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EDUARDO CORASSA

Rio de Janeiro
1ª edição atualizada | 2013
Editor responsável Eduardo Corassa
Capa e projeto gráfico Carol Patitucci
Revisão Luiz Philippe

Termo de isenção de responsabilidade: As informações aqui descritas são apenas a opinião do autor
e, portanto, este livro não é escrito com a ideia de substituir o acompanhamento médico ou nutricional. A utilização das

informações contidas neste livro são de sua inteira responsabilidade. Você não o deverá fazê-lo sem antes consultar

seu médico. O autor não se responsabiliza pelo mal uso das informações nele contidas ou por qualquer tipo de dano

que estas informações possam originar. Este livro tem como objetivo primordial compartilhar os estudos e as obras

escritas por grandes autores na área em questão, com fins meramente didáticos e científicos. Para qualquer mudança

em hábitos, dieta e estilo de vida, procure seu médico ou nutricionista.

Todos os direitos reservados desta edição à


Eduardo Corassa

Impresso no Brasil em agosto de 2013

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“Se somos escravos de medos infundados, também o somos de crenças,
práticas e ações inconsistentes para com nosso bem estar. Então, é uma questão
de necessidade entendermos o jejum e todas suas facetas se queremos vencer os
medos a ele associados.
Muitas pessoas tentam resolver os problemas da vida, as complicações do
corpo e as ansiedades da mente com alimentos e drogas farmacêuticas. Elas têm
muito medo de ficar sem comer, pois já vivenciaram dores de cabeça, fraquezas e
desconfortos que associam à falta de comida.
Como você pode convencer alguém de que permanecer sem alimentos é
uma necessidade para a recuperação da saúde? Acreditamos que somente
o conhecimento e a necessidade a qual, infelizmente, na maioria dos casos,
manifesta-se por meio de grande sofrimento, podem mudar a atitude das pessoas.
nhecimento gera confiança, confiança, engendrando-se crenças que resultam em
ações corretas”.

Dr. D. J Scott, higienista e supervisor de jejuns


Dedicatória
A toda a raça humana e ao planeta que, por mais que não percebam, sofrem
ambos demasiadamente a cada dia mais e mais. A todas as milhares de pessoas
através do mundo, através dos últimos milênios que, devido a simples falta de
informação de que um jejum e hábitos simples de vida como a ingestão de frutas
e vegetais crus, exercícios físicos, sol e outros fatores são o fator determinante
entre a vida e a morte e a alegria ou sofrimento, acabam sofrendo em vão.
Muitos morrem não sabendo que suas enfermidades derivam de sua ingestão
excessiva de alimentos errados e que o mero descanso fisiológico (jejum) iria
promover a recuperação de sua saúde. Morrem sem saber que todas as outras
práticas, usualmente utilizadas na atualidade, são, na verdade, danosas ao invés
de curativas. Tenho a firme convicção de que este livro poderá salvar e mudar
completamente a vida dos que o leiam e apliquem seus conceitos. Desejo de
coração que o seu maior bem hereditário, a saúde verdadeira, seja sua durante
toda sua vida. Para isso, basta que você aplique os conceitos sugeridos aqui.

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Agradecimentos
A todas as pessoas que influenciaram diretamente ou indiretamente a criação
deste livro, assim como a todos que tornaram o possível. Desde familiares e
amigos, até cientistas e grandes nomes do movimento de saúde naturalista.
Agradecimentos especiais aos meus pais Odonio e Taís, que por mais loucos
que parecessem meus caminhos e decisões, estiveram sempre ao meu lado
apoiando.
Ao revisor de texto e amigo de compras frugais Philippe; a minha designer
predileta - Carol Patitucci; ao amigo de sempre e companheiro crudívoro -
Wellington "Pituca" Lelis e a minha querida Clarita Maia, que me auxiliou durante
todo o processo de criação do meu sonho. Sem suas ajudas inestimáveis, este
livro nunca teria se tornado realidade.
Não poderia deixar de citar, Dr. Herbert Shelton, minha fonte primária de
informações e motivação. Um guru crudívoro que me iniciou, ainda que ausente, na
sequência dos meus jejuns.
Agradeço, finalmente, ao Dr. D. Graham por me indicar o caminho até aos
trabalhos do Dr. Shelton e a HN e ter simplificado a prática de uma dieta frugal e
passado o conhecimento adiante.

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Índice

Capítulo 1......................................................... 16
O jejum

Capítulo 2......................................................... 57
O jejum no mundo animal

Capítulo 3. ....................................................... 70
Casos documentados

Capítulo 4. ....................................................... 77
Pesquisas científicas

Capítulo 5. ....................................................... 84
O jejum higienista

Capítulo 6. ......................................................116
A aplicação prática do jejum

