu volte para o clube de strip, pensei.

E o ciclo vicioso se repetiu por si mesmo.


A história também se repetiu. Acabei voltando exatamente para o
primeiro club de strip onde fiz o teste quando eu tinha 17 anos de
idade. Nos anos 80 era chamado de “The Top Hat” (A Cartola), mas o
clube havia mudado de dono e agora no sinal luminoso intermitente
lia-se, “Illusions” (Ilusões).

Que ironia, eu pensei que estar ali fosse um sinal. Minha vida tinha se
tornado a maior ilusão na terra onde eu executei o mesmo ato horrível
uma vez após outra.

Uma foca amestrada, eu andava através da familiar entrada da cortina


vermelha no clube de circo e strip para realizar meu ato final.
IX
Uma Confissão

deSAfIAndo A
morte
Capítulo Nove

Nunca houve um tempo para eu analisar. Era 1992 e eu ainda estava


presa na indústria do sexo. Um rosto bonito em um lugar feio, eu nunca
poderia corrigir o disco riscado da música da minha vida, “Hotel
Califórnia.” Toda vez que o DJ tocava essa música, o que acontecia
todas as noites, eu era estapeada na cara pela dura realidade: Eu estava
presa na indústria do sexo e não havia saída.

Não importava quão duro eu chorasse ou quantas vezes eu orasse ao


longo dos anos, Deus não respondia. Devo ser totalmente imperdoável,
pensei.

Sem condições de cuidar de mim mesma ou de qualquer outra coisa, eu


continuei meu ato de desafio à morte no clube de strip Illusions. Com
um Jack e Coke (é um coquetel que mistura Jack Daniels com
refrigerante de Cola) em uma mão e um cigarro na outra, eu dancei
com minha mente, coração e saúde distantes. Minha condição foi
piorando e eu mal conseguia ficar em pé em algumas noites. Os clientes
me viam caindo aos pedaços, mas eles ignoravam a minha dor e
continuavam a contribuir com a minha morte.

“O que querer beber Giovanni?”


“Jack e Coke”, eu respondi e tirei um cigarro.
Os homens não se preocupavam comigo. Eles só se importavam se o
objeto que eu havia me tornado foi alimentado regularmente para um
bom desempenho.

Eu enfiava minha bebida para baixo.


“Outra bebida, Giovanni?”, Perguntou uma voz corpulenta.
“Claro”, eu disse enquanto limpava minha boca e deslizava meu copo
ao redor do bar. “Obrigada, querido.” Virei-me para meu escuro
ambiente familiar para buscar a minha próxima vítima ingênua. Era
uma sexta-feira à noite e homens casados egoístas estavam por toda
parte. Os reflexos brilhantes de suas alianças reforçavam a amarga
verdade que eu absorvi: os homens nunca poderiam ser confiáveis,
jamais.

Com o dinheiro em minha mente e o álcool no meu cérebro, eu ouvi


meu nome pelo alto-falante.

“Ei cavalheiros, vamos dar calorosas e sexies boas-vindas para uma das
nossas mais quentes dançarinas, Geeeeoooovanni!” Era a minha vez de
dançar. A última semana do concurso de dança deste mês, a mais
quente no contexto, eu tinha certeza que iria ganhar. Embora eu
tivesse vencido algumas vezes em segundo ou terceiro lugar, uma
porção de vezes no passado, nunca ficava sem meu lugar. Era
impensável. Eu era muito boa e sabia disso.

Dom dom da, da diga dom dada. Dom dom da, da diga dom dada.
A batida da música me chamou e eu senti meu corpo desintegrar-se
sob as luzes quentes e vermelhas. Quando comecei a rolar em torno do
chão como um animal selvagem no cio, os olhos de todos os homens
estavam em mim. As batidas diabólicas como meu guia, eu deslizava
pelo chão em direção a minhas vítimas e seduzia a cada um deles.

“Querendo. Precisando. Esperando por você, para justificar meu amor.”

A ilustre canção sexual de Madonna terminou. Ninguém fez barulho


algum. Não houve aplausos. Eles sabiam que estavam sob um feitiço e
não havia nenhuma maneira de fugir. Cheia de um desejo de poder, eu
sem esforço saí do palco em direção ao bar para ingerir outra bebida.

“Jack e Coke,” eu disse enquanto fumava o meu cigarro com um sorriso


curvo. Eu era totalmente arrogante. É por isso que quando eles
anunciaram a vencedora e não era eu, eu estava mortificada.

“O quê??” Eu virei minha cabeça. Eu não podia acreditar. Os juízes


estão “pegando” Mina, a garota latina gorda de shorts curto. Lágrimas
de frustração e rejeição encheram meus olhos e eu corri para o
banheiro. Minha companheira de quarto, lésbica tentou falar comigo
através da porta, mas eu não queria ouvir mais. Eu estava farta. Eu
odiava tanto a minha vida que se eu não podia sequer ganhar um
concurso de dança, eu acabaria com ela.

Mais tarde, fui para casa naquela noite e de forma imprudente procurei
por todas e quaisquer pílulas que eu pudesse colocar em minhas mãos.
Comprimidos hormonais, os medicamentos de estômago, Tylenol,
pílulas para dormir, misturados com álcool e metanfetaminas, eu
estava falando sério sobre me matar.

“Faça isso, Shelley. Ninguém se importa. Ninguém te ama. Faça-o!”


Suplicou a voz sinistra.
A voz estava certa. Ninguém me amava. Ninguém se importava comigo.
Eu era uma pessoa descartável que ninguém queria. Seis longos anos
de vida diária em dor e sofrimento, eu estava farta. Engoli os punhados
de comprimidos com goles de Bacardi e descontraí no meu edredom
branco e macio. Era apenas uma questão de tempo, eu esperava. Em
lágrimas, eu sussurrei um doce adeus à minha filha Tiffany.

“Mamãe te ama. Eu lamento, eu fui uma mãe ruim. Alguém virá para
cuidar de você. Não se preeee...” E desmaiei.

Trinta minutos depois eu senti alguém me sacudindo. Abri os olhos e vi


pequenas criaturas correndo para cima e para baixo das minhas
cortinas. Minha cabeça latejava e eu senti um terrível zumbido nos
meus dentes. De repente, uma imagem terrível de uma criatura asiática
com enormes e longas presas apareceu ao meu lado com hordas de
pequenos demônios negros mastigando sua carne. Eu estava
completamente fora de minha mente. Minha companheira me arrastou
para o carro e levou-me ao hospital onde fizeram uma lavagem
estomacal em mim.

Algumas horas depois eu acordei com a garganta muito dolorida vendo


as mesmas criaturas que a pouco tinha visto em minhas cortinas. Uma
mulher entrou com um bloco de notas e começou a me fazer perguntas.
Eu respondi-lhe:
“Não, eu não sou suicida.”
“Sim, eu tenho uma filha.”
“Não, eu não tentei me matar. Acho que alguém jogou drogas em minha
bebida.”
Mentira.
Deixei o hospital mais tarde naquele dia irada porque não morri.
Por que diabos Deus me deixava viver? Para que eu pudesse sobreviver
a mais um dia em um buraco do inferno?

Voltei ao realizar o mesmo ato horrível, eu apodreci no clube de strip


por vários meses até que conheci Samantha, de Hollywood. Ela era
uma bruxa de cabelos castanhos escuros e sensuais lábios vermelhos.
Percebi seu olhar para mim pelo canto do olho. Quando terminei minha
dança e andei para fora do palco, ela acenou-me para ir até ela.

“Como você é uma dançarina quente”, ela sussurrou em meu ouvido.


Naquela noite, passamos várias horas conversando e bebendo juntas.
Ela era uma mulher bi-sexual e eu estava interessada em dinheiro
tanto quanto ela em sexo com mulheres. Eu disse a ela quão cansada eu
estava do clube de strip e como a prostituição quase me matara. Ela me
disse que conhecia uma maneira melhor e mais segura para fazer
dinheiro, e que era legalizada.

Pornô?
“Sim, e você pode fazer 2.000 dólares por um filme.”
“Uau”. Caí para trás e tomei um gole do meu Jack Daniels. Aquilo era
um monte de dinheiro para uma mãe solteira suicida que estava se
consumindo em clubes de strip e prostituição.

“Diabos, isso é um monte de dinheiro”, ressoou a voz baixa.


Então eu desliguei de minhas botas de stripper, voei para Utah para
colocar implantes nos seios e corajosamente entrei no mundo do
pornô onde eu realizei o maior ato do meu circo de pulgas: Roxy, a
estrela pornô.

Uma Confissão
Ato III
Conheça Roxy a Estrela Pornô

Uma Confissão
A VInGAnçA de
roXy

Capítulo Dez
“Oh, yeah” Eu gemia enquanto uma mulher loira que eu nunca tinha
visto antes apalpava meu corpo e lambia meu rosto. Eu estava de saco
cheio. Mas por enquanto eu era uma mentirosa eficiente.

Eu também estava acabada e apavorada. Eu nunca vou esquecer o dia


em que eu realizei minha primeira cena de pornô amador. Vestida com
uma mini-saia de couro branco, com o cabelo loiro descolorido, eu
abria empurrando duas portas vermelhas e entrava em um quarto
escuro cheio de fumaça. Oprimida por um sentimento de que eu estava
entrando em algo mais do que apenas um pouco de sexo diante de uma
câmera, eu fiquei estática com minhas idéias.

Oh, Deus, eu pensei. Onde diabos eu estou me metendo?

Eu mal podia ver um homem deitado acenando para que eu fosse até
ele. Meus olhos estavam fixos no canto bem iluminado onde eu via uma
câmera com uma lente grande angular focando em um sofá roxo sexy e
uma caixa de Baby Wipes (lenços umedecidos).

Engoli em seco.

Eu não conseguia afastar a sensação de “trevas” ao meu redor. Tudo


soava desagradável. Tentei voltar, mas algo poderoso dirigiu-me. Uma
voz masculina interrompeu meus pensamentos. “Ei, você é a loira
enviada por Samantha?”
Caminhei até o homem assustador segurando um cigarro e respondi
com cuidado, “Sim, sou eu”.

Seus olhos me lamberam de cima para baixo enquanto eu lhe


entregava meu teste de AIDS. “Você vai fazer muito bem”, disse ele. Ele
se jogou para frente e perguntou: “Qual é seu nome pornô, querida?”

Uh. . . Essa é uma boa pergunta. Bem, eu festejei a noite passada no


Roxy, em Hollywood, pensei. Então sim, eu vou me chamar Roxy. Ele
acenou com a cabeça quando lhe contei o meu novo nome, eu me
perguntava onde eu poderia encontrar um banheiro para mandar para
baixo alguns goles de Jack.

Uma mulher nua, loira e sexy, entrou na sala.


De roxo, seus peitos balançaram quando ela veio na minha direção. “Eu
mal posso esperar”, disse ela, com os olhos em minha carne. “Nossa
cena é a próxima. Você está comigo.”

Jack, eu pensei. Eu preciso de Jack agora.


Apressei-me até a parte traseira onde eu vi calcinhas do tipo fio dental
e brinquedos sexuais jogados no chão em uma sala desgastada onde
garotas nuas estavam se trocando. O banheiro era na parte de trás, mas
eu não queria que as pessoas pensassem que eu era um bebê para me
trocar sozinha. Então, eu caminhei até um canto na sala, olhei em volta
para me certificar de que ninguém estava assistindo, e tomei um gole
enorme de Jack Daniels. O cheiro de sexo e álcool enchia meu nariz.

“Eu não posso acreditar que eu estou fazendo isso”, disse a mim
mesma, prescrutando minhas palavras com outro gole de Jack Daniels.

Mas a prostituição e o strip quase me mataram, eu raciocinei. De


qualquer forma, a pornografia era legalizada.
Eu bebi um pouco mais de Jack e limpei minha boca com a palma da
mão.

“Ok, pessoal”, gritou um cara de outra sala.


“É hora de gravar.”

Que droga, eu pensava. Eu prendi meu sutiã vermelho, tomei outro


gole, em seguida, corri para fora da sala para o sofá, onde duas estrelas
pornô estavam sentadas. Eu estava morrendo de medo.
“Você pode fazer isso, Shelley,” Eu mentia para mim mesma enquanto
arrumava minha saia e meu sorriso falso que me levou para o sofá.
Pensamentos correram pela minha mente. Como diabos eu deveria
cumprimentar alguém com quem eu estava prestes a fazer sexo?

“Ei, eu sou Roxy e estarei fazendo sexo com você.”


“Olá, prazer em conhecê-lo. Acho que faremos sexo hoje.”
Ok, isso é estranho.

Eu pratiquei as palavras em minha mente, mas já era tarde demais e eu


estava de pé ao lado da câmera antes que percebesse. A garota de roxo
e peitões e algumas loiras riram quando o diretor nos disse que a cena
era de um professor que iria ensinar garotas travessas da faculdade
sobre como obter uma nota “A”.

Que idiotice, pensei.


O diretor orgulhosamente terminou explicando sua cena vencedora da
Academy Awards com uma forte salva de palmas e, “Vamos fazê-lo.”

Ok, Spielberg.
Luzes, câmera, ação. Nós estávamos por fora. E, aparentemente, a
equipe queria que estivéssemos por fora, também. A maioria deles
tinha suas mãos por dentro de suas calças quando a cena começou.
Notei com o canto do meu olho como a loira começou uma conversa de
bebê com o professor sobre como ela precisava de uma boa lição.

Isso é ridículo, eu pensei.


A menina loira falou sobre como estava agindo terrivelmente com suas
más notas, e em seguida, apontou para mim dizendo que ela tinha uma
amiga que precisava de uma lição também. Errado. Gostaria de ser a
única a ensinar-lhes uma lição. Cheia de Jack Daniels e um impulso
renovado, peguei a menina pelo pescoço e mostrei-lhes a minha versão
da cena.
O diretor adorou.

“Oh, Roxy, você é tão quente. Continue assim, baby.” O diretor carnal
alimentava o meu ego carente. “Mmmm... Você poderia ser a próxima
maior estrela pornô com um talento assim.”
Pensamentos aleatórios reviravam ao redor de minha mente. Eu
adorava. Eu odiava. Eu amava a atenção. Eu amava a câmera. Eu odiava
que havia a língua de uma garota estúpida em minha boca. Eca.

Naquele momento, uma presença muito sombria veio sobre mim.

“Eu vou fazer você famosa e todo mundo irá amá-la”, a voz familiar
soprou. A presença era tão densa que me fez olhar em volta para ver se
havia alguém lá. De repente, uma vontade poderosa para ser a melhor
e destruir todos em meu caminho tomou conta de mim.

A raiva levantou-se. Anos e anos de raiva contra o meu pai e todos os


homens que já me machucaram tomaram conta de mim. Eu devastei a
minha vítima loira como um animal selvagem sedento de sangue
inocente. Ela não era páreo para minha ira, eu a empurrei para fora do
sofá. Seus olhos manchados de rímel olharam para mim com medo,
enquanto ela estava lá segurando as marcas vermelhas em seus braços.

De repente, o diretor interrompe, “Ok, eu preciso da cena do dinheiro.


Olhe para a câmera, Roxy. Mostre-me seu olhar fatal.”

“O professor” saiu da loira ejaculando por todo o meu rosto enquanto


eu fingia amar cada minuto daquilo. O sabor do fluído amargo e
degradação encheram minha boca. De repente, vergonha e culpa
tomaram conta de mim, assim como quando eu era uma menina.
Lutando contra a vontade de chorar, eu virei minha cabeça para conter
minhas lágrimas.

“Lindo, Roxy. Que filmagem!” o diretor disse e eles aplaudiram. Então


um cara jogou o Baby Wipes (lenços umedecidos) para mim. Eu queria
morrer.

Limpei o esperma do “professor” do meu rosto amaldiçoando seu


nome enquanto respirava. Eu não queria que ninguém visse minha dor.
Nem pensar que eu iria deixá-los me ver sofrer.

Quando olhei para cima o diretor já estava falando sobre a próxima


cena. O que me aconteceria se eu fosse a próxima grande estrela
pornô?
O diretor me deu um cartão, pagou-me, e depois disse-me para ir ao
encontro de Bobby.

Dinheiro em minha bolsa, Jack em minhas veias, e ira em meu coração


eu estava determinada a me tornar a próxima grande estrela pornô. Eu
provaria que todos estavam errados e me vingaria de todos os homens
que tinham me machucado. E os faria me pagar.

Fama, fortuna e uma doce vingança.

XI

Uma Confissão

uSAdA e
AbuSAdA

Capítulo Onze
Com uma fome de dinheiro e um desejo de vingança, logo mergulhei de
cabeça em filmes pornô profissionais. Não muito tempo depois de
minha primeira cena de pornô eu apareci na cidade de Van Nuys, onde
eu caí nos olhares do produtor pornô, Bobby Hollander.

“Que par de belos quadris” um homem com a camisa aberta e uma


corrente de ouro no pescoço me cumprimentou. Ele parecia com
alguém da Máfia. Levei na brincadeira e lhe disse isso e aquilo sobre
como havia chegado ali e ele assentiu. Ele me convidou para sentar no
colo dele, onde ele gentilmente me instruiu sobre como continuar a
“modelagem” de minha carreira. Ele foi um dos homens mais
carinhosos que eu conheci.

“Roxy, você tem belos quadris. Eu quero que você esteja em meu novo
filme.”

Eu lhe disse que iria fazê-lo, mas que eu ainda tinha meu coração
focado em ser uma modelo ou atriz profissional. “Claro, querida, você é
uma garota tão bonita. Mas o pornô pode ajudá-la a entrar em
Hollywood.”

Eu confiava nele. Carinhoso e motivador, ele era como um pai para


mim.

Eu apareci no estúdio de meu primeiro filme pornô “real” em 1993.


Quando entrei pela porta de uma casa de luxo, eu estava uma pilha de
nervos. Bobby tentou me acalmar e me fazer sentir confortável.

“Ei pessoal, esta é Roxy. Ela é a nova estrela em ascensão.”


Bobby disse isso e colocou seu braço ao meu redor. Peter North sorriu
para mim.

“Olá, pessoal.” Eu estava sem palavras. Era difícil manter uma cara
séria ao cumprimentar estrelas pornô nuas em plena luz do dia.

“Ei Bobby, onde fica o banheiro?” Eu perguntei em desespero.


“É lá no final, à esquerda, boneca.” Apontou para o salão.

“Ótimo, obrigada.” Eu rapidamente caminhei até o banheiro, fechei a


porta, tranquei-a e tirei uma Vodka. Engoli em seco. Parei e olhei para
mim mesma no espelho.
Eu não posso fazer isso, pensei.
Uma batida na porta me acordou de meu torpor e eu respondi, “Sim?”
“Ei Roxy, você conseguiu o seu enema?”
Oh Deus, eu me preocupei. Ela acabou de dizer enema? Eu tomei mais
uns goles e respondi de volta “Uh, não, por que eu iria precisar de um?”

“É para a cena com o dildo” (brinquedo erótico geralmente em formato


de um pênis). Engoli em seco. Eu engoli a vodka até que tivesse
coragem suficiente para sair do banheiro.

Cheia do líquido da coragem eu caminhava pelo corredor para onde as


mulheres estavam se trocando. Graças a Deus a cena delas era antes da
minha, porque me deu algum tempo para pensar. Olhando para um
canto vazio, senti outra pessoa na sala comigo.

O que Ele estava fazendo aqui?


P****, eu pensei. A última coisa que eu queria era que Jesus me
visitasse em um estúdio de pornografia. Não, obrigada. Eu agarrei a
minha Vodka e a engoli. Então eu O lembrei que Ele não estava
pagando as minhas contas, e eu tinha que fazer o que tinha que fazer.

“Shelley, por favor, não faça isso. Eu tenho algo melhor para você”, uma
Voz sussurrou.

“Deus, por favor, deixe-me só. Eu tenho que fazer isso.” Virei cabeça de
vergonha e a dor começou a surgir. Puxei meus nylons, ignorei minha
dor e saí da sala.

Com uma pequena ajuda de Vodka e um lote completo de ajuda da


Mentira, eu entrei em um dos momentos mais traumatizantes de
minha carreira. A última coisa que me lembro é de estar rangendo os
dentes enquanto Nikki Sinn usava e abusava de mim com um vibrador
espetado. (Específico para tortura sexual).

Eu queria morrer.
Eu jurei para mim mesma que seria o último filme pornô que eu faria e
liguei para contatos antigos Hollywood. Uma cena de um harém abriu
então eu imediatamente decolei para Los Angeles.
Quando cheguei para o teste havia centenas de outras garotas como eu.
De várias centenas de mulheres, apenas 250 de nós tínhamos o papel
de garotas nuas no harém do filme, “Don Juan Demarco”. Quando
Johnny Depp passou fumando para apreciar a paisagem, eu apontei
para ele e deixei escapar: “Ei, por que ele está fumando?”

Ele olhou para mim como se eu estivesse louca e foi embora deixando
uma nuvem de fumaça atrás dele. Eu não me importava com o que ele
pensava. Eu estava tendo que trabalhar por oito horas em um set de
não fumantes.

Contudo, Hollywood não deu certo, e fiquei desesperada por dinheiro,


e caí de volta no pornô. Eu odiava o pensamento de ter alguns fluídos
corporais de homem em meu rosto então eu tentava apenas fazer
garota / garota, cenas lésbicas. Mesmo que eu não fosse uma lésbica
sincera, eu definitivamente poderia fingir um orgasmo. A prostituição
ensinou-me isso.

Em minha primeira cena lésbica eu estava muito nervosa,


especialmente quando vi a bandeira americana em uma colcha. A culpa
tomou conta de mim quando um flashback de 1976 lembrou-me que
eu comprei uma placa do bicentenário para minha mãe. Eu havia sido
uma menina muito patriota até então. Mas essa menina não existia
mais, eu disse a mim mesma.

Quando a câmera começou a rolar as primeiras palavras da minha boca


foram: “Eu não acho que vou conseguir fazer isso.” Rindo para filmar a
primeira vez de uma lésbica, isso me ajudou a esconder o meu
embaraço extremo. Quando a câmera deu o zoom e focou em mim, eu
realmente senti uma pressão para executar.

“Oi, eu sou a Roxy,” Eu tentei parecer com Marilyn Monroe. Eu era


realmente uma fumante com uma voz rouca e desgastada. Eu estava
tão envergonhada.

De repente, o diretor mudou a câmera para o umbigo da outra garota.


Quando olhei pude ver um cão farejando sua perna. Eu não podia
acreditar.
Que p**** é essa, pensei.
Eu queria que a cena acabasse, eu fiz um movimento para mostrar a
tatuagem sexy da garota. Mas quando eu puxei sua cinta liga para o
lado, eu fiquei chocada ao ver uma cruz em seu quadril. Ela disse que
era um “Presente de Deus” aquela coisa, mas foi um sinal do inferno
para mim.

Eu tentei afastar a sensação terrível e concentrar-me na cena, mas a


maldita tatuagem foi um lembrete de QUEM também estava no quarto.

Deus, eu preciso de uma bebida, pensei.


O mal dentro de mim estava excitado e me deu forças para terminar a
cena. Em segundos eu estava transformada em um animal selvagem,
uma pessoa completamente diferente daquela garota nervosa do início.
Como uma porca voraz, acabei a cena lambendo-me por toda parte.
Fui para casa com Jack Daniels naquela noite e lavei todas as minhas
culpas e sujeiras. Eu odiava meu cheiro após fazer pornô.

Uma semana depois, apareci no mesmo estúdio e profanei a bandeira


americana mais uma vez. Só que desta vez eu me dei e me degradei
com um homem. Gostaria de saber se a colcha tinha sido lavada.

Os comentários espalharam-se rapidamente de que uma nova e


“energética” loira dupla tinha batido no cenário pornô e eu comecei a
receber telefonemas.

“Roxy, eu preciso de você para um filme com Dave Hardman.”


“Roxy, este é Rodney Moore. Eu sou um amigo de Bobby.”
“Roxy, eu preciso de você para uma cena dupla.”
“Hey Roxy, vou colocá-la na capa de meu filme se você fizer uma cena
de anal.”

Sem anal, prometi a mim mesma. Eu já tinha cedido por pressão dos
produtores de pornografia para fazer cenas com homens. Que já eram
ruins o bastante. Ficar horas intermináveis suja no estúdio, imunda e
os homens com seus horríveis odores corporais era muito além do meu
limite. Eu não poderia imaginar um desses homens sujos me
penetrando no ânus. Era impensável. Eu ainda não tinha feito isso na
prostituição.
Felizmente, os seios postiços me deram uma vantagem e pude evitar o
impensável por um tempo. Eu também descobri que eu poderia fazer
dinheiro como estrela pornô prostituta. Um dos produtores de
pornografia do topo com quem eu trabalhei, me ofereceu muito
dinheiro para fazer “privados” para clientes de altos dólares.

“Roxy, agora que seus filmes estão nos cinemas adultos, fãs pagarão
dólares superiores para passar tempo com você.” Eu odiava a idéia de
fazer a prostituição de novo, mas eu odiava o pornô ainda mais.
Quando me ofereceram 2.500 dólares para gastar um fim de semana
com um advogado rico, eu relutantemente concordei e peguei o
próximo vôo para Phoenix, onde conheci Howard, o viciado em
metanfetamina.

Um fim de semana inteiro com a droga quase me matou. Não só


deixava Howard “aceso” por horas, com ele não calava a boca. Sem
mencionar que ele se recusava a usar preservativo. Eu tentei tudo que
podia imaginar para fazer com que ele usasse, mas ele me lembrou da
grande soma de dinheiro que eu estava ganhando. Quando liguei para
o meu novo “cafetão” para me queixar, ele disse, “Não se preocupe, ele
é limpo.” Como diabos ele sabia se ele era limpo, pensei.

Quando voltei do Arizona, dormi por dois dias seguidos.


Depois de uma ressaca terrível e 2.500 dólares em dinheiro, gastei meu
dinheiro em sapatos, sutiãs, peles e bebidas. Quando eu apareci para
trabalhar com a minha mala roxa, eu estava perecida com todas as
outras cínicas estrelas pornô. Desgastada, perdida e só querendo que
as malditas cenas terminassem.

Maldição, eu queria que esse cara se apressasse e gozasse, pensava.


Maldição, eu me sentia tão usada e abusada.

XII
Uma Confissão

Inferno humAno

Capítulo Doze

“Força, f**** me com mais força!” Eu gritei de volta violentamente.

As palavras vulgares saltavam de minha boca enquanto eu estava


sendo penetrada no ânus por um ator brutal. Quando gritar não era
suficiente para suportar a dor, eu enchi minha boca com o pênis de
outro homem como uma chupeta humana. A sucção ajudou a aliviar a
dor. Respirar profundamente pelas narinas, o fedor de fluídos
corporais enchiam meus pulmões queimando. Podre, cheiro sujo de
anal, eu estava em um inferno humano.

Eu não conseguia sair dele. Não era permitido chorar. Eu via o que
acontecia com outras garotas que gritavam e destruíam as cenas. Eu
não ia gritar e tomar um soco no rosto.
Além disso, esta era a minha chance de provar ao mundo que eu era a
melhor.

Então, eu fiquei com a dor aguda. Dura, rápida e furiosa eu gritava


através das estocadas violentas. “F***-me! F***-me!” Eu gritei mais
alto. F***-se, pensei! Nenhum homem maldito poderia me machucar.
Eu jurava a cada estocada violenta. Nada que pudessem fazer para mim
teria efeito sobre mim. Imundos porcos selvagens, eles não eram nada
e eu os usava para pagar minhas contas. Rangendo os dentes em
negação, as poderosas mentiras em minha mente se repetiam ao som
de cada tapa e impulso violento.

Slap, slap, slap, slap, slap.


Aguente, Shelley. Aguente a dor. Mostre-lhes que você pode suportar.
Respire, apenas respire, Shelley.
“Oh Deus, oh Deus,” Eu gritava de dor.
Claro que não, eu disse a mim mesma. Eu não vou deixar que esses
babacas me vejam sofrer.

Então, eu escondia a dor excruciante, fingindo que era puro prazer.


Mas era puro inferno.

Com seis homens me penetrando em cada buraco possível, e de formas


imagináveis, fiquei mais doente e mais machucada. Quando eu me
tornei fraca demais para suportar a dor, o próprio Satanás entrou em
mim para me dar força ilimitada. Meus olhos verdes tornaram-se
negros e dilatados. Com um olhar infernal em meu rosto eu rosnei para
a câmera.

Então os porcos sairam de mim um por um e apontaram e


pulverizaram sua sujeira líquida por todo o meu rosto vermelho. Um
bocado de líquidos amargos e fezes, e eu fingi amar cada
minuto nauseante daquilo.

“Oh yeah baby, eu amo isso”, eu mentia com meus dentes cerrados. A
cena terminou com o último cara, que mal podia espremer uma gota.
Que porco.

Alguém me jogou alguns lenços umedecidos e disse-me que eu havia


feito um bom trabalho. Limpando o esperma do meu nariz, boca e
olhos, o sabor amargo daqueles porcos preso ao fundo de minha
garganta.

Vodka, pensei. Eu preciso de Vodka agora.


Eu levantei-me para ir ao banheiro, mas quando me sentei a dor pegou
todo o meu corpo. Peguei um lenço umedecido e delicadamente
comecei a limpar ao redor de minha bunda vermelha e inchada.
Maldição isso dói, amaldiçoei.
Mancando em direção ao chuveiro, alguém o estava usando.
Ótimo, pensei. Eu sou aquela que está com o rosto cheio de esperma e
que apanhou de alguns porcos e vai para o chuveiro. Peguei um pouco
mais de lenços umedecidos e me dirigi para a sala onde estavam
minhas malas.

“Isso não foi tão ruim, não é mesmo, Roxy”, disse um ator enquanto eu
limpava o esperma de meu rosto.

“Vá para o inferno”, eu disse a ele.


Naquela noite fui para casa e fumei uma erva e joguei tabuleiro Ouija
para relaxar. Quando perguntei ao meu guia espiritual qual era seu
nome, ele soletrou:

JESUS CRISTO

XIII

Uma Confissão

ÚltImA chAnce:
Ato fInAl
Capítulo Treze

Como os dias avançavam mortalmente e as noites ficavam mais


escuras, eu sabia que algo estava muito errado comigo. Eu passei das
cenas de garota / garota para cenas brutais de estupro em questão de
meses. Cada minuto era um verdadeiro inferno e, ainda assim, eu
prosperava na escuridão. Aquilo tinha se tornado o meu conforto, um
esconderijo para toda a minha feiúra. Seis anos de desempenho em
clubes de strip, eu me sentia à vontade no escuro. Aquilo também me
dava poder. Uma mulher poderosamente sombria, eu podia entrar em
qualquer personagem desde vítima a agressora. Eu podia andar em
uma sala como um anjo de luz ou eu poderia dominar uma alma e
torturá-la. Eu poderia fingir ser uma estrela pornô glamourosa e amar
cada minuto do abuso ou agir como agressora e com força destruir
minhas vítimas. O pornô era o lugar perfeito para eu atuar com minhas
diversas habilidades. Pornógrafos adoraram isso. Na verdade, quão
mais escura eu me tornava, mais os pornógrafos enriqueciam.

Como eu continuei a fazer mais e mais pornô grosseiro e violento, eu


me transformei de vítima em agressora. Na minha vida profissional,
comecei a agir como um homem e abusar de mulheres diante das
câmeras. Com um vibrador, eu fazia com as mulheres exatamente o que
os homens tinham feito comigo. Eu até sabia quão egoísta eu me
tornava como um homem. Todos esses anos na prostituição assistindo
aqueles porcos, valeram a pena. Os homens no pornô eram mais
porcos ainda, ejaculavam em qualquer mulher fraca e em qualquer
“santo lugar” do corpo delas. Agi em vingança como se eu fosse a
mesma coisa que eu anto odiava: um porco.

Eu também abusava de homens em qualquer oportunidade que me


fosse dada. Em minha vida privada, eu tinha vários escravos do sexo
masculino que tomavam conta de mim. Nunca alguma vez paguei a
minha conta de energia elétrica durante os últimos anos de minha
carreira no sexo. Meus escravos cuidavam de coisas como essa. Eu nem
sequer colocava minha própria gasolina. Em todos os lugares que eu ia,
eu dominava os homens e lhes dizia o que fazer. Era como se, ninguém
pudesse dizer não para mim.

Em minha vida profissional, eu continuei a guerra contra os homens na


frente da câmera. Todo filme que eu fazia se tornava uma zona de
combate e eu estava determinada a conquistar. Eu era implacável. Eu
até determinava que alguns filmes fossem feitos em meu apartamento,
onde eu poderia controlar a atmosfera. Com meu Conselheiro Ouija ao
meu lado, demônios em todos os cantos e dentro de mim, eu tinha o
reinado total sobre minhas vítimas. Eu pensava que estava no controle
total da escuridão. Mas eu não estava.

Infelizmente, quando ninguém estava olhando, é claro, eu sucumbia.


Atormentada por demônios a cada noite, eu ficava em minha cama por
horas e ouvia suas palavras vulgares e odiosas. Eu estava tão
atormentada que sempre que eu ia para fora e havia uma Lua cheia, a
face da Lua me amaldiçoava e me dizia que me odiava. Eu pensava que
poderiam ter sido as drogas e o álcool, mas quando eu pedia para as
pessoas ao meu redor para me contarem o que eles viram, elas se
voltavam para mim com medo e me perguntavam se eu estava jogando
com o Tabuleiro Ouija novamente.

Eu tinha aberto um mundo demoníaco para o qual não estava


preparada, e Satanás queria a minha vida por isso.

Clamei a Deus mais e mais para me salvar de Satanás e de mim mesma,


mas Deus parecia não responder. Eu não conseguia entender por que
Deus não me resgatava. Eu nunca duvidei de Deus ou de quem Jesus
era por todo o tempo em que estive na indústria do sexo. Mas eu
duvidava do amor de Deus por mim. Como Deus poderia permitir que
tantas coisas ruins acontecessem se Ele era um Deus de amor?

Cegada pelas mentiras da pornografia e do Satanismo, eu continuei


sobre a escuridão. Todos nós continuamos. Um mundo de fraude e de
moedas de madeira, que ignora o óbvio: Glamourosas estrelas pornô
eram exaustos viciados em drogas. Pornógrafos amigáveis eram
máquinas de crueldade. Sexies colchas roxas eram leitos descoloridos
de doenças. Os banheiros eram estações da imundície humana. Não há
nada de sagrado na pornografia. Tudo era doença, destruíção e
condenação.

Nós éramos filhos da ira, gratificando nossas naturezas pecaminosas


sem nenhum pensamento sobre as conseqüências. Alguns de nós
morremos em nossa ignorância. Alguns de nós estávamos esperando
para morrer.

E agora, era a minha vez.


O relógio bateu 22:00hs e eu senti. Um carocinho em meus lábios, eu
me perguntei o que poderia ser. É claro que eu o ignorei como eu
ignorava tudo em minha vida. A ignorância é a felicidade na indústria
pornô.

Eu estava com um casal de marido e mulher naquela noite. Eles viram


um de meus filmes solicitaram um tempo comigo: um encontro privado
com uma estrela pornô. Como eu saí do banheiro e ajustei minha
calcinha para esconder o meu recém-descoberto “caroço”, pedi que as
luzes fossem reduzidas. Eu realmente não estava interessada em
assustar o jovem casal que contratou uma prostituta pela primeira vez.
Ninguém precisava saber sobre o meu “carocinho”, além de mim.

Uma semana depois, fui abruptamente despertada por uma picada


entre minhas pernas e uma febre alta. Rolei para fora da cama, a minha
região lombar doía muito. O que há de errado comigo? Pensei.
Ainda bêbada da noite anterior, eu lentamente caminhei para o
banheiro onde eu olhei no espelho. Em estado de choque eu observei
uma imagem de mim mesma com os lábios rachados e feridas
vermelhas. Eu parecia um monstro. Enquanto eu engolia o choque, a
minha garganta parecia picada. Um olhar mais atento no espelho, eu
abri minha boca para examinar a dor de garganta e descobri uma
ENORME ferida vermelha na parte de trás da minha garganta.

“O que é ISSO?” Eu soltei em voz alta.


Puxei meus lábios e feridas vermelhas estavam por toda parte na
minha boca. Fiquei horrorizada. Eu não podia acreditar. Eu não sabia o
que era.

Isso é péssimo, pensei.


Eu tirei minha calcinha para procurar mais danos possíveis.
Bolhas cheias de líquido por toda parte. Apalpei com minha mão e um
espelho para olhar por trás.
Oh meu Deus, pensei.
As bolhas estavam em toda parte em minha vagina e ânus. Eu não
ousaria tocar-me para que elas não viessem parar em minhas mãos.
Levantei-me, perplexa e com temor. Nada como isso havia acontecido
antes comigo.

Eu vesti algumas roupas, saltei para o carro e dirigi até para a próxima
clínica médica. Quando finalmente foi minha vez de ser examinada, o
médico indiano insensível exclamou: “Oh meu... você tem huppies”.

“O que diabos é huppies?” Eu quis saber.


Ele me explicou que eu tinha um caso sério de Herpes Genital, uma
doença incurável, e levou uma amostra do meu sangue para mais
testes. Eu estava pasma. Eu não podia acreditar. Se eu assustei até o
médico com a minha Herpes, ela deveria ser realmente ruim.

Oh meu Deus, pensei novamente. Eu tenho uma doença infecciosa


incurável.

Uma risada maligna interrompeu meus pensamentos chocados e uma


voz baixa falou para mim: “Ninguém vai te amar agora. Você não é nada
senão um monstro horrível. Ninguém vai querer você. Bem que você
poderia se matar.”

Sim, eu balancei a cabeça. Eu deveria me matar.


Naquele dia fui para casa e peguei mais de 30 pílulas.
Desta vez eu estava falando sério. Minha vida era um desastre. Eu não
tinha nada para viver. Todos me odiavam. Ninguém me amava. Meus
pais não se importavam. Deus não se importava.

Por que eu deveria me importar, pensei.

E eu tomei uma overdose novamente, só que desta vez eu sofri com


isso sozinha na escuridão, com um bando de demônios na minha cama
enfiando em mim seus dedos e tudo estaria finalmente acabado.

