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FACULDADE DOM ALBERTO

CURSO DE DIREITO

TRABALHO ACADÊMICO 02

Marcos Roberto Ferreira de Azeredo


Evandro Sulzbacher

Trabalho acadêmico 02 apresentado


à disciplina Direto Tributário II, sob a
orientação da Prof. Tatiele G. Kuntz,
como requisito parcial para
aprovação.

Santa Cruz do Sul,19 de junho de 2021


Parecer jurídico nº 001/2021

Requerente: Empresa Light Shine S.A, uma empresa do ramo de


eficiência energética voltado a produção e instalação de placas fotovoltaicas.

Ementa: Tributo, Propriedade, Fato Gerador, Contribuição, Fazenda


Pública.

CONSULTA: A empresa Light Shine S.A, quer se estabelecer no Brasil e


para isso necessita análise, a empresa multinacional informou que pretende:
a) Adquirir uma área de terras no interior do município de Estrela/RS
(área rural), onde futuramente pretende construir sua sede logística,
considerando a proximidade com a BR-386 e acesso facilitado.
b) Locar um imóvel urbano no município de Lajeado onde há um grande
pavilhão logístico até que sua sede fique pronta e conseguir o alvará de
funcionamento.
c) Contratar 50 empregados com carteira assinada.
d) Vender placas de energia fotovoltaica para clientes de todo Brasil;
e) Fazer a instalação das placas de energia fotovoltaica no Rio Grande
do Sul;
f) Importar da China matéria prima para produção das placas de energia;
g) Exportar para os países do Mercosul as suas placas de energia
fotovoltaicas produzidas no Brasil;
h) Estima obter lucro já no primeiro ano de operação (2022). de um
levantamento dos eventuais tributos que irá pagar.
E a partir desses pontos quer saber os tributos que irá necessitar pagar.

Relatório:

Tendo em vista a solicitação de parecer jurídico pela Empresa Light


Shine S.A, a qual requer informações de suas responsabilidades tributarias de
acordo com a legislação de cada ente da Federação, para a partir de então
prosseguir na instalação da unidade na Cidade de Estrela/RS, sendo assim,
passo a descrever;

Na aquisição do imóvel pretendido pela empresa, localizado no


município de Estrela/RS, sendo uma área rural situado às margens da BR-386,
terá a incidência do ITBI (Imposto de Transmissão de Bens Imóveis), de acordo
com o texto constitucional, o referido tributo será instituído e arrecadado pelo
do município, o qual, neste caso em específico, o município competente para
tal ato é o Município de Estrela.

A função do Imposto de transmissão de bens Imóveis (ITBI), é fiscal,


haja vista ter a finalidade de arrecadar angariar recursos para a Fazenda
Pública, sendo este tributo instituído apenas aos atos de “transmissão inter
vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis por natureza ou
acessão de direitos reais sobre imóveis”, de forma que seu fato gerador se
perfectibiliza, com do registro do negócio jurídico de compra e venda no
registro de imóveis, do referido município.

Cabe elencar, que para o início efetivo das atividades será necessário
que se tenha o alvará de liberação para o exercício das referidas atividades,
sendo a emissão do alvará de competência do município, devendo este ser
requerido, de forma que para que ocorra a vistoria ou fiscalização será exigido
o pagamento da taxa, o qual é efetivado pelo poder de polícia, de forma que
será necessário solicitar a fiscalização do órgão competente para a emissão do
mesmo.

Posteriormente a compra do imóvel em área rural, incidirá o imposto


sobre a propriedade territorial rural, o qual tem de competência da União,
contudo, a capacidade ativa de fiscalizar e cobrar é dos municípios que assim
optarem, de modo que o ITR cumpre a função extrafiscal, tendo o seu
lançamento por homologação e sempre respeitará os princípios da legalidade,
anterioridade e noventena, sendo o fato gerador, ter como propriedade gleba
de terra fora da área urbana.
Contudo em relação às pretensões de locação de pavilhão na Cidade de
Lajeado, deverá ser observado os termos do contrato, haja vista que o titular da
obrigação de pagar IPTU (Imposto Sobre Propriedade Predial), é o proprietário
e não o locatário, contudo por vezes o contrato de locação repassa tal
obrigação ao locatário. Desta feita cabe destacar que este é um imposto de
competência do município, de modo que sua função é exclusivamente fiscal,
tendo como objetivo primordial a arrecadação de recursos para o município, o
lançamento será de ofício, sendo base de cálculo o valor venal do imóvel.

