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11 de setembro de 2020
Sumário
i
6.7 Classificações de variáveis . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
6.8 Exercı́cios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
ii
Capı́tulo 1
A linguagem da lógica
proposicional
— Ordem de precedência:
•∼ Precedência maior.
• →↔ A → B ↔ C possui duas interpretações.
• ∧
• ∨ Precedência menor.
1
— Comprimento de uma fórmula:
• Se H é um sı́mbolo proposicional ou de verdade, comp(H) = 1.
• Se H é fórmula, comp(∼H) = comp(H) + 1.
• Se H e G são fórmulas:
◦ comp(H ∨ G) = comp(H) + comp(G) + 1.
◦ comp(H ∧ G) = comp(H) + comp(G) + 1.
◦ comp(H → G) = comp(H) + comp(G) + 1.
◦ comp(H ↔ G) = comp(H) + comp(G) + 1.
— Subfórmulas:
• H é subfórmula de H.
• Se H = ∼G, G é subfórmula de H.
• Se H é uma fórmula do tipo (G ∨ E), (G ∧ E), (G → E) ou (G ↔ E),
então G e E são subfórmulas de H.
• Se G é subfórmula de H, então toda subfórmula de G é subfórmula de
H.
2
Capı́tulo 2
A semântica da lógica
proposicional
— Função: é uma relação entre dois conjuntos que associa cada elemento do
conjunto de entrada a um único elemento do conjunto de saı́da
3
• Sejam H e G duas fórmulas, se E = (H ∨ G) então:
◦ I(H) = T e/ou I(G) = T ⇔ I(E) = I(H ∨ G) = T .
◦ I(H) = F e I(G) = F ⇔ I(E) = I(H ∨ G) = F .
• Sejam H e G duas fórmulas, se E = (H ∧ G) então:
◦ I(H) = T e I(G) = T ⇔ I(E) = I(H ∧ G) = T .
◦ I(H) = F e/ou I(G) = F ⇔ I(E) = I(H ∧ G) = F .
• Sejam H e G duas fórmulas, se E = (H → G) então:
◦ I(H) = T então I(G) = T ⇔ I(E) = I(H → G) = T .
◦ I(H) = F e/ou I(G) = T ⇔ I(E) = I(H → G) = T .
◦ I(H) = T e I(G) = F ⇔ I(E) = I(H → G) = F .
• Sejam H e G duas fórmulas, se E = (H ↔ G) então:
◦ I(H) = I(G) ⇔ I(E) = I(H ↔ G) = T .
◦ I(H) 6= I(G) ⇔ I(E) = I(H ↔ G) = F .
4
Capı́tulo 3
Propriedades semânticas da
lógica proposicional
I(H) = T
I(H) = T e J(H) = F
5
— Implicação: dadas duas fórmulas H e G, H G (H implica G) sse para
toda interpretação I
I(H) = T
H é tautologia ⇒ H é satisfatı́vel.
H é contingência ⇒ H é satisfatı́vel.
6
• Demonstração: H é contingência ⇔ existem interpretações I e J tais
que I(H) = T e J(H) = F ⇒ existe interpretação I tal que I(H) = T
⇔ H é satisfatı́vel.
H é tautologia ⇔ ∼H é contraditória.
H equivale a G ⇔ (H ↔ G) é tautologia.
H implica G ⇔ (H → G) é tautologia.
(P → Q) ≡ (∼P ∨ Q)
(P ∧ Q) ≡ ∼(∼P ∨ ∼Q)
(P ↔ Q) ≡ ∼(∼(∼P ∨ Q) ∨ ∼(∼Q ∨ P ))
7
— Proposição 3.15 (regra da substituição): sejam G, G0 , H e H 0 fórmulas da
lógica proposicional tais que:
• G e H são subfórmulas de G0 e H 0 respectivamente.
• G0 é obtida de H 0 da substituição de H por G em H 0 .
G ≡ H ⇒ G0 ≡ H 0
(∼P ) ≡ (P Z P )
(P ∨ Q) ≡ ((P Z P ) Z (Q Z Q))
8
— Exemplo: encontre a FND e a FNC da fórmula ((P → Q) ∧ R).