“Morra, Shelley. Apenas morra. Nós odiamos você. Você não vale nada.
Você é um pedaço de merda. Ninguém quer você. Deus odeia você.
Apenas morra!”
As vozes malignas sibilaram para mim a noite toda.
Mas de alguma forma eu acordei. E então eu desapareci. Eu
silenciosamente deixei a indústria pornográfica para sempre. Parei de
atender as ligações. Fiquei longe de festas pornô. Fingi que isso jamais
aconteceu.

Sem outras opções disponíveis para mim, eu logo voltei para a


prostituição onde eu poderia pelo menos usar um preservativo.
Ninguém teria que saber que eu tinha Herpes. Aquilo seria o meu
segredinho. Liguei para velhos clientes e estava trabalhando à minha
maneira até que um dia, uma Voz interrompeu meus pensamentos,

“Shelley, você está indo na direção errada.”


Senti um aviso muito sério sobre mim enquanto dirigia na auto-estrada
60 em direção ao oeste de Los Angeles.

“PARE!” A voz explodiu em minha cabeça.


Lágrimas encheram meus olhos e eu argumentei: “Deus, eu não quero
voltar. Eu odeio a prostituição. Mas Você não está me ajudando.”

“PARE!” A voz cresceu novamente.


Eu não conseguia afastar a sensação horrível de que algo muito ruim,
algo pior do que eu jamais poderia imaginar estava prestes a
acontecer. Eu engoli algum Jack Daniels para aliviar a minha ansiedade.
Coloquei uma fita cassete para abafar a voz.

Tudo vai ficar bem, eu me tranquilizei.


Em uma queda súbita meu carro capotou no ar e eu vi de cabeça para
baixo a estrada dar voltas e voltas enquanto eu observava minha vida
como um flash diante dos meus olhos.

“CRASH BOOM!”
Meu carro caiu com o lado direito virado para cima perfeitamente. Em
estado de choque, eu peguei o espelho retrovisor. Nada de sangue em
meu rosto. Olhei para baixo. Sem sangue nos meus joelhos. Olhei para o
lado. A porta do carro estava esmagada por dentro, eu virei minha
cabeça. A janela traseira estava destruída.

Tudo foi esmagado, exceto eu. Eu não tive um arranhão.


Eu me arrastei para fora de minha janela e corri o mais rápido que
pude em choque. Olhei para trás de mim e vi as luzes da polícia
dirigindo-se até o destroços. Fiz um gesto para um motorista parar e
me pegar. Eu disse-lhe para me levar para casa. Ele queria me levar ao
hospital. Eu disse a ele minha filha estava em casa sozinha e que eu
precisava buscá-la em primeiro lugar.

Eu menti. Minha filha estava na casa da babá, mas eu precisava ira para
casa.

Quando nos afastamos, eu assisti pelo espelho retrovisor os carros de


polícia puxando para cima o meu Miata vermelho conversível.

O único pensamento em minha mente: Eu não quero ser acusada de


dirigir sob influência de álcool.
Fui para casa e chamei a polícia e menti que alguém tinha roubado o
meu carro em uma festa. Quando eu desliguei o telefone apenas fiquei
lá em estado de choque.

Talvez Deus estivesse falando comigo.


Oh sim, eu pensava sarcasticamente. Entre a Herpes e perto de um
acidente de carro fatal, Deus está, ENTÃO falando comigo.

Poucos dias depois, fui até a polícia para reivindicar meu veículo
esmagado. Eu andei em direção ao vermelho esmagado em assombro.
O carro era metade do tamanho que tinha antes do acidente. Isso é o
quanto ele foi esmagado. Apalpei dentro para pegar algumas das
minhas coisas e notei que o toca-fitas ainda tinha a fita cassete que eu
havia colocado antes do capotamento.

Ela ejetou para fora e eu pulei para trás. A música que estava tocando
durante o acidente era “Last Chance” (Última Chance), de Duran Duran.
Eu tinha noção.

Engoli em seco. Deus estava definitivamente falando comigo.

Uma Confissão
Ato IV

Dois Mundos se Colidem

XIV

Uma Confissão
poof, ele eStá
AquI!

Capítulo Quatorze
Eu estava tão entediada. Eu não tinha carro. Eu não podia dirigir em
qualquer lugar e eu estava cansada de pedir aos titios que me levassem
por aí. Eles não conseguiam manter suas mãos longe de mim. Eu estava
tão farta de homens.

Durante o meu tempo em "off" eu retirei os meus livros de Nova Era e


pratiquei minhas técnicas psíquicas. Eu percebi que Deus estava
tentando falar comigo então eu deveria tentar ir para o outro lado. Pelo
menos era o que a “voz” me dizia.

Eu acreditava em Jesus e em Deus e me lembrava de quando Jesus me


disse que eu era especial. Eu tinha apenas seis anos de idade, mas eu
nunca me esqueci da visão que tive de mim quando me vi pregando
para uma multidão de milhares de pessoas. Talvez houvesse ainda uma
possibilidade? Quero dizer, Ele tinha acabado de salvar a minha vida de
um acidente de carro que teria sido fatal.

Eu fiquei realmente boa em meus poderes. Eu praticava isso o dia todo


enquanto estava sentada no chão rodeada de velas brancas. Eu amava
velas. É claro que eu amava, eu era uma criatura das trevas! No início, a
voz parecia amigável e eu tinha certeza de que o Espírito Santo estava
falando comigo. O Conselheiro do tabuleiro Ouija disse-me que meu
espírito guia era Jesus Cristo. Ele também me disse que eu era uma
escolhida e que eu havia recebido grandes poderes de cura. É claro que
meu ego adorava ouvir o quanto eu era especial.
Em questões de mente e em matéria de manipulação de energia, eu
usei meus poderes para tudo. Se eu queria que o telefone tocasse,
POOF tocava. Se eu quisesse que cortina se movesse, POOF se movia.
Eu estava movendo e manipulando coisas a torto e a direita. Na
verdade, eu mesma movi (POOF) minha filha de quatro anos que caiu
do outro lado do quarto! Tudo do mundo psíquico vinha muito fácil até
mim. Claro, eu já era uma grande manipuladora.

Após cerca de seis semanas trancada em um mundo de Nova Era, eu


finalmente tive o meu carro de volta e queria mexer com as mentes das
pessoas. Eu também estava com pouco dinheiro e precisava conseguir
algum. Acabei em um bar em Covina, onde algumas bandas estavam
tocando.

Eu estava cuidando dos meus negócios até que alguém no bar tocou o
meu ombro. Virei-me para ver um cara alto Americano com cara de
quem foi criado à base de torta de maçã que me perguntou se eu queria
jogar bilhar.

Eu calmamente respondi: “Por bebidas, com certeza.”


Eu sabia que podia vencê-lo. Ele obviamente não sabia com quem
estava mexendo. Ele era apenas um menino para mim. Ele não parecia
ter idade superior a 23 anos.

Provavelmente mora com os pais, pensei.


Quando ele apareceu e acumulou as bolas com força dentro em um
minuto, comecei a me preocupar. Esse cara não era um estranho para a
mesa de bilhar. A vigarista em mim rapidamente se levantou. Eu não
sabia perder, e certamente eu não estava a fim de perder para esse
cara. Foi quando comecei a usar meus poderes de POOF.

“POOF!” Eu disse enquanto apontei minhas mãos para seu taco. Ele
olhou para mim como se eu fosse louca, riu, e fez o tiro perfeitamente.
Esse cara não tinha sido ainda incomodado por qualquer um dos meus
POOFS. Eu bebi um gole de Bacardi e recorri a outros meios de
manipulação: Eu puxei meu top para baixo. Foi quando ele perdeu a
tacada.

Quando acabamos as tacadas Kamikaze - nele, é claro. Foi quando ele


me pediu para jogar dardos. Ok, dardos são para nerds. Mas eu estava
entediada, ele me ofereceu bebidas grátis, e além disso, ele era um cara
legal. Ele não queria conversar com meus seios.

Aquilo era diferente.


Como ele estava compartilhando informações pessoais, o que eu nunca
tinha visto antes, eu percebi com o canto do meu olho que eu batia de
frente com seus grandes olhos azuis todas as vezes! Esse cara era um
vigarista ou algo assim. Ele me intrigou. Mas é claro que eu não estava
interessada em amor ou qualquer coisa. Eu estava interessada em suas
habilidades e especialmente em sua carteira. Talvez por trás desse cara
esperto houvesse um cara rico. Uma prostituta doente poderia ao
menos sonhar.

Alto, loiro e não muito bonito, ele tinha apenas 22 anos e trabalhava
em uma fábrica de caixas Ok, ele não tem dinheiro.

Esqueça, eu disse a mim mesma.

“Ei, qual é o seu telefone?” Ele me perguntou.

“Hum, eu não namoro de graça. Eu sou uma stripper. Somente com


dinheiro.” Meus olhos zeraram em seu bolso. Ele percebeu que tudo
envolveria dinheiro e por isso mentiu e disse que precisava de uma
stripper para uma despedida de solteiro.

“Certo”, eu disse a ele. “Este menino, provavelmente, irá mijar nas


calças se alguma vez ver uma mulher nua”, e ri. Eu lhe entreguei meu
cartão apenas para o caso de ele realmente precisar de uma stripper.

“Trezentos por hora, docinho. Te vejo”, e eu saí de sua vida para


sempre.
Uma semana depois o telefone tocou.

Deus, eu espero que não seja alguém da indústria pornô, eu me


preocupei.
Eu atendi ao telefone com um falso sotaque Inglês, “Ra-lo”
“Ei, Giovanni, você quer jogar sinuca esta noite?”
“Quem é?” Eu perguntei irritada com sotaque Inglês.
“Aqui é o Gary. Nós nos encontramos no bar algumas semanas atrás.”
Ok, eu tinha que pensar sobre que era esse um. Em todos os lugares
que eu ia, eu conhecia caras. Parei um segundo para tentar lembrar. Ok,
eu desisto.

“Não, eu não me lembro de você.” Voltei para a minha voz normal.

“Eu sou o cara que jogou sinuca e dardos com você.”

“Ohhh, ok eu acho que lembro de você. Hum, bem, é nite de sexta-feira.


Eu tenho que trabalhar esta noite.”

“Eu também tenho que trabalhar”, disse ele. “Eu só pensei que
poderíamos nos encontrar algumas horas antes de eu ir para o
trabalho às 22:00hs.”

“Não, não nesta noite, mas obrigada.” E desliguei o telefone. Eu não


tenho tempo para meninos. Eu precisava fazer algum dinheiro.

Mas o cara continuou me ligando! Durante o próximo mês eu disse a


ele “Não, obrigada” repetidamente e que eu precisava trabalhar. Quero
dizer, ele poderia ter me oferecido dinheiro. Dei indiretas o bastante.

Finalmente, em outra noite de sexta ele me ligou novamente. Desta vez


eu estava sentada sozinha em casa cansada de tentar pensar se eu
estava oficialmente de volta na prostituição ou não. Eu odiava o strip.
Eu odiava a prostituição. Talvez esse cara tenha me ligado na noite
certa!

“Ok, eu vou jogar sinuca com você, mas você compra as bebidas” Eu
disse-lhe sem rodeios. Achei que iria, pelo menos, tirar algo de ele. Sem
dizer que talvez fizesse alguns “negócios” no bar. Eu poderia puxar um
cliente em qualquer lugar.

“Claro, até breve!” Ele parecia um tonto menino de escola.


Onde eu tenho me metido, pensei.

Nós nos encontramos no bar e o cara me surpreendeu totalmente


naquela noite. Ele não apenas dirigia como um demônio veloz, mas ele
caminhou pelas bordas da mesa de sinuca com velocidade.

“P**M**!” Exclamei. “Onde diabos você conseguiu toda essa


metanfetamina?” Eu olhei para aquela cara dele de torta de maçã em
estado de choque. “Eu sempre tenho isso. Você quer voar?”
Bem, é claro que eu gostaria de voar, pensei. Eu perdi o embalo. A
indústria pornô foi o meu fornecedor de drogas por um tempo.

Uau! Pensei. Este poderia ser o início de um belo relacionamento de


longa duração.
Se ao menos eu soubesse.

Gary começou a vir mais com a sua metanfetamina. Nós cheiramos. Nós
conversamos. Ficamos acordados a noite toda e rimos. Ele era
realmente um bom garoto. Ele nunca tentou me tocar uma única vez.

Uma prostituta usada poderia se acostumar com isso, pensei.


Uma noite, ele trouxe jogo de damas.
“Um, para quê são os jogos de damas?” Eu disse com um olhar
engraçado.
“Eles são para se jogar, são bobagem.”
“Hum, eu não quero jogar damas.” Ele riu e definiu o jogo. Quando ele
disse que poderia me vencer em qualquer jogo, foi quando ele apertou
o botão direito. Eu era extremamente competitiva sem mencionar que
era uma louca por ter o controle principal. Ninguém se atreveu a um
jogo comigo e ganhou. Ninguém!

O miserável me venceu. Eu o odiava. É claro que eu queria jogar


novamente e novamente e novamente. De jeito nenhum eu poderia
deixar esse cara ganhar.

Jogamos Gin Rummy 5, Card Stud Poker, Texas Hold, e muito mais. Nós
apenas jogamos jogos. Havia anos que eu não jogava jogos com
ninguém.

Eu ainda não tinha contado a Gary sobre meu passado ou mesmo meu
horrível presente.
Eu estava esperando que nós pudéssemos apenas ficar no “jogo” e
apenas amigos por um tempo. Mas uma noite ele veio à minha casa e
me viu autografando uma foto para os guardas de segurança.

“O que é isso?” Perguntou ele.


“Bem, hum, eu era uma atriz pornô.”
“Ah, ok.” Ele simplesmente entrou em casa e montou o jogo de damas.
Isso foi estranho.

Eu marchei direto para dentro de casa e deixei escapar: “Você não sabe
que tipo de mulher eu sou? Eu sou uma vadia, uma prostituta, uma
stripper e eu trabalhava em filmes pornô!”

Afetado ele me perguntou: “Como você começou no strip?”


Eu não podia acreditar. A maioria dos homens teria me pedido para
fazer sexo imediatamente. Não o Gary. Ele realmente queria saber o
que tinha acontecido comigo. Então, eu disse a ele que fui expulsa de
casa aos 18 e acabei nas ruas de San Fernando Valley. Eu disse-lhe que
um cafetão me atraiu e me ofereceu dinheiro quando eu estava sem-
teto. Ele ficou chocado, ficou atordoado com a minha história trágica.
Todo o seu rosto mudou e ele estendeu sua mão para segurar a minha.

“Shelley, isso que aconteceu com você é terrível.” Pensei que ia


vomitar.

Oh droga, eu pensava. Esse cara realmente se preocupa comigo. Eu


puxei minha mão de volta.

Nervosa, eu rapidamente mudei de assunto e perguntei-lhe como ele se


envolveu com drogas.

“Papai e mamãe eram pastores.”


O quê? Pensei. Gary é filhinho de um pastor?
“Sim, meu pai traiu a minha mãe com a secretária da igreja quando eu
tinha 17 anos. Nossa casa nunca mais foi a mesma. Meu pai tornou-se
um marinheiro alcoólatra, o que desestruturou minha família. Eu
comecei a usar drogas quando tinha 20 anos de idade.”
“Você só está usando drogas há dois anos?”
“Sim”.

Oh, pensei. Esse cara é maduro. Gostaria de saber se ele ainda vivia
com a mamãe e o papai.
“Onde você mora?" Eu perguntei.
“Eu moro com meus pais em Chino.”
Oh droga, eu estava certa, pensei. Ele vive com seus pais.
Eu não podia acreditar que tinha deixado um inocente filhinho de
pastor entrar em minha vida.
Como eu não vi isso? Como eu não percebi isso? Eu comecei a pirar. Os
demônios em mim não estavam felizes.
“Shelley, você acredita em Deus?”
Maldição, ele quer falar sobre Deus. Eu tive uma sensação terrível de
ser encurralada.

“Claro que eu acredito em Deus. Fui criada na Escola Dominical quando


eu era uma garotinha.” “Algo” dentro de mim acendeu, porque eu
passei os próximos 15 minutos falando e falando sobre Deus.
Provavelmente era a rapidez do tempo.

“E então eu estava em uma peça da Igreja chamada, 'O Peregrino' e eu


encenei o Fiel, o peregrino, que é amigo de Cristão na Cidade da
Destruição.”

“Uau, eu conheço essa história. Você encenou Fiel?” Perguntou ele.

“Sim, e eu mesma memorizei o alfabeto de trás para frente quando


cantei a canção de Z a A. Na verdade, Deus me disse quando eu tinha
nove anos que o cara com quem eu me casaria um dia, seria capaz de
dizer o alfabeto de trás para frente o mais rápido que pudesse.”

Sem hesitar, ele disse:


“ZYXWVUTSRQPONMLKJIHGFEDCBA.”

Nós dois apenas olhamos um para o outro.


Furiosa, levantei-me e disse-lhe para sair.
Eu nunca queria vê-lo novamente. Corri para o meu quarto no andar de
cima freneticamente e olhei para o meu reflexo no espelho buscando
algumas respostas.

Vamos lá, Shelley, use suas habilidades psíquicas.


POOF, ELE ESTÁ AQUI!

XV
Uma Confissão

InVAdIdA pelo
Amor

Capítulo Quinze

Sob nenhuma circunstância eu me casaria com ele. Anos e anos de dor


enterrada e protegida pela parede sólida de pedra em torno de meu
coração negro, eu era impenetrável.

Joguei o pensamento sobre Gary fora de minha mente e corri de volta


às mentiras e uma mente doentia, o mundo escuro e familiar onde eu
me sentia segura: um mundo sem amor e sem luz. Eu desliguei meu
celular e fechei as cortinas rasgadas. Eu não teria nada a ver com ele.

Subi para tomar um banho para me lavar de tudo que Gary tivesse
depositado sobre mim. O fluxo de água quente em minha face, e
lágrimas que escorriam dos meus olhos. Eu o perdi.

A voz baixa sibilou para mim, “Nós não precisamos dele. Tire-o de sua
mente. Lembra-se de sua garrafa de Jack Daniels que está no
banheiro?”

Eu peguei a garrafa e bebi. A sensação de calor lavou meu corpo e eu


caí na cama desgastada. Enfiei meu rosto no travesseiro, e chorei para
dormir.
“Mamãe, você está bem?” Uma pequena voz me acordou.
“Ei querida, mamãe acabou de tirar uma soneca. O que você quer?” Eu
disse enquanto esfregava os olhos. “Há um homem na porta com uma
caixa.” “O que?” Eu estava irritada. Era provavelmente um dos meus
titios quebrando as regras novamente. Eles sabiam fazer isso e
aparecer sem avisar.
Idiotas.
Meio bêbada e zangada, eu fui lá embaixo e abri a porta gritando: “O
que você está fazendo aqui?” A voz por trás da caixa respondeu: “Eu lhe
trouxe uma caixa com panos. Eu vim para limpar sua casa.”
Meu queixo caiu.
Gary entrou direto em meu mundo até a mesa onde depositou uma
caixa de toalhas brancas dobradas. Ele olhou e sorriu para mim com
um pano na mão, enquanto eu ficava lá olhando.

“Shelley, me sinti mal por você. Sua casa é realmente uma bagunça.
Você precisa de alguém para cuidar de você.”

Então ele sumiu virando o corredor e de repente eu ouvi água corrente.

Senti um golpe terrível em meu peito. A dor irradiava pela minha


espinha através do meu pescoço até meu rosto e maxilares. Sentei-me
no sofá e peguei um cigarro do cinzeiro. Tentando freneticamente
acendê-lo, eu engasguei com a fumaça em meus pulmões arejados.

Eu não posso fazer isso, pensei enquanto a fumaça cinza explodiua fora
de mim. Balançando para frente e para trás em meu sofá com os braços
cruzados em volta de mim, um sentimento terrível tomou conta de
mim. Preciso de ar, pensei.

Caminhei até a varanda olhando em volta buscando qualquer coisa que


fizesse sentido. Não havia nenhum conforto. Não havia maneira de sair
desta dor horrível. Eu não conseguia respirar.

“Shelley, você está bem?” Uma figura além da fumaça veio em minha
direção.
Era Gary. Recuei. Eu estava com muito medo dele.
“Fique aí. Eu não me sinto à vontade.”
“Shelley, sou apenas eu, Gary. Eu não quero te machucar. Por favor...”
“Não! Afaste-se.” Fiz uma careta, joguei meu cigarro no chão e pisei
nele.

Corri para cima até meu quarto, tranquei a porta e me escondi sob os
lençóis da cama.

Tremendo e assustada com a dor intensa, clamei a Deus: “Deus, leve


isso embora. Por favor Deus, leve embora.” As vozes começaram a
gritar comigo:

Prostituta estúpida. Ninguém nunca vai te amar. Ele vai usá-la e ferir
você como todos os outros fizeram. Fique longe dele!

Outra Voz interrompia: “Shelley, aquiete-se e Me conheça. Gary foi


enviado por Mim para ajudá-la. É tempo.”

“Tempo? Para quê?” Eu perguntei a Voz. Esperei uma resposta, mas


houve silêncio. Até mesmo as outras vozes se foram.

Sentei-me e olhei no espelho para a mulher feia que olhava para mim.
Extensões de cabelo loiro saindo de minhas raízes escuras com círculos
escuros sob meus olhos, eu era um desastre horrível. Como Gary podia
até querer estar perto dessa bagunça?

Ele me deixaria, eu sabia apenas disso. Eu tinha que me proteger. Eu


coloquei minha cara de falsa e agi como se não me importasse. Desci
pelas escadas para acabar com tudo aquilo.

“Gary, eu...”
Ele virou-se com o sorriso mais angelical e uma cozinha perfeitamente
brilhante atrás dele.
“Sim?”
Eu fiquei sem palavras. Meu coração derreteu e o mal dentro de mim
recuou. Ele caminhou na minha direção, tocou meu rosto e me beijou
suavemente. Um beijo suave lento e caloroso, eu queria comer seus
lábios. Eu não tinha sido beijada suavemente por um homem em anos.

Nosso lindo beijo terminou e eu enterrei minha cabeça em seu peito e


chorei amargamente. Lágrimas enormes de anos quebrados jorraram
de meus olhos e a dor forte de ira, rejeição e ódio levantaram-se do
interior. Eu o empurrei violentamente e puxei meu cabelo.
“Eu te odeio! Odeio vocês!” Eu peguei o telefone e joguei nele. Eu joguei
a lata de lixo. Eu dei um soco no sofá. Eu cuspi. Eu bati. Eu chutei. Eu os
odiava!

“Eu odeio vocês! Eu odeio os homens! Eu odeio todos vocês! Vá para o


inferno f*** seus perdedores!” Eu arremessei minha concha do outro
lado da sala. Gary ficou chocado, mas manteve-se firme.

“Fique longe de mim! F***você!” Eu gritava violentamente para ele. O


mal dentro de mim era tão loucamente furioso que tudo desabou
dentro de mim.

“F*** seu perdedor. Seu mentiroso. Eu odeio você. Fique longe de


mim!”
Peguei uma faca de cozinha e ferozmente apontei para ele.
Apontando para ele cheia de raiva, eu lhe disse para dar o fora e ficar
fora para sempre.

“Inferno! Fique longe de mim, AGORA!” Selvagens fios de cabelo


descoloridos caiam em meu rosto, e eu respirava como um animal
feroz.

“Shelley, eu te amo. Eu te amo. Eu te amo. Eu não vou desistir de você.”

A faca escorregou da minha mão.


Meu corpo caiu no chão e eu chorei.
Seu amor avassalador me crucificou. Aquilo entrou no próprio núcleo
de cada decepção que eu havia sofrido e fez o impensável: me deu
esperança. Pela primeira vez em mais de 17 anos eu me senti
esperança em meu coração.

Destruída maciçamente no chão, Gary me envolveu em seus braços e


orou de coração.

“Senhor, peço-lhe para curar Shelley; para curar todas as feridas do


topo da cabeça até a planta dos seus pés. Eu sei que Você pode fazê-lo,
Jesus. Em seu nome eu oro. Amém.”
Foi a oração que mudou minha vida para sempre.
Aquela que Deus ouviu e que o inferno ouviu também.
E a guerra pela minha vida começou.

XVI

Uma Confissão

mAdAlenA
cASAndo

Capítulo Dezesseis
Um anel em forma de coração, eu disse sim. Eu não estava atraída por
ele. Eu realmente não o amava. Mas ele me amava. Era isso que
importava. Além disso, onde mais eu poderia encontrar um cara que
quizesse casar com uma estrela pornô com Herpes e uma filha?

“Shelley, por favor, case-se comigo. Deus me enviou a você.”


Deus sabe que eu sou uma vadia?
Dirigimos até Norwalk, Califórnia, em um dia de inverno rigoroso em
14 de fevereiro de 1995. Não houve casamento branco, apenas um
cinza nublado. Os passos frios do cartório eram o sonho de qualquer
menininha. Eu particularmente pensava que o cara sem-teto teria feito
uma menina feliz.

Como de costume, eu estava de mau humor naquele dia.


“Tem certeza de que não temos que agendar antes? Hoje está
provavelmente muito cheio.” Tentei pensar em maneiras de sair
daquilo. A realidade bateu em mim depois daquele primeiro beijo e eu
percebi que isso nunca iria funcionar.

“Não, não temos que agendar. Hoje é o Especial de Dia dos Namorados.
Eles estão ofertando casamentos o dia todo.”

Ótimo, o Especial de Dia dos Namorados, dããã que garota de sorte eu


sou, eu sarcasticamente pensava. Vestida em um vestido preto
estampado de floral, parecia que eu estava indo para um funeral. É, o
meu funeral, pensei.

Ficamos na fila e, em seguida, foi a nossa vez.

“Olá, posso verificar suas fotos da identidade?” Uma senhora por trás
de uma janela perguntou.

“Claro”, eu disse sem entusiasmo, enquanto lhe entreguei nossas


identidades e o formulário. Dessa vez eu era a da foto é claro.

“Quanto custa uma certidão de casamento?” Eu perguntei emburrada


com um olhar de nojo no rosto.

“Isso custa 35 dólares, por favor.”


Engasguei com minha saliva.
“Espere, quanto que você disse?”
“Isso custa 35 dólares, por favor.”
P***, eu pensei. Isso é o quanto eu tive que pagar para minha primeira
audição!

Então uma voz falou ao meu coração, “Trinta e cinco dólares para
entrar na indústria do sexo e trinta e cinco dólares para sair.”
Só Deus poderia saber isso.
Baixei a cabeça e olhei para os meus sapatos rasgados.
Deus poderia realmente me resgatar? Eu estava tão suja e indigna.
Gary pegou minha mão e me levou lá em cima até um salão branco e
brilhante onde outros casais esperavam contra a parede para o seu
número ser chamado. Eu parei e olhei para a parede contemplando a
enorme decisão de vida diante de mim. Vozes malignas tentaram me
tirar dali. Gary viu minha dificuldade e apertou minha mão firmemente
e disse: “Você consegue fazer isso, Shelley.”

“Eu não consigo fazer isso, Gary. Eu não consigo.” Eu me encolhi sob
minha respiração e virei meu rosto pálido para a parede branca. Gary
colocou os braços ao redor de mim por trás e sussurrou suavemente:
“Você consegue fazer isso Shelley, Deus está conosco.”

As vozes em minha cabeça argumentaram "Você está muito doente. Ele


vai deixar você. Ele não sabe que você está doente. Quando ele descobrir
sobre você, ele vai te deixar. Rápido, corra agora!”

Uma sensação terrível de doença tomou conta de mim e eu me senti


arrasada. As vozes estavam certas. Gary não sabia com o quê iria se
casar. Ele não sabia sobre a minha doença misturada ao abuso sexual.
Ele não sabia quão péssimos meus vícios eram. Ele não sabia que eu
era uma manipuladora e uma mentirosa. Ele não me conhecia
realmente. Ele não tinha noção do poderoso rombo que Satanás tinha
feito em minha vida. Era uma guerra para qual ele não estava
preparado.

“Gary, não podemos fazer isso. Não é justo com você. Eu não sou quem
você pensa que eu sou. Eu sou muito pior. Eu tenho tantos demônios.
Eu irei machucá-lo.”

“Shelley, você nunca poderá me machucar. Eu te amo. Deus está


conosco.”
“Eu não posso”, eu insisti enquanto puxei sua camisa e enterrei meu
rosto em seu peito.

Uma voz saiu da sala, “Número 15.”


Chamaram o nosso número. Eu olhei para Gary com medo em meus
olhos. Se ele não queria me ouvir, pelo menos, eu queria que ele
notasse o terror em meus olhos.

Ele pegou na minha mão com segurança e me levou até uma mulher
negra usando uma beca negra. Era um sinal, eu sabia disso. Olhei para
ele com medo de novo. Seus gentis olhos azuis sorriram de volta para
mim.

Repetimos os nossos votos ou devo dizer Gary repetiu. Eu estava


congelada em estado de choque. Só me lembro de dizer: “eu aceito”. Eu
aceito? Eu nem tinha uma vontade. Eu só tinha morte e destruição.

Saímos do prédio branco com as nuvens escuras e uma chuva


torrencial. Gary interrompeu a tempestade e me perguntou se eu
queria um hambúrguer na porta ao lado no Wendy. Eu balancei minha
cabeça negativamente em desgosto. Eu não gostava de comer carne.

A mente doentia se levantou em mim e eu repeli Gary com meu pedido


bizarro para se apressar e consumar logo o casamento. Era ritualístico
para mim. Ele me disse para, por favor, aguardar até que ele voltasse
para casa do trabalho. Ele queria me levar para um romântico jantar e
celebrar. Eu queria sexo sem sentimento frio e duro. Eu queria a odiá-
lo de qualquer forma.

Eu tive o que eu queria. Depois que terminamos, eu empurrei ele de


cima de mim e disse-lhe que queria o divórcio.

“Fique longe de mim! Eu quero o divórcio! Eu odeio você. Você não é


nada, além de um porco!” Dor e Abuso ergueram suas cabeças feias e
ameaçaram jogar alguma coisa nele. Ele imediatamente colocou suas
roupas e saiu. Seu semblante estava tão ferido. Eu sabia que tinha
machucado ele. Bom, eu odiava homens.

O mal em mim ficou satisfeito e nós comemoramos mais um fracasso


em minha vida com a nossa garrafa favorita de alívio: Jack Daniels.

Ele teria me deixado de qualquer maneira, eu tentei tranquilizar-me


com salpicos de Jack em minha garganta. Mas por que eu tenho uma
terrível sensação de que perdi a coisa mais importante de minha vida?
Eu me senti doente. Eu queria vomitar.
Oh Deus, eu pensei. O que eu fiz?
Eu queria morrer. A carga emocional era demais para mim e eu acabei
com mais uma garrafa de Jack. Eu coloquei no chão, segurando e
acariciando a minha garrafa. Ela era minha única amiga de confiança,
Jack.
Bêbada, adormeci.

“Shelley, Shelley, acorde.” Abri os olhos com um belo bouquet de rosas


vermelhas com um grande arco branco pendurado em minha cara.
“Hã?” Eu tentei me sentar.

“Eu te amo. Feliz dia de Casados querida,” disse Gary enquanto se


inclinou e beijou minha boca cheirando a Jack Daniels. Eu me senti tão
grosseira e indigna.

Eu lentamente agradeci e disse a ele que não queria sair para jantar. Eu
me sentia horrível por meu comportamento terrível e chorando me
desculpei. Ele colocou meu cabelo para o lado e beijou minha
bochecha.

“Está tudo bem, querida. Eu sei que você está machucada gravemente.
Estou aqui para você.”

Eu enterrei minha cabeça em seu peito forte e gemi. Ninguém jamais


me amou em minha vida como Gary me amou. Ninguém. Eu nunca tive
amor de uma mãe. Eu nunca tive amor de um pai. Eu só conhecia a dor
e o abuso desde quando era uma criança pequena. Eu enterrei minhas
unhas profundamente em sua pele e apertei-lhe com cada gota de dor
que eu tinha dentro de mim. Ele era a minha Cruz gigante, alguém que
poderia tomar a minha dor e me deixar pregada.

E ser pregada foi difícil. Golpeei-lhe com cada mentira poderosa, com
expressões de raiva e ódio, vulgaridades e maldades e ele suportou
isso. Ele tomou a dor insuportável por mim.

Ele se tornou Cristo para mim e eu me tornei sua prostituta


arrependida, como a mulher pecadora com sete demônios. Só que eu
tinha mais de sete. Eu tinha legiões.

Olhos pretos dilatados e um sorriso maligno contra o seu peito, que o


exorcismo começasse.
XVII

Uma Confissão

Você e quAl
eXércIto?

Capítulo Dezessete
Os próximos meses foram um verdadeiro inferno. Gary perdeu o
emprego e teve que ser submetido a uma cirurgia no joelho. Sua mãe
tentou fazê-lo se divorciar de mim. Sua tia chamou o serviço de
proteção à criança para tentar ganhar a guarda de Tiffany e seu pai
deixou sua mãe exatamente depois que nos casamos. O que mais
faltava?

O diabo não ia deixar-me sair tão facilmente.


Eu queria o divórcio. Gary queria lutar por nós. Então, ele parou com a
metanfetamina e se juntou ao Exército dos Estados Unidos.

Exército, pensei. Eu amo homens militares.


“Quando partimos?” Eu perguntei.
“Nós não partimos. Eu partirei”, ele respondeu de volta.

“Como é?”
“Shelley, eu tenho que ir para Formação básica por dez semanas na
Carolina do Sul e, em seguida, tenho que fazer formação avançada em
San Antonio, Texas por mais oito semanas. Mas depois disso podemos
estar juntos.”

O que diabos eu ficaria fazendo? Pensei.


Vou lhe dizer o que eu fiz. Eu fiz o que qualquer psicopata, e ex
trabalhadora do sexo esposa faria, eu fui a um psiquiatra e peguei um
atestado do doutor. Era a única maneira de o Exército me deixar
acompanhá-lo durante seu treinamento. Sim, eu manipulei o Exército
dos Estados Unidos.

Gary não estava feliz com a minha armação. Deve ter sido terrível
quando seu comandante o chamou ao escritório para lhe dizer que a
Cruz Vermelha tinha uma mensagem de emergência de sua esposa
depressiva e que ela precisava que ele fosse para casa para levá-la ao
Texas. Gary teve que refazer todo seu curso por causa da minha
armaçãozinha.

Bem, eu estava mentalmente doente. Não era apenas como eu mentia,


ou qualquer coisa. Era como eu usava isso.

Gary parecia tão bem quando o vi. Eu não podia acreditar.


Dois meses desgastantes de programa de treinamento básico do
Exército, e Gary parecia incrível! Ele também voltou com um novo e
poderoso nome: Soldado Garrett Lubben. O Exército não permitia
apelidos. Os militares fizeram sair o verdadeiro homem de dentro dele!

Garrett, eu poderia me acostumar com isso, pensei.


Havia apenas um problema. Garrett estava sóbrio, e totalmente curado.
Eu era uma fossa de transtornos mentais, vícios e fortalezas
demoníacas. Não só isso, Garrett tinha um novo e belo físico, enquanto
eu rapidamente ganhei peso na recuperação. Eu me senti mais feia, e
mais indigna do que nunca.
“Há apenas mais de você para amar, Shelley.”
‘Gee’, obrigada por perceber a minha gordura. Bem, pelo menos eu não
poderia voltar para a indústria do sexo. Ninguém iria me contratar
agora.

Quando chegamos ao Texas Eu tinha que encontrar um emprego. Os


militares pagavam quase nada a Garrett e por isso no primeiro dia que
chegamos a Fort Sam Houston, fui passear na rua e apreciar o pôr do
Sol e consegui um emprego como Bartender.

Finalmente, eu estava do outro lado do bar. Eu era uma profissional. É


claro que sim, eu era uma alcoólatra. Não havia bebida que eu não
pudesse inventar e os clientes me amavam. Nós festejávamos durante
todo o dia e noite, enquanto Garrett sofria com o treinamento militar
intenso. Eu só via ele nos fins de semana. Tiffany ficava com uma babá
no nosso conjunto de apartamentos. As coisas começaram a aparecer
para mim.

Infelizmente, eu cometi um grande e terrível erro. Uma noite quando


estava bêbada e o dinheiro tinha sido baixo, eu concordei tolamente
em fazer sexo por dinheiro. Em minha mente embriagada e
desarrumada, eu estava tentando ajudar a sustentar minha família. Eu
também era viciada em dinheiro rápido e fácil.

Demônios e o álcool tentaram destruir a minha vida mais uma vez. Eu


descobri três semanas depois que estava grávida e eu literalmente
entrei pelo cano. O homem que fez sexo comigo era negro. Garrett vai
me matar com certeza. Eu me odiava e queria morrer.

Na noite que fiz sexo com o homem, eu me senti tão culpada. Eu sabia
que aquilo era errado. A prostituição não era mais algo tranquilo para
mim. Eu me senti horrível, então eu só tive relações sexuais por cerca
de um minuto com um preservativo e depois o empurrei porque eu
sabia que era errado. Eu não poderia passar por aquilo e agora, aqui
estava eu, grávida.

Eu era uma mulher amaldiçoada. Eu tive que dizer a verdade Garrett.


Eu estupidamente chamei-o ao telefone.
“Garrett, tenho uma notícia terrível. Você promete não me deixar?”
“Sim, Shelley, eu prometo.”
“Eu fiz sexo com alguém quando estava bêbada...”
Garrett não disse uma palavra.
“... E agora estou grávida.”
O telefone desligou.

Eu realmente estraguei tudo desta vez, pensei. Entrei na banheira, abri a


torneira e chorei gigantes lágrimas de arrependimento. Eu estava com
a maior tristeza que já tinha sentido em minha vida. Eu odiava o que eu
tinha feito. Eu odiava meu pecado contra Garrett e contra Deus. Como
eu pude deixar isso acontecer?

Eu desesperadamente implorei a Deus: “Por favor Deus, por favor


Deus, deixe este bebê ser de Garrett. Por favor, perdoe-me e tenha
misericórdia de mim. Eu prometo te obedecer. Eu prometo!”

Garrett chegou em casa naquele fim de semana e não disse uma


palavra. Eu seguia ele, implorando seu perdão jurando a Deus, que eu
faria qualquer coisa para salvar nosso casamento. Eu prometi até
mesmo parar de beber.

Eu também lhe prometi que quando o bebê nascesse, se não fosse seu
eu lhe daria para adoção. Ele concordou em ficar ao meu lado não
importando o que acontecesse. Mas eu vi a dor em seus olhos. Eu
esmagara seu grande e lindo coração.

