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PAINEL COMPÓSITO COM FIBRAS VEGETAIS E RESINA POLIURETANA À

BASE DE MAMONA
SUMÁRIO

1.INTRODUÇÃO
2.PAINEL OSB
3.CARACTERISTICAS E APLICABILIDADE
4. VANTAGENS X DESVANTAGENS
5. FIBRAS VEGETAIS
6. RESINAS COMO MATRIZ COMPÓSITO
7. ESTUDOS DE VIABILIDADES – ARTIGOS

1. INTRODUÇÃO

A necessidade atual de um desenvolvimento tecnológico com ações mais econômicas e menos


agressivas ao meio ambiente, como também menos nocivas ao ser humano, vem se destacando
a partir de pesquisas voltadas à incorporação de matérias-primas alternativas às
convencionalmente utilizadas pela indústria, produzindo compósitos com diversas finalidades.
As primeiras medidas sobre este tipo de conscientização ocorreram no início da década de 1990,
com pesquisas sobre reciclagem e reuso de materiais. Uma das áreas que apresentam
capacidade de absorver novas tecnologias e novos materiais, produzidos e desenvolvidos a
partir da utilização de matérias-primas naturais, como as fibras vegetais e resíduos sólidos, é a
área das engenharias (ABACAXI).

Na construção civil a utilização de produtos alternativos e sustentáveis, como o “Oriented Strand


Board” (OSB), surgem como uma possibilidade de redução de tais impactos, e tem conquistado
um amplo espaço na construção. Contudo, nas últimas décadas apesar da evolução da produção
dos painéis, um dos maiores problemas que não foram solucionados está relacionado com a
utilização dos adesivos na prensagem a quente durante o processo de fabricação. Atualmente
um dos desafios da produção dos painéis é a possibilidade da utilização de materiais e resinas
ecológicas como aglutinante na conformação do painel, sendo este o principal problema
ecológico por conta da emissão de formaldeído, nocivo ao homem e ao meio ambiente.
(BAMBU) -4

Sendo assim, outra classe de materiais estudada na atualidade são as resinas vegetais, por
utilizarem matéria-prima menos poluente ao meio ambiente – tanto no processo de fabricação,
quanto no seu ciclo de vida – e menos nocivas à população, como a resina bi-componente
derivada do óleo de mamona, espécie vegetal comum no território brasileiro. (ABACAXI) -5

2. PAINEL OSB

Os painéis OSB (Oriented Strand Board) são painéis aglomerados de partículas de madeira
longas e orientadas numa sobreposição de três camadas, unidas com resinas sintéticas e
prensadas a alta temperatura. Essa geometria das tiras e a sua orientação e formação em três
camadas cruzadas (face-centro-face), conferem aos painéis de OSB elasticidade, uma maior
resistência mecânica (flexão estática), uma melhor estabilidade dimensional. (LIVRO MADEIRAS)
(CARACTERIZAÇÃO FISICA E MECANICA)
Segundo o Comite Europeu de Normalização, existem 1uatro tipos de OSB:

- OSB/1 com placas para usos gerais e placas para componentes interiores, incluindo mobiliário,
utilizadas em ambiente seco;

- OSB/2 com placas para fins estruturais utilizadas em ambiente seco;

- OSB/3 com placas para fins estruturais utilizadas em ambiente úmido;

- OSB/4 com placas para fins estruturais especiais utilizadas em ambiente úmido.

A norma define ainda que para a composição do OSB as partículas são processadas com tiras
predeterminadas com comprimento maior que 50 mm, e uma espessura menor que 2 mm,
unidas por uma resina. As partículas podem ter variações nas dimensões com aproximadamente
25 mm de largura, 80 a 150 mm de comprimento, variando entre 0,5 a 0,75 mm para a
espessura.

Os painéis são classificados em dois tipos, um com as partículas alinhadas nas camadas
superficiais e na parte interna de forma aleatória, e o outro, com as partículas nas camadas
internas alinhadas paralelamente e as camadas externas alinhadas perpendicularmente (Figura
02).

