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Universidade Federal de Sergipe

Laboratório de Física 1 (FISI0264) T16

Relatório 2:
Pêndulo Simples

Integrantes:

Helloy Gomes Bonfim Lédo


José Túlio Vinícius Prado Cruz
Milene Cardoso Vieira
José Mateus Vieira dos Santos
Levy Riachão Sales Santos
Guilherme Pinto Almeida

Professor:
Márcio André Rodrigues Cavalcanti de Alencar

Data:
27 de maio de 2021
1 Introdução
É clara e inerente a relação da física com o cotidiano, já que essa estuda os fenômenos naturais,
de modo que em diversos experimentos os alvos de estudo são semelhantes a fenômenos vistos com
simplicidade no habitual. Neste experimento utilizaremos um pêndulo simples, algo que se assemelha
por exemplo a crianças brincando em um balanço e que já foi objeto de análise até mesmo de Galileo
Galilei, um dos primeiros a desenvolver estudos sobre a periodicidade dos movimentos pendulares.
Um pêndulo simples é um sistema mecânico formado por um objeto de massa m, preso a um fio
inextensível de comprimento L e massa desprezível, que oscila em torno de uma posição fixa. O
movimento oscilatório que surge decorre das forças peso e tração, sendo a componente horizontal do
peso a força restauradora do movimento, não considerando nesse caso as forças dissipativas, como
o atrito, visto ser um modelo idealizado. Ao longo do movimento, há a conservação da energia
mecânica do sistema, com passagem de energia potencial gravitacional para energia cinética, assim
como o contrário.
Quando as forças peso e tração se anulam o sistema encontra-se em equilíbrio e em posição para-
lela à direção do campo gravitacional. Entretanto, com a massa sendo deslocada e liberada a alguns
graus da posição de equilíbrio, o sistema oscila periodicamente, ou seja, o movimento se repete iden-
ticamente em intervalos de tempo iguais, com um período de oscilação descrito pela seguinte fórmula:
s
L
T = 2π
g
onde T (s) é o período, L (m) é o comprimento do fio e g (m/s2 ) é a aceleração da gravidade.
O período descreve o menor intervalo de tempo para que o movimento ocorra, sendo que essa fór-
mula deve ser usada em pequenas oscilações. Em casos de oscilações com amplitudes relativamente
pequenas o movimento de um pêndulo pode ser descrito como movimento harmônico simples. Já
considerando amplitudes maiores o desvio do comportamento harmônico é significativo.
Ademais, nota-se que o período independe da massa do objeto utilizado ou do ângulo máximo de
oscilação, variando com o comprimento (L) do fio.
Em muitos experimentos o pêndulo simples é utilizado para medir a aceleração da gravidade, visto
que, tendo o período e o comprimento do fio a fórmula permite tal cálculo; sendo esse o objeto de
estudo desse experimento.

2 Objetivos
Objetivo geral:
• Maior compreensão sobre o movimento do pêndulo simples, utilizando-o para a medição da
aceleração da gravidade.
Objetivos específicos:
• Medir os comprimentos de três fios e suas respectivas incertezas;
• Realizar medições de tempos de oscilações para cada fio, usando pequenos ângulos de oscilação
do pêndulo;
• Obter o tempo médio em cada caso e suas incertezas;
• Determinar o período de oscilação para cada fio e suas respectivas incertezas, através da propa-
gação de incertezas;
• Calcular com cada período e comprimento de fio a aceleração da gravidade, e através da propa-
gação de incertezas as suas respectivas incertezas;

1
• Determinar o valor médio da aceleração da gravidade e sua incerteza, bem como o erro percen-
tual do resultado;
• Realizar a discussão sobre o resultado encontrado para o erro percentual.

3 Materiais e Métodos
3.1 Materiais utilizados
Foram utilizados uma esfera, onde sua massa é desprezível para o experimento; um suporte; cronô-
metro digital de um celular; uma trena ou régua com sua incerteza de 0,05cm e um fio inextensível.

3.2 Aparato experimental


Primeiro é montado um pêndulo amarrando a esfera em um fio de 1,20 m e a colocando no suporte.
A régua ou trena é utilizada apenas para medir a extensão do fio. Em seguida, o pêndulo é elevado a
certa altura e solto para que o mesmo possa oscilar enquanto o cronômetro é utilizado para a medição
do tempo necessário para 10 oscilações. Assim, obtendo-se o tempo para o fio de comprimento 1,20
m, repetimos o procedimento com fios de 1,00 m e 0,80m.