Garrett finalmente terminou seus estudos e recebeu ordens para ir


para Fort Lewis, Washington. Graças a Deus, pensei. Eu tive que sair
fora do Texas e me afastar daquele bar!

Nós cruzamos todo país dentro de um caminhão preto Datsun que eu


havia recebido em troca de dinheiro de um dos clientes do bar. A pobre
Tiffany teve que se sentar atrás do meu assento por três mil
kilômetros. Ainda bem que nenhum policial nos parou.

Depois de dirigir sobriamente ao longo da costa de Oregon, ouvi uma


voz internamente dizer, “Confie em mim, Shelley.”

Eu não tinha escolha a não ser confiar em Deus. Eu não tinha mais
ninguém para me apoiar.
Garrett estava fora o tempo todo e quase não falava comigo quando
estava em casa. Meus pais não estavam por perto e não se importavam.
Minha sogra não me suportava. Eu não tinha amigos para conversar.
Éramos apenas eu, Deus e o pequeno bebê crescendo dentro de mim.

“Bebê, lamento a sua mãe é tão estúpida. Eu realmente amo você.”


Olhei para baixo em lágrimas para minha pequena barriga. Meu
coração se partiu com o pensamento de ter que dar o meu bebê. Todos
os dias eu caía de joelhos e implorava a Deus que tivesse misericórdia e
que, por favor, deixasse o bebê ser de Garrett.

“Por favor, Deus, tenha misericórdia de mim. Você me salvou todas


aquelas vezes durante a indústria do sexo. Salve-me mais uma vez, por
favor.”
Eu chorei e chorei. Fiquei profundamente triste por meus pecados.

Eu era um desastre emocional. Comecei a ter regularmente lembranças


e pesadelos horríveis do meu passado. Imagens de homens
penetrando-me em todos os orifícios me assombravam todas as noites.
Eu acordava gritando e socando meu travesseiro. Durante o dia eu
vivia mudanças de humor constantes. Um minuto eu estava com raiva e
jogando coisas e no minuto seguinte eu estava no chão chorando em
lágrimas. Garrett pensava que eram hormônios da gravidez. Mas eu
sabia que era mais do que isso. Eu estava lutando contra demônios
reais e precisava de ajuda real.

Eu sabia que precisava ir à igreja. Desesperada por qualquer ajuda que


eu pudesse ter, peguei as Páginas Amarelas e escolhi a primeira igreja
onde meus dedos apontaram.

“Centro de Campeões”, soou boa o suficiente para mim.


O Domingo chegou, e nós chegamos a uma igreja glamourosa e grande
com nossa batida e feia Datsun. Eu estava tão envergonhada. Todos
pareciam felizes e brilhantes; mães e pais com crianças pequenas
felizes correndo por ali. Isso me fez estremecer. Eu odiava a família
onde havia crescido.

Assim que entrei senti um choque cultural enorme.


A música era ensurdecedora e as pessoas estavam pulando para cima e
para baixo e acenando com as mãos ao ar.
Por que diabos essas pessoas eram tão felizes, eu me perguntava.
“TODAS AS COISAS SÃO POS-SÍ-VEIS”, cantava e dançava um coral
estrondoso com pessoas vestidas de roxo.

Impressionada com as luzes brilhantes e a música poderosa em torno


de mim, eu caí em uma cadeira no meio da multidão e baixei a cabeça.
Paranóica, eu pensei que alguém poderia me reconhecer. Olhei para
Garrett e seu rosto se iluminou como uma criança em um carnaval. Ele
era acostumado com a luz e com a música. Eu era acostumada com a
morte e com as trevas. Eu apenas sentei lá e observei.

A música parou e um cara jovem entrou no palco louvando ao Senhor.


“O sucesso começa no Domingo!” O pastor explodiu. Então ele abriu um
livro e disse que estava ensinando sobre as nove testes que provavam
algum tipo de potencial ou algo assim. Nada disso fez sentido para
mim. Eu estava prestes a levantar-me quando ele parou e apontou o
dedo diretamente para mim.

“Você sabia que há uma campeã dentro de você?”


A verdade atingiu meu rosto como um caminhão de meia tonelada.
Chutando e gritando dentro de minha alma, a talentosa menina campeã
em mim estava morrendo de vontade de sair. Ela tinha sido trancada
em uma cela do inferno por mais de 17 anos e queria sair!

Tocada pelas palavras poderosas do Pastor, eu explodi em lágrimas


violentas, e 17 anos de dor reprimida explodiram para fora de mim.
Comecei a chorar por minha vida destroçada diante de todos. Um
estouro de um milhão de pedaços traumatizados, eu gemia sobre as
injustiças feitas contra mim desde quando eu era criança. Chorei de
dor pela maldade absoluta da traição dos meus pais. Eu soluçava sobre
o auto-ódio contra a minha própria alma. Eu odiava totalmente a mim
mesma.

Aquele culto todo se tornou o funeral de minha mentira e todo o mal


em mim foi exposto. Foi o verdadeiro encontro de uma vida toda, e isso
era apenas o começo.

O discurso sobre os mortos, e o meu inesperado funeral terminou


comigo enxugando as lágrimas e as palavras do pastor de conclusão:
“Resisti ao diabo e ele fugirá de vós.”
Eu soube então o que eu tinha que fazer.
Fui direto para casa, fiquei de joelhos e orei.
“Jesus, por favor, perdoe-me por todos os meus pecados, que são
muitos. Por favor, tenha misericórdia e me ajude a passar por esta
gravidez. Por favor, deixe o bebê ser de Garrett. Por favor, Senhor. Eu
sei que eu mereço ser jogada fora na rua, ou pior, mas Senhor, eu
desesperadamente preciso de você.”

Enquanto eu estava orando, alguém entrou na sala em minha frente. Eu


reconheci aquela Presença de imediato. Era Jesus. O mesmo Jesus que
eu conhecia quando era menina e o mesmo Jesus que foi comigo ao
estúdio pornô. Ele nunca saiu do meu lado por um momento. Eu me
arrependi por todos os pecados que tinha cometido e agradeci
totalmente a Ele por eu não estar queimando no inferno.

Mais alguém também entrou na sala. Uma presença escura intimidante,


eu reconheci a força maligna familiar. Mas o Senhor não tinha ido
embora. Forte e lindo, Ele estendeu a Sua mão e me desafiou a fazer o
impossível.

A Bíblia em minha mão, o bebê em minha barriga e uma fé de recém-


nascida, eu cheguei até Jesus e, juntos, nós declaramos guerra à
Satanás.
1) Minha linda mãe e eu no meu primeiro aniversário
2) Uma feliz garotinha de quatro anos de idade.
Eu cantando com meu coração para Jesus.
1) Eu como florzinha em uma peça

2) Ah, não era um anjo aos 8?


Eu no quintal frontal em Glendora.
O bosque atrás de mim era perfeito para brigas de laranja.
1) Eu no Halloween, vestida de bruxa sexy.
2) Eu e minha fantoche de Srta. Piggy.
3) Eu podia imitá-la e ainda consigo!

1) Eu REALMENTE adorava a Srta. Piggy e patins roller


também.
2) Com doze anos odiava meus óculos, mas amava meu
cabelo.
Eu aos 15 anos, com os sonhos de me tornar
atriz de Hollywood
1) Coelinha da Playboy aos 14 para o Halloween

2) Eu na 9° Série, para a torcida de time.


Eu, finalmente me formando no Ensino Médio em
1986
O pornô destruiu minha vida de 1993 - 1994
Heather, Patrice, Julie, Shelley, Jan, Vicky, e Tammy.
Ex estrelas pornô, ex strippers na Expo de
Entretenimento Adulto de 2009.
Shelley e Garret Lubben em
seu 15° aniversário de casamento no Dia dos Namorados de 2010
Uma Confissão

Ato V

Conheça Shelley #2

XVIII
Admit One

ISSo é ApenAS um
teSte

Chapter Eighteen

Bem-aventurado o homem que suporta a provação, porque quando ele


passar no teste, receberá a coroa da vida que Deus tem
prometido aos que o amam.
- Tiago 1:12

Na frente e no meio, eu estava naquela igreja todas as quartas e


domingos. Garrett estava sendo escravizado pelos militares, enquanto
eu estava aprendendo a passar por testes para provar o meu potencial
pessoal. Três meses de gravidez e esperança para o futuro, eu
começava meus dias com uma oração e uma folheada na Bíblia. À noite
eu trabalhava no restaurante mexicano Acapulco como garçonete.
De La Huera Loca a uma humilde garçonete mexicana, eu alegremente
recebia os clientes na porta, “Bienvenidos a Acapulco restaurante.”
Quando eu falava espanhol, meu chefe mexicano me perguntava onde
eu havia aprendido.
“Eu sou da Califórnia”, eu meio que sorria de volta.
Domingos eram meus dias favoritos da semana. Eu gostava de ir para a
igreja para pegar o melhor lugar. Tudo tinha a ver comigo, naquele
momento.

“A meta para cada empreendedor é passar no teste”, o pastor pregava.


Enquanto ele passava pela lista de nove testes para provar o nosso
potencial pessoal, eu falhava em todos eles.

“Você se ofende facilmente?” Perguntou ele.


“Não!”
“A respeito do teste de motivação, por que você faz as coisas que faz?”
o pastor perguntou à congregação.

Porque eu quero alguma coisa, dããã.


“Você tem paciência? Você pode passar no teste do tempo? Você pensa
a longo prazo?”

Eu gostaria que ele se apressasse, eu estou com fome. Minha barriga


grávida roncando.
“Você tem respeito pela autoridade que Deus tem colocado em sua
vida?”
Ninguém me diz o que fazer, pensei com um sorriso.
“Como é que os outros vêem você? Você pode passar no teste de
credibilidade?”

Engoli em seco. Eu odiava pensar em como os outros me viam. Eu tinha


certeza que muitos titios do meu passado poderiam comentar sobre
isso. Anos usando e abusando de homens entraram em minha mente.

O pastor interrompeu meus pensamentos. “Você será abençoado na


cidade e abençoado no país. O fruto do teu ventre será abençoado...”
Ok, essa uma era para mim, pensei. Olhei para o meu ventre estufado e
fiz um pequeno acordo com Deus. “Prometo obedecer-lhe. Só faça este
bebê ser de Garrett.”
O culto terminou e era hora de ir para casa e comer. Eu estava
morrendo de fome!
Peguei minha filha Tiffany de oito anos de idade da Escola Dominical e
fomos para casa para fazer uma comida da cozinha italiana: macarrão
com queijo. Sim, era bruto, mas eu não podia preparar alimentos
“especiais” eu não sabia como cozinhar. Tiffany gostava de qualquer
maneira.

Semanas úmidas e chuvosas de Washington se passaram e era hora do


meu primeiro exame de gravidez. Eu não tinha ido a um médico em
anos, exceto por causa daquela overdose. O que realmente nem conta.
Desta vez era especial. Eu esperava que eles me deixassem ouvir os
batimentos cardíacos do bebê.

“Shelley Lubben”, o nome ainda soava engraçado. Uma senhora sem


empolgação me entregou um monte de papéis e me disse para
preenchê-los. Sobrecarregada pela quantidade de perguntas que
fizeram, eu engasguei em voz alta. A experiente mãe militar sentada ao
meu lado riu e me deu as boas vindas à vida do Exército com o
“exagero de folhas de papel.”

O que quer que isso signifique, pensei.


Eu lentamente lia cada pergunta uma por uma.
Sem doença cardíaca. Sem doença renal. Nenhuma doença no sangue.
Sem HIV.
Era o que eu esperava.
Sem doença hepática, engoli em seco.
Era o que eu esperava novamente.
Eu me senti tão pressionada pelo meu passado. Eu só queria esquecê-lo
e as perguntas estúpidas eram nada além de uma lembrança horrível.
As vozes malignas disseram, Você nunca vai superar seu passado, sua
vadia.

“Saiam daqui em nome de Jesus!” Ordenei ao diabo. Eu empilhei os


papéis novamente e prendi com o clipe e despejei-os na recepção. Eu
não pude responder a todas as perguntas. Talvez eles não notassem.

Quase uma hora depois eles chamaram meu nome.


Finalmente, pensei. Este lugar era mais lento do que a minha avó.
Fiz um teste de urina, entrei na sala de exame militar e coloquei
minhas pernas grossas presas em estribos. Eu me senti tão humilhada,
o que era muito estranho para alguém que “fazia tudo” diante da
câmera. Eu tentei pensar em outra coisa. A porta se abriu e uma
senhora em um jaleco branco sem maquiagem entrou.

“Olá, sou a médica assim e assim e estarei fazendo um exame físico em


você, assim como farei algumas perguntas. Percebi que você não
preencheu alguns dos seus papéis. Preciso saber de algumas respostas
hoje.”

“Ok”, eu gemi.
Depois de um exame de olhos arregalados e um check up levemente
doloroso, a médica me disse que ela pensou que eu estivesse grávida
de quatro meses.
Sim, era exatamente o que eu também pensava.

Maravilha, eu realmente preciso de um milagre, pensei.


Então, ela levantou questões sobre o meu passado. Eu tentei esconder
minha vergonha olhando ao redor. A última coisa que eu queria fazer
era falar sobre meu passado. Mas a médica disse que era importante
para a saúde do meu bebê. Claro, puxe o lado maternal, senhora.

“Você já teve alguma doença sexualmente transmissível?”

Respire, pensei.
Cheia de uma vergonha sem precedentes eu respondi com um baixo,
“sim”.
Ela bateu a caneta e começou a escrever.
“Quais delas?” Ela olhou para minha cara como uma militar pálida.
“Herpes.”
“Será que você tem a vaginal ou apenas a por via oral?”
“Ambas.”
Ela continuou a rabiscar.
Espere, por que ela ainda estava escrevendo? Eu me preocupava.
Depois de alguns minutos ela me perguntou se eu estava interessada
em entrar em um estudo militar para as mulheres grávidas com
herpes. Eu começei a respirar novamente e percebi que não tinha nada
demais, o que eu tinha a perder?
A empresária em mim se animou. “O que eu recebo?” Perguntei.
“Nós não pagamos, mas você receberá ultra-sons e atenção especial se
participar do estudo.” A prostituta carente de atenção em mim sentou-
se e sorriu.
“Ok, eu farei parte do seu estudo.”
“Precisamos coletar um pouco de sangue hoje e nós também faremos
um teste de HIV” a médica disse. Engoli em seco. Havia aquelas três
letras do inferno. Como se eu não tivesse ouvido o suficiente na
indústria pornô. HIV era a maldita bomba da pornografia.

O exame terminou, eu peguei minha bolsa e saí pela porta. O estresse


me deixou com fome, então eu parei em uma lanchonete local e pedi o
hambúrguer especial de um dólar. Eu estava em uma nova dieta de
alimentos de um dólar. Tudo o que eu via por um dólar eu comia.

Eu estava engordando. Garrett chegou em casa depois de semanas no


campo e viu meus pneus e dobras de gordura. Acho que traumatizei
ele. Eu me senti tão envergonhada. Entre os testes de Herpes, estar
sóbria e ter um bebê anônimo, era demais para meu estômago de
recém- reformada mãe e ex-estrela pornô. Então, eu comia.

E lia a Bíblia. E eu assistia a programas cristãos.


E eu ouvia as fitas do Pastor, depois que ele pregava. Eu realmente
tentava obedecer a Deus em tudo o que fazia, mas era muito mais
difícil do que eu imaginava. Passar pelos testes de Campeã em uma
base militar cheia de homens e de álcool irá me matar, pensei!

Especialmente quando ouvi: "Quando minha avó tinha 92, ela


carregava coisas melhor que você ", cantavam belas vozes masculinas
na cadência enquanto eu olhava para seus físicos perfeitos enquanto
eu mastigava em um saco de batatas fritas.

Delicioso, pensei. É claro, eu que estou falando do salgadinho!


A sobriedade era dolorosa, para dizer o mínimo.
Eu realmente preciso de um tempo, Deus, eu pensei.

Era domingo de novo e eu peguei avidamente um assento bem na


frente. Com uma caneta e Bíblia na mão, rabisquei notas sobre o meu
boletim, enquanto eu tentava manter-me com o Pastor.
“...O meu povo está sendo destruído por falta de conhecimento.”
Não é de se admirar que a minha vida foi sugada, pensei. Ninguém
nunca realmente teve tempo para me ensinar nada. O Pastor continuou
com a lição. “As pessoas culpam os problemas pela falta de sucesso que
elas enfrentam. Se elas pudessem perceber os seus problemas como
suas oportunidades para provarem-se.”

Uau, pensei. Uma luz gigante entrou em mim. Eu nunca tinha visto
meus problemas como oportunidades. Depois outra luz entrou.

Espere, eu pensei. Se eu tivesse um monte de grandes problemas, isso


significaria na verdade, que eu tenho um monte de grandes
oportunidades.
Êpa, pensei. Esse cara é bom.
O culto terminou e fui para casa pensando em maneiras de como eu
poderia encarar meus problemas como oportunidades, para testar a
mim mesma. Lembrei-me das palavras do Pastor, “Pratique os
princípios de Deus de propósito” e eu não tinha que ser perfeita. Aquilo
foi um alívio! Eu também pensei sobre aquela coisa de conhecimento
que ele falou: “Meu povo perece por falta de conhecimento.”

Eu não quero mais perecer. Eu estava farta de ser uma perdedora na


vida. Então eu acordei de manhã e fui para a biblioteca pública mais
próxima. Quando passei pela porta, senti um refrigério enorme de ar
entrar em minha alma. A menina curiosa em mim estava viva e ela
estava animada para aprender!

Eu agarrei avidamente livros sobre tudo. De culinária a gravidez até


tipos de plantas no Estado de Washington, eu queria aprender sobre
tudo ao meu redor. O cheiro dos livros acalmou minha mente irritada.
Mas quando cheguei à parte de amamentação parei. Era tão doloroso
“esperar” por uma alegria tão especial quando eu não tinha certeza se
ficaria com meu bebê. Eu me enfiei em um corredor e baixei a cabeça
dolorosamente. Eu ansiava profundamente ficar com o meu bebê.
Lágrimas encheram meus olhos.

“Shelley, confie em mim. Pegue o livro” uma voz gentil disse.


Eu chorei. Foi tão difícil confiar em Deus. Eu tinha passado por tanta
dor e traumas do meu passado. Foi tão difícil confiar. Eu não confiava
em ninguém. Mas eu sabia que tinha que confiar em Deus.

“Ok”, respondi. Eu pego o livro.


Então aconteceu. Eu comecei a cozinhar! Garrett ficou traumatizado
novamente. Ele chegou em casa para uma refeição completa com pão
de alho e tudo. Sim, eu fiz espaguete. Eu era a WOP, lembra-se? Cozinha
Italiana era natural para mim. Lembrei-me de quando a minha avó
italiana me ensinou como fazer Vitela Scaloppini quando eu era
criança. Ela me deu algumas de minhas melhores recordações quando
criança. Eu queria ser como ela. Então, eu fiz espaguete e almôndegas e
meu marido faminto e minha filha Tiffany devoraram tudo. Minha
primeira refeição parecia-se mais com a Última Ceia: Santa e
sinceramente gostosa!

Não muito tempo depois que cozinhei a primeira refeição, o telefone


tocou.

“Shelley, precisamos que você compareça à clínica médica e fale com a


médica”. Uma voz do outro lado do telefone disse-me.
“Por que, o bebê está bem?” Ela parecia séria e isso realmente me
preocupou.

“Por favor, venha até a clínica e a médica vai falar com você.”
Eu apareci na clínica com grandes olhos preocupados, mas uma
confiança maior em Deus. Eu disse a Deus que realmente não estava
nem aí para qualquer má notíciaa. Sentei-me e esperei. “Apresse-se em
esperar”, uma mãe militar murmurou para mim.
Eu esperei e esperei e esperei. Finalmente chamaram meu nome,
“Shelley Lubben.”

Corri para o banheiro para fazer o eterno teste de xixi e corri para a
sala de exames. A médica veio imediatamente e apática disse: “Shelley,
lamentamos informar que você não pode estar em nosso estudo para
Herpes. Você não tem Herpes.”

Eu balancei minha cabeça. “Isso é impossível. Eu fui diagnosticada com


Herpes e estava em Zovirax”, retorqui.
“Não, você não tem o vírus Herpes Simplex”, disse a médica
inequivocamente. Em seguida, ela explicou que os militares ofereciam
testes avançados e que o Centro Médico Militar Madigan, onde eu
estava sendo testada, era um dos principais centros médicos do
Exército e que o Exército dos Estados Unidos não errava.

EU SENTEI LÁ ATORDOADA.

Então ela me examinou enquanto eu sentei lá com meus olhos


arregalados como dois Donuts. Quando ela terminou e saiu, eu
coloquei até minhas roupas do lado avesso. Então ouvi uma estranha
Voz dizer, “Shelley, eu lhe dei esse bônus por você me seguir.”

“O QUÊ?”

Eu não podia acreditar. Deus curou-me de Herpes simplesmente por


segui-Lo. Eu ainda nem tinha começado bem nos princípios de
Campeão ainda. Eu mal havia passado por alguns testes e agora de
repente eu era curada de uma doença incurável? Eu pensei que eu ia
desmaiar semi-nua. Inundada pela alegria e em completo choque, eu
fui atroplelando as ruas até em casa. Apenas dessa vez eu não estava
com fome. Eu não conseguia comer. Você está brincando?

DEUS ME CUROU DE HERPES!!!

Garrett chegou em casa, e eu passei meus braços em torno dele e dei


um beijão nele.

“Adivinha, bebê?” Um sorriso enorme passou pela minha face.


“O que foi, Shelley?”

Eu fiz a minha famosa dança do pregador negro ao redor da sala e


então eu pulei diante de seu rosto e gritei: “Eu fui curada de HERPES! A
médica disse que meu teste deu NEGATIVO E EU NÃO POSSO
PARTICIPAR DO ESTUDO!”

Garrett é claro queria saber todos os detalhes. Eu contei a ele.


Nos alegramos. Então eu o arrastei para o quarto e aproveitei o meu
novo estado conjugal livre de Herpes!

Os primeiros meses loucos eu nunca vou esquecer. Deus me testou em


tudo, desde o teste de ofensa ao teste de Herpes, o teste das pequenas
coisas para testar em um motorista do Estado de Washington, do teste
de HIV ao teste de credibilidade.

Eu também mencionei o teste de cozinhar alimentos? Oh sim, eu fui


exaustivamente testada e você sabe da maior?
Eu passei!

IXX

Uma Confissão

entreGA mIlItAr
eSpecIAl

Capítulo Dezenove
“Porque ele me amou, também eu o livrarei; porei de forma segura no
alto, porque conheceu o meu nome.”
- Salmos 91:14 (NVI)

Você pode pegar minha Bíblia quando você arrancá-la de minha


“paranóica, mentalmente perturbada, fisicamente abusada, fria e
mortal mão.” Eu estava tão determinada como um soldado a conquistar
meu inimigo. Nada iria me impedir de revelar-me a Deus e entregar um
lindo bebê caucasiano e saudável.

Então eu recebi a notícia com sete meses de gravidez.

“Senhora, seu bebê é pequeno. Precisamos fazer alguns testes e fazer


um ultra-som.”

Onde estão as boas maneiras por aqui? Eu balancei minha cabeça


enquanto olhava em seus rostos frios e pálidos.

Não me admira que eles sejam chamados de grunhidos, pensei.


Garrett e eu seguimos a enfermeira para a sala de ultra-som, onde
ainda, outra médica veio me examinar. Em um avançado centro médico
onde havia rumores de que armas biológicas secretas eram testadas,
eu nunca tinha a mesma médica. Comecei a me sentir como um
experimento humano.

“Seu bebê está brincando de esconde-esconde”, disse a médica com um


sorriso. Finalmente, um sinal de vida!

“Você pode dizer se é menino ou menina?” Eu esperava que fosse um


menino, mas é claro que eu adoraria se fosse uma menina.
“O pé do seu bebê está no caminho.” A médica tentou mover meu bebê
ao redor com sua sonda, mas por ele ser sapeca e teimoso, ela não
conseguia fazê-lo. Após 20 minutos ela desistiu e me disse para voltar
na sala de exame, onde poderíamos conversar.
E aí? Pensei.
“Seu bebê está sentado e é anormalmente pequeno devido a um
retardo uterino. Nós provavelmente vamos ter que fazer uma cesárea,
mas não para daqui a seis semanas.”
“Meu bebê é retardado?” Eu interroguei instantaneamente.
“Não, seu bebê não é retardado”, a médica tentou me tranqüilizar.

“Seu bebê não está crescendo adequadamente devido à insuficiência


placentária e é por isso que ele ou ela é pequeno. É chamado de
Retardo Intra-uterino de Crescimento e teremos que acompanhar o seu
bebê de perto.”

Eu comecei a chorar. Eu me culpava.


Como isso pôde acontecer? Pensei. Eu estava indo tão bem. Eu orava e
praticava tudo que a Palavra de Deus e o Pastor me ensinavam. Agora
meu bebê era retardado.

Eu comecei a hiperventilar.
Garrett tentou me acalmar. Ele se sentiu muito mal por mim. Ele viu
que eu estava atravessando o inferno e para mim, receber uma má
notícia sobre o meu bebê, ele sabia que era demais.

“Querida”, ele disse suavemente, “o bebê não é retardado. O bebê é


apenas pequeno para seu tamanho gestacional e a médica disse que
eles vão monitorar tudo de perto. Não se preocupe. Deus não lhe traria
esse fardo, ele lhe entregará um bebê saudável.”

Eu me derreti em seus braços.


“E Shelley”, ele levantou meu queixo e olhou para mim com seus olhos
azuis, “Eu quero que você saiba que eu confio em Deus que esse bebê é
nosso.”

Eu morri do coração e caí em prantos. Eu precisava desesperadamente


ouvir aquelas palavras. Seus braços grandes em torno de mim, sua mão
direita segurava minha cabeça enquanto eu chorava sobre o seu peito.
Eu sentia tanta falta de um melhor amigo. Com ele tendo que estar fora
por tanto tempo era difícil para nós estarmos juntos novamente.

Talvez este momento doloroso aconteceu por uma razão, pensei.


Emocionalmente e fisicamente desgastada parti para a recuperação de
minha antiga vida, o trabalho, a gravidez e as más notícias, o toque das
gotas de chuva me derrubaram em um sono profundo enquanto
Garrett nos levou para casa. Cento e cinqüenta deprimentes dias
chuvosos por ano, Seattle era conhecida como a capital do suicídio da
América; perfeita para uma estrela pornô em recuperação.

Uma escura e triste manhã, o momento da verdade finalmente chegou


no dia 3 de janeiro de 1997, e eu estava pronta para atingir o
impossível. A Bíblia na minha bolsa, Garrett ao meu lado e Jesus dentro
de meu coração, eu corajosamente entrei no hospital preparada para o
que estava por vir.

Sem expectativas e pronta para a libertação, as enfermeiras me


levaram para uma sala de cirurgia branca e brilhante. Garrett, um
homem de grande integridade e bondade sobrenatural, sentou-se
perto de mim e gentilmente segurou minha mão nervosa com a sua. Ele
sorriu para mim e me disse que estaria lá para mim não importava o
quê acontecesse. Apertei sua mão novamente e tentei segurar as
lágrimas.

Por favor, deixe o bebê ser Garrett, eu silenciosamente orei a Deus.


De repente, tudo mudou rapidamente. Rápidos e com conversas
calmas, os médicos agiram rapidamente à medida que puxaram com
força o meu ventre e eu senti o puxão. Comecei a me preocupar se a
anestesia ainda estava funcionando enquanto eu repetidamente
sussurrei o nome de Jesus com minha respiração.

Quando eu vi Garrett, um médico treinado em combate, levantar-se


para dar uma olhada mais de perto, eu sabia que o tempo estava
próximo. Olhos fechados e o coração firmado sobre a poderosa
verdade da Palavra de Deus: “Você pode todas as coisas naquele que te
fortalece”, eu depositei lá, no maior momento de fé da minha vida
quando do nada quatro inspiradoras palavras jorraram da boca de
Garrett:
“ELA É TÃO BRANQUINHA!” Então ele sacudiu sua cabeça para olhar
para mim com um sorriso radiante.
“Oh meu Deus, é uma menina?”

Enormes lágrimas de alívio explodiram dos meus olhos. Meu Deus se


manifestou a mim. O grande Guardião de Promessas de minha vida, eu
agradeci a Ele uma vez após outra pelo maior milagre em minha vida.
“Obrigada, Jesus. Obrigada, obrigada, obrigada Senhor”, eram as únicas
palavras que irromperam de minha boca por cerca de dez minutos. Os
enfermeiros nunca tinham visto uma mãe tão grata.

Depois que os médicos militares tomaram medidas para verificar todas


as fendas do meu novo bebê, uma doce enfermeira entregou-me minha
terna filha linda. Eu me apaixonei pelo meu bebê polvilhado com pó
branco imediatamente.

“Por que ela está cheia de pó branco?” Perguntei a enfermeira. Eu


pensei que talvez eles tivessem polvilhado pó de bebê para me dar
entrega “militar” extra especial .

“Oh isso é apenas Vernix, querida, um material branco em pó que


protege a pele do seu bebê. Como seu bebê nasceu prematuro, ela
ganhou pó extra.”

Então olhei para cima em um canto celestial no meu quarto e senti


Deus rindo. Aparentemente Ele era amável e engraçado.

Assim começou uma longa relação íntima com Deus, um verdadeiro


Pai, e não um cara sentado no céu com um martelo. Mas um Pai
amoroso que me amou e tinha um plano poderoso para minha vida.

Quando eu carinhosamente segurei minha filha recém-nascida Teresa


eu percebi que Deus me amava como eu amava o meu novo bebê.
Incrível.

XX

Uma Confissão
o trAumA do
corAção de
mAmãe

Capítulo Vinte

Certamente ele tomou sobre si nossas dores e as nossas tristezas.


- Isaías 53:4 (NVI)

Deus tornou-se meu Pai. Ele sabia o quanto eu precisaria Dele para
uma lata de vermes negros que somente um nascimento chocante
poderia pré-abrir.

Eu estava em tão grande alegria nos primeiros dias após o


surpreendente nascimento de Teresa. Recuperando-me de uma brutal
cesárea, mal notei a dor. Eu era muito apaixonada com os 2,500kg de
alegria nos meus braços. Teresa nasceu pequena, mas como seu papai,
ela tinha pernas muito longas. Com pouca gordura em seu corpo
minúsculo, a mãe heróica dentro de mim levantou-se na ocasião e
orgulhosamente cuidei pela primeira vez de meu bebê!

Por ser a primeira amamentação foi difícil, porque meus dutos de leite
foram danificados pelos implantes. Meu seio direito era mais
danificado do que o esquerdo, Teresa gritava a plenos pulmões quando
ela não tinha leite o suficiente. Frustrada e oprimida, eu chorava ao
tentar ler livros sobre amamentação.
Finalmente, depois de algumas semanas, comecei a conseguir tirar
leite. Amamentar o meu bebê de repente se tornou a mais bela
experiência da minha vida. As manhãs tranquilas para cuidar também,
eu aconcheguei-me com Teresa sob um cobertor grande e macio,
enquanto ela sugava ao som suave de chuva. A segurança e o conforto
que eu senti eram indescritíveis. Não só eu estava dando à minha filha
o dom da nutrição e calor, eu estava usando meus seios para algo
bonito. Eles já não eram objeto de abusos; meus seios deram vida a
outro ser humano. Eu me senti tão incrivelmente feminina.

Também me sentia extremamente deprimida às vezes. No começo eu


estava com raiva de mim mesma por não estar constantemente em
alegria. Mas então eu li sobre depressão pós-parto e descobri porque
eu era tão deprimida. Quando os sintomas perduraram e não foram
embora e pesadelos começaram a aparecer, eu sabia que algo estava
errado.

A entrada do trauma.

Toda vez que eu segurava Teresa eu tinha que lutar contra as lágrimas.
A esmagadora percepção de que minha mãe nunca me amou do jeito
que eu amava meu bebê começou a atormentar-me dia e noite.
Imagens do rosto de minha mãe gritando para mim entraram em
minha mente.

“Sua menina preguiçosa esquecida, você nunca limpa o seu quarto!”


“Porque você não pode ser mais parecida com sua irmã?”
“Que vergonha você me dar as costas!”
“Que vergonha você não honrar seus pais. A Bíblia diz que você não vai
viver uma longa vida e você sabe disso!”
“Você não sabia que você poderia ir para o inferno por causa disso?”
A pequena menina encolheu-se em mim com as palavras torturantes
de culpa, vergonha e as ameaças com que minha mãe me bombardeava
em grande parte da minha infância. Os gongos retumbantes de sua voz
irritante durante meus anos de adolescência eram ainda mais altos.
“Eu vou me certificar de que seu pai saiba sobre isso!”
“Não se atreva ou eu vou...!”
“Eu amo a sua irmã mais do que eu sempre te amei!”
“Eu vejo Satanás por trás desses olhos. Vou expulsar o diabo de você!”
E ela o fez. Ela pegou alguns panos ungidos que nós compramos de um
pregador na TV e jogou em mim, enquanto tentava expulsar o diabo de
mim.

“Em nome de Jesus saia dela!” Ela gritou na minha cara enquanto
pairava sobre mim. Cansada de sua boca gorda e sua voz alta e anos de
abuso emocional, tornei-me o diabo que ela professava viver dentro de
mim. A adolescente do inferno, eu olhei com meus olhos verdes ferozes
dentro dos olhos dela e com a minha melhor cara contorcida de
demônio em meu rosto eu assobiei e rosnei de volta, “Saia de cima de
mim, sua cadela!”

Minha mãe pirou e gritou para meu pai: “Venha rapidamente, Satanás
está dentro de Shelley!”

Meu pai veio até a porta do meu quarto, disse à minha mãe para sair de
cima de mim e então aplaudiu. Eu sorri e dei a minha mãe um olhar
sujo. Meu pai não era um idiota. Pelo menos ele sabia que eu tinha
talento.

Eu odiava tanto a minha mãe. Eu a odiava com paixão. Os pêlos em


meus braços se levantavam como se levantavam as sobrancelhas em
desaprovação quando eu pensava sobre suas palavras cruéis.
Preenchida com uma raiva incontida, eu queria quebrar alguma coisa,
mas Teresa estava dormindo no outro quarto. O amor por minha filha
me impediu de ter uma violenta explosão.

Então eu pensei sobre meu pai. Meu pai e meu herói, ele me traiu. Eu
soluçava novamente. Como eu ansiava pelo amor do meu pai. Eu queria
mais do que nunca que ele pudesse me segurar e proteger das imagens
assustadoras e de palavras abusivas de minha mãe. De repente senti
uma enorme raiva contra ele.

Como ele pode deixar que ela me tratasse tão horrivelmente?


Argumentei na minha cabeça.
Ele deve ter visto e ouvido ela me depreciar e gritar comigo, eu com
raiva pensamento. Mesmo os parentes sabiam que minha mãe tinha
uma boca grande. Mas meu pai era teimoso, e defendeu a mulher da
sua mocidade até o fim.
Então eu percebi que meu pai era egoísta no amor. Preferia suas
ferramentas e invenções porque minha mãe o aplaudia como seu
gênio. Fisicamente e emocionalmente abusado pelo próprio pai, ele
gostava de aprovação e isso minha mãe lhe dava.

Eu poderia ter dado a ele aquela aprovação, pensei. Eu era sua maior
admiradora. Um gênio criativo e cheio de vontade, eu era exatamente
como ele.

A menina em mim chorava por seu papai. “Isso significa que a senhora
bocuda roubou ele de mim!” Eu gritei na minha cabeça. Eu a odiava
tanto que eu não podia segurar mais, eu joguei um vaso e acordei
Teresa.

Ótimo, pensei. Agora eu odiava a minha mãe ainda mais.


Eu levei Teresa para fora do quarto e trouxe chorando o meu bebê para
o sofá. Assim que eu a coloquei em meu peito, ela parou de chorar.
Olhando para uma floresta escura da chuva incessante, lágrimas de
rejeição escorriam pelo meu rosto.

“Como é que ela não me ama como eu amo esse bebê?” A pergunta
queimava em meu coração. Então eu pensei sobre o Pastor e como ele
ensinou sobre o perdão. Foi a única coisa que eu absolutamente me
recusei a fazer. Eu poderia passar em quase tudo no teste, mas eu não
poderia perdoar minha mãe ou os homens que me magoaram. Aqueles
dois iriam sofrer uma vida inteira pelo que fizeram para mim.

Uma voz interrompeu meus pensamentos. “Mas se vocês não


perdoarem aos homens pelas suas ofensas, também vosso Pai não
perdoará as vossas ofensas.”

Aquilo colocou um amortecedor sobre coisas para dizer o mínimo. Mas


eu me recusei a ouvir a Deus. Eu não podia e não iria perdoar. Então,
eu internamente sofria quando amamentava, amaldiçoando e
remoendo toda ofensa já feita contra mim.

Quando me tornei obcecada com pensamentos do meu passado, eu


comecei a ter explosões de violência e abusar verbalmente de Garrett.
Na verdade, eu culpava Garrett por tudo de errado em minha vida. Era
culpa dele se eu estava tendo um dia ruim. Se chovia, era culpa dele. Se
não houvesse dinheiro, era culpa dele. Quando eu tinha pesadelos e
recordações, era culpa dele porque não me confortou o bastante.
Deprimida por semanas às vezes, eu o culpava por ter estado fora tanto
tempo. A amargura interior em mim se tornou incontrolável e Garrett
estava em seu limite.

Ao mesmo tempo em que eu estava culpando e odiando a todos, a


minha mãe começou a estender a mão para mim. É claro que ela o fez,
eu tinha acabado de dar à luz sua primeira neta legítima e ela era uma
avó orgulhosa. Então, ela preparou um Chá de bebê e eu voei direto
para a Califórnia com meu bebê de seis semanas de idade. Eu segurei
minha língua, mostrei meu bebê, abri belos presentes de parentes e
acima de tudo, eu tinha que ver minha avó italiana, Teresa. Sim, eu
liguei para Nona, mas seu verdadeiro nome era Teresa.
Eu a amava tanto que eu nomeei meu bebê com o nome dela.

Eu estava educada com minha mãe e até mesmo grata por ela ter se
achegado a mim. Talvez ela tivesse mudado, eu pensei. Infelizmente,
isso não foi suficiente para compensar o ataque de abuso verbal do
passado. Ela continuava me devendo algo.