Capítulo 7. ..................................................... 157


Perguntas frequentes
Introdução
Após duas décadas de terríveis hábitos alimentares, comendo a dieta padrão
atual, rica em proteína e gordura animal, colesterol e carboidratos refinados, ape-
nas aos vinte e dois anos, vi-me confrontado por baixa produtividade, imensas
dores de coluna e diversos outros problemas de saúde. Acreditando que existia
alguma forma de me curar e em que estar doente da maneira em que me encon-
trava, não era algo normal ou mesmo que deveria acontecer, passei anos buscan-
do os mais diversos tratamentos através do que conhecia como o único caminho.
Busquei pelo dois modelos em voga, a medicina convencional e a chamada “medi-
cina alternativa”. Tomando tais modelos como referência, qualquer terapia ou prá-
tica que possas nomear. Tentei fisioterapia, RPG, remédios alo e homeopáticos,
radiografias, acupuntura, osteopatia, quiropraxia, injeções contra alergia, usuais
recomendações nutricionais, como consumir carnes “magras”, barras de cereais,
“superalimentos” como mel, própolis etc. Como nada estava adiantando e devido
a recomendações médicas, estava prestes a fazer duas cirurgias. Esta é apenas
uma pequena lista de tudo que eu tentei em busca de corrigir meus problemas de
saúde, voltar a me sentir bem e eliminar meus constantes e persistentes sintomas.
Após anos e anos de tentativas falhas, vendo e sentindo meus problemas de
saúde a cada mês ficarem mais agravados, desmotivado pela falta de resultados,
mesmo seguindo fielmente as recomendações médicas, decidi parar de buscar
incessantemente por ajuda profissional e me educar mais no assunto. Comecei a
ler, freneticamente, livros, artigos e outras publicações de profissionais através do
mundo, mundialmente reconhecidos por obterem incríveis resultados, tidos por
impossíveis pelo modelo médico. E nessa minha pesquisa e busca pela saúde, en-
contrei o que é chamado de crudivorismo e, alguns meses depois, o modelo de
saúde completamente antagônico à medicina “ortodoxa” e à alternativa. Conheci o
denomeado de Higiene Natural, ou higienismo.
Em torno de seis meses de prática do crudivorismo, obtive um contato muito
maior com o meu corpo. Depois de extensiva leitura sobre a prática da Higiene
Natural, adquiri uma compreensão melhor sobre o funcionamento da saúde huma-
na e, como consequência, convenci-me de que meu corpo implorava que eu jeju-
asse já desde minha infância. Sempre notei uma falta de fome, por mais que me
empanturrasse e tivesse a maior parte da minha vida consideravelmente acima do
peso, sempre notei que nunca tive desejo por alimentos naturais, nunca consumi
frutas e vegetais em seu estado cru sem serem completamente misturados com
diversos outros ingredientes, alterados, cozidos e temperados.
Após começar o estilo de vida higienista, mesmo antes de começar a ler sobre
os benefícios e as incríveis recuperações de doenças incuráveis que os pacientes
tratados com um jejum higienista obtinham, já percebia que meu corpo pedia des-
canso e abstinência de comida. Percebi que o estilo de vida crudívoro higienista
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aumentou meu contato com o corpo, a conscientização de minhas reais necessi-
dades e com isso, percebi que ele ansiava, pedia há décadas por um jejum, já que
desde cedo eu era uma criança sem apetite, sempre fugindo da mesa e negando
alimentos crus e naturais, tendo um apetite pervertido, desejando apenas “alimen-
tos” que foram altamente processados e cozidos, como produtos animais e indus-
trializados. Após ler a literatura científica e a higienista, notei que meus sintomas
eram exatamente o que seres humanos e animais doentes demonstram; o que or-
ganismos mal nutridos exprimem em função de indicar que algo está errado.
Portanto, após apenas cinco meses da adoção de uma dieta crua quase que
exclusiva de frutas e vegetais, assim que tive minhas primeiras férias da faculdade,
fiz meu primeiro jejum longo. Ainda sem muita informação e experiência no assun-
to, pensei que em vinte dias eu conseguiria reverter todos os problemas de saúde
que foram gerados por vinte e dois anos dos piores hábitos possíveis e determinei
que eu iria jejuar no máximo vinte dias. Entretanto, não sabia que é errado determi-
nar um certo número de dias, já que é o corpo quem dita o tempo que ele precisa e
não existe como prever o quanto tempo será necessário de jejum. O próprio corpo
demonstra por diversos indícios fisiológicos, quando você deve quebrar o jejum,
porque ele acabou seu processo de regeneração e está novamente funcionando
de forma otimizada .
Como senti necessidade, acabei levando meu jejum para vinte e quatro dias e,
infelizmente, tive que quebrá-lo, já que minhas férias tinham terminado e eu tinha
que voltar a minhas obrigações. Sentia que não era a hora de quebrar o jejum e
que meu corpo o pedia por mais tempo. Sentia que continuá-lo, por mais alguns
dias, ou uma semana ou duas, seria benéfico, mas os afazeres e obrigações da
vida moderna falaram mais alto e terminei-o prematuramente. De qualquer forma,
foi definitivamente a experiência mais forte que já vivenciei na vida, um bem es-
tar inimaginável, algo inexplicável que jamais havia sentido ou vivenciado. Foi algo
completamente sem precedentes e, com certeza, a experiência mais significativa
que já tive até hoje. Tenho excelentes lembranças de meus longos jejuns e todos
foram um prazer, ao invés de uma privação.
Durante meu jejum, era nítido, devido às minhas sensações internas e a minha
aparência externa, que eu estava, literalmente, recuperando minha saúde perdida
a cada dia. Toda minha aparência se tornava cada vez mais jovem, desde cabelos
e pele ficando mais sedosos, meus dentes mais brancos, olhos mais vívidos, minha
disposição e clareza mental aumentavam constantemente, alcançando níveis que
eu nunca imaginara possível. Sentia-me mais jovem do que jamais havia sentido
em toda minha vida e tão disposto e determinado, que era como se pudesse al-
cançar qualquer objetivo, como se nada pudesse deter-me. Tinha energia de sobra
para abordar diversos projetos.
Após os primeiros dias, sobretudo após a primeira semana, eu conseguia sentir
e ver exatamente cada parte do problema de que meu organismo estava tratando

