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ESTADO DO RIO DE JANEIRO


PREFEITURA MUNICIPAL DE ANGRA DOS REIS
SECRETARIA EXECUTIVA DE MEIO AMBIENTE
SUBSECRETARIA DE MEIO AMBIENTE
Departamento de Projetos e Conservação Ambiental

Angra dos Reis, 10 de abril de 2018.

Assunto: Proposta de alteração do Plano de Manejo da APA Tamoios com base


no zoneamento ambiental estabelecido na Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento
Municipal) e no Decreto nº 44.175/13.
Referência: Revisão do Plano Diretor de Angra dos Reis e do Plano de Manejo
da APA Tamoios.

1.0 Apresentação:
Essa proposta de mudança das diretrizes do Plano de Manejo da APA Tamoios
baseia-se num desejo antigo da Administração Municipal que vem desde os
anos 90, quando o Município de Angra dos Reis publicou o seu primeiro Plano
Diretor, através da Lei 162/91. Naquela ocasião, existia um entendimento entre
o governo municipal e a Presidência da FEEMA (hoje INEA), no sentido de que
ao ser publicada a Lei do Plano Diretor do Município de Angra dos Reis, o
Governo do Estado publicaria em simultaneidade, diretrizes de gestão para a
Área de Proteção Ambiental de Tamoios, fato que só veio a acontecer no ano
de 1994, através da publicação do Decreto 20.172/94.

A APA de Tamoios foi criada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro através
do Decreto nº 9452, de 5 de dezembro de 1982, tomando como base a Lei
Estadual nº 1.130, de 12 de fevereiro de 1987. A Lei nº 1.130/87 define as
áreas de interesse especial do Estado e dispõe sobre os imóveis de área
superior à 1.000.000 m² (Hum milhão de metros quadrados) e imóveis
localizados em áreas limítrofes de municípios, para efeito do exame e anuência
prévia a projetos de parcelamento de solo para fins urbanos, a que se refere o
art. 13 da Lei nº 6.766/79.

O art. 3º da Lei nº 1.130/87 diz que são Áreas de Interesse Especial do Estado:
I - Áreas de preservação de matas e capoeiras;
II - Áreas de preservação e proteção dos manguezais;
III - Áreas de proteção de mananciais;
IV - Áreas de proteção da orla marítima;
V - Áreas de proteção de patrimônio cultual;
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VI - Áreas de proteção de rios, ilhas fluviais e lacustres, lagos, lagoas e


reservatórios;
VII - Áreas de proteção a recursos isolados;
VIII - Áreas de interesse turístico; e
X - Áreas protegidas por legislação específica.

O objetivo de publicar simultaneamente as diretrizes do Plano Diretor Municipal


e do Plano de Manejo da APA de Tamoios, tinha como premissa o interesse
mútuo de evitar que os diplomas legais se sobrepusessem em relação as
diretrizes de uso das áreas, atrapalhando um ao outro na sua aplicação e
interferindo negativamente no desenvolvimento municipal e ocupação das áreas
da APA Tamoios.

Em 2013, buscando promover adequações no zoneamento da APA de Tamoios,


o Governo do Estado do Rio de Janeiro publicou o Decreto nº 44.175, de 25 de
abril de 2013, em substituição ao Decreto nº 41.921, de 19/06/09, que fora
publicado para substituir o Decreto nº 20.172, de 01/07/1994, porém este não
chegou a ficar muito tempo em voga, por não ter sido aceito pelas ONGs locais
que recorreram ao MPRJ, uma vez ter sido considerado muito permissivo ao
desenvolvimento local, com mudanças significativas nas regras, principalmente
da Ilha Grande.

A partir do ano de 2002, com o início de uma nova administração municipal, o


Governo de Angra dos Reis investiu na revisão da Lei 162/91, que correspondia
ao Plano Diretor Municipal e no ano de 2006, o município publicou a Lei nº
1.754/06 que estabelecia novas diretrizes de desenvolvimento econômico para
o município com base no desenvolvimento turístico. Amargando uma fase difícil
no desenvolvimento econômico, com perda substancial de investidores e
grande evasão de recursos, e com estagnação no crescimento econômico, o
Governo municipal voltou-se para a arrecadação de recursos no setor de
importação e exportação de mercadorias portuárias e petróleo, que na época
estava em ascensão no país, juntamente a um incremento na indústria naval.
As Leis complementares do Plano Diretor, no entanto, só vieram a ser
publicadas no ano de 2009, criando uma defasagem temporal entre a Lei das
Diretrizes do Plano Diretor, publicada em 2006 e as leis complementares do
Plano: Lei do Zoneamento Municipal, Lei de Uso e Ocupação do Solo, Lei do
Parcelamento do Solo, Lei do Código de Obras e Lei do Código Ambiental, como
já dito, publicadas somente em dezembro de 2009.

Para ajudar o município a sair dessa nova fase de estagnação econômica,


evitando-se queda substancial na arrecadação, devido às inconstâncias do
crescimento econômico nacional é de fundamental importância que esse novo
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governo invista em novas diretrizes urbanísticas e econômicas capazes de


alavancar o desenvolvimento econômico municipal; e somente a partir da
elaboração de novas legislações, mais sólidas e eficazes, com uma revisão
conjunta das leis nº 1.754/06, 2.091/09 e Decreto nº 44.175/13 é que o
Município de Angra dos Reis conseguirá alcançar um necessário ordenamento
do uso do solo, que auxilie no desenvolvimento econômico pleno, seguro e
sustentável.

Assim, com o objetivo de darmos continuidade na discussão iniciada no dia


30/01/2018, quando alguns integrantes da Secretaria de Estado do Ambiente
(SEA) estiveram em Angra dos Reis para participar de uma reunião na
Secretaria Executiva do Meio Ambiente (SEMAM) e onde foram apresentados
alguns dos principais problemas encontrados nas Leis do Plano Diretor
Municipal e do Plano de Manejo da APA Tamoios, a seguir apresentamos um
conjunto de razões que justificam a nossa proposição de revisão nas legislações
existentes, considerando que há uma marcante defasagem conceitual e
temporal entre o zoneamento da Lei municipal nº 2.091/09 e o zoneamento da
APA de Tamoios, sendo estes, os principais fatores de discordância e
impedimento ao desenvolvimento local. Antes, no entanto, devo reafirmar que
em termos jurídicos, o Plano Diretor do Município é diferente de um Plano de
Manejo e é infinitamente mais importante, pois o município é maior em área e
mais complexo do que uma APA, categoria de unidade de conservação de uso
sustentável regida pelo SNUC.

2.0 Levantamento das áreas continentais do Município de


Angra dos Reis, que necessitam de mudanças no
zoneamento:
Algumas áreas municipais possuem categorias de zoneamento que não são
adequadas ao uso pretendido para cada uma delas, e é mais fácil mudar o
zoneamento tanto municipal quanto estadual, do que transferir as atividades de
um local para outro do município. Por exemplo, o local onde está situado o
aeroporto de Angra dos Reis, historicamente é vizinho ao remanescente de
manguezal da Japuíba, ecossistema que sofre a ação danosa do crescimento
desordenado do bairro Japuíba, se ocupando das áreas de mangue. Outro
exemplo é o Hotel do Bosque, que se encontra situado na baixada litorânea do
rio Perequê, na confluência do rio Mambucaba. Historicamente a baixada
litorânea onde hoje está o Hotel do Bosque, já serviu como área de produção
de areia para a construção da Usina Nuclear de Angra dos Reis, tendo
sucumbido por soterramento, da área de grande parte do manguezal que ali
existia.
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Esses dois exemplos mostram que o zoneamento ambiental estabelecido para


os locais onde se encontram os empreendimentos, não condiz com a realidade
ambiental local, uma vez que as áreas disponíveis no entorno desses
empreendimentos, que poderiam servir a expansão dos mesmos, ou está
indisponível ao uso, necessitando que ocorra uma recategorização, ou está
erroneamente categorizada impedindo que os empreendimentos cresçam.

