Você está na página 1de 11

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PARANÁ – CAMPUS DE CAMPO MOURÃO

AUTORIDADE – OTP I

Trabalho desenvolvido para obtenção de nota


referente ao 3° Bimestre de OTP do 2° ano do Curso
de Pedagogia.

Aluna: Vaneslem Marcondes

Professor: Ricardo Pátaro.

CAMPO MOURÃO
2016
1

Introdução

Nos últimos anos autoridade tem se falado muito, tanto no aspecto educacional
quanto político e social.
Desse modo não se pode falar sobre autoridade da família, pai e mãe e a
autoridade de um professor sem referir que há uma relação com o aspecto político e
social dentre a sociedade.
Portanto serão usados os seguintes textos: CUNHA (2000) e MACHADO (2008).
Sendo o principal foco esclarecer a importância da autoridade do pai mãe, e autoridade
de um professor. MACHADO também explica que há diferenças entre autoridade e
autoritarismo.
Já CUNHA em sua opinião a escola está contra a família o autor aborda uma
visão ampla da escola, não está restrita. A escola e a família gravitam em torno do
mesmo centro.
O autor de forma clara apresenta em seu texto que escola e família andam
juntos, e que seria uma visão medíocre dizer que família educa, escola ensina. Outro
aspecto que o autor destaca é que a escola se coloca contra os conhecimentos da
família, e cada vez a mais a escola vem se colocando o conhecimento cientifico como
superior ao conhecimento da família.

Desenvolvimento

O conceito de autoridade muitas vezes encontra-se desfalcado do que é


realmente, sendo que muitas vezes confundirmos com autoritarismos. Sendo assim
para MACHADO (2008), autoridade tem o poder de coação, criação, ordem, limite,
responsabilidade, entre outros aspectos...
Sendo assim a crise de autoridade não esta somente no campo educacional
de nossa sociedade, ou seja, no campo econômico, político e social, pois esses
conceitos se relacionam entre si:

“Apesar de tal aparente consenso, quando se questiona em que se


consistiria tal crise, quais seriam suas razões mais profundas, ou quais
os caminhos para supera-la, os diagnósticos já aprecem bem mais
controversos. È muito comum situar-se as dificuldades nos terrenos
econômicos ou social, apontando-se a limitação dos recursos
financeiros, as distorções de correntes de uma injusta distribuição de
renda, ou ainda inadequações de natureza metodológica,
especialmente nos terrenos da didática, da organização dos currículos e
da formação dos professores. Existem razões importantes, no entanto,
para buscar-se o cerne da crise educacional em outros lugares. Sua
presença em países de elevada renda per capita, ou impregnados de
recursos educacionais, parece atentar que as raízes de tal crise podem
ser muito mais profundas”. (MACHADO, 2008, pg.09).

Deste modo é importante compreendermos que a crise na educação-


aspectos econômicos são importante, mas não são os responsáveis. A crise
educacional também é um elemento que está ligado á autoridade; e o problema da
educação não está no fato que a educação não pode abrir mão da autoridade, pois
sempre veem ocorrendo transformações, e com as transformações de hoje que
entende a educação não pode-se cobrar autoridade de uma tradição. Machado tenta
esclarecer o papel de uma autoridade, autoridade diferente de autoritarismo. E para
2

superar a crise precisa entender o caminho da importância de uma autoridade, pois