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e se regenerando no devido momento. Isso porque cada dia ou dias, certos locais
em que sofria dores fortes ou sintomas há meses ou anos, ficavam vermelhos, sen-
tia o sangue correndo forte para aquela região, uma dor muito leve naquele local e
após um curto período de tempo, talvez alguns dias, o local parava completamente
de doer e a grande quantidade de sangue que era notavelmente enviada ao local
diminuía.
Era perceptível a olho nu e através do toque para outras pessoas, já que ao
olhar você conseguia ver certas regiões pulsando forte, já ao toque você podia sen-
tir o calor e o pulsar muito mais forte que o usual. Ou seja, o processo regenerativo
é visível e perceptível à pessoa jejuando e aos observadores. A grande quantidade
de sangue que é visivelmente remanejada para um local do corpo onde existe al-
gum tipo de dano é literalmente uma grande quantidade de “comida” (nutrientes)
sendo realocada para aquela parte, para que o trabalho de reparo e renovação ce-
lular possa ocorrer.
Nos últimos dias, sentia-me infinitamente melhor do que quando comecei, uma
sensação de pureza interna, como se meu organismo houvesse sido limpo por
dentro. Obtive alívio de inúmeras dores e desconfortos vivenciados durante muitos
anos. Obtive os resultados que eu buscava, muito mais do que os resultados que
sempre esperei, mas jamais obtidos através dos usuais métodos em voga. Fiquei
incrivelmente feliz de saber que minha intuição estava certa, e que estudar e adotar
os princípios da Higiene Natural foi o caminho certo, ao invés de continuar gastan-
do tempo, saúde e dinheiro nos usuais procedimentos médicos caros e invasivos.
Fiquei contente também em saber que não precisava ser cortado com um bisturi
e injetado com drogas anestésicas em função de me ver livre de doenças. Fiquei
feliz em saber que o caminho para a saúde era tão fácil, simples e acessível a to-
dos. Encontrar a Higiene Natural foi deliberante e me deu uma sensação de poder
e controle, uma sensação de estar livre, já que eu não precisava de mais ninguém
além de mim mesmo para tomar conta da minha saúde. Só precisava da minha
própria responsabilidade se quisesse recuperá-la.
Na manhã do último dia, algumas horas antes de quebrar meu jejum, comecei
a chorar. Entretanto, foi um choro completamente diferente dos que eu já havia vi-
venciado, era como se meu corpo, e não eu, estivesse chorando de felicidade e dor
ao mesmo tempo, como se fosse uma reação inconsciente e incontrolável. E en-
quanto eu chorava, era como se ele me perguntasse por que demorei tanto tempo
para simplesmente obedecer a seus comandos, obedecer aos meus instintos.
E devido a todos esses incríveis benefícios, devido a eu saber e sentir que es-
tava no caminho certo para obter níveis de saúde inimagináveis e viver uma vida
longa, produtiva e livre de doenças, prometi a mim mesmo que iria compartilhar
isso com o maior número de pessoas que eu conseguisse. Que por ter recebido
esse presente, essa informação tão valiosa que salvou minha vida, eu iria dedi-
car a minha vida em prol de que mais pessoas obtivessem o mesmo que eu havia