3.0 Levantamento das ilhas municipais e legislação


incidente nos anos de 2002 a 2006. Período pregresso
ao início dos trabalhos de revisão do Decreto Estadual
nº 20.172/04 (Plano Diretor da APA Tamoios):
Enquanto o Município de Angra dos Reis preparava a revisão do seu Plano
Diretor entre os anos de 2002 e 2006, o Departamento de Planejamento Físico-
Territorial, da então Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Urbano, elaborou uma série de estudos com levantamentos de dados físicos e
reconhecimentos de campo, cujos resultados serão aqui apresentados, no
intuito de subsidiar decisões que possam vir a ser tomadas pelas equipes da
Secretaria Executiva do Meio Ambiente (SEMAM) e da Secretaria de Estado do
Ambiente (SEA).

Os dados que aqui serão apresentadas são altamente significativos para o


planejamento ambiental municipal, pois nunca foram revelados e postos à
discussão. Em decorrência da interrupção dos trabalhos de elaboração das Leis
do Plano Diretor na última revisão que sofreu (ano de 2006) e, devido a
defasagem de tempo entre as datas de publicação das Leis 1.754/06 e
1.780/07 e as outras leis que compõem o Plano Diretor Municipal (Lei nº
2.091/09, 2.092/09, 2.093/09 e 2.087/09), que só vieram a ser publicadas em
dezembro de 2009, provocando uma desatualização legal em relação a
realidade municipal, devido o tempo decorrido entre a elaboração (2002-2006)
e a publicação (2009).

Buscando informações junto algumas anotações produzidas a época da revisão


do Pano Diretor Municipal (2002 – 2006), descrevemos a seguir 9 quadros que
demonstram a realidade das ilhas da Baía da Ilha Grande encontrada à época.

Quadro nº 1: Esse quadro mostra a relação de ilhas com área de até 10.000
m² que ocorrem nas baías da Ribeira, Jacuecanga e Ilha Grande. Nele são
relacionadas 25 (vinte e cinco) ilhas, sendo apresentados os seus nomes, a
localização, a área, o perímetros, a legislação incidente (municipal, estadual e
federal) e a situação nos anos de 1996 e 2004. Nesse quadro é possível
verificarmos, por exemplo, se na época em que o quadro foi elaborado, a ilha
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e/ou as propriedades nela incluídas possuía RIP, se havia construções, qual era
o zoneamento municipal, qual era o zoneamento na APA Tamoios etc.

Quadro nº 2: Esse quadro mostra a relação de ilhas com áreas entre 10.000
m² e 20.000 m² que ocorrem nas baías de Jacuecanga, Ribeira e Ilha Grande.
Nele são relacionadas 21 (vinte e uma) ilhas, sendo apresentados os seus
nomes, a localização, a área, o perímetro, a legislação incidente (municipal,
estadual e federal) e a situação nos anos de 1996 e 2004. Nesse quadro é
possível verificarmos, por exemplo, se na época em que o quadro foi elaborado,
a ilha e/ou as propriedades nela incluídas possuía RIP, se havia construções,
qual era o zoneamento municipal, qual era o zoneamento da APA de Tamoios
etc.

Quadro nº 3: Esse quadro mostra a relação de ilhas com áreas entre 20.000
m² e 30.000 m² que ocorrem nas baías de Jacuecanga, Ribeira e Ilha Grande.
Nele são relacionadas 08 (oito) ilhas, sendo apresentados os seus nomes, a
localização, a área, o perímetro, a legislação incidente (municipal, estadual e
federal) e a situação nos anos de 1996 e 2004. Nesse quadro é possível
verificarmos, por exemplo, se na época em que o quadro foi elaborado, a ilha
e/ou as propriedades nela incluídas possuía RIP, se havia construções, qual era
o zoneamento municipal, qual era o zoneamento da APA Tamoios etc.

Quadro nº 4: Esse quadro mostra a relação das ilhas com áreas entre 30.000
m² e 50.000 m² que ocorrem nas baías de Jacuecanga, Ribeira e Ilha Grande.
Nele são relacionadas 14 (quatorze) ilhas, sendo apresentados os seus nomes,
a localização, a área, o perímetro, a legislação incidente (municipal, estadual e
federal) e a situação nos anos de 1996 e 2004. Nesse quadro é possível
verificarmos, por exemplo, se na época em que o quadro foi elaborado, a ilha
e/ou as propriedades nela incluídas possuía RIP, se havia construções, qual era
o zoneamento municipal, qual era o zoneamento da APA Tamoios etc.

Quadro nº 5: Esse quadro mostra a relação das ilhas com área entre 50.000
m² e 100.000 m² que ocorrem nas baías de Jacuecanga, Ribeira e Ilha Grande.
Nele são relacionadas 15 (quinze) ilhas, sendo apresentados os seus nomes, a
localização, a área, o perímetro, a legislação incidente (municipal, estadual e
federal) e a situação nos anos de 1996 e 2004. Nesse quadro é possível
verificarmos, por exemplo, se na época em que o quadro foi elaborado, a ilha
e/ou as propriedades nela incluídas possuía RIP, se havia construções, qual era
o zoneamento municipal, qual era o zoneamento da APA Tamoios etc.

Quadro nº 6: Esse quadro mostra a relação de ilhas com áreas entre 100.000
m² e 200.000 m² que ocorrem nas baías da Ribeira e Ilha Grande. Nele são
relacionadas 11 (onze) ilhas, sendo apresentados os seus nomes, a localização,
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a área, o perímetro, a legislação incidente (municipal, estadual e federal) e a


situação nos anos de 1996 e 2004. Nesse quadro é possível verificarmos, por
exemplo, se na época em que o quadro foi elaborado, a ilha e/ou as
propriedades nela incluídas possuía RIP, se havia construções, qual era o
zoneamento municipal, qual era o zoneamento da APA Tamoios etc.

Quadro nº 7: Esse quadro mostra a relação das ilhas com área entre 200.000
m² e 500.000 m² que ocorrem nas baías da Ribeira e Ilha Grande. Nele são
relacionadas 08 (oito) ilhas, sendo apresentados os seus nomes, a localização,
a área, o perímetro, a legislação incidente (municipal, estadual, federal) e a
situação nos anos de 1996 e 2004. Nesse quadro é possível verificarmos, por
exemplo, se na época em que o quadro foi elaborado, a ilha e/ou as
propriedades nela incluídas possuía RIP, se havia construções, qual era o
zoneamento municipal, qual era o zoneamento da APA Tamoios etc.

Quadro nº 8: Esse quadro mostra a relação das ilhas com área entre 500.000
m² e 1.000.000 m² que ocorrem nas baías da Ribeira e Ilha Grande. Nele são
relacionadas 03 (três) ilhas, sendo apresentados os seus nomes, a localização,
a área, o perímetro, a legislação incidente (municipal, estadual e federal) e a
situação nos anos de 1996 e 2004. Nesse quadro é possível verificarmos, por
exemplo, se na época em que o quadro foi elaborado, a ilha e/ou as
propriedades nela incluídas possuía RIP, se havia construções, qual era o
zoneamento municipal, qual era o zoneamento da APA Tamoios etc.

Quadro nº 9: Esse quadro mostra a relação das ilhas com área superior a
1.000.000 m² que ocorrem nas baías da Ribeira e Ilha Grande. Nele são
relacionadas 04 (quatro) ilhas, sendo apresentados os seus nomes, a
localização, a área, o perímetro, a legislação incidente (municipal, estadual e
federal e a situação nos anos de 1996 e 2004. Nesse quadro é possível
verificarmos, se na época em que o quadro foi elaborado, a ilha e/ou as
propriedades nela incluídas possuía RIP, se havia construções, qual era o
zoneamento municipal, qual era o zoneamento da APA Tamoios etc.

No documento examinado, denominado UT-10 - Quadro de Ilhas – Legislações,


também elaborado pela Gerência de Planejamento Físico-Territorial da
Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano, as ilhas
apresentadas se encontram ordenadas conforme as suas principais
características ambientais tais como área, localização e zoneamentos, conforme
Plano Diretor Municipal e Plano Diretor da APA Tamoios de acordo com o
Decreto nº 20.172/94. No quadro das observações são encontradas anotações
que mostram descrição da qualidade ambiental, as áreas que estavam sob a
égide da preservação permanente (ZVS) e a condição que algumas ilhas
passaram a ter após a publicação do Decreto nº 44.175/13. É importante
7

observar que no Anexo do Decreto 20.172/94, encontramos literalmente


descritas as ilhas que naquela época foram destinadas como ZVS com suas
localizações em coordenadas UTM, as que foram destinadas como ZCVS e suas
localizações em coordenadas UTM, as áreas que foram destinadas como ZOC-1
nas ilhas e suas coordenadas UTM, as áreas que foram destinadas como ZOC-2
no continente e suas coordenadas UTM e as áreas que foram destinadas como
ZOC-3 no continente.

