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RESUMO
ABSTRACT
This study aimed to identify and combat losses in the area of vegetable produce on a
production company meals in large amount, applying the concepts of the Toyota
System Production. From the structure of the steps and activities involved in the area
of vegetable. It has were possible also identify the type of losses present in each of
the activities according to the seven loss of the Toyota Production System and
quantifies them to measure the impact on organization. From this stage proposed
measures to combat losses identified, based on the principles of the Japanese
model. Our findings and the principles of the Toyota Production System can be used
for identification and combat losses in industry production meal bringing
improvements important in production processes and operational efficiency.
1 INTRODUÇÃO
Nos dias atuais, muito tem se falado sobre criar hábitos de alimentação saudável e
fica cada vez mais evidente, a necessidade de uma UAN- Unidades de Alimentação
e Nutrição , se diferenciar diante de um mercado muito concorrido. A alimentação
promove um papel essencial na vida das pessoas e faz parte de todas as etapas da
vida de um ser humano. Em uma UAN, diferencia-se a alimentação da nutrição, bem
como alimentos e nutrientes, pois, apesar de parecidos, tem conceitos diferentes.
2. REFERENCIAL TEÓRICO
Segundo Slack, Chanbers e Johston (2002, p.487) “desperdício pode ser definido
como qualquer atividade que não agrega valor.” Desta forma o Sistema Toyota de
produção combate toda e qualquer forma de desperdício. O Sistema Toyota de
Produção, diferente do sistema de produção em massa, tinha como objetivo produzir
muitos modelos em pequenas quantidades, tendo como base mais absoluta
eliminação do desperdício (OHNO, 1997). O sistema de produção em massa, criado
por Henry Ford, visava grandes escalas de produção.
A Toyota Motors tentou por vários anos, sem sucesso, reproduzir a organização e os
resultados obtidos nas linhas de produção da Ford, até que em 1956 o então
engenheiro-chefe da Toyota, Taiichi Ohno, percebeu, em sua primeira visita às
fábricas da Ford, que a produção em massa precisava de ajustes e melhorias de
forma a ser aplicada em um mercado discreto e de demanda variada de produtos,
como era o caso do mercado japonês. Ohno notou que os trabalhadores eram sub-
utilizados, as tarefas eram repetitivas além de não agregar valor, existia uma forte
divisão (projeto e execução) do trabalho. A qualidade era negligenciada ao longo do
processo de fabricação e existiam grandes estoques intermediários (GUINATO,
2000). Segundo Shingo (1996) a essência do Sistema Toyota de Produção é a
perseguição e eliminação de toda e qualquer perda. É o que na Toyota se conhece
como “princípio do não custo”.
fabricação somado a uma margem de lucro pretendida. Desta forma, era permitido
ao fornecedor transferir ao cliente os custos adicionais decorrentes da eventual
ineficiência de seus processos de produção.
Para Ohno (1997) e Slack, Chanbers e Johston (2002), o primeiro passo para
eliminar os desperdícios é identificá-los. Desta forma o Sistema Toyota de produção
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identificou sete grandes perdas nas quais acredita serem aplicáveis tanto para
manufatura quanto para serviços, apresentadas a seguir.
Desperdício de superprodução;
Desperdício de tempo disponível (espera)
Desperdício em transporte;
Desperdício do processamento em si;
Desperdício de estoque disponível (estoque)
Desperdício de movimento;
Desperdício de produzir produtos defeituosos.
Segundo Ohno (1997) as perdas por superprodução são críticas por esconderem
outras perdas, como por exemplo, as perdas por produtos defeituosos, perdas
decorrentes da espera do processo e do lote. Antunes (1995) demonstra ações para
atacar as perdas por superprodução:
a) Melhoria no processo de estocagem, através do nivelamento das quantidades e
sincronização dos processos, visando minimização ou eliminação da
necessidade de estoques intermediários.
b) Melhoria no processo de estocagem, por meio da operação em fluxo de uma só
peça, ou produção em pequenos lotes. Torna-se também necessário a melhoria
no layout da fábrica.
c) Melhoria na operação, através da melhoria dos tempos de preparação de
máquinas e ajustes. Os tempos de preparações longos acarretam a necessidade
de produção de grandes lotes, resultando na existência de estoques
intermediários desnecessários e longos tempos de lead times.
