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ATIVIDADE III - TRANSTORNOS COMPORTAMENTAIS DA INFÂNCIA

GRUPO C: FLÁVIA, MARCO, SADANA, MARIA, GABRIELA FLORENCIO,


SARAH, EDUARDO

a) Qual a propedêutica adequada a ser realizada num primeiro atendimento


a uma criança/adolescente com transtorno comportamental? Descreva.

A propedêutica a ser realizada em uma primeira consulta inclui a livre explanação


do paciente com perguntas básicas e do entendimento da criança, sempre
avaliando o seu comportamento, a consulta deve ser realizada acompanhada
dos pais ou responsáveis. Avaliar quais foram as queixas dos pais/professores
e o motivo principal do encaminhamento (carta da escola, por exemplo). Deve-
se coletar a história da doença atual com início dos sintomas, modo de
instalação, características associadas, evolução, história gestacional e eventos
perinatais juntamente com o desenvolvimento neuropsicomotor e história
familiar.

Exame físico: Deve-se avaliar peso, sinais vitais, estatura, ectoscopia - doenças
neurológicas, dimorfismos, estado mental, proceder com exame clínico
completo.

Exames complementares: audiometria, avaliação oftalmológica, teste


neuropsicológico-psiquiatria, EEG, ECG, hemograma completo, vitaminas e
dosagem hormonal.

b) Assinale a alternativa mais adequada, justifique suas respostas, bem


como a terapêutica proposta, nos seguintes casos:

1) Paciente, 9 anos, masculino com história de Desinteresse, poucas


amizades, vem apresentando Baixo Rendimento Escolar e crises
recorrentes de Asma, nos últimos 4 meses.

A) Depressão;

A criança tem como principal característica o “desinteresse”, o que pode nos


remeter a depressão, levando com que o paciente não encontre prazer em fazer
as atividades cotidianas e também as atividades de lazer. O fato de ter poucas
amizades aponta para um retraimento social, na qual o paciente não consegue
desenvolver a comunicação e as habilidades sociais adequadas com os outros
colegas. As crises de asma recorrentes podem ser uma somatização da doença,
ou até mesmo a causa, visto que em crianças a depressão pode ser decorrente
de outras doenças clínicas. O tratamento é feito principalmente com
psicoterapia, e fármacos antidepressivos quando necessário.

B) Ansiedade;

C) TDAH;

D) Ausência;
E) Dislexia;

F) Autismo

2) Paciente, 7 anos, masculino, agitado, desatento durante as aulas e Medo


exagerado de cachorro, a ponto de não ir brincar mais na pracinha.

A) Depressão;

B) Ansiedade;

Criança agitada e desatenta, e com um medo exagerado (de cachorro, no caso),


incomum, e que impede de fazer as atividades que outras crianças fazem,
apontam para uma suspeita maior de ansiedade. O tratamento seria com
psicoterapia principalmente, e medicamentos, se necessários, como os
psicoativos. Além disso, é necessário ter apoio da família e do círculo social da
criança (professores, entre outros), para que todos estejam cientes do quadro e
saibam como manejá-lo.

C) TDAH;

D) Ausência;

E) Dislexia;

F) Autismo.

3) Paciente, 7 anos, feminino, com bom comportamento, às vezes com


episódios ansiosos, apresenta boa relação social, porém com
Desempenho Fraco em Matemática, mesmo com sucessivas aulas de
reforço.

A) Depressão;

B) Ansiedade;

C) TDAH;

D) Ausência;

E) Dislexia;

Pois o paciente possui incapacidade para uma habilidade, que é a matemática


(discalculia). Importante incluir a história gestacional, do parto e do
desenvolvimento; exame físico e psíquico do paciente, para avaliar outros
fatores que podem interferir no aprendizado, problemas relacionados à escola,
ao professor ou à família, além de uma audiometria, avaliação oftalmológica,
exames laboratoriais complementares e teste neuropsicológico. O tratamento é
multiprofissional, incluindo acompanhamento psicológico e terapia ocupacional,
com treinamento das habilidades matemáticas.

F) Autismo.
4) Paciente, 7 anos, feminino, Caligrafia ruim, Desatenção, Agitada, e muito
irritada, quando contrariada. Fora repreendida na escola várias vezes por
prejudicar a aula.

A) Depressão;

B) Ansiedade;

C) TDAH;

Uma vez que a paciente possui sintomas de hiperatividade (é agitada e irritada)


e desatenção. Importante saber quando os sintomas iniciaram, se houve algum
evento ou trauma desencadeante, como foi a evolução, história gestacional,
histórico familiar e desenvolvimento neuropsicomotor. Ademais, é necessário a
realização de audiometria, avaliação oftalmológica, exames laboratoriais
complementares e teste neuropsicológico. O tratamento é multiprofissional,
envolvendo os pais, a família, escola, terapia cognitivo comportamental e
medicação psicoestimulante como o Metilfenidato (fazer Check Up antes, com
ECG, hemograma, função hepática e renal).

D) Ausência;

E) Dislexia;

F) Autismo.