No quadro comparativo apresentado a diante, serão mostradas as categorias de


zoneamento atuais descritas no Decreto nº 44.175/13 e Lei nº 2.091/09, e as
categorias de zoneamento pregressas descritas no Decreto nº 20.172/94, como
forma de auxiliar na discussão das alterações que foram feitas (principalmente
para as ilhas), tendo em vista que as alterações de zoneamento que ocorreram
para diversas ilhas na APA Tamoios, aconteceu supostamente sem base legal
definida e sem considerar relevantes pressupostos legais, tais como o direito
adquirido1 e a desapropriação indireta2.

4.0 Quadro comparativo atualizado entre as áreas


selecionadas no continente e ilhas municipais e as
categorias de zoneamento, para cada instrumento
legal avaliado:

Analisando comparativamente o zoneamento ambiental da Lei nº 2.091/09 (Lei


do Zoneamento) e o Decreto nº 44.175/13 (Plano de Manejo da Área de
Proteção Ambiental de Tamoios), foram encontradas diferenças conceituais
entre as categorias de zoneamento para as seguintes localidades municipais do
continente e ilhas.

LOCALIDADE/BAIRRO ZONEAMENTO ZONEAMENTO APA


MUNICIPAL TAMOIOS
CONTINENTE Decreto Decreto
Lei nº 2.091/09 20.172/94 44.175/13
1. Parque Mambucaba ZIT-1 --------- ZIRT
2. Ponta de ZIT-3 --------- ZP
Mambucaba
3. Praia das Pedras ZIT-3 --------- ZC
4. Litoral entre Praia ZAOC --------- ZC
das Pedras e Praia

1
Direito Adquirido - é um direito fundamental, alcançado constitucionalmente, sendo
encontrando no art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, bem como na lei de Introdução ao Código Civil,
em seu art. 6º, § 2º. A Constituição Federal restringe-se em descrever “A lei não prejudicará o direito
adquirido, o ato ...
2
Desapropriação Indireta - Desapropriação indireta é o fato administrativo pelo qual o Estado
se apropria do bem particular, diminuindo o seu valor econômico sem observância dos requisitos da
declaração e da indenização prévia. Costuma ser equiparada ao esbulho podendo ser obstada por meio
de ação possessória.
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Brava
5. Piraquara de Fora ZAOC --------- ZP
6. Litoral entre a ponta ZR-3 --------- ZC
do Coibá e Saco do
Sítio
7. Ponta da Quitumba ZIAP --------- ZIRT
8. Saco do Grataú ZIT-1 --------- ZC
9. Praia do Recife ZIAP --------- ZIRT
10. Santa Rita do Bracuí ZORDE -------- ZOC-2
11. Manguezal da ZUEP -------- ZP/ZOC-2
Japuíba – área 06
- AEROPORTO
12. Vila da Petrobrás ZAOC --------- ZP
(Área livre -
corredor de
vegetação)
ILHAS ZONEAMENTO DO ZONEAMENTO APA
MUNICÍPIO TAMOIOS
1 Piedade ZEIATOC-1 ZCVS ZC
2 Papagaio ZEIATOC-4 ZC
3 Josefa ZEIATOC-2 ZC
4 Brandão ZEIATOC-3 ZOR
5 Redonda / do Meio ZEIATOC-1 ZC
6 Pau a Pino ZEIATOC-2 ZP
7 Itanhangá ZEIATOC-4 ZOR
8 Catitas ZEIATOC-1 ZOR
9 Palmeiras ZEIATOC-6 ZOR
10 Pinto ZEIATOC-2 ZC
11 Cunhambebe ZEIATOC-5 ZP
Grande
12 Boqueirão ZEIATOC-1 ZP
13 Pasto ZEIATOC-2 ZP
14 Flechas ZEIATOC-2 ZOR
15 Cavaco ZEIATOC-4 ZOR
16 Cavaquinho ZEIATOC-2 ZC
17 Pimenta ZIAP ZIET
18 Cavala ZEIATOC-3 ZC
19 Coqueiros ZEIATOC-5 ZOR
20 Capítulo ZEIATOC-3 ZP
21 Cabrito ZIAP ZIET
22 Aterrado ZIAP ZIET
23 Murta ZEIATOC-2 ZOR
24 Pequena ZEIATOC-1 ZOR
25 dos Bois ZEIATOC-2 ZOR
26 Sundara ZEIATOC-1 ZOR
27 Bonfim ZIAP ZOR
28 Almeida ZEIATOC-2 ZOR
29 Coqueiros (2) ZIAP ZIET
30 Calombo ZEIATOC-2 ZP
31 Guaxuma ZEIATOC-1 ZOR
32 Peregrino ZEIATOC-2 ZC
9

33 Duas Irmãs Menor ZEIATOC-1 ZOR


34 Duas Irmãs Maior ZEIATOC-1 ZOR
35 Cavaco ZEIATOC-2 ZC
36 Itaquatiba ZEIATOC-3 ZP

Para melhor entendimento do que é apresentado no quadro acima, a discussão


a seguir mostra o conteúdo das anotações que foram feitas ao longo desse estudo, as
quais definem os conflitos identificados na comparação entre as duas legislações
analisadas, para cada área municipal destacada no continente e ilhas.

2.1. Ponta de Mambucaba - é um acidente geográfico livre de edificações,


recoberto em parte por mata atlântica em bom estado de conservação ocupando as
suas encostas. Fica localizada em Mambucaba do lado da BR-101. O art. 17 do plano
de manejo da APA de Tamoios reserva para a área a categoria de zoneamento Zona de
Preservação (ZP), cujas diretrizes garantem a preservação integral dos ecossistemas,
com restauração do seu estado original e; a proibição do parcelamento do solo; a
proibição da supressão de qualquer tipo de vegetação salvo manejo destinado à sua
recuperação; a proibição de construções, exceto obras de utilidade pública que,
comprovadamente, não possam ser alocadas em outras áreas, bem como obras
indispensáveis à pesquisa científica e à administração e fiscalização da APA; a
permissão para atividades de pesquisa científica e ecoturismo, restauração e educação
ambiental, desde que não necessitem obras de infraestrutura permanentes; e a
proibição, para efeito de reflorestamento, do plantio de espécies exóticas. Assim
enquanto a Lei de Zoneamento Municipal (Lei nº 2.091/09) é permissível quanto a
implantação de infraestrutura hoteleira com até 40UH (unidades habitacionais) para a
área, o plano de manejo da APA de Tamoios impede a utilização da área com a
implantação da infraestrutura turística. Esse é o conflito que identifico entre o Plano
Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, para a área em questão.

2.2. Praia das Pedras – é um acidente geográfico livre de edificações e recoberto em


parte por vegetação de mata atlântica em bom estado de conservação, ocupando as
sua encostas. Fica localizada em Mambucaba do lado da BR-101 e próxima a praia das
Goiabas. O plano de manejo da APA de Tamoios, no seu art. 18, prevê que a Zona de
Conservação (ZC) é uma categoria de zoneamento que é constituída por áreas
caracterizadas pela pré-existência de ocupação rarefeita que admite o uso e ocupação
moderados, cujos atributos ecológicos foram parcialmente descaracterizados, mas
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apresentam potencial para conservação e recuperação, não admitindo novas


construções ou ampliações. O art. 19 do decreto, diz que fica estabelecido para as
zonas de conservação: I - a garantia da conservação dos ecossistemas; II - a proibição
do parcelamento do solo; III – a proibição de novas construções ou ampliações das
áreas projetadas existentes exceto as obras de utilidade pública que,
comprovadamente, não possam ser alocadas em outras áreas, bem como obras
relacionadas com as atividades de coleta seletiva de recursos florestais não
madeireiros, aproveitamento de recursos faunísticos, pesquisa, recreação, educação
ambiental e as necessárias à estabilidade dos terrenos; IV - o direito de reforma das
construções existentes, sem ampliação da área de projeção, respeitada a altura
máxima de 8m (oito metros); V - a permissão para obras de infraestrutura de baixo
impacto ambiental, destinadas à atividade de ecoturismo, conforme Lei Federal nº
12.651/12 e Resolução CONAMA nº 369/2006; VI - a permissão para atividades de
pesquisa científica, ecoturismo, restauração e educação ambiental, desde que não
necessitem de obras de infraestrutura permanentes; e VII - não é permitida a
implantação de indústrias e atividades minerarias. Assim enquanto a Lei de
Zoneamento Municipal (Lei nº 2.091/09) é permissível a implantação de infraestrutura
hoteleira com até 40UH (unidades habitacionais), o plano de manejo da APA de
Tamoios impede a utilização da área com a implantação da infraestrutura turística,
permitindo apenas que haja reforma naquelas edificações existentes. Como não há
qualquer edificação na praia das Pedras que sirva a hotelaria com até 40 UH, não há
como utilizá-la como suporte a atividade turística municipal. Esse é o conflito entre o
Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, para a área em questão.