Quando voltei para casa, as coisas pioraram. Ver minha mãe


novamente e minha família trouxe de volta memórias ainda mais para
me assombrar e eu desanimei. Não adiantava, mesmo que a mãe de
Garrett ajudasse. Eu me sentia como se todos me odiassem, incluindo
eu mesma. Eu era feia, indigna de ser amada. Eu não podia abalar a
crença arraigada de que ninguém me amava. Eu não acreditava até
mesmo em Garrett.

Comecei a trabalhar no restaurante mexicano alguns meses depois de


estar em casa com Teresa. A mudança de ambiente deu-me uma chance
de respirar, mas infelizmente eu respirava muito do ar de Tequila e
logo caí. Eu comecei a beber novamente amamentando minha filha de
seis meses. Alternando entre meus dois vícios favoritos, amamentação
e álcool.

Então eu fiquei mais deprimida.


O álcool só piorou as coisas e comecei a ficar fora de controle até que
eu caí no fundo do poço em 1997. Com o primeiro aniversário da
Teresa se aproximando e uma forte determinação para fazer uma
Resolução de Ano Novo, eu acabei na clínica de saúde mental do
Exército, o Departamento de Saúde Comportamental.

Era hora de buscar ajuda profissional, eu pensei.


“Shelley Lubben.” A enfermeira chamou meu nome. O mundo à minha
volta era excruciante. Crianças gritando e famílias se gastando na vida
militar, eu atravessei o corredor frio em uma sala vazia e esperei por
um psiquiatra. Uma pilha de folhetos altos sobre a mesa, eu folheava
panfletos sobre depressão, que só me faziam sentir mais deprimida.
Reparei pelo canto do olho um livro sobre Esquizofrenia fora de uma
estante. Engoli em seco.

Eu definitivamente não queria que o médico soubesse que eu ouvia


vozes.
Fora a depressão, entrou um homem alto, vestido com um poderoso
Uniforme do Exército e eu imediatamente me senti ansiosa. Ele
apresentou-se e tirou um caderno e caneta.

“Diga-me quais os sintomas que você está tendo, Sra. Lubben.”


Eu tinha tanto medo de lhe dizer, especialmente sobre os pesadelos e
lembranças. Eu queria sair correndo de lá. Mas eu estava desesperada
por ajuda.

“Eu tenho pesadelos, lembranças, calafrios e sensação de que algo está


me estrangulando à noite. Durante o dia eu sou realmente sonolenta e
muito deprimida.”

“Você quer se matar?” Perguntou ele.


Quê? Essa pergunta é uma armação. Pensei.
“Você vai me internar por qualquer coisa que eu diga?” Eu perguntei a
ele com as sobrancelhas levantadas. Eu não era burra o suficiente para
acabar na ala dos loucos.

“Bem, se você está prejudicando a si mesma ou aos outros, sim,


teremos de colocá-la em nosso programa de internação, onde você vai
receber cuidados médicos.”
“Bem, eu não estou atualmente tentando me matar, mas sim, eu tenho
tido pensamentos de morte do passado.”
“Você já tentou se matar antes?” Ele olhou para mim
inexpressivamente. Ok, agora eu tinha que ser cuidadosa. Eu mudei
para o outro lado da cadeira e casualmente cobriu a cicatrizes em meus
pulsos.
“Não, eu não tentei me matar antes”, eu menti. Eu tinha que mentir. Eu
não ia perder meu bebê por causa de perguntas estúpidas. Eu só queria
alguns medicamentos para ter algum alívio.
“Conte-me sobre o seu passado.”

Oh uau, pensei. Quanto tempo esse cara tem?

De repente, as palavras saíram de mim “eu fui uma dançarina por oito
anos.”
“Você tem alguma dor física por dançar?”
É claro que eu tenho, pensei.
Eu falei sobre o meu quadril esquerdo, o meu ombro esquerdo, o meu
lompo e pescoço. Eu lhe disse que estava com dor 24 horas por dia e
que eu machuquei meu ombro esquerdo quando fiquei realmente
bêbada e mergulhei em um palco de bar de topless.
“Você bebe álcool?”
“Eu estou sóbrio por cerca de duas semanas.”
“Você provavelmente está experimentando ainda levantamentos de
álcool. Que outras drogas você usou?”
“Hum, sim, eu usei todos os tipos de drogas. A principal droga que usei
recentemente foi o Êxtase. Embora eu tenha parado há 3 anos. Eu não
me sinto dependente de drogas. Mas eu definitivamente dependo de
álcool. Mas estou tentando não beber pelo bebê.”
“Isso é bom, Shelley. Conte-me sobre seus pesadelos.”
Eu não podia falar.
“Shelley, você pode falar sobre seus pesadelos?”
Uma terrível dor se formou em minha garganta e uma enorme e
ensurdecedora voz empurrou seu caminho para fora de minha boca e
de repente eu soltei “eu sonho com os homens enchendo a minha
garganta com seus pênis grandes e me sufocando!”
Então eu vomitei cada coisa horrível que eu já tinha feito no pornô e na
prostituição.
Enquanto eu estava tentando controlar minhas palavras e me cuspia,
notei que ele derrubou a caneta e largou seu caderno de anotações.
Aquilo não poderia ter sido um bom sinal.
No final da longa sessão, que parecia ter durado pelo menos cinco
horas, ele me diagnosticou com Transtorno Bipolar, Desordem do
Controle de Impulsos, Dependência de Álcool, Transtorno Depressivo,
e Transtorno de Estresse Pós- Traumático. Ele me receitou Zoloft para
depressão, Antabuse para o alcoolismo, Naproxen para dor nas
articulações, remédios para dormir e uma eternidade de
aconselhamentos.

Ok, agora eu sou oficialmente louca, pensei. Pelo menos eu tive a


satisfação de saber que eu era louca. Eu estava começando a pensar
que ainda estava possuída por demônios ou algo assim.
Uma voz maligna riu.
O psiquiatra do Exército escreveu a minha receita e enviou- me ao
conselheiro da gerência de raiva e para os atendentes do SAD -
Seasonal Adjustment Disorder (Transtorno de Ajustamento Sazonal). E
também fui diagnosticada com o Transtorno de Ajustamento Sazonal.
Devido aos 300 dias escuros de um ano no Estado de Washington, que
tal?

Com as nomeações feitas para o aconselhamento da gerência de raiva e


terapia "light", eu fui até a farmácia, peguei minhas drogas e fui para
casa na chuva de novo. Eu realmente senti falta da Califórnia.

“Não poderia simplesmente parar de chover por um dia?” Eu perguntei


a Deus.
Uma voz interrompeu meus pensamentos de novo “Shelley, você não
leu o meu livro?”

Eu teria pensado que era esquizofrenia depois de ler os panfletos, mas


a Voz era muito gentil comigo. Eu nunca poderia ser tão boa para mim.
De qualquer forma, eu sabia quem era. Deus o Todo-Poderoso estava
falando comigo durante anos.

“Claro que eu li seu livro, Deus”, eu lhe respondi levianamente.


“Leia um pouco mais. Há muito que quero ensinar-lhe.” Então Ele ficou
em silêncio. Deus continuava ali, mas a pequena Voz sempre era curta e
doce comigo.

No próximo domingo eu estava de volta na igreja e o Pastor começou


seu sermão, como de costume com as palavras explosivas, “O sucesso
começa na Domingo!”
Eu gostaria de poder ser bem sucedida, pensei.

Pastor Kevin instruiu a congregação a ir até Josué 1:8 e depois de um


minuto pronunciou as palavras: “Não deixe que o Livro desta Lei se
afaste da tua boca; medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de
fazer tudo quanto está escrito nele. Então, você será próspero e bem
sucedido.”

“Êpa, Deus não acabou de me dizer para ler seu livro?” Eu murmurei
para mim mesma. Então fui para casa e fiz o novo compromisso de ler a
Bíblia novamente.

Tão logo os anti-depressivos terminem, eu prometi a mim mesma.


Eu era fraca. Eu admito. Eu estava extremamente cansada também.
Não foi fácil tentar criar um bebê e uma criança de nove anos enquanto
trabalhava em um restaurante onde o álcool estava prontamente
disponível e anestesiar as feridas traumáticas de meu passado. Não foi
nem um pouco fácil. Na verdade, foi um inferno, e eu não via maneira
de como conseguiria fazê-lo.

Mas as palavras poderosas do Pastor repetiam em minha cabeça, “Há


um campeão dentro de você!”

Talvez ele estivesse certo, eu discretamente esperava.

Mas o velho pensamento negativo chutava e eu gemia para mim


mesma, “Mas eu não me sinto como uma campeã.” Então eu pensei
sobre como eu me sentia um lixo nas 24 horas do dia, sem ajuda ou
esperança a vista.

Apático ao meu partido de piedade, Deus interrompia em uma


estrondosa voz com as palavras: “Porque andamos por fé e não por
vista!” 2 Coríntios 5:7 ressoou em minha cabeça enquanto eu rabiscava
ele para colocar em meu mural.

Aqui, eu pensei. Agora colocarei em meu mural, onde eu tenho que


olhar todos os dias.
Satisfeita comigo mesma, eu saí sem saber que o versículo se tornaria o
primeiro de centenas presos às minhas paredes no futuro. Escrituras
temáticas como proteção de tela, Deus estava determinado a me
transformar em uma campeã.

Era apenas uma questão de tempo.

XXI

Uma Confissão

A melhor ruA

Capítulo Vinte e Um.

Um plano de batalha bom onde você age hoje, pode ser melhor do que
um plano perfeito para amanhã.
- General George S. Patton

Sóbria, tranqüilizada, e pronta para seguir em frente com o plano de


Deus para a minha vida, eu fiz uma ligação para o posto militar de
habitação para ver se a nossa casa para alugar de três quartos estava
disponível. Após um ano esperando e orando para mudarmos do
Exército para Fort Lewis, onde a grama era mais verde e as compras
eram mais baratas, foi finalmente a nossa vez!

Foi um sonho realizado para uma família militar muito pobre.

Quando a senhora do outro lado do telefone me disse que o nosso


número era de 517 na lista, mas por algum motivo “estranho” uma casa
tornou-se disponível para nós, de qualquer maneira, eu sabia que era
Deus.

O bom e velho Deus é quem vem por mim novamente, pensei. Enquanto
eu provava meu potencial e passava nos testes, Ele provava sua
fidelildade.

Nossa nova casa na Davis Lane era uma mansão em comparação com o
pequeno apartamento onde estávamos vivendo dentro de três quartos
grandes, utilitários pagos e um grande quintal verde com pinheiros, eu
estava em um paraíso verde do Exército! Eu humildemente agradeci a
Deus e pensei sobre tudo o que Ele havia feito por mim em tão pouco
tempo. Eu sabia que não merecia isso.

Mais de dois anos fora da pornografia e sem álcool, eu amei a nova rua
onde estava morando. O riso de crianças e vozes de mães conversando
sobre suas varandas, eu finalmente me senti parte de uma família.
Aceita em seu mundo, na verdade, foi a primeira vez na minha vida que
outras mulheres realmente gostaram de mim. É claro, eu esqueci de
dizer a elas que eu era uma ex-estrela pornô em recuperação!

Você está brincando?


De qualquer forma, eu era uma campeã vivendo a vida de uma Campeã,
onde nada era impossível, e tudo era uma oportunidade. Com meu
passado feio para trás de mim, eu corajosamente pisei em minha nova
rua e respirei o ar fresco.

Washington não era tão ruim, afinal, pensei.


Ainda trabalhando às noites no restaurante mexicano, mas sem o hálito
de Margarita, passei meus dias lendo a Palavra de Deus e criando
Teresa. Tiffany estava em sua nova escola e, finalmente, tinha alguns
amigos. Sua turma da quarta série era muito melhor do que a da
terceira classe. Pelo menos o ensino do Exército não estragou Tiffany a
colocando no grau errado de novo. Sim, isso realmente aconteceu com
a Tiffany!
E a vida foi ficando cada vez melhor e assim foi.
Agora se ao menos pudesse cozinhar, pensei.

Viagens ao Comissário [a mercearia do Exército] tornaram-se o meu


novo ambiente de aprendizagem, e doces senhoras vietnamitas
tornaram-se minhas professoras, especialmente sobre o arroz e a
carne.

“Você dever fazer carne moída. Ser muito bom”, uma senhora asiática
disse-me com as mãos cheias de carne moída.

Eu não sabia que existia carne moída, pensei.

Mas eu ouvi aquelas doces senhoras asiáticas e aprendi mil maneiras


de preparar carne moída. De casserole lotado, espaguete e almôndegas,
para Beef Goulash e bolo de carne, o Senhor sabia que eu não comia
carne, mas ainda assim Ele me fez cozinhá-la.

“Humilha-te perante os olhos do Senhor e Ele o exaltará” o Senhor


sussurrava em meu coração. Tiago 4:7 vinha sempre para mim!

No começo eu queimava minhas refeições de carne e isso tornou-se


muito desanimador, e eu queria desistir. Mas Garrett ficava agradecido
e fingia amar cada mordida queimada. Então ele fortemente me
encorajava a voltar ao Comissário e aprender um pouco mais com as
senhoras asiáticas.

Então eu voltei e desta vez eu fiz de tudo para falar com o açougueiro.
“Psst!” Eu olhei ao redor para me certificar de que ninguém estava
escutando.
“Desculpe-me, senhor, hum, por que você moe a carne?” Tocado pelo
fato de que eu não sabia nada sobre o alimento ou cozinha, o
açougueiro teve compaixão de mim, e amorosamente me explicou o
mundo da carne para mim.

“Não me admira que moam a carne”, eu disse, balançando a cabeça


enquanto segurava um pedaço de carne com sangue escorrendo dele.
Confortável em meu novo ponto de encontro de supermercado,
comecei abordar completos estranhos, perguntando-lhes quais eram
as suas receitas favoritas. As pessoas adoraram! Eles não podiam
esperar para compartilhar suas receitas comigo. Em uma base militar,
onde havia mais estrangeiros do que pessoas de Nova Iorque, eu
aprendi a fazer tudo, desde fáceis “iscas” de frango a carne e macarrão
asiático. A vida foi ficando melhor e eu estava me dando bem!

Infelizmente, a vida tem “escorregões”, depois que nos mudamos de


posto e eu comecei a me sentir tão bem que me dei permissão para
beber de novo. Não que eu fosse uma profissional em recuperação
alcoólica, eu não tinha ninguém para me orientar e de qualquer
maneira, todo mundo estava bebendo.

Sem me conhecer, a base militar era uma unida família. Com maridos
saindo constantemente, esposas de militares se amontoavam na casa
de quem tinha mais cerveja. Pobres, miseráveis e solitárias, os jogos
com cerveja e comida tornaram-se uma parte de nossa vida cotidiana.

Mas eu era diferente. Eu tinha uma campeã dentro de mim. Com a


igreja ainda no topo das coisas favoritas a fazer, todos os Domingos e
dias de Quarta-feira eu ia com fome buscar a verdade pedindo a Deus
para curar-me do meu passado. Cheia da solidão das saídas de Garret,
eu fui forçada a aprender a confiar em Deus para preencher o vazio. Eu
O conhecia como meu Pai, mas agora eu aprenderia a conhecê-Lo como
meu amigo.

“Abraão creu em Deus, e isso lhe foi creditado como justiça, e ele foi
chamado amigo de Deus.”

Comecei a entender que Ele não era o cara que dizem estar no céu, mas
um Deus gentil, doce e carinhoso. Que descoberta!

Especialmente quando o meu amigo Deus tomou tempo para me amar


me mostrar o que realmente aconteceu quando eu estava na indústria
do sexo. Pensamentos sobre mim no meu Miata vermelho passaram
pela minha cabeça, quando de repente uma visão mais clara dos anjos
guiando e escoltando meu veículo foi formada dentro de mim. Fiquei
surpresa. Em seguida, outro tempo que Deus me lembrou de como eu
andava em direção a um motel no centro de Los Angeles e uma voz me
alertou “PARE” e eu esperei. De repente um homem louco saiu
correndo do motel com uma faca ensanguentada e virei-me para correr
e vi um aviso luminoso em um edifício “Jesus Salva”.
Engoli em seco.

Ou uma outra vez, quando eu dirigia a uma centena de quilômetros por


hora e na pista da esquerda na rodovia 110 havia um carro estacionado
em minha pista. Quando mãos invisíveis agarraram meu volante e
puxaram o meu carro para a pista ao lado de mim, fiquei chocada.
Aterrorizada, eu olhei no espelho retrovisor para ver duas luzes
vermelhas refletindo em mim.

Deus visitou-me tão profundamente que eu não conseguia nem me


levantar durante o culto. Tudo que eu podia fazer era chorar pela
bondade de Deus. Eu não tinha absolutamente nenhuma idéia de que
Deus estava comigo durante esses oito anos, tão de perto. Mas Ele me
assegurou que o diabo teria me levado imediatamente se não fosse por
Sua proteção poderosa. Eu não podia suportar a idéia de quantas vezes
Deus me salvou. Foram provavelmente dezenas de milhares.

Deus também me mostrou como Ele me salvou de HIV. Eu não podia


mais suportar. Eu pedi a Deus para parar de me mostrar a verdade
sobre o meu passado e Ele o fez, pelo menos até o domingo seguinte
quando Ele continuou a rebobinar os anos e mostrar-me a dura
realidade do que realmente aconteceu.

Mentira após mentira, Ele me revelou, eu me tornei a rainha Kleenex


(lenços de papel), limpando a saliva e as lágrimas fora da minha cara
por anos e não meses, mas anos. Garrett sempre chegava em casa do
campo (militar) e ia à igreja comigo, Ele sabia de imediato quando me
entregar a caixa de Kleenex.

Foi incrível que eu fui capaz de servir no berçário. Praticamente desde


o dia que entrei naquela grande igreja, fui carinhosamente compelida a
servir no ministério das Crianças. A Igreja dos Campeões era tão
grande quanto era inteligente e tornou obrigatório a todos os pais que
usassem o berçário a servirem no ministério infantil, uma vez um mês.
Vai entender - Deus me usava mesmo que eu pensasse que era uma
completa destruição.
As crianças me amaram de qualquer maneira. Animada como uma
garotinha da primeira série eu entretia os pequeninos, com Noé e seus
animais na arca.

“Olá, crianças, meu nome é Noé e este é o meu barco!” As crianças riam
e me amavam enquanto meu fantoche de girafa cutucava seus
pequenos braços gordinhos. Finalmente, eu tinha um público que me
apreciava!

O Ministério das Crianças era o lugar perfeito para uma ex-prostituta


curar as feridas da infância, sem que ninguém soubesse. Eu
simplesmente adorei! Eu me senti tão segura e pura ao redor das
crianças. Deus sabia que eu ainda odiava homens e precisava de cura,
então Ele amorosamente me colocou no Ministério Infantil. Que gênio.
Mas eu sabia no fundo que eu tinha sido feita para algo mais, então eu
tentava me promover, em vez de esperar em Deus. Zelosa para usar o
meu dom de escrita criativa, eu me ofereci para a equipe de escritores
do Pastor no primeiro ano em que me tornei um membro. Algo me
disse que eles deram uma boa gargalhada quando leram a minha falta
de qualificações.

Mas eu estava “imparável” devido à descoberta bela da vida então eu


continuei indo em frente, e Deus ia dirigindo meus caminhos como Ele
me prometeu em Provérbios 3:5-6.

Confie no Senhor de todo o teu coração e não confie em seu próprio


entendimento, em todos os teus caminhos reconhecê-O, e ele endireitará
tuas veredas.

Eu obedeci a Deus e fiz o que Seu Livro dizia, e pratiquei Seus


princípios de propósito. Deus honrou os meus pequenos passos de
obediência e me abençoou com uma surpresa ainda maior de sucesso.
Quando eu estragava tudo, eu simplesmente confessava meus pecados
e confiava no sacrifício de Seu Filho Jesus para me cobrir. Achei que, se
Deus me amou o suficiente para salvar-me de algo como pornografia e
até mesmo ter a audácia de me limpar, eu tinha certeza de que o
negócio era sério.

Com Deus em uma missão de me salvar e me curar, quem era eu para


detê-Lo? Eu não entendia tudo, mas eu realmente tentei dar meu tudo.
Eu lia a Sua Palavra, orava, eu me humilhei e confiei Nele, através de
momentos “ui”, como o tempo que eu tinha que ir para a reabilitação
no Exército.

Sim, isso era uma chatice real. Imagine-me cercada por militares no
programa ISTOP - Intensive Short-Term Outpatient Program.
(Programa Intensivo Ambulatorial de Curto Prazo). Eu odiava isso, mas
eu não poderia obter o controlo sobre o álcool, então achei que um
programa secular iria me ajudar. Aconteceu o oposto, depois de deixar
escapar o meu trauma sexual a um grupo de homens fracos, eu sempre
era convidada para sair.

Que péssimo, pensei.

Pelo menos eu não os chamava mais de porcos. O que era uma


evolução do pensamento do ano passado, e de qualquer maneira, as
coisas estavam ficando melhores em minha vida. Não importava o quão
ruim ela parecesse ou quantos destroços haviam em minha caminhada,
eu sabia que Deus tinha algo melhor para mim.

Casamento melhor, vida melhor, saúde melhor, e uma sobriedade


melhor, Deus tinha um plano maravilhoso para minha vida e algo me
dizia, era melhor eu não perder!

XXII

Uma Confissão
não deIXe que oS
d’S pArem Você!

Capítulo Vinte e Dois

Minhas notas do Ensino Médio eram horríveis! Eu mal consegui um F


em computadores, um D em nutrição, e um D em arte, provavelmente
devido ao cigarro em sala de aula. Meu décimo primeiro grau não foi
nada melhor. Um F em História dos EUA, um D em matemática básica,
um D em digitação e um C em Inglês. Eu me perguntava como eu tinha
conseguido me formar!

Eu nunca tinha pensado que teria condições de voltar a uma instituição


educacional.

Como eu assistia Garrett indo até a faculdade no exército, eu me sentia


ressentida. Enquanto ele melhorava, eu mal conseguia fazer a
reabilitação do Exército. Enquanto ele trabalhava o tempo inteiro e
freqüentava a faculdade paga pelos militares, eu ficava em casa com as
crianças e trabalhava em um restaurante mexicano, enquanto tentava
me recuperar do álcool.
O que há de errado com isso tudo? Pensei.

Mas eu não fazia nada melhor, até um dia surpreendente quando


Garrett me levou para o centro de instrução militar para pegar os seus
livros. Sentindo-se mal sobre mim, Garrett notou meu semblante e me
perguntou o que estava errado.
“Eu me sinto como uma perdedora, enquanto todo mundo aqui é
inteligente e vai escola.”
“Você pode ir à escola”, anunciou ele rapidamente.
“Não, eu não posso ir”, eu respondi tristemente. “Eu, sempre tirava
notas D's na escola. Eu nem sequer faria o teste de admissão porque eu
sabia que nunca iria para a faculdade. Meu histórico escolar era
horrível”. Eu disse enquanto meus olhos tristes se dirigiram para o
chão.

“Shelley”, disse ele, “não deixe que os D's parem você. Qualquer um
pode ir para a faculdade, se quiser. Tudo que você tem a fazer é fazer o
teste de colocação da faculdade e eles vão colocá-la nas classes
adequadas para o seu nível.”
“Mas o meu nível é de matemática da oitava série e talvez décimo
primeiro grau de Inglês”, Eu miseravelmente respondi.

Garrett insistiu, “Shelley, isso não importa. Eles oferecem cursos da


escola de alto nível em faculdades da cidade. Por que você não faz um
teste de nivelamento e descobre em que nível você está? Você é tão
inteligente, Shelley. Você pode fazer qualquer coisa que você colque em
sua mente.”

Isso é o que minha Nona costumava dizer-me, pensei.

“Você realmente acha que é possível que eu vá para a faculdade?” Eu


perguntei com uma fina camada de esperança.

“Sim, Shelley!” As palavras de Garrett bateram em meu coração e de


repente os céus se abriram. Pelo menos foi o que pareceu. A gigantesca
luz entrou em mim e me levou até a mesa de admissão onde eu
perguntei se eu poderia fazer um teste de colocação.

“É claro, que dia você quer vir?” As lindas palavras da recepcionista me


deram esperança. Eu pedi para verificar pela data mais próxima
disponível e ela agendou em seu computador.

Bem, talvez haja uma chance para mim, eu imaginava. O próximo par de
dias eu fiquei muito estressada por causa do teste de colocação, mas
Deus esteve comigo, e finalmente o dia chegou. Orando e acreditando
em uma segunda chance de educação, entrei no centro de educação
militar e resolvi valentemente o teste.
E você quer saber?
EU PASSEI NO TESTE!

A conselheira da faculdade me informou que eu estava no nível


universitário para leitura e escrita e só na matemática que eu estava no
nível de pré-álgebra. Fiquei chocada além das palavras.

Pré-álgebra? Como isso é possível? Eu me perguntava.


Eu mal segurei as lágrimas na frente da mulher enquanto ela entregou-
me o calendário de cursos da faculdade para olhar. Muito feliz em ler a
lista, eu simplesmente escolhi jornalismo. Eu gostava de escrever e eu
estive escrevendo desde que era uma criança. Pensei no livro que
escrevi na quarta série. Pensei sobre o B+ em jornalismo que recebi na
escola, essa matéria e Discursos, eram as únicas duas matérias que eu
havia recebido boas notas.

Poucos cliques no computador dela e de repente eu estava oficialmente


inscrita para Jornalismo, e então ela me informou sobre programas de
assistência financeira do governo. Eu caí para trás quando ela me disse
que o governo pagaria a minha taxa de matrícula, livros e até creche.
Além disso, eu aprendi que poderia obter empréstimos para
estudantes sem verificação de crédito para ajudar a sustentar a minha
família financeiramente, enquanto eu participava da escola em tempo
integral!

Nenhuma verificação de crédito? Eu olhava para ela com espanto. Eu


pensei que aquilo era bom demais para ser verdade. Me belisquei, e
depois perguntei se ela tinha certeza sobre as informações que havia
me dado.

“Claro que eu tenho certeza, eu sou a orientadora.” Ela sorriu.

Animada além das palavras, eu rapidamente fui para casa, compartilhei


minha notícia exultante com Garrett e fiz ele me levar para o shopping
dos militares para comprar material escolar e o lápis n º 2. Então fiz ele
me levar ao oftalmologista para obter um par de óculos novos. Oh sim,
fui completamente transformada de uma alcoólatra lamentável em
recuperação para uma estudante universitária profissional do dia para
a noite!
Nada iria me parar agora, eu prometi a mim mesma!
Meu primeiro dia na Faculdade Pierce no outono de 1998 foi tão
bizarro.
Primeiro de tudo, não havia crianças. Em segundo lugar, eu queria
aprender. Em terceiro lugar, ninguém sabia o meu passado.

Perfeito.

Eu abri o meu livro na aula de espanhol e ri com o quanto aquilo


parecia fácil. Eu já sabia espanhol muito bem, então, era apenas uma
questão de aprender a parte gramatical. Eu particularmente gostava de
mostrar o meu nível de espanhol na frente de colegas “brancos”.

“Hola mis amigos, me llamo Shelley.” Eu até tinha o sotaque para baixo.
Baixei a cabeça e sorri enquanto silenciosamente agradecia a Deus
pelos apuros no México. Engraçado como uma aula de espanhol me fez
agradecer a Deus por um tempo horrível da minha vida. Deus
realmente estava trabalhando todas as coisas para o meu bem como o
Pastor ensinou-me a partir de Romanos 8:28:

E sabemos que em todas as coisas Deus trabalha para o bem daqueles


que o amam, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.

A aula terminou e eu estava por fora do Inglês. Eu não podia acreditar


o quanto havia esquecido desde o ginásio, a última vez que eu prestei
atenção em uma aula. De predicados para objetos indiretos, eu
instantaneamente me apaixonei pelo idioma Inglês.

Comecei a escrever poderosos trabalhos de pesquisa, um deles


intitulado “O temperamento do transtorno bipolar e o artista criativo.”
Ao contrário do outros jovens estudantes, eu escrevi a partir de uma
experiência pessoal. O professor adorou e eu tirei um A!

O próximo artigo que escrevi foi ainda mais profundo. Devido à minha
poderosa revelação de quem o Deus verdadeiro era, eu escrevi um
artigo intitulado “A Prova da Existência de Deus.” Toda a classe ficou
chocada quando viram minha intensa pesquisa, que incluiu as minhas
próprias descobertas a partir de um telescópio que eu comprei para
observar as estrelas e a lua todas as noites. Aquele tempo com Deus foi
maravilhoso. Ele falou-me profundamente durante a escrita daquele
trabalho e disse-me que um dia Ele iria me usar para provar ao mundo
quem Ele realmente era. Eu agarrei firmemente aquele sonho.

Minha próxima aula era Matemática 60, a turma mais baixa de


matemática oferecida pela Faculdade. Ugh, eu pensei. Eu
absolutamente detestava matemática desde o numeral até raiz
quadrada! A mais velha da sala, a única coisa com a qual eu me dava
bem eram os decimais. A vigarista em mim sorriu quando vi os cifrões.
Sobrancelhas levantadas.

No geral, meu primeiro dia na faculdade foi absolutamente o melhor


dia em toda a minha vida desperdiçada e eu estava pronta para mais! E
isso é, até que os deveres de casa se empilharam.

A realidade dos trabalhos de pesquisa, trabalhos de matemática e lição


de casa de espanhol começaram a me bater enquanto tentava me
recuperar do álcool e cuidar de Tiffany, Teresa e fazer o jantar todas as
noites. Comecei a odiar os ovos cozidos que fazia para minha família.

Mas eu perseverei e no final do primeiro trimestre ganhei um 3,73 GPA


(Grade Point Average- Média de notas) e fui para a Dean’s List (Lista de
melhores alunos). Espantada comigo mesma, eu liguei para meu pai e
disse-lhe que tinha tirado um A em álgebra. Ele ficou especialmente
chocado afinal, ele foi o único que sofreu durante as tentativas de me
fazer entender a matemática no ensino médio. Talvez tenha sido o fato
de que ele estava tentando ensinar álgebra a um adolescente
alcoólatra.
Mas eu discordo.

Mais do que feliz e no topo do mundo, eu continuei na minha busca


pela grandeza. Com Deus ao meu lado e verdadeiro amor-próprio por
mim pela primeira vez em minha vida, eu estava determinada de que
nada iria me parar, nem mesmo minha família traquinas.

O novo trimestre começou e eu finalmente consegui ter a minha


criativa aula de escrita. Eu rapidamente acomodei-me em uma cadeira
no fundo da sala e peguei meu lápis n° 2 e o papel da faculdade.

Desesperada por anos de criatividade bloqueada, eu mal podia esperar


para começar a escrever. O professor nos instruiu a escrever todos os
dias em um diário por todo o trimestre e explicou que deveríamos
escrever qualquer coisa que viesse à nossa mente.

Naquela noite eu deixei rolar e cara, aquilo fluiu! De uma terrível


infância ao meu passado terrível na pornografia, as palavras saíam de
mim como um rio selvagem correndo. Sem pensar no professor, eu
anotava cada momento explorado ou fugas, que vinham a minha mente
sem restrições. A escritora poética em mim estava sendo reavivada da
morte súbita como uma criança e eu me senti tão incrivelmente viva.
Um turbilhão de palavras e uma criatividade esmagadora, descobri que
eu era uma potente escritora que tinha cor!

Agora, se ao menos minha família percebesse que eu era uma


Shakespeare! Entre minhas filhas extremamente carentes e um marido
sonolento que queria que eu fosse para a cama com ele todas as noites,
às 20:30hs, eu pensei que iria morrer!

“Eu sou uma escritora criativa! Não posso ir para a cama às 20:30hs.
Deixe-me sozinha!” Fiz uma careta e disse-lhe para colocar o nosso
velho monstrinho de um ano na cama, enquanto eu voltei a escrever. A
cientista maluca em mim tinha sido despertada e ninguém, nem
mesmo parentes de sangue poderiam me parar.

Era minha vez de bradar, pensei com firmeza.


De qualquer forma, Garrett tinha sido criado em uma boa família e
frequentou Escolas cristãs toda a sua vida e não entendia o que eu
estava passando. Ele era um homem gentil e um maravilhoso protetor,
mas ele não podia dar-me o que eu mais precisava: a aprovação.
Eu precisava da aprovação de Deus em primeiro lugar e em segundo
lugar, eu precisava de minha própria aprovação. Algo que eu nunca
tinha feito em meus 30 anos de vida.

Enquanto me aprovava e disparava em grandeza, isso não aconteceu


sem dificuldades. Eu trabalhei incansavelmente e me empenhei além
dos níveis humanos, que eu não sabia que exisitam. Acordada a noite
toda com latinhas de Diet Coke, eu trabalhei em atribuições
exatamente até às 03:00hs e depois acordava novamente às 06:00hs
para alimentar minha filha Teresa. Tornei-me uma máquina. Mas eu
exagerei e caí em depressão e começei a ter pesadelos horríveis
novamente. Atribuindo-os ao estresse, pouco sabia eu que meu diário
escrito era realmente um ser humano em uma caixa aberta.

Talvez parar com o meu anti-depressivo quando as aulas começaram


não foi uma boa idéia, pensei. Então eu comecei a tomar a minha
medicação novamente, mas nem mesmo o Zoloft podia impedir a mão
de Deus de extrair os demônios que estavam trancados dentro de mim.
Horríveis lembranças e atitudes malignas, meu diário seria como um
dos maiores lançamentos do inferno humano já registrado lançado.

Deus foi fiel de um modo que eu nunca teria imaginado.


Não familiarizada com os Seus caminhos misteriosos, eu lutei com a
mão de Deus e mergulhei direto para a medicação e o álcool. Mas Deus
tinha o Seu caminho e me ajudou a combater meus demônios. No dia
14 de fevereiro de 1999, o meu quarto ano na recuperação e no
aniversário de casamento, eu inevitavelmente, fiquei grávida.

Eu estava furiosa para dizer o mínimo. Eu odiei tanto a Garrett que eu o


odiava até que nada sobrasse e então eu re-odiava novamente.
Eu gritei e culpei-o pela gravidez desde que ele não segurou até o fim
da “retirada” do negócio. Na noite do nosso quarto aniversário de
casamento, Garrett e eu bebemos champanhe demais e evidentemente,
isso não afetou sua capacidade reprodutiva.
Eu o odeio, pensei. Por causa dele, eu vou perder tudo, esbravejei.

Eu não queria estar grávida. Tudo que eu queria era média 4.0 e ter
sucesso pela PRIMEIRA vez em minha vida. Pelo renascimento de
minha vida ser arrancado de mim depois de tanto trabalho duro, eu
detestava até o ar que Garrett respirava.

Então eu tive a má notícia.


Quando eu acordei doente numa manhã e vomitei até meus miolos,
peguei um teste de gravidez e ele deu positivo, escrevi as seguintes
palavras cruéis para Garrett em meu diário em 28 de fevereiro 1999:

Caro Garrett,

Eu me pergunto se você realmente sabe o que tem feito para mim. Sinto-
me devastada, sem importância, estuprada, violada, culpada, quebrada e
acima de tudo não amada. Estou doente. Eu me sinto estuprada. Eu
nunca fui tão violada em toda minha vida. Você roubou algo de mim.
Você roubou a MIM!

Eu sei que eu valho mais do que a forma como fui tratada no dia 14 de
fevereiro. Algum dia eu vou estar com alguém que me ama, mas até esse
dia eu vou, infelizmente, estar em seus braços e irremediavelmente
dedicada a alguém que não sabe o que é o amor. Você não é mais o meu
herói.

Cheia de ódio contra Garrett, tornei-me distante e até mesmo mais


focada em meu curso. Enfiei minha família completamente fora do
caminho e, nesse momento, era tudo sobre mim. Se eu tinha que sofrer
e estar grávida, todo mundo sofreria comigo. Essa foi a minha atitude
horrível.

Eu tentei com todas as forças ignorar a minha condição de grávida e


atingir média 4,0. Mas, infelizmente, eu me tornei sonolenta demais e
doente para prestar atenção na aula. Um ano depois de começar a
maior aventura de auto-descoberta da minha vida, ela foi
completamente arrancada de mim. Eu tive que cair fora da faculdade.

Eu bati um novo nível de depressão e não podia e não iria sair da cama.
Quem mais se importava, eu pensava. Eu pensei que Deus estava me
punindo pelos meus pecados do passado e pelos atuais, então eu
poderia muito bem apenas ficar deitada na cama enquanto Ele me
chicoteava até a morte.
Então, Deus teve uma conversa comigo numa manhã bem cedo.

“Shelley”, uma voz suave me acordou: “Pois Eu sei os planos Eu tenho


para você” diz o SENHOR, “planos de fazê-la prosperar e não de
prejudicá-la, pretendo dar-lhe esperança e um futuro.”

Ele me lembrou de Sua fidelidade do passado e que Ele estava


trabalhando em todas as coisas em conjunto para o meu bem. Ele me
pediu para confiar nele e doar minha vida para minha família. Foi a
coisa mais difícil que eu já tive que fazer. Só Deus sabia do que eu
realmente estava desistindo naquele momento.
Meses se passaram, mas eu ainda lutava contra o álcool. Eu tive que
desistir de meus outros medicamentos pelo bebê, o que chocou o meu
organismo com ainda mais pesadelos e insanidade. Meu corpo estava
acostumado com Zoloft e pílulas para dormir, mas agora eu tinha que
ter abstinência por causa do bebê. Da noite para o dia eu virei uma
lunática alucinada lutando contra demônios. O álcool lutou duro e me
venceu por uma parte da gravidez. Mas eu contra ataquei severamente
também. Eu lia todos os livros sobre gravidez que pudessem chegar em
minhas mãos. Eu queria ver o bebê. Eu queria ver os órgãos sendo
formados para que eu pudesse ter empatia para com o bebê. Eu queria
amar o bebê mais do que tudo. Mas eu não podia. Eu não podia amar
qualquer coisa além de mim mesma, naquele momento terrivelmente
egoísta. Foi quando eu descobri quão feia eu estava por dentro.

Eu precisava de um milagre sobrenatural, mas não tinha nenhum à


vista.
Garrett estava frustrado e preocupado pelo bebê, mas mais do que isso,
ele estava preocupado com o inferno que eu causaria a qualquer
membro da família que se aproximasse a dois metros de mim. Ele orou
e tentou manter a paz enquanto eu ficava no cantinho e lutava com
Deus.

