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Química

Elementar -
Orgânica

Material
Didático Equipe de Química:
(PCNA Fevereiro de 2015)

 Shirley Cristina Cabral Nascimento


(Coordenação)
 Marlice Cruz Martelli
 Ana Rosa C. L. M. Duarte
 Marcos Vinícios de Souza Pinto

Monitores:
 Gustavo Henrique de Souza Chaves
 Lucas de Souza Silva
 Raylime Louise Tavares Costa
Fevereiro de 2015  Tárique Samir Bezerra Sena
 Nian Iury Ferrão Queiroz

Universidade Federal do Pará


Equipe de Professores
 Alexandre Guimarães Rodrigues
(Coordenação Geral)

Matemática:
 Rosana Soares (Coordenação)
 Alessandra M. de Souza Lopes

Química:
 Shirley Cristina Cabral Nascimento
(Coordenação)
 Marlice Cruz Martelli
 Ana Rosa C.L.M. Duarte
 Marcos Vinícius de Souza Pinto

Física:
 Alexandre Guimarães Rodrigues
(Coordenação)
 José Benício da Cruz Costa
 Alexandre Guimarães Rodrigues
carbono terciário e o carbono 2 é um carbono
ORGÂNICA quaternário.
1. O ÁTOMO DE CARBONO

O carbono é o elemento químico presente em


3. CADEIAS CARBÔNICAS
qualquer composto orgânico, possui 6 elétrons, e
devido a isso, é conhecido pela sua capacidade de Quanto ao fechamento da cadeia:
compartilhar elétrons. Por sofrer hibridação sp, sp2
sp3, estes elétrons efetuam ligações covalentes, cada  Quando o encadeamento dos átomos não
ligação é formada por um par de elétrons, um do sofre nenhum fechamento, denomina-se a
átomo de carbono e outro do elemento a ser ligado, é cadeia como aberta ou acíclica.
dessa forma que o átomo de carbono completa o
octeto. Cada par de elétron formará um orbital
molecular que será composto por ligações sigma,
quando existir ligação simples ou PI, quando
existirem dupla ou tripla ligação.

 Quando há fechamento na cadeia, formando-


se um ciclo, núcleo ou anel, denomina-se a
cadeia como fechada ou cíclica.

Fig1: etano, dupla ligação Fig2: metano,


simples ligações

2. CLASSIFICAÇÃO DO CARBONO:

 Carbono primário: Se o átomo de carbono


estiver ligado a um átomo de carbono.
 Carbono secundário: se um átomo de
carbono estiver ligado a dois átomos de
carbono.  As cadeias aromáticas sofrem ressonância,
 Carbono terciário: se estiver ligado a três rotacionando as ligações PI no anel
átomos de carbono. aromático.
 Carbono quaternário: se estiver ligado a
quatro átomos de carbono.

Ex.:

Quanto à disposição dos átomos:

 Quando os átomos se dispõem linearmente,


aparecendo apenas carbonos primários e
secundários, diz-se que a cadeia é normal.
Onde os carbonos: 1,6,7, 8 e 9 são carbonos
primários, 5 e 3 são carbonos secundários, 4 é um
 Quando aparecem carbonos terciários ou  Quando na cadeia, alem dos átomos de
quaternários, haverá ramificações, então a carbono, existem outros átomos posicionados
cadeia é considerada uma cadeia ramificada. entre carbonos, denomina-se a cadeia como
heterogênea.

1. GRUPOS FUNCIONAIS

Quanto aos tipos de ligação. Os hidrocarbonetos são apolares, bastante


insolúveis em água e não muito reativos à
 Quando só existem ligações simples (sigma)
temperatura ambiente. Os insaturados apresentam
entre os átomos de carbono, denomina-se a
maior reatividade do que os saturados, mas sob
cadeia como saturada.
muitos aspectos todos são um tanto inertes. A
substituição por outros elementos, tais como o
oxigênio e o nitrogênio (heteroátomos), nas suas
ligações químicas ocasiona alterações importantes na
reatividade química e propriedades físicas desses
compostos. Essas alterações são causadas pela
presença de pares isolados e pela polaridade das
ligações que o oxigênio, o nitrogênio e os não metais
formam com o carbono e com o hidrogênio. Tais
 Quando ale das ligações simples aparecem alterações, bastante pronunciadas, podem ser
ligações duplas ou triplas, denomina-se a explicadas quando consideramos os não metais como
cadeia como insaturada sendo parte de um grupo funcional.