2.3. Litoral entre praia das Pedras e praia Brava - é uma área livre de
edificações, recoberta em parte por vegetação de mata atlântica modificada que não
possui grande importância ecológica, a não ser pela sua capacidade de isolamento do
costão rochoso localizado a jusante. O art. 17 da Lei nº 2.091/09 diz que a categoria
de zoneamento municipal descrita para a área é ZAOC (Zona de Interesse Ambiental e
de Ocupação Coletiva), que é definida como “área pública de proteção ambiental que
não possui subdivisões nem pode ser motivo de parcelamento de solo, sendo
destinada ao uso coletivo de recreação, lazer e estrutura de apoio turístico,
administrado pelo Poder Público ou sob forma de concessão para a iniciativa privada”.
O plano de manejo da APA de Tamoios diz que o zoneamento da área pertence a
categoria de zoneamento ZC (já apresentada anteriormente), o que inviabiliza a
ocupação da área com equipamentos de infraestrutura de apoio turístico, recreação e
11

lazer. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA
Tamoios, identificado para a área.

2.4. Saco da Piraquara de Fora - O art. 17 da Lei nº 2.091/2009, diz que ZAOC é
Zona de Interesse Ambiental e de Ocupação Coletiva sendo essa categoria de
zoneamento definida como “área pública de proteção ambiental que não possui
subdivisões nem pode ser motivo de parcelamento de solo, sendo destinada ao uso
coletivo de recreação, lazer e estrutura de apoio turístico, administrado pelo Poder
Público ou sob forma de concessão para a iniciativa privada”. O art. 17 do plano de
manejo da APA de Tamoios diz que o Saco da Piraquara de Fora é ZP, cujas diretrizes
garantem a preservação integral dos ecossistemas com restauração do seu estado
original e; a proibição do parcelamento do solo; a proibição da supressão de qualquer
tipo de vegetação salvo manejo destinado à sua recuperação; a proibição de
construções, exceto obras de utilidade pública que, comprovadamente, não possam ser
alocadas em outras áreas, bem como obras indispensáveis à pesquisa científica e à
administração e fiscalização da APA; a permissão para atividades de pesquisa científica
e ecoturismo, restauração e educação ambiental, desde que não necessitem obras de
infraestrutura permanentes; e a proibição, para efeito de reflorestamento, do plantio
de espécies exóticas. A incompatibilidade entre as categorias de zoneamento ZAOC e
ZP está no uso da área, onde ZAOC permite uso coletivo e ZP inviabiliza qualquer uso a
não ser a preservação. Esse é o conflito entre ZAOC e ZP, para a área em questão.

2.5. Litoral entre a ponta do Coibá e Saco do Sítio - o litoral em questão


corresponde ao Saco da Piraquara de Dentro, litoral bastante recortado com presença
de diversas praias arenosas (cerca de 7 praias). Para a área, a Lei nº 2.091/09
estabelece o tipo de zoneamento ZR-3 (Zona Residencial 3) cujas características são
descritas no art. 8º como “Zona Residencial (ZR) é aquela com característica
predominantemente residencial, sendo permitidas atividades de apoio comunitário de
acordo com sua classificação”. Para ZR-3, a lei diz que é uma zona de ocupação do
solo com característica residencial multifamiliar horizontal ou seja, é permitida a
implantação de condomínios. Contrariamente ao zoneamento estabelecido no Plano
Diretor Municipal, o Decreto da APA de Tamoios estabelece para a área a categoria de
zoneamento ZC, que impede a implantação de condomínios, uma vez que o art. 19
prevê que fica estabelecido para as zonas de conservação: I - a garantia da
conservação dos ecossistemas; II - a proibição do parcelamento do solo; III – a
proibição de novas construções ou ampliações das áreas projetadas existentes exceto
12

as obras de utilidade pública que, comprovadamente, não possam ser alocadas em


outras áreas, bem como obras relacionadas com as atividades de coleta seletiva de
recursos florestais não madeireiros, aproveitamento de recursos faunísticos, pesquisa,
recreação, educação ambiental e as necessárias à estabilidade dos terrenos; IV - o
direito de reforma das construções existentes, sem ampliação da área de projeção,
respeitada a altura máxima de 8m (oito metros); V - a permissão para obras de
infraestrutura de baixo impacto ambiental, destinadas à atividade de ecoturismo,
conforme Lei Federal nº 12.651/12 e Resolução CONAMA nº 369/2006; VI - a
permissão para atividades de pesquisa científica, ecoturismo, restauração e educação
ambiental, desde que não necessitem de obras de infraestrutura permanentes; e VII -
não é permitida a implantação de indústrias e atividades minerarias. No
Saco da Piraquara de Dentro não há qualquer edificação que possa resultar em
desenvolvimento turístico. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano
de Manejo da APA Tamoios, para a área em questão.

2.6. Ponta da Quitumba – a Ponta da Quitumba está localizada no Frade. Pelo Plano
Diretor Municipal é ZIAP (Zona de Interesse Ambiental de Proteção), descrita nos art.
13 e 14 da Lei nº 2.091/09 e difere do uso previsto no plano de manejo da APA
Tamoios, que a considera como área passível de utilização com finalidade Residencial e
Turística (ZIRT). A Zona de Interesse Ambiental de Proteção (ZIAP) é uma categoria
de zoneamento proposta para aquelas áreas que se caracterizam por possuir atributos
naturais de excepcional beleza cênica ou de importância à manutenção dos processos
ecológicos essenciais a vida em todas as suas formas, destinando-se, portanto, à
proteção do Patrimônio Ambiental, Cultural, Histórico e Paisagístico do Município,
reservando-se o seu uso à proteção, conservação e uso controlado dos ecossistemas e
espécies e à manutenção da paisagem natural, enquanto que o art. 26 do Decreto nº
44.175/13, diz que a categoria de zoneamento ZIRT “é constituída por áreas que
apresentam certo nível de degradação ambiental, mas com a presença de fragmentos
de ecossistemas de relevância ecológica e paisagens que favorecem a ocupação
turística de baixa densidade e residencial”. Na época em que foi elaborada e publicada
a Lei nº 2.091/09, a Ponta do Quitumba ainda estava em bom estado de conservação,
embora no ano de 2005, a SQUALO CONSULTORIA tenha apresentado EIA/RIMA ao
INEA solicitando licenciamento ambiental para a implantação de empreendimento
turístico-hoteleiro. Após a obtenção da licença, a SQUALO CONSULTORIA implementou
obras de engenharia que foram embargadas pelo MPRJ, uma vez que degradaram
13

substancialmente o meio ambiente, formado basicamente por remanescente de


floresta atlântica de baixada litorânea e manguezal. Esse é o conflito entre o Plano
Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, para a área em questão.