O fato gerador do referido imposto é a propriedade do bem imóvel por


natureza ou acessão física, diferentemente do ITR, o qual incide apenas sobre
bem imóvel por natureza, já O IPTU, incide para além do imóvel por natureza,
mais também ao que a ela for acrescentado, como por exemplo a edificação de
um prédio comercial, incidindo assim também por acessão física.

Já em decorrência da contratação de funcionários, a empresa deverá


manter registro na CTPS, devendo observar que nesse momento ele necessita
descontar na folha dos empregados e recolher a contribuição social, sendo
está destinada diretamente ao orçamento da seguridade social. Desta feita,
importa esclarecer que o pagamento de contribuição de INSS, também será de
obrigação dos empregadores, a qual fazem jus por causa de eventuais
acidentes necessitando da ajuda da previdência e para poder se aposentar,
pois, no Brasil conta-se com o sistema da Universalidade onde os
trabalhadores de agora pagam os que estão aposentados e os de amanhã
pagaram para quem trabalha hoje.

Deve também ser observado, que se a remuneração de seus


funcionários ultrapassar R$ 1.903,99, o empregador deverá fazer o desconto
do Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza, diretamente na
fonte (Folha de pagamento do salário), tal imposto é de competência da União,
devendo se efetivar o repasse dos valores descontados aos cofres da União
Federal, sua função é fiscal, de modo que é uma das maiores fontes de
receitas da União, seu lançamento é realizado por declaração, sendo o fato
gerador auferir renda maior que o valor estipulado por lei e descrito
anteriormente.

Partindo para a prática de uma de suas atividades, a qual seja a venda


de placas de energia fotovoltaico, a qual incidirá o Imposto Sobre Circulação de
Mercadorias e Serviços (ICMS), haja vista que será competente para instituir e
cobrar o referido tributo os Estados e Distrito Federal, devendo ser observado
que em se tratando de mercadoria importada a competência para a cobrança
do mesmo será do Estado que se encontra instalado o importador da
mercadoria.
O ICMS tem função predominantemente fiscal, sendo este uma das
maiores arrecadações de tributo dos Estados e Distrito Federal. Por vezes
mesmo que não recomendado se utiliza o ICMS, como função extrafiscal,
contudo, quando utilizado nesta função proporciona um grande risco de ocorrer
fraudes, sendo que o seu fato gerador será estabelecido pela Lei a qual irá
instituí-lo, sendo seu lançamento efetivado por homologação.
Para além do ICMS que incidirá sobre a venda, também terá a incidência
de ISSQN, na prestação o serviço de instalação, sendo este de competência
do município, tem função fiscal, sendo o fato gerador, a contratação de serviço
de qualquer natureza que não esteja compreendido como competência
tributária do Estado. Em regra geral, o ISSQN é lançado por homologação,
contudo pode também ser lançado de ofício.
Importante esclarecer que na transação de importação de matéria prima
chinesa, incidirá o Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros (II),
terá a incidência do mesmo sempre que se efetivar a transação, sendo
aplicada a alíquota em vigência na data de entrada da mercadoria em território
nacional, é imposto de competência da União, de forma que se dá o fato
gerador no momento da entrada do produto estrangeiro em território nacional.
Tem uma função extrafiscal, haja vista que tem uma importância muito
grande como instrumento de proteção para a indústria nacional do que
propriamente arrecadatório, tem seu lançamento por procedimento
administrativo pela autoridade que constitui o crédito tributário, sempre
ocupando a posição de sujeito passivo ou importador.
Importante informar também que na transação de importação de
produtos da China, também incidirá o IPI e ICMS, o ICMS já foi descrito
anteriormente, contudo, nessa transação o fato gerador será o desembaraço
aduaneiro, já o IPI (Imposto Sobre Produto Industrializado), tendo competência
tributária pertencente à União Federal, imposto que até pouco tempo atrás
ocupava o status de maior arrecadação tributária, está sendo utilizado como
instrumento da função extrafiscal, haja vista que em função de sua
essencialidade é um imposto seletivo.
O IPI, tem como fato gerador a industrialização de produtos, ou a
transformação de matéria prima em outra espécie de utilitário, exemplo é a
chapa de MDF ser transformada em um rack, desta monta, cabe descrever que
o lançamento do referido tributo se dá por homologação.
No que tange às transações de exportação das placas de energia
fotovoltaicas que serão produzidas na unidade Brasileira aos países do
Mercosul, de acordo com a legislação vigente a empresa será agraciada com o
benefício da imunidade tributária em relação ao IPI. No entanto, a legislação
Brasileira criou um imposto de exportação, no entanto a mesma não tem
aplicação no referido ramo de atividade, sendo esta aplicada apenas nas
transações envolvendo tabaco e armas, de acordo com o descrito na
Resolução Camex.
Trata-se de um imposto de competência da União, sua função é a
extrafiscal, haja vista que é utilizada para o controlar mercado, tendo como fato
gerador, a saída de mercadorias para o exterior ou a data de registro
exportação, devendo está mercadoria ser incorporada a outra nacionalidade.
Elenco ainda que na exportação não incide o ICMS, de acordo com a Lei
complementar vigente.
Devido tamanho investimento, a uma grande expectativa de obter uma
satisfatória lucratividade, na qual terá a incidência do IRPJ, sendo que neste
será tributado a renda e patrimônio a auferido a mais, sendo esta parte dos
lucros.
Em se falando em impostos que incidirão sobre os lucros, a empresa
também arcará com as Contribuições Sociais Previdenciárias.
Por último teremos a incidência de PIS/COFINS, o qual incide sobre
todas as pessoas jurídicas de direito privado ou que a ela se equiparam, bem
como COFINS, de forma que estes tributos, serão calculados sobre o
faturamento e não pelo lucro, de acordo com os dispositivos legais.
A instalação de placas fotovoltaicos, por se tratar de um sistema de
geração de energia elétrica necessita de um responsável técnico na área de
Engenharia Elétrica, dessa forma incidirá o pagamento da Contribuição de
Interesse de Categoria Profissional ou Econômica, pois o responsável técnico
necessita emitir a ART para que se possa realizar a instalação e ligação à rede
da concessionária de energia, e para que ele possa emitir a ART necessita
estar vinculado a categoria profissional adequada que no caso é o CREA ou
CFT nos casos de eletrotécnicos respeitando os 800 KVA.
Outra contribuição a ser paga será Contribuição para Custeio do Serviço
de Iluminação Pública (COSIP) que vem em muitos casos diluído dentro das
contas de energia elétrica, sendo, porém, facultado ao município sua cobrança,
bem como, Taxa em Razão da Prestação de Serviço Público, a qual, poderá vir
diluída no IPTU, como por exemplo é cobrado a taxa que poderá ser cobrada
pelo município na realização de um serviço público como por exemplo a coleta
do lixo.
Encerrado o relatório, passo de imediato a descrever a fundamentação
legal para tal argumentação;