quando se fala em crise na educação da se a ideia de crise na autoridade.
Não é apenas o financeiro, cultural, para resolver a crise, é primeiro formar
professores com autoridade sem partir do autoritarismo.
O modo como os educadores tentam impor limites ultrapassa seu poder e
invadido o espaço do educando e muitas vezes tentando desvalorizar a autoridade dos
pais e falando que o conhecimento científico é único e sublime.
Desse modo considera-se que a escola se coloca contra a família, pelo fato de
existir uma tradição de que a mesma trabalha com o conhecimento cientifico e este é
superior as demais instituição como no caso da família que muitas vezes somente tem
o conhecimento do senso comum.
Cunha coloca de maneira clara que o educador não deve desvalorizar a família
e sim buscar motivações para que estes trabalhem juntos para uma melhor formação
dos docentes que serão as futuras gerações frente a sociedade.
Porém, contudo quando se fala em trabalharem junto CUNHA (2000), revela de
maneira clara que não devemos querer que os pais dos alunos faça as nossas
obrigações de professores e se impõe contra a seguinte visão “escola ensina e família
educa”, pois esta é uma visão medíocre não há como ensinar sem educar. Porém
cabe a nós entender que o educar da escola tem que ser diferente do educar da
família.
O professor tem como obrigação estimular o aluno para que este venha fazer a
diferença e não cair na visão determinista de que o aluno vai ser vai ser igual os país.
Os pais educam com uma primeira socialização, e a escola como uma segunda
socialização, já que relações familiares são diferentes de relações escolares, e os
professores não deve esperar da família ensinarem as crianças estudarem, isso parte
da escola. A educação não depende da família depende das práticas pedagógicas do
professor.
Considerando a visão de MACHADO (2008) e comparando com a visão de
CUNHA (2000) revela-se que ambos abordam aspectos diferentes sobre autoridade da
escola e da família, porém em alguns pontos se identificam muito, pois demonstram
que não há um só culpado e que jogar a culpa no outro é o mais fácil, porém tanto a
família quanto o professor tem um poder de autoridade sobre a criança, ou seja, na
casa a família e na escola o professor. Ambos ensinam podendo dizer que um ensina
os cuidados básicos e outro poder de reflexão. Sendo assim fica claro que a criança
não chega pronta na escola. E os educadores que generaliza com uma visão
determinista falando que a escola é usada como um deposito de criança estão
completamente perdidos, pelo simples fato que a escolas/cemeis que atende as seres
iniciais somente virara deposito se o professor não fizer sua obrigação e ficar preso a
uma visão sociologizante ou familiarizante onde culpa tudo e todos e se acomoda a
não fazer seu trabalho porque o determinismo é mais fácil que a realidade.
Cunha critica a escola que só ensina, mas também a escola como segundo lar,
a escola não trata dos cuidados maternos e não tem as bases educacionais presentes
no lar, a escola não faz a mesma coisa que a família. Para o professor foco é o aluno,
não o mesmo não deve interferir na família, não que a escola não passe os valores
presentes na sociedade.
No período colonial não se tinha muitos costumes higiênicos a propagação de
doenças a criança era irrelevante sua morte era até esperada, o filho mais velho
recebia mais atenção. Surgiu o conceito higienista, os médicos higienistas
posicionaram-se contra a família colonial.
Esse movimento coloca a família como sem competência para cuidar ou educar
de seus filhos, e responsabiliza a família por todos os males, quando a escola se
3

democratizou universalizou, nessa visão higienista ela culpa a família, os pais se


tornaram personagens secundários nessa nova educação, e que os educadores
profissionais com conhecimentos científicos davam a ultima palavra para na melhor
maneira de direcionar as crianças e jovens para a sociedade. A escola renovada era
contra a família, pela visão higienista a culpava, neste período a escola contra os
pobres, a família era responsável pela formação da personalidade da pessoa a que
estava submetido nesse determinado meio social influenciava seu caráter. Para a
escola acarretava uma responsabilidade enorme por que a colava como único
dispositivo para corrigir. A visão negativa do professor e da escola que se coloca como
superior a família, a escola que se impõe como superior a família, pessoas e
instituições que não trabalham com o conhecimento cientifico.
O movimento dos médicos passou, porém as ideias continuam as mesmas as
regras, atividades educar segundo o conhecimento da ciência, renovando a escola com
objetivos científicos, as praticas pedagógicas é colocar em prática as ideias dos
conhecimentos da psicologia, biologia e ciências sociais para compreender a fase da
infância para uma maior aplicabilidade educacional de forma adequada, Assim
Machado coloca que a produção do conhecimento seria como construir uma teia com
significações, com conceitos, noções ideias, relações sociais que se transformam em
grande rede, só é possível com a autoridade do professor baseado no conhecimento
de conteúdos que a habilita, com planejamento tratando adequadamente os temas,
dando importância as relações vivenciada no contexto do ensino. Esse conhecimento
da Escola Nova da década de 20 foi muito importante no socializar crianças e jovens o
ensinamento com propósito de estimular a condição desse educando em corresponder
a sociedade, e para isso utilizar métodos da psicologia, biologia e sociais no âmbito
escolar. O movimento educacional dos novos educadores movidos pela nova ordem
social e baseados nas novas ciências compreende que medidas políticas sanitárias
não seriam suficientes para renovar a sociedade precisaria de medidas educacionais
para obter resultados.
Segundo Cunha, quando as pessoas começaram a ser tratadas com mais
importância fora do espaço familiar, a educação passou da responsabilidade dos pais
para o poder público formado. Não que os pais deixaram de ter a sua parte de
responsabilidade, que o pai não perdeu autoridade sobre seu filho, mas a escola o
professor também tem autoridade sobre esse educando, Machado defende que há
diversos tipos de autoridade, a hierarquia tem uma função: a autoridade do pai
responsável pelos filhos, seu limite vai até o mesmo; a autoridade do chefe responsável
sobre os funcionários; a autoridade do mestre responsabilidade sobre o discípulo; a
autoridade do juiz responsável pela lei a ser cumprida a todos.
Entender as diferenças dessas autoridades para as demais, mais elas são
iguais, tem responsabilidade sobre os outros, o limite até o âmbito da autoridade.
Autoridade do pai é intransferível contínua, necessidade de responder pelo filho, uma
coação consentida e legitima, o educar exige o exercício da autoridade o respeito aos
limites. Essa autoridade é regida por uma hierarquia de valores, a um vinculo entre
autoridade, responsabilidade e julgamento.
A autoridade dos pais continuam com grande responsabilidade sobre seus
filhos, a simetria o que aproxima pai e filho, assimetria é o que deferência pai e filho
essa hierarquia trás a autoridade presente em nossa vida temos muitas duvidas no
decorrer do crescimento relacionados a valores, por isso os pais não podem ter
duvidas sempre, pode se ter duvidas sobre alguma coisa pois os pais precisam ser
referencia para a criança.
4