. GRUPO ALQUILA
São provenientes dos alcanos. Existem para
facilitar a nomenclatura dos compostos. São grupos
que seriam obtidos pela remoção de um átomo de
hidrogênio de um alcano, tabela a seguir.

Quanto à natureza dos átomos.

 Quando na cadeia só existem átomos de


carbono, denomina-se a cadeia como
homogênea.
Frequentemente é utilizado um símbolo (R) que
representa qualquer grupo alquila em um composto
orgânico. Assim a fórmula geral para um alcano é R- ÉTERES (R-O-R’)
H.
A ligação característica de um éter é um grupo -O-
que conecta dois radicais de hidrocarboneto na
formula geral R-O-R’.
ÁLCOOIS (R-OH)

Na química orgânica, o grupo -OH é conhecido como CH3OCH2CH3


grupo hidroxila, e quando ligado a um átomo de C Metoxietano
forma um álcool. Os nomes IUPAC para os álcoois
são semelhantes àqueles dos hidrocarbonetos
principais, com designação ol no final para indicar que Uma vez que nos éteres falta o hidrogênio dos álcoois,
é um álcool. eles são muito menos reativos. Porém, apresentam
Exemplo: pares isolados do mesmo modo os álcoois; sendo,
CH3OH CH3 CH2OH portanto, bases de Lewis e podem aceitar prótons (H +)
Metanol Etanol de ácidos fortes. Os éteres não podem ser facilmente
oxidados, são menos solúveis em água do que os
álcoois.

CH3 CH2 CH2OH


Propanol
ALDEÍDOS (R- -H)

CLASSIFICAÇÃO DE ÁLCOOIS: O grupo carbonila, C = O, é muito importante para a


química orgânica. O carbono é híbrido sp2 com uma
Os álcoois podem ser classificados segundo alguns ligação, e a ligação C = O é bastante polar. Isto
critérios: provoca um forte efeito sobre a reatividade dos átomos
ligados a esse grupo. Como os álcoois, os aldeídos
1 – número de hidroxilas: correspondentes são solúveis em água. Os aldeídos
- Monoálcool ou monol: possui uma hidroxila. podem ser facilomente oxidados a ponto de atuarem
- Diálcool ou diol: possui duas hidroxilas. como agente redutores. Na verdade, eles são os
- Triálcool ou triol: possui três hidroxilas. E assim por produtos de oxidação dos álcoois que contém um
diante. grupo –CH2OH.

2 – Posição da hidroxila: Ramificação:


- Álcool primário: hidroxila ligada a carbono primário. - A cadeia principal é a maior sequência de carbonos
- Álcool secundário: hidroxila ligada a carbono que possui o carbono com o grupo – CHO.
secundário. - A numeração começa por esse grupo de forma que
- Álcool terciário: hidroxila ligada a carbono terciário. os radicais fiquem com os menores números.
Exemplo:

FENÓIS (Ar – OH)

São compostos orgânicos que possuem a hidroxila


(OH) ligada diretamente ao anel aromático.
Etanal
Fórmula geral: Ar – OH.

CETONAS (R- -R’)


Ramificação:
- A numeração começa pela hidroxila no sentido em A ausência do hidrogênio ligado ao grupo carbonila
que os radicais fiquem com os menores números. reduz a reatividade das cetonas, quando comparadas
Exemplo: à dos aldeídos. Os isômeros enólicos ainda existem,
mas as cetonas são suficientemente inertes para
serem frequentemente utilizadas como solventes. No
sistema IUPAC o sufixo ONA é adicionado ao nome do
hidrocarboneto principal para designar uma cetona.
Hidróxi-Benzeno
Ramificação: Semelhante a nomenclatura de aldeídos,
substituindo o grupo – CHO pelo grupo – CO - . AMIDAS
São compostos orgânicos quaternários oxi -
Exemplo: nitrogenados (C, H, N e O) que possuem como grupo
H3 C - - - CH3 funcional carboamida.