2.7. Saco do Grataú – a Lei nº 2.091/09 no seu art. 10 define a categoria de


zoneamento ZIT (Zona de Interesse Turístico) como sendo “aquela que, por sua
potencialidade turística, deve ser objeto de implantação de equipamentos e serviços
turísticos em edificações e instalações de superfície destinadas à hospedagem,
alimentação, entretenimento, agenciamento, informação e outros serviços de apoio à
atividade turística. Parágrafo único. As Zonas de Interesse Turístico estão divididas em
03 (três) tipos, sendo o tipo I caracterizado como: Zona de Interesse Turístico I (ZIT-
1) – zona com características ambientais e atrativos turísticos naturais capazes de
absorver grandes estruturas hoteleiras, destinada ao turismo, com implantação de
meios de hospedagem com até 150UHs e outros equipamentos de serviços e apoio à
atividade turística. O plano de manejo da APA Tamoios reserva para a área a categoria
Zona de Conservação (ZC), o que inviabiliza a implantação de qualquer infraestrutura
turística autorizada para funcionamento pelo município.
O antagonismo entre as categorias de zoneamento do Plano Diretor Municipal e
da APA Tamoios propostas para a mesma área, são conflitos permanentes, denotando
que o Decreto nº 44.175/13 que regulamenta o Plano de Manejo da APA de Tamoios,
foi elaborado com o propósito de anular o que o Plano Diretor Municipal havia
autorizado para a mesma área. Isto é observado não somente neste item como em
todos os outros apresentados aqui nessa análise. Não obstante, há de se salientar que
quem tem o direito constitucional para legislar sobre o uso do solo urbano é o
município e não o Estado, mesmo que a unidade de conservação APA tenha sido criada
(erroneamente) se afigurando como uma categoria que legisla sobre o solo urbano.

2.8. Praia do Recife – o Decreto 44.175/13 que estabelece o Plano de Manejo da


APA Tamoios reserva para a Praia do Recife, localidade a margem do Saco do Bracuí,
como condição de zoneamento ambiental a categoria de Zona de Interesse Residencial
e Turístico (ZIRT), enquanto a Lei nº 2.091/09 (Lei de Zoneamento) constante do
Plano Diretor Municipal reserva a categoria de zoneamento ZIAP (Zona de Interesse
Ambiental de Proteção), conforme art. 13 e 14. No ano de 2013, a Prefeitura Municipal
de Angra dos Reis, aprovou modificação de zoneamento para duas áreas na Praia do
Recife, vizinhas a rodovia BR-101, transformando-as na categoria de zoneamento
14

municipal ZC-2 (Zona Comercial – 2). Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal
e o Plano de Manejo da APA Tamoios, para a área em questão.

2.9 Santa Rita do Bracuí – dentre as categorias de zoneamento propostas para a


localidade de Santa Rita do Bracuí, a categoria ZORDE (Zona Rural de
Desenvolvimento Especial) em destaque, foi proposta com objetivo de minimizar
possíveis impactos ambientais que possam ocorrer nas circunvizinhanças do limite do
Parque Nacional da Serra da Bocaina, que na área se aproxima da localidade de Santa
Rita do Bracuí. No art. 16 da Lei nº 2.091/09 temos que ZORDE é “aquela categoria
relacionada com o ambiente natural bucólico com característica rural, devendo ser
objeto de atividades de agropecuária, lazer e turismo rural, com implantação de meios
de hospedagem com até 25UHs e outros equipamentos de serviços e apoio à atividade
turística”. Essa categoria de zoneamento municipal encontra-se proposta no local, para
uma faixa interiorana de terras que se localiza entre a parte urbana da localidade de
Santa Rita do Bracuí e o PARNA Bocaina, servindo como um cinturão verde de
proteção ao Parque. As outras categorias de zoneamento propostas no Plano Diretor
são ZR-3, ZEIS e ZIAP, pela proximidade com a BR-101 (principal vetor regional de
crescimento econômico) e o manguezal do Bracuí. O Plano de manejo da APA Tamoios
define como categoria de zoneamento para a área, a categoria ZOC-2 (ao meu ver, um
tanto quanto exagerada). No art. 29 do Decreto 44.175/13 a definição de ZOC (Zona
de Ocupação Controlada) diz que são aquelas “constituídas por áreas urbanas com alto
grau de descaracterização do ambiente natural, decorrente do intenso processo de
urbanização”, o que não é o caso. A área ainda está em processo de
urbanização/ocupação e não condiz com o que está definido no caput do art. 29. O
parágrafo único do art. 29, diz que as ZOCs ficam divididas em ZOC I e ZOC II, sendo
ZOC I as áreas urbanas com baixa densidade ocupacional, nas quais o licenciamento
respeitará os índices de uso e ocupação do solo estabelecido pelo presente Decreto,
enquanto que para ZOC II, o art. define como sendo as áreas urbanizadas de maior
densidade ocupacional, nas quais o licenciamento respeitará os índices de uso e
ocupação do solo que estiverem estabelecidos pela legislação municipal. Como dito
anteriormente, “ao meu ver”, o plano de manejo da APA exagera ao definir a categoria
ZOC-2 para a área, pois além de outras questões, o Decreto procura desvalorizar
insistentemente as áreas municipais, além de excluir o Estado (INEA) da
responsabilidade conjunta sobre o meio ambiente. Essa é uma forma de desvalorizar o
Plano Diretor Municipal e enaltecer excessivamente o plano de manejo da APA. Esse é
15

o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, para a
área em questão.

2.10. Vila da Petrobrás (corredor de vegetação) – a categoria de zoneamento do


Plano Diretor Municipal proposta para o local onde existe o corredor de vegetação na
Vila da Petrobrás, ZAOC (Zona Ambiental de Ocupação Controlada) é decorrente de
uma proposição que levou em consideração uma antiga interpretação técnica feita pelo
município e que acreditava que naquele local poderia ocorrer a implantação de um
pólo náutico. A idéia não vingou, uma vez que os resultados dos estudos de topografia
e levantamentos de campo que deveriam dar suporte a proposta, não ficaram prontos
antes da publicação da Lei nº 2.091/09. Por isso a discordância entre a Lei do
Zoneamento Municipal que coloca a área como ZAOC e o Decreto do plano de manejo
da APA Tamoios, que mantém o corredor de vegetação como Zona de Preservação
(ZP). No meu entender a área deve ser mantida como ZIAP (Zona de Interesse
Ambiental de Proteção), podendo receber a implantação de um Parque Natural de
Vizinhança que atenda a conservação do ecossistema florestal e o aproveitamento
turístico da área e não necessariamente, que venha servir a implantação de
infraestrutura para a criação de um pólo náutico. Neste caso devo informar que
concordo com o zoneamento ambiental da APA Tamoios, que prevê para a área a
preservação da vegetação. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano
de Manejo da APA Tamoios, para a área em questão.

2.11. Ilha da Piedade – essa ilha, na 1ª revisão do Plano Diretor Municipal recebeu
a categoria de zoneamento ZEIATOC-1, porque na época em que foram realizados os
estudos preparatórios à modificação da Lei nº 162/91 (Plano Diretor Municipal), a ilha
vinha sendo utilizada pela Revista Caras como centro de visitação e acolhimento de
visitantes. Hoje, no entanto, a ilha não mais ocupa a função de atendimento aos
hóspedes da Revista Caras, embora mantenha-se ainda como ZEIATOC-1 cuja
definição é Zona Especial de Interesse Ambiental, Turístico, de Ocupação Controlada-1.
A ZEIATOC-1 é uma categoria de zoneamento com características ambientais e
atrativos turísticos naturais, com enfoque unicamente residencial unifamiliar, o que
caracteriza dizer que é uma categoria de zoneamento de baixo impacto ambiental. Na
APA de Tamoios a Ilha da Piedade é Zona de Conservação (ZC), cujas características
de zoneamento afiguram semelhança ao que é proposto na Lei do Zoneamento
Municipal.
16