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conseguido. Chorando, jurei a mim mesmo que se dependesse de mim, o mundo
todo ia ficar ciente da Higiene Natural e de que a única coisa de que precisamos
para ser saudáveis é conhecer e aplicar os conceitos higienistas. Portanto, este li-
vro se basea em um destes conceitos, baseia-se em um dos elementos da “Matéria
Higienista”, baseia-se no descanso fisiológico do organismo o qual chamamos po-
pularmente de jejum.
Durante um ano, fiz cinco jejuns médios a longos. O mais longo foi este primei-
ro, de vinte e quatro dias e o mais curto foi um de sete dias. Após ter recuperado
minha saúde e funcionalidade, sentir-me íntegro, voltei a minha vida normal. Agora
se estou sofrendo muito stress devido à vida moderna, ou tendo pouco tempo para
dormir e descansar, vendo que meu corpo não está conseguindo recuperar-se das
influências as quais está sendo submetido, simplesmente tiro um dia no final de
semana, ou dois a três dias em um feriado para um curto jejum, para simplesmente
fornecer a oportunidade do meu corpo se recuperar e assim manter minha saúde
em dia. Agora que sei e estou em total contato com o meu corpo, não deixo as con-
dições adversas se acumularem a tal ponto em que precise de um longo jejum para
me recuperar.
Retomando minha rotina e lendo vorazmente a literatura higienista, fui motivado
pelo sonho higienista e, por isto, segui em frente para escrever este e outros livros.
Criei meu site (www.saudefrugal.com), comecei a palestrar, oferecer consultoria
na área e fazer todo o possível para tornar esta informação disponível às massas.
O sonho higienista, que é acreditado por todas as gerações de higienistas, é que
quando instituirmos a vida saudável como a norma, a paz e a igualdade irá reinar
na Terra e, mais uma vez, voltaremos a viver a vida utópica para qual fomos cria-
dos. Que, quando a civilização humana souber compreender, aceitar e aplicar a
Higiene Natural, a paz e a saúde serão a norma ao invés da exceção. Que, quando
pararmos de nos mutilar com bisturis e de nos envenenar com drogas farmacêuti-
cas, acreditando que com estes procedimentos podemos sintetizar saúde, a raça
humana começará a progredir para uma nova era pacífica e utópica, como foi o
paraíso em que vivemos um dia antes da chamada "queda".
Acabei aprendendo na faculdade que, correntes da literatura, como o arcadismo
e o naturalismo, tinham uma visão muito similar à dos higienistas, acreditando que
o homem, nas condições ideais, vivendo na natureza, é benéfico e pacífico. Eles
chamam de o “mito do bom selvagem”, o qual defende que a sociedade, a civiliza-
ção e o abandono das práticas naturais corrompem o homem.
Durante a escrita do livro, "Saúde Frugal - O Guia ao Crudivorismo e à Higiene
Natural", fui estagiar com um dos maiores higienistas da atualidade: o Dr. Douglas
N. Graham. Ele supervisiona jejuns há mais de vinte anos. Passei um mês e meio
em seu retiro de jejum na Costa Rica, tendo aulas de Higiene Natural, jejum, nu-
trição, anatomia, fisiologia, saúde em geral, aulas de culinária crudívora higienista
e também aprendendo como cuidar e monitorar pessoas jejuando. Vi e cuidei de

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muitas pessoas jejuando, conheci dois casos de pessoas que sofriam de esclero-
se múltipla e ficaram curados através de um jejum e o estilo de vida higienista.
Conheci até mesmo uma mulher a qual tinha tido câncer há trinta anos e estava
curada, já que encontrou e adotou os conceitos da Higiene Natural.
Durante meu estágio, tive o prazer de ver o processo de jejum pelo outro lado:
como um espectador. Tive o prazer de observar o rejuvenescimento do corpo, da
mente e da alma de quase dez pessoas. Tive o prazer de ver a regeneração ocor-
rendo e os problemas de saúde se tornando algo do passado. Foi uma experiência
sem igual, conviver ao lado de vinte pessoas, as quais, praticamente todas, já ha-
viam passado por jejuns longos e praticavam uma dieta higienista crua e frugal há
um longo período de tempo. Comprovei minhas crenças, isso porque, durante todo
o tempo lá, vi apenas alegria, saúde e produtividade.
Nunca em minha vida, vi um ambiente tão calmo, pessoas tão felizes, produ-
tivas, ativas fisicamente, sempre sorridentes, calmas e bem equilibradas emocio-
nalmente. Durante todo o tempo, não vi brigas ou nenhum estresse sequer. Todos
eram sempre enérgicos, mas ao mesmo tempo calmos, pacientes e prestativos. A
felicidade e paz reinavam no local e todos sentavam à mesa juntos e comparti-
lhavam de saborosas frutas e vegetais crus. Nenhum alimento cozido, processado
ou a carne e secreções mamárias de nenhum animal era “degustado”. Comprovei
o que já tinha comprovado em mim mesmo. Que a saúde e os naturais hábitos
da vida propiciam às pessoas a paz interna, a felicidade e a produtividade, nos-
sos bens hereditários. Comprovei que o mundo precisa viver de forma "higiênica"
(trocadilho intencional), caso almejemos um futuro sustentável e tudo com que
todos os seres humanos intrinsecamente sonham, isto é felicidade, paz, saúde e
prosperidade.
Como visto e vivenciado pelo seu autor, o jejum é a forma que a natureza for-
neceu a todos os organismos vivos de promover a mais rápida regeneração, e a
única ferramenta do verdadeiro rejuvenescimento. Seu autor, desde que come-
çou o estilo de vida higienista, viu a remissão de doenças e problemas de saúde,
as quais sofreu durante toda sua vida, e aparenta ser bem mais novo do que há
mais de quatro anos e meio (antes de viver segundo os ensinamentos da Higiene
Natural) e muito mais novo ainda que a idade que realmente tem, sente-se muitís-
simo mais novo que quando era uma criança.
Sinceramente espero ter realizado um bom trabalho com este livro e que, nas
páginas a seguir, apresento evidências suficientes que o homem, assim como os
chamados “animais inferiores” podem e sempre jejuaram por prolongados períodos
de tempo e com isso, ao contrário do que muitos acreditam, apenas obtém benefí-
cios ao invés de malefícios.
Por isso, quero compartilhar com você a informação que mudou minha vida
e a tornou melhor do que os meus mais incríveis sonhos e imaginação poderiam
alcançar.