No Brasil, as placas de OSB começaram a ser produzidas a partir de 2002 utilizando madeira de
pinus. Contudo, a demanda pela madeira de pinus só cresce motivando assim pesquisas com
outras espécies. Entre os requisitos na escolha da matéria-prima para a fabricação de placas de
madeira reconstituída, devem-se considerar densidade, estabilidade dimensional, acidez e
capacidade-tampão, que é a capacidade de ácido ou base necessária para tornar o pH correto à
cura do adesivo. As propriedades mecânicas da placa de OSB se assemelham às da madeira
sólida, pois não são utilizados resíduos de serraria na sua produção. A boa resistência mecânica
da placa de OSB é devida ao método de fabricação (Figura 2.1). Esse método oferece excelentes
resultados de resistência à flexão e módulo de elasticidade.

A densidade da matéria prima utilizada é uma das propriedades mais importantes, pois afeta a
densidade final do painel e as suas propriedades mecânicas. Madeiras de baixa densidade
permitem razões de compactação mais elevadas, o que aumenta a superfície de contato entre
as partículas de madeira, melhorando a adesão entre elas. Além do mais, madeiras de baixa
densidade geram painéis com maior uniformidade, e que possuem alta capacidade de
distribuição de forças, melhorando suas propriedades de resistência à flexão estática e as
ligações internas (BASTOS, 2009). As madeiras utilizadas na fabricação da placa de OSB têm
densidade em torno de 600 a 800kg/m³, o que é característica de madeiras macias de menos
resistência mecânica. Sendo geralmente, as dimensões nominais dessas placas são de 120cm de
largura por 240cm de comprimento, ou 160cm de largura por 250cm de comprimento. As
espessuras usuais são: 11mm, 13mm, 15mm e 18mm. (OSB PROPRIEDADES MECÂNICAS)

O teor de umidade, e sua distribuição no colchão contribuem significativamente para as


propriedades finais do painel. Se houver variação da densidade em relação às camadas que
formam os painéis, as que possuírem maior teor de umidade serão mais densificadas e
apresentarão resistência e rigidez à flexão maiores do que os painéis prensados com teor de
umidade uniforme do colchão, (MALONEY, 1977)

Para fabricação do OSB é possível utilizar madeiras de qualidade inferior e até resíduos
florestais, desde que estes apresentem dimensões que permitam a confecções das tiras
(MENDES, 2001). Os painéis de OSB podem ser obtidos a partir de madeiras provenientes de
desbastes e de troncos finos e tortuosos, como espécies de menor valor comercial, o que
barateia o material, ao contrário dos compensados, que requerem toras de alta qualidade para
sua manufatura e, por isso, são de custo relativamente superior (WALKER, 1993).

No processo de fabricação de OSB, alguns procedimentos são preponderantes: seleção das


partículas (peneiramento), secagem, porcentagem de adesivo, distribuição das partículas em
sentido perpendiculares entre si, prensagens, e acabamento. A seguir, serão descritas as etapas
de produção de OSB:

 Secagem – Atualmente utilizam-se três ciclos rotativos de secagem. Porém, a secagem com
apenas um ciclo tem se estabelecido nas novas indústrias de OSB. O controle da umidade é
importante para obtenção de lascas de boa qualidade.
 Aplicações dos adesivos – Os adesivos utilizados são fenólicos de base líquida, aplicados em
um grande tambor giratório. Tais adesivos aderem com maior facilidade às superfícies das
partículas, em geral quando aplicados às de maior densidade. Algumas empresas também
utilizam adesivos à base de isocianeto, principalmente na camada interna. Estes adesivos
são aplicados em produção de painéis especiais, para uso em locais com maior umidade. Por
apresentarem maior expansividade, tornam-se mais perigosos que os adesivos fenólicos. A
quantidade de adesivo aplicado gira em torno de 2% a 3% em cada camada. Em madeiras
mais densas, esta quantidade poderá ser maior.
 Formação do colchão – A formação do colchão consiste em distribuição de lascas ao longo
da esteira com alinhamento das camadas paralelamente entre si, figura n°3-2. Variações de
densidade aumentam o custo de produção, pois levam equipamentos a trabalharem com
maior potência.
 Prensagem – Alguns fatores que influenciam na prensagem são: temperatura, tempo,
umidade e distribuição do colchão, espécies de madeira, geometria das lascas, tipo de
adesivo, mudança do perfil das espessuras durante a prensagem, tempo de fechamento da
prensa. A prensagem contínua é a mais comum nas indústrias de OSB. Com esta tecnologia
se produzem painéis de melhor qualidade, figura n°3-3, com redução de desperdícios de
materiais.