Para Corrêa e Gianesi (1993), perda por espera refere-se ao material que esta
esperando para ser processado, formando filas e que visam garantir altas taxas de
utilização de equipamentos. Havendo lotes maiores haverá formação de filas para o
processamento do material nas operações subsequentes. Até esse estágio teríamos
somente o desperdício em função da superprodução. Mas como os materiais são
necessários em etapas do processo, ou setores posteriores, os processos também
ficam aguardando o recebimento do material para poder iniciar a sua etapa.
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Shingo (1996) concorda neste entendimento considerando que existem dois tipos de
perdas por espera: a do processo e a do lote. Segundo ele, a espera do processo
ocorre quando um lote de itens não processados fica esperando enquanto
precedente é processado, inspecionado ou transportado. Espera no processo pode
ser minimizada ou eliminada através do balanceamento das quantidades de
produção e capacidades de processamentos entre processos e a sincronização da
linha de produção na fábrica.
Segundo Corrêa e Gianesi (1993), pode haver perdas no próprio processo produtivo
que podem ser eliminadas através de questionamentos como e porque determinado
componente deve ser feito, qual sua função no produto, porque esta etapa no
processo é necessária. Para ele, é comum que os gerentes se preocupem em fazer
o processo rápido sem questionar o porquê de se estar fazendo. Essa atividade está
diretamente relacionada com a metodologia chamada de análise de valor.
Antunes (1995) reforça a ideia de que para identificação desta perda, é necessário
sempre fazer duas perguntas básicas e que podem ser respondidas através das
lógicas das técnicas de análise:
a) Por que este tipo de produto deve se produzido?
b) Por que este método deve ser utilizado neste tipo de processamento?
desnecessários como abaixar para pegar uma ferramenta que poderia estar ao
alcance das mãos em local padronizado. São responsáveis para que o tempo não
aproveitado, e o movimento que, sendo efetuado, não agregam valor ao produto
sejam considerados desperdícios (SHINGO, 1996).
Este tipo de perda esta ligada diretamente a problemas de qualidade que geram os
maiores desperdícios no processo. A produção de produtos defeituosos significa
desperdício de disponibilidade de mão de obra, materiais, disponibilidade de
equipamentos, movimentação de materiais defeituosos, armazenagem entre outros.
(CORRÊA; GIANESI, 1993).
Slack, Chanbers e Johston (2002) citam que este tipo de perda é normalmente
bastante significativo nas empresas, mesmo que as medidas reais de qualidade
sejam limitadas. Segundo ele, Os custos de qualidade são normalmente muito
maiores do que se têm sido considerados, sendo, portanto mais importante atacar
as causas destes custos.
Dentro da filosofia JIT, estoque torna-se um alvo para eliminação. Corrêa e Gianesi
(1993) concordam que o desperdício de estoque deve ser eliminado pelas causas
geradoras e acrescenta que esse desperdício além de ocultar outras perdas significa
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Segundo Antunes (1995), se o período de produção, for muito maior que o prazo de
entrega é inevitável a produção de estoques especulativos e aumento de inventário
dos produtos, o que significa estoques desnecessários.
Ainda segundo Shingo (1996) devem-se adotar três estratégias para atingir a
produção ideal com estoque zero.
3. METODOLOGIA
Este trabalho teve como finalidade, não apenas a descrição de dados pesquisados,
mas também relatar de forma interpretativa no que se refere aos dados obtidos.
Neste sentido foi realizada uma abordagem qualitativa para analisar de forma mais
detalhada os aspectos pesquisados.
Quanto aos objetivos, esta pesquisa pode ser classificada como descritiva. De
acordo com o conceito de Gil (2010) por proporcionar maior familiaridade com o
problema com intenção de torna-lo mais explicito.
De acordo com Gil (2010) o estudo de caso consiste em um estudo profundo que
permite um amplo e detalhado conhecimento. Marconi e Lakatos (2010) e GIL
(2010) descrevem que o estudo de caso se refere ao levantamento com mais
profundidade de um determinado caso, porém é limitado por restringir-se ao caso
que se estuda.
De acordo com Marconi e Lakatos (2010), o estudo de caso reúne o maior numero
de informações detalhadas e requer diferentes técnicas de pesquisa. Gil (2010)
sugere no estudo de caso a utilização de fontes documentais, entrevistas e
observação.