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Apresento, a seguir uma das facetas mais importantes da Higiene Natural, apre-
sento a você: o jejum higienista.
Observação: para maior compreensão sobre o que é a Higiene Natural, suas
recomendações dietéticas e de estilo de vida, por favor, reporte-se ao livro “Saúde
Frugal – O Guia ao Crudivorismo e a Higiene Natural”.

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Capítulo 1

O jejum

“A perda do apetite é o sinal da doença e a indicação da natureza de sua forma


de cura. Ela demonstra ao organismo, seu próprio e único remédio. Seu único
remédio é a abstinência.” Dr. Herbert Shelton, o maior especialista em je-
juns da história.

Jejum é a prática de abster ou privar-se de algo, usualmente por um longo pe-


ríodo de tempo. Na grande maioria dos casos, quando alguém sugere que está de
jejum, é jejum alimentar, abstendo-se de todo tipo de alimento. Apesar de existirem
várias formas de jejum e vários propósitos utilizados através dos últimos milênios,
o jejum foi, até relativamente pouco tempo, praticado pelo homem como um ato
inconsciente, instintivo e não premeditado. Uma simples resposta a uma necessi-
dade fisiológica indicada pelo organismo.
Como dito, existem várias formas de “jejuar”, mas a que iremos focar neste livro
é o jejum higienista, o qual é, na verdade, um jejum de água, feito instintivamente,
de acordo com a demanda do organismo e não como uma forma de penitência reli-
giosa, uma maneira de rápida perda de peso ou como uma mera tradição religiosa.
Tirando o jejum higienista, todas as mais diversas formas de jejum foram, na
verdade, desenvolvidas há pouquíssimos milênios por seres humanos. Elas não
seguem o plano do instinto, mas de crenças, costumes ou influências sociais.
O jejum religioso consiste em desenvolvimento espiritual ou cumprimento de um
rito religioso ou, ainda como uma penitência a um pecado cometido. Já o jejum
profissional é a abstinência como um meio de arrecadar dinheiro e publicidade. O
jejum patológico é aquele que ocorre quando existem danos orgânicos tão fortes
que a pessoa se torna inapta a comer ou reter a comida. O jejum acidental é a
abstinência forçada em homens ou animais devido a acidentes. E, por último, o je-
jum experimental, quando o jejum é forçado por propósitos científicos. Estes são os
principais tipos de jejum praticados pelo homem na atualidade.
Entretanto, nenhum destes é realmente a forma de jejum que este livro tem em
foco: o jejum naturalmente praticado instintivamente por homens e animais. O je-
jum higienista é um jejum com propósitos fisiológicos, em prol de restabelecer o
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normal funcionamento do organismo doente. Ele é a forma da natureza reestabele-
cer o equilíbrio homeostático do organismo. Ou, em outras palavras, o jejum higie-
nista é a forma da natureza restaurar a saúde.
Higienistas foram os responsáveis por reviver o jejum instintivo há mais de du-
zentos anos, o qual era algo praticamente esquecido, desde a época de Hipócrates
e outros grandes nomes da medicina arcaica. Nos primórdios, ao contrário de
como é visto atualmente, jejuar era associado à recuperação da saúde, como uma
forma de fornecer um descanso ao corpo, para que ele pudesse se purificar e recu-
perar-se de qualquer tipo de enfermidade. De acordo com os relatos e dados arma-
zenados por dois séculos de experiência higienista ou outros do movimento natu-
ralista que também aplicam jejuns, é comprovado que praticamente todo o tipo de
doença, até mesmo as denominadas como “incuráveis” ou terminais pela medicina,
podem ser controladas nos seus sintomas ou até mesmo curadas por completo.
O jejum é considerado por higienistas a forma mais rápida e eficaz de se “curar”
e muitos famosos nomes na área de saúde que defendem a prática do jejum, a
nomeavam-na “mesa de cirurgias” da natureza. Era chamado assim porque os pro-
fissionais que supervisionam o jejum, ao ver tantos problemas de saúde sendo ex-
tintos de forma tão rápida e quase inacreditável, consideravam o “milagre natural”,
a forma da “natureza curar”. Todo profissional experiente no assunto admira e é
completamente impressionado pelos efeitos regenerativos e rejuvenescedores que
o jejum tem. Todos relatam em seus livros que observaram casos impressionantes
de recuperação de doenças graves.
O ato de jejuar, apesar de muitas vezes confundido e visto pela sociedade atual
como um intuito de perda de peso, razões religiosas, espirituais, políticas e protes-
to, é um ato comum entre os animais, assim como era comum ao homem até rela-
tivamente alguns milhares de anos atrás. Desde que o homem aprendeu a utilizar
o fogo para cozinhar alimentos impossíveis de serem ingeridos em seu estado cru,
após o início do período neolítico (dez mil anos atrás), o ato do cozimento se tor-
nou cada vez mais uma prática comum, o homem começou a perder contato com
seus instintos, com suas indicações fisiológicas e cada vez mais se distanciou da
natureza. Ao se distanciar da natureza, ele parou de responder corretamente às in-
dicações que seu organismo o fazia e devido a falsas crenças criadas em um pas-
sado recente, começou a acreditar que a falta de alimentos é que causava a doen-
ça e que aquilo de que ele precisava na doença, era, na verdade, mais alimentos
para aumentar sua resistência.
Entretanto, os animais selvagens continuam em contato com sua natureza
e com suas práticas naturais e continuam a jejuar sempre que confrontados com
adversidades de saúde. Ambos, o homem dos primórdios, assim como o animal,
utilizavam e utilizam (no caso dos animais e tribos humanas primitivas) o jejum,
apenas quando guiados por seus instintos, em caso de qualquer adversidade
em relação à saúde e integridade de seu organismo ou forçado devido à falta de