P Q R P →Q (P → Q) ∧ R FND FNC
T T T T T P ∧ Q ∧ R
T T F T F ∼P ∨ ∼Q ∨ R
T F T F F ∼P ∨ Q ∨ ∼R
T F F F F ∼P ∨ Q ∨ R
F T T T T ∼P ∧ Q ∧ R
F T F T F P ∨ ∼Q ∨ R
F F T T T ∼P ∧ ∼Q ∧ R
F F F T F P ∨ Q ∨ R
3.5 Exercı́cios
1. Determine o comprimento e o conjunto de subfórmulas das fórmulas a
seguir.
(a) P ∨ P
(b) ((∼∼P ∨ Q) ↔ (P → Q)) ∧ true
(c) P → ((Q → R) → ((P → R) → (P → R)))
(d) ((P → ∼P ) ↔ ∼P ) ∨ Q
(e) ∼(P → ∼P )
2. Dentre as concatenações de sı́mbolos a seguir, quais são fórmulas bem
formadas e quais são fórmulas mal formadas?
(a) (P → ∧ true)
(b) (P ∧ Q) → ((Q ↔ P ) ∨ ∼∼R)
(c) ∼∼P
(d) ∨ Q
(e) (P ∨ Q) → ((Q ↔ R))
(f) P QR
(g) A∼
3. Demonstre as proposições abaixo usando as regras de interpretação de
fórmulas.
(a) I(P ∧ Q) = T ⇔ I(∼(∼P ∨ ∼Q)) = T
(b) I(P ∧ Q) = F ⇔ I(∼(∼P ∨ ∼Q)) = F
9
(c) I(P ∧ Q) = T ⇔ I(∼P ∨ ∼Q) = F
(d) I(P → Q) = F ⇔ I(∼P ∨ Q) = F
(e) I(P → Q) = T ⇔ I(∼P ∨ Q) = T
(f) I(P → Q) = F ⇔ I(P ∧ ∼Q) = T
(a) I(∼P ∧ Q)
(b) I(P ∨ ∼Q)
(c) I(Q → P )
(d) I((P ∧ R) ↔ (Q ∧ R))
(e) I((P ∨ R) ↔ (Q ∨ R))
10
(c) ∼H é tautologia ⇔ H é contraditória.
(d) H não é tautologia ⇔ H é contraditória.
9. Encontre a FND e a FNC das das fórmulas a seguir.
(a) (P ↔ Q) ∧ (P ∨ R)
(b) (P → Q) ∧ (P → R)
11
(e) I(P → Q) se I(P ) = T
(f) I(P → Q) se I(Q) = T
(g) I(P → Q) se I(P ) = F
(h) I(P → Q) se I(Q) = F
(i) I(P ↔ Q) se I(P ) = T
(j) I(P ↔ Q) se I(P ) = F
5. Mostre se os conjuntos de fórmulas a seguir são satisfatı́veis ou insatis-
fatı́veis.
(a) {(P ∧ Q), (P ∨ Q)}
(b) {(P ∧ Q), (P → Q)}
(c) {(P ∨ Q), (P ↔ Q)}
(d) {(P ∧ Q), (P → ∼Q)}
6. Demonstre as proposições abaixo ou dê um contra-exemplo.
(a) H = (P ∨ Q) ↔ (∼P → Q)
(b) H = ∼(P ↔ Q) ↔ (∼P ↔ Q)
(c) H = (∼P ↔ ∼Q) ↔ ∼(P ↔ ∼Q)
(d) H = (P ∨ ∼Q) ↔ (∼P → ∼Q)
8. Demonstre por absurdo se as fórmulas a seguir são ou não tautologias.
(a) (P ∧ Q) ↔ (∼P ∨ Q)
(b) (P ∨ Q) ↔ (∼P ∨ Q)
(c) (P ∧ Q) ↔ (P ∧ ∼P )
12
Capı́tulo 4
Métodos semânticos de
dedução na lógica
proposicional
4.1 Introdução
— Validade de fórmulas: uma fórmula é válida sse todas as suas inter-
pretações são iguais a T .
13
4.3 Método da negação ou absurdo
— Método da negação ou absurdo: funciona da seguinte maneira.
• Faça uma suposição.
• Se todas as substituições possı́veis levarem a contradições, a suposição
é falsa. Ou seja, a negação da suposição é verdadeira.
— Exemplo: seja H = ((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R), demonstre por
absurdo que H é uma tautologia.
• Demonstração: assuma por absurdo que existe interpretação I tal que
I(H) = F .
Então I((P → Q) ∧ (Q → R)) = T e I(P → R) = F .
Como I(P → R) = F , então I(P ) = T e I(R) = F .