Nesta fase foram estruturadas as análises sobre os aspectos que emergiram a partir
dos estudos desenvolvidos nesta pesquisa. Esta estruturação baseou-se nos
objetivos determinados na unidade I, considerando os conceitos que fundamentarão
o referencial teórico tendo como base o sistema Toyota de produção. Dessa
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maneira, seguem-se então as análises em torno dos fundamentos das sete perdas e
demais princípios do modelo Japonês de produção.
1 Nenhuma perda 1 Perda por 1 Perda por 1 Perda por 1 Nenhuma perda
Identificada estoques Movimentação superprodução identificada
2 Perda por 2 Nenhuma perda 2 Perda por 2 Nenhuma perda 2 Perda por
estoques identificada estoques identificada Superprodução
3 Perda por 3 Nenhuma perda 3 Perda por 3 Nenhuma perda 3 Nenhuma perda
estoques identificada movimentação identificada identificada.
4 Nenhuma perda 4 Nenhuma perda 4 Perda por 4 Nenhuma perda 4 Perda por
identificada identificada serviço identificada produto defeituoso
defeituoso
5 Nenhuma perda 5 Perda por 5 Nenhuma perda 5 Nenhuma perda
identificada produto defeituoso identificada identificada
6 Nenhuma perda 6 Perda por
identificada. Superprodução
Fonte: Adaptado de Campos (2012)
A partir das perdas identificadas em cada etapa e em cada atividade, na figura 10,
podemos descrevê-las para entender como elas acontecem. Vale ressaltar que a
empresa corre grandes riscos com as perdas identificas já que em grande parte
delas, pode causar a geração de alimentos impróprios para consumo causando
danos a sociedade.
A perda por estoques caracteriza-se nesta atividade devido ao fato de que por
flutuação da demanda, a quantidade calculada é sempre aumentada manualmente
pela nutricionista responsável. De acordo com Shingo (1996), a preocupação com
flutuação de demanda é um dos fatores por estoques produzidos por antecipação.
A perda por estoques foi caracterizada durante esta atividade. Foi detectado que ao
fazer o cálculo da necessidade de compras, não se considerava o saldo dos
estoques gerando compras em excesso e estoques desnecessários. Fazendo uma
analogia com a descrição de Shingo (1996), o acumulo de estoques pode ocorrer
por ineficiência tanto no processo quanto nas operações. Esta perda esta ligada a
ineficiência na operação.
horário de entrega determinado, o que fazia com que a mercadoria fosse recebida
mesmo quando chegava com uma qualidade ruim, pois a inspeção era feita por
amostragem. Este produto passa por todas as etapas, gerando custos de mão de
obra, armazenamento, etc. e quando chega à produção não pode ser aproveitado.
De acordo com Corrêa e Gianesi (1993), a produção de produtos defeituosos
significa desperdício de disponibilidade de mão-de-obra, materiais, disponibilidade
de equipamentos, movimentação de materiais defeituosos, armazenagem entre
outros.
A perda por produto defeituoso pode ser caracterizada nesta atividade devido ao
fato de na RL Refeições, as normas para armazenamento de hortifrutigranjeiro é
descrita no manual de boas práticas. Nele é descrito que o recipiente de estocagem
deve ficar afastado da parede em 10 cm e 20 cm do chão para que haja circulação
do ar. O Manual de boas práticas também orienta para que os itens de
hortifrutigranjeiros devam ser mantidos sob-refrigeração de 6 °C a 8 °C. Durante o
período de observação, foi constatado que nenhuma destas práticas estava sendo
adotadas. O recipiente de armazenamento estava encostado na parede, conforme
figura 12, o que dificulta a passagem do ar.
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A perda por superprodução pode ser identificada nesta atividade. Durante o período
de observação foi detectado que a seleção do hortifrúti para pré-preparo, é feita de
forma antecipada, ou seja, para tentar economizar tempo é feito um processamento
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sem que haja demanda por aquele produto ainda. Foi identificado que esta atividade
leva ao processamento muito maior do que o necessário.
A perda por superprodução tonar-se presente nesta atividade como reflexo das
perdas na etapa anterior do pré-preparo. Durante a observação foi identificado que é
encontrado uma quantidade maior do que o necessário para a produção acaba-se
produzindo também em quantidade maior do que o necessário.
A perda por produto defeituoso foi identificada durante esta atividade devido à falha
durante adição de temperos, afetando o sabor da refeição. Em caso da ocorrência
desta falha, perde-se a produção.
Perda por superprodução – Foi pesado durante uma semana o que é jogado
fora de sobra suja, ou seja, o que foi produzido e não aproveitado, de acordo
com apêndice A, multiplicado pelo preço médio do hortifrúti e projetado para
12 meses.