Finalmente, um pequeno progresso. Eu assisti “História de um Bebê”


na televisão e tornei-me instantaneamente viciada. O monstro criativo
em mim foi imediatamente aliviado quando vi a maneira única como
mães deram à luz seus bebês. Eu queria ser criativa e também
continuar o meu percurso artístico de auto-descoberta, por isso, decidi
ter um parto em casa.

Se elas podem fazê-lo, eu posso fazer também, eu orgulhosamente


pensei. Liguei para uma parteira e um novo mundo se abriu para mim.
Uma mulher centrada no cuidado, eu aprendi sobre ervas naturais e
como criar um agradável ambiente uterino para dar um poderoso
nascimento ao meu bebê.

Deus foi fiel para substituir a minha perda, com algo ainda mais bonito
e criativo.
Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem a mente pode saber o que
Deus tem preparado, a canção “Chova Espírito Santo” tocava em minha
mente enquanto eu pacificamente lia os livros de bebê.

Eu pedi a Deus e ao bebê que me perdoassem pelo meu egoísmo


extremo e eu me re-comprometi a ler a Palavra de Deus diariamente.
A Faculdade tinha se tornado um ídolo para mim e Deus foi fiel para
remover o ídolo e despejar em mim a coisa que eu mais precisava, Sua
Palavra.

Embora eu ainda lutasse por vezes com o demônio do álcool, eu pedi a


Deus para proteger meu bebê e ter misericórdia de mim e me ajudar a
lidar com a doença mental. Assombrada pelo meu horrível passado, eu
aprendi como lançar meus cuidados sobre Jesus e confiar plenamente
em Deus de que as lembranças não definiam quem eu era. A Palavra de
Deus definia quem eu era. Agarrei-me firmemente às palavras
reconfortantes em 1 Pedro 2:9:

Mas vocês são um povo escolhido, sacerdócio real, nação santa, pessoas
que pertencem a Deus, para que vocês possam declarar as virtudes
daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz.

Eu fui escolhida por Deus para um momento como esse, eu disse para
mim mesma enquanto esfregava minha barriga grande, enquanto
ouvia com um estetoscópio os batimentos cardíacos do meu lindo
bebê. Eu era incrivelmente grata a Deus por meu bebê estar saudável e
em movimento. Em lágrimas, pedi a Deus que me perdoasse pelas
poucas vezes que fiquei bêbada durante o segundo trimestre. Eu me
odiava totalmente e queria me matar se eu não estivesse grávida. A
vergonha e uma tremenda culpa por beber durante a gravidez já
teriam me matado.

Mas a morte não conseguiu impedir o que Deus tinha ordenado para
acontecer e em 17 de novembro de 1999, cercada por luz de velas e
pela família, entrei em trabalho de parto na minha banheira quente e
relaxante. Focada em minha mente na respiração controlada e na
esplêndida imagem de uma flor se abrindo, me tornei uma em mente,
corpo e alma. Após várias horas de trabalho concentrado, com a minha
mão agarrada na de Garrett, tomei um último suspiro profundo e dei
um impulso vigoroso até que senti meu bebê ser suavemente
empurrado para a água morna.

Buscando ar após o poderoso sentimento da libertação, eu vi meu lindo


bebê lentamente vir à tona na água. Gracioso e pitoresco, esse era o
momento mais bonito de minha vida inteira. O som suave da água, e a
parteira ergueu minha filha recém-nascida para cima e suavemente
colocou no meu peito molhado. Ainda ligada ao cordão umbilical ligado
ao meu ventre, ela me olhou nos olhos sem fazer um ruído.

A parteira me instruiu a soprar em seu rosto a fim de estimula-la a


respirar, mas eu estava muito atordoada no momento. Era muito
incrível para captar, então Garrett inclinou-se e gentilmente tocou no
rosto de nosso bebê.
Um momento suspenso no tempo, Abigail Lorraine Lubben deu seu
primeiro respirar. Sem uma única lágrima ou palavra expressa, a sala
ficou em silêncio enquanto a nossa família sentou-se em temor pelo
fenômeno celeste que tinha testemunhado. Cheios de profunda
gratidão a Deus, nós ponderamos no milagre incrível em nossos
corações e adoramos.

Naquele momento incrível eu conheci o verdadeiro Deus Altíssimo de


uma maneira que eu não tinha pensado ser possível e eu literalmente
compreendi o livro no Apocalipse o motivo de as pessoas no céu
lançarem suas coroas para Deus quando estão diante dele:

E quando os seres viventes davam glória, honra e graças à Àquele que


está assentado no trono, aquele que vive pelos séculos dos séculos, os
vinte e quatro anciãos prostravam-se diante daquele que está assentado
no trono, e adoravam ao que vive para sempre e eternamente, e
lançavam as suas coroas diante do trono, dizendo: “Tu és digno, nosso
Senhor e nosso Deus, de receber glória, honra e poder, porque criaste
todas as coisas, e por tua vontade existiram e foram criadas. "
- Apocalipse 4:9-11 (ESV)

Naquele momento maravilhoso lancei minha coroa diante de Deus e


pedi a Ele que continuasse fazendo o impossível em minha vida.
XXIII

Uma Confissão

chAmAdA de
AlertA

Capítulo Vinte e Três

Grandes peitos, corpulenta, com bigode e gordura espalhada, Helga a


juíza alemã marchava em meu quarto. Ela me deixava assustada.

Eu deveria ter escutado a Deus, mas desde que eu tinha tido um


momento complicado em “Ouvi-Lo” sobre o tema do álcool, Ele me
mandou Helga. Pelo menos eu adivinhei que o nome dela era Helga. Ela
era uma senhora alemã com a missão de me deixar sóbria.

Bêbada e estupefata por uma noite de bebedeira, eu andei mais de três


quilômetros ao hospital militar e me enfiei na ala 5 Norte, a ala da
saúde mental. Eu estava desesperada por ajuda, porque eu não
conseguia parar de beber, mesmo depois de todos os incríveis milagres
que Deus havia feito em minha vida. Eu batalhei com um demônio
feroz que não queria deixar a minha vida. Mas Helga, uma mensageira
celestial de Deus, de bom grado colocou o medo do álcool em mim.

Ela foi enviada por Deus. E Deus queria negociar.


“Quantos filhos você tem?” Ela me perguntou com sua voz alemã
poderosa.
“Hum, eu tenho três. Eu tenho uma de 5 meses. O nome dela é Abigail”
eu mal respondi.
“Você amamenta seu bebê?” Os olhos dela estreitaram e seu lábios se
apertaram enquanto ela se inclinou para frente com as mãos enormes
nos quadris.

Intoxicada com álcool e sob a influência da depressão pós-parto, eu


gritei: “Sim, eu amamento meu bebê. Sinto muito. Eu preciso de ajuda
com a bebida.” Eu chorava em prantos com os olhos vermelhos.

Helga me olhou como se eu fosse o pior pedaço de carne viva na face da


terra e gritou comigo por bons cinco minutos.

“Que tipo de mãe amamenta seu filho ao beber álcool?” ela exigiu saber
enquanto apontou o dedo para meu rosto. Ela falou, falou e falou sobre
as coisas terríveis que eram prejudiciais à saúde do meu bebê. Já
bêbada e severamente deprimida, ela colocou o último prego em meu
caixão.

Então, ela olhou o meu histórico de saúde mental e viu que eu estava
lutando com o álcool durante anos, ela jogou a minha pasta e me deu
um tapa na cara com as palavras mais assustadoras que eu já ouvi:

“Você não terá mais a custódia de suas filhas. Você é uma mãe incapaz e
você não merece seus bebês. Vou chamar o comandante de seu marido
e ele vai disciplinar seu marido por permitir que o abuso dessas
crianças continue em casa.”

Eu sobriamente implorei por misericórdia. Chorei e jurei de cima para


baixo e de baixo para cima que eu faria qualquer coisa que pudesse
para ficar com minhas filhas. Ela me ignorou e saiu da sala e eu clamei
a Deus por uma tremenda misericórdia naquele momento.
Deus não respondeu.

Dois homens entraram na sala e me disseram para sentar-me em uma


cadeira de rodas, e me levaram para uma sala isolada, sem objetos
pontiagudos na mesma. Mais solitária do que em qualquer cela, eu
estava em um inferno psicótico e no ponto mais baixo de minha vida.

Depois que eu me forcei a dormir e o efeito do álcool passou, na manhã


seguinte, meu marido de 1,93m entrou com uma cara que dizia tudo:
para ele bastava. Eu sabia que ia perdê-lo e eu desesperadamente
implorei por clemência e jurei por tudo que eu faria qualquer coisa
para parar de beber.

Ele não acreditou em mim.

O momento não poderia ter sido pior para nós. Em duas semanas nós
estávamos programados para nos mudar para o Texas para o
treinamento médico de Garrett no Fort Sam Houston. Entre as
centenas de soldados qualificados que se candidataram para o
treinamento cardiovascular, Garrett foi um dos soldados aceitos na
escola de elite. Era uma grande honra e uma alta promoção para ele e a
sua esposa estava prestes estragar tudo.

Pelo menos agora ele entendia como eu me senti quando minha


escolaridade se acabou.

Enfurecido além das palavras, num primeiro momento ele não falou
comigo. Eu implorei e insisti, mas ele apenas ficou quieto. Na semana
seguinte, ele esperou ouvir de seu comandante sobre o telefonema de
Helga, a juíza alemã, carrasco da minha vida e família. Mas o
telefonema nunca veio e de repente, estávamos saindo do Estado de
Washington para o Texas.

Uau, pensei. Foi a misericórdia de Deus estampada em minha testa ou o


quê?

Eternamente grata por Deus ter tido misericórdia de mim novamente,


eu jurei fazer o que fosse preciso para ficar longe do álcool. Enfiei
enormes quantidades de Antabuse na minha garganta e fiquei em casa
tanto quanto possível. Se eu tivesse que sair em público, recusava-me a
andar em qualquer lugar perto de álcool o que era extremamente difícil
em uma base militar! Mas eu estava determinada. Mesmo quando eu ia
fazer compras, eu nunca atravessava o corredor das bebidas. Eu
praticamente carregava um crucifixo comigo sempre que saía de casa.
Eu estava falando sério sobre combater o meu vício!

Quando chegamos a San Antonio, Texas, eu estava tão paranóica sobre


o álcool que, quando um vizinho me convidou para subir para jantar,
eu perguntei se eles tinham alguma bebida e quando respondeu um
alegre “Sim”, eu caminhei de volta para meu apartamento e
bati a porta. Eu nunca falei com esse vizinho novamente.

Garrett começou seu treinamento intenso de 57 semanas para Técnico


Cardiovascular e eu ficava em casa e ensinava web design a mim
mesma. Eu sabia que tinha de ficar ocupada se quisesse combater o
meu vício, então eu comprei um livro de HTML e começei a criar web
sites. O monstro criativo em mim estava aliviado novamente e a
depressão começou a sair.

Notei também que quando eu não bebia, minha depressão caía cerca de
50%. Eu deveria ter prestado mais atenção à reabilitação do Exército.
Eles podem ter dado o programa errado para mim, mas uma poderosa
coisa que eles me ensinaram: que o álcool causa a depressão.

Agora eu sabia que eles estavam certos!


Longe do Centro dos Campeões, era difícil para eu sair, mas sabia que
era vontade de Deus. Eu tinha feito um bom número de amigos
militares no clube das esposas solitárias e a festinha tinha acabado. Era
hora de se concentrar em minha família e me curar completamente das
feridas do meu passado. Edificada na Campeã Palavra de Deus, eu seria
testada para ver se aplicaria o que tinha aprendido.

Deus queria me promover para o próximo nível, mas Ele precisava que
eu passasse no teste primeiro.

Em 09 de abril de 2000, eu parei oficialmente com as bebidas e


cigarros ao mesmo tempo. Garrett trouxe para casa alguns dos seus
trabalhos do curso sobre as doenças cardiovasculares e aquilo
assustou demais a ambos. Jogamos fora o seu Marlboro Reds e o meu
Capri Lights para sempre e fomos direto para as balas duras. Muita
oração e balas vermelhas da Jolly Ranchers, juntos, saimos para vencer
nossos vícios e melhorar nossas vidas.

Agora éramos uma equipe. Garrett trabalhava e participava de uma


exaustiva escola do Exército das 04:00hs até as 19:00hs todos os dias
enquanto eu criava bebês e ensinava-me as linguagens do computador,
tais como HTML e JavaScript e aprendi programas de software como o
Photoshop, Paint Shop Pro, Microsoft Office e muito mais. Deus
amorosamente me permitiu fazer o que eu mais amava: criar e
aprender.

Depois de meses de treinamento intenso de ambas as partes, Garrett


foi comunicado que estaríamos voltando para o Estado de Washington
onde ele seria promovido a Oficial não comissionado, responsável pela
Clínica de Cardiologia. Deus provou ser fiel mais uma vez, enquanto
nós provamos o nosso potencial. O poderoso ciclo continuou e eu
comecei a crescer e CRESCER como uma poderosa planta com flores,
enraizada e estabelecida no amor surpreendente de Deus.

Quando cheguei de volta em casa no Centro dos Campeões como uma


sóbria nova criatura em Cristo, eu também fui promovida. O Ministério
das Crianças precisava de um novo chefe de departamento para as
classes de quatro anos de idade e eu fui imediatamente aceita. Capaz
de usar a minha criatividade e o dom de liderança, gerenciei as classes
de quatro anos de idade como uma avançada operação militar.
Vestidos para liderar e conquistar, eu orgulhosamente usava a minha
camiseta de Campeã enquanto alegremente saudava pais e crianças
enquanto entravam em minha classe. Em uma igreja com mais de
5.000 pessoas, ensinei a centenas de crianças a Campeã Palavra de
Deus. Encarregada de tudo, desde escrever curriculum, criação de
atividades e escalar voluntários, escalava mais de 30 pais, todos os
domingos e quartas-feiras enquanto servíamos fielmente no ministério
pré-escolar. Com uma reputação para recrutar pais e voluntários a
servir nas minhas classes de quatro anos de idade, eu era chamada de
recrutadora da igreja. Não havia ninguém que eu não conseguisse
chamar a servir. Se Deus podia me usar, eu argumentava, Ele poderia
usar qualquer um!
Aprendi muito sobre liderança, trabalho em equipe, e como gerenciar
um grande ministério naquele primeiro ano de liderança no Centro de
Campeões. Com uma fome de aprender e uma paixão por servir a Deus,
eu queria tudo que havia para mim e muito mais! Eu estava
“imparável”. Eu até me ofereci para fazer o trabalho de design gráfico
de graça e manter o site da Igreja em troca de frequentar a escola
Bíblia. Eu estava determinada a melhorar a mim mesma e continuar a
minha educação. Pouco eu sabia que Deus tinha um grau diferente em
mente para mim.

Com meu olho no prêmio e a Palavra de Deus escondida


profundamente em meu coração, eu prosperei. A vida de Campeã
tornou-se real para mim e Deus estava fazendo acima e além de tudo o
que eu poderia pedir ou imaginar, como o Pastor citou em Efésios 3:20:

Ora, àquele que é poderoso para fazer infinitamente mais do que tudo o
que pedimos ou imaginamos, de acordo com o seu poder que está
operando dentro de nós, a ele seja a glória na igreja e em Cristo Jesus por
todas as gerações, para todo o sempre!

Amém e obrigada por Helga!

Uma Confissão

Ato VI
Conheça Shelley #3
XXIV

Uma Confissão

conStruIndo A
mente de um
cAmpeão

Capítulo Vinte e Quatro

Porque Deus não nos deu o espírito de temor;


mas de poder, de amor e de uma mente sã.
- 2 Timóteo 1:7 (NKJC)
Em minha mente sã e sóbria, era hora de ir para a batalha pesada e
conquistar os monstros mentais que ainda me mantinham cativa. Eu
tinha passado por muitos testes, mas agora era hora de acelerar e lutar
a batalha final: fazendo meu passado o passado.

“Você não pode ter uma vida positiva com uma mente negativa”, Pastor
Kevin pregou durante o segundo culto. Mais do que qualquer coisa eu
queria viver uma vida positiva de Campeã, mas eu ainda tinha
bagagens emocionais que eu precisava enfrentar e me livrar.

Pensei na minha mãe. Eu não a tinha perdoado completamente ainda.


Eu poderia até ter parado de falar mal dela, mas eu ainda nutria
pensamentos ruins sobre ela. A batalha continuava sendo travada em
minha mente ainda e eu tinha uma escolha a fazer: perdoar e ser
promovida ao próximo nível ou ficar onde estava e marchar ao redor
da mesma velha montanha.

Cansada de ser uma israelita murmuradora que perde a Terra


Prometida, eu decidi colocar em ação o que eu tinha aprendido nos
últimos cinco anos, realmente fiz um esforço para não pensar maus
pensamentos sobre aqueles que me feriram. Na verdade, eu fiz o
OPOSTO. Comecei a procurar e procurar o melhor nos outros de
propósito. Pensei na minha mãe e nas coisas boas que ela fez por mim
quando eu era criança. Lembrei-me como ela me levava ao
dentista a cada seis meses e como eu tinha dentes bonitos, por causa
dela. Eu refleti sobre as festas de aniversário, e como ela arrumava
tudo para mim. Eu pensei sobre sua fidelidade em cozinhar o jantar
todas as noites para sua família e em como ela limpava a casa. Agora
que eu era uma mãe de três filhos, de repente eu comecei a apreciá-la
mais. Eu entendi que ela cometeu alguns erros que claramente me
machucaram muito como uma criança, mas eu escolhi não mais me
debruçar sobre os seus erros. Eu percebi que a falta de perdão era um
veneno espiritual e emocional que machucava mais a mim do que a
qualquer outra pessoa! Em vez de viver uma vida tóxica e continuar a
destruir a mim mesma e minha família, comecei a praticar Filipenses
4:8 de propósito:
Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo é nobre, tudo o que é
direito, o que é puro, tudo o que é amável, tudo que é admirável, se há
algo de excelente ou digno de louvor, nisso pensai.

Eu fixei meus pensamentos nas coisas excelentes e quando Satanás


enviava monstros mentais para me lembrar do meu passado, eu ficava
na Palavra de Deus e praticava escrituras como 2 Coríntios 10:4-5:

Porque as armas da nossa guerra não são carnais, mas são poderosas em
Deus, para destruir fortalezas, derrubando argumentos e toda alta coisa
que se exalta contra o conhecimento de Deus, trazendo cada pensamento
cativo à obediência de Cristo.

Comecei a levar poderosamente cativo todo pensamento no nome de


Jesus. Qualquer coisa que não se alinhava com a Palavra de Deus era
abatida imediatamente até o chão. Praticando bons pensamentos de
propósito, eu não sabia que estava construindo a mente forte de uma
Campeã implacável. São vinte e um dias para se criar um hábito de
acordo com o meu Pastor, e o pensamento positivo começou a ser
natural para mim, e a bênção de Deus foi derramada em minha vida.

Eu comecei a realmente a apreciar a vida com minha família e comecei


a explorar a bela vida selvagem do estado de Washington onde nós
aprendemos a pescar salmão, cavar a procura de moluscos, ostras e
pescar caranguejos na rocha vermelha. A anos-luz de distância do
velho mundo de trevas, Deus usou Sua natureza requintada para curar
um pouco da menina quebrada em mim. Capaz de correr e brincar na
areia, eu vivi uma segunda infância nas margens do Puget Sound. Pás e
baldes na mão, minha família aventureira corria para cavar a procura
de moluscos.

Às vezes você tem que cavar fundo, pensei para mim mesma enquanto
tinha um molusco gigante na minha mão.

Deus usou as maravilhas de Sua natureza para falar comigo


profundamente, especialmente quando tentei a casca de ostras. Ávida
por finalmente comer frutos do mar novamente, eu tentei com toda
minha força abrir as ostras obstinadas, mas elas eram difíceis de abrir!
“Shelley, você é exatamente como essa ostra.” Deus me confrontou
sobre as áreas mais profundas da minha vida que eu não iria deixá-Lo
abrir e curar. Quando Garrett viu-me a caminhar sozinha sobre os
montes de areia, ele sabia que Deus estava me levando a um momento
de cura. Ficando à beira das águas salgadas do Puget Sound, eu permiti
que Deus chegasse aos lugares mais escuros do meu coração e
expusesse as mentiras feias que eu acreditava sobre mim mesma.

Enormes lágrimas salgadas se derramando como ondas, Deus me


garantiu que havia jogado fora os meus pecados, tanto quanto o leste é
distante do oeste. A vergonha e culpa tremenda que eu carreguei por
tantos anos foram sendo literalmente lavadas no Oceano Pacífico. Eu
não era mais uma criança quebrada pelo abuso sexual, mas uma
querida campeã e filha do Deus Altíssimo.

Meu pai fez os Céus, eu pensei às lágrimas sob o conforto macio das
nuvens de algodão branco. Espantada com a beleza que me rodeava, eu
me perguntava como alguém poderia negar a existência de Deus.

Então me abaixei para pegar uma bela estrela-do-mar de pernas longas


que flutuou até mim. Com os olhos arregalados e infantis, eu a escolhi
para inspecionar o movimento suave de suas pernas amigáveis.
Aliviada pelo deslizar suave, eu pensei sobre a gentileza de Deus.

“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e
humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.”
- Mateus 11:29

Eu encontrei descanso nos braços gentis de Deus durante as pacíficas


horas na praia. Provando-me Seu amor pessoal e grande para comigo,
comecei a entender o que o amor de um pai realmente era. Ao
contrário de meu pai terreno que estava ocupado demais, Deus estava
disponível, terno e preocupado com cada detalhe da minha vida.
Finalmente, recebi a atenção e aprovação que sempre precisei. Triste
com o que eu havia perdido de relacionamento com Deus no passado,
recapitulei os anos do passado que desperdicei buscando aprovação
dos homens no strip, na prostituição e na pornografia.

Que desperdício de oito anos, eu pensava enquanto miseravelmente


joguei uma concha quebrada no chão.
Mas Deus respondeu e prometeu-me de volta “Shelley, Eu prometo a
você que nem um grama de sua dor será desperdiçada. Eu tenho um
plano poderoso para sua vida e irei usar todo o seu sofrimento para
ajudar outros algum dia.” Eu agarrei Sua promessa.

A viagem de volta da praia para casa foi tão incrível como os dias que
passei lá. Uma abundância de altas árvores de ameixa e arbustos de
amoras verde-esmeralda ao lado das estradas, a nossa família gostava
de parar e saltar para fora do carro e pegar o fruto maduro e doce. Lar
de algumas das maiores e melhores amoras do mundo, o Estado de
Washington tornou-se um paraíso de frutas para minha família. Todos
os dias durante o verão eu empurrava o meu bebê no carrinho e levava
minhas filhas aos meus lugares favoritos para colher amoras. No final
da temporada, Garrett comprou para mim caixas com potes para geléia
com tampas e virei a cozinheira em uma fábrica de geléia. Eu
orgulhosamente chamava minha criação de doces saborosos, “Shelley’s
Jelly” (Geléia da Shelley) e enviei-a para meus entes queridos como
presentes de Natal.
As pessoas adoraram a minha geléia!

Quando o inverno se aproximava e eu disse adeus aos três meses de sol


que tiveram permissão para sair no ano, eu aprendi a não reclamar,
mas encontrar a beleza, mesmo durante os tempos de “inverno” da
minha vida. Ainda amando velas, as acendi e as coloquei sobre tudo na
minha casa para me lembrar da chama crescendo em meu coração. Já
não preciso de velas para abrigar-me de um mundo de trevas, mas
naquele momento elas serviram para me lembrar da constante chama
da Luz do Amor de Deus.

No meio da beleza do toque de cura de Deus em minha mente e vida,


Ele começou a tocar no meu casamento. Pela primeira vez desde 1995,
comecei realmente a amar Garrett. Eu nunca permiti a mim mesma me
tornar tão próxima de outro ser humano, especialmente depois toda a
dor e da rejeição ao longo da minha vida. Mas depois de cinco longos
anos de luta e cura do meu passado, meu coração de repente cresceu
grande o suficiente para amar e desfrutar de Garrett.

Porque primeiramente confiava em Deus, e já não me preocupava se


Garrett me deixaria. Porque o fundamento da minha confiança estava
no Deus da criação e não em um ser humano, eu estava livre para amar,
apreciar e até mesmo cometer erros em meus relacionamentos. Se eu
cometesse erros ou Garrett cometesse, juntos, sabíamos que estava
tudo coberto sob a cruz de Jesus Cristo. Deus já perdoou-nos pelos
pecados do passado, os atuais e até mesmo os futuros. Porque nós
aceitamos pela fé o sacrifício de Seu Filho Jesus, fomos autorizados a
livremente crescer em todas as áreas de nossa vida, especialmente o
nosso casamento!

Ser casada com Garrett, de repente se tornou a maior alegria de minha


vida. Eu era capaz de amá-lo livremente, sem lembretes hediondos do
meu passado. Com o quarto à luz de velas uma mente sóbria e curada,
eu aprendi como fazer amor a maneira de Deus, e não do jeito do
mundo. Com os belos olhos azuis de Garrett olhando profundamente
nos meus, eu permiti que ele tivesse pleno reinado sobre meu corpo e
coração. Na primeira vez, foi extremamente difícil para eu receber
física e emocionalmente o amor de Garrett, mas Deus me deu a força e
a liberdade de praticar o amor de recepção. Garrett e eu também
orávamos antes dos momentos íntimos e convidávamos Deus para
estar em nosso quarto. Sim, nós realmente convidamos Deus, o Criador
do sexo!

No começo eu chorava e soluçava como uma criança, mas enquanto


Deus me curava através dos toques ternos de Garrett, comecei a me
sentir mais confortável e ser capaz de retribuir abnegadamente
Garrett. Por vários anos, Garrett e eu ficamos longe do sexo íntimo e eu
ganhava, insistindo no sexo sem amor e frio com o qual eu estava
acostumada. Eu não deixava Garrett carinhosamente me beijar ou
olhar nos meus olhos nos primeiros anos de casamento. O sexo era
mais como um ritual para mim. Mas uma vez completamente sóbria eu
tinha o suficiente dos ensinamentos de Campeã dentro de mim, e
estava pronta para acabar com a “fachada” do sexo que nós tínhamos
tido e realmente permitir a Garrett fisicamente expressar seu amor por
mim. Eu deixei de lado a velha Shelley que nos levou durante os
primeiros cinco anos e a nova Shelley alegremente submissas às mãos
suaves de Garrett e juntos descobrimos a beleza do sexo sobrenatural,
cheio do Espírito Santo!
Amém, e louvado seja o Senhor!
Em brasa o lindo amor estava no ar e 1 Coríntios 13 provou 100% ser
verdadeiro quando nós praticamos os princípios de Deus sobre o amor
de propósito:

O amor é paciente, o amor é bondoso. Não inveja, não se vangloria, não é


orgulhoso. Não é rude, não é egoísta, não se irrita, não guarda rancor. O
amor não se alegra com o mal, mas se alegra com a verdade. Ele sempre
protege, sempre confia, tudo espera, sempre persevera. O amor nunca
falha.

Nosso amor não falha porque a Palavra de Deus nunca falhou.


Exatamente como a ascensão e a queda das marés do oceano durante a
temporada de moluscos, a poderosamente construída dentro de mim,
Palavra de Deus, lançou ondas de Verdade sobre as costas da minha
vida. Cada mentira foi lavada e varrida para trás no mar do
esquecimento de Deus, a Palavra de Deus voltou-se para mim com a
mesma coisa para a qual foi enviada: para cumprir o Seu propósito
para minha vida.

Levada pelas ondas da fidelidade e bondade de Deus, eu estava


finalmente pronta para entrar na vida Campeã que Ele havia preparado
para mim.

XXV
Uma Confissão

A VIdA do
cAmpeão

Capítulo Vinte e Cinco


Humilhai-vos, portanto, sob a poderosa mão de Deus,
para que ele os exalte no tempo devido.
- 1 Pedro 5:6

Era 2002 e era tempo de voar alto. Campeões para a vida, Garrett, eu e
nossas filhas intencionamos fazer uma nova vida para nós mesmos
fora do militarismo. Garrett recebeu a notícia de que estava sendo
dispensado honoravelmente do serviço militar por causa de seu
desgaste na região lombar. Os pobres lombos de Garrett não
agüentaram tão perto do fim de sua carreira militar, o que
naturalmente me treinou para pegar tudo que caía no chão. O que foi
um verdadeiro milagre, considerando o quanto eu era relaxada quando
ele me conheceu.
Agora em 2002, eu era uma mãe que limpava e uma Campeã que
deixava a casa bonita, cozinhava refeições elaboradas, criava web sites
coloridos e funcionais, enlatava sua própria geléia, criava belas
crianças, servia como líder em uma igreja campeã e ainda tinha uma
escolaridade em seu bolso.

Nada mal para uma ex-atriz pornô.


Sete anos de uma dura recuperação para fora do inferno, e eu saí do
Centro de Campeões como uma campeã totalmente recuperada e uma
mulher curada. A Palavra de Deus realmente fazia o que ela dizia que
poderia fazer. E eu era a prova viva disso.

Deus curou tudo em minha vida desde uma doença incurável, de garota
de programa ao abuso sexual infantil, feridas do pai e da mãe,
amargura, ódio, raiva, rejeição, pesadelos da indústria do sexo, a
desordem no sono, câncer no colo do útero em 2001, estresse pós-
traumático, alcoolismo, doenças mentais, e muito mais. Deus também
restaurou meu casamento e as relações com a minha família. Até a
minha sogra me amava agora!

Tudo parecia perfeito. Havia apenas um pequeno problema.


DE JEITO NENHUM que eu ia voltar para a Califórnia como os nossos
familiares largamente esperavam. Eu não ia a lugar nenhum perto
daquele buraco do inferno novamente, então eu influenciei meu marido
a aceitar um emprego no Texas.

Garrett tinha certeza de que deveria aceitar o trabalho em Fresno,


Califórnia, mas eu estava determinada a nunca mais voltar para a
Califórnia! Eu tinha trabalhado por muito tempo e muito duramente
em minha recuperação para colocar meu pé recém-transformado no
maligno estado que era a casa da indústria pornô. De jeito nenhum!

Aquele capítulo da minha vida tinha acabado. De qualquer forma, eu


amava o Estado do Texas, o último estado verdadeiramente cristão na
América, oferecendo excelente educação; eu queria criar minhas filhas
com os melhores do Texas. Então, eu dirigi às pressas em todo país a
partir do Estado de Washington até Harlingen, Texas, perto da
fronteira do México. Eu Imaginei que falavam espanhol e eu amava o
povo espanhol por isso era simplesmente perfeito. Além do mais,
ofereceram a Garrett muito dinheiro para se mudar para Harlingen.
Embora, eu não entendesse por que ninguém mais queria o trabalho,
mas é claro que eu pensava que era o Favor de Deus. Perto de South
Padre Island, poderíamos pescar e nadar e viver em uma bela e grande
casa acessível com laranjeiras, enquanto Garrett fazia os grandes
negócios. Eu sabia exatamente o que eu queria.

Uma pequena voz sussurrava “Califórnia”, no meu ouvido, de tempos


em tempos, mas eu ignorava completamente. Na verdade, eu ignorei
todos os sinais que apontavam para a Califórnia. Com ambas as nossas
famílias extensas que vivem no sul da Califórnia e um trabalho
pagando elevadamente e feito sob medida para Garrett, eu ainda
insistia no Texas. Além disso, secretamente, eu queria evitar os sete
mandados de prisão que tinha deixado para trás na Califórnia em 1995.
Acho que eu ainda precisava de um pouco de “confiança” do trabalhar
que Deus estava fazendo em minha vida. De qualquer forma, eu tinha
uma carteira de motorista do Estado de Washington e não precisava
me preocupar com a bagunça que havia deixado na Califórnia.

Gostaria de apenas esquecer inteiramente a minha “ex” vida na


Califórnia.

Quando cheguei a Harlingen, Texas, com o Gypsy Kings tocando no


fundo, eu estava no céu, quando eu vi o sol derreter ao longo das
fileiras de árvores pelo vento das palmeiras. Era um paraíso mexicano.
Louvor em espanhol fluiu da minha boca enquanto eu agradeci a Deus
pelo clima quente e sol!

“¡Alabado Sea El Señor!” Eu gritei de minha mini-van.


Tão logo eu louvava ao Senhor, o cheiro de fraldas sujas subiu ao ar. Eu
raramente parava para idas ao banheiro a fim de chegarmos ao Texas
em tempo da escola começar. A pequena Abigail tinha quase dois anos
e suas fraldas estavam ensopadas com xixi. Teresa e Tiffany estavam
arrancando os cabelos junto com nosso gato Jinx. Sim, eu realmente
agüentei por 3.000km chocalho serpenteando a estrada com três filhas
e um gato. Foi uma tentativa insana e desesperada de uma mulher que
tinha sido liberada de 300 dias por ano de céu escuro e chuva.
Enquanto o sol me cumprimentou no topo das palmeiras que cobriam
a rodovia, cantei com meu coração mexicano.
Eu queria o sol mais do que qualquer outra coisa. Eu amava o Estado
de Washington, mas eu não podia viver mais um dia sequer na
escuridão. Eu precisava de sol!

Mas enquanto eu dirigia ao longo da rodovia para a cidade notei uma


coisa peculiar. Não havia pessoas brancas, em lugar algum. Eu era a
pessoa menos preconceituosa do mundo devido às experiências
“culturais” do meu passado, mas eu estava esperando que pelo menos
uma pessoa falasse Inglês. Eu estacionei e fui para o supermercado:
sem brancos. Eu fui para a fila dos alimentos rápidos: sem pessoas
brancas. Eu dirigi até o shopping: sem brancos.

“Hmmm”, pensei comigo mesma.


Felizmente, eu falava espanhol e conversei com os moradores e eles
todos disseram a mesma coisa: “No hay Hueros aqui.” Em outras
palavras, não existem pessoas brancas aqui.

Eu ia MATAR Garrett. Ele tinha visitado Harlingen para uma entrevista


de emprego e me disse que era um lugar maravilhoso para se viver. Ele
mesmo entusiasmado encontrou uma casa e fez uma surpresa quando
eu cheguei. Mas quando cheguei lá e vi uma casa velha em uma rua
pacata a algumas portas de distância de um estaleiro de sucata, sim eu
ia matá-lo.

Agora eu estou presa em um inferno mexicano com três filhas e um


gato, eu pensei comigo mesma. Era uma coisa insignificante eu saber
falar espanhol. Com raiva eu liguei para minha sogra para desabafar
sobre seu filho e ela quase me convenceu a dirigir todo o caminho de
volta para a Califórnia. Ela queria seus netos tão mal que queria
saboreá-los. Mas A Palavra de Deus bateu e me encontrei me
submetendo aos desejos do meu marido. Então, eu me submeti o
melhor que pude, logo depois que gritei no ouvido de Garrett por
telefone. Na manhã seguinte, acordei em um hotel e com minhas filhas
vestidas para seu primeiro dia de escola. Era o PRIMEIRO dia de Teresa
no jardim da infância.

Afligida pela enorme confusão em que estávamos, eu tentei fazer o


melhor e ter uma atitude de Campeã. Isso foi até a professora de Teresa
me receber na sala de aula.
“Alô. Bemvindo zala aula.”

Ok, minha filha estava lá para aprender o ABC, e não o "a, ber,cer ". De
jeito nenhum eu permitiria que alguém como uma professora com o
inglês quebrado ensinasse inglês para minha filha. Não demorou muito
para que a ex-La Huera Loca descobrisse isso. A boa mãe em mim
perguntou à professora se ela sabia Inglês, e ela me deu um sorriso
amarelo de volta.

“Estamos fora daqui”, eu disse à Teresa e voltei para o ginasial da


minha filha Tiffany, puxei-a para fora da escola. “O que está
acontecendo, mamãe?” Tiffany perguntou.
“Estamos recebendo o ticket para cair fora daqui!” Eu gritei enquanto
joguei o carrinho no porta-malas. As crianças choramingaram e
gritaram enquanto eu bufei sob a minha respiração. Eu quase poderia
ouvir a Deus rindo.
Quase.
Então eu corri para o escritório imobiliário e disse-lhes para colocar a
casa de volta no mercado, e que não iria precisar dela. Garrett ficou
preocupado porque já havia assinado um contrato com o hospital para
contratá-lo como técnico cardiovascular, mas nesse ponto, a mãe
protetora em mim estava imóvel. Nós não vamos criar nossas filhas, na
fronteira do México.

Eu aprendi minha lição e fiz um “U” de volta e mais 3.000km, e dirigi


direto para a casa da minha sogra, em Chino, Califórnia, onde a maioria
da família de Garrett vivia.

Mas eu jurei para mim mesma, que Garrett continuava tendo que
encontrar outro emprego em outro estado. Eu não ficaria na Califórnia.

Algumas semanas se passaram e nenhum outro trabalho abriu. Droga,


eu pensava. De repente, percebi que Deus estava envolvido, e quando
Ele se envolve, não há nada que alguém possa fazer sobre isso. Você
pode tentar fugir de Deus, mas Ele sempre deixará as 99 e virá te
pegar, e se necessário, quebrará suas pernas.

Minhas pernas texanas tiveram que ser quebradas quando eu aprendi


a submeter-me ao plano de Deus, na Califórnia.
Pelo menos ninguém me conhecia em Fresno, pensei.
Nós caçamos uma casa e é claro que eu queria a grande e bonita de 300
metros quadrados de doze hectares e Nogueiras. Eu não estava pronta
para plantar os meus pés na Califórnia e comprar uma casa, então
alugamos uma bela casa em Madera, na Califórnia.
A escola era bem na rua de cima e a vista de minha janela da cozinha
dava para um haras.

Era o paraíso de uma mãe.

Com duas de minhas preciosas e angelicais filhas matriculadas em uma


escola cristã e meu marido trabalhando no emprego perfeito ganhando
CINCO VEZES mais, do que no serviço militar, eu era uma mulher
abençoada. Eu era tão abençoada que estava convencida de que eu
vivia a vida perfeita. Bem, quase perfeita. Eu tinha meu coração
inclinado a pregar o Evangelho e ensinar os ensinamentos de Campeão,
mas não tinha certeza de onde tudo isso caberia. Assim, eu passava
meu tempo fazendo web design de casa e ganhando um bom dinheiro
com isso enquanto ainda servia o jantar todas as noites. Eu era uma
Mamãe máquina multifuncional!

