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PÓS FIP - PSICANÁLISE

DISCIPLINA: HISTÓRIA DA PSICANÁLISE


PROFESSORA: RENALLY XAVIER
ALUNA: DANNY PRISCILA ARAÚJO MEDEIROS

AVALIAÇÃO
COM BASE NO CONTEÚDO ESTUDADO NA DISCIPLINA. DISSERTE ACERCA DA
RELAÇÃO ENTRE A METAPSICOLOGIA FREUDIANA CONSIDERANDO A TEORIA
DO APARELHO NEURAL A TEORIA DO APARELHO PSIQUICO BEM COMO A
RECONSTRUÇÃO DA PRIMEIRA TÓPICA E O COMPLEXO DE ÉDIPO NA
CONSTRUÇÃO DO PENSAMENTO DOS PÓS FREUDIANOS CONSIDERANDO A
TEORIA DO SIGNIFICANTE EM LACAN, METAPSICOLOGIA DE MELAINE KLEIN E
RELAÇÕES DE OBJETO EM WINNICOTT.

Nas obras completas de Freud, volume 12, podemos encontrar alguns dos artigos
referentes à metapsicologia freudiana, sendo estes intitulados como: “Os instintos e seus
destinos (1915)”, “A repressão (1915)”, “O inconsciente (1915)”, “Complemento
metapsicológico à teoria dos sonhos (1917)”, e “Luto e melancolia (1917)”. Cada um desses
textos, traz diversos elementos a serem abordados de forma clínica, de modo a descrever a
organização e o funcionamento do psiquismo. São textos, porém, que não apenas clínicos,
trazem questões referentes ao funcionamento também de uma sociedade, e de como esta se
relaciona com os objetos, por exemplo.
Podemos perceber que Freud faz uma leitura sobre o aparelho psíquico e sobre a
constituição psíquica do indivíduo, sendo o Lacan que vai trabalhar o conceito de sujeito.
Essa leitura se dá através de três pontos de vista: topográfico, dinâmico e econômico. Sendo o
ponto de vista topográfico, uma forma de pensar a estrutura do aparelho psíquico, que fora
dividido por Freud em duas tópicas, a primeira onde aparece o Inconsciente, Pré-consciente e
Consciente; e a segunda onde ele trata do Id, Ego e Superego. É o recalque, então que dá ao
aparelho psíquico, o seu caráter dinâmico, assim como os processos de condensação e
deslocamento presentes, por exemplo, nos sonhos. O aparelho psíquico conta ainda com um
ponto de vista econômico, e este é representado pelas pulsões que perpassam todos os outros
conceitos descritos até aqui. A pulsão aparece como um conceito limite entre o psíquico e o
somático, não sendo passível de recalque, de censura. Formula-se a pulsão através da pulsão
de vida (pulsões de autoconservação e pulsões sexuais), e pulsão de morte. [1]
Para Lacan, o inconsciente é a soma dos efeitos da linguagem sobre um sujeito, tendo
em vista que um sujeito se constitui pelos efeitos do significante. [2] Lacan inverte a lógica
de Saussare e privilegia esse significante. Insiste na função do simbólico no tratamento,
levando em consideração que é através da linguagem que a demanda se articula, e que é este
simbólico, essa instância que recorta no corpo as zonas erógenas, através das quais nos
relacionamos com o outro. [3] Lacan faz uma releitura do Édipo o dividindo em três tempos,
ao invés de fases como Freud colocara. Por trabalhar com a noção de tempo lógico, e não
cronológico, designa o Pai enquanto função significante (Nome-do-pai). [4]
Para Melanie Klein, a estrutura do Édipo começa a se formar desde o desmame do
bebê. Trabalha com o conceito de posições (esquizoparanóide e depressiva), e se mantém fiel
ao trabalho de Freud em relação às pulsões de vida e de morte. As posições correspondem
aos modos de funcionamento das relações com os objetos e os mecanismos de defesa a eles
associados. Na posição esquizoparanóide, o amor e o ódio assim como a ideia de seio bom e
seio mau são mantidos separados um do outro; enquanto que na posição depressiva, aparecem
unificados devido a uma ansiedade depressiva intensificada, onde o bebê sente que destruiu
ou está destruindo esse objeto (seio, e consequentemente, a mãe) com sua voracidade e
agressão descritas como incontroláveis. Esses estágios são descritos como iniciais ao
complexo de Édipo estudado por Freud, sendo anteriores a tais. A mãe aparece então na
dimensão de objeto parcial - um seio bom, um seio mau; um seio devorador, outro que
satisfaz. [4]
Winnicott, pediatra e psicanalista, desenvolve o fator ambiental como facilitador do
desenvolvimento de uma criança - sendo o ambiente sinônimo de cuidados maternos, a mãe,
ou algum substituto desta. Esse ambiente deve propiciar ao bebê a capacidade de criar e
recriar o objeto, segundo o princípio do prazer, até que esteja pronto para aceitar o princípio
de realidade. Percebo uma visão um tanto idealizada da infância, como se fosse possível
chegar a um nível saudável de desenvolvimento. A relação mãe-bebê visa então um
amadurecimento emocional, e só a partir deste que seria possível para a criança desenvolver
uma relação com os objetos, e de dependência com a figura que realiza os cuidados de
alimentação, higiene e afeto. Trabalha o conceito de objeto transicional como aquele utilizado
pela criança para suportar a ausência materna, tendo uma função de certo modo,
apaziguadora. Difere do objeto a em Lacan, tendo em vista que a possibilidade de
aproximação deste causa angústia. [4]
REFERÊNCIAS:
1. FREUD, Sigmund. Introdução ao Narcisismo: ensaios de metapsicologia e outros
textos - Obras Completas, v. 12, São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
2. LACAN, Jacques. Seminário, livro 11: os quatro conceitos fundamentais da
psicanálise. 2 ed, Rio de Janeiro: ZAHAR, 2008.
3. LANG, Charles Elias; ANDRADE, Hudson Vieira de. Formalização e clínica
psicanalítica: a estrutura, o significante e o sujeito. Cad. psicanal., Rio de Janeiro, v.
41, n. 40, p. 99-119, jun. 2019. Disponível em:
http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-62952019000100
007&lng=pt&nrm=iso.
4. COSTA, Teresinha. Psicanálise com crianças., 3 ed., Rio de Janeiro: Zahar, 2010.

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