ÁCIDO CARBOXÍLICO (R- -OH)

O grupo funcional é conhecido como grupo carboxila


e geralmente é representado por –COOH. Este grupo
forma a base dos ácidos orgânicos, ativando o grupo –
OH de modo que ele apresente propriedades ácidas.
Os álcoois são ácidos muito fracos, mas no grupo –
COOH o O-H tem uma constante de dissociação ácida Exemplo:
que pode ser facilmente determinada. Parte de seu O
caráter ácido deve-se a estabilização da base H3 C CH2 CH2 C
conjugada, por causa da equivalência dos oxigênios. NH2

Exemplo:
Ácido metanoico
COOH 5. NOMENCLATURA DOS COMPOSTOS
ORGÂNICOS
ÉSTERES (R- -O-R’) De forma geral, os nomes oficiais para compostos
Os ésteres costumam apresentar um odor agradável
de fruta. Podem ser formados a partir de reações de orgânicos são formados a partir das seguintes regras
ácidos (R-COOH) com álcoois (R’-OH), e seus nomes básicas:
indicam essa origem simples. Nos nomes IUPAC
acrescenta-se il ao nome básico do álcool,
1ª) Escolha a cadeia principal.
combinando-o com o sufixo ato ou oato adicionado à
parte ácida.
Esta deve apresentar as seguintes características:
Exemplo:
 Possui o grupo funcional;
 Consta daquela com o maior número possível
de insaturações;
CH3- - OCH2CH2CH3  Possui a sequência mais longa de átomos de
Etanoato de 1- propila
carbono ligados entre si.
AMINAS
Se considerarmos os álcoois e os éteres como Observações:
resultado da substituição dos átomos de H da H2O
por radicais orgânicos, então as aminas resultam de Caso a cadeia principal ofereça mais de uma
substituições semelhantes na amônia. Se um possibilidade de escolha, deve-se optar por aquela
hidrogênio for substituído por um radical, teremos que fornecer o maior número de ramificações.
uma amina primária (RNH2). Se forem substituídos
por dois hidrogênios, teremos uma amina Quando a cadeia é mista devemos considerar como
secundária (RR’NH), enquanto que uma amina cadeia principal a cadeia fechada (alicíclica) ou a
terciária (RR’R’’N) apresenta todos os hidrogênios parte aromática.
substituídos.

Exemplo:
2ª) Deve-se enumerar a cadeia principal.
CH3NH2
Metilamina
A localização das ramificações deve ser informada
pela numeração.
A numeração da cadeia principal deve seguir a Eletronegatividade: Quando átomos com
diferentes eletronegatividades se unem por ligação
seguinte sequencia: covalente, os elétrons são efetivamente mais atraídos
pelo mais eletronegativo deles. Isso dá origem a um
Grupo funcional > Insaturação > Ramificação dipolo, ou seja dois polos: um positivo e outro
negativo. Um dipolo é representado pelo vetor

Obedecendo este critério a numeração da cadeia momento dipolo ( )


principal deve seguir a regra dos menores números Geometria Molecular: Dependendo da
possíveis. geometria molecular, o vetor momento de dipolo
resultante pode ser nulo ou não. Quando ele é nulo
 Se a cadeia carbônica apresentar duas ou ( = 0), a molécula é apolar; caso contrário ( ≠ 0),
ela é polar.
mais ramificações iguais, devem-se usar os prefixos
indicadores de quantidade di, tri, tetra, penta etc. Exemplos:

 Se a cadeia carbônica apresentar duas ou


mais ramificações diferentes, elas devem ser
indicadas em ordem alfabética.