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alimentos. O praticante da Higiene Natural, por seguir um estilo natural de vida e a
prática de comer a dieta para a qual ele é biologicamente adaptado, tem mais ciên-
cia de suas verdadeiras necessidades e facilmente reconhece a indicação de seu
organismo quando um jejum é necessário
Até este passado recente que, provavelmente, deve ter sido pouco depois do
início do período neolítico, escolhíamos por vontade própria em abstermo-nos de
alimentos, mas apenas como uma medida de saúde, sempre que enfrentávamos
alguma adversidade como doenças, lesão sofrida ou um stress prolongando. O je-
jum foi praticado pelo homem através de todo seu tempo na terra, com o mesmo
intuito proposto pela Higiene Natural. Focado simplesmente nos princípios básicos
pelo qual nosso organismo possui a capacidade intrínseca de jejuar. O jejum instin-
tivo é aplicado em função de acelerar o processo inerente e sempre constante de
recuperação e manutenção da saúde e integridade que todo organismo vivo pro-
duz durante sua existência.
Isto é, como compreenderemos através deste livro, desde a óbvia lógica até as
mais recentes pesquisas científicas indicam que o organismo humano, como to-
dos os outros organismos vivos, desde plantas a animais inferiores, possui uma
capacidade inerente de regeneração. Naturalmente, sem precisar de band-aids,
drogas farmacêuticas, ou nenhum tipo de “terapia natural”, eles são capazes de
auto “curar-se” de todo o tipo de lesão ou doença que possa afligi-lo. E como com-
provado pelo empirismo e pela ciência, em todos os organismos vivos, o jejum con-
segue acelerar imensuravelmente este processo, corrigindo os mais diversos tipos
de danos e doenças agudas e crônicas.
Mas devido à atual abundância de alimentos e as errôneas crenças geradas
pela falta de conhecimento científico dos nossos ancestrais, que acreditavam em
"curas" e que comida fortalece o organismo, seres humanos nunca mais passaram
por jejuns prolongados e acabaram não tomando a ciência de quão crucial é esta
prática para a saúde.
Devido às práticas modernas alimentares, indo desde a tremenda abundância
de alimentos, o forte processamento a que todo alimento é submetido, ingestão de
alimentos não naturais pela raça humana por causa da utilização do fogo, até a
inimaginável mistura de inúmeros diferentes tipos de alimentos a cada refeição, é
impossível ao corpo manter-se em um estado de pureza e eficiência fisiológica, lim-
par seus tecidos e fluídos de forma adequada para se manter saudável. E, por isso,
o jejum se torna necessário.
E apesar do medo atual que a palavra jejum promove, veremos a seguir que,
com tantas referências a jejum na antiguidade, as civilizações antigas definitiva-
mente não tinham medo de “morrer de fome” por pular algumas ou muitas refei-
ções. E embora muitos sugiram que estes jejuns famosos na bíblia sejam milagres
ou apenas “historinhas”, pesquisas científicas atuais sobre jejuns em seres huma-
nos e animais, comprovam a capacidade de os organismos jejuarem por meses e,
portanto, a veracidade de tais informações.
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Curiosidade: toda vez que aplicamos a usual terminologia para descrever o je-
jum, promovemos um oximoro, já que falamos que vamos fazer um jejum de água,
um jejum de sucos ou um jejum de frutas. Se jejuar significa abster-se daquele
elemento em particular, no caso de um jejum de água, estamos nos abstendo de
tudo menos água. Jejum de água, ao “pé da letra”, seria ingerir qualquer coisa,
menos água, mas, devido à má utilização da palavra, quando alguém cita a expres-
são: “Vou fazer um jejum de água”, quer dizer que ela irá consumir apenas água,
por todo o tempo que deseja jejuar. Isto é, enquanto ela jejuar, não consumirá ne-
nhum tipo de alimento, remédio, ou qualquer outro tipo de substância, a não ser
água pura e limpa. Portanto, a má utilização do termo jejum é algo bem comum, já
que, frequentemente, ouvimos sobre um jejum de frutas, um jejum de sucos, etc.
Quando alguém sugere isto, o correto seria que o indivíduo abstivesse-se comple-
tamente do consumo de frutas, ou, no caso do jejum de sucos, a abstenção com-
pleta de sucos.

