Você está na página 1de 12

-1-

UNIVERSIDADE ESTÁCICO DE SÁ

A IMPORTÂNCIA DA CONTROLADORIA NO CENÁRIO ATUAL COM ÊNFASE


NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

Carolina da Silva Hornero Luz


carolina.hornero@hotmail.com
Matrícula: 201904186572
Campus / Nova Iguaçú-RJ

RESUMO
A controladoria é um ramo dentro da Ciência Contábil responsável pela elaboração e execução
do planejamento estratégico dentro de uma organização para auxiliar seus gestores nas tomadas
de decisões com base em informações obtidas através da comunicação com as outras diversas
áreas dentro da instituição a fim de se garantir sempre os melhores resultados. No cenário atual,
vimos que a Controladoria atuou de forma gritante, não só no Brasil mas como em todo o
mundo, com o caos que se instalou na saúde pública devido a pandemia as empresas tiveram
que elaborar a implantação de políticas de enfrentamento necessárias a minimizar os efeitos
proveniente da contaminação de seus funcionários e uma diminuição da produtividade e
posterior queda de lucro e ineficácia do plano de metas anual oriundos da falta de pessoal que
poderiam desfalcar um setor chave na administração econômica ou financeira da repartição.
Com isso, diante dessa nova problemática surgida recentemente, a controladoria de todos os
setores tanto da administração pública como também do setor privado, tiveram que se reinventar
para entregar de forma mais eficiente e precisa uma nova estratégia para alcance das metas e
objetivos a fim de se chegar no resultado pretendido e almejado pelos seus gestores. Neste
estudo será apresentado um paralelo entre a atuação da controladoria diante do cenário
pandêmico atual e o que está sendo adotado, em especial, na Administração Pública para
minimizar os efeitos do impacto na gestão econômica e financeira das instituições.

Palavras Chave: Controladoria – planejamento – estratégia – gestão – econômica

-1-
-2-

1. INTRODUÇÃO
Com o surgimento do cenário caótico de pandemia, os setores tanto das indústrias como
também de empresas, sejam elas de pequeno, médio ou grande porte além de toda administração
pública, principalmente, tiveram que inovar no que tange a elaboração, implantação e atuação
da controladoria como aspecto influenciador na tomada de decisão.
As informações que norteiam os gestores nas tomadas de decisões a partir desse novo
cenário atual pareciam muitas vezes imprecisas e sem esperança de resultados positivos. Por
outro lado, em se tratando da Administração Pública, em especial, do Governo Federal por parte
da Controladoria-Geral da União, vimos que o caráter disciplinar e organizacional,
influenciaram de maneira positiva seus gestores na preparação e elaboração de um plano
estratégico para alcance dos resultados, que na iniciativa privada estariam se perdendo devido
a falta de recursos ou de pessoal que na maioria das vezes, quando acometidos pela infecção do
novo Coronavírus não tinham substituto legal para gerir a função de Controller, que é o
profissional responsável por planejar, controlar e realizar manobras tanto na área contábil
quanto na administrativa dentro da organização para auxílio na tomada de decisões.
A Controladoria-Geral da União (CGU), desde o início de 2020, atuou em conjunto com
outros órgãos da Administração Pública para monitorar e fiscalizar a aplicação dos recursos
federais que foram repassados aos estados e municípios destinados para combate ao novo
Coronavírus objetivando identificar possíveis irregularidades e ocorrência de fraudes,
garantindo que o recurso seja empregado, de fato, em ações de enfrentamento à pandemia.
No combate aos desvios entre os diversos entes da federação, o montante analisado nas
contratações e licitações chega perto da casa de R$1,38 bilhão. A CGU também prestou apoio
técnico e forneceu informações de inteligência à 8 operações deflagradas para combater fraudes
no Auxílio emergencial. O trabalho consistiu no cruzamento de diversas bases de dados do
Governo Federal e permitiu a identificação de situações de potencial incompatibilidade com as
regras e requisitos legais exigidos para concessão do benefício.
O presente tema mencionado acima nos traz um alerta sobre a discussão da relevância
de alguns aspectos a serem considerados no controle exercido pelas organizações e a atuação
da controladoria como pilar principal que exerce um poder eficaz e fiscalizatório diante das
entidades como um todo e tem como objetivo verificar e zelar para que elas alcancem os seus
principais objetivos minimizando ou contornando os mais variados tipos de problemas que
possam a existir no caminho do resultado pretendido.

