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UNIJUÌ – UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RS

MESTRADO EM DESENVOLVIMENTO REGIONAL

DISCIPLINA: Teoria Das Organizações/ Turma 2021


PROFESSORA: Dra. Maria Margarete Baccin Brizolla
ALUNA: Vivian Auxiliadora Laccal Gomes Rauber

RESENHA

MEDEIROS, Paulo Henrique Ramos. Do modelo racional-legal ao paradigma pós-burocrático: reflexões sobre a
burocracia estatal. Organizações & sociedade, v. 13, n. 37, p. 143-160, 2006.

MOTTA, F. C. P. Organização, automação e alienação. Revista de Administração de Empresas, v. 24, n. 3, p.


67-69, jul./set. 1984.

VASCONCELOS, Flávio Carvalho de. Racionalidade, autoridade e burocracia: as bases da definição de um tipo
organizacional pós-burocrático. Revista de Administração Pública, v. 38, n. 2, p. 199-220, 2004.

Vasconcelos (2004) e Medeiros (2006) analisam o paradigma organizacional


burocrático descrito por Max Weber, refletindo sobre a trajetória do modelo burocrático até os
moldes atuais. Buscam também verificar se o modelo burocrático foi suplantado por um
suposto paradigma pós-burocrático, através da ciência revolucionária ou se apenas ele vem
sendo complementado e melhorado através da ciência normal, para se adequar melhor as
necessidades do contexto atual.
Os autores discorrem, cada um a seu modo, sobre o surgimento da teoria da
burocracia, que inicialmente seria uma defesa contra o patrimonialismo vigente que
representaria um ideal de racionalidade e eficiência. Também demonstram como os
problemas relacionados a burocracia foram surgindo com o aumento da complexidade das
organizações. Aos poucos o que deveria ser símbolo de eficiência adquiriu uma conotação
pejorativa de ineficiência.
Apesar de Vasconcelos (2004) fazer uma análise das organizações em geral e
Medeiros (2006) focar na gestão pública (discorrendo sobre a chamada Nova Administração
Pública), os artigos se mostram bem alinhados em suas conclusões.
Eles concluem, após analises e discussões, que ainda não surgiu um novo paradigma
para substituir o modelo burocrático. Porém, as organizações tiveram grande avanço com
utilização de alguns modelos pós-burocráticos utilizados como “ilhas” dentro da organização
burocrática. Nesses modelos, é prezada a flexibilidade, a autoridade carismática, o foco nas
necessidades do indivíduo e a transparência na gestão das organizações.
No segundo artigo, Motta (1984) discute o problema da alienação do indivíduo no
contexto da mecanização do trabalho no mundo capitalista. No artigo é ressaltado o impacto
as indústrias, que causa desumanização do ser humano ao “forçar” o comportamento dos
trabalhadores como máquinas.
O autor questiona a perda da identificação do ser humano com o trabalho, com já foi
questionado por Marx. O ponto central desse artigo, como vimos, foi que as organizações
extremamente racionais e mecanicistas, voltadas para a máxima eficiência, não eram
“sustentáveis” no sentido de que a alienação do ser humano trás prejuízos para a sociedade
como um todo e para as organizações.
Concluindo as reflexões sobre os três artigos, considero que muito se avançou desde o
estabelecimento do modelo burocrático apesar de ainda as organizações e o Estado estarem
estruturadas neste modelo. Outros modelos organizacionais mais flexíveis, orgânicos,
participativos vem sendo implantados dentro desta estrutura burocrática. Cabe aos gestores
manter-se flexíveis no sentido de utilizar os modelos pertinentes em cada contexto conforme
seja necessário.

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