Fundamentação

O embasamento legal para a instituição e cobrança de ITBI está descrito no art.


156, II da Constituição federal o qual descreve que;

Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre:

        II -  transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como
cessão de direitos a sua aquisição;

De acordo com entendimento de Hely Lopes Meirelles o qual explica


que a emissão do alvará não se caracteriza um benefício, mas sim, uma
obrigação de organizar a estrutura de sua empresa em condições legais de
funcionamento, sendo está autorizada pelo órgão fiscalizador, deste modo
descreve que;

“(...) a taxa pelo exercício do poder de polícia é exigida de quem se vê


obrigado a requerer manifestação do Poder Público para uso de sua
propriedade ou prática de determinada atividade, como uma licença
para construir ou uma autorização para realizar espetáculo público.
Tal manifestação não é, portanto, emitida em seu benefício – uma vez
que, em regra, constitui restrição a direito seu-, mas no da
coletividade, por cujo bem-estar, em todos os seus aspectos
(segurança, higiene, ordem, costumes) a Administração deve zelar”.

No que se refere ao amparo legal para cobrança de ITR, vamos recorrer ao


art. 153, VI, da Constituição Federal, a qual descreve que;

Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

        VI -  propriedade territorial rural;

Haja vista que o art. 153, parágrafo 4º, inciso III da Constituição Federal,
descreve a regra para que os municípios que fizerem a opção de realizar a
fiscalização e cobrança do referido tributo;

§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput:

III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei,
desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.

Desta feita, a Emenda Constitucional 42/2003, regulamenta no art. 158,


II, CF, que em optando o município por realizar a cobrança e a fiscalização,
tendo assim o direito na totalidade do valor.

Art. 158. Pertencem aos Municípios:

II - cinqüenta por cento do produto da arrecadação do imposto da União sobre a


propriedade territorial rural, relativamente aos imóveis neles situados, cabendo a totalidade na
hipótese da opção a que se refere o art. 153, § 4º, III.