-2-
-3-

O estudo está estruturado em tópicos iniciando pelo resumo do tema, seguido da


introdução, depois pelo desenvolvimento e finalizando com as considerações finais.

2. DESENVOLVIMENTO
O processo decisório nas organizações é diretamente influenciado pela atuação da
Controladoria por meio das informações de planejamento e controle. Desse modo, o papel da
controladoria, é assessorar os diversos gestores, fornecendo mensurações das alternativas
econômicas e, por meio da visão da organização como um sistema integrado, entregar
informações precisas favorecendo o processo decisório.
Segundo Padoveze (2011), cabe a Controladoria garantir a eficácia da empresa,
controlando as operações e seus resultados planejados. Deve servir de ferramenta para o
monitoramento constante de todas as etapas do processo de gerenciamento da empresa.
Quando se trata sobre a Contabilidade aplicada no Setor Público, há que fazer a relação
também com o Orçamento Público, pois existe a necessidade dos dois caminharem juntos, um
complementando o outro. Quando se insere o tema Contabilidade aplicada ao Setor Público
com os temas Auditoria e Controladoria mostra-se sua importância na governança na
Administração Pública, que de acordo com o Decreto n. 9.203, de 22 de Novembro de 2017,
tem como definição de acordo com o art. 2º, inciso I “[...] conjunto de mecanismos de liderança,
estratégia e controle postos em prática para avaliar, direcionar e monitorar a gestão, com vistas
à condução de políticas públicas e à prestação de serviços de interesse da sociedade” (BRASIL,
2017).
Citando-se Contabilidade Pública, vem a ideia de ser uma contabilidade diferente. Na
verdade, ela não é diferente daquela aplicada nas empresas privadas, pois a contabilidade é uma
só. O diferencial entre a Contabilidade Pública e a Contabilidade aplicada nas organizações não
governamentais são alguns aspectos e algumas particularidades e, por isso, chamada de
Contabilidade Aplicada ao Setor Público e, recentemente, com as convergências às normas
Internacionais. Conceitualmente é o ramo da Contabilidade que estuda o Patrimônio à
disposição das entidades públicas, fornecendo elementos para a tomada e prestação de contas
dos responsáveis por bens e valores a eles confiados e para a organização dos balanços e
respectivos anexos. 6/37 Mais especificamente, segundo o Art. 83, da Lei n. 4.320, de 17/03/64,
“A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de
qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela
pertencentes ou confiados”. (BRASIL, 1964).