2.12. Ilha de Papagaio, Josefa, Brandão e Pau a Pino – no plano de manejo da


APA Tamoios a categoria de zoneamento ZC assemelha-se ao que é proposto para
ZEIATOC-1. A quantidade de infraestrutura da Ilha de Papagaio que se localiza nas
coordenadas geográficas Lat. 23º4’13.50”S e Long. 44º23’39.26”O, aparentemente é
pequena; a categoria de zoneamento proposta pelo Plano Diretor Municipal como
ZEIATOC-4, está afeta ao tamanho da ilha. ZEIATOC-4 permite a implantação de
infraestrutura unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação de
meios de hospedagem com até 20 UHs e outros equipamentos de serviços e apoio à
atividade turística. Os índices 1, 2, 3, 4, 5 ou 6 atrelado a definição da categoria de
zoneamento – ZEIATOC - está relacionado ao tamanho da ilha, associado ao tipo de
atividade nela praticada e a quantidade de infraestrutura existente. Não há motivos
que justifiquem a diferença conceitual entre o que é proposto no Plano Diretor
Municipal para que a Ilha de Papagaio e o que é proposto no Plano de Manejo da APA
Tamoios. Não há justificativas aparentes que mostrem que para a Ilha de Papagaio o
município classifique a área como uma ZEIATOC- 4 enquanto o INEA classifica a área
como Zona de Conservação (ZC). Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o
Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.
Comparativamente, a Ilha de Papagaio e as ilhas Josefa, Brandão, Redonda e
Pau a Pino pertencem a um mesmo conjunto de ilhas, o que as tornam
ambientalmente idênticas pela proximidade geográfica e composição florística. A
categoria de zoneamento proposta na Lei Municipal nº 2.091/09 para as ilhas aqui
mencionadas é idêntica para todas elas, só diferenciando-se em relação ao índice de
ocupação (ZEIATOC-1, ZEIATOC-2, ZEIATOC-3 etc). Quanto a Ilha de Pau a Pino, a
mesma mantém-se desabitada, com seu meio ambiente inalterado perante o
zoneamento ambiental da APA que a coloca como Zona de Preservação (ZP), mesmo
que no Plano Diretor Municipal o seu zoneamento seja ZEIATOC-2. É importante frisar
que o direito de uso de uma propriedade é garantido na Constituição Federal, sendo
que caso haja interesse do INEA em manter o congelamento de uso de uma ilha ou
propriedade, o proprietário deve ser indenizado, uma vez que a restrição promovida
pelo zoneamento ambiental da APA é administrativa, sendo regida por um decreto.
O zoneamento ambiental estabelecido no Decreto 44.175/13, ao tratar da Ilha
do Brandão, no entanto, coloca-a inexplicavelmente na categoria de zoneamento ZOR,
enquanto que para as outras ilhas vizinhas (Piedade, Papagaio, Josefa e Redonda), o
plano de manejo propõe a categoria de zoneamento Zona de Conservação (ZC). Qual a
diferença conceitual entre ZOR e ZC? Porque o MPRJ questiona a existência da
17

categoria de zoneamento ZOR no Plano de Manejo da APA Tamoios? Qual o sentido da


existência de duas categorias de zoneamento na mesma Área de Proteção Ambiental,
funcionalmente idênticas, com o mesmo grau de preservação? Essas perguntas são
válidas para as ilhas Itanhangá, Catitas, Palmeiras, Flechas, Cavaco, Coqueiros, Murta,
Pequena, dos Bois, Sundara, Bonfim, Almeida, Guaxuma, Duas Irmãs Menor e Duas
Irmãs Maior. Todas essas ilhas no Plano de Manejo da APA Tamoios estão classificadas
como ZOR (Zona de Ocupação Restrita). Assim o que podemos abstrair da sigla ZOR é
que ela não é uma categoria de planejamento ambiental, já que se equivalente a Zona
de Conservação (ZC), mas apenas uma denominação (referência) dada a uma
determinada área, quando não se é capaz de enquadrá-la corretamente.

2.13. Ilha Redonda ou Ilha do Meio - O Plano de Manejo da APA Tamoios (Decreto
nº 44.175/13) denomina a Ilha Redonda (que fica ao lado da Ilha Josefa) de Ilha do
Meio. Tanto o Plano de Manejo da APA Tamoios quanto o Plano Diretor Municipal
devem utilizar a mesma denominação para o mesmo acidente geográfico.

2.14. Ilha do Pasto – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha do Pasto como Zona de Preservação (ZP) enquanto a Lei nº
2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal classifica a Ilha do
Pasto como ZEIATOC-2 (Zona Especial de Interesse Ambiental, Turístico de Ocupação
Controlada 2). O Art. 12, item II, da Lei nº 2.091/09 diz que ZEIATOC-2 é “zona com
características ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque residencial
unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação de meios de
hospedagem com até 10 UHs e outros equipamentos de serviços e apoio à atividade
turística”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA
Tamoios, identificado para a ilha em questão.

2.15. Ilha das Palmeiras – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o


zoneamento ambiental da Ilha das Palmeiras como ZOR (Zona de Ocupação Restrita),
enquanto a Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal,
identifica a ilha como ZEIATOC-6 (Zona Especial de Interesse Ambiental, Turístico, de
Ocupação Controlada 6). O art. 12, item V, define “zona com características
ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque residencial unifamiliar e
multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação de meios de hospedagem com
até 60 UHs e outros equipamentos de serviços e apoio à atividade turística”. Pelo que
podemos observar, a categoria de zoneamento ZOR é uma forma de congelar o uso do
18

imóvel, pois se nele existir uma edificação, qualquer reforma só poderá acrescer a área
desse imóvel em 50% porém se o imóvel for desprovido de edificação, nada poderá
ser construído nele. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de
Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.

2.16. Ilha do Pinto - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha do Pinto como Zona de Conservação (ZC), enquanto a Lei nº
2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal identifica a ilha
como ZEIATOC-2 (Zona Especial de Interesse Ambiental, Turístico, de Ocupação
Controlada 2). O art. 12, item II, que significa “zona com características ambientais e
atrativos turísticos naturais com enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar
horizontal e de turismo, com implantação de meios de hospedagem com até 10 UHs e
outros equipamentos de serviços e apoio à atividade turística”. Esse é o conflito entre o
Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.17. Ilha Cunhambebe Grande – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o


zoneamento ambiental da Ilha Cunhambebe Grande como Zona de Preservação (ZP),
enquanto a Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) a classifica como sendo uma
ZEIATOC-5, que significa “zona com características ambientais e atrativos turísticos
naturais com enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo,
com implantação de meios de hospedagem com até 40 UHs e outros equipamentos de
serviços e apoio à atividade turística”. A ilha possui 435.000 m² e é de propriedade de
Ilha de Cunhambebe Empreendimentos Turísticos Ltda. No ano de 2012 foi elaborada
uma “Análise do Estágio de Regeneração da Ilha de Cunhambebe Grande”, pela OMR
Engenharia e Serviços Ambientais de Paracambi, Rio de Janeiro. Esse é o conflito entre
o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.18. Ilha do Boqueirão – o Plano de Manejo da APA de Tamoios identifica o


zoneamento ambiental da Ilha do Boqueirão como Zona de Preservação (ZP),
enquanto a Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento), art. 12, item I, a classifica como
ZEIATOC-1 “zona com características ambientais e atrativos turísticos naturais com
enfoque unicamente residencial unifamiliar”. A Ilha do Boqueirão está situada
imediatamente ao lado da Ilha do Jorge, no Saco do Bracuí. É uma ilha de pequena
dimensão, quando comparada a Ilha do Jorge. Na década de 90, o proprietário da ilha
entrou com uma ação contra o Município de Angra, garantindo na Justiça o direito de
19

uso da ilha, uma vez que quando foi elaborado o 1º Plano Diretor Municipal (Lei nº
162/91), a base cartográfica municipal se utilizou de mapas do Ministério do Exército,
que não distinguiam a ilha do manguezal. Foi a partir desta ação na Justiça Estadual,
que o município de Angra dos Reis, passou a se utilizar de uma base cartográfica de
maior precisão, distinguindo a Ilha do Boqueirão do Manguezal do Saco do Bracuí, que
a circunda. O Plano de Manejo da APA Tamoios não identifica a Ilha do Boqueirão,
distinguindo-a como ilha. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de
Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.

2.19. Ilha das Flechas – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento
ambiental da Ilha das Flechas como ZOR, enquanto que o art. 12, item II, da Lei nº
2.091/09 (Lei do Zoneamento) do Plano Diretor Municipal a classifica a ilha como
ZEIATOC-2 “zona com características ambientais e atrativos turísticos naturais com
enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação
de meios de hospedagem com até 10 UHs e outros equipamentos de serviços e apoio
à atividade turística”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de
Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.

