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O Milagre Econômico
Na área econômica o país crescia rapidamente. Este período que vai de 1969 a
1973 ficou conhecido com a época do Milagre Econômico. O PIB brasileiro crescia
a uma taxa de quase 12% ao ano, enquanto a inflação beirava os 18%. Com
investimentos internos e empréstimos do exterior, o país avançou e estruturou uma
base de infra-estrutura. Todos estes investimentos geraram milhões de empregos
pelo país. Algumas obras, consideradas faraônicas, foram executadas, como a
Rodovia Transamazônica e a Ponte Rio-Niteroi.
Porém, todo esse crescimento teve um custo altíssimo e a conta deveria ser paga no
futuro. Os empréstimos estrangeiros geraram uma dívida externa elevada para os
padrões econômicos do Brasil.
Após as eleições de 1985, Tancredo Neves foi vítima de uma enfermidade inesperada, e
seu vice José Sarney assumiu a presidência.
A partir deste ano iniciava-se a Nova República, um novo regime que substituía a
Ditadura Militar.
A partir dessa nova Constituição, muitas reformas foram feitas, como o mandato
presidencial que foi estendido por 5 anos. O voto passou a ser uma obrigatoriedade para
todos aqueles que tivessem entre 18 e 70 anos, sem exceção, e facultativo para as
pessoas entre 16 e 18 anos. E as eleições começaram a ser realizadas em dois turnos.
Este plano não foi muito aceito principalmente pelos empresários que foram os mais
prejudicados e, portanto, fracassou. Assim logo foram criados outros dois planos: o
Plano Bresser e o Plano Verão, mas como o primeiro, esses também fracassaram e a
inflação continuou a prejudicar o país.
Em 1990 termina o mandato de José Sarney, e neste ano a população teve finalmente o
direito de ir às urnas para votar no seu candidato à Presidência
Por outro lado, Fernando Collor de Melo era um político alagoano pertencente a uma
família de políticos tradicionais, mas seu partido, o PRN, era uma agremiação
insignificante. O candidato Collor de Mello recebeu apoio das forças conservadoras de
direita, que congregava desde os interesses mais retrógrados, como o grande latifúndio,
até interesses dos grandes industriais e banqueiros. Por conta disso, o pleito ficou
fortemente polarizado ideologicamente.
Collor de Mello conseguiu ainda apresentar-se como o candidato das camadas populares
mais pobres, que em sua campanha foram denominados de "descamisados". Além disso,
ao veicular falsas idéias sobre o candidato adversário e o cenário político nacional num
provável governo Lula, conseguiu amedrontar a população.
A economia e a governabilidade
O Ministério da Fazenda foi ocupado por Zélia Cardoso de Mello, que colocou em
prática o chamado Plano de Reconstrução Nacional, ou Plano Collor. Logo no início do
governo, foram tomadas medidas econômicas drásticas e de grande impacto a fim de
solucionar a grave crise da hiperinflação.
Denúncias de corrupção
Além da queda de popularidade do presidente e a erosão acentuada da base parlamentar
de apoio político, o governo Collor de Mello começou a ser alvo de denúncias de
corrupção. Vários dos ministros e assessores do presidente, além de sua própria esposa,
a primeira-dama Rosane Collor, foram acusados de desvio de verbas públicas.
A CPI e o processo de impeachment paralisaram o país por meses. Nas ruas, setores
mais organizados da sociedade começaram a se manifestar em favor do afastamento de
Collor da presidência. As maiores manifestações foram promovidas pelos estudantes
(universitários e secundaristas) que ficaram conhecidos como os "caras-pintadas", por
pintarem listras verde e amarelas no rosto.
A renúncia de Collor
Plano Real
Para sua concretização e eficiência, o governo adotou medidas visando conter os gastos
públicos, privatizar uma série de empresas estatais, reduzir o consumo com o aumento
das taxas de juros e baixar os preços dos produtos por meio da abertura da economia a
competição internacional.
Sua candidatura foi efetivada pela aliança partidária formada majoritariamente pelo
Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido da Frente Liberal (PFL).