5) Paciente, 5 anos, Pouco Comunicativo, Baixa Interação com os colegas,


passa grande parte da aula para realização de uma Única atividade.

A) Depressão;

B) Ansiedade;

C) TDAH;

D) Ausência;

E) Dislexia;

F) Autismo.

Tendo em vista o achado de ‘pouco comunicativo’, o paciente pode ter uma


alteração social com domínio de linguagem afetada; no achado de ‘demora muito
tempo para realizar uma única atividade’, o paciente pode estar apresentando
um padrão restritivo e repetitivo de comportamento, ocasionando em uma
dificuldade de alternar entre as atividades. Todos estes achados corroboram
com o diagnóstico de transtorno do espectro autista.

Terapêutica proposta: Confirmado o diagnóstico, há uma necessidade de um


tratamento ambiental, multiprofissional (fonoaudióloga, fisioterapeuta,
ludoterapia e terapeuta ocupacional) e medicamentoso, dando preferência ao
citalopram.
6) Paciente, 9 anos, feminino, com Fraco Desempenho Escolar, Desapego
em tudo, inclusive em tarefas domiciliares e de lazer, “vive no mundo da
lua”. Sem problemas quanto a comportamento e baixa interação social.

A) Depressão;

B) Ansiedade;

C) TDAH;

D) Ausência;

E) Dislexia;

F) Autismo.

Provavelmente, a crise de ausência esteja causando um impacto negativo na


aprendizagem, pois estas crises costumam se repetir diversas vezes ao longo
do dia (10-100 vezes). Logo, há uma queda no aprendizado da paciente,
evidenciado em um fraco desempenho escolar. Além do mais, esta patologia
acomete mais pacientes femininos, fato este, que pode corroborar com o
diagnóstico.

Terapêutica proposta: Confirmado o diagnóstico, há uma necessidade de um


tratamento medicamentoso com lamotrigina, ou levetiracetam, ou clobazam,
tendo cuidado com a indicação de ácido valpróico (medicamento teratogênico).

7) Paciente, 13 anos, com diagnóstico TDAH, em uso de Ritalina há 4


semanas sem melhora. História de aumento da Impulsividade, e cada vez
mais agressivo. O pai refere que muitas vezes precisa brigar para que ele
tome banho e faça as tarefas.

A) Depressão;

B) Ansiedade;

C) TDAH;

D) Ausência;

E) Dislexia;

F) Autismo.

O aumento da impulsividade e agressividade são sintomas que falam a favor da


depressão em adolescentes, bem como o desleixo com a aparência e perda de
interesses (falta de banho e de realização de tarefas). Caso ainda não tenha sido
realizado, primeiro precisamos excluir distúrbios visuais, auditivos e
neurológicos com audiometria, avaliação oftalmológica, EEG e teste
neuropsicológico-psiquiátrico. O tratamento com psicoterapia e fármacos
antidepressivos (fluoxetina e escitalopram) é muito importante, pois além de
tratar a depressão, previnem contra o início de abuso de substâncias, ao qual
esses pacientes estão sujeitos.

8) Paciente, 10 anos, com diagnóstico TDAH, em uso de Ritalina há 6


meses, sem melhora em seu rendimento escolar. Aliás, houve piora de sua
desatenção, agora estando desatento, com uma maior frequência.

A) Depressão;

B) Ansiedade;

C) TDAH;

D) Ausência;

E) Dislexia;

F) Autismo.

Como não houve melhora com o uso de Ritalina por 6 meses e a principal queixa
é a desatenção, podemos pensar em crises de ausência. Como em todo
transtorno do desenvolvimento infantil, devemos solicitar exames de
audiometria, avaliação oftalmológica, EEG e teste neuropsicológico-psiquiátrico.
O EEG em crises de ausência é característico (ondas em espículas, bilaterais,
síncronas e simétricas) e fecha diagnóstico. O tratamento com Lamotrigina trata
as crises de ausência, bem como outros transtornos de desatenção, estando
indicada para o caso, em conjunto com terapia com psicólogo e educação
familiar.

9) Paciente masculino, 14 anos, com Queda no Rendimento Escolar há 3


meses. Só quer saber de rua, desde que iniciou novas amizades. Está
desatento, fica hiperativo e em casa se irrita facilmente. O Pai desconfia de
Drogadição.

A) Depressão;

B) Ansiedade;

C) TDAH;

D) Ausência;

E) Dislexia;

F) Autismo.

A suspeita diagnóstica para o caso desse paciente é depressão. Os sintomas


apresentados pelo paciente de desatenção, hiperatividade e irritabilidade
excessiva e risco de drogadição, podem ser vistos em depressão e requerem
uma avaliação mais detalhada. Seria importante avaliar se o paciente está
fazendo abuso de substâncias. Sobre o tratamento, seria recomendado a
psicoterapia e farmacoterapia com fluoxetina ou escitalopram.
10) Paciente, 14 anos, feminino, história de Epilepsia em tratamento, veio
trazida pelas pais com queixa que a adolescente vem apresentando
descontrole das crises epiléticas (aumento do número de crises/mesmo em
uso da medicação). Apresenta também, Insônia Terminal, diminuição
global de seu rendimento. Os pais estão preocupados quanto à
Drogadição.