3. CARACTERISTICAS E APLICABILIDADE

É normalmente utilizado em paredes e tetos, construção de barracões, tapumes,


embalagens grandes, estruturas desmontáveis, decoração e fabricação de móveis.Por ser
utilizado com muita frequência em todas as áreas da construção civil, poucas vezes vemos
aplicado na fabricação de móveis.

Devido às suas propriedades mecânicas e ao seu aspeto caraterístico, é utilizado em


aplicações estruturais: suporte de coberturas, entrevigados, cobertura de fachadas, como face
de painéis sanduiche, na alma de vigotas de duplo T, pavimentos (fg. 31).

Tem caraterísticas de resistência à umidade, suportando deste modo quase todos os tipos
de cobertura, sendo também utilizado em pavimentos domésticos ou industriais, que estão mais
suscetíveis à presença de umidade.

Ainda podem ser usados em • Estruturas que requeiram grande resistência; • Móveis que
irão receber verniz, selador, tinta ou fórmica como acabamento; • Móveis de quarto, sala,
cozinha e banheiro, que não entrem em contato com umidade; • Móveis de áreas úmidas, desde
que usados compensado naval (resina resistente à umidade); • Móveis com design curvo.

4. VANTAGENS X DESVANTAGENS

Vantagens do OSB.
OSB é geralmente mais quadrado e tem tolerâncias dimensionais menores, excelentes para
coberturas.
Ele pode ser fabricada em painéis de até 8 " x 24 ", muito maior do que compensado.
Não existem pontos fracos, como aqueles que podem ocorrer em madeira compensada.
OSB é feito de árvores menores, reduzindo a demanda por madeira com mais idade. Além de
ser mais barato que o compensado.
Trata-se de um material de ótima rentabilização devido às várias vantagens que apresenta:
» Elevada resistência mecânica, comparável aos valores do contraplacado e de outros
painéis estruturais de classe equivalente;
» Grande rigidez;
» Resistência à deformação, à ruptura e à delaminação;
» Excelente relação entre resistência e peso;
» Boa capacidade de isolamento termo-acústico;
» Grande durabilidade. Desde que utilizado de acordo com as respetivas recomendações de
uso, é um painel dimensionalmente estável, que mantém intactos os seus níveis de desempenho
ao longo do seu ciclo de vida;
» Desempenho preciso e bem defnido. Painéis para fins estruturais com caraterísticas físicas
e mecânicas perfeitamente definidas, em conformidade absoluta com os requisitos de
concepção e regras de construção, em ambiente seco ou húmido;
Visualmente atrativo e agradável;
» Utilização fácil. Pode ser facilmente serrado, furado, aplainado, fresado ou lixado. Pode
ser pregado, c» ravado ou aparafusado junto ao bordo sem rachar. É também facilmente colado,
pintado ou tinturado;
» Livre de defeitos estruturais, sem nós ou descontinuidades; » Impacto ambiental
reduzido. A sua matéria- -prima é constituída unicamente por madeira de pequena dimensão e
é totalmente reciclável. (LIVRO MADEIRAS).

Vantagens:
• Ótima resistência à umidade;
• Estabilidade dimensional;
• Espessura calibrada;
• Boa aderência a ferragens simples;
• Baixo custo;
 São painéis uniformes, com tamanhos e espessuras diversas;
 Os fabricantes garantem por vários anos ser a prova de cupim;
 São à prova de umidade – as resinas utilizadas são resistentes a umidade;
 Fabricação ecológica com madeira de reflorestamento;
 Resistência mecânica muito grande;
 Tem características de isolamento térmico e acústico, excelente para painéis que
separam ambientes;
 Preço diferenciado em relação a MDF, MDP entre outros. Aproximadamente 40% mais
barato.

Desvantagens:
• Superfície da chapa rústica e irregular;
• Requer revestimento para conferir acabamento liso;
• Aspecto da chapa não agrada a muitas pessoas

5. RESINAS E FIBRAS VEGETAIS


As resinas são substâncias viscosas ou sólidas, sendo classificadas em sintéticas ou
naturais. As resinas naturais são, comumente, extraídas de plantas, a exemplo do látex. As
resinas sintéticas são produzidas em laboratório, a partir de matérias-primas como o petróleo
e espécies vegetais. Algumas podem ser utilizadas sob a forma monocomponente – constituída
por apenas uma parte –, ou bicomponente – composta por duas partes, normalmente, um
poliol e um prépolímero, que atua como catalizador. Essa classe de materiais é, ainda, dividida
em termoplástica e termofixa, em que a diferença principal entre ambas se relaciona com a
temperatura, as resinas termoplásticas possuem uma estrutura que amolece repetidamente
quando aquecida e endurece quando resfriada (SHACKELFORD, 2005). Já as termofixas, curam
num estágio irreversível, permanecendo na mesma condição quando aquecidas, pois uma vez
processadas não permitem fundir ou moldar, mesmo se houver ação da temperatura
(MANO,1991).