Quando meu marido chegava em casa depois do trabalho, eu fazia


absolutamente tudo para lhe agradar. Ele testemunhará sobre isso um
dia eu tenho certeza. Ele aprendeu muito rapidamente que, quando
mamãe está feliz, todo mundo fica feliz. Então, ele continuou a
trabalhar duro, e me fazer feliz e nosso amor floresceu como uma flor
do campo. Estávamos tão apaixonados, eu lhe teria dado mais dez
bebês depois que Abiggail nasceu. Sem contar que, o médico disse que
depois da minha luta contra um câncer do colo do útero eu não poderia
ter mais filhos. Depois de deixar a indústria pornô eu descobri que
tinha HPV, o que levou ao início do câncer do colo do útero e onde eu
tive que ter metade do meu colo do útero removido.

De qualquer forma, ficamos felizes. Estávamos genuinamente felizes e


realmente não tinhamos um único problema no mundo. Até meus pais
e irmãos vieram até onde eu morava e aproveitaram nossa nova vida
conosco. Eu comecei a experimentar de perto a bondade e a
amabilidade da minha mãe. Ela tinha se tornado mais agradável ao
longo dos anos, e seu carisma iluminava o quarto. Sua grande
personalidade seu sorriso bonito, eu percebi que era muito parecida
com ela! Meu pai, continuava bonito e mais carinhoso, tinha
amadurecido ao longo dos anos e eu vi mais sabedoria sobre ele. Eu
percebi que eu os amava tanto e verdadeiramente os tinha perdoado.
Foi um momento incrível para mim.

Meus pais também passaram um tempo de qualidade com seus netos.


Aquilo significava o mundo inteiro para mim. Finalmente, depois de
tudo que a nossa família tinha passado, estávamos próximos. Uma
grande família feliz, eu preparava refeições para a maior parte das
festas já que morava mesmo no meio da Califórnia. Meu irmão morava
no norte e meu pais moravam no sul, perto da minha sogra, então a
licalização da minha casa era perfeita! E, claro, eu não me importava.
Eu tinha que mostrar minhas habilidades de limpeza e de cozinha, a
maioria delas tinham sido inspiradas por minha sogra Holandesa.
Quando eu me casei com Garrett, ela deixou bem claro que eu
precisava aprender a limpar e cozinhar. Graças a ela e a Garrett terem
tomado tempo para ensina-me as maneiras holandesas, eu nunca
estava sem um pedaço de pano em minha mão.

Ok, eu exagerei um pouco, mas é sério, eu quase sempre tinha um pano


em minha mão.

Minha mãe ficou chocada quando viu minha limpeza extrema e


comentou com minha sogra, “Bem, pelo menos ela ouve você.”

Sim, porque ela tirou tempo para ensinar-me, pensei. Mas segurei minha
língua. Na verdade, eu segurei muito minha língua durante os
primeiros anos na Califórnia. Claro, que segurei. Eu queria que todos
amassem a nova eu!

Com um novo futuro perfeito na minha frente, eu nunca pensava sobre


o passado por um minuto. Eu estava em uma alta perfeita e em um
mundo perfeito e nada poderia me derrubar. Nem mesmo os
ocasionais cristãos preguiçosos que coordenei.

Começamos a freqüentar uma igreja cheia do Espírito em Madera que


era muito diferente da que eu estava acostumada. Primeiro de tudo, os
Professores da Escola Dominical estavam sempre atrasados para a
aula. Eu não podia acreditar naquilo enquanto olhava para meu
relógio, todos os domingos. A Professora de Escola Dominical Campeã
em mim ficou estarrecida.

Em segundo lugar, o Pastor não ensinava muito da Palavra de Deus, o


que seriamente me incomodava. Eu pensei que iria morrer quando ele
passava a maior parte do tempo falando sobre os diferentes tipos de
demônios que havia em Madera.

Como se o diabo se importasse muito com Madera, pensei.


Mas o pastor, sua esposa e família eram realmente doces. Eu imaginei,
de qualquer maneira, que Deus estava me humilhando, provavelmente,
por uma razão. Eu imaginei que precisava. Eu estava muito inchada
com meu jeito de Campeã que eu não entendia quando alguém não era
excelente. Eu tinha sido ensinada a agir com excelência em tudo o que
fizesse durante sete anos no Centro dos Campeões. Eu tinha também
participado da Escola de Liderança para uma vida de Sabedoria onde
eu aprendi a liderança poderosa e as habilidades de trabalho em
equipe. A nova igreja que eu freqüentava agora não sabia nada sobre
os caminhos de um Campeão. Eles nem sequer tinham uma equipe de
louvor para as crianças! Deus me livre!

É claro que eu prontamente me ofereci para demonstrar à Igreja os


caminhos de um Campeão. Mas eu aprendi realmente rápido que
algumas igrejas são como a média das famílias americanas: estagnadas
e improdutivas. Eu não estava acostumada a viver uma vida medíocre
e meus métodos de vida Campeã ofenderam algumas pessoas. Triste e
confusa com a preguiça e a falta de excelência das pessoas para com a
Casa de Deus, eu estava prestes a parar de frequentar a igreja, quando
eu conheci uma mulher muito especial.
Sim, ela era uma campeã.

Seu nome era Pat e ela tinha um ministério poderoso em presídios.


Bem como o diretor e fundador de uma escola bíblica internacional, ela
também tinha um doutorado em Teologia e tornou-se definitivamente
a minha nova heroína. Ela foi a primeira mulher a chegar realmente a
ser como um mentor espiritual para mim em uma base regular. Tudo
começou na noite que ela ouviu meu testemunho. Foi a primeira vez
que eu compartilhei meu testemunho em uma igreja. É claro que eu
deixei de fora a parte do pornô.
“Shelley, você deve compartilhar o seu testemunho no presídio. Deus
tem feito muito por você!” ela disse para mim depois que eu falei. O
meu coração pulou de alegria! Era, finalmente, o momento que eu
estava esperando! Eu não tinha idéia de como compartilhar o meu
testemunho, mas eu sabia que podia falar. Então, ela me entregou um
livreto do presídio e me disse as regras e oh, me pediu para trazer
minha carteira de motorista da Califórnia.

Ai, pensei. Aquilo não iria funcionar. Eu não tinha e não teria uma
carteira de motorista da Califórnia. Meu coração se afundou. Eu me
ofereci para usar minha carteira de motorista de Washington, mas ela
disse que tinha que ser uma carteira de motorista da Califórnia. Meu
coração se afundou novamente.

Deprimida Deus falou comigo “Shelley, vá para o DVM –


(Departamento de Veículos Motores) e obtenha sua carteira de
motorista. Confie em mim.”

Hum, tá bom Deus, eu pensei. De jeito nenhum eu pisaria meus pés


naquele lugar. Mas depois de algumas semanas com Deus tocando no
meu coração para obedecê-Lo, eu finalmente concordei em ir para a
“guilhotina” e a confiar nEle, não importasse o quê acontecesse. Eu
realmente acreditava que seria presa e arrastada para a cadeia, então
eu disse adeus ao meu marido e filhas e disse-lhes eu os amava e “o que
tiver que ser, será.”

No momento que eu entrei no DVM senti uma dor extremamente


pessoal. Eu definitivamente não queria ou não merecia ir para a cadeia.
Eu tinha trabalhado muito duro para mudar os meus caminhos
malignos e agora de repente minha vida inteira estava por um fio.

Quando finalmente consegui transpor meu lado arrogante, decidi


tomar a posição de mártir e planejei que se eu fosse presa, eu
valentemente pregaria o Evangelho por trás das grades como uma
prisioneira de Cristo.

Eu era a próxima da fila. “Deus, por favor, me ajude a passar por isso”,
eu lhe pedi desesperadamente. Em seguida, uma velha voz familiar
veio para mim e sussurrou: “Apenas minta, Shelley. Você pode mentir
para sair dessa.” Mas eu repreendi a voz baixa e familiar e escolhi dizer
a verdade e que Deus me ajudasse.

“Nome e número do seguro social, senhora?” Uma senhora plácida


exigiu de mim. Dei-lhe os meus dados e então ela perguntou se eu já
havia tido uma carteira de motorista da Califórnia antes. Fiz uma
pausa. O diabo se inclinou para frente. Deus se inclinou mais perto
e eu engoli em seco e corajosamente respondi: “Sim, eu já tive uma
carteira de motorista da Califórnia antes.”

Então a senhora digitou alguns números, olhou fixamente para a tela


do computador e de repente olhou para mim e disse: “Por favor,
aguarde aqui.”

Então ela se afastou. Nada bom!


Enquanto me preparava para as diferentes formas de como o DVM
poderia me prender, orei novamente a Deus e lembrei-Lhe de Sua
eterna bondade e misericórdia. Sim, veja que eu conhecia a Palavra de
Deus agora, e poderia repetir Sua própria Palavra de volta para Ele.
Deus tinha que manter Suas promessas de acordo com o que Sua
Palavra diz. Recordei-lhe disso.

A senhora voltou, olhou para mim e disse: “Nós não temos qualquer
registro de sua carteira de motorista anterior por isso vamos apenas
emitir uma novo.”

Atordoada, eu coloquei minha mão sobre minha boca para não gritar
em voz alta. Quem era eu para ter tanto Favor de Deus?

Eu tentei manter a calma quando recebi minha carta de papel nova


enquanto e escondi meu sorriso arrebentando interiormente. Quero
dizer, vamos lá, quantas as pessoas saem ilesas de sete mandados de
prisão desse jeito?

“Ha, ha!” Eu ri para o diabo enquanto dançava ao redor do


estacionamento do DVM como uma dançarina com chapéu mexicano.
Como eu fazia o cha-cha-cha na minha mini-van, louvei a Deus em
Inglês, Espanhol, e toda santa linguagem que me veio à mente. Deus me
levantou tão alto naquele dia, que eu pensei que iria voar para o céu!
Certamente, Deus é fiel, eu cantava mais e mais enquanto acenava
minha licença de papel em volta no ar, enquanto dirigia para casa.
Pessoas em seus carros me olhavam como se eu estivesse louca. Mas eu
não me importei. Eu sabia quem Deus, o Todo-Poderoso era, e
certamente Ele estava do meu lado!

Quando eu recebi minha carteira de motorista pelo correio, eu beijei-a


e soprei um beijo especial para Deus. “Obrigada, Papai”, eu sussurrei.
Que Pai bom e fiel que eu tenho, pensei.

Carteira de motorista na mão e pronta para conquistar, eu apareci no


Presídio Faminino Central da Califórnia, em Chowchilla, Califórnia, em
maio de 2003. A prisão de segurança máxima era literalmente de
frente para o meu quintal. Eu sempre pensei que se as presas
tentassem uma fuga, eles apareceriam primeiro em minha casa.

Mal sabiam as presas que estavam em um enorme tratamento, e eu


claro, para minha primeira experiência real de “sujar” minhas mãos
espirituais. Ao contrário de Centro dos Campeões, onde todos usavam
roupas divinamente elegantes e Bíblias brilhantes, as presidiárias
estavam vestidas de azul e todas as carregavam Bíblias pretas abatidas
e rasgadas.

Este lugar é duro, eu pensei enquanto olhava para desastres de


mulheres com cabelos oleosos e com dentes faltando. Mesmo eu não
parecia tão mau após oito anos de um duro inferno.

Quando Pat terminou o culto e alegremente me apresentou às presas,


eu respirei fundo, pedi a Deus para me ajudar e bravamente caminhei
até o palco sujo. Com um esboço perfeito escrito em minhas mãos, eu li
cada palavra do meu papel celestial. As presas não ficaram
impressionadas. Algumas delas até bocejaram.

Talvez eu precise ficar mais dura, eu pensei enquanto me permiti um


mergulho de volta ao meu passado. Então, eu soltei o meu papel, “Eu
fui uma atriz pornô, eu peguei herpes genital e Deus me curou.”
Suspiros de toda a sala continuavam enquanto eu compartilhei tudo o
que Deus tinha feito por mim. Meu passado horrível entrelaçado com
Deus e a cura incrível da minha vida, minha história se transformou em
um poderoso testemunho.
No final do meu sermão, eu perguntei se alguém na platéia queria
conhecer Jesus Cristo, que salvava as prostitutas e estrelas-pornô e
para minha surpresa, quase todas as detentas correram em fila para a
oração.

Uau, pensei. Esta é a vida cristã para mim!


Quando uma presa bruta se aproximou de mim e queria oração por
tudo, desde abuso sexual, até o vício, eu coloquei minha mão em sua
cabeça oleosa e orei por um toque poderoso de Deus sobre sua vida.
Enquanto eu orava contra Satanás e quebrava o poder das mentiras
que a prendiam em cativeiro, eu olhei para baixo e vi que estávamos
em pé sobre uma pequena poça de lágrimas. Eu não podia acreditar. O
poder do amor de Deus havia tocado a grande e assustadora mulher e
ela se tornou uma criança berrando quebrantada. A partir desse
momento, eu sabia que tinha sido chamada para aprisionados. Comecei
a ser voluntária todas as semanas, como uma conselheira na prisão
onde eu ensinei os ensinamentos de Campeão, orei para e com as
presas, e fiz aconselhamento de presidiárias.

Agora eu poderia passar aos outros, o que Deus havia feito por mim.
Não muito tempo depois que eu comecei, Pat e seu marido se mudaram
e deixaram o ministério para mim e Garrett executarmos. Quando ele
não podia estar comigo, muitas vezes eu estava sozinha e trancada com
mais de 100 presidiárias. Mas eu amei cada minuto! Eu nunca tinha
visto tantas mulheres tão desesperada por Jesus na minha vida.

Exultante pelo ministério na prisão e incentivada por Pat a continuar


minha educação em estudos bíblicos, me matriculei no Instituto
Internacional Colheita onde eu aprendi poderosos e novos
ensinamentos. Com cursos como Estratégias Espirituais para a Guerra,
Estratégias Espirituais para Colheita, Metodologias de Mobilização
para Evangelismo, e mais, Deus começou a preparar-me para um
ministério poderoso. Eu não sabia disso na época, mas Ele estava em
uma missão para transformar-me em uma missionária norte-
americana.

Ao mesmo tempo que comecei a minha formação bíblica em Madera,


outra coisa aconteceu. A igreja cheia do Espírito Santo que eu
frequentava anunciou que uma pregadora convidada especial estaria
na reunião mensal das mulheres. Ela foi anunciada como uma
profetisa.
Ok, pensei. Isso é estranho.

Não havia profetisas apenas no Antigo Testamento? Perguntei a uma


senhora. Ela apenas sorriu para mim e me incentivou a vir e ouvir a
Palavra do Senhor. Então, com a minha guarda levantada, cheguei no
horário e fiquei lá de braços cruzados. Tornei-me especialmente
alarmada quando vi que a menina que subiu para falar não era mais
velha do que 25 anos. Como se Deus não pudesse usar uma jovem
mulher para falar comigo.

Mas eu estava engessada no meu jeito de Campeã. Eu queria ouvir as


Escrituras e sabedoria, não alguma menina abrir a boca para falar o
que ela achava que tinha “ouvido” Deus falar.
De repente, ela começou a andar no palco e gritou para a multidão que
o Espírito Santo queria mover-se profeticamente naquela noite.

O que é profético? Pensei. Então ela começou a apontar para algumas


das mulheres na platéia e disse que elas estavam se destacando e que
Deus tinha uma mensagem para algumas senhoras naquela noite.

Inesperadamente, ela apontou para mim e disse para eu ficar em pé,


que Deus tinha uma palavra para mim. Olhei em volta. Ela
possivelmente não estava querendo dizer eu.

“Quem, eu?” Eu perguntei. As outras senhoras me mandaram levantar


para ouvir a Palavra que ela tinha para mim. Ela começou a falar. “O
Senhor diz para você, que Ele fez você destemida. Na verdade, Ele está
fazendo você tão ousada, que eu vejo uma foto de você tinindo seu
copo em um restaurante com ousadia e oferecendo libertação para
todos ao seu redor.”

Eu me encolhi. Eu jurei nunca sair para jantar novamente. Ok, como


esta mocinha poderia saber que eu era destemida? Eu tinha que
admitir que ela estava certa sobre aquilo.
Ela continuou, “Deus diz a você que você tem uma mensagem profética
e os líderes da Igreja precisam ouvir você.” A líder em mim gostou
dessa parte.
Então ela me chamou no palco e na frente de todos, ela me disse que
tinha sido dada a mim a unção de Débora e que eu tinha sido chamada
para ser o alarme de incêndio da Igreja e tinha uma mensagem
poderosa de advertência.

Quem é Débora? Eu pensei nervosamente. Como eu sou um alarme de


incêndio para a Igreja? Eu me perguntava.

Foi quando eu comecei a me sentir muito desconfortável. Mas a jovem


profetisa não parecia se importar. Ela me fez abrir as palmas das mãos
e ela deu um tapa com a mão dela e de repente um incrível poder fluiu
por todo meu corpo. Então ela colocou as mãos em mim e “ativou” uma
nova ousadia em mim na qual Deus queria operar.

Então eu caminhava de volta para baixo do palco, estranha e me sentei


no meu lugar. Mulheres ao meu redor começaram a me cutucar
dizendo que elas ficaram animadas pela Palavra que eu recebi.

O que aconteceu comigo? Eu me perguntava. Eu me senti diferente e


algo dentro de mim estava muito animado. Na verdade, meu espírito
estava saltando dentro de mim. Então de repente, a profetisa chamou a
minha filha Tiffany e disse que ela viu baterias e que Tiffany tinha
poderoso dom musical. De repente eu lembrei os velhos tempos
quando encontrava minha filha de quatro anos batendo em caixas de
madeira com meu sapato e colheres enquanto ela assistia à MTV.

Tiffany e eu só olhávamos uma para a outra. Sabíamos que Deus estava


falando conosco através dessa profetisa de 25 anos de idade. Eu fui
humilhada para dizer o mínimo.

Agora que minha teologia tinha sido esmagada e a reunião terminou, as


mulheres animadamente conversavam sobre suas “palavras”,
enquanto eu silenciosamente peguei minhas coisas para sair.

Débora, quem é Débora? Eu pensei enquanto tentava lembrar dela na


Bíblia. Mas enquanto estava lá pensando, outra senhora se aproximou
de mim. Ela era uma doce velhinha que eu via todos os Domingos,
então é claro, eu quis ser educada e ouvi-la.
“Desculpe-me, querida, o Espírito Santo me disse para lhe dizer que
você é Sua Noiva Guerreira.” Ela sorriu, me abraçou e depois afastou-
se.

Hum, tá certo que isso foi ainda mais estranho, pensei enquanto peguei
minha filha Tiffany para sairmos de lá. A igreja provou ser muito
estranha para mim e eu sumi para casa para dizer a Garrett que eu
precisava de uma nova igreja.

Quando cheguei em casa ele estava dormindo e eu não queria acordá-


lo pois ele tinha que se levantar cedo para trabalhar. Então, eu peguei o
computador e verifiquei os e-mails. Tiffany foi para a cama, enquanto
sentei-me e “pensei” sobre o que tinha acontecido. Eu não podia afastar
a sensação de que cada palavra que a jovem profetiza tinha dito era
verdade.

“Muito Bem, Deus”, eu finalmente falei em voz alta, “se alguma coisa do
que aconteceu hoje é verdade, eu vou precisar de alguma prova. Prove-
me agora que é verdade e eu vou acreditar. Mas eu tenho que saber
que é Você.”

Deus me surpreendeu quando Ele me perguntou: “Como você quer que


Eu prove?”

Eu olhei para o meu computador e vi a tela do Google e assim me atrevi


a pedir a Deus para que me mostrasse UMA página web com os dois
termos de pesquisa “Unção de Débora” e “Noiva Guerreira” e que, se
AMBOS os termos de busca aparecessem em UMA página web, eu
creria Nele. Eu deixei claro a Ele que os resultados tinham que ser em
uma página web, e não em um site.

Deus respondeu: “Feito.” Então, eu dei meio que uma afastada no


teclado com um sorriso no meu rosto e digitei os dois termos no
Google e pressionei “Enter.”

Então eu cliquei no primeiro link e de repente meus olhos estalaram


quando vi uma página web que dizia: “Unção de Guerra”, com um
artigo sob o título “Noiva Guerreira: As Quatro Unções”, e nessa lista a
Unção de Débora era uma das quatro unções espirituais de guerra.
Eu caí da cadeira e adorei a Deus. Era literalmente impossível que uma
página web mostrasse os dois termos. Quando eu finalmente consegui
voltar para minha cadeira a ler a página web novamente, voltei para os
resultados do Google e vi que NÃO HAVIA NENHUM OUTRO SITE que
listou qualquer desses termos em um único lugar. Apenas uma página
web tinha um deles.

Ainda balançando a cabeça em descrença, eu procurei no Google para


aprender sobre a Débora bíblica. Quando li que ela levou dez mil
homens para a guerra, eu sabia. Eu sabia que era eu. Eu sabia que de
alguma forma era isso que fui chamada para fazer. Mas eu não sabia
como. Eu também li que Débora foi a única juíza do sexo feminino, líder
militar e profetisa e que apenas Samuel e Moisés também realizaram
esses três ofícios.

Oh, uau pensei. Fiquei ainda mais humilhada. Quem sou eu para ser
uma profetisa de Deus? Perguntei-me em reverência completa.

Na manhã seguinte, levantei-me cedo para dizer a Garrett o que Deus


fez, e ele apenas sorriu. Ele já sabia que sua ousada esposa tinha um
grande propósito.

Embora eu não tivesse certeza de que propósito era esse, eu continuei


meus estudos eu me voluntariei na prisão e em uma missão local de
resgate até que um dia Garrett anunciou que teríamos que nos mudar,
porque Deus o tinha abençoado com um trabalho ainda melhor.
Inconsolável por deixar as prisioneiras e a missão de resgate para trás,
eu perguntei o que Deus estava fazendo. Quando eu perguntei a Garrett
para onde teríamos que nos mudar ele respondeu: “Bakersfield.”

Engoli em seco. Por que Deus estava nos mudando para mais perto de
Los Angeles?

XXVI
Uma Confissão

JornAdA Ao
pArAíSo

Capítulo Vinte e Seis

Foi estranho se mudar para Bakersfield. Tudo estava sendo entregue a


mim em uma bandeja de prata. Primeiro, nós compramos uma casa em
Bakersfield apenas um ano depois que eu finalmente me rendi e
concordei em comprar uma casa em Madera. Eu percebi que eu amava
o ministério na prisão e Garrett tinha um grande trabalho de modo que
poderíamos muito bem ficar por lá. Então, quando Garrett chegou em
casa um ano depois para me dizer que lhe foi oferecido um trabalho de
vendas para uma grande empresa de medicina com uma filial em
Bakersfield, eu estava confusa.

“Mas nós acabamos de comprar uma casa em Madera”, argumentei.

Mas ele disse que sabia que era de Deus. Então, quando colocamos a
casa à venda, sem um corretor de imóveis e eu mesma fiz toda a
papelada legal, em seguida, vendemos por 100.000 dólares mais do
que o valor pelo qual havíamos comprado, EU SABIA QUE ERA DEUS.
Que pessoa acorda um dia e decide vender a sua casa um ano mais
tarde depois que a comprou e faz um negócio de 100.000 dólares?

Só Deus poderia fazer isso. Eu acho que Ele queria que nós
mudássemos para Bakersfield.

A segunda razão pela qual eu sabia que Deus estava fazendo algo, era
porque a melhor amiga da minha mentora espiritual era a diretora da
Missão de Resgate das Mulheres em Bakersfield e queria que eu fosse
uma conselheira sobre o programa de recuperação das mulheres.

Quão perfeito é isso? Eu pensei enquanto sonhava em resgatar as


mulheres.
É, Deus estava definitivamente tramando algo.

Em terceiro lugar, Deus nos levou para a casa perfeita. Uma casa com
quatro quartos, um quintal grande e uma enorme piscina, eu prometi a
Deus que se Ele me desse a casa eu gostaria de convidar todas as
senhoras da Missão de Resgate para Batismos e churrascos. Ele amou a
minha idéia.

Então, demos uma parte do pagamento e nos mudamos em Junho de


2004 e inscrevemos nossas meninas para a escola cristã local bem ali
na esquina. A vida simplesmente não poderia ser mais perfeita!

Com dinheiro para queimar, Garrett e eu compramos centenas de belas


plantas exuberantes e variadas roseiras para projetar um paraíso em
nosso novo quintal. Garrett, um paisagista e ex-jardineiro holandês,
sabia tudo sobre jardinagem. Há anos ele sonhava com seu jardim ideal
e agora era a sua chance de projetá-lo. Foi um dos momentos mais
especiais e espirituais de nosso casamento. Acabamos comprando mais
de 20 variedades de rosas e eu comprei um livro sobre como cuidar
delas. Você pode imaginar as lições que Deus me ensinou através da
poda.

Garrett também amava palmeiras. Ele me ensinou a construir uma área


com bela paisagem na pscina com Palmeiras Rainha, Pássaros Paraíso e
margaridas amarelas e vermelhas. Nosso quintal parecia mais com o
paraíso de um amante. A italiana selvagem em mim se acampou e
adicionou um pouco de tempero na “perfeita” fileira de plantas
holandesas. Eu queria Trepadeiras. Garrett queria linhas coloridas de
Balsamina. Nós entramos num acordo e fizemos as duas coisas. Juntos,
aprendemos a construir um paraíso selvagem, belo e exuberante sob
uma das mais quentes manchas de sol na Califórnia: A boa e velha
Bakersfield.

Aquilo nos cozinhou, mas tudo bem. Com as altas temperaturas até
45°C durante o verão, nós nadávamos na piscina todos os dias. E com a
nossa família próxima, convidávamos todos para churrascos e tivemos
os melhores momentos de família unida. Minha vida estava
absolutamente perfeita.

Quase todas as manhãs nós saíamos para nosso quintal e em nosso


belíssimo paraíso orávamos e agradecíamos a Deus por tudo que Ele
nos dera. Com os aromas perfumados de Jasmine e rosas ao nosso
redor, era o nosso pedacinho do céu na terra.

Espantava-me pensar sobre o quanto Deus fez naqueles oito anos.

Agora, se pudéssemos encontrar uma boa igreja, pensei.

Nós começamos a visitar igrejas a cada domingo, mas parecia que não
nos encaixávamos em lugar algum. Uma igreja estava morta na
adoração a outra estava morta na Palavra. Ficamos imaginando se
estávamos sendo excessivamente críticos.

Ser uma estudante da Bíblia não ajudava muito. Ouvi coisas nos
púlpitos que me faziam morder minha língua repetidamente. Para
facilitar a dor da igreja, eu comecei a levar minha lição de casa comigo
e silenciosamente trabalhar nela por trás de minha Bíblia aberta. Nós
começamos a pensar se estávamos sendo hipócritas em desempenhar
o papel de “Freqüentadores de Igreja”, mas não conseguíamos
absorver nada do culto. Nós seriamente questionamos se havia algo de
errado conosco.

Nem percebemos que Deus estava nos ensinando algumas importantes


lições.

Bakersfield foi difícil para nós. Frequentamos mais de 20 igrejas


quando chegamos aqui e, embora muitas delas tivessem coisas boas,
nós nunca encontramos uma igreja que fosse parecida com o que nós
conhecíamos e amávamos: o Centro dos Campeões. Nós éramos usados
com sabedoria na Palavra, havia uma celebração poderosa no culto e
trabalhávamos juntos como uma equipe para construir Campeões uns
aos outros. A mentalidade da roça em Bakersfield simplesmente não
oferecia isso.

“Agora o que vamos fazer?” Eu perguntei Garrett.


“Orar”, disse ele enquanto tirava a terra de seu último buraco.
Comecei realmente a clamar a Deus sobre encontrar uma ‘igreja casa.’
Continuamos nossa busca, mas não encontramos nada que
sentíssemos poderíamos chamar de “casa”. Mas Deus continuou nos
abençoando e nos ensinando sobre nós. Sabíamos que Ele tinha um
propósito em todas as coisas então confiamos nEle.

Mas não foi fácil. Eu estava extremamente preocupada por não estar
sendo alimentada pela Palavra de Deus o suficiente. Então, de repente,
Deus me abençoou com uma surpresa especial: Eu fui aceita na
Universidade Internacional Visão para perseguir um Bacharelado em
Estudos Teológicos.

Um novo mundo se abriu para mim e comecei a estudar por horas


todos os dias sobre a coisa que eu mais amava: a Palavra de Deus.

Sem que eu soubesse minha Teologia seria esmagada novamente.


Um dos meus primeiros cursos de Hermenêutica, o estudo dos
princípios de interpretação sobre os livros da Bíblia, realmente me
irritaram. Fiquei espantada e prestes a processar o mundo cristão
inteiro quando aprendi todas as formas diferentes de estudar a Bíblia
por métodos e meios culturais, gramaticais e históricos.

Por que eu nunca ouvi falar desses métodos antes? Perguntei-me em


desgosto.

Eu quase caí da minha cadeira enquanto eu re-estudava as Escrituras


que eu havia sido ensinada durante toda a minha vida. Eu
particularmente caí da cadeira quando aprendi sobre expressões
idiomáticas hebraicas. Expressões idiomáticas são simplesmente
frases. Por exemplo, uma expressão do idioma americano é quando
dizemos algo como: “está chovendo cães e gatos”, e entendemos que a
frase significa “está chovendo forte”, mas para um estrangeiro que
ouve essa frase, ele pode pensar que está literalmente chovendo
animais. Ele pode não entender que é uma expressão do idioma
americano e pode precisar de alguém para traduzir corretamente a
frase para ele.
Hmmm ...

Assim, quando Jesus, que gosta de usar expressões em hebraico, diz


coisas como: “Se o teu olho é bom, todo o seu corpo será cheio de luz”,
em Mateus 6:22, é realmente a maneira de um hebreu dizer “se você é
generoso.” Não tem nada a ver se o seu olho pode enxergar bem. Jesus
estava falando sobre ser mesquinho ou ser generoso.

Idiomas para Leigos, eu pensei enquanto escrevia o título de um futuro


livro para os cristãos.
Não me admira que a Escritura em Tiago 3:1 diga:

“Não deixe que muitos de vocês se tornem professores, meus irmãos,


sabendo que, como tal, irá suportar um maior juízo.”

Eu me perguntava quantos pastores atuais, bispos, sacerdotes e


professores seriam severamente julgados por todas as pregações e
ensinos sem noção. Eu queria gritar de cima do telhado, mas Deus me
disse para ficar fria e apenas aprender.

Então, segurei minha língua, pelo menos por um tempo.


Hmmmm ...

Enquanto eu estudava a Palavra dia e noite entre as responsabilidades


de lavanderia e cuidar da minha família, eu cresci em conhecimento e
sabedoria em maneiras que eu nunca teria pensado ser possível.
Alguma coisa estava acontecendo comigo.
Deus começou a me visitar poderosamente.

De repente, tive o desejo de estudar a vida dos grandes reformadores


tais como John Wycliffe, George Fox, John Calvin, John Knox em
particular, Martin Luther, o Machado de Guerra que iniciou a Reforma.
Eu ri quando me lembrei de como Garrett costumava me chamar por
esse nome quando nos casamos.
“Você machado de guerra”, ele gritava comigo quando eu abria a minha
grande boca. Se ao menos ele soubesse. Enquanto eu estudava a vida
de Martin Luther, me identifiquei com ele.
Eu até tinha o sobrenome semelhante ao dele, pensei. (Luther soa como
Lubben) Talvez, pensei.

Quando li que Lutero liderou a Grande Reforma, e literalmente ainda


impacta o mundo cristão de hoje, senti uma chamada “estranha” de
algo similar em minha vida, mas não tinha idéia do que poderia ser.
Então eu li que Lutero ficou sozinho, muitas vezes, perdeu amigos e
família, provocou conflitos internacionais, enfureceu os líderes das
nações, e criou o caos para a Igreja Católica Romana.

Engoli em seco. Eu não queria perder tudo que amava e prezava.


Mas eu não podia negar a grande atração que sentia pelas palavras: “A
Grande Reforma.”

Enquanto continuei a estudar faminta a vida de ministros poderosos e


grandes reformadores, eu também me apeguei ao que seria o meu
mentor favorito de todos os tempos, o pregador, Charles Spurgeon,
também conhecido como “Príncipe dos Pregadores”.

Agora, eu poderia ir a sua igreja! Pensei.


Pena que ele já estava morto. Parecia que todos os grandes pregadores
do Evangelho foram mortos.

Ótimo, todos os meus mentores estão mortos, pensei.


Eu fiquei na página da Internet “Spurgeon.org” por anos e comprei
livros de Charles Spurgeon e embebi em mim mesma centenas de seus
sermões. Ele pregou mais de 600 sermões antes de completar 21 anos
de idade! Eu não podia obter o suficiente dele!

Sim, eu me tornei uma Spurgeonite.


Também estudei a vida fenomenal de Martin Luther King Jr., Billy
Graham e uma das minhas pessoas Católicas favoritas, Madre Teresa.
Ela é uma das minhas maiores mentoras, e ensinou-me sobre o amor,
paciência e humildade.

Finalmente, eu estava sendo alimentada de CARNE, e não do leite que a


maioria das igrejas ofereciam. Comecei a entender que Deus estava me
chamando a um momento mais profundo e mais elevado de
aprendizagem no conhecimento Dele, e essa poderia ser a razão pela
qual as igrejas não abriam para nós.

Foi quando Deus realmente me visitou.


Comecei a passar horas a sós com Deus ouvindo a Sua Voz poderosa
falar comigo através do paraíso natural no meu quintal. Como eu
admirava nossa nova e bela parreira de uvas, eu pensava nas
poderosas palavras de Jesus em João 15:

"Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se um homem permanece em mim e


eu nele, esse dá muito fruto; sem mim nada podeis fazer.”

Eu segurei a videira verde suave em minha mão enquanto pensava


sobre a gravidade das Palavras do Senhor para mim. Eu nunca quis
fazer nada sem ele. Eu já tinha estado no inferno antes e não estava
interessada em sair do lado do Senhor jamais.

O Senhor também falou comigo através das árvores de fruto que


plantamos.
No primeiro ano não houve frutos, mas quando nós obedecemos a Ele e
O seguimos, começamos a ver brotarem os frutos pequenos em nosso
limoeiro, tílias e damasco. Foi incrível! Nosso quintal se transformou
em um símbolo profético do trabalho e do crescimento que Deus
estava efetuando em nossas vidas.

Quando as folhas mortas precisavam ser cortadas, Deus falava comigo


sobre áreas mortas da minha vida. Eu nunca ficava sem tesouras de
corte, quando estava no jardim. Plantamos demais e Deus me pedia
para cortar as obras mortas todos os dias!

Então, é claro, havia as ervas daninhas, as coisas da vida que me


sufocavam e que precisavam ser removidas. Deus abriu meus olhos
para me mostrar áreas que eram muito difíceis de entender naquele
tempo. Mas eu obedeci ao Senhor. Eu comecei a remover coisas
impuras na minha vida, até mesmo os relacionamentos impuros. Isso
foi muito difícil para alguém que queria tanto ser “amada”. Mas eu
queria a Presença de Deus mais do que qualquer outra coisa. Lembrei
das últimas palavras do meu avô, ele me disse, “Pratique a Presença de
Deus, Shelley.”
Entre 2002 e 2004, foi um momento poderoso de consagração para
mim. Eu praticamente me tornei um monge. Eu não ouvia música
secular. Na verdade, eu não escutava mais isso há oito anos. Eu nunca
assistia à televisão. Eu não falava uma palavra vulgar ou praticava
qualquer caminho do mundo. Eu poderia até mesmo passar um dia
inteiro sem ficar pecando. Claro, qualquer um poderia fazer isso se
passasse o dia todo com Deus por vários anos em um paraíso.

Eu fui absolutamente repleta da Presença de Deus. Entre a natureza no


Estado de Washington e o paraíso no meu quintal, eu cresci no tesouro
que é a Voz de Deus e essa foi a coisa MAIS linda que eu já tinha ouvido
ou experimentado. Eu amei tanto a Voz de Deus que eu diligentemente
passei três anos estudando Sua Voz através da minha escola,
workshops proféticos e pela Internet. Eu queria ler tudo e aprender
tudo o que pudesse sobre a Voz de Deus.

Eu fiquei loucamente apaixonada pelo Deus da Criação e tudo o que eu


queria era estar com Ele. Eu chamava Ele de "Abba", o carinhoso Termo
hebraico que Jesus também usou significando, “Papai".

Abba era o meu Papai.

Gradualmente, eu parei de querer estar demais ao redor de pessoas. Eu


não estava interessada nas coisas normais que as outras pessoas
estavam interessadas . Eu não queria participar de festas de chá de
mulheres durante estudos bíblicos. Eu não queria ouvir alguma
conversa do pregador sobre Futebol no púlpito. Eu particularmente
não podia tolerar quando eu ouvi aos cristãos compartilhando a sua
alegria eterna sobre seus programas de TV favoritos. Como facilmente
se iluminavam seus rostos sobre essas coisas ao invés de com as coisas
de Deus.

Ugh!

Eu simplesmente não podia tolerar o mundo exterior de qualquer


forma, a forma ou maneira disso ter acontecido é que fiquei dentro ou
no meu jardim todos os dias ouvindo Deus compartilhar seus segredos
comigo. Ficou um pouco difícil às vezes até ter um relacionamento
saudável conjugal com Garrett. Lá estava eu na presença do Deus Todo-
Poderoso ouvindo os profundos mistérios de Cristo e Garrett querendo
romance. De repente eu entendi por que Paulo falou sobre pessoas
solteiras dizendo que era “uma coisa boa para que eles permaneçam
como estão, como eu.”

Mas Garrett compreendeu. Mesmo ele não podia negar que o Deus
Todo-Poderoso estava FALANDO comigo em uma base regular como
Ele fez com Moisés ou Abraão. Despertada muitas vezes na noite com
Espírito de Deus que pairava sobre a nossa cama, Garrett sabia que eu
tinha aproveitado o “outro” lado de uma forma literal e profunda.
Claramente, eu havia me tornado amiga de Deus e Deus queria falar
comigo. Tudo o que Ele realmente queria desde o início era uma amiga,
Ele me disse. Prometi a Ele que eu seria sempre sua amiga não
importando as circunstâncias.

“Não importando as circunstâncias, Shelley?” Ele me perguntou.