3ª) Nomear o composto de acordo com a estrutura


abaixo:

Prefixo + Infixo + Sufixo

Onde,
Prefixo - que indica o número de átomos de carbono
Em geral as moléculas orgânicas apresentam
da cadeia principal; polaridade praticamente nula, ou seja, são apolares.
Lembrando que a solubilidade é influenciada pela
polaridade:
Infixo - que indica o tipo de ligação principal na cadeia
principal; “Soluto polar tende a dissolver bem em solvente
polar”.
“Soluto apolar tende a dissolver bem em solvente
Sufixo - que indica a função principal do composto
apolar”.
orgânico.
Observe o seguinte exemplo, onde misturamos água,
que é uma substância polar, iodo (I2) e ciclo-hexano,
ambos apolares.

'

6. PROPRIEDADES ORGÂNICAS
1.1. Solubilidade
Polaridade
Como vimos anteriormente, para uma molécula ser
polar ou apolar, devemos considerar 2 fatores:
eletronegatividade e geometria molecular.
 Tamanho da Cadeia
Observe os dados mostrados na tabela abaixo:

 Massa molecular
Nota-se que a solubilidade diminui com o aumento da
cadeia. Generalizando, podemos dizer que a cadeia Observe as tabelas seguir:
carbônica de uma molécula, formada por carbono
e hidrogênio, não possui afinidade pela água, pois
é a parte apolar da molécula. Quanto maior for essa
parte apolar, menor a tendência de uma substância
dissolver-se em água. Grupos polares, como – OH –
NH2 e –COOH, possuem afinidade com a água. Sua
presença contribui para que o composto se solubilize
em água.

Partes apolares → Grupos Hidrófobos

Partes polares → Grupos Hidrófilos

Note que quanto maior a massa molecular de


alcano não ramificado, maior seu ponto de
ebulição. O gráfico a seguir representa este
comportamento:
1.2. Ponto de ebulição
As forças intermoleculares interferem diretamente no
ponto de ebulição dos compostos orgânicos. Como
visto em ligações químicas, os compostos polares que
realizam pontes de hidrogênio possuem o maior
ponto de ebulição que os compostos polares que
possuem interação dipolo-dipolo. A interação entre
moléculas apolares dipolo-induzido, possuem os
menores pontos de ebulição.

As tabelas abaixo ilustram o efeito do tipo de força


molecular sobre o ponto de ebulição.

Outro fator importante na determinação do ponto de


 ebulição de uma molécula orgânica é considerar o
 tamanho da molécula. Observe o exemplo abaixo de 2
 moléculas com o mesmo peso molecular, porem com
 tamanhos diferentes:



ISOMERIA

Isômeros são dois ou mais compostos diferentes b) Álcool aromático, fenol e éter.
que apresentam a mesma fórmula molecular. Exemplo:

Éter dietilico. C4H8O Butanol C4H8O

TIPOS DE ISOMERIA:

KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK c) Aldeído e cetona.


Exemplo:

d) Ácido carboxílico e éster.


Exemplo:

ISOMERIA DE FUNÇÃO

Isomeria de função ou química é o caso de


isomeria plana na qual os isômeros pertencem à TAUTOMERIA
funções químicas diferentes. Os principais casos de É um caso particular da isomeria de função,
isomeria funcional são: onde os compostos isômeros estabelecem um
equilíbrio químico dinâmico em solução. Os dois casos
a) Álcool e éter. mais importantes são os que ocorrem entre aldeído e
Exemplo: enol e entre cetona e enol.
Exemplo:
a) C2H4O
b) C3H6O

METAMERIA OU ISOMERIA DE COMPENSAÇÃO

Isomeria de compensação ou metameria é o


caso de isomeria plana na qual os isômeros
ISOMERIA DE CADEIA apresentam cadeia carbônica heterogênea e diferem
Isomeria de cadeia é o caso de isomeria plana entre si pela posição do hetero-átomo.
na qual os compostos isômeros pertencem à mesma
função química mas apresentam cadeias carbônicas Exemplos:
diferentes. No caso de compostos cíclicos a isomeria
de cadeia pode ser chamada isomeria de núcleo.
Exemplos:

a)

b)
ISOMERIA DE POSIÇÃO
Isomeria de posição é o caso de isomeria
plana na qual os isômeros pertencem à mesma função
química, apresentam a mesma cadeia carbônica, mas
diferem entre si pela posição de um grupo funcional ou
uma insaturação na cadeia carbônica.