Perda por estoques – Identificamos o que é jogado fora de sobra limpa, ou
seja, foi estocado, mas não foi para produção conforme o anexo A, relatório
de impróprio para consumo do mês de agosto 2013 e projetado para 12
meses.
Perda movimentação – Medimos o tempo que se leva com a movimentação
desnecessária em uma semana, multiplicamos pelo custo da hora do
trabalhador e projetado para 12 meses.
Perda por produto defeituoso – Não foi possível quantificar esta perda pelo
fato de que quando identificadas, elas ainda eram possíveis perdas.
Para demostrar o impacto que estas perdas podem causar em toda organização, se
os mesmos problemas ocorrerem em todas as unidades, projetou-se os valores na
perspectiva de 12 meses, conforme o quadro 2 a seguir.
Os resultados obtidos mostram que pode estar se jogando fora 5.83% dos custos da
empresa com hortifrutigranjeiro, o que se torna bastante relevante para qualquer
organização. No tópico a seguir apresentaremos algumas medidas de combates às
perdas identificadas baseado nos conceitos do Sistema Toyota de Produção.
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A Etapa recebimento foi identificada dois tipos de perdas, por estoques e produto
defeituoso. As medidas de combate são apresentas a seguir,
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5- Chegar características Perda por produto defeituoso a) Deve-se adotar a inspeção 100%
organolépticas dos produtos e não por amostragem
como é realizado hoje independente
do horário de entrega.
b) Treinar o fornecedor para atender
a necessidade de horários da
empresa.
Fonte: Elaboração própria
nesta etapa pode camuflar as perdas das etapas anteriores já que quando é
identificada na produção final, acaba-se absorvendo todos os efeitos das etapas
anteriores. Apresentamos a seguir o quadro com as propostas para combate a
perdas nesta etapa.
Assim fica então caracterizado neste trabalho, dentro dos objetivos traçados, todo o
mapeamento das perdas consideradas. Todo o levantamento e análise desenvolvida
mostrou, na sua dimensão, todo o potencial que se tem para elevar o padrão de
eficiência nos processos produtivos e operacionais. Na perspectiva de país,
estendendo este raciocínio desenvolvido nesta pesquisa, podemos considerar o
efeito deste estudo para tantas outras áreas, onde perdas poderiam ser mapeadas e
combatidas. Certamente resultados impressionantes para novos estudos poderiam
ser obtidos.
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5 CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES
Sugere-se ainda buscar não somente a eliminação das perdas identificadas, mas
principalmente ir à raiz das causas que geram problemas, como adverte Shingo
(1996). Desta forma a utilização de análise de perdas potenciais auxiliará de forma
não somente eliminar, mas também prevenir as possíveis perdas e promover
melhorias.
O estudo das 7 perdas e sua relação com o sistema Toyota de produção é, portanto
uma grande oportunidade de melhoria de competitividade para as organizações.
Somado as outras estratégias esta abordagem promove ganhos organizacionais de
longo prazo e cria uma cultura de aumentos sistemáticos de produtividade. Este
aspecto por si só, atende aos anseios de qualquer tipo de organização.
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REFERENCIAS
ANTUNES, J.V.A. A lógica das perdas no Sistema Toyota de Produção: Uma análise
critica. Anais do XIX EANPAD: João Pessoa,1995. 1 CD rom.
CAMPOS, Delmar Novaes. Notas de Aula: Produção II. Belo Horizonte, 2012
CORRÊA, Henrique L. ; GIANESI, Irineu G.N. Just in Time, MRP II e OPT: Um Enfoque
Estratégico. 2.ed. 15 reimpr. São Paulo: Atlas, 1993.
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5.ed. São Paulo: Atlas, 2010.
LUSTOSA, M.M.A.; BARREIROS, D.F.; N.; BELO, N.M.C. Ficha Técnica de Preparo:
tecnologia mais limpa no controle do desperdício em unidades alimentação coletivo.
In: XXI CONGRESSO BRASILEIRO DE NUTRIÇÃO, 2010, Rio de Janeiro. Anais. Rio de
Janeiro: Associação Brasileira de Nutrição, 2010.
.
SHINGO, Shigeo. Sistemas de Produção com Estoque Zero: Do ponto de vista da
engenharia de produção. Tradução por Lia Weber Mendes.2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas,
1996.