-3-
-4-

Tomando como base um Órgão da Administração Pública, esse processo desenvolvido


pela Controladoria cabe exatamente bem nítido em uma contratação por meio da licitação, na
qual o setor de compras através do pregoeiro e sua equipe de apoio assessoram diretamente o
Ordenador de Despesa na tomada de decisão e escolha da proposta mais vantajosa de
participantes habilitados que desejam obter contratos com a Administração.
Respeitando uma série de procedimentos e ritos impostos pela lei de licitações observa-
se que a Controladoria é um importante aliado no controle gerencial dos recursos públicos, uma
vez que estes estão cada vez mais escassos. Tendo em vista as dificuldades enfrentadas é
necessário e de fundamental importância que todos os envolvidos no processo licitatório sejam
muito bem qualificados e preparados para melhor auxílio do seu gestor.
A atividade administrativa se encontra sujeita aos controles externo e interno. Este é
efetuado pela própria Administração Pública, tendo em vista seu poder de autotutela, que se
encontra consolidado na Constituição Federal e nas Súmulas 346 e 473 do Supremo Tribunal
Federal. Faz-se um mister observar que à autoridade competente incumbe zelar pela
implantação do controle interno e por sua atuação de modo eficiente, permitindo não só
controlar a execução da despesa, mas também otimizar a utilização dos recursos, com resultados
para toda a Administração Pública, em respeito ao prescrito no art.74,II, da Constituição da
República Federativa do Brasil. Cabe ressaltar a importância da comissão de licitação no que
se refere ao controle dos diversos procedimentos a serem realizados no curso do processo
licitatório, cabendo-lhe zelar pela observância das normas aplicáveis, a fim de assegurar a lisura
de tal processo.
Ao mesmo tempo, há o controle externo da licitação que é exercido por diferentes órgãos
e pelos cidadãos. Nesse sentido, tal fiscalização pode ser desempenhada pelo Ministério
Público, pelo Poder Legislativo e pelos Tribunais de Contas. A identificação de fraudes em
licitação exige que seja dada a devida observância à formalização do processo, mediante a
análise do edital, dos documentos apresentados pelos concorrentes e de toda a documentação
relativa aos procedimentos realizados, dispensando-se especial atenção às irregularidades
detectadas, tais como a existência de documentos sem assinatura, não autenticados, idênticos
de licitantes diversos, prazos etc.
Além disso, é necessário atentar para o contexto real do processo licitatório, isto é,
verificar aspectos como a demonstração da necessidade de contratar por parte da autoridade
administrativa, o valor do contrato em comparação com os valores de mercado praticado e o
cumprimento do objeto a ser contratado.

-4-
-5-

As atividades de controle aplicadas ao setor público visam implementar atividades que


reflitam políticas confiáveis e eficazes, por isso é necessário utilizar ferramentas que possam
alcançar tais resultados. Os recursos disponibilizados pela contabilidade gerencial, podem levar
à produtividade e estrutura organizacional de um departamento específico, sua aplicação em
departamentos governamentais, suas respectivas funções e preocupações internas, e o processo
de execução do sistema suspenso desde a implementação do plano estratégico, e
acompanhamento Insira o resultado final. O poder de controle se alia ao planejamento da lei
orçamentária estipulada na Constituição Federal, que pode orientar e recomendar decisões de
ações emergenciais no campo de atuação. construção e implantação de empreendimentos no
setor público.
Em linhas gerais, quando os municípios desempenham suas funções de acordo com as
normas concebidas ou procedimentos rotineiros, implementam de alguma forma o chamado
controle interno dentro da contabilidade gerencial, que se caracteriza por ações isoladas.
Entretanto, os artigos 31, 70 e 74 da Constituição Federal de art.59 da Lei de
Responsabilidade Fiscal (sem falar na Lei Orgânica do Tribunal de Contas da União LC
202/2000) estipulam que os atos de gestão dever ser fiscalizados e exercidos com base no
sistema de controle interno que é concebido com base em uma estrutura organizada que
envolve todos os entes administrativos do desempenho de suas funções.
Para Padoveze (2004, prefácio) a Controladoria é o órgão administrativo responsável
pela gestão econômica da empresa, com o objetivo de levá-la a maior eficácia. A base científica
da Controladoria é a Ciência Contábil, onde repousam os fundamentos da gestão econômica.

3. ESTRUTURA DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO


Esse sistema destina-se a apoiar o Poder Legislativo e o Tribunal de Contas no exercício
de suas funções respeitando os preceitos da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e da eficiência exercendo a fiscalização contábil, financeira, orçamentária entre
outros aspectos da entidade.
A Controladoria Geral é uma unidade administrativa na qual são emitidos pareceres por
servidores com qualificação técnica sobre as contas anuais, resultados de auditoria, atividades
realizadas, avaliação do cumprimento dos planos e metas, orçamento e resultados financeiros,
além de resultados apresentados no balanço, evolução do estoque da dívida, creditando despesas
adicionais, despesas mínimas, limites de despesas e dívidas e atividades do legislativo.

