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● Quanto ao perfil de raça/cor, consideram-se negros aqueles que informam ser pretos
ou pardos, conceito adotado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE). Assim, a maioria dos adolescentes pesquisados declarou-se negra em todas
as medidas, sobressaindo a semiliberdade, na qual 93,2% afirmam-se negros.
Todos os adolescentes da Unidade de Semiliberdade de Taguatinga são pardos ou
pretos. (p. 26)
● Como é sabido, em muitos casos, é da fragilidade e das mazelas sociais que surge
a infração como alternativa para inserção na sociedade. É conhecida também a
utilização de adolescentes por pessoas com mais de 18 anos para acobertar
ações ilícitas que culminariam em punição pela justiça comum, possivelmente em
penitenciárias e com registro do ato no histórico criminal da polícia. O cumprimento
de medida socioeducativa com frequência tem sua gravidade ignorada ou
reduzida, não só pelos adultos, mas pelos próprios adolescentes, que não
medem sua responsabilidade como cidadãos. (p.28)
● O gasto com lazer fica em segundo lugar na PSC, com 65,7%, e na internação,
com 51,2%, seguido, em ambos, pelo gasto com alimentação, 60,6% e 48,1%,
respectivamente. O gasto com alimentação inclui a compra de lanches e refeições
fora de casa, não significando, necessariamente, aquisição de produtos em
supermercados, para compartilhar com a família. Esse item aparece em segundo
lugar na LA, com 64,2%, e em terceiro lugar na semiliberdade, com 47,5%. Muitos
adolescentes declaram também auxiliar a renda da família, item que se
destacou na semiliberdade, onde 50,8% dos entrevistados informaram utilizar
dinheiro para isso. Na Unidade de Semiliberdade do Gama, esse percentual chega
a 71,4%, revelando que, lá, os socioeducandos participam mais ativamente do
cotidiano familiar. Um aspecto relevante de análise é a tendência ao gasto com
bebida e cigarro e com drogas ilícitas. Bebida e cigarro são alvo de compra para
os adolescentes nas seguintes proporções: 33,3% na PSC; 34,2% na LA; 33,9% na
semiliberdade; e 40,3% na internação. As drogas, por sua vez, geram custos para:
17,2% na PSC; 13,2% na LA; 22% na semiliberdade; e 37,1% na internação. É
interessante verificar, por meio de outras pesquisas, os motivos que levam os
adolescentes da internação a consumirem mais drogas ou a se disporem a gastar
mais dinheiro com isso. Outro aspecto a considerar é o baixo percentual de
entrevistados que afirmaram gastar com educação. (p. 46)