Fernando Henrique, sociólogo e respeitado intelectual, elegeu-se presidente no primeiro
turno com 55 por cento dos votos válidos.
A política econômica teve continuidade com o Plano Real. A nova moeda, o real,
manteve-se estável e em paridade com o dólar americano. A inflação ficou sob rígido
controle. Porém, o prosseguimento do Plano Real ocasionou uma brutal recessão
econômica que se refletiu nos baixos índices de crescimento da economia e desemprego
em massa.
Com relação à questão agrária, durante toda a gestão Fernando Henrique Cardoso, o
Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) pressionou o governo a
avançar com o programa de assentamentos rurais, promovendo por todo o país
numerosas manifestações e invasões de propriedades agrárias produtivas e
improdutivas.
Essa situação foi apontada como a principal causa das constantes crises de
governabilidade que impediam a continuidade administrativa e a implementação de
reformas e programas políticos consistentes, prejudicando o avanço da
redemocratização e consolidação da democracia no país.
Houve tentativas por parte dos partidos oposicionistas de abertura de uma Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as denúncias. Não obstante, os
governistas conseguiram barrar a abertura da chamada "CPI da compra de votos".
No final do primeiro mandato governamental de Fernando Henrique Cardoso, uma
grave crise afetou a economia brasileira e forçou o governo a mudar a política cambial.
A principal conseqüência foi uma forte desvalorização da moeda. Também foi
necessário ao governo recorrer ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a fim de obter
um empréstimo recorde para evitar o desequilíbrio financeiro e desestabilização total da
economia.
O segundo mandato
Um dos trunfos da propaganda eleitoral do governo para reeleger FHC foi a defesa da
manutenção da política econômica. O governo prosseguiu com o programa de
privatizações das empresas estatais e com o Plano Real. A estabilidade econômica
dependia de uma política fiscal e tributária complexa.
A manutenção do Plano Real e das elevadas taxas de juros, as metas de ajustes fiscais e
o controle dos gastos governamentais provocaram um déficit de investimentos do
Estado em setores "chave" da economia. Quando o país começou a sair da recessão e a
economia cresceu, embora a partir de índices inexpressivos, a falta de investimentos em
infra-estrutura impediu o desenvolvimento do país.
Nenhum obteve índice de votação suficiente para se eleger no primeiro turno. Os dois
candidatos mais votados foram Luiz Inácio Lula da Silva e José Serra. No segundo
turno das eleições, Lula obteve 61,3 por cento dos votos; e José Serra, 38,7 por cento.
A expressiva vitória de Lula foi um marco para o Brasil, pois, além de ser um
representante das forças políticas de esquerda, Lula é um líder popular carismático que
construíu sua trajetoria política no movimento sindical. Enormes expectativas foram
depositadas na vitória eleitoral de Lula.
Foi nesse contexto que Lula buscou o apoio de diversos setores políticos para
empreender uma chapa eleitoral capaz de agradar diferentes setores da sociedade
brasileira. No primeiro turno, a vitória de Lula sobre os demais candidatos não foi
suficiente para lhe dar o cargo. Na segunda rodada da disputa, o ex-operário e retirante
nordestino conseguiu realizar um feito histórico na trajetória política do país.
Lula se tornou presidente do Brasil e sua trajetória de vida fazia com que diversas
expectativas cercassem o seu governo. Seria a primeira vez que as esquerdas tomariam
controle da nação. No entanto, seu governo não se resume a essa simples mudança.
Entre as primeiras medidas tomadas, o Governo Lula anunciou um projeto social
destinado à melhoria da alimentação das populações menos favorecidas. Estava lançada
a campanha “Fome Zero”.
Essa seria um dos diversos programas sociais que marcaram o seu governo. A ação
assistencialista do governo se justificava pela necessidade em sanar o problema da
concentração de renda que assolava o país. Tal medida inovadora foi possível graças à
continuidade dada às políticas econômicas traçadas durante a Era FHC. O combate à
inflação, a ampliação das exportações e a contenção de despesas foram algumas das
metas buscadas pelo governo.