2.20. Ilha do Cavaco – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha do Cavaco, como ZOR, enquanto que a Lei nº 2.091/09 (Lei do
Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal, identifica o zoneamento ambiental
como ZEIATOC-4 “ zona com características ambientais e atrativos turísticos naturais
com enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com
implantação de meios de hospedagem com até 20 UHs e outros equipamentos de
serviços e apoio à atividade turística”. A Ilha do Cavaco no passado era formada por
roçados e ocupada por população caiçara que se utilizava da prática de queimadas
para limpar a ilha. Por isso ainda hoje é uma ilha com pouca vegetação arbórea e com
vegetação secundária em estágio inicial e médio de recuperação, com muitas “ilhas” de
samambaias Pteridium aquilinum (L.) Kuhn em meio a vegetação arbustiva, denotando
solo ácido e degradado. É de se estranhar que a categoria de zoneamento definida no
Plano de Manejo da APA Tamoios para a Ilha do Cavaco seja mais restritiva do que a
categoria de zoneamento de tantas outras ilhas mais impactadas do que ela,
denotando que quem altera significativamente o meio ambiente é beneficiado,
enquanto que, quem nele pouco intervém é punido. Esse é o conflito entre o Plano
Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em
questão.
20

2.21. Ilha do Cavaquinho – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o


zoneamento ambiental para a Ilha do Cavaquinho como Zona de Conservação (ZC),
enquanto que o art. 12, item II, da Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do
Plano Diretor Municipal identifica o zoneamento como ZEIATOC-2, que significa “zona
com características ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque residencial
unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação de meios de
hospedagem com até 10 UHs e outros equipamentos de serviços e apoio à atividade
turística”. A Ilha do Cavaquinho já foi alvo de inúmeras investidas da Polícia Federal
para cumprir mandatos do MPF. A categoria de zoneamento da Ilha do Cavaquinho é
menos restritiva que a categoria de zoneamento de tantas outras ilhas menos
impactadas, denotando que quem altera significativamente o meio ambiente é
beneficiado, enquanto que, quem nele pouco intervém é punido. Esse é o conflito
entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para
a ilha em questão.

2.22 Ilha da Pimenta – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental para a Ilha da Pimenta como ZIET (Zona de Interesse Especial Turístico)
enquanto a Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal,
identifica o zoneamento como ZIAP (Zona de Interesse Ambiental de Proteção). O
proprietário da Ilha da Pimenta no ano de 2014, solicitou mudança de categoria de
zoneamento através do Processo PMAR nº 19.930/14, para igualar a categoria de
zoneamento da APA Tamoios. O pedido foi aceito pela SMA, no entanto, é necessário
investigar se houve envio de Mensagem à Câmara Municipal, autorizando alteração na
Lei do Zoneamento constante do Plano Diretor Municipal. Esse é o conflito entre o
Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.23 Ilha da Cavala – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental para a Ilha da Cavala como Zona de Conservação (ZC), enquanto a Lei nº
2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal identifica o
zoneamento como ZEIATOC-3. O art. 12, item III da referida lei descreve a zona da
seguinte forma “zona com características ambientais e atrativos turísticos naturais com
enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação
de meios de hospedagem com até 20 UHs e outros equipamentos essenciais de
serviços e apoio à atividade turística”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal
e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.
21

2.24 Ilha dos Coqueiros – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o


zoneamento ambiental da Ilha dos Coqueiros como ZOR (Zona de Ocupação Restrita).
A Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal, identifica
o zoneamento como ZEIATOC-5 cuja definição é “zona com características ambientais
e atrativos turísticos naturais com enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar
horizontal e de turismo, com implantação de meios de hospedagem com até 40 UHs e
outros equipamentos de serviços e apoio à atividade turística”. Esse é o conflito entre o
Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.25 Ilha do Capítulo – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha do Capítulo como ZP (Zona de Preservação), enquanto que a Lei nº
2.091/09 (Lei do zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal, identifica o
zoneamento como ZEIATOC-3 cuja definição do art. 12, item III é “zona com
características ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque residencial
unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação de meios de
hospedagem com até 20 UHs e outros equipamentos essenciais de serviços e apoio à
atividade turística”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de
Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.

2.26 Ilha dos Cabritos – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o


zoneamento ambiental da Ilha dos Cabritos como ZIET (Zona de Interesse para
Equipamentos Turísticos). O art. 22 do Decreto nº 44.175/13 define o que é ZIET
como sendo uma ”zona constituída por áreas de baixa ocupação, nas quais os
ecossistemas nativos encontram-se alterados por atividades antrópicas e que, por suas
características naturais, potencial de capacidade de suporte e vulnerabilidade
socioeconômica das comunidades do entorno, apresentam vocação para contribuir
para o desenvolvimento turístico da Baía da Ilha Grande, sendo, por estas razões as
novas edificações destinadas exclusivamente à implantação de equipamentos turísticos
de baixo impacto ambiental e de alta sustentabilidade ambiental”. Este artigo é
subdividido em dois parágrafos onde o § 1º diz: “Os empreendimentos turísticos
objeto de licenciamento deverão apresentar Relatório Ambiental Simplificado” e § 2º:
“Os meios de hospedagem, como hotéis ou pousadas, não poderão ultrapassar 30
(trinta) unidades habitacionais e 90 (noventa) leitos. O zoneamento ambiental
estabelecido pela Lei nº 2.091/09 identifica para a Ilha dos Cabritos a categoria de
zoneamento ZIAP (Zona de Interesse Ambiental de Proteção). Esse é o conflito entre o
22

Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.27 Ilha do Aterrado – idem Ilha dos Cabritos.

2.28 – Ilha da Murta - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha da Murta como ZOR (Zona de Ocupação Restrita). O art. 12, item II,
da Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal identifica
o zoneamento como ZEIATOC-2, que significa “zona com características ambientais e
atrativos turísticos naturais com enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar
horizontal e de turismo, com implantação de meios de hospedagem com até 10 UHs e
outros equipamentos de serviços e apoio à atividade turística”. Esse é o conflito entre o
Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.29 – Ilha Pequena - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha Pequena como ZOR (Zona de Ocupação Restrita), enquanto a Lei nº
2.091/09 (Lei do Zoneamento), art. 12, item I, a classifica como ZEIATOC-1 “zona com
características ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque unicamente
residencial unifamiliar”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de
Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.

2.30 – Ilha dos Bois - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento
ambiental da Ilha dos Bois como ZOR (Zona de Ocupação Restrita), enquanto que o
art. 12, item II, da Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor
Municipal identifica o zoneamento como ZEIATOC-2, que significa “zona com
características ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque residencial
unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação de meios de
hospedagem com até 10 UHs e outros equipamentos de serviços e apoio à atividade
turística”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA
Tamoios, identificado para a ilha em questão.

2.31 Ilha Sundara - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha Sundara como ZOR (Zona de Ocupação Restrita), enquanto que o
art. 12, item I, identifica o zoneamento como ZEIATOC-1 “zona com características
ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque unicamente residencial
unifamiliar”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da
APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.
23

2.32 Ilha do Bonfim - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha do Bonfim como ZOR (Zona de Ocupação Restrita), enquanto que a
Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal, que a
identifica como ZIAP (Zona de Interesse Ambiental de Proteção). Não faz sentido que a
APA Tamoios considere a área como ZOR (Zona de Ocupação Restrita), já que a área é
uma Ermida, protegida pelo Patrimônio Histórico Nacional. Esse é o conflito entre o
Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.33 Ilha do Almeida - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha do Almeida como ZOR (Zona de Ocupação Restrita), enquanto que a
Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal, identifica o
zoneamento como ZEIATOC-2 que significa “zona com características ambientais e
atrativos turísticos naturais com enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar
horizontal e de turismo, com implantação de meios de hospedagem com até 10 UHs e
outros equipamentos de serviços e apoio à atividade turística”. Esse é o conflito entre o
Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.34 Ilha dos Coqueiros (2) - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o
zoneamento ambiental da Ilha dos Coqueiros (2) como ZIET (Zona de Interesse para
Equipamentos Turísticos). O art. 22 do Decreto nº 44.175/13 define o que é ZIET
como sendo uma ”zona constituída por áreas de baixa ocupação, nas quais os
ecossistemas nativos encontram-se alterados por atividades antrópicas e que, por suas
características naturais, potencial de capacidade de suporte e vulnerabilidade
socioeconômica das comunidades do entorno, apresentam vocação para contribuir
para o desenvolvimento turístico da Baía da Ilha Grande, sendo, por estas razões as
novas edificações destinadas exclusivamente à implantação de equipamentos turísticos
de baixo impacto ambiental e de alta sustentabilidade ambiental”. Este artigo é
subdividido em dois parágrafos onde o § 1º diz: “Os empreendimentos turísticos
objeto de licenciamento deverão apresentar Relatório Ambiental Simplificado” e § 2º:
“Os meios de hospedagem, como hotéis ou pousadas, não poderão ultrapassar 30
(trinta) unidades habitacionais e 90 (noventa) leitos. O zoneamento ambiental
estabelecido pela Lei nº 2.091/09 identifica para a Ilha dos Coqueiros (2) a categoria
de zoneamento ZIAP (Zona de Interesse Ambiental de Proteção). Esse é o conflito
24

entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para
a ilha em questão.