-5-
-6-

A Unidade operacional de controle interno destina-se notificar o Controlador Geral


sobre práticas relacionadas com condutas ilegais, erros ou avarias além de cumprimento de
normas estabelecidas, também colabora com auditorias, sistemas de responsabilização ou
processos de gestão. A função da controladoria interna é verificada por funcionários da unidade
operacional conforme as normas estabelecidas no controle interno. Os relatórios gerados são
enviados ao Controlador Geral que emite um parecer na qual exemplifica e pontua as correções
a serem realizadas além de medidas e procedimentos especiais.
Em nível municipal, o controle interno tem as seguintes finalidades:
I - Avaliar o cumprimento das metas previstas no plano anual, execução dos programas do
governo e orçamento das prefeituras;
II - Comprovar a legitimidade e avaliar a eficácia e eficiência da gestão orçamental, financeira
e hereditária nos órgãos e entidades gestoras municipais, bem como os resultados da aplicação
da entidade de recursos públicos de acordo com o direito privado;
III - Exercer o controle sobre os créditos, avais e fianças, bem como dos direitos e deveres da
Administração Municipal; e
IV – Exercer sua missão institucional de apoiar no controle externo.
No Poder Executivo a controladoria é considerada como órgão central do controle
interno. Ela é responsável pela gestão de todo o sistema de informações, visando subsidiar os
gestores na correta aplicação dos recursos e mensuração dos resultados. Slomski (2005)
apresenta a seguinte ideia de controladoria:
“(...) Assim penso que a controladoria poderia ser sinônimo de concerto musical, ou seja, é
aquele órgão, departamento, secretaria que fará com que haja uma sinfonia (reunião de vozes,
de sons, consonância perfeita de instrumentos). Num mundo conturbado, onde cada um
avaliado pelo que produz, é premente a existência de um órgão que faça essa concertação (ato
de produzir sinfonia) - onde todos os instrumentos toquem de maneira isolada, porém sob a
mesma batuta, ou seja, que todos trabalhem buscando um só objetivo, a maximização do
resultado global da entidade.

4. CONTROLADORIA E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


Controlar uma organização seja ela pública ou privada, não é uma tarefa fácil, demanda
uma capacitação diferenciada e uma visão holística dos gestores. Para tanto a controladoria vem
como mais um instrumento que permite aos gestores apresentar, aos diferentes níveis
hierárquicos de uma empresa, os elementos que certifique que os resultados estão de acordo
-6-
-7-

com o planejado. Dentro da administração pública o controle é algo essencial para a


continuidade e a efetividade dos serviços prestados.
Devido à obrigatoriedade de demonstrar boas maneiras de governança e licitude para a
sociedade, controlar o planejado com o executado é uma das formas mais coerentes de
evidenciar a transparência dos gastos públicos. Silva (2013) afirma que quando é defendida a
aplicação de ações de controle nos órgãos públicos, nem sempre os gestores têm o entendimento
correto sobre o tema. Muito confundida com a auditoria, a Controladoria oportuniza ao gestor
a melhor alternativa para o gasto e para a excelência de cada área do órgão no desempenho de
suas atividades, visando qualidade do gasto, transparência e probidade administrativa. (p. 1)
A administração pública é vista como todos os instrumentos que o Estado possui, com
a finalidade de prestar serviços para atender as necessidades da sociedade. Portanto, quando se
fala em administrar dentro do ambiente público não se pode remeter apenas a prestação de
serviços, mas ao ato de impulsionar, comandar e executar os serviços de forma a gerar
resultados oportunos dentro da coletividade, (Kohama, 2016). Nesse aspecto Hochmüller
(2009, p. 18) coloca que “A Controladoria é a unidade administrativa dentro da Entidade
Pública que, através da Ciência Contábil e do Sistema de Informação de Controladoria, é
responsável pela coordenação da gestão econômica no sistema organizacional.”. A
controladoria possui papel de destaque nas empresas e repartições públicas, não restringindo
sua relevância apenas às organizações privadas. Oliveira (2010, p. 104) enfatiza que “A
controladoria sempre estará voltada para os aspectos relacionados ao controle econômico do
negócio”.
As empresas independentemente de públicas ou privadas precisam estar comprometidas
com a eficácia e a máxima eficiência do negócio, (Oliveira, 2010). Ao tratar de controle na
administração pública Hochmüller (2009) destaca que a Administração Pública deve
rigorosamente servir aos fins para os quais o Estado foi criado, evidencia-se a necessidade de
permanente incidência do controle sobre toda e qualquer atividade administrativa. Assim, ao
zelar pela responsabilidade e transparência na gestão pública, constitui-se o controle em
importante instrumento democrático. (p. 8) Quando relacionamos a controladoria aos órgãos
públicos, tendo em vista seu enfoque administrativo, atribui-se à essa o papel de colaborar para
o aprimoramento dos resultados econômicos, visando contribuir para a sociedade de forma
geral. Destacando dentro da contribuição à população a função de propiciar a transparência dos
dados e das ações públicas dos gestores. Conforme destacam Suzart et. al. (2011, p. 45) “As
controladorias públicas no Brasil foram criadas com o objetivo de auxiliar na gestão dos

