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ECI 007 - Fundações

Profa. Adinele Gomes Guimarães


Capacidade de Carga de Tubulões
Despreza-se a perda de carga do atrito do fuste por
segurança, considera-se que a carga total do pilar chega-
se ao final da base no mesmo valor.
a) Fórmulas Teóricas: Terzaghi e Skempton (como sapata)
b) σadm = σ’um (tensão de pré-adensamento)
c) σadm = Nmédio / 30 (MPa)
N≤ 20
Nmédio → profundidade de 2xDbase, a partir da cota de apoio
da base

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EXEMPLO
Será construída uma caixa d’água elevada com peso total
de 6800 kN, apoiada em 4 pilares, no terreno indicado na
figura. Para isto foram previsto tubulões de 70 cm de
diâmetro do fuste apoiados na cota de 7,0 m.
Pede-se calcular:
a) Tensão admissível
b) Diâmetro da base (Dbase)

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EXEMPLO

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SOLUÇÃO:
a) Tensão admissível
 σadm = σ’um = 0,4 MPa = 400 kPa
σadm = Qpilar / Abase → Abase = Qpilar /σadm
Qpilar = 6800 / 4 = 1700 kN
Abase = Qpilar /σadm = 1700/400 = 4,25 m2
Dbase =[(4.Abase )/π]1/2 = [(4.4,25 )/π]1/2 =2,33 m
→ Dbase = 2,35 m

 σadm = Nmédio / 30
Nmédio = (25+26+28+35+34)/5 = 29,6 > 20 → N = 20
σadm = 20/30 = 0,67 MPa = 670 kPa

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SOLUÇÃO:
b) Diâmetro da base (Dbase)
 σadm = 670 kPa
σadm = Qpilar / Abase → Abase = Qpilar /σadm
Qpilar = 6800 / 4 = 1700 kN
Abase = Qpilar /σadm = 1700/670 = 2,55 m2
Dbase =[(4.Abase )/π]1/2 = [(4.2,55 )/π]1/2 =1,80 m
→ Dbase = 1,80 m

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Capacidade de Carga de Estacas
Transferência da carga da estaca para solo:
 Atrito ao longo do fuste
 Ponta da estaca

Resistências de atrito maiores:


 Quando maior resistência do solo
 Quando cravadas (> tensão para mesmo solos)

Carga de trabalho do concreto ≠ Capacidade de carga do sistema


(solo/estaca)

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Capacidade de Carga de Estacas
A capacidade de carga QU:
Q U = QS + QP

QS :máxima carga resistida por atrito


QS = qS . AS
qS : tensão limite de cisalhamento
(resistência lateral)
QS :máxima carga resistida pelo solo na ponta
QP = qP . AP
qP : tensão limite normal no nível da ponta
(resistência de ponta)
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MÉTODOS EMPÍRICOS
1) Aoki-Velloso (1975)

qP = qc/F1 → qP = k.NP/F1

qS = fS/F2 , fS= αqc (quando não tiver fS )→ qS = α.K.N/F2


qc= resistência de ponta do cone no ensaio CPT.
fS= atrito medido na luva de Begemann no ensaio CPT.
F1 e F2 = fatores que levam em conta as diferenças de escala do cone (modelo)
e da estaca (protótipo) (Tabela 1) .
K = fator em função do tipo de solo (Tabela 2).
α = fator que correlaciona o atrito lateral do cone com qc(Tabela 2).
NP= N do SPT na ponta da estaca.

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Tabela 1: Fatores F1 e F2 (Aoki-Velloso, 1975)
Tipo de estaca F1 F2
Franki 2,5 5,0
Prémoldada 1,75 3,5
Metálica 1,75 3,5
Escavada com lama 3,0 6,0

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Tabela 2: Fatores K e α (Aoki-Velloso, 1975)
Tipo de solo Código K [kgf/cm2] K [MPa] α [%]
Areia 100 10 1,00 1,4
Areia siltosa 120 8 0,80 2,0
Areia silto-argilosa 123 7 0,70 2,4
Areia argilosa 130 6 0,60 3,0
Areia argilo-siltosa 132 5 0,50 2,8
Silte 200 4 0,40 3,0
Silte arenoso 210 5,5 0,55 2,2
Silte areno-argiloso 213 4,5 0,45 2,8
Silte argiloso 230 2,3 0,23 3,4
Silte argilo-arenoso 231 2,5 0,25 3,0
Argila 300 2 0,20 6,0
Argila arenosa 310 3,5 0,35 2,4
Argila areno-siltosa 312 3 0,30 2,8
Argila siltosa 320 2,2 0,22 4,0
Argila silto-arenosa 321 3,3 0,33 3,0

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MÉTODOS EMPÍRICOS
2) Décourt-Quaresma (1978, revisto em 82, 87 e 96)

qP = k.NP

qS = 10.[(N/3)+1] (em kPa)

NP = média dos N do SPT na ponta da estaca, do N imediatamente acima e do


imediatamente abaixo da ponta.
N = média dos N do SPT do fuste, desconsiderando os N do NP . Não adotar
valores inferiores a 3 e nem superiores a 15, e para estacas de
deslocamento estender o limite superior para 50.
K = em função do tipo de solo (Tabela 4).