2.35 Ilha do Calombo – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha do Calombo como ZP (Zona de Preservação) enquanto que a Lei nº
2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal identifica o
zoneamento como ZEIATOC-2, que significa “zona com características ambientais e
atrativos turísticos naturais com enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar
horizontal e de turismo, com implantação de meios de hospedagem com até 10 UHs e
outros equipamentos de serviços e apoio à atividade turística”. Esse é o conflito entre o
Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.36 Ilha Guaxuma - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o zoneamento


ambiental da Ilha Guaxuma como ZOR (Zona de Ocupação Restrita), enquanto que a
Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal identifica o
zoneamento como ZEIATOC-1, que significa “zona com características ambientais e
atrativos turísticos naturais com enfoque unicamente residencial unifamiliar”. Esse é o
conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios,
identificado para a ilha em questão.

2.37 Ilha de Peregrino – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o


zoneamento ambiental da Ilha de Peregrino como Zona de Conservação enquanto que
a Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor Municipal identifica
o zoneamento como ZEIATOC-2 que significa “zona com características ambientais e
atrativos turísticos naturais com enfoque residencial unifamiliar e multifamiliar
horizontal e de turismo, com implantação de meios de hospedagem com até 10 UHs e
outros equipamentos de serviços e apoio à atividade turística”. Esse é o conflito entre o
Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha
em questão.

2.38 Ilhas Duas Irmãs Menor - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o
zoneamento ambiental das Ilhas Duas Irmãs Menor como ZOR (Zona de Ocupação
Restrita), enquanto que a Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano
Diretor Municipal identifica o zoneamento como ZEIATOC-1, que significa “zona com
características ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque unicamente
residencial unifamiliar”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de
Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.
25

2.39 Ilhas Duas Irmãs Maior - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o
zoneamento ambiental das Ilhas Duas Irmãs Maior como ZOR (Zona de Ocupação
Restrita), enquanto que a Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano
Diretor Municipal identifica o zoneamento como ZEIATOC-1, que significa “zona com
características ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque unicamente
residencial unifamiliar”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de
Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.

2.40 Ilha do Cavaco (2) - o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o


zoneamento ambiental da Ilha do Cavaco (2) como ZC (Zona de Conservação),
enquanto que a Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do Plano Diretor
Municipal identifica o zoneamento como ZEIATOC-2, que significa “zona com
características ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque residencial
unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação de meios de
hospedagem com até 10 UHs e outros equipamentos de serviços e apoio à atividade
turística”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano de Manejo da APA
Tamoios, identificado para a ilha em questão.

2.41 Ilha de Itaquatiba – o Plano de Manejo da APA Tamoios identifica o


zoneamento ambiental para a Ilha Itaquatiba como ZP (Zona de Preservação)
enquanto que o zoneamento da Lei nº 2.091/09 (Lei do Zoneamento) constante do
Plano Diretor Municipal identifica como ZEIATOC-3, cuja definição do art. 12, item III é
“zona com características ambientais e atrativos turísticos naturais com enfoque
residencial unifamiliar e multifamiliar horizontal e de turismo, com implantação de
meios de hospedagem com até 20 UHs e outros equipamentos essenciais de serviços e
apoio à atividade turística”. Esse é o conflito entre o Plano Diretor Municipal e o Plano
de Manejo da APA Tamoios, identificado para a ilha em questão.

3.0 Complementação de Informações:

3.1 A Ilha de Macacos não tem correspondência com o Plano Diretor Municipal,
assim como as ilhas de Pombas, Japariz, Aroeira, Comprida (IG), Redonda (5), Longa,
Meros, Armação Oeste, Armação do Leste, Guriri, Amolá, Mocegos, Macedo e Jorge
Grego.

3.2 Quando houve a publicação da Lei nº 1754/06 (Plano Diretor Municipal) o


art. 15 da Lei submeteu o zoneamento ambiental da Ilha Grande a diretrizes e leis
próprias a serem elaboradas em complementação ao Plano Diretor e seus instrumentos
26

normativos, que deveriam ser publicados em 30 (trinta) dias a contar da publicação da


lei.

3.3 Em 23/01/2009, o governo municipal publicou a Lei nº 2.088/09 (BO 190,


de 26/03/09), que “Dispõe sobra a Lei de Diretrizes Territoriais para a Ilha Grande, de
acordo com o art. 15 da Lei 1.754, de 21 de dezembro de 2006, ampliando o prazo de
30 (trinta) dias para 60 (sessenta), para publicação da Lei de Diretrizes Territoriais da
Ilha Grande. É importante verificar a legalidade da Lei 2.088/09 uma vez que os §§ 1º
e 2º do art. 49 dizem respectivamente: §1º A Lei de Zoneamento e a Lei de Uso e
Ocupação do Solo que regulamentam algumas disposições da presente Lei deverão ser
elaboradas no prazo máximo de 6 (seis) meses a contar da data de vigência desta Lei.
§2º As demais Leis de disposições regulamentares revistas nesta Lei deverão ser
elaboradas em prazo máximo de 01 (um) ano a contar da data de vigência desta Lei.
Há de se considerar também, que os art. 15 e 16 da Lei 1.754/06 foram substituídos
pelo art. 1º da Lei nº 1.780, de 8/2/07, que dá nova redação a dispositivos da Lei
municipal nº 1.754/06. O art. 1º diz: os art. 15 e 16 da Lei Municipal nº 1.754/06,
passam a vigorar com a seguinte redação: Art. 15 O Território da Ilha Grande, em
função de suas particularidades, será objeto de diretrizes e leis próprias a serem
elaboradas em complementação a esse Plano Diretor e seus instrumentos normativos,
em prazo máximo de 60 (sessenta) dias a contar da publicação desta Lei (NR).

3.4 A categoria de zoneamento ZORDE (Zona Rural de Desenvolvimento


Especial) prevista no art. 16 da Lei do Zoneamento (Lei nº 2.091/09), nas regiões de
Ariró, Bracuí, Banqueta, Zungu etc, teve sua funcionalidade alterada quando a
ausência da fiscalização urbanística e ambiental motivou a população ao desrespeito
do que estava planejado, incentivando o crescimento urbano e não atendendo ao
índice de ocupação de 5% previsto na lei, nas áreas passíveis de ocupação nas
propriedades, o que resultou num adensamento desproporcional dessas áreas,
descaracterizando a área rural de Angra dos Reis. Grande parte da ZORDE, hoje se
encontra comprometida com a ocupação urbana desordenada, num território rural.

4.0 Conclusão:

4.1 Há significativa divergência conceitual entre o Plano Diretor do Município de


Angra dos Reis e o Plano de Manejo da Área de Proteção Ambiental de Tamoios. O
Plano Diretor Municipal planeja o uso do solo com ênfase no planejamento urbano-
27

ambiental e o Plano de Manejo da APA Tamoios planeja o uso do solo com ênfase na
preservação dos ecossistemas.

4.2 Na maior parte das vezes observamos que a intenção do Plano de Manejo
da APA Tamoios é suplantar o que o Plano Diretor prevê para as áreas municipais,
destinando a elas funções conservacionistas e/ou preservacionistas, como se estivesse
tentando frear o desenvolvimento municipal. É importante termos em mente, que a
Área de Proteção Ambiental é uma categoria de unidade de conservação que visa a
conciliação entre o crescimento econômico e a proteção ambiental. Se fosse para
preservar os ecossistemas, a unidade de conservação obviamente não seria uma APA,
mas outra com diretrizes mais rígidas. Não há como excluir o homem e a cidade de
Angra dos Reis do território por ela ocupado.

4.3 Deve-se unificar o zoneamento ambiental existente em ambos os


instrumentos legais, de forma que o território municipal esteja submetido a regras
complementares de proteção e não antagônicas, como vem ocorrendo nos dias de
hoje.

Paulo Carvalho Filho


Biólogo - matr. 3054
Especialista em Planejamento Ambiental e
MSc em Geociências – área de concentração em
Gestão Ambiental

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