-7-
-8-

recursos públicos, produzindo um instrumental para a diminuição da assimetria informacional


entre os gestores do erário e a sociedade.”.
A controladoria oferece, assim, benefícios não somente para os governos, mas também
para população em geral. Quanto aos benefícios proporcionados pela controladoria, seja eles
imediato ou em longo prazo, Silva (2013) afirma que a controladoria: proporciona um padrão
a ser seguido pelo órgão e seus colaboradores; gera qualidade nos processos internos; garante
a confiabilidade de todas as áreas; garante a continuidade dos trabalhos nas substituições
ocasionadas pela rotatividade de colaboradores; proporciona ao gestor garantia da boa aplicação
dos recursos públicos; centraliza as atividades de controle em uma estrutura pensante e
especialista; os fatos não se perdem na mudança de gestão. (p. 1) Logo, controladoria no setor
público compreende uma gama de funções, como as descritas pela literatura sobre as funções
da Controladoria. Porém, uma atividade é central em todo órgão controlador público: auxiliar
na gestão dos recursos públicos.
De acordo com Suzart et. al. (2011, p. 48) “Quer seja assumindo a forma de um órgão
específico de um ente estatal, quer seja por meio do desempenho de atividades pelos diversos
setores e/ou servidores, a controladoria se materializa no setor governamental auxiliando a
gestão dos recursos públicos.”. Assim a controladoria adquiri funções de orientar, supervisionar
e propor ações públicas que visem a otimização dos recursos. Conforme coloca Peixe (2008
apud Hochmüller 2009) a Controladoria governamental tem a função de: 1) Orientar e expedir
atos normativos concernentes à ação do Sistema de Controle Interno Integrado; 2)
Supervisionar e fiscalizar as atividades do Sistema no seu todo, na busca da consolidação de
informações gerenciais; 3) Programar, coordenar, acompanhar e avaliar as ações setoriais do
Governo; 4) Determinar, acompanhar e avaliar a execução de auditorias operacionais e de
gestão; 5) Promover a apuração de denúncias formais, relativas a irregularidades ou ilegalidades
praticadas em qualquer órgão ou entidade da administração, dando ciência ao titular do Poder
Executivo, ao Tribunal de Contas, ao interessado e ao titular do órgão, ou autoridade
equivalente, a quem se subordina o autor do ato objeto da denúncia, sob a responsabilidade
solidária nos termos da legislação em vigor; 6) Aplicar penalidade, conforme legislação vigente,
aos gestores inadimplentes; 7) Propor bloqueio de transferência de recursos do Tesouro e de
contas bancárias; 8) Elaborar e manter atualizado o Plano de Contas único para os órgãos da
administração indireta e fundacional; 9) Apresentar periodicamente os demonstrativos de
acompanhamentos de despesas e receitas de acordo com a lei 4.320/64 e a lei de
responsabilidade fiscal. (pp. 20-21)

