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Fichamento 4:

MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Parte I: Livros I a III. Parte II: Livro XI, Capítulos I
a VI. Parte III: Livro XVII. Apresentação de Renato Janine Ribeiro. Tradução de Cristina
Murachco. 3ª tiragem. Martins Fontes, 2000. São Paulo.

O Espírito das Leis foi publicado em 1748 por Charles-Louis de Secondat, barão de
La Brède e de Montesquieu. Montesquieu foi um nobre filho de aristocrata francês. O
contexto social da época pré Revolução Francesa era a perda de riqueza em decorrência dos
luxos da monarquia. Montesquieu teve ideais iluministas apesar de acreditar na supremacia
dos nobres, criou teses que afirmam que tanto a pobreza quando o clima se relacionam com o
intelecto humano de forma negativa. O Espírito das Leis é um livro grande e confuso, com a
justificativa de que foi escrito para um grupo seleto de pessoas terem acesso.
Montesquieu apresenta as leis naturais e as leis positivas. As leis naturais, são
mencionadas quatro, regem os homem como uma espécie de instinto em seu estado pré
sociedade. A paz é dita como a primeira lei natural, o homem em seu estado natural é fraco e
tímido e apenas quer suprir suas necessidades básicas. A quarta lei natural é o desejo de viver
em sociedade. Quando numa sociedade o estado de guerra começa, os homens perdem a
fraqueza e nação se levanta contra nação, existindo também guerras particulares. O direito das
gentes é baseado no princípio de que na paz as sociedades devem fazer a maior quantidade de
bem possível e na guerra o menor mal possível. As leis positivas surgem de uma lei natural, e
ambas servem como reguladoras no quesito de suprir suas necessidades naturais e causar a
menor quantidade de dano possível ao coletivo.
Devem estar em relação com a natureza e com o princípio do governo que foi estabelecido, ou que se
pretende estabelecer; quer se elas o formam, como é o caso das leis políticas; quer se o mantêm, como é
o caso das leis civis. (p. 16)
O autor fala sobre as oposições relacionadas a dar muito poder político ao povo e sua
incapacidade de tomar decisões. A democracia é capaz de tirar a liberdade tendo em vista que
podem existir pessoas distintas pelo nascimento, pelas riquezas ou pelas honras confundidas
no meio do povo e se elas só tiverem uma voz como a dos outros seria escravidão.
Montesquieu não vê a democracia como viável nos Estados europeus. Não há necessidade de
dar palavra aos representantes como praticado nas dietas da Alemanha, pois isso provocaria
demoras infinitas e tornaria cada deputado senhor de todos os outros. Seria inútil que o poder
legislativo estivesse sempre reunido, pois seria incômodo para os representantes e ocuparia
demais o poder executivo.
A grande vantagem dos representantes é que eles são capazes de discutir os assuntos. O povo não é nem
um pouco capaz disto, o que constitui um dos grandes inconvenientes da democracia. (p. 171)
A Inglaterra possui os três tipos de poderes: poder legislativo, executivo das coisas
que dependem do direito das gentes e o poder executivo daqueles que dependem do direito
civil. Montesquieu examina as características de um governo dividido, sendo ele um crítico da
monarquia. Para se alcançar a liberdade política relacionada a sua segurança o governo deve
ser tal onde um cidadão não posso temer o outro.
Tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo dos principais, ou dos nobres, ou do povo
exercesse os três poderes: o de fazer as leis, o de executar as resoluções públicas e o de julgar os crimes
ou as querelas entre os particulares. (p. 168)
Em sua obra é possível perceber que ele sugere para a França o mesmo sistema
político de assembleias da Inglaterra da época. A parte importante e racional da população
estaria representada. Montesquieu reflete sobre liberdade política, mas ao final afirma que sua
pesquisa em relação a Inglaterra se relaciona completamente ao sucesso de sua forma de
governo.
Não é da minha alçada examinar se os ingleses gozam atualmente dessa liberdade ou não. Para mim é
suficiente dizer que ela está estabelecida por suas leis, e não vou além. (p. 178)

Referências:
MONTESQUIEU. O Espírito das Leis. Parte I: Livros I a III. Parte II: Livro XI, Capítulos I
a VI. Parte III: Livro XVII. Apresentação de Renato Janine Ribeiro. Tradução de Cristina
Murachco. 3ª tiragem. Martins Fontes, 2000. São Paulo.

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