Distribuindo na fórmula os valores de verdade encontados, temos
((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
T T F F T F F
de onde obtemos
((P → Q) ∧ (Q → R)) → (P → R)
T T T T F T F F T F F
↑ ↑
Absurdo
Portanto, a suposição inicial de que existe interpretação I tal que I(H) =
F é falsa. Em outras palavras, para todo I, I(H) = T , ou seja, H é
tautologia.
— Exemplo: seja H = (P → Q) ∧ (∼(∼P ∨ Q)), demonstre por absurdo
que H é uma contradição.
• Demonstração: assuma por absurdo que existe interpretação I tal que
I(H) = T .
Então I(P → Q) = T e I(∼(∼P ∨ Q)) = T .
Como I(∼(∼P ∨ Q)) = T , então I(∼P ∨ Q) = F . E portanto,
I(Q) = F , I(∼P ) = F e I(P ) = T .
Distribuindo na fórmula os valores de verdade encontados, temos
(P → Q) ∧ (∼(∼P ∨ Q))
T T T F T F F
mas se I(P ) = T , temos que I(Q) precisa ser T já que I(P → Q) = T ,
portanto obtemos
(P → Q) ∧ (∼(∼P ∨ Q))
T T T T T F T F F
↑ ↑
Absurdo
Portanto, a suposição inicial de que existe interpretação I tal que I(H) =
T é falsa. Em outras palavras, para todo I, I(H) = F , ou seja, H é
contradição.
— Observe que para demonstrar corretamente que uma fórmula H é tautolo-
gia, é necessário chegar a um absurdo em todas as substituições possı́veis.
Caso alguma substituição não chegue a um absurdo, pode-se interromper
a demonstração e concluir que a fórmula não é tautologia. Isso é evidente,
14
pois, se você assume que I(H) = F e não chega a um absurdo, significa
que essa substituição especı́fica faz com que I(H) seja F e, portanto, com
que H não seja tautologia. Diferentes substituições representam diferentes
linhas da tabela verdade, e pode ocorrer de algumas linhas serem iguais a
T , caso em que há absurdo, e outras linhas iguais a F , caso em que não há
absurdo. Por isso é necessário explorar todas as substituições possı́veis.
O mesmo vale para a contradição.
∼ (P ∧ Q) ↔ (∼ P ∨ ∼ Q)
2 T F T
3 T F F T T F T
4 F T T T T F T F F T
5 T T F F T F T T T F
1
I(P)=T I(P)=F
2 3
I(Q) = T I(Q)=F I(H)=T
4 5
I(H)=T I(H)=T
15
— Exemplo: seja H = (P ∨ ∼Q) ↔ (∼P → ∼Q), demonstre que H é uma
tautologia usando o método da árvore semântica.
(P ∨ ∼ Q) ↔ (∼ P → ∼ Q)
2 T T T F T T
3 F T F
4 F F F T T T F F F T
5 F T T F T T F T T F
1
I(P)=T I(P)=F
2 3
I(H)=T I(Q) = T I(Q)=F
4 5
I(H)=T I(H)=T
16
— Construção de um tableau semântico: se dá aplicando alguma regra de
dedução uma vez para cada linha que não seja um literal (sı́mbolo propo-
sicional ou sua negação). O tableau resultante tende a ficar mais simples
se aplicarmos primeiro as regras de dedução que não geram bifurcações
(R1 , R5 , R7 , R8 ).
• Exemplo: considere o conjunto de fórmulas: {A → B, ∼(A ∨ B), ∼(C →
A)}. Encontre o tableau semântico iniciado com esse conjunto de fórmulas.
{P ∨ (Q ∨ ∼R), P → ∼R, Q → ∼R} ` ∼R P ˜P
1. P ∨ (Q ∨ ∼R) X Ass
2. P → ∼R X Ass
3. Q → ∼R X Ass
4. ∼∼R ∼ Conc
5. P Q ∨ ∼R 1 ∨ Elim
6. ∼P ∼R 2 → Elim
7. ⊗ ⊗ Q ∼R 5 ∨ Elim
5, 6 4, 6 ⊗
4, 7
8. ∼Q ∼R 3 → Elim
⊗ ⊗
7, 8 4, 8
17
— Ramo: é uma sequência de fórmulas onde cada fórmula é derivada das
anteriores através das regras de dedução. A primeira fórmula do ramo é
sempre a primeira fórmula do tableau.