Exemplos:

:
ISOMERIA ESPACIAL
Isomeria espacial ou estereoisomeria é o caso
de isomeria no qual os compostos isômeros não Nem todos os compostos que apresentam dupla
diferem entre si pelas suas fórmulas estruturais planas ligação entre átomos de carbono apresentam
mas sim pelas suas fórmulas estruturais espaciais isômeros geométricos. Assim os compostos seguintes
(fórmulas de Le Bel e Vant’Hoff). não têm isômeros geométricos ou cis-trans:

Havendo dois átomos ou radicais iguais ligados ao


mesmo átomo de carbono da dupla ligação, está
eliminada a possibilidade de isomeria geométrica.
ISOMERIA GEOMÉTRICA Representando por a, b, c, e d os átomos ou radicais
ligados aos átomos de carbono da dupla ligação:
Isomeria geométrica é um caso de isomeria
espacial que ocorre em compostos que apresentam a) Compostos que não apresentam isômeros
duplas ligações e em compostos cíclicos. geométricos:

Consideremos o ácido butenodióico. Na


molécula deste composto os dois grupos carboxílicos
podem ficar de um mesmo lado ou em lados opostos
em relação ao plano determinado pela ligação pi; por
isto existem duas moléculas diferentes, correspondem
dois compostos diferentes que são os dois isômeros b) Compostos que apresentam isômeros geométricos:
geométricos do ácido butenodióico.

O ácido butenodióico cis é chamado ÁCIDO


MALEICO e o trans é chamado ÁCIDO FUMÁRICO.

Os isômeros geométricos ou cis-trans de um


composto diferem entre si nas suas constantes físicas
(ponto de fusão, ponto de ebulição, densidade,
solubilidade, etc.), e em certas propriedades químicas.
Como exemplo de diferença de propriedade química
entre o ácido fumárico e malêico, podemos citar a
Ácido butenodióico cis Ácido butenodióico trans reação de desidratação por aquecimento. O ácido
ÁCIDO MALEICO ÁCIDO FUMÁRICO malêico facilmente dá o anidrido malêico:

Outro exemplo:

Ácido Maleico Anidrido Maleico

Por aquecimento do ácido fumárico em


condições enérgicas obtém-se o anidrido malêico (o
ácido fumárico sofre uma transformação em ácido
malêico e este se desidrata).
Por que o ácido butanodióico (ácido succínico), a de caborno da dupla possuam, em conjunto, mais que
exemplo do ácido butenodióico, não apresenta dois dois ligantes diferentes.
isômeros correspondentes às fórmulas estruturais
seguintes?

Onde a ≠ b ≠ c ≠ d

Nesses casos o mais correto é usar o sistema de


nomenclatura E-Z, proposto pelos químicos Cahn-
Ingold-Prelong. No qual se baseia nos números
atômicos dos ligantes, onde o ligante que tiver o maior
número atômico terá maior prioridade.
No ácido succínico os átomos de carbono 2 e
Nesse sistema, a letra E vem da palavra
3 estão ligados entre si por meio de uma simples
alemã entgegen, opostos (parecido com o trans) e a
ligação, isto é, de uma ligação sigma sp3 - sp3; nestas
letra Z vem da palavra alemã zusammen, juntos
condições, há livre rotação dos referidos átomos de
(parecido com o cis).
carbono em torno da ligação sp3 - sp3 e, com isto, as
moléculas correspondentes às fórmulas citadas
Exemplos (compostos Acíclicos):
tornam-se iguais. No caso do ácido butenodióico, os
átomos de carbono estão ligados entre si por uma
a)
ligação sigma sp2 - sp2, e uma ligação pi; esta ligação
pi impede a livre rotação dos átomos de carbono em
torno da ligação sp2 - sp2 e, por isto, as moléculas do
ácido malêico e fumárico são diferentes entre si.
Portanto, dois átomos de carbono ligados por uma
dupla ligação não têm livre rotação em torno da
ligação. Esta é a causa de isomeria geométrica.