A) Depressão;

B) Ansiedade;

C) TDAH;

D) Ausência;

E) Dislexia;

F) Autismo.

A suspeita diagnóstica para o caso da paciente é depressão, uma vez que a


paciente demonstra diminuição global de seu rendimento, insônia terminal e
suspeita de drogadição. Seria importante avaliar se a paciente está fazendo uso
correto dos medicamentos para tratamento da epilepsia e abuso de substâncias.
Sobre o tratamento, seria recomendado a psicoterapia e para o tratamento
medicamentoso seria recomendado fármacos antidepressivos como a
fluoxetina.

11) Paciente 9 anos com queixa de desatenção e desmaios frequentes. A


mãe refere que tem medo da criança ficar muito feliz… logo, sempre
acontece os episódios de desmaios. Refere que a escola solicitou
avaliação médica devido provável déficit de atenção. E desde então segue
em tratamento para Crise de Ausência.

Em uso de: Lamotrigina 50mg 3x dia, Propanolol 20mg 2x dia. Ainda com
episódios, apesar de diminuição das crises.

Pergunta-se:

a ) Quais os prováveis Diagnósticos?

• Crise de ausência: É caracterizada por interrupções breves da


consciência. Ausência típica de 4 a 20 segundos.
• Síndrome vasovagal: Caracteriza-se por perda repentina do tônus
vasomotor, resultando em hipotensão sistêmica (resposta
vasodepressora), acompanhada de bradicardia. Frequentemente
desencadeada por estímulos físicos como: dor, calor, desidratação,
ortostatismo prolongado ou psíquicos: ansiedade e medo.
• Narcolepsia: Caracteriza-se por sonolência diurna excessiva, geralmente
com perda súbita do tônus muscular (cataplexia) - a pessoa desmaia de
felicidade. Outros sintomas incluem paralisia do sono e alucinações
hipnagógicas e hipnopômpicas.
*cataplexia: Paralisia ou fraqueza muscular momentânea sem perda de
consciência ocorre por reações emocionais súbitas como felicidade, raiva, medo,
empolgação ou, muitas vezes, surpresa.

b) Como proceder com a Investigação?

Primeiramente deve-se descartar ou confirmar o diagnóstico prévio de


crise de ausência, tendo em vista que o mesmo já faz tratamento para tal. Dessa
forma, caberia uma eletropolissonografia a fim de visualizar o padrão espícula
de onda 3Hz, síncrona e simétrica. Vale também investigar melhor as
características das crises, como: duração, olhar vago, contração dos músculos
e movimentos discretos das mãos

Já, pensando em síncope vasovagal, pode-se investigar causas


desencadeadoras tais como: desidratação, ortostatismo ou elevação prolongada
dos membros superiores, estresse físico ou emocional (dor/ medo), alterações
posturais bruscas, micção e tosse. Investigar também outros sintomas como
tonturas, alterações visuais, náusea, palidez, ansiedade ou stress. O tilt-
test (teste de inclinação) pode ser utilizado para testar se existe relação entre
as alterações hemodinâmicas com mudanças posturais, assim, auxiliando no
diagnóstico.

E, se considerar a possibilidade de narcolepsia, outros sintomas devem


ser investigados, como alucinações hipnagógicas e hipnopômpicas. Deve-se
investigar também se há sintomas como paralisia do sono e cansaço diurno.
Exames a serem solicitados podem ser: polissonografia, teste de latência
múltipla do sono e dosagem de hipocretina, sendo esta demonstrando uma
deficiência < 110pg/ml.

c) Qual a terapêutica indicada?

Crise de ausência:

O tratamento tem como base o uso de Lamotrigina, a qual o


paciente já faz uso, pois trata transtornos de desatenção. No entanto, não
houve melhora, dessa forma, deve ser retirada e, caso o diagnóstico ainda
seja esse, pode-se lançar mão de outras medicações tais como ácido
valpróico, clobazam ou etosuximida.

Síncope vasovagal:

Não existe um tratamento específico para a síndrome vasovagal.


Alguns medicamentos podem ser receitados em função de evitar a
hipotensão, mas no geral o tratamento é comportamental. Deve-se
reconhecer sinais de alarme, pedir ajuda e adotar posição de decúbito
com elevação dos membros inferiores ou sentar para melhorar retorno
venoso. Deve-se haver hidratação e ingestão de sal adequada e evitar
posições estáticas prolongadas. Há descrição de tratamento
farmacológico por meio de betabloqueadores, fludrocortisona e
midodrina, mas apenas a midodrina com eficácia comprovada.

Narcolepsia:
Constatando-se narcolepsia, a higiene do sono deve ser orientada - os
pacientes devem conseguir dormir bastante à noite - tentar manter horários fixos
- e cochilar brevemente < 30 min no mesmo horário todos os dias (geralmente a
tarde). A parte farmacológica pode ser iniciada com amodafinila pela manhã com
ajuste de dose. Além disso pode-se associar um antidepressivo tricíclico e o
metilfenidato também pode ser utilizado.

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