Uma abordagem contemporânea que considera a temática dos materiais alternativos,


objetiva o desenvolvimento de novos agentes aglomerantes, como as resinas e adesivos
poliméricos, buscando tecnologias e produtos menos agressivos que os convencionalmente
produzidos pela indústria, como derivados de matérias primas vegetais, a exemplo da soja,
milho, girassol, canola, amendoim, oliva e mamona (SILVA, 2003). Estudos apontam o
potencial da resina derivada do óleo de mamona para o uso em vários ramos da indústria,
como medicina, arquitetura e engenharias.

Resina poliuretano derivada do óleo de mamona – Riscinus Communis

Bradi et al. (2006) avaliaram a influência da mistura de óleo vegetal em matriz poliuretano na
resistência mecânica de painéis de fibras de madeira. As análises realizadas possibilitaram
concluir que é possível a utilização de misturas de óleo vegetal em matriz poliuretano na
relação de 35%/65% – em massa – para confecção de painéis de fibras de madeira. A resina
poliuretano pode ser obtida do óleo de mamona, sendo denominada nacionalmente como
resina derivada do óleo de mamona. O óleo de mamona é um recurso natural, renovável e
com forma de líquido viscoso. Pode ser aplicado como matéria-prima para tinta, revestimento
e lubrificante, e utilizado para sintetizar resinas (MILANESE, 2008). Sendo assim, foram
identificados estudos na área das resinas derivadas de materiais naturais, como a poliuretano
derivada do óleo de mamona desenvolvida e estudada no Instituto de Química da
Universidade de São Paulo – USP. Jesus (2005) coloca que a mesma possui boa resistência à
ação da água e raios ultravioleta, e é 80% biodegradável. Deve-se destacar que esta resina
possui cura em temperatura ambiente, que pode ser acelerada e otimizada com temperaturas
de 60oC a 100oC, ou seja, menores que as tradicionais (SILVA, 2003).

O uso de fibras como agente de reforço, especialmente em compósitos poliméricos, é bastante


estudado devido às características que são vantajosas para a indústria, sendo o aumento na
resistência mecânica e a redução na densidade do produto final, alguns dos fatores mais
considerados (BENÍTEZ et al., 2013; KU et al., 2011). Deve-se mencionar que a forma como as
fibras são arranjadas exerce influência sobre a resistência mecânica e outras propriedades do
material. Sendo assim, para se obter compósitos com desempenhos mecânicos elevados,
procura-se inserir o máximo de fibras. No caso das fibras vegetais, o custo das fibras é inferior
ao da matriz, portanto, o máximo de fibras tende a reduzir o custo do compósito. As fibras
vegetais, em geral, podem resistir a temperaturas de até 200oC, sem perdas significativas das
principais propriedades mecânicas. Ainda destaca que devido aos vazios existentes em sua
estrutura física, possui predisposição para o isolamento acústico. Essas fibras em comparação
com as fibras de vidro, por exemplo, são muito eficientes como isolantes térmicos e acústicos,
apresentando potencial para o reforço de compósitos (ELAYAPERUMAL e VENKATESHWARAN,
2012). As fibras vegetais ou lignocelulósicas podem ser extraídas de diversas regiões das
plantas, tais como: caule – ex. juta, banana, linho, cânhamo, kenaf, rami e malva; folha – ex.
abacaxi, sisal, henequém e curauá; e fruto ou semente – ex. algodão, mamona, coco e açaí.
Porém, as fibras das folhas são as mais empregadas, pois, em geral, elas são mais resistentes
do que as fibras do caule.