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Décourt introduziu os coeficientes α e β, tabelas 5 e 6 respectivamente, no
cálculo de capacidade de carga. Além disso, são propostos fatores de
segurança diferenciados de 1,3 para parcela de atrito e 4 para parcela de
ponta.

Qadm = (β. qS . AS )/ 1,3 + (α. qP . AP )/ 4


e
Qadm = QU/2

Tabela 4: Coeficientes K (Décourt-Quaresma, 1978)


Tipo de solo K [kN/m2]
Argila 120
Silte argiloso (solo residual) 200
Silte arenoso (solo residual) 250
Areia 400

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Tabela 5: Valores do coeficientes α (Décourt, 1996)
Escavada em Escavada Hélice Raiz Injetada sob
geral (bentonita) Contínua altas pressões
Argilas 0,85 0,85 0,30 0,85* 1,0*
Solos 0,60 0,60 0,30 0,60* 1,0*
Intermediários
Areias 0,50 0,50 0,30 0,50* 1,0*

Tabela 6: Valores do coeficientes β (Décourt, 1996)


Escavada em Escavada Hélice Raiz Injetada sob
geral (bentonita) Contínua altas pressões
Argilas 0,80 0,90 1,0* 1,5* 3,0*
Solos 0,65 0,75* 1,0* 1,5* 3,0*
Intermediários
Areias 0,50 0,60 1,0* 1,5* 3,0*

* Valores apenas orientativos diante do reduzido número de dados disponíveis


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MÉTODOS EMPÍRICOS
3) Teixeira (1996)

qP = α.NP

qS = β.N
NP = valor médio dos N do SPT no trecho de 4 diâmetros acima da ponta da
estaca e 1 diâmetro abaixo da ponta da estaca.
N = média dos N do SPT do fuste, exceto os N do NP .
α e β = fatores em função do tipo de estaca e do tipo de solo, tabela 7 e 8,
respectivamente.

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Tabela 7: Valores do coeficientes α (Teixeira, 1996)
Solo 4<N<40 Pré-moldadas Franki Escavadas a Raiz
e metálicas céu aberto
Areia com pedregulho 44 38 31 29
Areia 40 34 27 26
Areia siltosa 36 30 24 22
Areia argilosa 30 24 20 19
Silte arenoso 26 21 16 16
Silte argiloso 16 12 11 11
Argila arenosa 21 16 13 14
Argila siltosa 11 10 10 10

α em tf/m2 [tf/m2] x 10 = kPa

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Tabela 8: Valores do coeficientes β (Teixeira, 1996)
Tipo de Estaca β [tf/m2] [tf/m2] x 10 = kPa
Prémoldadas e metálicas 0,4
Franki 0,5
Escavadas a céu aberto 0,4
Raiz 0,6

A carga admissível da estaca deve ser QU/2, exceto para as estacas escavadas
a céu aberto que deve ser (QS/1,5)+ (QP/2).

Os valores de α e β segundo o autor não se aplicam em estacas pré-moldadas


cravadas em argilas moles sensíveis, que apresentam geralmente N menor
que 3.

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MÉTODOS EMPÍRICOS
4) Brasfond

Método específico para estacas tipo raiz


qP = α.NP
qS = 6.N (em kN/m2)

NP = valor médio dos N do SPT na ponta da estaca, do N imediatamente acima


e abaixo da ponta da estaca.
Valores de N maiores do que 40 devem ser considerados iguais a 40.
α = fator em função do tipo de solo (Tabela 9).

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Tabela 9: Valores do coeficientes α (Brasfond)
Solo α [tf/m2]
Areia com pedregulho 26
Areia 20
Areia siltosa 16
Areia argilosa 13
Silte arenoso 12
Silte argiloso 10
Argila arenosa 11
Argila siltosa 9

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MÉTODOS EMPÍRICOS
5) Antunes - Cabral (1996)
Método específico para estacas tipo hélice contínua
qP =β2.NP ≤ 40 kgf/cm2
qS = β1.N (em kgf/cm2)
β 1 e β2 = fator em função do tipo de solo (Tabela 10).

Tabela 10: Valores de β 1 e β2 (Antunes-Cabral, 1996)


Solo β1 (%) β2
Areia 4,0 a 5,0 2,0 a 2,5
Silte 2,5 a 3,5 1,0 a 2,0
Argila 2,0 a 3,5 1,0 a 1,5

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