b)

Ácido succínico Ácido succínico

Exemplos (compostos cíclicos):


Então: a)

ISOMERIA E-Z
Os termos cis e trans podem se tornar
ambíguos se forem aplicados a alcenos cujos átomos
Exemplo de isomeria cíclica:
Em Química Orgânica só interessa a atividade
a) óptica causada pela assimetria molecular. Quando a
atividade óptica é causada pela assimetria cristalina, a
substância só é opticamente ativa, quando no estado
cristalizado (estado sólido); pela fusão da substância
ou pela sua dissolução num líquido desaparece a
atividade óptica.

ISOMERIA ÓPTICA
Isomeria óptica é um caso de estereoisomeria
que ocorre em compostos formados por MOLÉCULAS
ASSIMÉTRICAS.
O átomo de carbono que está ligado a quatro
radicais diferentes entre si (a, b, c, d) chama-se
carbono assimétrico ou carbono quiral (comumente
representado por C*).

SUBSTÂNCIAS ÓPTICAMENTE ATIVAS

Substâncias opticamente ativas são as que


têm a propriedade de desviar o plano de vibração da
luz polarizada. Toda molécula que apresenta 1C* é assimétrica, e
como tal, produz ao espelho plano uma imagem que
 Substâncias dextrógiras são as que desviam o não pode sobrepor ao objeto.
plano de vibração da luz polarizada para a A estas duas moléculas (objeto e imagem ao espelho
direita. plano) correspondem dois isômeros opticamente
 Substâncias levógiras são as que desviam o ativos, um dextrógiro e outro levógiro, os quais são
plano de vibração da luz polarizada para a denominados antípodas ópticos ou enantiomorfos.
esquerda.

Luz polarizada é a luz cujas ondas vibram em


um único plano. Existem certas substâncias capazes
de polarizar a luz; estas substâncias ao serem
atravessadas pela luz natural deixam passar apenas
as ondas que vibram num determinado plano e
absorvem as demais; a luz ao sair destas substâncias
está polarizada.

Há ainda o isômero opticamente inativo,


formado de quantidades equimolares dos dois
antípodas ópticos, o qual é denominado racemado ou
racêmico.
Assim, o ácido láctico racêmico é o isômero
opticamente inativo, formado de quantidades
equimolares dos dois antípodas ópticos (ácido láctico
dextrógiro e ácido láctico levógiro).
Pode-se provar que é a presença do carbono
A atividade óptica pode ser causada por: assimétrico na molécula que produz a atividade óptica:
por meio de uma reação química pode-se fazer
a) ASSIMETRIA CRISTALINA; “desaparecer” o C*; verifica-se, então, que o composto
b) ASSIMETRIA MOLECULAR. formado não é mais opticamente ativo. Exemplo: por
oxidação do ácido láctico dextrógiro ou levógiro
obtém-se o ácido piroúvico o qual é opticamente
inativo, pois, não apresenta C* na molécula. De fato,
verifica108 se, facilmente, que a molécula do ácido
piroúvico não é assimétrica e, como conseqüência,
produz ao espelho plano, uma imagem que pode
sobrepor-se ao objeto.

Quando a partir de um composto que não


apresente C*, obtém-se outro com C*, obtém-se o
isômero racêmico (d, l), pois, a probabilidade de se
formar o isômero dextrógiro é a mesma de se formar o
isômero levógiro, e, na realidade, formam-se ambos
em quantidades equimolares; obtém-se, assim, o
isômero racêmico, que é opticamente inativo por
compensação externa. Assim, por hidrogenação da
butanona obtém-se o 2-butanol racêmico (d, l).