3.3 Metodologia para a análise e obtenção de dados


Cinco membros do grupo aferiram três medições do tempo necessário para um pêndulo efetuar 10
oscilações completas, sendo a primeira realizada com o comprimento de 1,20 m, a segunda com 1,00
m e a terceira com 0,80 m. Com esses valores em mãos foram calculados a média, desvio padrão
e a incerteza tipo A. A incerteza tipo B refere-se a imprecisão do instrumento de medida, que nesse
experimento é um cronômetro digital, dessa forma a incerteza tipo B é a menor unidade de medida,
i.e, 0,001 s. Tendo as incertezas tipo A e B, estimou-se a incerteza combinada.
Em posse dos tempos de oscilações foi possível calcular o período e sua respectiva incerteza por
meio do método da propagação de incertezas. Após isso, calculou-se a aceleração da gravidade e
sua incerteza utilizando-se, também, de propagação de incertezas. Por fim estimou-se o erro relativo,
sendo esperado um erro menor do que ou igual a 10%.

4 Resultados e Discussão
A tabela abaixo apresenta resultados obtidos a partir das medições realizadas: comprimento Ln
(n = 1, 2, 3) do fio, em metros (m), e o tempo tk (1 ≤ k ≤ 5) necessário para 10 oscilações completas
do pêndulo, em segundos (s), para cada Ln .

As fórmulas utilizadas foram as seguintes:


5
X tk
• Média dos valores tk : t̄n =
k=1 5

2
v
u 5
uX (tk − t̄n )2
• Desvio padrão da medida: σn = t
k=1 4
(raiz da divisão por (1 - número de medidas), da soma dos quadrados da subtração de cada uma
das medidas pela média.)
σn
• Incerteza Tipo A: σAn = √
5
(divide-se o desvio padrão da medida, calculado anteriormente, pela raiz do número de medidas)
• Incerteza Tipo B: σBn = 0, 001 s
q
• Incerteza Combinada: σCn = σAn 2 + σBn 2

Usando os valores t̄n e σCn obtidos na tabela acima para cada Ln , obtemos: o período médio do
pêndulo Tn = t̄n /10 e σTn = σCn /10 (por propagação de inceterzas). Com isso, foram calculados
2 2
q para a aceleração da gravidade pela fórmula gn = 4π Ln /Tn e suas respectivas incetezas
três valores
σgn = 16π 4 σLn 2 /Tn 4 + 64π 4 Ln 2 σTn 2 /Tn 6 através do método de propagação de inceterzas. As duas
tabelas abaixo apresentam os valores obtidos.

Finalmente, obtemos um valor médio ḡ para a aceleração da gravidade e sua incerteza σ pelas
fórmulas
v
3 u 3
X gn uX (gn − ḡ)2
ḡ = e σ= t
n=1 3 n=1 2

A tabela abaixo mostra os resultados.

A partir do valor obtido para ḡ calcula-se o erro relativo ε = ḡ−G


G
×100% = 4, 14%, onde G = 9, 8
2
m/s é o valor teórico da aceleração da gravidade. Vê-se que ε está dentro do limite esperado, i.e.,
10%.

5 Conclusões
Utilizando as medidas de tempo de 10 oscilações coletadas de forma independente pelos inte-
grantes do grupo, as medidas dadas do comprimento do fio e tomando conhecimento das incertezas
previamente expostas, foram encontrados os resultados de medição para o tempo de 10 oscilações,
para uma oscilação e para a aceleração gravitacional, sendo o resultado médio desse último: ḡ = 10,20
± 0,02 m/s2 .

3
Com base no valor de referência para a aceleração gravitacional (G = 9, 8 m/s2 ), podemos notar
um erro percentual de aproximadamente 4,1%. Uma das possíveis origens desse erro é a falta de
precisão no momento da definição do ângulo de oscilação, haja visto que esse interfere na precisão
do cálculo. No entanto um erro percentual de aproximadamente 4,1% está dentro do esperado (até
10%), dadas as condições do experimento.

Referências
[1] HELERBROCK, Rafael, "Pêndulo simples", Mundo Educação, disponível em:
<https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/pendulo-simples.htm>, acesso em 27 de maio
de 2021.
[2] CORREA, Domiciano Marques da Silva, "O pêndulo simples", Prepara Enem, disponível
em: <https://www.preparaenem.com/fisica/o-pendulo-simples.htm>, acesso em 27 de maio de
2021.
[3] Toda Matéria, “Pêndulo Simples”, disponível em: <https://www.todamateria.com.br/pendulo-
simples/>, acesso em 27 de maio de 2021.
[4] "Experimento A8: Pêndulo Simples e Pêndulo Físico", Departamento de Física - CCE, UFES,
disponível em: <https://fisica.ufes.br/sites/fisica.ufes.br/files/field/anexo/experiencia_a8_-
_pendulo_simples_e_pendulo_fisico.pdf>, acesso em 27 de maio de 2021.
[5] "Pêndulo Simples", UNICAMP, disponível em: <https://wordpress.ft.unicamp.br/explora/pendulo-
simples/>, acesso em 27 de maio de 2021.

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