— Ramo saturado: é um ramo onde, para todas as suas fórmulas,
• já foi aplicada alguma regra de dedução; ou
• não é possı́vel aplicar nenhuma regra de derivação, isto é, a fórmula é
um literal.
— Ramo fechado: é um ramo que contém uma fórmula e sua negação. Um
ramo pode ser fechado sem ser saturado.
— Ramo aberto: é um ramo saturado não fechado.
— Tableau fechado: é um tableau onde todos os ramos são fechados.
— Tableau aberto: é um tableau onde algum ramo é aberto.
— Prova de H no sistema de tableaux semânticos: é um tableau fechado
iniciado com a fórmula ∼H
• Exemplos: verifique se as fórmulas abaixo são tautologias:
◦ H1 = ∼((P → Q) ∧ ∼(P ↔ Q) ∧ ∼∼P )
◦ H2 = (P ↔ Q) ∨ ∼P
◦ H3 = (((P ∧ Q) ∧ (Q → Q1 )) ∧ ((P ∧ Q1 ) → ∼P1 )) → ∼P1
12. ∼Q Q1 ∼Q Q1 R3 em 8
⊗ ⊗
11,4 11,4
13. ∼P ∼Q1 ∼P ∼Q1 R6 em 11
⊗ ⊗ ⊗ ⊗
12,10 12,10 13,9 13,12
18
(((P ∧ Q) ∧ (Q → Q1 )) ∧ ((P ∧ Q1 ) → ∼P1 )) → ∼P1
1. ∼((((P ∧ Q) ∧ (Q → Q1 )) ∧ ((P ∧ Q1 ) → ∼P1 )) → ∼P1 ) X ∼H3
2. (((P ∧ Q) ∧ (Q → Q1 )) ∧ ((P ∧ Q1 ) → ∼P1 )) X R8 em 1
3. ∼∼P1 X R8 em 1
4. P1 R5 em 3
5. (P ∧ Q) ∧ (Q → Q1 ) X R1 em 2
6. (P ∧ Q1 ) → ∼P1 X R1 em 2
7. P ∧ QX R1 em 5
8. Q → Q1 X R1 em 5
9. P R1 em 7
10. Q R1 em 7
19
4.5.2 Prova de que um conjunto de fórmulas é insatis-
fatı́vel
— Como foi visto na seção 3.1, um conjunto de fórmulas β = {H1 , H2 , . . . , Hn }
é dito insatisfaftı́vel sse não existe interpretação que faça com que todas
as fórmulas tenham interpretação igual a T ao mesmo tempo. Em ou-
tras palavras, se o conjunto β é insatisfatı́vel, podemos dizer que I(H1 ∧
H2 ∧ . . . ∧ Hn ) = F para toda interpretação, ou seja, essa fórmula
é contraditória. É possı́vel então mostrar que o conjunto de fórmulas
β é insatisfatı́vel através de um tableau semântico fechado iniciado por
H1 ∧ H2 ∧ . . . ∧ Hn .
4.6 Exercı́cios
1. Determine por absurdo se as fórmulas a seguir são ou não tautologias.
(a) H1 = (H ∨ H) → H
(b) H2 = H → (G ∨ H)
(c) H3 = (H → G) → ((E ∨ H) → (G ∨ E))
(d) H4 = (H → G) → ((G → E) → (H → E))
(e) H5 = ((G → (E → H)) ∧ (G → E)) → (G → H)
(f) H6 = A → ((B ∧ C) → ((D ∧ E) → ((G ∧ H) → A)))
(g) H7 = ((((A → B) → (∼C → ∼D)) → C) → E) →
((E → A) → (D → A))
20
Capı́tulo 5
Um método sintático de
dedução na lógica
proposicional
5.1 Introdução
— Métodos sintáticos são diferentes dos métodos semânticos de dedução. En-
quanto nos métodos semânticos é levada em consideração a semântica das
fórmulas, ou seja, a sua interpretação, nos métodos sintáticos as deduções
são puramente simbólicas, ou seja, dependem da sequência de sı́mbolos
da fórmula.
— Para denotar implicação semântica, usamos o sı́mbolo , mas para denotar
implicação sintática, usamos o sı́mbolo `.
— Um método semântico nos permitiria inferir diretamente que ∼∼P P ,
já que sabemos que ambos possuem a mesma tabela verdade ou que uma
dupla negação, se eliminada, resulta na mesma interpretação. Em um
método sintático, não podemos simplesmente afirmar que ∼∼P ` P .