-8-
-9-

Independente da forma assumida, ou do tipo de controle que exerce (externo ou interno),


a controladoria se mostra como um órgão eficaz de gestão dos recursos públicos. Para
Albuquerque et. al. (2015) dentro da controladoria existem dois tipos de controle, sendo eles
interno e externo. A forma de desempenhar o controle dentro da administração pública varia de
acordo com a necessidade do Órgão ou autoridade que o aplica. Silva (2013) afirma que os
tipos de controles estão ligados diretamente à sua execução. Controle externo é aquele exercido
por órgão estranho à administração e não integra a estrutura do órgão controlado, sendo
exercido pelos Tribunais de Contas. Controle interno é aquele exercido pela própria
administração aos seus atos, no âmbito de sua própria estrutura administrativa. Dessa forma, o
controle interno é aquele desempenhado pelo próprio orgão, com o objetivo de controlar e
assegurar a regularidade das suas ações.
Possibilita aos gestores um índice elevado de segurança, a fim de diminuir a
porcentagem de erros e assim cumprir com o estabelecido pela administração pública. Controle
interno pode ser visto como “cada setor ou área do órgão que se destina a controlar algum
procedimento interno: recursos humanos, almoxarifado, biblioteca, compras, contabilidade,
jurídico, licitações, tesouraria etc.” (Silva, 2013, p. 6). Sendo assim, a controladoria atua e
monitora todo o sistema que abrange o 10 www.congressousp.fipecafi.org controle interno,
com o objetivo de gerar informações úteis e sintetizadas da situação que se encontra a
administração pública, a fim de direcionar a tomada de decisão dos gestores. O controle externo
segundo Silva (2013, p. 5) é “aquele exercido por órgão controlador que não integra a estrutura
do órgão público, efetuado de fora para dentro.” O controle externo é executado pelos
Tribunais, sendo eles de Contas da União, Contas dos Estados, Contas do Distrito Federal e
Tribunal de Contas dos Municípios. A controladoria dentro desses orgãos é desempenhada de
forma técnica e especializada para trazer segurança para os gestores quanto aos atos e
assegurando qualidade nos gastos públicos. Partindo desse aspecto, o papel da controladoria na
administração pública assume relevância, uma vez que, provê informações e controle dos
recursos públicos seja para o interesse interno (gestores e administradores públicos), seja para
o interesse externo (sociedade em geral).
Segundo destaca Suzart et. al. (2011, p. 54) “No setor público, a controladoria exerce
papel importante, pois, permite aos gestores públicos o desenvolvimento de mecanismos de
acompanhamento das atividades e dos programas públicos, ela, ainda, ajuda na avaliação dos
resultados alcançados.”. Ainda sobre a importância da controladoria na área pública
Hochmüller (2009, pp. 4-5) coloca que: A criação da Controladoria Governamental, como área

-9-
- 10 -

voltada para apoiar o gestor público no processo de tomada de decisões e na prestação de contas
da aplicação de recursos de maneira eficaz, eficiente e efetiva, viabiliza a integração do sistema
de controle interno de fiscalização, contabilidade e auditoria do Ente Público.
O resultado dessa integração sistemática é a concretização da continuidade a toda
gestão pública, sem interrupção do trabalho do controle interno, disponibilizando os
instrumentos necessários para a geração de informações ao gestor público sobre tudo o que está
acontecendo em todos os setores organizacionais, com relatórios gerenciais e avaliações
preventivas sobre prováveis erros ou fraudes, que porventura estejam ocorrendo em qualquer
órgão subordinado ao governo.
Dessa forma, a gestão governamental terá condições de promover os ajustes e correções
que venham a evitar o desperdício ou o desvio de dinheiro público, materializados em abusos
ou desfalques, bem como fortalecerá os mecanismos de fiscalização prévia, concomitante e
subsequente para identificar e sanar irregularidades, ilegalidades e deficiências na destinação
adequada dos recursos públicos.
Portanto, as instituições que desempenham a função de controladoria no setor público
são essenciais para garantir informações sobre os gastos públicos, bem como, fiscalizar a
correta gestão dos recursos. Sendo extremamente relevantes no auxílio a tomada de decisão
pelos gestores e administradores públicos, com a finalidade de contribuir para as boas práticas
políticas dos governos.