6. ESTUDOS ACADEMICOS

Dias et al. (2005) utilizaram a resina poliuretano derivada do óleo de mamona em chapas
de partículas de madeira, e analisaram o efeito da temperatura de prensagem, considerando a
temperaturas de 60oC e 90oC. Concluiu que as chapas prensadas a 60oC tornaram-se mais
resistentes aos ensaios de módulo de ruptura – MOR –, módulo de elasticidade – MOE – e
tração paralela – TP. Santos (2013) apresenta um estudo da viabilidade de produção e
avaliação de painéis de fibra de curauá – Ananas Erectifolius –, sem e com resíduos de
madeiras Amazônicas, produzidos a uma temperatura de 100oC, com resina poliuretano à
base de óleo de mamona. Para o estudo foram realizados os ensaios de flexão estática, tração
perpendicular e arrancamento de parafuso de superfície, de acordo com a norma NBR 14810-2
(ABNT, 2003). Os resultados obtidos apontam que os painéis apresentaram boas propriedades
físico-mecânicas, estando de acordo com a norma brasileira.

Silva (2003) desenvolveu um compósito formado por resina poliuretano derivada do óleo
de mamona – a temperatura ambiente – e fibras de sisal e coco. O processamento foi realizado
utilizando-se a moldagem por compressão e a caracterização compreendeu os seguintes
ensaios: tração, flexão, impacto, tenacidade à fratura e absorção de água. Segundo Silva et al.
(2009) com as novas exigências legislativas e maior conscientização dos consumidores, os
compósitos naturais são objetos de estudo buscando alternativas aos de fibras sintéticas e
resinas derivadas do petróleo.

OSB com madeiras da caatinga: Os resultados obtidos para este estudo atestam a
viabilidade da produção dos painéis OSB com o emprego das essências da caatinga brasileira,
possibilitando as seguintes considerações: (a) a densidade dos painéis OSB possivelmente foi
influenciada pela densidade das espécies utilizadas, fato observado pela maior densidade dos
painéis OSB das espécies empregadas em relação a produtos comerciais análogos
provenientes de espécies de reflorestamento consideradas de menor densidade; (b) as
propriedades mecânicas dos painéis foram bastante satisfatórias, principalmente para painéis
OSB da espécie catanduva, apresentando-se superiores a painéis OSB comerciais e produtos
análogos provenientes de outras espécies encontrados na literatura; e (c) em relação às
propriedades de inchamento e espessura e absorção de água, os painéis OSB das espécies
marmeleiro e jurema-branca apresentaram desempenho superior. Estas propriedades de
resistência à água podem ter sido influenciadas, em grande parte, pelas características dos
painéis de acordo com a espécie empregada, ocorrendo vazios internos nos painéis, assim
como pelas características do adesivo empregado e sua interação/afinidade química com essas
espécies madeireiras.

OSB a base de resina de mamona: Com base nos resultados obtidos nesta pesquisa, as
seguintes conclusões podem ser apresentadas: - o emprego da resina PU-mamona
bicomponente juntamente com os demais fatores experimentais estipulados conferiram
propriedades físicas e mecânicas satisfatórias aos painéis OSB, compatíveis aos exigidos por
norma nacional e internacional; - as propriedades investigadas dos painéis OSB atenderam em
maior parte os requisitos estabelecidos pela norma européia EN 300:2006 para painéis OSB do
tipo 4, com exceção do inchamento em espessura após 24 horas de imersão em água e MOE
na direção perpendicular, que atingiram as classificações OSB/1 e OSB/3 respectivamente; - os
requisitos estabelecidos, pela norma brasileira ABNT NBR 14810-2:2013 (ABNT, 2013) para as
propriedades arrancamento de parafuso de face e de topo também foram atendidos; - o
aumento do teor de adesivo proporcionou melhorias significativas apenas para o MOE na
direção perpendicular à orientação das partículas. Para as demais propriedades físicas e
mecânicas investigadas, ficou constatada a equivalência estatística entre os valores médios
obtidos para os três teores de adesivo, comprovando a eficiência da resina utilizada; Diante do
exposto, conclui-se que a fabricação de painéis OSB utilizando espécie de madeira de Paricá e
resina PU-mamona é viável, pois os resultados obtidos foram compatíveis aos exigidos por
normas nacionais e internacionais e literaturas sobre a temática. Ainda, pode- -se dizer que o
teor de adesivo de 8% é a melhor solução dentre os teores investigados, por constituir a
menor quantidade de adesivo e fornecer resultados equivalentes aos painéis fabricados com
10% e 12% de adesivo. Os painéis OSB deste estudo apresentam plenas condições de aplicação
em ambientes secos de diversos segmentos da construção civil.

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