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Prof.

Danilo Cruz
A palavra Gestalt deriva da raiz germânica Gestalten,

que pode ser traduzida por todo,

configuração ou forma.

Na psicologia da Gestalt,

Gestalten são totalidades significantes da experiência.

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 Max Wertheimer
(1880-1943),
Wolfgang Köhler
(1887-1967) e Kurt
Koffka (1886-1940)
 Fenômeno phi

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 objeto: experiência organizada como uma estrutura
(fora da consciência [pré-reflexão])

 Método: descrever, compreender, experimentar,


explicar (leis universais)

 projeto experimental: figuras incompletas e


figuras ambíguas

 justificativa ontológica e epistêmica:


equivalência entre princípios fisiológicos e
princípios psicológicos

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Lei da figura e
fundo: a visão tem
dois componentes,
figura e fundo

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Organização
•Proximidade – os elementos próximos no tempo ou no espaço tendem a ser percebidos
juntos. Ex: 3 pares

•Similaridade - Sendo as outras condições iguais, os elementos semelhantes tendem a ser


vistos como pertencentes à mesma estrutura.

•Direção - Tendemos a ver as figuras de manteira tal que a direção continue de um modo
fluido.

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 Disposição objetiva – Quando vemos um certo
tipo de organização, continuamos a vê-lo, mesmo
quando os fatores de estímulo que levaram à
percepção original estão agora ausentes.
(Tendência a ver pares de pontos como na
esquerda )

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 Destinocomum – Os elementos deslocados,
de maneira semelhante de um grupo maior
tendem eles próprios, por sua vez, a serem
agrupados.

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 Prägnanz (pregnância)- As figuras são vistas
de um modo tão “bom” quanto possível, sob as
condições do estímulo. A boa figura é uma figura
estável.

A figura resultante é mais “pregnante” (subprincípio


de fechamento). Uma boa figura é aquela que
não pode se tornar mais simples ou mais
ordenada por um deslocamento perceptual.

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Pregnância: formas conhecidas formam a figura. O resto o fundo.

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Fechamento: tendência a completar os elementos

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 Beck (1966) concluiu que a similaridade entre as
figuras é menos importante que sua rotação.

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FREDERICK SALOMON PERLS
1893 - 1970

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As contribuições de Perls se destacam

na área da prática da psicoterapia.

Seguindo a visão gestaltica do ser humano,

propôs uma substancial desintelectualização,

opondo-se ao que chamou de “prostituição da inteligência” do

mundo ocidental, ou seja, a tentativa de substituir a

imediaticidade do sentir e vivenciar, pelo pensar.

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 1893. Nasceu em Berlim, numa família judia de classe média baixa.
 Considerava-se a ovelha negra da família;
 Viveu dificuldades escolares e problemas com a autoridade.
 Formou-se em medicina, optou pela psiquiatria e serviu como médico na 1ª Guerra
Mundial

 1926. Trabalhou com soldados vítimas de lesões cerebrais, ao lado de Kurt


Goldstein;
 Foi ali que teve as primeiras compreensões sobre o organismo como um todo, mais
do que um aglomerado de partes funcionando desordenadamente.

 1928. Casou-se com Lore Posner, que se tornou sua estreita colaboradora.

 1927. Estudou psicanálise em Viena, sendo analisado por Karen Horney e W.


Reich.

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 1933. Fugiu para a Holanda nos tempos de Hitler, foi apoiado por Ernest
Jones e seguiu para África do Sul, onde se estabeleceu.

 1936. Participou de um congresso internacional de Psicanálise, onde se


decepcionou com Freud e os psicanalistas.
 Apresentou um trabalho sobre resistências orais.

 1942. Publicou sua primeira obra: Ego, Fome e Agressão.


 Serviu como médico durante a II Guerra Mundial

 1946. Imigrou para os EUA e rompeu com a psicanálise.


 Ao chegar, recebeu apoio de Karen Horney e Erich Fromm

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 1951. Publicou a primeira versão de Gestalt -Terapia
 1952. Criou o Instituto de Gestalt-terapia em NY.
 Viajou muito pelo país promovendo cursos e seminários.
 1956. Já com problemas de saúde, casou-se pela segunda vez, em Miami.
 1962. Durante um ano viajou pelo mundo:
 Passou dois meses num mosteiro no Japão;
 Em Israel viveu meses numa comunidade de artistas, registrando suas
experiências sob os efeitos do LSD.
 1970. Após a instalação de uma comunidade Gestáltica em Vancouver,
Canadá, faleceu nos EUA, com câncer de pâncreas.
 Suas atitudes e práticas levaram-no a ser celebrado como um dos
“gurus” da década de 60.

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 O conceito de organismo como um todo, foi a maior herança
recebida da Psicologia da Gestalt (Lewin, Goldstein, Wertheimer,
Kohler).
 Toda sua visão holística foi orientada por este conceito.

 Defendia que a análise das partes jamais proporciona uma


compreensão do todo;
 O todo é definido pela interação e interdependência das partes.

 A identidade das partes de uma Gestalt não se mantém quando


separadas de sua função e lugar no todo.

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 Perls considerava a Gestalt-terapia uma terapia baseada na
Filosofia Existencial e na Fenomenologia.