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O governo, em suas repartições, necessita de organização, execução e controle, a
controladoria não é somente uma ferramenta de produtividade mas também uma engrenagem
de resultados positivos, a função extraordinária que a mesma exerce dentro do campo
governamental e capaz até de mensurar índices de crescimento e proporcionalidade conjuntural
em projetos.
Destacando-se a eficácia na informação gerada pelo setor, informações que viabilizam
uma tomada de decisão obedecendo as leis que regem a administração pública, seja: LOA,
LDO, PPA, diante de qualquer pressuposto de diretrizes a controladoria exerce papel
fundamental para desenvolvimento e execução das atividades governamentais.
A controladoria na administração pública desempenha uma função relevante sendo uma
instituição que serve de base para gestores e administradores tomarem decisões e estruturar o
planejamento de governo. Além disso, a controladoria exerce um papel intermediário entre
- 10 -
- 11 -

população e governo, fornecendo informações e contribuindo na transparência da gestão


pública, atuando também como órgão fiscalizador. A estrutura de ação da controladoria no setor
público pode variar, sendo um conceito utilizado na gestão, um órgão ou instituição do governo,
como também uma função desempenhada por um agente público.
Entretanto, vale destacar que independente da estrutura empregada à controladoria tem
uma função bem clara, a investigação e levantamento de dados organizacionais para os
interessados sejam eles internos ou externos, como deixa claro a literatura. Deve-se levar em
conta que a controladoria não é uma ciência isolada, mas um campo que possui
multidisciplinariedade e que se utiliza de conhecimento diverso para a execução do objetivo.
Para tanto, a controladoria apropria-se de conhecimento gerado por outros setores.
Nesse contexto, a controladoria emprega informações e dados produzidos pela
Economia, Administração, e principalmente, da Contabilidade. Tomando por base o exposto
pela literatura sobre controladoria, a aplicação dos princípios e funções desse campo no setor
público ocorre com base nas informações produzidas pela contabilidade pública. Visando
principalmente a análise de gastos dos recursos, bem como uma maior transparência na gestão
das contas públicas. Ressalta-se que este estudo abordou apenas os conceitos gerais, as
definições de controladoria e a aplicação da mesma no setor público.
A pesquisa teve, portanto, apenas um caráter exploratório, cabendo a estudos futuros
uma investigação mais profunda na literatura existente, sobre a efetividade da controladoria e
casos específicos de aplicação.

6. REFERÊNCIAS

LUNKES, R.J et all. A Disciplina de Controladoria e sua inclusão nos cursos de ciências
contábeis, Rev. De Contabilidade do Mestrado em Ciências Contábeis da UERJ. Rio de
Janeiro, v. 14, n. 2, p. 32 - p. 49, 2009

OLIVEIRA, O. V; LOPES, H. D; FORTES, S.H. Controladoria no Contexto


Brasileiro: foco dos estudos acadêmicos nos últimos dez anos. Simpósio de excelência em
gestão e tecnologia. 2014

BRASIL, Constituição (1988). Disponível em: <


http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>

BRASIL. Controladoria-Geral da União. Licitações fraudadas continuam liderando as


irregularidades encontradas pela CGU em municípios. Disponível em: <http://www.
portaltransparencia.gov.br

- 11 -
- 12 -

INSTITUTO BRASILEIRO DE AUDITORIA DE OBRAS PÚBLICAS — Ibraop.


Fraude em licitações de obras públicas.
Disponívelem:http://www.ibraop.org.br/site/media/encontro_tecnico/2004_mg/fraudes_licitac
oes.pdf>

RAMOS, Jéferson M. et al. Principais achados de auditoriaem licitações no TCEMG.


Disponível em: <http://www.tce.mg.gov.br/alei8666eotcemg/PDF/Minicurso%20
PRINCIPAIS%20ACHADOS%20DE%20AUDITORIA.pdf>

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DE ENTIDADES FISCALIZADORAS


SUPERIORES. Diretrizes para as normas de controle interno do setor público. Tradução de
Cristina Maria Cunha Guerreiro, Delanise Costa e Soraia de Oliveira Ruther. Salvador:
Tribunal de Contas do Estado da Bahia, 2007

- 12 -

Você também pode gostar