A competência é do Município para instituir o IPTU, conforme artigo 156,


inciso I da Constituição Federal e artigo 32 do CTN, ele possui característica
fiscal. O fato gerador é a propriedade, domínio útil ou a posse de bem imóvel,
sendo diferente do conceito de fato gerador do ITR, de acordo com Hugo de
Brito Machado o conceito de bem imóvel;
O conceito de bem imóvel dito a respeito do fato gerador do
imposto sobre propriedade territorial rural/ITR, se destacando que
aquele imposto incide apenas sobre imóvel por natureza, enquanto o
imposto agora examinado incide sobre bens imóveis por natureza e
também sobre os imóveis por acessão física. Isto, em outras palavras
significa que o imposto sobre território rural não incide sobre
edificações, mas somente sobre a terra, enquanto o urbano incide
sobre a terra e também sobre as edificações. (Machado, Hugo de
brito, pagina 400, da 35º, edição da revista atualizada e ampliada,
Malheiros Editores, 2014, São Paulo).

Quando se trata da locação do imóvel na cidade de Lajeado/RS, o


Código Tributário do Município de Lajeado instituído pelo Lei nº 2714/73, o qual
descreve que os contribuintes são o proprietário o titular e na falta deles passa
a ser o possuidor a época do lançamento. (Vide o artigo)
Art. 23 São contribuintes o proprietário do imóvel, o titular do domínio útil ou, à falta de
notícia destes, o possuidor, à época do lançamento, salvo se exibir certidão negativa em nome
de seu antecessor.
Desta feita, cabe deixar claro que a responsabilidade pela obrigação de
adimplir com o IPTU é do proprietário do imóvel, contudo, em grande parte dos
contratos de locação o titular o proprietário repassa essa a referida obrigação
para o locatário por meio de cláusula expressa. No entanto, perante ao fisco, o
sujeito passivo segue sendo o proprietário, de forma que a convenção entre
terceiros não pode ser oposta perante a Fazenda Pública alterando o sujeito
passivo da relação, caso não tenha lei permitindo, conforme art.123, CTN.
Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário, as convenções particulares, relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não podem ser opostas à Fazenda Pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das obrigações tributárias correspondentes.
No que se refere às contribuições previdenciárias, o embasamento legal
encontram-se descrito nos seguintes dispositivos legais, Lei nº 8.212/91, sendo
esta que trata da organização da Seguridade Social, dentre outras
providências, a referida lei, também institui o Plano de Custeio, bem como a Lei
nº 13.149/2015, a qual determina que quando o trabalhador perceber salário
superior a R$ 1903,99, terá sobre ele a incidência do Imposto de Renda o qual
deverá ser descontado diretamente na folha de pagamento do funcionário e
repassado ao Fisco, de acordo com o art.153, inciso III, CF, bem como o art.
43, incisos I, II do CTN.
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre:

III -  renda e proventos de qualquer natureza;

Art. 43. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de


qualquer, natureza tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou
jurídica:
I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação
de. O imposto, de competência da União, sobre a renda e proventos de qualquer ambos;
II - de proventos de qualquer natureza, assim entendidos os acréscimos
patrimoniais não compreendidos no inciso anterior.
Ao que se refere ao ICMS, o qual é um tributo de competência estadual,
encontramos amparo legal, no art. 155, inciso II da Constituição Federal,
devendo ser observado que, em se tratando de vendas para outros Estados,
temos que seguir o disposto no art. 155, parágrafo 2º, inciso VII da Constituição
Federal.
Sendo como contribuinte que de forma habitual ou em volume
caracterizando intuito comercial de circulação de mercadorias, conforme
disposto no artigo 4° da lei complementar nº 87/96, podendo, contudo, diluir
esse valor dentro do valor da mercadoria.
Quando da prestação de serviço de instalação das placas fotovoltaica no
Rio Grande do Sul, incidirá o Imposto Sobre Serviço de Qualquer Natureza
(ISSQN), é um imposto municipal, conforme previsão legal no artigo 153, inciso
III da Constituição Federal, tendo sua execução regulamentada pela Lei
Complementar 116 de 2003, art. 3º e seus incisos.