Segundo Machado (2008) a educação em todas as culturas parte do


pressuposto que educação esta associada a três núcleos de significados sendo os
seguintes: ducere, educere e ação.
Se a educação resumisse a conservação não ia aprender nada novo, educação
não se resume ao ducere de conservar saberes, ela tem que se renovar, já educere
seria o mesmo que extrair, conduzir para fora, ducere e educere se complementa
porque deve conduzir e extrair, sendo que a educação conserva, mas também
transforma.

“Entre a transformação e a conservação, joga-se o jogo da Educação.


Ainda que a idéia de transformação tenha, em geral, uma conotação
positiva, enquanto a de conservação soe, frequentemente, de modo
negativo, tal simplificação somente pode configurar um mal-entendido:
na Educação são sempre indissociáveis as dimensões transformação e
conservação”. (MACHADO, 2008, pag.14)

Conservação na escola seria o mesmo que conservar os costumes, saberes


acumulativos, apresentar aos mais novos no mundo que já existe, iniciar aos mais
novos uma cultura. A educação não pode se resumir a uma conservação se não pára
no tempo, congela. A escola está deixando de transformar porque a escola tem medo
do novo, conservar é importante, mas transformar é essencial.
Na escola com tudo a educação se realiza mesmo no terceiro núcleo na ação.
Contudo ação não se resume no mero fazer, trata-se de agir com consciência
planejamento estimulando a vida ativa permitindo questionamento para elaboração de
pensamentos. Machado (2008) parafraseando Arendte (1991), trás a seguinte
definição:

“a ação é a única atividade que se exerce diretamente entre os homens


sem a mediação das coisas ou da matéria, e que corresponde á
condição humana da pluralidade”. (p.15).

Logo a ação tem que ser pensada de maneira consciente, pois é ela que
possibilita a reflexão critica e os limites em um determinado ambiente, sendo mesma
que cria e formular as leis através do planejar e do fazer.
A ação não é um mero fazer, ação pressupõe reflexão, antecipação, ou seja
quando o professor planeja sua aula ele tem uma ação consciente, a ação é um fazer
mas antes de tudo precisa planejar sobre ela, refletir sobre ela mesma.

“Um mero fazer sem a palavra sem consciência, expressão pura


e simples de uma necessidade ou de uma vontade primária é próprio do
animal, que tem uma possibilidade limitada de antecipação e se deixa
mobilizar pelos instintos.” (MACHADO, 2008, pg.15).

