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INICIAÇÃO
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haroldocampelo@hotmail.com
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(Orientadora) - professoralucianadias@gmail.com . Curso de Especialização em
Gênero e Diversidade na Escola – GDE - Universidade Federal de Goiás – Regional Catalão –
Polo Cidade de Goiás
Esta é a razão porque devemos estar conscientes de que se
tentarmos ler um mito da mesma maneira que lemos uma novela ou um artigo
de jornal, ou seja, linha por linha, da esquerda para a direita, não poderemos
chegar a entender o mito, porque temos de o apreender como uma totalidade e
descobrir que o significado básico do mito não está ligado à sequência de
acontecimentos, mas antes, se assim se pode dizer, a grupos de
acontecimentos, ainda que tais acontecimentos ocorram em momentos
diferentes da história. (LÉVI-STRAUSS, 1978, p. 42).
Lévi Strauss usa o exemplo da música para falar de mito. Para ele,
teríamos que ler o mito de uma forma similar à leitura de uma partitura, para
compreender seu significado.
Portanto, temos de ler o mito mais ou menos como leríamos uma
partitura musical, pondo de parte as frases musicais e tentando entender a
página inteira, com a certeza de que o que está escrito na primeira frase
musical da página só adquire significado se considerar que faz parte e é uma
parcela do que se encontra escrito na segunda, na terceira, na quarta e assim
por diante. Ou seja, não só temos de ler da esquerda para a direita, mas
simultaneamente na vertical, de cima para baixo. Temos de perceber que cada
página é uma totalidade. E só considerando o mito como se fosse uma partitura
orquestral, escrita frase por frase, é que o podemos entender como uma
totalidade, e extrair o seu significado. (LÉVI-STRAUSS, 1978, p.42)
Na primeira parte deste trabalho é apresentado o Universo Guarani
a partir da tradição oral relatada por Kaká Werá Jecupé na obra “Tupã
Tenondé”, e as influências do tronco Tupy-Guarani em outros povos e na
sociedade brasileira. A cosmologia indígena ajuda a entender a relação das
pessoas com a natureza e com o planeta de uma forma ampla.
Segue uma abordagem sobre a importância dos mitos para os povos
indígenas como instrumento elementar de propagação de história e cultura, e
de construção de identidade. Os mitos ajudam a entender o lugar no mundo e o
papel de cada um na grande roda universal.
Por fim, os mitos indígenas no ambiente escolar apontam para a
construção de identidades mais coerentes com o brasileiro, juntamente com as
origens africanas e europeias, bem como as demais, respeitando a diversidade
e pluralidade. No imaginário popular ainda fazem parte os estereótipos do índio
preguiçoso, de uma cultura única, atrasada e estática. Vencer os preconceitos
e estereótipos é o desafio de todos e, também, de uma educação
comprometida com a valorização das diversidades com abordagens inovadoras
pautadas na riqueza das culturas ancestrais.
1.
Ñande Ru Pa-pa Tenondé
guete rã ombo-jera
pytu yma gui.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
JECUPÉ, Kaká Werá. A Terra dos mil povos: história indígena brasileira
contada por um índio. São Paulo: Editora Peirópolis, 1998.
MUNDURUKU, Daniel. Coisas de índio: versão infantil. 2.ed. São Paulo: Callis,
2010
SOUZA, Robson Max de Oliveira. Todo dia é dia de índio! Disponível em: <
http://www.vilaesperanca.org/?p=1733> acesso em 04 maio 2015.
TERENA, Marcos. Posso Ser o que Você É, Sem Deixar de Ser Quem Sou. In:
RAMOS, M. N.; ADÃO, J. M.; BARROS, G. M. N. (Orgs.). Diversidade na
educação: reflexões e experiências. Brasília: Secretaria de Educação Média e
Tecnológica, 2003. p.99-104.