Na importação de matéria prima da China para o Brasil incide o imposto


de Imposto Sobre a Importação de Produtos Estrangeiros (II), conforme artigo
153, inciso I da Constituição Federal, a alíquota a ser analisada é a do
momento em que deu entrada no país, de acordo com artigo 1° do DL 37/66 e
o artigo 19 do CTN traz que o fato gerador ocorre com a entrada no território
nacional e não na compra do produto.
O sujeito passivo da operação tributário é o importador conforme artigo
31 do DL 37/66.
Além do imposto de importação incide o ICMS, conforme artigo 155,
parágrafo 2° inciso IX da Constituição Federal e conforme súmula 661 do STF
a qual afirma a legitimidade da cobrança do ICMS na importação.
Também incide o Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI),
conforme artigo 153, inciso IV da Constituição Federal e artigo 46 do CTN.
Conforme o artigo 46 do CTN e o DECRETO Nº 7.212/2010 o fato
gerador ocorre com o desembaraço aduaneiro.
De acordo com o descrito anteriormente pela industrialização das placas
incidirá o IPI, podendo ser o valor diluído no preço final do produto.
Quando da exportação de seus produtos, de acordo com o DECRETO
nº 7.212/2010, art. 18, inciso II e art. 153, parágrafo 3º, inciso III da
Constituição Federal, terão imunidade tributária do IPI, de acordo com o
doutrinador Hugo de Brito Machado que descreve;
A utilização do imposto de exportação é eventual, eis que ele não
representa, como já dissemos, fonte de receita orçamentaria
permanente.
Aliás, sua utilização como fonte de receita permanente seria
extremamente prejudicial à economia do País, que enfrenta grandes
dificuldades na disputa pelos mercados estrangeiros. . (Machado,
Hugo de brito, pagina 400, da 35º, edição da revista atualizada e
ampliada, Malheiros Editores, 2014, São Paulo).

Portanto no Brasil o Imposto de Exportação existe, contudo, não tem


aplicação para esse ramo, sendo aplicado, apenas nos casos de exportação de
tabaco e armas conforme Resolução Camex nº 17/2001 e Decreto nº 2.876/98,
é imposto de competência da União conforme artigo 153 II e artigo 23 do CTN.
O fato gerador está descrito no art. 1º, parágrafo 1º do DL 1578/77.
O ICMS, não incidirá na exportação das mercadorias conforme artigo 3°
inciso II da LEI COMPLEMENTAR Nº 87/1996.

Sobre os lucros incidirá o Imposto de Renda conforme artigo 43 do CTN


e seus incisos, bem como, as contribuições sociais previdenciárias conforme
Lei nº 7.869/1988.
O pagamento do PIS/PASEP conforme lei complementar número 7/70 e
8/70, além do pagamento da COFINS conforme Lei 9718/98, sendo calculados
sobre o faturamento e não só no lucro.
Podem ser aplicados outros tributos, como a contribuição de Interesse
de Categoria Profissional ou Econômica, conforme 149 da Constituição
Federal, pois o responsável técnico necessita emitir a ART para que se possa
realizar a instalação e ligação à rede da concessionária de energia, e para que
ele possa emitir a ART necessita estar vinculado a categoria profissional
adequada que no caso é o CREA ou CFT nos casos de eletrotécnicos
respeitando os 800 KVA.
Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (COSIP)
que está descrita no art. 149, da constituição Federal, bem como segue;

Art. 149-A. Os Municípios e o Distrito Federal poderão instituir contribuição, na forma


das respectivas leis, para o custeio do serviço de iluminação pública, observado o disposto no
art. 150, I e III.

    Parágrafo único. É facultada a cobrança da contribuição a que se refere o caput, na


fatura de consumo de energia elétrica.

Incidirá também, a Taxa em Razão da Prestação de Serviço Público,


poderá vir diluída no IPTU, possuindo previsão legal no Artigo 79 do CTN.

6. CONCLUSÃO

Dessa forma é possível observar a incidência de carga tributária em


todos os tópicos que foram solicitadas as análises, inclusive se incluiu outros
que pode vir a ser cobrados, para que o cliente esteja ciente de tal
possibilidade de incidência, ou que possui previsão de tributo, mas sem
incidência de sua cobrança é na exportação, a qual poderá ser o foco da
empresa se quiser diminuir os encargos, contudo como é um imposto
extrafiscal a qualquer momento poderá ocorre a incidência desse tributo.

É o Parecer.

Local Santa Cruz do Sul, 14 de maio de 2021

Advogado XXXX Advogado XXXX


OAB nº XXXX. OAB n° XXXX
Referências:
BRASIL, Código Tributário Nacional. Diário Oficial da União, 27 de out. de
1966. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm. Acesso em: 11 de
maio de 2021.
BRASIL, Constituição Federal de 1988. Diário Oficial da União, 5 de out. 1988.
Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm Acesso em:
29 de maio de 2021.
Livro de Hugo de Brito Machado, Curso de Direito Tributário, 35º edição
revista, atualizada e ampliada, Malheiros Editora, 2014.
MEIRELLES,Hely Lopes. Direito Municipal Brasileiro. 16 ed, atual. Por Marcio
Schneider Reis e Edgard Neves da Silva. São Paulo: Malheiros Editores, 2008,
p. 158, destaque do Autor.
KUNTZ, Tatiele Gisch. Apostila de aula da disciplina de Tributário II, 2021.

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