“Não importa o que aconteça!” O zeloso Pedro em mim prometeu.
Então fora daquele jardim verde no final do outono de 2004, Deus
sussurrou em meu ouvido, “Conte a sua história.” Eu sabia o que
significava. Deus queria que eu fizesse um site e contasse toda a minha
história.

“Uh, não, eu não posso fazer isso”, respondi rapidamente no meu


coração. Eu já tinha contado minha história o bastante, para centenas
de mulheres em prisões e missões de resgate. Além disso, eu já tinha
um ministério. Pregação e ensino da Palavra, uma vez por semana para
mulheres em recuperação, eu estava feliz onde estava. Enfim, eu não ia
arruinar a minha vida perfeita e santa e ir a público falar sobre o meu
passado “pornô.”
Você está brincando?

Eu não posso fazer isso, eu disse a Deus e depois argumentei umas boas
milhares de razões do por que não.

Primeiro de tudo, eu não queria lidar com as feias pessoas chatas.


Eu sabia que a indústria pornô tentaria me crucificar se eu saísse
publicamente com a minha história. Imaginei todas as vulgares
palavras e coisas que fariam se eu expusesse suas obras más. Além
disso, eu definitivamente não queria morrer como rótulo de ex-atriz
pornô impresso em minha lápide. De jeito nenhum.
Em segundo lugar, eu era a rainha do Cupcake e a mamãe que viajava
para a escola cristã das crianças. Os professores todos me conheciam e
amavam-me e eu tinha feito amigos maravilhosos e tinha o prestígio de
outras mães.

Em terceiro lugar, eu matriculei minha filha adolescente em uma escola


cristã particular de elite para o Ensino Médio e não queria que as
crianças mexessem com ela. Essa também foi a primeira vez que ela
teve a oportunidade de usar suas habilidades de baterista e ela se
tornou uma percussionista na banda da escola de elite.

Em quarto lugar, o meu marido trabalhava com médicos e profissionais


que nós definitivamente não queríamos que soubessem do meu
passado.

Em quinto lugar, eu posso perder as relações familiares que eu tinha


trabalhado tão duro para construir.

E isso foi só o começo das dezenas de desculpas que eu dei a Deus a


respeito do porque eu não podia e não colocaria a minha “história” na
Internet.

Eu dei um último passeio pelo meu jardim paradisíaco à noite, e a brisa


final do dia soprava perfumando o ar da noite. Era hora de aconchegar-
se com Garrett na minha grande caminha quentinha e estudar minha
Bíblia Judaica completa juntamente com meu comentário bíblico
Wycliffe.

Eu mal podia esperar para ver o que Deus me mostraria hoje à noite!
XXVII

Uma Confissão

pArA o Inferno
com o pArAíSo

Capítulo Vinte e Sete


O Espírito de Deus me acordou abruptamente às 03:30hs.
“Faça um web site com sua história.”
Eu finalmente concordei. “Tá bom, Deus.”

Uma coisa sobre mim, eu não discuto com Deus às 03:30hs da manhã,
especialmente quando o Seu Espírito me pede, me confronta e me
fortalece a criar um site em três horas.

Eu era uma web designer. Eu também sabia como fazer uma


ferramenta de busca otimizada e, por isso, naturalmente eu
convenientemente deixei de fazer essa parte. Eu pensei que ninguém
iria encontrar o site que eu havia feito, e caso alguém encontrasse,
talvez fosse para ajudar algumas mulheres a deixarem a indústria do
sexo. Então, eu propositadamente deixei os Meta tags (palavras chaves
para encontrar um site) em branco.

Sorriso.

É claro, que nada disso afetou Deus. Ele poderia fazer o que Ele
quizesse e Ele o fez. Dentro de alguns meses, “atrasadinhos”
começaram a me encontrar. Eu sei porque eu usei um contador de
visitantes para manter um olho em quantas pessoas visitavam o meu
novo Web site.

Eu era impertinente, eu admito. Eu realmente não estava pronta para


partilhar a minha história com o mundo inteiro.
Eu fugi disso a princípio. Mas logo eu comecei a receber e-mails com
pedidos para fazer entrevistas on-line.
“Muito bem, Deus, eu acho que é hora de falar para meus filhos e suas
escolas sobre o Seu plano”, eu disse a Deus.
“Sim”, Ele respondeu carinhosamente.
Então, depois de ter uma discussão com minha família sobre as
intenções de Deus, acabei no escritório do diretor da Escola Cristã das
minhas filhas. Para acabar com isso, disse-lhes o que Deus me disse
para fazer e que eu era uma ex-atriz pornô e que Deus salvou-me de
tudo debaixo do sol. Para minha grande surpresa, o diretor sorriu e me
disse que ele era um ex-usuário de heroína e sua mãe havia sido uma
prostituta!

Obrigada, Jesus, eu pensei.


Logo toda a escola sabia sobre a minha história. Mães e professores
começaram a vir até mim e dizer que eles foram tocados. A
bibliotecária foi especialmente tocada e chorou pelo que Deus tinha
feito em minha vida.

Comecei a realmente entender que minha história estava tocando


muitas vidas diferentes. Eu já sabia que a minha história tinha ajudado
as mulheres que estavam destruídas pelas drogas e álcool, mas afetar
de forma positiva a vida de mulheres cristãs, bom, isso foi uma
surpresa para mim.

Deus continuou a surpreender-me até que um dia a organização,


“Moralidade na Mídia”, pediu-me para fazer a minha primeira
entrevista por telefone. Eu pensei que tinha chegado o grande
momento. Finalmente, eu compartilharia minha história com o mundo
e todo mundo viria a conhecer e amar o meu Jesus! Então, eu dei a
entrevista muito ingenuamente e honestamente não tinha idéia de
onde estava me metendo.

Durante essa entrevista me perguntaram sobre meus sentimentos no


vício da pornografia. “Vício da Pornografia?” Eu perguntei a ela. “O que
é isso?” Eu não tinha idéia do que ela estava falando. Eu tinha ficado
trancada dentro de uma bolha cristã desde 1995, quando comecei a
frequentar o Centro de Campeões. Eu não tinha idéia do que era o vício
da pornografia.

Embora eu tivesse feito web design, eu nunca saí em redes sociais e


esses lugares da Internet. Eu só saí em fóruns de web design com
outros web designers. Ninguém nunca falava sobre o vício da
pornografia.
Nós falávamos sobre codificação.

Então, eu estive completamente escondida da pornografia e da maioria


do mundo por mais de 10 anos. O mais próximo que eu já havia
chegado do mundo contemporâneo foi quando ia ao supermercado
depois que deixei o exército em 2002 ou quando eu trabalhava com um
cliente em seu site de comércio eletrônico. Eu não assistia TV, com
exceção do show para crianças do Barney. Eu não ouvia música secular
ou o rádio. Eu criava as minhas filhas, estudava a Palavra de Deus e
Teologia, dava aulas de Bíblia na missão de resgate e projetava sites.

Eu vivia uma vida cristã tranqüila e confortável e de repente a senhora


do outro lado do telefone a interrompeu.

Ela me explicou que o vício em pornografia era o problema número um


de saúde mental e passou a compartilhar horríveis estatísticas da
pornografia comigo. Sentei-me na minha cadeira e engasguei. Fiquei
espantada ao saber que havia milhões de páginas de pornografia na
Internet. Fiquei horrorizada ao saber que a indústria do pornô lança
11.000 filmes por ano contra 400 de Hollywood. Fiquei ainda mais
traumatizada ao saber que 54% dos pastores tinham visto pornografia
na Internet dentro do último ano.
“Pastores?” Eu perguntei, horrorizada. Eu realmente tinha sido
reformada a uma senhora cristã agradável que tinha esquecido
completamente o seu passado. Eu imaginava que todo mundo que era
um líder cristão, vivia uma vida boa e santa. Como poderia um homem
de Deus ver pornografia, era além do meu pensamento limitado e
santo. Deus certamente iria me “zap” se eu fizesse uma coisa assim!

Após a entrevista eu estava chateada. Na verdade, eu estava


completamente irritada.
Como poderia a Igreja e o governo permitir que a indústria do sexo
escapasse com tantos assassinatos? Será que eles não sabem a verdade
sobre a pornografia e que as mulheres nos pornôs não gostam de fazer
pornô?

Eu sentei lá e me irritei e Deus falou claramente comigo e disse:


“Shelley, você deve escrever um artigo sobre a verdade por trás da
fantasia da pornografia.”

De repente, uma indignação Santa encheu-me e eu estava rabiscando


um artigo levemente gráfico sobre a verdade por trás da fantasia de
pornografia.

O artigo me assustou. Eu nunca tinha escrito um artigo em minha vida,


exceto trabalhos de pesquisa. Ele definitivamente foi o meu primeiro
artigo “gráfico”. Ai de mim, pensei. Perdi a cabeça. Mas Deus assegurou-
me que Ele escreveu o artigo através de mim.

Então Ele fez uma coisa louca que eu nunca esquecerei. De repente, as
letras da melodia, “Você faz um homem adulto chorar” foram jogadas
em minha mente e me assustei tanto que eu empurrei o artigo explícito
para longe de mim. Por que uma música secular estava tocando na
minha mente? Certamente eu não tinha ouvido a música “Start Me Up”
em muitos anos.
Mas Deus me assegurou Ele teve suas razões para usar uma canção de
pedras para falar comigo. Em seguida, um versículo veio à mente
quando Jesus falou em Lucas 19:40:

“Eu digo a você”, ele respondeu: “se eles se calarem, as pedras clamarão.”
Uau, eu pensava em meu coração. O Deus Todo-Poderoso usou de uma
música de rock-n-roll para falar comigo. Certamente, minha Teologia
foi completamente esmagada.

Mas eu obedeci a Deus, e coloquei o artigo online e na boca da noite


meu artigo da “Verdade” começou a circular em todo o mundo.
Visitantes do meu web site passaram de centenas para milhares no
final de 2005. De repente, igrejas, organizações e pessoas envolvidas
com pronografia em todo o mundo começaram a entrar em contato
comigo. A indústria pornográfica também entrou em contato comigo.

Agora, eles queriam uma entrevista. Eu realmente estava animada


porque eu acreditava realmente que todos seriam salvos em uma única
entrevista. Eu estava tão animada para mostrar-lhes o amor de Jesus e
oferecer-lhes esperança e cura.

Luke Ford, um cara legal e jornalista pornográfico, começou a


entrevista me perguntando qual era o meu nome artístico.

Eu timidamente respondi de volta: “Bem, eu nunca revelei isso.”


Na verdade, eu não tinha posto o meu nome “pornô” em meu site
porque eu não queria que as pessoas que o visitassem fossem tentadas
a assistir aos filmes antigos. Mas eu pensei no fato de que o site do
Luke era um blog “adulto” e que nenhum cristão do mundo jamais iria
lê-lo. Além disso, eu tinha recebido e-mails de pornógrafos que até
agora me diziam que eu era uma mentirosa. Então, achei que era o
momento e o local perfeito para divulgar meu nome de trabalho
anterior e “calar a boca” dos opositores.

“Eu usava o nome de Roxy”, confessei. Então eu compartilhei o ponto X


da minha experiência no pornô, não querendo “ofender” qualquer um
na indústria pornô. Eu era muito nova para o moderno mundo da
pornografia em 2005.

Agradeci Luke pela entrevista e entusiasmada esperei para ouvir as


respostas quentes da indústria pornô. Aqui está uma pequena amostra
do que eu recebi:

“Vadia estúpida. Ninguém se importa com o que uma prostituta tem a


dizer.”
“F*** Mentirosa. Você ainda é uma puta que quer atenção.”

“Você não é nada além de uma vadia prostituta de Jesus!”

Eu me assustei. Eu não podia acreditar nos comentários que saltavam e


atacavam-me através da tela do meu computador.

Em seguida, vieram os e-mails viciosos. Pornógrafos e promotores a


favor da pornografia começaram a ameaçar-me com sabor maligno de
toda vulgaridade das profundezas do inferno. Tornei-me totalmente
sobrecarregada.

Chorei por dentro e por fora o ano inteiro, durante meu despertar
bruto em 2005. Eu não entendia como as pessoas na indústria do
pornô não podiam ver a beleza do que Deus tinha feito na minha a vida.
Para piorar as coisas, os chamados cristãos e pessoas “religiosas”
enviaram e-mails brutais de repreensão e uma interminável cadeia de
sugestões sobre o que eu deveria ou não fazer no meu novo Ministério
“Pornô.”

Para acrescentar insulto à injúria, enviei aos meus pais e familiares o


meu testemunho logo depois que o coloquei no meu site na esperança
de que eles glorificassem a Deus comigo e até comemorassem em como
Ele estava me usando. Eu fui acordada abruptamente quando minha
mãe me disse que eu provavelmente tinha ouvindo a voz do diabo.

“O QUÊ?” Eu não podia acreditar. Minha própria mãe se voltando


contra mim depois de toda a recupreação pela qual eu tinha passado.

Então, ela começou a compartilhar com outros membros da família o


“ataque” horrível que eu tinha lançado sobre ela e meu pai. Além disso,
ela envolveu meu irmão e minha irmã, e certamente, tive o privilégio
de ler seus e-mails de repreensão, juntamente com todos os outros que
eu recebi. É claro, eu escrevi de volta e me defendi e de repente eu
estava no inferno dos e-mails. Lá se foi toda a sabedoria que eu tinha
ganhado no Centro dos Campeões.

No mesmo ano em que Satanás lançou um ataque brutal em nossa


família, e o pai do meu marido morreu em 01 de abril de 2005, em um
acidente de bicicleta que foi uma aberração. Tudo a nossa volta
desmoronou completamente, e o nosso paraíso perfeito foi
inteiramente arrancado de nós.

Estávamos literalmente vivendo o Livro de Jó da Bíblia.


Desfeita e completamente quebrada, eu clamava a Deus por respostas.
Desanimada, pela internet uma mulher me enviou uma mensagem
instantânea que dizia que Deus lhe disse para me dar Isaías 26:3:

Tu conservarás em paz aquele cuja mente está firme em Ti, porque ele
confia em Ti.

Fiquei grandemente consolada. Me agarrei àquela Escritura e a


aplicava para cada coisa suja e feia que vinha em minha direção.

Foi quando o diabo me fez uma visita.


A noite estava escura e fria. Todos, minhas filhas e meu marido
estavam dobrados na cama enquanto eu estava, é claro, a lendo e-
mails. Um peso terrível tomou conta de mim e de repente senti meu
corpo tentando desmaiar.

Fraca, pensei. Eu nunca desmaiei antes. O que há de errado comigo?


Quando me levantei de minha cadeira, eu percebi alguma COISA estava
em cima de mim e estava apertando minha cabeça. Eu percebi o que
“isso” era e repreendi em nome de Jesus enquanto eu tentava caminhar
até meu quarto para pedir ao meu marido que orasse por mim.
Envolvida ao redor por uma entidade do mal de parede a parede, a
força de mau me jogou para o chão, onde eu passei perto do quarto da
minha filha de cinco anos.

Não sabemos como aconteceu, mas alguém me arrastou para meu


quarto e me colocou sob a minha tábua de passar. De repente, eu ouvi a
voz de Garrett chamando meu nome e eu acordei e virei minha cabeça
para ver um par de olhos me olhando. Minha foto de Jesus, de alguma
forma tinha caído da parede e agora estava olhando diretamente para
mim. Em choque com tudo, eu tentei levantar, mas o peso ainda estava
em cima de mim e eu senti como se estivesse sendo estrangulada.
Garrett, um ex-combatente médico, pensou que eu tinha algum tipo de
doença física, mas quando eu mal expressei as palavras “Satanás”,
enquanto apontava para a minha garganta, ele começou a imaginar que
talvez pudesse ter sido demoníaco. Dei-lhe uma olhar louco como, o
que mais poderia ser, IDIOTA?

Garrett repreendeu o mal de mim e, finalmente, eu fui capaz de


respirar. Eu estava tão terrivelmente assustada que peguei todas as
versões diferentes da Bíblia que eu pudesse encontrar e rapidamente
me escondi sob minhas cobertas, onde eu me arrependi de todos os
pecados que eu já tinha cometido desde os três anos de idade.

Eu estava APAVORADA!

Eu com medo clamei a Deus: “Abba, Deus, por favor me salve!”


Mas Deus me assegurou que não havia nada a temer e que Ele estava
ali comigo. Ele me lembrou que Satanás não tinha autoridade sobre a
nossa família e que eu podia usar o nome de Seu Filho Jesus e
repreendê-lo. De repente lembrei-me das Escrituras de Batalha
Espiritual e comecei a recitá-las em voz alta, pois TODOS incluindo o
diabo, poderiam me ouvir. Escritura após Escritura eu declarei, em
nome de Jesus até que eu finalmente me cansei e cai dormindo.

Isto é, até que Satanás me acordou. Meus olhos foram abertos de


alguma forma, senti uma enorme bola preta flutuando entrar no meu
quarto e pairar sobre a borda da minha cama. Então ouvi uma voz falar
literalmente e contundente as palavras:

“Este é o meu sistema mundial e você não irá F**** com o meu
sistema.”

Essas foram as palavras exatas do diabo. Eu olhei imediatamente para


Deus e senti Sua grande presença por cima de mim. Cheia do Espírito
Santo virei a cabeça para o diabo e corajosamente respondi: “Fale com
Jeová”, e poof, ele foi embora.

Aquele primeiro ano lutando contra Satanás seria o primeiro de muitos


anos de guerra pela nossa família. Não treinados nas estratégias do
adversário do Santos, pouco sabíamos que a batalha contra o Reino de
Satanás, e por milhões de preciosas almas, tinha apenas começado.
XXVIII

Uma Confissão

A dor do pornô
em tIffAny

Capítulo Vinte e Oito

A Narrativa da filha de uma atriz pornô.

Eu odiava minha mãe. Eu a odiava tanto que eu tentava sabotar tudo o


que ela fazia, incluindo o seu então chamado de ministério pornô.

Tudo começou quando eu nasci.


Mais escura e mais peluda do que a minha mãe loira e atriz pornô, me
senti desajeitada e feia. As pessoas percebiam o meu olhar “misto” e as
crianças zombavam de mim.
“Lobisomem”, gritavam e gritavam para mim. Eu apenas os socava de
volta na cara. Eu era uma Karate kid meio asiática pequena e que não
aceitaria zombarias de ninguém. Eu também estava muito zangada. Eu
odiava minha mãe e especialmente aqueles homens estúpidos que ela
trazia para casa. Todos os bêbados com quem ela namorava me diziam
que queriam ser meu pai e eu começava a me sentir tão feliz por
dentro e achava que, Uau, eu chegaria a ser uma parte de uma família
real!

Mas então eles desapareciam de novo. E, também, eles me tocavam lá


em baixo. Eu odiava quando eles faziam isso. Isso me fez querer me
tocar lá em baixo, também.

Foi quando eu comecei a me masturbar com quatro anos. Isso me fez


sentir bem e de qualquer forma, fez a dor ir embora, pelo menos por
um tempo. Eu também fingia ser um menino e fazia “coisas” para os
meus animais de pelúcia. Uma vez eu encontrei o vibrador de minha
mãe e fiz sexo com meu ursinho de pelúcia. Era estranho como eu sabia
como usá-lo. Eu provavelmente aprendi com a minha mãe, quando eu
acidentalmente vi seu filme pornô.

Ela estava usando vermelho. Eu tinha cinco anos.


No começo eu pensei que minha mãe era uma estrela de cinema, mas
depois eu vi um velho puxar o seu “você sabe o que” e colá-lo dentro de
dela. Eu me senti tão suja e bruta. Eu pensei que ela era uma mãe ruim
e eu a odiei.

Então eu me masturbava. Depois de alguns minutos, eu odiava a minha


vida e queria morrer.

Uma voz me ajudou e me disse: “Está tudo bem, Tiffany.”


Quando eu tinha terminado a voz me disse: “É só se matar.”

Um dia encontrei uma faca no meio do nada e me cortei com tanta


força quanto eu podia. Eu pensei que iria me matar, mas não consegui.

“Está tudo bem”, disse a voz. “Você pode tentar novamente mais tarde
quando Mamãe não estiver olhando.”

Eu vivia com muito medo da minha mãe. Eu sabia que ela me daria um
tapa na cara e gritaria comigo se eu não fizesse o que ela dissesse. Às
vezes, quando ela não estava olhando, eu tentava usar suas perucas. Eu
queria ser como ela. Na verdade, eu queria estar com ela. Mas ela
nunca tinha tempo para mim.
Eu era invisível.

Quando os homens estúpidos vinham até nossa casa, minha mãe me


dava um bip e me dizia para ficar fora até que ela me desse sinal pelo
bip. Eu sabia que era melhor voltar no início ou ela iria ficar louca e
gritaria comigo.

Quando eu saía, para brincar, ninguém reparava em mim.


Quando eu estava com fome, eu ia para casa do vizinho senão minha
mãe iria comprar salsichas fritas no Wienerschnitzel. Ou às vezes eu ia
ao andar de baixo da casa, para pegar comida e via um homem com
uma câmera de vídeo e minha mãe nua com outra mulher.
Eu ficava com medo e corria de volta para cima.

Quando morávamos em uma casa velha com um monte de gente, eu


queria atenção, então eu sentei no colo de um amigo da minha mãe e
pedi-lhe para ter relações sexuais comigo. Ele me deu um olhar
engraçado.

Uma vez minha mãe demonstrou amor a mim e me deu um Sundae de


chocolate. Eu estava tão feliz, mas depois eu a vi derramar seu “drink”
no meu sorvete e eu fiquei com medo. A garrafa tinha uma etiqueta
preta e branca. Minha mãe fez-me comê-lo e depois vomitei.

Sempre que eu tentava abraçar minha mãe, eu tinha que avisar antes,
porque ela não queria me tocar. Eu sabia que ela não me queria porque
eu era feia e semi-asiática. Ela sempre me disse que eu não era em
nada como ela; que eu era apenas uma coisa que apareceu do nada.

Crianças me diziam que eu era uma bastarda. Eu também fui abusada


sexualmente.
Uma noite, passei a noite com o namorado da minha mãe e ele me disse
para ficar quieta ou eu teria que dormir na cama, com ele nu. Mas
quando eu ri porque ele disse a palavra “nu”, ele me fez ira para a cama
com ele. Então ele me fez tocar sua coisa. Então ele tocou-me lá em
baixo. Tudo ficou muito confuso e tornou-se negro.
Eu realmente odiava a minha vida. Eu temia acordar pela manhã.
Atravessar cada dia, eu fingi que estava em um filme e que sempre que
eu acordava, era um novo filme. Tornei-me uma grande atriz como a
minha mãe.

Então um dia eu conheci outro dos namorados da minha mãe. Ele era
alto e mais agradável do que os outros. Ele disse que amava minha
mãe, mas eu não acreditei nele. Meu coração de cinco anos de idade já
estava quebrado e endurecido.

A única coisa que eu esperava era assistir MTV. A música me acalmou e


me levou para um lugar longe da minha vida horrível. Com menos de
cinco anos, minhas bandas favoritas eram Van Halen, Metallica e Alice
in Chains. Eu me sentia muito próxima do vocalista do Alice in Chains
porque ele parecia realmente emocional.

Eu me sinto assim também, eu imaginava.


Mais tarde soube que o meu cantor favorito tirou a própria vida e que
demorou duas semanas para que as pessoas finalmente descobrissem.
Isso é como eu me sentia. Ninguém sequer perceberia que eu tinha ido
embora.

Um dia fora da depressão, minha mãe se casou com um homem


agradável e de repente, a família do meu novo pai estava me dando
presentes. Eles eram muito bons para mim. Mas eu ainda não confiava
neles.

Quando eu o reconheci com meu então chamado pai, eu o chamava de


“Gary”, ele me disse para chamá-lo de papai.

“Ok, Gary” Eu simplesmente respondi e subi os degraus. Nenhum


homem poderia me dizer nada.

Conforme fui crescendo, comecei a me cortar. Sentia-me feia, nojenta e


como uma grande perdedora, porque eu me masturbava. Eu pensava
que era somente eu no mundo que fazia isso. Eu também me senti
muito gorda, porque ganhei muito peso por comer por abalo
emocional. Comer me acalmava, especialmente chocolate.

No meu ginásio e colegial, eu não podia me dar bem com ninguém. Ser
uma percussionista na banda do Colegial era a ÚNICA coisa que me
fazia levantar de manhã. Até então, eu odiava a minha vida e me sentia
o maior pedaço de merda no mundo. Eu era grande e marrom e minha
carne era gorda e mole. Senti-me como um pedaço de merda literal.

Tornei-me uma rebelde quando minha mãe saiu publicamente com a


sua história. Eu agi como se estivesse bem com ela, mas no fundo eu
sentia que ela estava tentando me machucar de propósito. Eu culpava
Deus, também. Como poderiam Ele e minha mãe me machucarem mais
uma vez, especialmente quando nossa família finalmente teve um
pouco de paz?

Eu cresci ressentida e estava cheia de raiva. Eu comecei a me auto-


mutilar ainda mais. Minha mãe sempre me perguntava porque eu
usava muito as roupas com mangas. Ela nunca soube que era porque
eu me cortava. Eu também usava calças jeans para esconder minhas
cicatrizes e gordura. Em Washington eu poderia disfarçar isso, mas na
Califórnia, minha mãe começou a suspeitar que havia algo de errado
comigo.

Finalmente, por vingança e incentivo de vozes mal, tentei suicídio em


15 de maio de 2006, três dias antes do aniversário de minha mãe e 10
dias depois que ela apareceu no programa Clube 700. Eu tinha apenas
começado a tomar Lexapro, um antidepressivo para TPM severa. Pelo
menos foi o que os médicos diagnosticaram em mim. Ninguém sabia
que eu ainda lutava contra os efeitos graves do abuso sexual infantil.
Todos esses anos minha mãe passou em recuperação profunda, mas eu
nunca fui curada.

Todo mundo achava que eu era curada.


Quando eu descobri que na escola eu estava falhando na matéria de
geometria; isso foi a cereja final no bolo. Eu queria provar a mim
mesma para meus pais. Eu queria mostrar às pessoas que eu não era
um fracasso. Na verdade, eu não conseguia nem ler quando menina. Eu
fiquei retida no Jardim de infância e freqüentei mais de treze escolas
devido a tantas mudanças militares de nossa família. Eu nunca recebi
uma oportunidade sólida para aprender.

Eu me sentia como o maior fracasso do mundo.


Meu relacionamento com os amigos estava falhando. Minha família foi
passando pelo inferno “pornô” e perdeu o apoio dos familiares. Agora,
eu estava falhando na escola. A mesma voz veio para mim e disse: “Está
tudo bem, Tiffany, apenas se mate e a dor vai acabar.”

Então, eu faltei na minha última aula e dirigi para casa em minha


caminhonete enquanto ria como uma pessoa insana. De repente, o
pensamento de me matar se tornou a melhor idéia do mundo, tipo
como da invenção da eletricidade.

Mas Deus realmente tinha a minha mãe para me resgatar naquele dia.
De repente ela ligou e disse que queria passar algum tempo comigo no
salão de beleza. Eu lhe disse que estava ocupada, mas depois a minha
mãe continuou ligando e dizendo que se sentia como se algo estivesse
errado e que ela realmente precisava estar comigo.

“Eu não quero ir ao salão de beleza. Eu estou bem.” Eu menti para ela.
Mas ela sabia que algo estava errado.

Quando cheguei em casa e saí da caminhonete, observei e toda a nossa


casa parecia que tinha uma névoa negra sobre ela. Eu poderia
literalmente ouvir Satanás rindo de mim. Eu não poderia lutar mais
com ele. Me senti alta como se estivesse drogada. Olhei em volta e notei
que cada casa estava linda, mas que a nossa casa parecia preta e
repugnante.

Eu entrei e larguei tudo pela porta e fui direto para a cozinha para
encontrar uma faca. Eu não pensei duas vezes sobre isso e comecei a
serrar meu pulso como uma violinista. Eu estava chorando
violentamente e ferozmente, totalmente fora de controle. Eu
absolutamente odiava a minha vida e eu cortei meu pulso tão profundo
quanto eu poderia.

E então minha mãe me ligou. Ela disse que sentiu que havia algo muito
errado comigo e realmente queria falar comigo. Eu desliguei o telefone
e fui ao banheiro onde desmaiei várias vezes no chão por causa da
perda de sangue.

De repente voltei à realidade e uma voz poderosa, disse, “Levante-se.”


Olhei em volta e não reconheci o que tinha acontecido. Eu comecei a
surtar e a Voz de Deus disse-me, “Calma, Tiffany. Eu estou aqui.”
“O que eu fiz, meu Deus? O que eu fiz?” Clamei a Deus.
Deus calmamente respondeu: “Você cortou seu pulso. Não se preocupe.
Eu preciso que você digite ‘Lexapro’ no Google.”

Eu fui imediatamente para o computador e digitei Lexapro e li um


aviso sobre adolescentes que se suicidaram ao tomar o anti-
depressivo. Deus me tranqüilizou naquele momento dizendo que eu
não era louca. Eu realmente senti o Seu amor e cuidado para comigo
naquele momento.

Quando minha mãe chegou em casa e percebeu o que tinha acontecido,


ela e meu pai imediatamente me levaram para a sala de emergência
onde a enfermeira me perguntou se eu queria me matar. Eu respondi:
Sim. Então, ela digitou a palavra suicídio.

Olhei para meu pai e sua cabeça estava abaixada com lágrimas
escorrendo pelo seu rosto. Foi o pior momento da minha a vida.

Meus pais estavam inconsoláveis. Minha pobre mãe estava totalmente


confusa. Tinha certeza de que Deus havia lhe dito para ir a público com
a sua história e para começar um ministério para ajudar as pessoas na
indústria pornô e combater a pornografia e, ainda assim, sua família
estava desmoronando. Foi quando minha mãe começou a ter sérios
problemas de saúde.

Mas ela nunca desistiu de mim e, de fato, ela lutou mais forte por mim.
Ela vinha ao meu quarto e me ensinava da Palavra de Deus e me
incentivava com histórias bíblicas como aquela sobre Davi em Ziclague.
Ela me ensinou e me incentivou no Senhor a nunca, nunca desistir. Ela
me disse que eu era bonita e compartilhou Escrituras sobre o amor
incrível de Deus por mim. Ela não compreendia totalmente o que eu
estava passando, mas ela sabia que a Palavra de Deus poderia me
curar. Ela era a prova viva disso.

Um dia eu não podia suportar mais a dor, e disse a Deus que Ele nem
precisava provar que era real ou não, pois eu iria definitivamente me
matar. Eu joguei a Bíblia no ar e ela pousou na minha cama e aberta no
Salmo 103:
Louvai ao Senhor, ó minha alma, e não te esqueças de todos os seus
benefícios, que perdoa todos os teus pecados e sara todas as tuas
enfermidades, quem redime a tua vida da cova e te coroa de amor e
compaixão.

Aquele foi o dia em que eu realmente fui salva.


Quando comecei a permanecer sobre a Palavra de Deus e a cura nos
próximos anos, Deus enviou-me um homem humilde e misericordioso
chamado Shane que se tornou o amor e a alegria da minha vida. Me
casei com o primeiro menino que eu beijei em 15 de agosto de 2009,
quando eu tinha 20 anos de idade. Finalmente me foi dada uma chance
real para ser curada e estudar a Palavra de Deus sem qualquer
interrupção. Casada com Shane e sob sua proteção, Deus começou a me
ensinar sobre seu grande amor por mim. É como se estar casada
demonstrasse a “unidade” e também o algo “especial” que Deus queria
ter comigo. Meus pais tinham me mostrado um grande exemplo de
amor em um casamento cristão e agora era minha vez de experimentar
um relacionamento amoroso.

Depois de uma jornada muito longa e difícil, agora estou de volta ao


lado de minha mãe e pronta para combater o bom combate. Eu sei que
é uma luta urgente, especialmente porque Deus tem me preparado
totalmente para as profundezas do inferno. Mas eu estou pronta. Estou
pronta para ir contra Satanás e destruir as obras das trevas.

Eu não me masturbo mais e eu não estou mais com raiva. Para


qualquer coisa, eu estou cheia de compaixão genuína para ajudar as
pessoas que estão sofrendo como eu estava. Eu também estou
preenchida com um fogo sagrado para que a Verdade de Deus e da
Justiça sejam espalhadas por toda a terra. Para um momento como
este, eu sei que eu nasci e fui escolhida por Deus para ser sua
mensageira.

Meu nome é prova disso. Minha mãe não sabia naquele tempo, mas ela
chamou-me “Tiffany”, que significa, “aparência de Deus.”
Nascida de uma prostituta, quais são as chances?
Mas Deus tinha um plano perfeito para a minha vida e Ele tem um para
a sua também! Você vai me deixar orar por você hoje? Por favor, diga
essa oração comigo e conheça o Deus “que cura todas as suas doenças,
que redime a tua vida da cova e te coroa de amor e compaixão.”

Querido Pai,

Eu quero Te conhecer. Eu creio que Tu enviaste Teu Filho Jesus


ao mundo para morrer por meus pecados e para curar a todas as minhas
doenças e para me salvar do abismo do inferno e da destruição.

Peço-te para salvar-me e purifica-me e ensinar-me os teus caminhos e


coroa-me com amor e compaixão. Obrigado, Pai, por Seu amor incrível.

Amém

Nossa família te ama e está orando por você!

XXIX

Uma Confissão

JornAdA Ao
Inferno
Capítulo Vinte e Nove
O poder de uma oração tomou um novo significado para a minha
família.
Com a minha teologia caindo aos pedaços, nossos parentes chateados
com a gente, ataques da indústria pornô, repreensão dos chamados
Ministérios cristãos e outros tentando me puxar para o jogo cristão de
fofoca, eu sabia que era hora de cair de joelhos e orar até que fizesse
um buraco em meu tapete marrom.

Eu não estava definitivamente pronta para um ministério pornô


internacional.
Quero dizer, onde é que eu ia encontrar mentores espirituais para
ISSO? Mas Deus me assegurou que quando eu caísse de joelhos, Ele
responderia minhas orações desesperadas e faria excessivamente
acima de tudo, que eu pudesse pedir ou pensar. De repente lembrei-me
de uma pregação sobre a VERDADE com palavras poderosas quando o
pregador disse: “Nenhum grande mover de Deus contece sem uma
grande oração.”

Comecei a orar por coisas específicas que eu sabia que precisava a fim
de continuar no ministério radical para o qual Deus havia me chamado.
Inspirada pela autobiografia de Billy Graham, “Assim como Eu Sou”,
uma coisa que eu orei foi por amigos dedicados ao longo da vida, para
viverem ao nosso lado, assim como Billy tinha. Naquele tempo éramos
apenas minha família em uma guerra suportando a pornografia,
estávamos desgastados.

Especialmente eu.

De infecções por estafilococos à anemia grave causada por


hemorragias durante o meu período menstrual, eu mal tinha começado
e já estava me sentindo enjoada. Lembrei-me das palavras da minha
mentora espiritual Pat, que com palavras vitais me avisou que eu
precisaria ter mais cuidado com minha saúde se eu quisesse ser uma
missionária. Com experiência em uma missão de alcance mundial, ela
me avisou. Mas eu não ouvi. Eu fui tão fundamentada em maneiras
“Campeãs” espirituais, que eu não pensava muito sobre o aspecto
“físico” do ministério. Na verdade, Deus também alertou-me sobre a
minha saúde. Quando eu comecei o ministério em 2004 eu pesava
gritantes 90kg, e Deus me alertou para perder peso a fim de entrar em
forma para a poderosa missão à frente.

Eu realmente não entendia o vasto e iminente ministério para o qual


Deus me chamou. Na minha mente, eu era uma mãe cristã e da
professora da Bíblia que vivia em Bakersfield e lutava um pouco sobre
o lado pornô. Ainda realmente envolvida com a escola das minhas
filhas e minhas aulas de teologia, eu mal notei quando aparreceram
notícias sobre minhas entrevistas no rádio. Ok, talvez eu notei um
pouco. Claro, foi emocionante me ver na televisão ou me ouvir no rádio
pela primeira vez, mas a sério, fiquei tão ocupada fazendo o trabalho
real do ministério que eu não assistia ou ouvia a metade das
entrevistas que eu dava. Em 2006, eu aparecia em até cerca de 1 ou 2
programas de rádio em uma semana rasgando a máscara da
pornografia - e isso é quando todas as estrelas pornô, prostitutas e
strippers começaram a entrar em contato comigo.

Verdadeiramente, foi quando o ministério real começou.


Horas e horas de intermináveis doenças mentais e reclamações da
pornografia que vinham através do meu telefone aos meus já
estressados ouvidos cristãos. Eu escutava a centenas de mulheres me
contavam seus problemas todos até da Alemanha! Coisas obcenas que
eu nunca tinha sequer ouvido falar entraram em minha mente
reformada, e embora eu ficasse confusa sobre a natureza
“pornográfica” do meu ministério, eu ainda continuei. A compaixão do
Senhor Jesus encheu meu coração para a destruiução das mulheres que
gritavam por ajuda de todo o mundo.

De repente eu me vi imersa no MySpace por horas conversando com


estrelas pornô, strippers, prostitutas, garotas de sexo por telefone,
esposas, maridos, jovens e todos os demais sob o sol que gritavam por
socorro contra a pornografia e a indústria do sexo. Eu tinha
desenvolvido um amor tão profundo e uma paixão por querer ver
todas essas pessoas sendo curadas que eu esqueci completamente da
minha própria saúde!
Mas o chamado de Deus continuou a crescer e a próxima coisa que
você já sabe, eu comecei a farejar convenções pornô em janeiro de
2006. Meu pastor da igreja em que estávamos freqüentando ofereceu
para nos alugar uma sala para atendermos as estrelas pornô. Eu estava
mais do que contente! Então duas semanas antes da divulgação, o
pastor mudou de idéia e disse que nós mesmos sairíamos atrás dos
viciados em pornografia no terreno deles. Eu estava passada. Eu
também fiquei imaginando como ele planejava tirar viciados em
pornografia de uma convenção pornô e ajudá-los a receber ajuda para
o vício do pornô.

Mas todos nós colocamos a nossa confiança em Deus e uma pequena


equipe de Bakersfield foi para Las Vegas até a Expo de Entretenimento
Adulto de 2006. Bem, pelo menos, fomos para um quarto alugado por
perto para a expo. Nós nos dividimos em equipes e acabei sendo uma
das poucas que realmente entraram na convenção. Nada familiarizada
com a indústria pornô dos dias modernos, um novo mundo
pornográfico se abriu para mim enquanto estive lá horrorizada,
observando violentas imagens na minha frente.