Outro exemplo: fazendo-se reagir o 2-cloro


butanol-2 dextrógiro ou levógiro com PCl5 obtém-se o
2-2-dicloro butano opticamente inativo pois
“desaparece” o C* na reação química.

Pela adição de HI ao 2-buteno obtém-se o 2-


iodo butano racêmico (d, l) pois formam-se
quantidades equimolares dos dois antípodas ópticos.
Consideremos alguns compostos com 2C*
diferentes na molécula.

Sendo α e β os ângulos de desvio do plano de


vibração da luz polarizada correspondentes a cada C*,
e representando-se pelo sinal (+) o desvio para a
direita, e pelo sinal (-) o desvio para a esquerda, os
Os compostos com 2C* diferentes na molécula ângulos de desvio do plano de vibração da luz
apresentam 4 isômeros opticamente ativos formando polarizada produzidos pelos quatro isômeros
dois pares de antípodas ópticos. Existem dois opticamente ativos, seriam:
isômeros dextrógiros (d1 e d2), dois levógiros (l1 e l2)
e dois racêmicos (d1l1 e d2l2). Considerando o 3-cloro
2-butanol teremos as fórmulas espaciais:

Sendo n o número de átomos de C* diferentes


na molécula, já vimos que, para:

Generalizando-se:

À essas fórmulas espaciais correspondem as Esta generalização foi feita, pela primeira vez,
seguintes fórmulas de projeção: pelo notável Vant’Hoff. Esta fórmula não vale no caso
de composto apresentar, na molécula, pelo menos
2C* iguais. Por exemplo, o ácido tartárico tem 2C*
iguais pois os quatro diferentes átomos ou radicais
ligados a um dos C* são os mesmos que estão ligados
ao outro C*.

Sendo α o ângulo de desvio do plano de


vibração da luz polarizada produzido pelo C* teremos
as seguintes possibilidades:

Pelo fato de a molécula do ácido meso


tartárico apresentar um plano de simetria, a molécula-
imagem no espelho plano é igual à molécula-objeto.
Como o ácido meso tartárico é formado por moléculas
114 simétricas, é claro que é opticamente inativo, pois,
a condição necessária para um composto orgânico ser
opticamente ativo é a sua molécula ser assimétrica.
Outro exemplo de composto orgânico com 2C* iguais:

Existem, portanto, 4 isômeros, dois


opticamente ativos (dextrógiro e levógiro) e dois
opticamente inativos; um destes é o racêmico (d,l) e o
outro é o chamado MESO. O isômero racêmico é
opticamente inativo por compensação externa, ou
intermolecular, pois, é formado de quantidades
equimolares dos dois antípodas ópticos (d e l); o
isômero Meso é opticamente inativo por compensação
As fórmulas de projeção dos isômeros ópticos
interna, ou intramolecular (a compensação é dentro da
do composto acima são:
própria molécula pois um dos C* é dextrógiro e o outro
C* é levógiro).
Existem casos de assimetria molecular em
compostos que não tem C*. Estes casos, porém, não
serão estudados no momento.
Diastereoisômeros são os isômeros ópticos
não enantiomorfos entre si; só aparecem em
compostos com mais de um átomo de carbono
assimétrico na molécula. No caso de um composto
com 2C* diferentes na molécula, o isômero d1 é
enantiomorfo do isômero l1, e diastereoisômero dos
isômeros d2 e l2; o isômero l1 é enantiomorfo do
isômero d1, e diastereoisômero dos isômeros d2 e l2;
o isômero d2 é enantiomorfo do 115 isômero l2, e
diastereoisômero dos isômeros d1 e l1, o isômero l2 é
enantiomorfo do isômero d2, e diastereoisômero dos
isômeros d1 e l1.
Dois antípodas ópticos de um composto
apresentam as mesmas constantes físicas (P.F., P.E.,
densidade, etc.) e o mesmo comportamento químico.
Diferem no sentido de rotação da luz polarizada.

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