A ação é fazer e agir, quando está planejando está agindo, primeiro agir depois
planejar, agir não é ação consciente, pois qualquer um pode agir mas não pode refletir
mas, não resume á isso a fazer, porque o fazer é instintivo, qualquer um pode fazer
mas não pode refletir.
Deste modo, surge á coação que está em conjunto com a ação, contudo existem
dois tipos de coação sendo uma positiva e outra negativa. A coação negativa é
ilegítima, onde o educador ultrapassa os limites, invade o espaço do educando com
humilhação e em seguida proporciona a violência e indisciplina.
5

A coação legítima é positiva quando o professor trabalha em conjunto com os


alunos, quando busca estimular os alunos em seu ápice, não somente passando
conteúdo mais levando o aluno a uma reflexão.
Desse modo entende se que ação e coação estão interligadas é o agir em
conjunto que implica no diálogo, autoridade do professor em agir em conjunto com o
conteúdo.

No seio da língua, em seu uso corrente, o sentido positivo da palavra


ação, como “realização de uma vontade que se presume livre e
consciente”, contrasta imediatamente com a negatividade da idéia de
coação. È como se incorporássemos, tacitamente, a idéia de que faço
coisas junto com os outros, busco a cooperação, a colaboração, mas a
ação é minha, ninguém pode agir por mim, e toda coação tangencia ou
adentra o terreno da violência. A aparência é a de que existiria uma
virtual incompatibilidade entre a idéia de coação e a de um fazer livre e
consciente.” (MACHADO, 2008, pg.16).

Com base na afirmação de Machado fica evidente, que ação e coação são os
principais mecanismo para manter a ordem, pela criação, pelo agir em conjunto,
professor e aluno seria aspectos de uma coação legitima, a qual implica no diálogo, no
consenso na autoridade do professor.
Por um outro viés temos o autoritarismo onde o professor usa de sua coação
ilegítima tornando uma coerção sendo essa negativa, onde o professor passa dos
limites de sua ação.
A violência desorienta o professor, o professor não precisa reagir, pagar na
mesma moeda (reação), quando acontece violência o professor precisa planejar ações
para que isso não ocorra, o educador precisa reconstruir a confiança no diálogo,
reconstruir a confiança no diálogo.

“Para transcender esse nível, quebrando a cadeia ação-reação-reação-


reação-... é necessário reconstruir a confiança na palavra. Somente a
palavra tem tal poder: a palavra que argumenta, que raciocina, que
racionaliza, mas está aberta ás razões dos outros; a palavra que
compreende, que aceita explicações, que confia, que acredita em
promessas; a palavra que se doa, que doa perfeitamente, que perdoa.”
(MACHADO, 2008, pg.19).

O professor tem que quebrar esse ciclo de ação, reação, ação reação, a
violência não justifica a reação, por isso que Machado prioriza a palavra, o diálogo, a
ação.
A principal ideia de violência surge com a falta de diálogo, da palavra, da ação
consciente. Reconstruir a confiança na palavra.

A razão comunicativa fundar-se ia na vivencia de uma situação ideal da


fala, em que a palavra é valorizada e circula amplamente entre os
participantes do discurso. A todos é dada a palavra, que pode circular
livremente, ou com mínimos condicionamentos formais, mas sempre
sem uma formatação deformadora. A construção na palavra, na
possibilidade da construção de consensos que, mesmo sendo
provisórios, viabilizam a ação comum, a comunicação, é matriz da
teorização habermasiana.” (MACHADO, 2008, pg.21)
6

Toda ação pode ser estratégica, com um objetivo pontual, ou ação comunicativa
(argumentativa), Machado defende a ideia argumentativa, ação longa, consciente
(comunicativa) com argumentação, que vai permitir com que coaja sendo assim
valoriza o dialogo, a palavra a comunicação, pois uma ação comunicativa circula entre
todos.
O professor ao ser autoridade ele vai saber coagir os alunos, e a coação antes
de virar criação ela é repetição. O passo da imitação, repetição é importante para que o
aluno aprenda a criar, para o aluno criar alguma coisa o professor precisa ser
autoridade, o professor precisa ditar o caminho por algum tempo, professores são
modelos, por isso a importância da imitação pois a partir dela é que procede a criação.
Coação legitima de imitar, a submissão legitima como um instrumento de
aprendizagem.
Se eu posso exigir de alguém uma ação diferente do que ela aceita, eu posso
dizer que ela tem liberdade de responsabilidade.