Para demonstrar essa implicação, precisamos usar os axiomas e regras
de dedução disponı́veis.
21
5.2 O sistema formal Pa
— Alfabeto da lógica proposicional na forma simplificada: é constituı́do por
• Sı́mbolos de pontuação: ( )
• Sı́mbolos de verdade: false
• Sı́mbolos proposicionais: A B C P Q R A1 A2 A3 a b c . . .
• Conectivos proposicionais: ∼ ∨
— Axiomas do sistema Pa
• Axioma 1: ∼(H ∨ H) ∨ H
• Axioma 2: ∼H ∨ (G ∨ H)
• Axioma 3: ∼(∼H ∨ G) ∨ (∼(E ∨ H) ∨ (G ∨ E))
— Notação:
• (H → G) denota (∼H ∨ G)
• (H ↔ G) denota (H → G) ∧ (G → H)
• (H ∧ G) denota ∼(∼H ∨ ∼G)
tendo H e (H → G) deduza G.
22
Exercı́cios
1. Prove H1 = P → (Q ∨ P ).
R: Fazendo H = P e G = Q, a fórmula H1 é obtida do axioma 2.
2. Prove H2 = (P → (Q ∨ P )) → ((∼P ∨ P ) → ((Q ∨ P ) ∨ ∼P )).
R: Fazendo H = P , G = (Q ∨ P ) e E = ∼P , a fórmula H2 é obtida do
axioma 3.
3. Considere o conjunto de hipóteses β = {G1 , G2 } onde G1 = P e G2 =
(P → Q). Prove (R ∨ Q) a partir de β no sistema axiomático Pa.
R:
Fórmulas Justificativa
H1 = P Hipótese G1
H2 = P → Q Hipótese G2
H3 = Q Modus ponens em H1 e H2
H4 = Q → (R ∨ Q) Axioma 2, H = Q e G = R
H5 = R ∨ Q Modus ponens em H3 e H4
23
outros teoremas, já que também foram provados usando apenas axiomas.
Teoremas são denotados por ` H, já que o conjunto de hipóteses é vazio.
se β ` (A → B) e β ` (C ∨ A) então β ` (B ∨ C)
Demonstração:
H1 = (A → B) β ` (A → B)
H2 = (A → B) → ((C ∨ A) → (B ∨ C)) Axioma 3, H = A, G = B e
E=C
H3 = (C ∨ A) → (B ∨ C) Modus ponens (MP) em H1 e
H2
H4 = (C ∨ A) β ` (C ∨ A)
H5 = (B ∨ C) MP em H4 e H3
Demonstração:
H1 = ((P ∨ P ) → P ) → ((∼P ∨ (P ∨ P )) → Axioma 3, H = (P ∨ P ), G =
(P ∨ ∼P )) P e E = ∼P
H2 = (P ∨ P ) → P Axioma 1, H = P
H3 = (∼P ∨ (P ∨ P )) → (P ∨ ∼P ) MP em H2 e H1
H4 = ∼P ∨ (P ∨ P ) Axioma 2, H = P e G = P
H5 = (P ∨ ∼P ) MP em H4 e H3
24
— Proposição 4a: temos que ` (P → ∼∼P ).