O jejum religioso através da história humana


Apesar de nos dias de hoje o jejum ser algo raríssimo entre a maior parte da po-
pulação, ele era uma prática muito mais comum em outrora e podemos comprovar
isso através das escritas antigas. Desde as escritas dos famosos filósofos gregos,
até mesmo em textos romanos ou egípcios. Os egípcios, mongóis e os sírios da
antiguidade acreditavam que o jejum era a base para manter a boa saúde, prolon-
gar a vida e a juventude e que comer, excessivamente, era a causa de muitas do-
enças. Os egípcios acreditavam que, para isso, o ideal era jejuar por três dias todo
mês.
O jejum é um ritual comum em praticamente todas as religiões do mundo, sen-
do que somente a Bíblia tem 74 referências ao jejum. Desde o início do cristianis-
mo, longos jejums eram praticados pelos santos do antigo testamento, como Ana,
Ester, Esdras, João Batista e os apóstolos.Todos nós já ouvimos, ainda que breve-
mente, no novo testamento sobre Jesus Cristo, Daniel, Davi, Elias, Moises e que
todos eles jejuaram por quarenta dias.
O famoso profeta Maomé era um jejuador ávido. Os antigos escritores gregos,
como Homero e Herodóto, citam o jejum como uma prática comum. Muitos já ouvi-
ram também que Buda e muitos outros líderes espirituais jejuaram. Buda aos trinta
e seis anos jejuou por quarenta e nove dias debaixo de uma figueira, levando a
árvore e a história a se tornarem famosíssimas. O santo Policarpo de Esmira reco-
mendava o jejum como uma forma de evitar a cobiça e a tentação. A famosa sei-
ta judaica dos essênios, assim como a seita Therapeutae prescreviam o jejum na
cura de todos os tipos de doença há dois mil anos. Nativos americanos jejuavam
em prol de obter visões e antes de sair para caçar.

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Inúmeras religiões defenderam o jejum como uma forma de purificação física,
mental e espiritual através de sua história. Religiões como o cristianismo, budismo,
bramanismo, judaísmo, hinduísmo, as religiões islâmicas assim como o xamanismo
de certas culturas tribais indígenas estipulam o jejum para seus adeptos até os dias
de hoje. Devido a isso, milhões de pessoas através do globo jejuam anualmente.
Muçulmanos têm seu jejum durante um mês inteiro, no qual eles se abstém de co-
mida e de outras práticas do nascer ao por do sol, o qual é chamado de Ramadão.
Os Aztecas e Toltecas do México, assim como os Incas, também jejuavam com
propósitos religiosos.
A maioria dos famosos líderes religiosos e espirituais da história jejuaram.
Inúmeros filósofos gregos jejuavam e é fácil de achar registros deles recomen-
dando e exaltando os inúmeros benefícios do jejum. É dito que Pitágoras apenas
aceitava alunos que tivessem jejuado por quarenta dias e que ele mesmo jejuou
por quarenta dias antes de seu exame para a Universidade de Alexandria. Ele
acreditava que a clareza mental que um jejum como este fornecia era essencial
para aprender o que ele tinha a ensinar. Ele defendia que o jejum purificava o cor-
po e estimulava a mente. E não era só ele, já que Aristóteles, Plutarco, Platão e
Sócrates, defendiam que somente através do jejum, a mente poderia ser purificada
o suficiente para compreender os profundos ensinamentos dos mistérios da vida.
Eles e inúmeros outros filósofos gregos jejuavam e advogavam o jejum como meio
de obter clareza mental e recuperar a saúde.
O famoso Demócrito, chamado de “o filósofo que ri” ou pai da atomística, tam-
bém jejuou por quarenta dias. O escritor Tertuliano defendia o jejum como uma prá-
tica de saúde. Zoroaster, o famoso profeta persa e o filósofo chinês Confúcio tam-
bém advogavam o jejum. Martinho Lutero, o conhecido padre do século 15 jejuava
extensivamente.
O jejum sempre foi altamente estimado nas culturas orientais como meio de ele-
vação mental e espiritual. Por tornar a mente mais forte e o corpo mais puro para
qualquer tarefa. Como uma forma de se preparar para algum momento importan-
te. É dito que os faquires passavam pelas suas usuais “provas”, desde dormir em
camas de pregos até andar no carvão em brasas, em completo jejum. Os líderes
espirituais indianos e todos os yogis estimam fortemente o jejum. O famoso líder
Yogananda alegou que “o jejum proporciona descanso aos órgãos exauridos, que
são as engrenagens do organismo”, “comer demais todos os dias do ano gera mui-
tos tipos de doenças” e “quanto mais você se concentrar no paladar, mais doenças
terá. É bom apreciar o alimento, mas tornar-se escravo dele é a perdição da vida”.
Estes relatos e visão perante o jejum não são exclusivamente orientais, mas
ocidentais também. Certas tribos indígenas americanas jejuavam em prol de puri-
ficar a mente, o corpo e o espírito. Elas acreditavam que o jejum aumenta a cone-
xão com o espírito, a força interna e traz à orientação divina. Até mesmo a famo-
sa tribo Zulu (Norte Africana), possui um antigo axioma que dizia, “O corpo que é