 Acreditava que o mundo vivencial de um indivíduo só pode ser


compreendido por meio da descrição direta que o próprio
indivíduo faz de sua situação única.

 Considerava intoleráveis as cisões: mente-corpo, sujeito-objeto,


organismo-meio.

 Em lugar de experienciar um mundo separado de si, as pessoas


criam e constituem seus próprios mundos.

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 Divergiu de Freud mais por causa da prática do que pela teoria.
 Não enfatizou a importância da transferência.

 Viu a libido como um elemento psíquico importante, embora não fosse mais
básico ou mais universal que qualquer outro.

 Valorizou sempre mais o presente do que a experiência passada.

 Deu maior atenção ao material cotidiano do que ao reprimido.

 Enfatizou a consciência de como a pessoa se comporta, mais do


que o porquê de determinado comportamento.

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 Conceito fundamental que vale tanto para o funcionamento intra-
orgânico como para a participação do organismo em seu meio.

 Qualquer aspecto do comportamento de um indivíduo pode ser


considerado uma manifestação do todo.
 Na terapia, o que a pessoa faz, vale tanto quanto o que ela diz ou pensa.

 O indivíduo é parte de um campo que inclui o organismo e seu meio.

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 Os limites de contato entre o indivíduo e o meio definem a relação
entre ambos.
 Na pessoa saudável os limites são flúidos;
 A formação de uma gestalt é um contato;
 O afastamento é um fechamento.

 Necessidades dominantes emergem para o primeiro plano e se tornam


figura, contra o fundo da personalidade total.

 Nos neuróticos a hierarquia e a fluidez são perturbadas, tornando a


relação com o meio insatisfatória.

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 A Gestalt-terapia não investiga o passado em busca de traumas.

 Convida o paciente a tornar-se consciente de sua experiência presente.

 O terapeuta pressupõe que o não resolvido do passado fatalmente


emerge no presente.

 O paciente é levado a representar e experimentar de novo, com o


propósito de completar e assimilar, no presente, as gestalten que
permanecem abertas.

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 Ansiedade é a lacuna entre o agora e o depois.

 A inabilidade para tolerar esta tensão leva a muitas tentativas de preenchimento


e de tornar o futuro mais seguro.

 Estas tentativas roubam energias do presente e impedem a espontaneidade.

 Fixar a atenção do paciente no presente é uma atitude sadia e


produz crescimento psicológico.

 O grande desafio é aceitar a experiência presente.

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 Para a orientação fenomenológica importa a compreensão da
experiência de maneira descritiva e não causal.

 A busca de explicação para as causas distancia mais e mais da compreensão do fato


em si, pois toda ação tem múltiplas causas, e cada uma delas tem suas próprias
muitas causas.

 Os elementos que formam o todo não podem existir numa relação


causal, pois todos são causadores e causados pelos outros.

 O foco é ampliar a consciência de como a pessoa se comporta, e não


analisar as razões pelas quais se comporta de tal forma.

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 Crescer é expandir as áreas de autoconsciência.

 Awareness – conhecimento, consciência, percepção..


 O que mais inibe o crescimento é a fuga da conscientização.

 Sabedoria do organismo: As necessidades mais importantes sempre


emergem, se a pessoa estiver consciente da experiência de si
mesma.

 Continuum de consciência: São estados conscientes do que estamos


experimentando a cada instante.

 A maioria de nós interrompe esta experiência em função de algo


desagradável.

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 Os pensamentos tendem a fugir, evitando trabalhar a
conscientização desagradável, perpetuando a situação inacabada.

 Estar consciente equivale a manter atenção às figuras emergentes


da própria percepção
 Mantendo a flexibilidade e o fluxo natural: figura-fundo.

 Perls sugere 3 formas de consciência:


 A consciência de si mesmo;
 A consciência do mundo;
 A consciência do que está entre (fantasia).

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 Saúde é a capacidade de emergir do apoio e da regulação
ambientais para o auto-apoio e auto-regulação.

 Todo organismo possui a capacidade de regular um apoio ótimo consigo e


com seu meio.

 A apreciação apropriada do ritmo contato-fuga com o meio produz


equilíbrio organísmico.

 Indivíduos auto-apoiados e auto-regulados mantêm o livre fluir da


formação figura-fundo, na expressão de suas necessidades de
contato e retraimento.

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 Os maiores obstáculos ao crescimento são:
 A fuga da conscientização;
 A conseqüente rigidez da percepção.

 Quem interrompe seu crescimento torna-se neurótico:


 Permanece realizando manobras defensivas contra o mundo invasor.

 PEARLS aponta 4 mecanismos neuróticos básicos:


 Introjeção - Tendência a “engolir” tudo;
 Projeção - Tendência a responsabilizar os outros;
 Confluência - Ausência de limites entre o sujeito e o meio;
 Retroflexão – Tendência a voltar-se contra si mesmo.

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Eu faço minhas coisas, você faz as suas.

Não estou neste mundo para viver de acordo com suas


expectativas,

E você não está neste mundo para viver de acordo com as minhas.

Você é você, e eu sou eu;

Se por acaso nos encontrarmos, é lindo;

Se não, nada há a fazer.

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