Se em determinada situação não fosse possível exigir-se de nós


procedimento distinto do que efetivamente realizarmos, não poderia
falar de liberdade, nem de responsabilidade em sentido próprio.
(MACHADO, 2008, pg.29)

As decisões que cabe a nós está ligada a liberdade, no sentido de seguir


algumas leis do qual se concorda, dessa forma ter liberdade não é fazer qualquer
coisa, pois existem algumas leis que tem que ser condicionadas, liberdade está ligada
a responsabilidade, liberdade de limitar a ação para algo que é bom para todos.

Uma vez que a ideia de responsabilidade encontra-se


indissociavelmente ligada á autoridade, adentramos agora, diretamente
ao tema de presente reflexão. Duas são as vertentes principais da
interdependência entre as noções de autoridade e responsabilidade: a
pessoalidade e a coação. Comecemos pela pessoalidade. (MACHADO,
2008, pg.30)

Existem dois tipos de exercer a autoridade, uma delas no âmbito pessoal


(individual de cada um e a segunda no âmbito de um grupo).
Como pessoa representa papeis diferentes, vários âmbitos, grupos sociais, onde
representamos papeis. Há a autoridade pessoal, e a autoridade em grupo de pessoa,
uma autoridade se responsabiliza pelas ações dos outros, e essa está no segundo
grupo, o que é ação e coação. Os dois tipos de autoridade tem responsabilidade que
afeta os demais.
Por exemplo, na educação é professor está se recusando em assumir
responsabilidade, (autoridade sobre a ação dos outros, crise na educação), a crise na
ideia de autoridade leva a também a ideia de crise na educação.
O professor ao se responsabilizar, ele estaria exercendo sua autoridade. A
Segunda autoridade envolve coação, se responsabilizar pela ação do outro, se o
professor instrui, se preocupa se o aluno aprendeu ou não, ele estaria assumindo sua
responsabilidade.
A autoridade precede também em tomar iniciativas, iniciar, com ações coletivas,
fomentar legitima coações, assumir responsabilidades por si e pelos outros, assim
entendido, é inegável a conotação positiva associada ao exercício de tais funções.

É próprio de que exerce autoridade tomar iniciativas, iniciar ações


coletivas, fomentar legítimas coações, assumir responsabilidades por si
7

e pelos outros; assim entendida é inegável a conotação positiva


associada ao exercício de tais funções. (MACHADO, 2008, pg.40)

O professor precisa tomar a maior parte das iniciativas, o professor inicia a


atividade em coletivo, e depois deixa para a turma concluir, o professor deve fomentar,
promover, incentivar, criar no outro a necessidade de uma ação.

O que distingue as duas noções é um fato simples: toda


autoridade em sentido humano é exercida em determinado âmbito e
tem limites que não pode ultrapassar. Não existe autoridade legítima
para todos os âmbitos possíveis ou imagináveis. Como já registrou
anteriormente, existe um âmbito interno a cada um de nós em quem
somos a maior autoridade sobre nos mesmos, em tal âmbito.
(MACHADO, 2008, pg.41)

O termo autoridade também abrange outras dimensões, como autoridade dos


país- autoria autoridade chefe-hierarquia- função, autoridade de um juiz- origem
justiça.
A autoridade de um professor é diferente dos chefes nas funções, pois a
autoridade de um mestre vem da sabedoria, ambas as autoridades tem
responsabilidades pelos outros, porém a autoridade de um professor corresponde as
responsabilidades e ao risco inerente ás ações de quem inicia algo em alguém, tendo
por base o conhecimento, a competência, os valores, a sabedoria, a autoridade do
mestre é como a do condutor sobre o conduzido, a de quem aponta o caminho e se
responsabiliza pelos riscos inerentes. A Autoridade do professor se exerce com o tomar
iniciativas em ações coletivas, fomentar legitimas ações, assumir responsabilidades por
si e pelos outros; assim entendido é inegável a conotação positiva associada ao
exercício de tais funções.
A autoridade do professor deve também abordar aspectos como a paciência a
tolerância, para ser tolerante tem que entender que as pessoas são diferentes, deve se
reconhecer a diversidade de projetos de interesses próprios da pessoa. Uma
autoridade tem que reconhecer e valorizar que existem as diferenças, diversidade de
interesses, e quando há diversidades, deve haver um dialogo um consenso, a
autoridade deve ser paciente e tolerante, a autoridade também não deve ferir a
capacidade integra dos alunos, tem que entender os limites da integridade para não
ferir o outro.
“Intolerável é tudo aquilo que destrói nossa integridade ou invade
nossos limites de modo autoritário.” (MACHADO, 2008, pg.61)

Em cada âmbito há uma autoridade, não existe uma autoridade total, a


autoridade tem que respeitar os limites de sua ação, a autoridade de um professor
também tem seus limites.
Deve se considerar também a autoridade dos pais, como a criação, da autoria
daquele que deu a vida, sendo aquela também que está ligada a tradição, já autoridade
de professores, está atribuída á sabedoria.
A escola não pode impor algumas coisas que são do âmbito familiar.