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continuamente estufado, não consegue ver coisas secretas”. Sugerindo que o indi-
víduo que come constante e excessivamente não obtém uma elevada clareza men-
tal, portanto, não consegue compreender a vida de uma forma elevada.
O pintor Leonardo da Vinci, Shakespeare e importantes figuras modernas como
Gandhi e Tolstoi acreditavam que o jejum era uma prática benéfica à saúde e a
clareza mental. Tolstoi e seus companheiros até mesmo o recomendavam como
uma forma de divergir a mente do materialismo, enquanto certos pintores russos
jejuavam pelo menos um dia antes de começar suas obras, para obter melhores
desempenhos. Arnold Ehret, o renomado autor naturalista, defendia que o jejum é
“a chave mestra para evolução e revelação mental e espiritual”.
Por outro lado, outras ilustres figuras dos tempos modernos como Napoleão,
Benjamin Franklin e Mark Twain também jejuavam e podemos ter certeza que eles
praticavam seus jejuns apenas com propósitos higienistas, já que, qualquer um que
conheça a história destes homens, poderá facilmente concluir que seus jejuns não
podiam ter nenhum propósito religioso. Apesar de grande parte destas pessoas e
religiões praticarem jejuns com fins religiosos e espirituais e desconhecerem os
cientificamente comprovados efeitos benéficos à saúde do jejum, elas, ao jejuarem,
acabam se beneficiando dos mesmos.
Com estas evidências, podemos ver que existe uma clara ligação entre os há-
bitos de muitos destes homens e a influência histórica que eles tiveram devido sua
evolução mental e espiritual. É um fato que todos os grandes líderes religiosos e
espirituais da história humana praticavam o jejum. E, portanto, questionamos: será
que eles davam mais importância a questões éticas e morais, porque eram ilumi-
nados ou porque seus hábitos, incluindo o jejum, os tornavam mais puros e, assim,
mais conscientes e com valores mais elevados?
Ainda que soe estranho a sugestão dos benefícios do ato de jejuar nos dias de
hoje, próprios de uma civlização moderna e industrializada, vimos que para civiliza-
ções e povos mais “primitivos” que estavam mais em contato com seu organismo e
com a natureza, jejuar era algo normal como qualquer outra prática humana guiada
por instinto. E não é algo de um passado longínquo, já que estas alegações e be-
nefícios são defendidos por todos estes grandes nomes e também por milhares de
pacientes que já praticaram um jejum higienista.

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Famosos médicos através da história que prescreviam
o jejum em prol da saúde
“Eu cheguei à conclusão que apenas a natureza pode praticar medicina. Eu su-
giro que durante a doença, comer se torna um fardo para o doente. Comer uti-
liza a energia que deveria ser utilizada para combater a doença” Dr. Edward
Dewey, famoso médico e cirurgião do exercito americano.

O primeiro relato do jejum que temos vem provavelmente da famosa medicina


Indiana chamada Ayurvédica. Já que ela foi originada há sete mil anos e sempre
advogou o jejum como uma das principais formas de tratamento de doenças.
Mais recentemente, grandes nomes da medicina Grega como Asclepiades,
Thessalus, Hipócrates e Galeno eram fervorosos defensores do jejum e já o utili-
zavam há mais de dois mil anos. Hipócrates, considerado o pai da medicina oci-
dental, acreditava que o jejum permitia o corpo regenerar-se. O médico romano
Celso o prescrevia no tratamento da epilepsia e icterícia. O famoso médico Árabe
Avicena usualmente prescrevia jejuns de três a cinco semanas.
De acordo com o Dr. Douglas Graham, na Grécia antiga, em função de recu-
perar a saúde, as pessoas jejuavam por três dias antes de entrar nos famosos
templos gregos de cura, que eram literalmente os hospitais da época. Dentro dos
templos, eles continuavam o descanso e comiam frutas até se recuperarem com-
pletamente. De acordo com relatos históricos, o jejum também era usado nos tem-
plos egípcios e por todo o mediterrâneo. Pelo que se tem de registros, desde o
início da história, antes da criação da palavra doutor, estes templos eram a base do
cuidado aos doentes e todos eles se baseavam no jejum.
Médicos árabes, durante a era medieval européia, prescreviam jejuns de três
semanas como meio de cura para sífilis e varíola. No século XVI, Paracelsus, o
famoso médico suíço,considerado um dos pais da medicina ocidental, declarou que
“Jejuar é o maior remédio, o médico que vem de dentro.” No século XVII, o Dr.
Hoffman escreveu um livro chamado “Descrição dos magníficos resultados obtidos
através do jejum em todas as doenças”. No século seguinte, o Dr. Anton Nikolai
sugeriu que “O que faz mais sentido? Alimentar um paciente e dar-lhe remédios e
mantê-lo doente para o resto de sua vida, ou torná-lo magro por um curto período
de tempo e assim recuperar sua saúde por completo?”
Mais recentemente, o médico Russo, Von Seeland, alegou que “Como resulta-
do de meus experimentos, cheguei à conclusão de que o jejum não é apenas um
agente terapêutico do mais alto nível possível, mas também merece ser conside-
rado como meio de educação.” Outro famoso defensor do jejum, o médico ale-
mão Adolph Mayer, disse em seu livro “A cura do jejum—Curas milagrosas”: “Eu
alego que o jejum é a forma mais eficiente de corrigir qualquer doença”. Citando
o Dr. Moeller, diretor do sanatório de “Closchwitz”, “jejuar é o único natural método

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