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Relatório do cine debate “História de um casamento”

No dia 10/06 aconteceu o ultimo cine debate do período trazendo como tema principal
relações conjugais, utilizando o filme História de um casamento disponível na Netflix. Para
debaterem o tema foram convidados a psicóloga Elisangela de Melo, juntamente com a
professora Ana Leticia

É importante destacar que Elisangela tem uma propriedade pra falar sobre o tema uma
vez que a mesma fez especialização e doutorado na área da família, além de ter feito mestrado
em educação relatando a experiencia como psicóloga escolar e no doutorado trabalhou com
filmes que tinham relação com luto, usando filmes como intervenção terapêutica

O filme escolhido foi A história de um casamento, onde narra a separação de um casal,


Nicole e Charlie, devido a inúmeros problemas na relação. No decorrer do filme é mostrado
quais foram os motivos que levaram o casal a chegar a tal decisão, podendo ser possível para o
telespectador observar a relação problemática que eles vivam.

O filme traz a história de um relacionamento abusivo com violência passiva, conforme é


dito por Elisangela. De início, a psicóloga convidada destaca que é necessário entender a
importância de ter espaço e limites dentro de um relacionamento. Quando o espaço do outro
é invadido já é considerado uma relação abusiva ou toxica. Conforme dito por Elisangela, há
uma diferença entre os dois uma vez que o relacionamento abusivo um está diminuindo o
outro, já na relação toxica, os dois estão oferecendo o pior que podem uma para o outro. Para
identificar um relacionamento abusivo, podemos destacar o excesso de ciúmes, onde no filme
não traz explicitamente, mas pode estar relacionado com o fato de Charlie impedir o sucesso
profissional de Nicole; há também o habito da parte do abusador de não se importar com o
sentimento do outro mas somente com o seu próprio, onde Charlie fez isso no decorrer do
filme com a Nicole; além de ações que tem como objetivo diminuir a autoestima do outro o
que pode ser visto na relação retratada no filme também.

Foi destacado no debate que, no início do filme quando Nicole decide se separar, ao
escrever uma carta sobre Charlie, Nicole começa a perceber que o que ela havia escrito na
verdade não estava de acordo com a realidade, já que é possível ver no filme que ele a
colocava para baixo, diminuía sua autoestima, a impedia de realizar os desejos pessoais dela, a
criticava e a menosprezava profissionalmente.

É interessante notar a fala da Elisangela no que se refere a determinada característica de


Charlie, onde é dito no filme que ele vinha de uma família que tinha violência, e mesmo que no
seu relacionamento ele não tenha trago a violência física que ele testemunhou na casa de seus
pais, ele estava praticando uma violência passiva. Isso pode ser correlacionado com a vida real,
uma vez que muitas vezes o abusador não pratica a violência física, mas sim um forte abuso
psicológico para com a vítima.

Conforme também foi debatido, Nicole tem a capacidade de perceber que estava em
um relacionamento abusivo passivo e estava dependente de Charlie, o que faz com que venha
a decisão de sua parte do divórcio e essa separação do casal ocorreu de forma tranquila. Por
mais que houvesse conflitos entre eles, ao realizar os tramites do divórcio de certa forma não
houve um sério desentendimento com relação a isso, fazendo com que muitas vezes quem
está assistindo torça para que o casal fique junto, supere as adversidades que viveram e os
abusos que ela sofreu, o que infelizmente não é a solução.

Uma fala que achei interessante foi do padre Claudinei que pontuou que há realmente
essa frustação visto que os personagens não ficam juntos como na maior parte dos filmes
acontece. Quando nos deparamos com situações como essa, inconscientemente nos
esforçamos para resolver o problema como um todo para que haja reconciliação do casal, não
levando em conta a subjetividade de cada indivíduo. Nicole teve firmeza na sua decisão apesar
de algumas vezes no filme ela quase se deixa levar pela emoção e parece querer até mesmo se
reconciliar, talvez sendo influenciada pelo senso comum de que deve haver essa insistência da
parte da mulher na relação, mas ela estava decidida a sair daquela situação. Hoje muitas
mulheres não conseguem sair de relacionamentos abusivos por medo de não ter amparo ou
condições de se manter sozinha, o que as leva a permanecer por muito tempo em tal relação.
Diferente de Nicole que tinha um conhecimento e condições financeiras de sair de uma
relação sem receio de não ter condições de manter a si mesma e a seu filho, muitas hoje
infelizmente não têm essa vantagem.

Conforme dito pela psicóloga convidada, para que haja um amparo para vítimas de
relacionamentos abusivos é necessário a ajuda de vários profissionais além do psicólogo,
conforme dito por Elisangela podemos citar os advogados e médicos que fornecem muitas
informações para a vítima e a amparam legalmente. É necessário dar atenção também se há
algum transtorno de personalidade envolvida no abusador porque isso traz um sofrimento
muito grande para ele e a atuação do psicólogo nesses casos é d extrema importância.

De fato, esse cine debate foi muito importante para mim pois além de me informar mais
acerca desse tema, pude aprender que há diferenças entre relacionamento abusivo e toxico,
além de compreender que por mais que a vítima sofra com os abusos, caso o abusador tenha
algum tipo de transtorno de personalidade, é importante lhe dar assistência psicológica visto
que o seu sofrimento também é muito grande. Debates como esses são de extrema
importância para a formação acadêmica visto que, faz com que haja uma exploração de
diversos temas que infelizmente não são possíveis serem realizados em sala de aula, mas que
contribui tanto para uma reflexão bem profunda acerca desse tema ou até mesmo para
nortear alunos que procuram realizar determinadas especializações futuramente.

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