Demonstração:
H1 = P ∨ ∼P Prop. 2
H2 = ∼P ∨ ∼∼P Regra da Substituição (RS) em H2
H3 = P → ∼∼P Mudança de notação (MN) em H2
Demonstração:
H1 = P → ∼∼P Prop 4a
H2 = ∼P → ∼∼∼P RS em H1
H3 = (∼P → ∼∼∼P ) → ((P ∨ ∼P ) → Axioma 3, H = ∼P , G =
(∼∼∼P ∨ P )) ∼∼∼P e E = P
H4 = (P ∨ ∼P ) → (∼∼∼P ∨ P ) MP em H2 e H3
H5 = P ∨ ∼P Prop. 2
H6 = ∼∼∼P ∨ P MP em H5 e H4
H3 = ∼∼P → P MN em H6
Demonstração:
H1 = P → ∼∼P Prop. 4a
H2 = (P → ∼∼P ) → ((P ∨ P ) → (∼∼P ∨ P )) Axioma 3, H = P , G = ∼∼P e
E=P
H3 = (P ∨ P ) → (∼∼P ∨ P ) MP em H1 e H2
H4 = (P → ∼∼P ) → ((∼∼P ∨ P ) → (∼∼P ∨ Axioma 3, H = P , G = ∼∼P e
∼∼P )) E = ∼∼P
H5 = (∼∼P ∨ P ) → (∼∼P ∨ ∼∼P ) MP em H1 e H4
H6 = ∼P ∨ (P ∨ P ) Axioma 2, H = P e G = P
H7 = (∼∼P ∨ P ) ∨ ∼P Prop. 1 em H3 e H6
H8 = ∼P → ∼∼∼P RS em Prop. 4a
H9 = ∼∼∼P ∨ (∼∼P ∨ P ) Prop. 1 em H8 e H7
H10 = (∼∼P ∨ ∼∼P ) ∨ ∼∼∼P Prop. 1 em H5 e H9
H11 = ∼∼∼P → ∼P RS em Prop. 4b
H12 = ∼P ∨ (∼∼P ∨ ∼∼P ) Prop. 1 em H11 e H10
H13 = (∼∼P ∨ ∼∼P ) → ∼∼P Axioma 1, H = ∼∼P
H14 = ∼∼P ∨ ∼P Prop. 1 em H13 e H12
H15 = ∼∼∼P ∨ ∼∼P RS em H14
H16 = ∼∼P → P Prop. 4b
H17 = P ∨ ∼∼∼P Prop. 1 em H16 e H15
H18 = ∼P ∨ P Prop. 1 em H11 e H17
H19 = P → P MN em H18
25
— Proposição 6, comutatividade: temos que
` (A ∨ B) → (B ∨ A).
Demonstração:
H1 = B → B RS em Prop. 5
H2 = (B → B) → ((A ∨ B) → (B ∨ A)) Axioma 3, H = B, G = B e
E=A
H3 = (A ∨ B) → (B ∨ A) MP em H1 e H2
26
Demonstração:
H1 = A → C β ` (A → C)
H2 = ∼A → C β ` (∼A → C)
H3 = (A ∨ ∼A) → C Prop. 8 em H1 e H2
H4 = (A ∨ ∼A) Prop. 2
H5 = C MP em H4 e H3
Demonstração:
H1 = A → B β ` (A → B)
H2 = B → (C ∨ B) Axioma 2, H = B e G = C
H3 = A → (C ∨ B) Prop. 7 em H1 e H2
H4 = (C ∨ B) → (B ∨ C) Prop. 6
H5 = A → (B ∨ C) Prop. 7 em H3 e H4
` ((A ∨ B) ∨ C) → (A ∨ (B ∨ C)).
Demonstração:
H1 = A → A Prop. 5
H2 = A → (A ∨ (B ∨ C)) RS, Prop 10 em H1
H3 = B → B Prop. 5
H4 = B → (B ∨ C) Prop 10 em H3
H5 = B → (A ∨ (B ∨ C)) Prop 10 em H4
H6 = (A ∨ B) → (A ∨ (B ∨ C)) Prop 8 em H2 e H5
H7 = C → C Prop. 5
H8 = C → (B ∨ C) Prop 10 em H7
H9 = C → (A ∨ (B ∨ C)) Prop 10 em H8
H10 = ((A ∨ B) ∨ C) → (A ∨ (B ∨ C)) Prop 8 em H6 e H9
Demonstração:
27
H1 = A → B β ` (A → B)
H2 = A → (B → C) β ` (A → (B → C))
H3 = ∼A ∨ (∼B ∨ C) MN em H2
H4 = (∼B ∨ C) ∨ ∼A Prop. 6b em H3
H5 = ∼B ∨ (C ∨ ∼A) Prop. 12 em H4
H6 = B → (C ∨ ∼A) MN em H5
H7 = A → (C ∨ ∼A) Prop. 7 em H1 e H6
H8 = ∼A ∨ (C ∨ ∼A) MN em H7
H9 = (C ∨ ∼A) ∨ ∼A Prop. 6b em H8
H10 = C ∨ (∼A ∨ ∼A) Prop. 12 em H9
H11 = (∼A ∨ ∼A) → ∼A Axioma 1, H = ∼A
H12 = ∼A ∨ C Prop. 1 em H11 e H10
H13 = A → C MN em H12
5.3 Exercı́cios
1. Demonstre os teoremas abaixo no sistema axiomático Pa. Use os axiomas
e proposições vistos em aula.