As funções da família e da escola são especialmente


importantes para a formação pessoal, e, em consequência, os papeis
do pai e do professor precisam ser bem caracterizadas. (MACHADO,
2008, pg.63)
8

Em alguns pontos autoridade de país e autoridades de professores se


relacionam e se interferem em si para buscar um equilíbrio.
A responsabilidade da autoridade do professor veem de apresentar o mundo
para o aluno, é na escola que a criança aprende, a responsabilidade que o professor
tem que ter para o futuro do seu aluno, a autoridade do professor deve estar atrelada a
uma educação na forma de transformar, de criar coisas novas, a construção de uma
consciência crítica, o privado já é a família.

“A tarefa fundamental da Educação, no entanto, reside


fundamentalmente na construção de uma consciência crítica sem a qual
a formação pessoal não se realiza.” (MACHADO, 2008, pg.70)

Sem a consciência crítica a formação pessoal não se realiza, o equilíbrio deve


ser preservado, o professor deve ter paciência com o aluno, as mudanças ocorrem
lentamente, e se o professor perde isso entra no autoritarismo.

Considerações:

De acordo com estudos dos textos entende se os significados distintos entre


autoridade e autoritarismo, o que considero como palavras chave para entender o
definição desses conceitos pois eles abrem caminho para compreensão de muitos
paradigmas já imposto.
O professor demonstra sua autoridade com o conhecimento, com o modo de
planejar uma aula, com uma ação pensada, uma ação consciente, de modo que toda
ação gera uma transformação, essa autoridade que um professor deve buscar por toda
sua trajetória uma ação projetada.
O texto demonstrou que nem a instituição escolar e nem a familiar é superior à
outra, pelo fato do conhecimento cientifico não ser superior ao senso comum, pai e
mãe deram a autoria do filho e professores não são autoria de um filho, a escola não
deve impor algumas coisas que são do âmbito familiar. E nem o conhecimento
cientifico superior aos conhecimentos familiares.
O foco é o aluno, não interferir na família a responsabilidade do professor é
apresentar ao aluno o mundo, suas bases está presente, mas voltado para o futuro. A
atividade fundamental da educação é para construção da consciência critica para
formação pessoal, havendo um equilíbrio na pessoalidade, integridade, criação,
respeitar as tradições, regras e normas. E deve entender que as mudanças ocorrem
lentamente e se o professor perde essa essência entra no autoritarismo, sem
consciência critica a formação pessoal não se realiza, e esse equilíbrio deve ser
preservado. E essa é uma da certeza que Machado defende.
Os capítulos do texto retomam e a cada novo capítulo há um renovo de ideias,
onde fica claro a intenção do autor pois ele coloca que os conceitos como ação,
criação, reação limites, tolerância, responsabilidades, entre outros, se relacionam entre
si. E ambos devem se ter um entendimento sobre eles, para assim enquanto professor
ter se os conhecimentos sobre a importância de todos estes conceitos para que a
educação seja transformada constantemente segundo suas necessidades.
Esse olhar pertence a ação do professor como ele aborda, entra bem o que
Machado fala em seu texto para a ação precisa ter consciência não é um simples fazer,
depende da antecipação com objetivo que traz reflexões sobre as consequências, o
projetar sua aula é antecipação refletir sobre minha ação.
9

O fim da educação é a ação, ela é consciente é pedagógica. Se não há uma


ação planejada há então se uma reação.

REFERÊNCIAS:

CUNHA, Marcus Vinicius etal. 500 anos de educação no Brasil. 2.ed. Belo
Horizonte: Autêntica, 2000.

MACHADO, Nilson José. Educação e autoridade: responsabilidades, limites,


tolerância. Rio de Janeiro: Vozes, 2008.

Você também pode gostar