Vídeo após vídeo de rostos de mulheres sendo rasgados, enquanto


homens grotescos violentamente as penetravam por trás se tornaram
demais para mim. Para meu grande desgosto, eu virava minha cabeça
para testemunhar as centenas de milhares de fãs do sexo masculino em
pé em torno de mim assistindo a vídeos violentos com prazer extremo.
Eu não podia acreditar nos meus olhos cristãos! Eu nunca tinha visto
tantos homens desesperados e demonizados em um só lugar. Famintos
e vorazes lobos, olhando para as atrizes pornô como se elas fossem sua
última refeição, eu queria evaporar de lá. Mas o Senhor me disse para
pegar o óleo da unção e colocar as mãos em todos os estandes.
Obediente a sua voz, comecei a orar através do poder do Espírito
Santo, e de repente uma questão de vida ou morte tornou-se clara para
mim. A urgência que senti foi inexplicável enquanto eu ia de estande
em estande expulsando demônios sob a minha respiração, em nome de
Jesus Cristo. A poderosa guerreira em mim se levantara, e eu sabia que
estava batalhando pelo destino eterno das almas.

Foi um dia de acerto de contas. Foi também um dia do Favor do Senhor.


De repente, mulheres e homens começaram a deixar o pornô. Eu nem
mesmo havia ministrado pessoalmente a alguns deles, mas o próprio
Deus foi resgatá-los. Foi incrível ver a mão de Deus se movendo tão
poderosamente no meio de tanta milignidade. O que eu achei mais
surpreendente, foi que nos mesmos estandes por onde orei na
convenção, alguns deles eram os mesmos que começavam a sair fora
agora!

Verdadeiramente, o poder da oração assumiu um significado ainda


mais recente na minha vida. Inspirada pelo incrível resgate de Deus
das mulhers na pornografia, eu me tornei uma poderosa mulher de
oração.

Enquanto continuei a ministrar mulheres na indústria do sexo, eu


aprendi que Deus já estava em movimento e havia resgatado milhares
de mulheres de toda a indústria do sexo, incluindo strippers,
prostitutas, operadoras de sexo por telefone e muito mais.
Surpreendentemente, Deus já havia começado um movimento em todo
o mundo, mas em 2006, as coisas começaram a mover-se rapidamente,
especialmente quando eu vi uma série de ministérios sobre a indústria
do sexo aparecendo em toda a web.

Eu nunca tinha visto nada parecido. Eu ainda não tinha lido sobre
qualquer coisa que pudesse descrever o que Deus estava fazendo na
terra. Certamente, Deus estava tramando algo ENORME! E aqui estava
a grande participante, eu fui escolhida para ser um de Seus líderes no
movimento de emancipação na indústria do sexo!

Santo Deus! “Quem sou eu?” Eu ficava perguntando a Deus.

“Apenas permaneça humilde, Shelley. Você vai precisar de uma séria


humildade para isso”. Deus, juntamente com todos os demais do
mundo cristão, enfaticamente me alertaram, e assim eu comprei um
livro sobre a grandeza da humildade. Eu sabia que, honestamente, eu
não era humilde o suficiente para uma extensão deste calibre não
estava pronta para ser uma “Madre Teresa” para a indústria pornô. De
jeito nenhum. Eu era uma miserável e no início das entrevistas gostava
muito das câmeras.
Mas Deus foi fiel para operar uma cura para o meu prazer em qualquer
parte do novo ministério público, para o qual Ele havia me chamado.
Para começar a minha escola de humildade, Ele carinhosamente me
enviou outros ministérios pornô para me levarem à loucura. Nossas
lutas imaturas junto com minha deterioração da saúde e a mistrua de
algumas horas de guerra satânica, de ouvir as mulheres mentalmente
afetadas e abusadas sexualmente, oh sim, eu estava definitivamente
sendo humilhada.

Tá bom, eu precisava disso. Eu era uma idiota no começo.


Mas eu discordo.
Espere, deixe-me corrigir. Eu ainda sou uma idiota.
Ok, agora eu realmente discordo.
Pensando seriamente, Deus sabia que eu precisava de mais humildade
para o súbito interesse público no testemunho “hardcore” da Ex-atriz
pornô Shelley Lubben em 2006. O que eu considero o meu ano de
“rompimento” público, comecei a receber convites para falar em todo
os Estados Unidos e pedidos para aparecer na mídia das principais
redes de televisão para redes de televisão cristãs e shows seculares.

Finalmente, pensei. Eu estou fazendo aquilo para o que fui criada!


Minha primeira grande aparição na televisão Cristã foi no programa
Clube 700. Filmado em minha casa em Bakersfield, eu também apareci
ao vivo no programa em 05 de maio de 2006. Cheios do Espírito de
Deus e com o testemunho da salvação de Jesus Cristo, os produtores do
Clube 700 me informaram que 546 pessoas foram salvas durante a
hora que eu parecia no programa.

Eu estava pregando o Evangelho “hardcore” de Jesus Cristo agora!


E, claro, houve reação satânica. Satanás não ia deixar uma ex-estrela
pornô sair por aí com um testemunho diante de uma platéia de cristãos
que estavam lutando contra a pornografia! Claro que não, o inferno
teve a certeza de DEZ DIAS DEPOIS poderosamente orquestrar para
que minha filha de 17 anos tentasse o suicídio cortando seu pulso com
uma faca enorme.

Se você soubesse a dor que nossa família experimentou.


Eu tinha certeza que era hora de parar, mas Deus discordou
totalmente. Na verdade, Ele me fez pregar no dia seguinte ao ataque da
minha filha em uma reunião chamada Celebrando a Recuperação.
Imagine o tapa na cara feia de Satanás. A mensagem foi pregada em
pura dor e sofrimento, mas eu vi Deus poderosamente tocar e curar
todas as pessoas naquela reunião.
Oh yeah, Deus abalou aquilo!

Cheia de perplexidade pela nova guerra em que minha família estava,


nós saltamos para a oportunidade de chegar até as estrelas pornô em
janeiro de 2007 na Expo de Entretenimento Adulto. Deus deixou bem
claro que eu não estava apenas indo, mas que era para ficar bem
próxima dele e aprender. Entretanto, os ministérios pornô estavam
brigando e tornou-se conflitante demais para mim para participar
então Deus me avisou para separar-me.

Não foi fácil me separar porque eu tinha sido muito ensinada sobre
trabalho em equipe e unidade no Centro dos Campeões. Mas ao mesmo
tempo, eu não iria engolir a excessivamente enigmática mensagem da
graça-embalada que estava sendo oferecida a milhares de pessoas
pornificadas cujas vidas eram um inferno. Eles precisavam do
Evangelho puro e sem adulteração de Jesus Cristo, não do pênis ereto
de 9 metros de altura chamado Wally the Wiener que eu vi brotar e
“apareceu” em um estande do ministério pornô. Eu entendi que eles
estavam tentando ser relevantes, mas sério, eles não conheciam o
poder da Palavra de Deus. Especialmente, quando eu também descobri
um vídeo em seu web site sobre como Deus mata gatinhos cada vez
que alguém se masturba.
O flagrante de irreverência para com os atributos santos de Deus,
fiquei horrorizada. Não, eu sabia que não devia ficar muito envolvida
com eles. Mas, claro, por causa dos bebês que estavam vindo dos
ministérios pornô para receber nossa ajuda, ao mesmo tempo, eu
tentei morder minha língua e usar mais a sabedoria em minhas
relações com outros ministérios e organizações.

Assim como da pornografia, eu calmamente me afastei do círculo dos


ministérios de elite de pornografia e segui a Deus para a Terra de
ninguém.

Foi aí que a pergunta do século queimou dentro da minha mente: Como


eu poderia chegar até as estrelas pornô, os pornógrafos e os fãs do
pornô no amor em uma convenção de pornografia e ainda não
comprometer a Verdade de Deus?

Enquanto eu ponderava nessa pergunta e continuava a minha


divulgação on-line para estrelas pornô e viciados em pornografia, eu de
alguma forma acabei pregando o Evangelho e compartilhando meu
testemunho com uma platéia de 2.000 homens cristãos em Bend,
Oregon.

Incrivelmente nervosa, mas cheia do Espírito Santo, eu corajosamente


chamei os homens na platéia que estavam lutando contra o vício em
pornografia para se levantarem e receber a cura através do poder de
Jesus Cristo. No início apenas cerca de 30% dos homens levantou-se,
mas então Deus me disse para chamar mais e assim eu fiz.

“Deus disse que há MAIS de vocês e que devem ficar em pé! Quem quer
que se levante hoje, será liberto!” Eu gritava para a arena escura.

Quase imediatamente, outros 40% dos homens levantou-se. Essa foi


uma maravilhosa vista do grande palco e de repente batia exatamente
com a visão que Jesus me deu quando eu tinha seis anos de idade.

Cheia de emoções extremas, eu tentei lutar contra as lágrimas


enquanto eu humildemente louvei a Deus por tudo o que Ele estava
fazendo através de mim e ao meu redor. Eu não podia acreditar. Eu
sinceramente ainda não acredito.

Deus provou ser fiel mais e mais, e o fruto do meu ministério começou
a aparecer em toda parte. Mensagens eram enviadas por pessoas de
todo o mundo em gratidão pela minha coragem em contar a minha
história e ousadamente declarar o Evangelho. A bondade de Deus para
mim e minha família tomou conta de mim.

Até o final de 2007 e uma divulgação on-line vitoriosa, desde estrelas


da pornografia a viciados em pornografia, aparições regulares redes de
TV cristãs e seculares, viajando e falando com as igrejas e organizações
que compartilham a verdade sobre a pornografia e o Evangelho, Deus
começou a mover-se em nossos corações para um mover ainda maior
para curar o mundo da pornografia.
Devido ao clamor de milhões de pessoas feridas e a necessidade de
alguém para ir até a indústria pornô em primeira mão com
conhecimento e um coração para resgatar, meu marido e eu fomos a
um advogado para iniciar oficialmente a Pink Cross Foundation: a
organização sem fins lucrativos baseada na fé, seria a primeira a ajudar
financeiramente e emocionalmente as mulheres e os homens a sair da
indústria do pornô. Já não seriam apenas encontros privados ou on-
line com as estrelas pornô, era tempo de, corajosamente, ir ao seu
mundo e alcançá-los de uma forma tangível e compartilhar a verdade e
amor de Jesus Cristo.

No começo eu não tinha idéia de como isso seria, mas, felizmente, eu


tinha tido tempo para construir relacionamentos com muitas das
pessoas no pornô. Eu realmente amava essas pessoas. Eu os amava
tanto que fiquei preocupada se meu alcance poderia machucá-los ou
constrangê-los de uma forma muito grande, então eu clamei a Deus por
mais sabedoria.

Mas Deus me assegurou ao longo do tempo que havia pouco que eu


pudesse fazer para constranger essas pessoas que foram usados para
expor publicamente seus corpos sexualmente doentes. Essas pessoas
só precisavam de um amor “hardcore” e uma dose de realidade, e eu
era aquela que daria isso a eles.

Então, eu entrei nisso, liguei para a gestão pornô para solicitar a


reserva de um estande para a Erótica LA, a Convenção em Los Angeles
em 2008. Então eu me apressei para tentar arrecadar dinheiro para um
alcance do porte de Golias. Eu passei meses tentando convencer as
pessoas a apoiar o poderoso mover de Deus na indústria pornô.

Com a nossa equipe de ex-estrelas pornô, ex-viciados em pornografia


recuperados e preparados para ministrar em um dos ambientes mais
hostis conhecidos para o cristianismo, Deus também preparou os
corações dos legisladores da Califórnia para ouvir um relato em
primeira mão de alguém que viveu para contar sobre os efeitos
secundários negativos da pornografia.

Senhor, tenha misericórdia.


Contatada em janeiro de 2008 pelo gabinete do membro da Assembléia
Charles M. Calderon, ele queria que eu o ajudasse a colocar um imposto
sobre o projeto de lei a respeito do Imposto da Indústria Pornô para
gritantes 25%. Isso traria algum dinheiro sério para a pobrezinha
Califórnia, bem como ajudaria a melhorar os efeitos negativos
secundários da pornografia.

De repente, eu estava de joelho no fundo de um mundo político para o


qual eu não estava pronta. Pelo menos, eu não pensava que estivesse,
mas Deus provou-me que estava errada e usei o meu testemunho,
juntamente com Daphne, minha comadre e anteriormente atriz da
indústria adulta, para expor a indústria adulta de TODA a Califórnia.
Agora Deus estava indo para cima de todo o mundo adulto, e não
apenas da indústria do pornô.

Senhor, tenha misericórdia novamente!

Em 12 de maio de 2008, minha família, Daphne e eu entramos no


prédio do Capitólio da Califórnia e imediatamente me senti como se
estivesse em casa. Eu nunca senti tanta certeza de nada em minha vida.
Energizada pelas poderosas tomadas de decisão acontecendo ao meu
redor, eu me apaixonei pelo sistema super poderoso e sonhava em um
dia me tornar uma funcionária pública. Pensamentos de reforma da
Califórnia dançavam em minha cabeça esmagada e estressada.

Eu tinha que admitir, que embora eu amasse tudo aquilo, eu me sentia


muito nervosa. Quando o membro da Assembléia, Sr. Calderon
anunciou que havia muitas pessoas da Lei no lado oposto e que nós
teríamos que nos mudar para um edifício maior, foi aí que a realidade
bateu dura na minha cara.

Oh caramba, eu estou prestes a testemunhar contra a indústria


pornográfica de multi-bilhões de dólares, pensei. Como foi que eu
cheguei tão longe em tão curto tempo? Indaguei de Deus.

Como de costume, ele sorriu e disse: Suas três famosas palavras,


“Confie em Mim.”
Embora a taxa nunca tenha passado em última instância, em agosto de
2008, a taxa foi para o Comitê de Receita e Tributação da Assembléia, o
que foi uma grande vitória. De repente, a Califórnia começou a
entender o horrível problema do pornô, bem como as agências de
serviço público ficaram atrás de mim. É claro que eles ficaram. Eles
esperavam que eu fosse salvar seus empregos!

Mas imagine como foi para mim, ir para a Convenção Erótica LA apenas
duas semanas mais tarde, depois de ter testemunhado contra a
indústria pornô na legislatura estadual.

Nada bonito.

A reação satânica piorou e eu estava no consultótio médico quase


todas as semanas por causa dos meus próprios efeitos secundários
negativos da pornografia. Caí de joelhos, e orei a Deus por estratégias
sérias do céu para continuar a luta contra pornografia e ainda
permanecer inteira!

Enquanto orava, me lembrei das palavras humildes de Jesus em


Mateus 5:

Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.

Mansidão significa força controlada. O Espírito Santo também ensinou-


me que a humildade seria a minha arma número um na luta contra a
pornografia. Ele estava certo.

Obviamente não posso compartilhar todas as estratégias celestiais que


Ele me tem dado, mas...
Sobrancelhas levantadas.

Digamos apenas que eu perseguia a humildade, andava em amor o


melhor que eu pudesse, e comecei a orar todo o dia e noite para o
Verdadeiro Altíssimo Deus, e pedi a outras pessoas dedicadas para
orarem e, claro, eu trabalhei muito duro. Eu também aprendi a confiar
apenas no Espírito de Deus, especialmente quando eu estava
completamente fora de mim, sem ninguém para entender o inferno
que eu estava passando.
Quando ninguém tinha a sabedoria do alto ou conselhos para me
ajudar a continuar a pioneira de um “ministério que virou missão” para
o qual Deus me chamou, só o Espírito de Deus poderia falar comigo. 1
João 2:27 tornou-se a realidade “hardcore” da minha vida:

Quanto a vós, a unção que dele recebestes permanece em vós, e não


precisam de ninguém para ensiná-los. Mas como a sua unção vos ensina
sobre todas as coisas e como a unção é real, não de falsificada assim ela
vos ensina, permanecei nele.

Eu finalmente entendi o que significava aquela Escritura e comecei a


aprender a confiar totalmente na direção do Espírito Santo. O que foi
uma das coisas mais difíceis de fazer, especialmente com tantas vozes
me dizendo o contrário!

Meus pais me diziam uma coisa. Meus mentores me avisavam de outra.


Cristãos, muçulmanos, católicos, mórmons, ateus e todo mundo me
dava seus pontos de vista. Todos queriam dar sua opinião sobre a
minha missão de pornografia e qual deus eu deveria seguir, mas o meu
Deus me alertou e disse: “Siga-Me.”

Tornou-se extremamente difícil até mesmo quando o meu próprio


marido expressava dúvidas sobre a missão que Deus tinha nos dado.
De repente, outras perguntas queimavam em nossas mentes: Se nós
realmente fomos chamados por Deus para liderar uma organização
internacional anti-pornografia com a missão de divulgação, Ele
permitiria que a nossa família desmoronasse por causa disso?

De acordo com a pesquisa do Google que eu fiz em “ministério


burnout” (síndrome), nossa família deveria ter pendurado suas botinas
de combate há muito tempo atrás.
Mas Deus deixou bem claro para mim que eu não deveria olhar para a
direita ou para a esquerda e que era para eu continuar a seguir a
unção. Onde quer que Ele fosse, era exatamente onde eu deveria ir. E se
não houvesse qualquer poder tangível, para obtê-lo eu deveria dobrar
os meus joelhos enfraquecidos e clamar por mais força e humildade.

Percebi também durante este tempo de aprendizagem extrema que eu


estava sendo crucificada e completamente esvaziada de mim mesma,
devido à arrogância da carne que ainda habitava dentro de mim. Na
linha de frente na escola de humildade, fiquei desesperada e lia apenas
livros escritos por Santos que já tinha estado lá e feito isso.

Madre Teresa, S. João da Cruz , S. Francisco de Assis, S. Teresa de Ávila,


Paulo e a lista continua. Incapaz de receber qualquer alívio dos
contemporâneos do evangelho e dos professores da prosperidade,
virei-me para os Santos históricos de Deus para ter ajuda.

Tudo começou quando comecei a ter pesadelos horríveis pela primeira


vez em sete anos. Imagens de mulheres e crianças brutalmente
estupradas entraram em minha mente, assim como os sonhos que me
aterrorizavam em minha grande batalha contra Satanás e com
demônios enormes. Realmente, eu pensei que deixava meu corpo toda
noite para um combate desumano com entidades viciosas em outro
mundo. De repente meu quarto se tornou uma zona de guerra e meu
marido e eu ficamos muito perplexos.

Aquilo piorou tanto, que eu não podia até mesmo ter relações sexuais
mais agradáveis por estar re-traumatizada pelas imagens e
informações pornográficas a que eu estava sendo diariamente exposta.
Minha condição se tornou tão terrível que eu realmente tive que
substituir todo o meu jogo de lençóis por causa dos buracos que
rasguei através deles. Pense sobre isso. Uma mulher e mãe levando
uma luta de divulgação para estrelas pornô enquanto tentava ajudar
milhares de pessoas a se recuperar do vício da pornografia ao mesmo
tempo, fora o tempo gasto em horas sem fim pesquisando a indústria
pornô, a fim de ganhar uma luta contra o pornô enquanto estava em
constante comunicação com defensores do pornô e ministérios. Ah é, é
melhor você acreditar que eu estava sofrendo pela pornografia.

Mas você sabe o que mais doía? O fato de que sempre que eu colocava
um pedido de oração extremamente necessário na Internet, eu
normalmente recebia repreensões cruéis ou sugestões impensadas da
maior parte das respostas. Apenas alguns dos meus mais verdadeiros e
mais chegados amigos entendiam e me davam o conselho de manter os
avisos ao mínimo, em vez de aquecer com as orações.

Foi quando eu percebi que a condição da Igreja era ainda pior que eu já
tinha imaginado. Quando eu desesperadamente precisava de oração e
encorajamento para continuar uma lancinante luta contra a
pornografia, em grande parte eu recebia sugestões sem compaixão e
sem fé dos chamados de “povo de Deus”.

Meu coração estava totalmente quebrado. Nunca me senti tão sozinha


em minha vida.
Mesmo os dias da época no pornô não foram tão ruins quanto aquilo
pelo qual eu estava passando em 2008.
Meu coração ficou ainda mais abalado quando estendi a mão para
certas organizações por oração e assistência tão necessária, igrejas,
incluindo na área de San Fernando Valley, onde a indústria
pornográfica está localizada e adivinhem? Eles nem sequer me deram
cartões de visita para entregar às estrelas pornô para convidá-los para
um culto na igreja.

O que diabos essas igrejas estão fazendo no Vale Pornô? Eu com raiva
questionava.

Tudo que eu queria era alguma oração e cartões de visita das igrejas
para entregar às estrelas pornô. Eu até me ofereci para dirigir até a
área e “escoltar” estrelas pornô na grande e bonita igreja em Sherman
Way, mas eles disseram que eu precisava falar com o seu Conselho de
Primeiros diretores.

Eu estava indignada para dizer o mínimo. E depois, claro, eu tirei um


gostinho do comércio cristão. Eu jurei que se eu tivesse a chance de
estar em um certo púlpito de televisão cristã, eu gostaria de rasgar as
gritantes cadeiras de ouro e lançá-las diretamente para o abismo do
inferno por ignorarem o problema da pandemia do pornô na terra. Mas
depois fiquei ainda pior. Descobri por e-mails que recebi de Pastores,
Bispos, missionários e sacerdotes de todo o mundo, que a Igreja de
Jesus Cristo, não se importa em saber que é a filiação ou a
denominação, que é a principal contribuinte para a destrutiva
indústria pornô!

Ahhhhh! Eu gritei a plenos pulmões no meu quintal, enquanto


vomitava a Deus a minha repulsa absoluta com estas pessoas que
supostamente pertenciam a Ele. Aqui eu estava dando o meu sangue e
vida para o mover enorme de Deus na terra, e a grande maioria de seu
povo estava se masturbando e vendo pornografia.

Que droga!

Eu não era mais a mesma Mãe Campeã recuperada, a mulher chamada


Shelley desapareceu e outra pessoa ressuscitou em meu corpo. Foi
quando eu saí e comprei na Home Depot um cajado de madeira de
2,40m e comecei a orar e apontá-lo ao ar em relação aos principais
poderes do governo e Organizações cristãs.

Foi um momento de acerto de contas entre Deus e Seu povo e os


moradores da terra.

Sim, eu estava começando a agir profeticamente com muito mau


humor no final de 2008. Não era muito bom para o alcance, mas
definitivamente perfeito para uma luta contra o vicioso pornô. Deus
sabia o que estava fazendo e com certeza o suficiente, eu
corajosamente apareci na legislatura de novo e testemunhei os
extremos horrores que estão operando ilegalmente na indústria pornô.

E você quer saber? O Estado da Califórnia começou a ouvir!


Especialmente quando Deus instruiu-me para trazer um pacote
poderoso de estrelas pornô recuperadas que eram recém-salvos da
indústria para também testemunharem sobre as condições de trabalho
horríveis na indústria pornô. Verdadeiramente, Deus em Sua infinita
sabedoria tinha criado um pequeno exército de “ardentes” mulheres
para derrubar um dos maiores males em toda a história.

Até Martin Luther levantou-se no céu e aplaudiu as ex-estrelas pornô!

Mas havia um preço a pagar por esse tipo de vitória e por fazer
história, e certamente, minha família e outros membros da Pink Cross
pagaram por isso. Com ataques satânicos diários em nossas vidas e até
ameaças físicas por parte da oposição, nos clamamos a Deus por um
reforço ‘hardcore’.

A próxima coisa que você também já sabe, é que um grupo de Capelãs


da Lei, do Sul da Califórnia queriam se juntar à nossa causa e até
mesmo nos ordenar para a missão!
Só Deus poderia ter vindo com essa.

Em 04 de abril de 2009, Garrett e eu fomos oficialmente ordenados


Capelães da Ordem de Saint Martin, na tradição de Martin de Tours. De
repente, a nossa missão anti-pornografia começou a se parecer com
uma Reforma real quando Deus deliberadamente jogou “Martin” para
nós. Eu soube exatamente o que tinha sido chamada para fazer.

A quem muito é dado, muito mais lhe será exigido.

O que seria de mim, eu recitava Lucas 12:48 na minha cabeça enquanto


olhava para o céu, o “descanso” dos reformadores, que balançavam
suas cabeças em concordância. Eu sabia muita coisa e o Deus Todo-
Poderoso esperava muito de mim.

Deus anunciou-me oficialmente que eu era uma reformadora em 2008


e na minha jornada de me tornar uma santa mortificada.

Sim, eu quase morri várias vezes devido a este ministério.


Ok, então este livro é sobre a verdade, certo? Então, eu vou dizer a você
a verdade por trás Shelley Lubben e sua família destruída. Nós
literalmente demos a nossa bela e perfeita vida e tudo com o que já nos
preocupamos, como os entes queridos dos nossos corações a fim de
ajudar pessoas que continuam a ver pornô e ignorar os impenitentes
problemas da pornografia.

Com a nossa família quase completamente destruída até o final de


2008, só os nossos verdadeiros amigos nos viram através de nossas
horas mais sombrias. Eu admito, eu tive os meus momentos de “Elias” e
achei que era a única profeta na cidade que se importava
apaixonadamente sobre o problema da pornografia, mas ao longo dos
anos Deus me revelou milhares de pessoas amorosas e comprometidas
que não desistiriam!

Uma dessas lindas pessoas é a Dra. Judith Reisman, especialista


renomada mundialmente em pornografia, autora poderosa e mulher
judia que é na minha opinião, uma das maiores heroínas desconhecidas
em nossa nação. Ela, naturalmente, teve tempo para me orientar, e me
incentivar excessivamente, ensinou-me sobre a história da nossa nação
e como a maior geração de nosso tempo foi sabotada por um assalto
pornográfico através de um homem chamado Kinsey. [“Kinsey: Crimes
& Conseqüências por exemplo”, de autoria da Dra. Judith Reisman.]

Meu coração se partiu e sangrou quando ela explicou a vasta


devastação que a Playboy e outros pioneiros em pornografia também
tinham causado em nossa nação. Os maiores homens de nossa nação
tinham sido completamente destruídos pela pornografia.

Enviada por Deus para me rejuvenescer com munição poderosa para


me ajudar a continuar a luta contra a pornografia e ver Deus libertar
Seu povo dessa devastação, percebi que Deus colocou uma Judia e uma
Cristã juntas para fazer a Sua obra poderosa na terra.

Foi profético e sobrenatural!


Ao mesmo tempo, a Dra. Reisman começou a orientar-me sobre os
assaltos pornográficos em nossa nação, os cientistas fraudulentos do
sexo e como eles fizeram experiências em crianças pequenas para
recolher informações sobre orgasmos, bem como entregando-me mais
de trinta anos de sua experiência, literalmente, numa bandeja de prata,
eu também estava de joelhos nas trincheiras com a Pink Cross
Foundation em um ano de evangelismo sem paradas em convenções
pornô.

Minha equipe estava em chamas e fazendo o impossível. Nós


corajosamente entramos em convenções pornô com uma bandeira de
oito metros de largura que declarava: “A pornografia não é
glamourosa” e a erguemos acima de nosso estande rosa e preto. Todos
que andaram por ali tomavam conhecimento, nossa equipe ofereceu a
educação, a oração, a verdade “hardcore”, e enorme quantidade de
amor para milhares de estrelas pornô e fãs de pornografia. Até então
eu tinha sido esvaziada de grande parte de minha humanidade e estava
tão cheia do Espírito de Deus que eu também coloquei a inscrição em
latim da Cruz acima da nossa bandeira. Eu estava em uma missão para
destruir e derrubar os altos de idolatria e estabelecer o Reino de Deus.

Preenchida com uma medida maior do Espírito Santo, minha recém


ordenada equipe marchou ao redor com Bíblias na mão as apontando
para as principais empresas pornô, orando e clamando o julgamento
de Deus. Deus também nos instruiu a marchar ao redor do stand da
Hustler sete vezes e gritar quando as voltas terminassem. Nós também
fomos em cada estande, e fizemos nossas orações destinadas
diretamente para as estrelas-pornô, declaramos que as cadeias deles
fossem quebradas e que fossem completamente libertos. Era tempo da
indústria pornô oficialmente vir a baixo. Era tempo das criações de
Deus serem declaradas livres para viver e fazer algo poderoso e
surpreendente com as suas vidas. Deus não toleraria mais o comércio
pornográfico escravo de seres humanos. Era hora de milhares de
homens e mulheres serem libertos da indústria pornográfica e, ao
mesmo tempo, Deus estava formulando um poderoso plano para curar
a Sua Igreja.

Depois do nosso último maior alcance nas convenções em Las Vegas,


em Janeiro de 2010, eu havia me tornado ridicularmente confiante na
capacidade de Deus para ir acima e além, como Ele me prometeu
originalmente. Com uma equipe forte ao meu lado, milhares de pessoas
maravilhosas ao redor do mundo orando por nós agora e com o apoio
amoroso de amigos de verdade, percebi que não havia absolutamente
nada impossível para Deus. Minha vida era a prova viva disso mais e
mais. De uma prostituta e atriz pornô drogada, para uma Mãe
cozinheira, reformadora internacional e campeã da Fé, apenas Deus
poderia ter orquestrado algo assim!
E isso não é tudo.

Deus superou a si mesmo e provou-me pelo nome da rua que eu vivo


qual é a verdadeira natureza da minha chamada. Eu não percebi isso
no momento em que compramos nossa casa em Bakersfield, mas Deus
sobrenaturalmente orquestrou para nós vivermos na Avenida Elijah
(Elias).

Sim, Elias é grego para Elijah, o nome do profeta do Antigo Testamento,


que chamou os 850 falsos profetas de Baal e fez vir o fogo de Deus
sobre eles. Isso mesmo, os 850 profetas não poderiam triunfar sobre
UM profeta que conhecia a Deus.

Vou deixar você pensar sobre isso por um minuto.


XXX

Uma Confissão

A profecIA
cIrcuS mAXImuS

Capítulo Trinta
Tudo começou com o estupro das mulheres Sabinas.
O imperador do império Romano realizava corridas de carros que
eram tão deslumbrantes, que “ninguém tinha olhos ou pensamentos
para qualquer outra coisa mais.” Enquanto os homens Sabinos
apreciavam as corridas, suas mulheres solteiras foram raptadas pelos
romanos para se tornar suas esposas.

Mas pelos próximos mil anos, as corridas de bigas distraíram Roma.

Atendendo à demanda dos cidadãos romanos para o público e


entretenimento das massas, os carros de corrida se tornaram o evento
mais visto no maior e primeiro circo do mundo: Circus Maximus.
Era espetacular.
O complexo de entretenimento Romano era o maior de todos os
tempos, mais de 200.000 espectadores para espectáculos de jogos de
azar, shows, prostituição, e prazer. A entrada era gratuita para “o
maior espetáculo da terra” e qualquer um poderia participar, até
mesmo os pobres de Roma.

O estupro era o entretenimento que atraía Romanos de todos os


cantos.

Fãs altamente empolgados, divididos em “facções” de Vermelhos,


Verdes, Azuis e Brancos, comemoravam com os quase nus cocheiros.
Extraídos da escória da sociedade, os guias dos cavalos eram escravos
filiados eram treinados e tinham patrocínio de grandes empresas que
investiam pesadamente na formação e manutenção do quente puro-
sangue. A camisola colorida da equipe de guias era fornecida com os
nomes, e os fãs, muitas vezes violentos lançavam entusiasmos, bem
como amuletos de maldição perfurados com pregos, nos Vermelhos,
Verdes, Azuis e Brancos.

Foi uma ocasião amaldiçoada.


Debaixo do espírito que os Romanos chamavam de furor circensis, o
nome induzia as massas a uma histeria, os fãs comiam e bebiam em
excesso, e brigas eram comuns entre as batidas nas arquibancadas.

Risco, excitação e frenesi eram os ingredientes vitais para uma raça


campeã.

Depois de sete voltas selvagens, que incluiam até 12 carruagens às


vezes, os motoristas que não tivessem sido mortos e terminassem
entre os três primeiros, levavam prêmios para casa. Eles se tornavam
super estrelas e eram divinizados, como Scorpus que ganhou 2.000
corridas antes de morrer em esplendor com 27 anos. Eles também
ficaram extraordinariamente ricos.

Os motoristas que não sobreviviam eram jogados de seus carros


quebrados ou derrubados, pisoteados e mortos pelos cavalos,
arrastados para a morte precoce.
Eretos no alto das plataformas, os imperadores gostavam de assistir os
jogos sanguinários.
De sol a sol, um quarto da população de Roma vinha para testemunhar
uma média de 25 corridas mortais por dia. Durante o intervalo das
corridas, o Circo também realizava uma série de cerimônias religiosas,
caça à besta selvagem, simulações de batalhas e até mesmo a exposição
de gladiadores inesperadamente encontrou seu caminho pelo circo. A
maioria dos martírios cristãos na capital da cidade também teve lugar
no Circus Maximus Romano.

Em 64 d.C o imperador romano César Nero tentou sistematicamente


exterminar todas as pessoas que professavam a fé na recentemente
descoberta religião cristã. Sob seu maligno domínio, os romanos
testemunharam as piores atrocidades contra suas vítimas, ele não
apenas matava os cristãos, ele os fazia sofrer muito. Nero gostava de
mergulhar os cristãos em cera, e empalando-os em pólos em torno de
seu palácio, ele os queimava no fogo dizendo:
“Agora vocês realmente são a luz do mundo!”

Nero também realizou muitos outros tipos de tortura, muitas vezes


matando-os no grande Circus Maximus na frente de grandes multidões
de espectadores, onde perpetrava alguns de seus mais terríveis
assassinatos. Aqui ele despedaçava a pele dos ccristãos com animais ao
jogá-los aos leões, ou cães que iriam violentamente devorar esses
homens e mulheres à parte na frente de milhares de “entretidos”
espectadores. Em outros momentos ele os crucificava, e depois que a
multidão se cansasse, ele fazia os Cristão em chamas.

Toda Roma estava em alvoroço enquanto testemunhavam Cristãos


sendo executados para entretenimento público. Foi um fantástico
espetáculo e não muito diferente de hoje.

Acautelai-vos, cristãos, o espírito de Nero está muito bem vivo.


Enquanto você se desviou de Mim e escolheu motoristas escravos para
suas corridas sanguinárias e não retornou para Meu amor, eu te deixei
sobre a tua luxúria histérica e agora você pertence a Nero. Ele tem
mergulhado você na cera mundial, empalado você em torno de seu
palácio pornográfico. Você é agora oficialmente a Luz do mundo.

Bem-vindo à abominação da desolação.


Agora ouça o profeta Isaías.
Capítulo 58:

"Clama em alta voz, não te detenhas,

Levanta a tua voz como uma trombeta.

Denuncia a meu povo a sua rebelião

e à casa de Jacó os seus pecados.

Dia após dia eles me consultam;

eles parecem ansiosos para conhecer os meus caminhos,

como se fossem uma nação que faz o que é certo

e não abandonou os mandamentos do seu Deus.

Pedem-me decisões justas

e parecem ansiosos para que Deus se aproxime deles.

'Por que temos nós jejuado, dizem eles, "e tu não vês isso?

Por que nos humilhamos, e tu não vês isto?”

"No entanto, no dia do seu jejum, você faz como quer

e explora todos os seus trabalhadores.

Seu jejum termina em brigas e contendas,

e em flagrante uns aos outros com os punhos ímpios.

Não jejueis como hoje,

Para fazer ouvir vossas vozes no alto.

É este o tipo de jejum que escolhi,

apenas um dia para um homem humilhar-se?

É apenas para curvar a cabeça como um junco

e que deite sobre ele pano de saco e cinza?


É isso que vocês chamam de jejum e dia aceitável ao Senhor?”

"Não é este o tipo de jejum que escolhi:

Que solte as correntes da injustiça

desate as cordas do jugo,

Coloque em liberdade os oprimidos

e rompa todo jugo?

Não é que compartilhe sua comida com os famintos

e forneça ao andarilho pobre um abrigo

quando você vir o nu, que o vista,

e não se afastar de sua própria carne e sangue?

Então a tua luz romperá como a aurora,

e tua cura irá aparecer rapidamente;

então a tua justiça irá adiante de ti,

E a glória do Senhor será a tua retaguarda.

Então você vai chamar, e o SENHOR te responderá;

você vai clamar por ajuda, e ele dirá: Eis-me aqui

"Se você acabar com o jugo da opressão,

com o dedo indicador e o falar mal-intencionado,

e se você gastar-se em nome da fome

e satisfazer as necessidades dos oprimidos,

então a tua luz nascerá nas trevas,

e sua noite será como o meio-dia.

O Senhor irá guiá-lo sempre;

ele vai satisfazer as suas necessidades em uma terra queimada pelo sol
e vai reforçar o seu quadro.

Você será como um jardim bem regado,

como um manancial cujas águas nunca faltam.

Teu povo edificará as antigas ruínas

e levantarás os fundamentos da velhice;

você será chamado reparador de muros quebrados,

Restaurador de ruas com moradias.

"Se desviares teu pé de quebrar o sábado

e de fazer o que quiser no meu santo dia,

se você chamar o sábado deleitoso

e dia santo do Senhor honrado,

e se você honrá-lo e não seguir seu próprio caminho

e não fizer como quiser ou falar palavras vãs,

então você vai encontrar a sua alegria no Senhor,

e vos farei andar sobre as alturas da terra

e festa sobre a herança de seu pai Jacó. "

A boca do Senhor o disse.

notAS fInAIS
I: Sob o GrAnde topo

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II: que entrem oS pAlhAçoS

16. Based upon in-depth interviews and public testimonies by


pornography
employees, we estimate 90% are adult survivors of childhood
sexual abuse. These data are considered reasonable based upon the
extant data from established governmental statistical findings as
follows:
1 in 4 girls is sexually abused before the age of 18.
(http://www.cdc.gov/nccdphp/ace/prevalence.htm, ACE Study -
Prevalence - Adverse Childhood Experiences); 1 in 6 boys is sexually
abused before the age of 18. (http://www.cdc.gov/nccdphp/ace/
prevalence.htm, CE Study - Prevalence - Adverse Childhood
Experiences);
An estimated 39 million survivors of childhood sexual abuse
exist in America today. (Abel, G., Becker, J., Mittelman , M.,
Cunningham-
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XXVII: pArA o Inferno com o pArAíSo.

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