(a) ` (∼P ∨ P )
(b) ` (∼P ∨ ∼∼P )
(c) ` (H → (H ∨ G))
(d) ` (H → (G → H))
(e) ` ((H → G) → (∼G → ∼H))
28
Capı́tulo 6
A inguagem da lógica de
predicados
29
— Átomo: um átomo pode ser
• um sı́mbolo de verdade
• p(t1 , . . . , tn ) onde p é um predicado n-ário e t1 , . . . , tn são termos.
30
• Se G é subfórmula de H, então toda subfórmula de G é subfórmula de
H.
• Todo subtermo ou subfórmula é também subexpressão.
— Comprimento de uma fórmula:
• Se H é um átomo, comp(H) = 1.
• Se H é fórmula, comp(∼H) = comp(H) + 1.
• Se H e G são fórmulas:
◦ comp(H ∨ G) = comp(H) + comp(G) + 1.
◦ comp(H ∧ G) = comp(H) + comp(G) + 1.
◦ comp(H → G) = comp(H) + comp(G) + 1.
◦ comp(H ↔ G) = comp(H) + comp(G) + 1.
• Se H = ((∀x)G) ou H = ((∃x)G), então comp(H) = comp(G) + 1.
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Exercı́cios
1. Considere a fórmula abaixo.
G = (∀x)(∃y)((∀z)p(x, y, z, w) → (∀y)q(z, y, x, z1 ))
Qual é o escopo de
(a) (∀x)
(b) (∃y)
(c) (∀z)
(d) (∀y)
— Ocorrência livre e ligada: sejam x uma variável e G uma fórmula.
• Uma ocorrência de x em G é ligada se x está no escopo de um quantifi-
cador (∀x) ou (∃x).
• Uma ocorrência de x em G é livre se não for ligada.
— Variável livre e ligada: sejam x uma variável e G uma fórmula.
• A variável x é ligada em G se existe pelo menos uma ocorrência ligada
de x em G.
• A variável x é livre em G se existe pelo menos uma ocorrência livre de
x em G.
— Sı́mbolo livre: seja G uma fórmula, os seus sı́mbolos livres são as variáveis
com ocorrência livre em G, sı́mbolos de função e sı́mbolos de predicado.
— Fórmula fechada: uma fórmula é fechada quando não possui variáveis
livres.
— Fecho de uma fórmula: seja H uma fórmula da lógica de predicados, e
{x1 , . . . , xn } o conjunto das variáveis livres de H.
• O fecho universal de H, indicado por (∀∗)H, é dado pela fórmula
(∀x1 )(∀x2 ) . . . (∀xn )H.
• O fecho existencial de H, indicado por (∃∗)H, é dado pela fórmula
(∃x1 )(∃x2 ) . . . (∃xn )H.
6.8 Exercı́cios
1. Determine o comprimento das fórmulas a seguir.
(a) H1 = p(x, y, f (z))
(b) H2 = (P ∨ ∼Q) → ∼(q(x, y) ∨ r(z))
(c) H3 = (∃y)r(y) ↔ ∼(∃y)P )
(d) H4 = ∼(p(x, y, z)) → ∼((∀x)(∀y)(∀z)p(x, y, z))
2. Determine o conjunto de subespressões das expressões a seguir.
(a) H1 = p(x, y, f (z))
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(b) H2 = g(x, y, f (z))
(c) H3 = (∃y)r(y) ↔ ∼(∃y)P )
(d) H4 = ∼(p(x, y, z)) → ∼((∀x)(∀y)(∀z)p(x, y, z))
3. Verdadeiro ou falso?
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(e) p(x, y, z)
(f) ∼P
5. Escreva uma fórmula equivalente usando o quantificador existencial ∃.
(a) H1 = (∀x)P
(b) H2 = ∼(∀x)P )
(c) H3 = (∀x)∼P
(d) H4 = ∼((∀x)∼P )
6. Considere a fórmula (∀y)((∃x)∼q(x) ∧ (∃y)(∀z)p(y, z)). Qual é o escopo
de
(a) (∀y)
(b) (∃x)
(c) (∃y)
(d) (∀z)
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Referências Bibliográficas
[1] João Nunes de Souza. Lógica para Ciência da Computação. Campus, Brasil,
1st edition, 2002.
[2] João Nunes de Souza. Lógica para Ciência da Computação e Áreas Afins.
Campus-Elsevier, Brasil, 3rd edition, 2014.
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